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ESCAPADA

Lisa Marie Rice


Seu Bilionário - Londres

ESCAPADA
Lisa Marie Rice
Seu Bilionário - Londres

Traduzido e Revisado do Inglês


Envio do arquivo e Formatação: Didie
Revisão Inicial: Val cap. 1 a 6
Didie cap. 6 ao 12
Revisão Final: Didie cap. 1 ao 6
Val cap. 6 ao 12
Imagem: Elica
Talionis

** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **
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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
Seu Bilionário - Londres

Bennett Cameron é um dos melhores agentes de proteção executiva do mundo. Elle Castle,
deslumbrante e gênio da computação, não tem ideia de que mafiosos russos estão atrás dela e ela
não vai ficar legal quando seu pai rico contrata Bennett para protegê-la. Quando ela se recusa a
seguir Bennett para a segurança, sequestrá-la é sua única opção.
Elle Castle se vê vivendo o pior pesadelo de toda mulher - acordar aterrorizada, desorientada e
amarrada a uma cadeira à mercê de um estranho poderoso e intimidador. Ele diz que a sequestrou
e a amarrou para o bem dela. Tá, vai nessa.
A boa notícia é que ele não parece ser um serial killer. A má notícia é que ele é letalmente gostoso.
Escondidos em uma suíte de luxo no coração de Londres, Elle e Bennett lutam para resistir ao calor
sexual que queima entre eles. Mas a máfia russa é implacável e se aproxima rapidamente - e
dentro em pouco ambos devem estar prontos para sacrificar tudo por amor.

Comentário Didie: Adoro heroínas inteligentes e bem resolvidas, e gosto mais ainda de
heróis que sabem apreciar e valorizar estas mulheres.
Encerramento primoroso da série.
Agradeço a Val pelo apoio e a paciência em esperar que eu fizesse a minha parte.

Comentário Val: A diva adora escrever sobre mulheres muito inteligentes e bem resolvidas,
como citado pela Didie, e a Elle além de ter essas características ainda é muito linda, segundo o
Bennett, ela é muito parecida com a Branca de Neve, aí não tem jeito, o cara se apaixona mesmo.
As coisas que ela faz com seu super computador são impressionantes.
Gostei da pegada mais áspera no início com o sequestro da Elle, por que o Bennet não
queria fazer isso, mas precisava para salvar a vida dela. Deu um tom diferente aos livros da diva
onde geralmente os mocinhos são incapazes de ser mais durões com as mocinhas por considerá-
las frágeis e vulneráveis.
Eu gostei demais da forma como eles se envolveram, a cumplicidade que criaram e a
maneira como sentiram quando foram forçados a se separar. A diva consegue escrever sobre
ciência, medicina, tecnologia e outros temas importantes e complexos, mesclando-os com o amor,
atração e sexo incrível, o que torna a leitura fluida e deliciosa.
Didie, é um imenso prazer trabalhar com você, não só por sua revisão impecável, mas pelas
trocas incríveis que temos, aprendo com você, com suas pesquisas incansáveis para encontrar a
melhor tradução para determinada palavra ou expressão e me divirto muito com nossos
comentários via e-mail e WhatsApp, principalmente no que se refere a engenharia. Rsrs.
Sempre a esperarei com toda a paciência do mundo e a ajudarei no que puder, por que o
prazer de revisar com você não tem preço. E dessa vez nem preciso dizer, que venha o próximo,
por que ele já está aqui.

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UM

Calvin Byrnes Building, Instituto de Matemática


Oxford

Ela era uma mulher muito atraente.


Realmente linda como uma professora de cidade do interior. Não que algum dos machos na
sala notasse. Havia muita pouca testosterona nesta sala de duzentos geeks de matemática, a
maioria homens. Mais ou menos toda a testosterona na sala era dele, e ela estava focada e
prestando atenção.
Isso não era bom.
Bennett Cameron não estava acostumado a ter testosterona liberada durante um trabalho
para qualquer coisa além de agressão. Ele era um especialista em proteção executiva - um guarda-
costas, em termos civis - e estava acostumado a estar alerta para qualquer coisa que pudesse ser
uma fonte de perigo. Quando estava trabalhando, seu corpo era inundado com testosterona e
cortisol, a excitação e hormônios do estresse. A excitação, como em todos os sistemas, ocorre em
todos os sentidos, incluindo o sexto.
Não excitação como quando estava com tesão.
Ele tinha sido consultor de segurança por tempo suficiente para ter um sexto e até mesmo
sétimo sentido de perigo. Nada passava despercebido por ele.
Agora, nada estava pingando em seu radar de perigo, então toda aquela testosterona foi
para uma parte especial de seu corpo, observando aquela bela e ágil jovem desfilando pelo palco,
murmurando fórmulas matemáticas, seguindo linhas abstratas de pensamento, das quais ele
entendia uma palavra em dez.
Ainda assim, ele não precisava entender a matemática dela. Só tinha que mantê-la segura.
Mas primeiro teria que sequestrá-la.
Isso era uma verdadeira dor na bunda. E talvez difícil também. Bennett observou-a no palco,
andando de um lado para o outro, elaborando um pensamento incrivelmente longo e complicado
que fez o público ofegar, depois rir e depois suspirar. O que quer que ela esteja dizendo - e ele não
tinha esperanças de decifrá-lo - foi um verdadeiro sucesso entre os geeks.
Mas embora os geeks e os nerds parecessem perdidos, com suas blusas muito grandes que
pareciam que suas mães os tinham vestido na expectativa daquele último surto de crescimento,
cheirando cumulativamente com um odor levemente ruim, completamente absortos no que ela
estava dizendo, a própria mulher, Dra. Eleonore Castle, conhecida por seus pares como E. M.
Castle de Eleonore Marion, conhecida por seus amigos como Elle, parecia muito alerta. Muito
consciente do seu entorno. Aqueles olhos azul-cobalto enquanto ela olhava ao redor da sala
pareciam muito, muito afiados.
Ela parecia muito não sequestrável se ele quisesse deixar o fato mais claro.

