BARBOZA, Jaqueline Santos; FELÍCIO, Helena Maria dos Santos. Integração
Curricular a partir da Análise de uma Disciplina de um Curso de Medicina. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 42, p. 27-35, 2018.
Palavras – Chaves: Currículo; Educação Médica; Educação de Graduação em
Medicina.
CURRÍCULO E INTEGRAÇÃO CURRICULAR.
O texto ressalta a importância do currículo como um conceito complexo
que engloba ideias pedagógicas, estruturação de conteúdos e estímulo de habilidades dos estudantes. Ele reflete a função social e cultural de uma instituição educacional, sendo influenciado por diversas perspectivas e integrando teoria e prática de forma flexível. A abordagem tradicional disciplinar é criticada por sua organização fragmentada e estática, que não permite a interconexão entre as disciplinas. Destaca-se a necessidade de um currículo adaptável, que possa ser flexibilizado de acordo com as necessidades dos estudantes e o contexto socioeconômico e cultural da instituição. Na área da saúde, muitos currículos são criticados por serem centrados em procedimentos, fragmentados e desequilibrados, priorizando aspectos científicos em detrimento de outras dimensões. É ressaltada a importância da integração curricular para promover aprendizagens significativas e contextualizadas, com foco no aluno como sujeito da aprendizagem. A interdisciplinaridade é apontada como uma forma de superar a fragmentação disciplinar e integrar os conteúdos. O modelo curricular integrado é descrito como flexível, coerente e participativo, permitindo uma abordagem construtiva do conhecimento e uma aprendizagem funcional e transferível. No entanto, o currículo tradicional ainda prevalece na formação em saúde devido à cultura médica dominante, que valoriza a abordagem fragmentada e especializada. A mudança para um currículo integrado é desafiadora e requer a reestruturação dos processos de formação, bem como uma mudança de paradigma por parte dos formadores. O autor propõe um modelo curricular flexível e integrado que promova uma aprendizagem significativa e contextualizada, levando em consideração as necessidades dos estudantes e o contexto em que estão inseridos. O CURRÍCULO EM AÇÃO: OS ELEMENTOS DA INTEGRAÇÃO NA PRÁXIS CURRICULAR.
A disciplina analisada é uma disciplina teórico-prática do curso de
Medicina de uma universidade em Minas Gerais. Ela é ministrada colaborativamente por uma médica e três médicos preceptores, juntamente com três docentes de psicologia. O objetivo da disciplina é desenvolver habilidades de escuta médica que vão além dos protocolos predefinidos, levando em consideração os aspectos psicológicos e sociais dos pacientes. As aulas consistem em práticas de entrevista clínica e psicossocial em unidades de saúde da família, supervisionadas pelos professores. A disciplina é estruturada com aulas teóricas na universidade e aulas práticas no campo. Ela busca integrar diferentes áreas curriculares e enfatiza a contextualização da aprendizagem no meio real. A análise curricular adotada utiliza a metodologia de análise de conteúdo temática, identificando quatro dimensões de integração curricular: contextualização da prática, integração das áreas curriculares, papel da prática e integração dos professores. A disciplina é constantemente avaliada pelos alunos e pelos professores, visando aprimorar sua efetividade e atender às demandas observadas. A prática curricular busca promover uma educação médica crítica e reflexiva, preparando os estudantes para atuar no sistema de saúde e na comunidade.
CONCLUSÃO.
Em conclusão, o texto destaca a importância do currículo como um
conceito complexo que vai além da mera estruturação de conteúdos, envolvendo ideias pedagógicas e estímulo de habilidades dos estudantes. Reconhece-se a necessidade de um currículo adaptável, capaz de se flexibilizar de acordo com as necessidades dos alunos e o contexto socioeconômico e cultural da instituição. No contexto da área da saúde, é ressaltada a crítica aos currículos centrados em procedimentos e fragmentados, que priorizam aspectos científicos em detrimento de outras dimensões importantes. Nesse sentido, a integração curricular é apresentada como uma forma de superar a fragmentação disciplinar e promover uma abordagem construtiva e contextualizada do conhecimento. O modelo curricular integrado é descrito como flexível, coerente e participativo, possibilitando uma aprendizagem funcional e transferível. No entanto, a cultura médica dominante ainda prevalece na formação em saúde, valorizando a abordagem fragmentada e especializada. Assim, a transição para um currículo integrado é desafiadora e requer mudanças tanto nos processos de formação quanto nos paradigmas dos formadores. A disciplina analisada no curso de Medicina demonstra a aplicação prática desses princípios, enfatizando a integração de diferentes áreas curriculares e a contextualização da aprendizagem no meio real, com a participação colaborativa de professores de diferentes disciplinas. A constante avaliação da disciplina pelos alunos e professores evidencia o compromisso em aprimorar sua efetividade e atender às demandas observadas, buscando formar profissionais médicos críticos, reflexivos e preparados para atuar de forma competente no sistema de saúde e na comunidade.
Nação tarja preta: O que há por trás da conduta dos médicos, da dependência dos pacientes e da atuação da indústria farmacêutica (leia também Nação dopamina)