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Ele estava no fundo da sala, se escondendo atrás de um pilar. As luzes do palco estavam nos
olhos dela. Não havia chance de que ela pudesse vê-lo, mas ainda assim ele ficou preso às
sombras, aguardando um bom momento. Não havia como conseguir sequestrá-la na frente de
duzentos nerds.
Bem, na verdade ele poderia... Dado o nível de condicionamento físico do público. Mas
todos certamente teriam celulares e uma robusta vida virtual mais interessante do que suas vidas
reais, então a cena da Dra. Eleonore Castle sendo sequestrada nos confins civilizados do Instituto
de Matemática da Universidade de Oxford explodiria e se tornaria viral em todas as mídias sociais
em cerca de cinco segundos.
A empresa de Bennett operava abaixo do radar, e foi por isso que teve tanto sucesso. Um
frenesi da mídia seria ruim para esta operação em particular e terrível para sua empresa em geral.
Sem mencionar que isso representaria um grande alvo para a boa doutora, quando ele assinou um
contrato de um milhão de dólares para proteger as costas dela. E a frente, aliás.
Sua palestra foi longa, mas fascinante, a julgar pelas expressões arrebatadas do público. O
próprio Bennett não tinha a menor ideia.
—E então alguém poderia acampar no eixo x para sempre, estou certa?— Ela disse, de
maneira desconcertante, e ainda mais desconcertante, toda a sala irrompeu em risos.
Bem, ele não iria sequestrá-la no auditório, e o que ela estava dizendo era absurdo para ele,
então preferia usar o tempo na pesquisa. Ele era tão bom em pesquisa quanto em combate em
ambientes confinados e proteção executiva, foi por isso que sua empresa decolou.
OK. Nada como o Santo Google para dar informações e... Oh uau. Páginas e páginas e
páginas de coisas sobre a Dra. Castle. Se você pesquisasse no Google o nome dele, Bennett
Cameron, teria alguns retornos muito simples e um alarme em um de seus escritórios
administrativos enviaria uma mensagem de que alguém o havia pesquisado. Bennett operava sob
o radar.
Mas as pessoas com o dinheiro para contratá-lo sabiam sobre ele e sabiam como entrar em
contato.
Então, a doutora muito bonita tinha credenciais acadêmicas tão longas quanto o pau de
Bennett. Um doutorado e dois mestrados e uma série de seminários que ela tanto frequentou
quanto ministrou. Uma lista de publicações que era impressionante para alguém tão jovem,
incluindo dois livros. Espere... Não sabia quantos anos ela tinha. O pai dela não contou a ele. E ela
parecia muito jovem lá no palco. E tinha um doutorado e dois mestrados e todos aqueles cursos,
então como diabos...
Oh. Ela foi para Harvard quando tinha quatorze anos.
Droga!
Muito poder cerebral naquela linda cabeça.
Bennett procurou saber o que ela estivera fazendo nos últimos seis meses. A maioria das
pessoas era criaturas de hábitos e, se você quisesse saber onde elas estavam e o que estavam
fazendo, a melhor opção era verificar onde elas foram o que fizeram.

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Conferências por todo o lado, com nomes estranhos. Economia Comportamental, Projeto de
Mecanismos, Circuitos e Sistemas. Conferências em Berkley, Cingapura, São Petersburgo, Las
Vegas, Guangzhu, Abu Dhabi, apenas nos últimos seis meses. A mulher já viajou pra caramba.
Isso não era uma coisa ruim. Ele poderia passar por um nerd matemático por cerca de dez
segundos e dizer que ambos se conheceram em uma conferência. Ela não conseguiria se lembrar
de todos que conheceu quando estava na estrada.
Então essa seria a desculpa.
Pegá-la depois do simpósio, dizer que eles se encontraram em algum lugar, leva-la a um
lugar calmo, explicar sobre o pai dela e levá-la embora.
Negócio feito.
Então Bennett esperou pacientemente que ela terminasse sua conversa incompreensível e
tentou não deixar a mente vagar. Um agente de proteção executiva nunca deixava a mente vagar,
nunca. A intensa vigilância durante o trabalho era um pré-requisito. Perca o foco por um segundo
e você poderá perder uma vida.
Mas agora, não havia nada para fazer e não havia perigo iminente, então ele podia relaxar
sua vigilância, só um pouquinho.
Ele tinha uma visão perfeita da entrada principal do auditório. Havia uma pequena porta
escondida atrás do pódio também. Ninguém podia entrar sem que ele visse quem era. Se alguma
coisa acontecesse no auditório, se alguém se levantasse para atirar nela, Bennett atiraria nele
primeiro. Ele e sua empresa trabalhavam frequentemente para o governo do Reino Unido e ele
recebeu porte de armas no Reino Unido. Ele era um excelente atirador. Um ex-sniper, na verdade.
Então Bennett ficou de olho na bela mulher no palco com uma parte de sua cabeça
pensando em termos não táticos.
Esguia, com pernas compridas e ágeis. Ela andava graciosamente enquanto desenrolava uma
longa e envolvente linha de raciocínio que ocupava três slides de matemática densa na tela.
Bennett perdeu a linha de raciocínio imediatamente.
Cara, ela era simplesmente incrível. Particularmente considerando que o pai dela, Clifford
Ricks, parecia um sapo. Eleonore, Elle ou Ellie era a única filha do homem, fruto do primeiro
casamento. O velho tivera mais cinco casamentos, cada divórcio custando-lhe mais de dez milhões
de dólares. Felizmente, ele tinha dinheiro para gastar.
Ela estava vestindo uma jaqueta que só poderia ser descrita como pós-moderna. Corte
lateral, era ao mesmo tempo estranha e atraente porque abraçava sua figura delgada e curvilínea
e era um azul cobalto brilhante que combinava exatamente com os olhos dela. E estava usando
calça preta justa que combinavam exatamente com a cor do cabelo dela.
Bennett não costumava ter a chance de admirar quem ele estava protegendo, não desse
jeito. Ele protegeu mulheres bonitas antes, geralmente esposas de homens ricos, suas mentes tão
vazias quanto os rostos eram lindos. No entanto, para dizer a verdade, ele não trabalhava muito
como agente de proteção executiva nos dias de hoje. Ele tinha homens para isso. Cento e
cinquenta deles, para ser exato, todos escolhidos a dedo.

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Era o jogo de um homem jovem e, apesar de Bennett não ser velho, não era mais tão jovem
também. Demasiado velho para este tipo de trabalho. Sua empresa estava entrando em um
trabalho mais denso, encontrando pessoas desaparecidas, rastreando lavadores de dinheiro, esse
tipo de coisa.
Ele só aceitou este contrato porque Clifford Ricks implorou. Dizendo que ficaria de joelhos se
ainda pudesse. O fundo de investimento de Rick tinha gasto milhões de dólares em trabalho para
a empresa de Bennett e, bem, uma jovem mulher em perigo. Não havia como recusar.
E agora que teve um vislumbre da filha, ficou mais feliz do que nunca por ter aceitado o
trabalho.
O inimigo de Clifford Ricks era Anton Lipov, que liderava uma ramificação da máfia Volcic,
conhecida por sua extrema crueldade. Eles colocavam seus inimigos em um gancho de carne e os
observavam morrer no decurso dos dias.
Isso não ia acontecer com Elle Castle.
Uau. A conversa acabou. Elle fez uma pequena reverência sardônica quando o auditório se
levantou, batendo palmas.
Porra. Todos pareciam ansiosos para subir ao pódio para dar uma mordida na estrela.
Bennett não podia protegê-la no meio da multidão, não sem se entregar e era cedo demais para
isso. Ele avançou, passando por cenários em sua cabeça, quando ela de repente... Desapareceu.
Que diabos?
A porta escondida atrás do pódio se fechou. Ela escapou pela parte de trás do palco. Bem,
Bennett não podia culpá-la. O cheiro de roupas não lavadas e alguns sopros de grande halitose
eram detectáveis mesmo no fundo do auditório. Ele só podia imaginar como os nerds seriam
repulsivos de perto. Mas agora ele teria que ser rápido para alcançá-la.
Ele sabia como se mover rapidamente sem parecer apressado. Tinha pernas longas e
alongou o passo sem mover muito a parte superior do corpo. Em poucos segundos saiu pela porta
e entrou no grande corredor. O edifício original era antigo. Ele não tinha ideia do quanto, mas
ostentava torres, pisos de ladrilho e vitrais. O anexo de matemática era moderno, porém, com
acres de corredores acarpetados.
Bennett escaneou a área sem girar a cabeça, sem deixar óbvio que estava procurando
alguém. Havia três direções que ela poderia ter ido e ele estudou cada uma cuidadosamente.
Lá! Percorrendo o caminho pelo corredor que era a rota mais rápida para fora do prédio. E
cara, ela estava andando rápido.
Bennett alongou ainda mais o passo. —Elle! Ellie! Elle Castle!— Gritou atrás dela, aliviado
quando ela diminuiu a velocidade e se virou.
—Ei!— Bennett exibiu seu rosto de bom rapaz inteligente. Ele treinou para matar desde que
tinha dezoito anos e matou doze homens em batalha e três como agente de proteção executiva.
Quando queria, poderia mudar para o rosto de guerra e era assustador. Mas também sabia sorrir
e parecer tão inofensivo quanto alguém como ele deveria parecer. Colou um sorriso encantador
no rosto. —Bom te ver! Foi uma conversa muito interessante lá atrás.

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Bennett não era um homem lindo, mas também não era feio e sabia como encantar as
mulheres quando precisava. Mas Elle não estava achando isso e definitivamente não estava
encantada. Ela olhou para ele e foi como ser pego no feixe de holofotes de cobalto gêmeos.
—Eu te conheço?— Ela perguntou, com a voz fria.
Ele colocou uma mão sobre o coração. —Você me feriu, de verdade. Nós compartilhamos
uma taça de um champanhe razoável na recepção em São Petersburgo. O caviar era bom, no
entanto.
Os olhos dela procuraram seu rosto. —Não,— ela disse categoricamente, —não
compartilhamos. Eu nunca te vi antes na minha vida.
Oh cara. Deus o salve das mulheres inteligentes com memória de elefante. Ela também
parecia bastante impermeável aos seus encantos. Bennett segurou o braço dela gentilmente,
esperando acompanhá-la mais perto da porta de saída enquanto tentava convencê-la de que
haviam se encontrado antes. Ele lembrou o nome de um dos autores de um artigo.
—Certamente você não esqueceu Leontov também? E a caspa dele?— Como o cara era
matemático, era um bom palpite que ele tivesse caspa. A menos que ele fosse completamente
careca. Foi um tiro de 50-50.
Eleonore Castle travou em seus calcanhares. Para movê-la agora, ele teria que usar pelo
menos uma quantidade mínima de força. E ela provavelmente faria uma confusão. Estavam
cercados de pessoas. Ela olhou diretamente para a mão dele em seu cotovelo. —Eu te agradeceria
se você parasse de me tocar e me deixasse em paz, senão vou chamar a segurança.
Bem, ela dificilmente poderia saber que ele iria facilmente lidar com um segurança britânico.
Ou até vários deles.
Mas estavam perdendo tempo em uma missão muito sensível ao tempo. Bennett reprimiu
um suspiro. Ele olhou seu lindo zangado e desconfiado e tomou uma decisão executiva.
—Desculpe querida,— murmurou. —Eu realmente não quero fazer isso, mas tenho que
fazer.
E ele injetou nela uma droga psicotrópica de ação rápida que a tornaria receptiva, mas não
inconsciente. Ela deu um pequeno grito com a leve picada da agulha e depois de um momento
seus olhos se desfocaram.
Bennett esperou alguns segundos para que a droga fizesse efeito. Não estava feliz com isso.
Ele era um cara legal e estava salvando a vida dela, mas cara, não gostava de drogar uma mulher.
Mas ela era inteligente demais para seu próprio bem, então que escolha ele tinha?
—Vamos lá, querida,— ele disse e pegou o braço dela novamente.
Ela avançou obedientemente.

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DOIS

Elle Castle voltou a si lentamente, como se levantando do fundo do oceano. Balançando na


água, subindo lentamente para a luz. Isso a deixou enjoada. Engoliu em seco, abriu os olhos e os
fechou novamente.
Havia algo... Alguém. Bem na frente dela. Um homem que ela nunca tinha visto antes ou...
Talvez... Talvez tivesse visto.
Nada era certo, exceto que se sentia como se estivesse em um barco, balançando em águas
turbulentas e que sua cabeça doía, com uma dor aguda que nunca sentiu antes. Como um prego
espetado na cabeça.
—O que está acontecendo? Onde estou?— Ela disse. Só não saiu assim. Saiu como sons
distorcidos, como se estivesse falando debaixo d'água.
—Você provavelmente está se perguntando onde está,— disse uma voz profunda. O rosto
em frente a ela pulsava como uma imagem psicodélica, depois se focalizou.
Ela assentiu. Não adianta tentar falar. E mesmo que pudesse articular, sua boca estava
incrivelmente seca. Como nada que ela já tenha experimentado. Sua língua ficou presa no céu da
boca.
Era uma sensação intensamente desagradável, como qualquer outra sensação que estivesse
sentindo.
—Antes de eu lhe dizer onde você está,— a voz profunda continuou, —você provavelmente
está com muita sede e sua cabeça dói.
Exatamente. Ela assentiu novamente.
Ele segurou um frasco de comprimidos. —Isto é ibuprofeno. Observe que a garrafa é nova.—
Ele quebrou o lacre e sacudiu três comprimidos na palma da mão dele, que era muito grande, e as
pílulas pareciam minúsculas na palma da mão. —Água. Uma garrafa nova.— Ele ergueu uma
pequena garrafa de água, balançou-a. Quebrou o lacre e segurou-a.
—Abra.— A voz profunda detinha comando. Elle não estava acostumada a uma voz
dominante, então quando ele trouxe as pílulas para sua boca, ela abriu. —Engula.— Outro
comando enquanto ele segurava a garrafa à boca dela.
Ai sim! Água! Ela estava absolutamente seca. Ele inclinou a garrafa exatamente no ângulo
certo para que ela pudesse beber sem engasgar. Ela terminou a pequena garrafa e ele colocou-a
em uma mesa ao lado da cadeira.
Mas… Por que ela precisaria de ajuda para beber? E... As mãos dela não estavam
funcionando. Olhou para baixo, confusa, e viu que seus pulsos estavam amarrados aos braços da
cadeira com um pano macio. Sacudiu as mãos, sacudiu os braços, mas não adiantou. Ela estava...
Amarrada.
Elle piscou. Sua mente não estava funcionando corretamente. Ela raramente bebia, nunca
usava drogas e sua mente era o que ela era, então quando não estava funcionando, ela estava
perdida.

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O homem sentado em frente a ela estava estudando-a com cuidado, parecendo seguir seus
processos de pensamento. Ela não o conhecia, mas ela o viu...
De repente, uma onda de claridade passou por ela. As nuvens se levantaram e a raiva em
brasa encheu sua cabeça.
—Você!— Ela disse bruscamente.
—Eu,— ele respondeu.
—Na...— Ela tentou preencher um espaço em branco.
—Conferência em Oxford. Estratégia Não Cooperativa de N-pessoas. Uma palestra muito
interessante que você deu, não entendi uma palavra.
—Você... Você me abordou depois!
Ele balançou a cabeça, a expressão gentil. —Não Elle. Eu não te abordei. Eu não uso
violência contra mulheres. Mas eu te droguei.
E assim, Elle percebeu o perigo extremo no qual estava.
Terror gelado inundou suas veias. Estava amarrada, incapacitada. Em um lugar que não
reconheceu. Olhou ao redor, tentando descobrir onde estava. Era um luxuoso apartamento ou
suíte de hotel, sem nenhum toque pessoal. Paleta de cores neutras, móveis de alta qualidade.
Esticou o pescoço para a direita e viu uma cozinha compacta de última geração e três portas que
estavam fechadas. Onde ela estava? Ainda estava na Inglaterra?
Abriu a boca para gritar e ele balançou a cabeça bruscamente.
—Eu não aconselharia que você gritasse. O ibuprofeno vai começar a fazer efeito e gritar
pioraria a dor de cabeça.— Ele encolheu os ombros maciços, desculpando-se. —Você não sabe
onde estamos. Estamos em um prédio de apartamentos de luxo em Londres, mas isso é tudo que
posso dizer por enquanto. Lamento ter que lhe dizer que este apartamento é à prova de som. E
minha empresa é proprietária dos apartamentos de ambos os lados. Então, se você gritar, só terá
dor de cabeça e ninguém virá.
Oh Deus. Isso era aterrorizante. Ela foi sequestrada. Drogada, sequestrada e amarrada. Se
isso não fosse o pesadelo de toda mulher, ela não sabia o que era.
E embora o homem sentado à sua frente parecesse relaxado e quase sorridente, ele era
enorme. Ela lembrou que quando ele a parou em Oxford, ela teve que olhar para cima - para cima
- para ele. Mesmo sentado, ela podia ver que ele tinha ombros enormes afinando até uma cintura
magra. Ele parecia um atleta. Parecia um homem que sabia usar seu corpo. E embora estivesse
bem vestido - suéter preto, calça preta elegante, botas novas e reluzentes - suas mãos eram
ásperas. Como se ele as usasse muito.
Para estrangular mulheres?
Não, não pense assim. Não podia entrar em pânico. Tinha que pensar em sair disso.
—Por que...— A voz de Elle desistiu. Queria tanto ficar indiferente, mas o terror fechou sua
garganta. —Por que estou aqui? O que você quer comigo?
Sua voz tremeu.

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Por que estava aqui, prisioneira desse homem? Para que ele pudesse estuprá-la, estrangulá-
la, torturá-la? Deixar seu corpo apodrecendo neste apartamento onde ninguém poderia ouvir seus
gritos enquanto ela morria?
—Eu odeio esse olhar,— ele disse, franzindo a testa. —Eu não vou te machucar.
—Isso é o que você diz.— Ela engoliu em seco. Aquela pequena garrafa de água parecia ter
sido uma hora atrás. Queria pedir mais água, mas não sabia se... Se ele a deixaria ir ao banheiro.
Ter que fazer xixi nas calças era um pensamento horrível demais. Ela preferia ficar com sede.
—Sim.— Ele assentiu bruscamente. —Eu digo.
Elle inclinou a cabeça, observando-o atentamente. Ela não era uma observadora atenta das
pessoas. Ela vivia principalmente dentro de sua própria cabeça. Então talvez estivesse fora da base
aqui. Mas... Ele não parecia um maníaco, torturador, estuprador ou assassino. Certamente
psicopatas exalavam... Vibrações. Ou alguma coisa. Certamente a agitação em suas mentes seria
refletida em seus corpos.
Este homem estava completamente quieto e totalmente relaxado. E embora ela não tivesse
ideia se estava lendo direito, não recebia vibrações violentas dele.
É claro que as empregadas poderiam encontrar seu corpo sem cabeça daqui a dois dias,
porque Elle não tinha o menor senso de como julgar as pessoas, a não ser academicamente.
Nunca em sua vida teve que avaliar se alguém poderia ser um monstro violento e estrangulá-la até
a morte.
—Qual é o seu nome?— Ela deixou escapar. E então imediatamente se perguntou - isso era
uma coisa inteligente para perguntar? Talvez se soubesse o nome dele e sobrevivesse à provação,
ele a mataria de qualquer maneira, porque ela sabia quem ele era.
Por outro lado, nos thrillers que ela leu, os sequestrados tentavam estabelecer um
relacionamento com o sequestrador, a teoria era que se ele soubesse que ela gostava de seu bife
malpassado, isso a humanizaria e ele estaria menos ansioso para bater nela.
Ela tensionou os pulsos. Os panos que os amarravam eram macios, mas bem atados. Mas se
ela conseguisse que ele a libertasse, poderia... O que? Havia um abajur de bronze muito bonito.
Talvez pudesse agarrá-lo e bater na cabeça dele. No balcão da cozinha, de tampo de mármore,
havia um prato e uma taça de vinho com um pouco de vinho ainda dentro. Poderia se apressar
para agarrá-la, esmagá-la no balcão e atacar a jugular dele?
—Meu nome é Bennett Cameron,— disse ele tranquilamente. —E sou especialista em
proteção executiva.
Ele estava olhando para ela com muito cuidado e suspirou diante de seu olhar vazio. —Eu
sou um guarda-costas.
A mente de Elle se embaralhou. Esta era a última coisa que ela estava esperando. Um
guarda-costas?
—Ok, agora preste atenção.— Ele se endireitou um pouco, pegou algo e o coração de Elle
pulou em sua garganta. Mas ele estava apenas pegando um laptop. O que mostrava o quanto ela
estava aterrorizada e dopada pelas drogas, porque geralmente notava o equipamento de TI antes

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de perceber as pessoas. —Vou te mostrar uma coisa. Algo que deve te tranquilizar. Depois vou
libertá-la das amarras e ficaria muito grato se você não quebrasse o abajur de bronze ou a taça de
vidro no balcão, porque acredite em mim, eu sou mais rápido do que você. E maior e mais forte
também, já que estamos falando disso. Agora eu sei que você é mais inteligente do que eu, mas
estamos em uma situação muito Darwiniana agora, e sua inteligência não será muito útil. Estamos
entendidos?
Elle ficou respirando por um momento, tentando entender o que ele estava dizendo. Ele
estava dizendo que iria mostrar-lhe algo e depois iria libertá-la e ela entenderia que isso era... O
que? Tudo um grande mal entendido? Ela estava aqui, neste quarto estranho, amarrada depois
que ele a drogou, mas não era o que parecia? Por outro lado, ele também disse para ela não
tentar nada porque ele era maior e mais rápido e ele ganharia.
Não era frequente que Elle se encontrava em um concurso de mijo com um homem em que
o atributo vencedor era a força, não a inteligência. Mas este era um desses momentos e ela não
teria chance contra os músculos dele.
—Elle?
Ela olhou para ele, infeliz.
Ele fechou os olhos brevemente e suspirou. —Droga. Não olhe para mim assim. Venha,
observe isso e depois conversaremos.
—E você vai me libertar das minhas retenções,— ela sussurrou.
—Sim. E então vou libertá-la de suas retenções.
—Ok.— A boca dela estava seca. Não tinha ideia do tipo de vídeo que ele iria mostrar. Talvez
de alguma outra vítima? O que aconteceu com elas? Algo tão horrível que ela abandonaria todos
os pensamentos de revidar? —Vamos... Vamos ver.
Ele colocou o laptop no colo, virou-o de modo que a tela ficasse de frente para ela e apertou
o play.
—Olá, querida.— Os olhos de Elle se arregalaram. Era o pai dela! Sentado em uma cadeira
que ela não reconheceu em um quarto que ela não reconheceu. Ele parecia ter mil anos, branco
como papel, com enormes bolsas escuras sob os olhos. —Há um problema.

Bennett não assistiu ao vídeo, ele a observou. Sabia o que o vídeo dizia, ele estava ouvindo
pelo Skype quando foi gravado, direcionando o que foi dito. Não havia nenhuma informação dada
no vídeo além do que era necessário para tranquilizar a filha de Clifford Ricks. Bennett se
certificou disso. Ricks estava doente de preocupação e, embora ele normalmente fosse muito
rigoroso com as informações - ele basicamente vendia informações, afinal de contas - ele começou
a tagarelar. Ele tinha dado a sua localização, seus planos e, basicamente, pintou um alvo nas
próprias costas. Bennett pediu que ele desligasse a função de gravação de vídeo e recomeçasse,
três vezes.

** Esta tradução foi feita apenas para a leitura dos membros do Talionis. **
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O resultado final era assustador para uma filha, mas não havia nada que os inimigos de Ricks
pudessem usar.
Enquanto ouvia seu pai, o rosto de Elle ficou branco como o dele e seus olhos ficaram
incrivelmente arregalados. Suas mãos tremiam e a respiração era rápida. Ela estava um pouco
chocada. Mas Bennett não tentou tranquilizá-la. Longa experiência ensinou-lhe que os
contratantes arrogantes se metiam em confusão. Ele levou uma bala uma vez por um contratante
que não levou o perigo a sério. Quanto mais assustados eles estivessem, mais seguiriam suas
ordens e não correriam riscos.
Isso era uma merda séria e ela teria que levá-la a sério.
Era uma pena que ele tivesse que assustar esta linda e super inteligente mulher, mas era
para o próprio bem dela. A ameaça era real e quanto mais profundamente ela entendesse isso,
melhor suas chances de sobrevivência.
—Querida<— dizia Ricks, —estou tendo algumas dificuldades.
Bem, isso era o mínimo. Ele havia perdido dez milhões de dólares do dinheiro da Mafiya
russa. Poof! Transformado em fumaça.
Mas Clifford Ricks era um homem do dinheiro e, em certa medida, ele era, portanto, um
mentiroso. As palavras “eu ferrei com tudo” não deixariam sua boca. Não era possível. Uma vida
inteira recomendando perspectivas o tornou incapaz de expressar a verdade brutal.
—Tenho algumas pessoas muito ruins me caçando e temo que elas estejam caçando você
também.
Bennett tocou em uma tecla que parou o vídeo, em um momento que fez Ricks parecer
quase louco. Tudo em seu rosto estava caído - papada, bochechas, boca. Normalmente barbeado,
seu rosto estava coberto de penugem branca, o cabelo espetado em tufos brancos, as
sobrancelhas e os pelos do nariz precisavam serem cortados. E estava pingando suor, embora
Bennett soubesse que, onde quer que Ricks estivesse, o ambiente seria climatizado.
Ricks passou a vida se afogando em conforto. Possível morte iminente e possível tortura de
sua única filha não mudariam isso.
Bennett esperou que os olhos de Elle se virassem para ele. Seus reflexos estavam lentos. Ela
estava tendo problemas para processar isso. Este não era um problema abstrato de matemática,
era a parte dura da vida.
Bennett odiava isso, simplesmente odiava. Foda-se Ricks por mergulhar essa jovem
inteligente e bonita em sua bagunça louca que poderia se tornar violenta a qualquer momento.
—Elle?— Ele manteve a voz baixa, gentil. Finalmente, o rosto dela se virou para ele, os olhos
seguindo um segundo depois.
—S-sim?
—Você tem que prestar atenção nessa parte. É importante.— Ela engoliu em seco e sacudiu
a cabeça para cima e para baixo.

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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
Seu Bilionário - Londres

—Concentre-se agora,— ele disse baixinho. Isso para uma mulher que guardava três páginas
densas de fórmulas matemáticas na cabeça. Ele viu isso. Ela não era nada além de foco, exceto
para algo assim, completamente fora de sua zona de conforto.
Ele apertou uma tecla e o vídeo continuou de onde tinha parado.
—Eu investi algum dinheiro em nome de... Alguns senhores russos.— Sim, senhores, Bennett
pensou amargamente. A máfia russa é bem parecida com isso. Os Lipov não eram senhores. Eram
mais parecidos a animais selvagens. —Eles tinham uma quantia considerável que queriam investir
e eu considerei as companhias aéreas e o transporte aéreo um ótimo negócio.
—Companhias aéreas! Transporte aéreo!— Ela ofegou e se virou para Bennett.
Ele parou o vídeo.
—Sim. Isso foi a duas semanas antes dos dois vulcões entrarem em erupção.— Todo o
transporte aéreo em todo o mundo havia sido fechado por dez dias, quando dois vulcões
entraram em erupção com uma diferença de 24 horas um do outro, lançando toneladas de cinzas
no ar. Um na Islândia, outro no Havaí. Companhias aéreas e empresas de transporte aéreo tiveram
um enorme prejuízo. Muitas faliram.
Bennett ligou o vídeo novamente.
Ricks soltou um suspiro ofegante. —Como você sabe, Elle, o transporte aéreo de
mercadorias e passageiros chegou a um impasse,— disse Ricks na tela. —E houve enormes efeitos
secundários no mercado. O Dow Jones perdeu dois mil pontos, a Nasdaq perdeu um terço do seu
valor e o FTS e o Nikkei perderam metade.
—Isso é muito dinheiro,— disse Bennett enquanto escutavam Ricks ofegando no vídeo.
Ela lhe atirou um olhar de Sem palhaçadas Sherlock.
—Eu perdi algo como oitocentos milhões de dólares em poucos dias.— Ricks limpou o suor
dos olhos. —Com um... Com um investidor institucional normal, eu poderia explicar. Eu expliquei
para a maioria dos meus clientes. Foi um grande golpe, mas foi motivado por uma força maior.
Um ato de Deus. E eu posso trazer esse dinheiro de volta para eles durante o curso de um ano.
Talvez dois no máximo. Mas essas pessoas...— Seu rosto tremia, a papada balançando. —Essas
pessoas são totalmente irracionais.
Elle acenou para Bennett para parar a gravação e se virou para ele. —Quem são esses
investidores?
A mandíbula de Bennett se apertou. A ganância incrível de seu pai escapou dele e ele aceitou
dinheiro das piores pessoas da Terra. O que diabos ele estava pensando? Mas não podia dizer isso.
Não ajudaria ninguém. No entanto, por mais que não quisesse falar mal de Ricks na frente de sua
filha, ela tinha que entender o perigo no qual estava. Ele disse o que podia.
—Suspeito que ele não reconheceu os investidores pelo que eram. Homens de frente para a
Mafiya russa.— Ele olhou diretamente em seus olhos intensamente azuis. —Eles são pessoas
muito más.
O rosto dela estava congelado. Ela assentiu e ele apertou o play novamente.

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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
Seu Bilionário - Londres

—Hoje eles atiraram no chefe do meu departamento de contabilidade.— Ricks engoliu em


seco. Bennett ficou um pouco surpreso quando Ricks disse isso para o vídeo. O que ele não disse a
sua filha foi que Ford Atkins, seu CFO, foi levado para um campo em Nova Jersey e foi executado.
Enquanto uma câmera registrava cada pequeno detalhe, uma arma fora da câmera disparava nas
rótulas de Atkins, nas mãos e cotovelos. A câmera foi inabalável em seu foco enquanto Atkins
levava duas horas para morrer. —Eles querem o dinheiro de volta ou eles vão...— Ele parou, suor
escorrendo. —Eles vão te machucar,— ele continuou com voz rouca. —E eles vão me machucar.
Os mafiosos não matariam Ricks porque ele era a única esperança de eles conseguirem o
dinheiro de volta, mas poderiam e estavam fazendo da vida dele um inferno. Mas se eles
pusessem as mãos em Elle, definitivamente a machucariam. E enviariam para Ricks o vídeo em 4K
HD.
Eles não eram de brincadeira.
Ricks teve sorte por estar em Paris quando a ameaça chegou, Elle estava em Oxford e
Bennett estava na sede da empresa em Londres. Tornou as coisas mais fáceis. Se Elle estivesse em
Boston, Bennett não teria chegado até ela a tempo. Ela poderia estar gritando em agonia neste
exato minuto se o destino não os tivesse colocado geograficamente próximos.
Ricks engoliu em seco, a pele do pescoço tremendo. —Liguei para uma empresa com a qual
fazemos negócios há muito tempo. Procurei pelo chefe da empresa, Bennett Cameron...— aqui
Ricks clicou em algo fora da tela e uma foto antiga de Bennett apareceu. Foi retirada do site da
empresa dele, que tinha pouquíssimas informações. —Então, quando este homem vier para você,
vá com ele, querida. Estou sendo protegido pelos meus homens, mas insisti que o próprio Bennett
a protegesse. Também insisti para que ele não me dissesse onde estará te levando. Não tenho
ideia de onde você está, mas sei que estará segura com ele.
A câmera do laptop ficou em seu rosto por um minuto inteiro enquanto ele se sentava,
respirava pesadamente e suava. Finalmente, em um canto da tela, ele estendeu a mão agitada e
trêmula e a câmera piscou e desligou.
Houve um silêncio mortal. Bennett deixou que ela trabalhasse nisso. Elle Castle era uma
jovem muito inteligente, mas isso devia parecer uma mensagem de outro planeta para ela.
Infelizmente, não era de outro planeta, era deste, o planeta Terra. Um lugar mortal e
violento onde as pessoas faziam coisas horríveis. Sempre fizeram. Sempre fariam.
Ela entrou profundamente dentro de si por alguns minutos. Seus olhos estavam desfocados
e estava completamente imóvel. Quando olhou para ele novamente, ele falou.
—Estamos bem? Você não vai tentar bater em minha cabeça ou me morder ou quebrar um
copo no meu rosto?
—Estamos bem.— A voz dela estava calma. Bennett teve que admirá-la. Ela estava chocada
e assustada e, provavelmente, ainda com um pouco de medo dele - embora ele tivesse feito o
melhor para ter certeza de que ela entendia que ele não representava perigo para ela - mas ela
manteve sua dignidade. Ela levantou um pouco os pulsos dos braços da cadeira. Ele
deliberadamente deixou as restrições um pouco soltas. Se fosse qualquer outra pessoa ele teria

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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
Seu Bilionário - Londres

amarrado com algemas de plástico com tanta força que cortaria a circulação. Mas não ela. Ela só
precisava ser imobilizada até que ele pudesse mostrar o vídeo e explicar. Ela levantou os pulsos
novamente. —Você pode me soltar?
—Claro.— Bennett estendeu a mão para a bota e deslizou sua muito querida Gerber Mark 2,
que ele mantinha afiada. Antes que ela tivesse a chance de estremecer, ele cortou o tecido e a
libertou. Ele não olhara para os pulsos enquanto fazia isso - ele tinha uma excelente visão
periférica - mas observava os olhos dela.
Em combate, você observava os olhos.
Se por acaso ela estivesse pensando em fugir, esse seria o momento. Ele estava pronto para
bloquear qualquer movimento, embora odiasse a ideia de machucá-la.
Ele poupou um pensamento de raiva para seu maldito pai, cuja ganância a colocou nessa
posição. Onde ela teve que ser sequestrada para salvá-la de monstros violentos. Que pai faria
isso?
No entanto, nada transparecia no rosto dele. Nada nunca transpareceu no rosto de Bennett
que ele não quisesse lá.
No instante em que os pulsos dela ficaram livres, Bennett levantou as mãos e sentou-se. Não
havia nada com o que ela pudesse machucá-lo ao seu alcance, mas se ela quisesse dar um tapa
nele, ele simplesmente aceitaria. Ele já tinha recebido coisas piores.
Mas ela não lhe deu um tapa. Apenas se sentou em silêncio, esfregando os pulsos,
observando-o. —Estamos bem?— Ele perguntou novamente.
Ela assentiu com a cabeça, aquela massa brilhante de cabelos negros azulados deslizando
para frente e depois voltando para trás. Ele teve uma súbita vontade de tocar o cabelo dela, só
para ver se era tão macio quanto parecia. Parecia meia-noite em uma noite sem lua. E, como ele
estava pensando em gestos proibidos, gostaria de delinear aquele rosto lindo com a ponta do
dedo e traçar os contornos daqueles lábios semelhantes aos das atrizes que foram a um cirurgião
plástico, só que a dela era 100% natural. Lábios tenros e macios, com um pequeno vinco no lábio
inferior.
Uma boca feita para beijar.
Uau.
Ela era sua contratante, pelo amor de Deus! Uma cliente. Ou melhor, o pai dela era o cliente,
mas ainda assim. Bennett nunca teve nenhum problema em manter seus sentimentos pessoais
separados do trabalho, mas essa mulher empurrou todos os seus botões.
Super inteligente e competente, agora ela parecia perdida e assustada e, bem, solitária. E ele
foi o único a fazer isso com ela.
Maldito Ricks, ele pensou pela bilionésima vez.
—Então, eu tenho alguns avisos de com vai funcionar,— disse ele.
—Ok.— Ela inclinou a cabeça e dirigiu aquele olhar incrível para ele, ouvindo atentamente.
—Primeiro de tudo, vamos ficar aqui por um tempo, então há alguns arranjos a serem feitos.
Ela piscou. —Por quanto tempo?

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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
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Bennett deu de ombros. —Eu não faço ideia. Literalmente. Deve durar até que seu pai diga
que os problemas acabaram.— E Deus sabia quando isso aconteceria. O cara tinha que compensar
um déficit de dez milhões de dólares quando ele provavelmente perderia um bilhão ou dois entre
o próprio dinheiro e o dinheiro de seus clientes. Mesmo para um gênio financeiro, isso deveria
levar tempo.
Ela exalou. —E se levar meses? Anos?
—Então, vamos ficar aqui meses. Anos.— Embora Bennett não achasse que demoraria tanto
tempo. Ricks morreria de ataque cardíaco se nada mais. —Não há nada que você ou eu possamos
fazer sobre isso. E se está pensando em eventualmente fugir, eu não faria se fosse você.— Ele
hesitou por um momento, depois deixou que ela soubesse. —Esses caras querem influenciar seu
pai da pior maneira. Acho que eles pensam que ele está os enrolando e que se tivessem você
como refém, ele simplesmente entregaria o que ele lhes deve. A coisa é que essas pessoas são
implacáveis. Tenho certeza de que seu pai não tinha ideia de quem eles realmente eram quando
aceitou o contrato. Os mafiosos tendem a usar homens de frente mais civilizados para que seu pai
não soubesse o quanto eles são brutais quando se trata de dinheiro.
Ela se inclinou um pouco para frente. —Se eles são tão brutais, então certamente irão atrás
do meu pai. Vão agarrá-lo, tentar espremê-lo.
Bennett assentiu com a cabeça bruscamente. —Bem pensado, só que você está perdendo
alguma informação.
Ela deu um meio sorriso. —Tenho certeza de que estou perdendo muitas informações. Eu
não sei nada do negócio do meu pai. Assim como não sei nada da vida dele.
Ocorreu a Bennett o quanto Ricks era estúpido. Não apenas em manter uma mulher como
Elle, uma mulher que qualquer pai ficaria incrivelmente orgulhoso, fora de sua vida, mas também
por não a convidar para seus negócios. Uma filha de nível genial mergulhada em matemática seria
o sonho de um proprietário de fundo de investimentos.
Mas Clifford Ricks era um daqueles homens que eram inteligentes e estúpidos.
—Seu pai está sendo protegido por seus homens. E como você, ele está se escondendo. Ele
está agitando sua mágica varinha de dinheiro em alguma caverna em algum lugar...— Embora
conhecendo Ricks, ele teria insistido em todo luxo possível, —esperando que a situação se resolva.
Bennett apostava que ele estava em Paris.
—Então... Você mencionou arranjos?— Ela colocou as mãos - esbeltas e elegantes - nos
braços da cadeira, mas parou e olhou para ele. —Posso levantar-me?
—Deus, sim.— Bennett se levantou, deu-lhe a mão. Ela provavelmente estaria rígida e
dolorida. —Exceto por deixar este apartamento, não há muito que você não possa fazer.
Desculpe-me se você se sente como uma prisioneira. Estou apenas tentando mantê-la segura.
Ela pegou a mão dele e houve alguma merda louca. Como um estalo elétrico, como uma
transferência de energia. Os dois retiraram as mãos e ela olhou para ele, assustada.
Bem inferno.

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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
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Isso era energia sexual, fora da escala. De uma mulher que ele estava proibido de tocar,
enquanto estivesse sob contrato para protegê-la.
Porra.
Seria um longo trabalho.

TRÊS

Elle tirou a mão da dele. O toque da mão dele tinha queimado a dela. Bem, não queimado
na verdade, foi mais como um choque elétrico. Ele deve ter sentido também porque a mão dele
caiu. Eles se encararam. Ela tinha certeza de que seu rosto mostrava consternação. O dele não
mostrava nada, mas trabalhando em segurança, ele provavelmente tinha aprimorado o rosto
inexpressivo até a perfeição. Ela não precisava de uma cara de pôquer em seu trabalho, e podia
sentir a expressão chocada que tinha.
Eles ficaram parados como manequins. Alguém tinha que quebrar o gelo. —Então,— ela
disse, virando-se, tentando persuadir seu rosto em linhas cordiais, —que tipo de arranjos?
Ele era rápido em pegar, mas alguém que deveria pular na frente de uma bala não poderia
ser lento. Ou isso era apenas para agentes do Serviço Secreto que protegiam o presidente?
Não, esse cara parecia que ia pular na frente de uma bala. Talvez a pegaria entre os dentes e
cuspiria de volta.
Em vez de responder, ele virou o computador na direção deles e abriu uma página. Amazon,
ela viu para sua surpresa. Ele iria encomendar um livro?
—Você vai precisar de... coisas.— Ele acenou com a mão para ela e pareceu - isso era
possível? - um pouco envergonhado. Havia uma pequena mancha vermelha nas maçãs do rosto,
parecendo estranha naquele rosto duro.
Bem, isso era divertido. O Sr. Super Duro ficou todo envergonhado com a ideia de que ela
acabaria precisando de absorventes, ou ele estava falando de escova de dente e creme dental? —
Coisas?— Ela repetiu, arqueando uma sobrancelha.
—Coisas.— Ele digitou alguns dados. —Roupas, primeiro de tudo. Essa sua jaqueta, por
exemplo. É uma coisa de estilista?
A mente dele parecia saltar de assunto para assunto. Ela olhou para si mesma. Ela adorava
essa jaqueta, com seu corte descentralizado. —Bem, sim. É uma Vivienne Westwood. Por quê?
—Ela fica ótima em você, muito legal. Eu nunca ouvi falar de Vivienne Westwood, mas acho
que ela é bem conhecida?
Elle assentiu. Para onde ele estava indo com isso?
—Então você tem um cartão de crédito ilimitado. É um cartão genuíno, mas é uma pessoa
falsa, e o endereço de entrega é para um serviço de mensageiro que trará as coisas para nós
rapidamente. Encomende em qualquer loja online que desejar. Use o cartão para comprar tantas

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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
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roupas e… Coisas que você gosta, mas elas devem ser sem graça. Ou pelo menos não o seu estilo
habitual e não os estilistas habituais que você escolhe.
Ela assentiu novamente. —Nenhum padrão pessoal que possa ser seguido, correto?
A boca dele se curvou, tanta emoção quanto ele se permitiu. —Correto. Compre o que
quiser em qualquer quantidade. Roupas, sapatos, roupas íntimas, lingerie, ah… cremes e
maquiagem. Tudo o que estaria em sua mala por pelo menos um mês de estadia em um hotel.
Tudo novo. Principalmente roupas para ficar em casa, não sairemos, certamente não fora deste
complexo. Compre algumas coisas específicas para atividade física, uma academia foi montada em
uma das salas.
Elle não frequentava academias, nem as mais chiques, —Este complexo tem uma piscina? Eu
vou comprar vários trajes de banho.— Ela frequentava piscinas. Ela nadava todos os dias.
—Há uma piscina.— Bennett se mexeu no assento como se estivesse desconfortável. —Há
câmeras de segurança em todo o complexo. Teremos que ver...
—Eu tenho uma ideia sobre isso. Um pequeno programa que desenvolvi. Deve mascarar
minha presença.
Um canto da boca dele se levantou. —Bem, isso seria útil. Então, sim, compre o maior
número de roupas de banho que você precisar. Nada muito chamativo.
Elle se absteve de revirar os olhos. —Prometo não comprar aqueles biquínis que são
basicamente fio dental. Costumo usar maios de competição de qualquer maneira. Não se
preocupe.
Ele deslizou um cardápio brilhante na frente dela. —Enquanto você está encomendando um
guarda-roupa online, eu vou pedir o jantar.— O dedo dele encontrou alguma coisa. —Eles têm
um...— Ele apertou os olhos, —quinoa, beterraba e salada de abacate. Parece bom. Você quer?
Eca. Parecia horrível. Elle leu o resto do cardápio. —Certamente não. Eu quero o
hambúrguer de filé mignon de 230 gramas, mal passado, batatas fritas e o cheesecake de
chocolate. Já é ruim o suficiente ser sequestrada, minha vida tirada de mim. O mínimo que você
pode fazer é me alimentar adequadamente.
—Sim, ma’am. Podemos definitivamente fazer isso.— Ele sorriu, dentes muito brancos no
rosto bronzeado. E oh, Deus, ele não deveria fazer isso. Sorrir. Ele era atraente de uma maneira
assustadora e desconcertante quando a estava drogando e sequestrando. Ele parecia duro e
completamente sem charme. Mas se ele fosse ligar o charme...
—Eu preciso tomar uma ducha,— disse ela, levantando-se abruptamente. —Então vou pedir
roupas e coisas. Elas serão entregues amanhã de manhã?
—Algumas coisas podem chegar esta noite. Vá em frente e tome seu banho. Você
encontrará uma camiseta que te cobrirá. Haverá algumas calças de yoga limpas, de uma de nossas
agentes deixadas em um dos armários. Elas podem te servir, embora ela seja mais alta que você.
Quando terminar o banho e terminar de pedir o que precisar, o jantar deve estar aqui.
Elle escapou para o banheiro porque a voz profunda estava criando estranhas vibrações em
seu estômago. Sem dúvida, um efeito da droga.

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Lisa Marie Rice
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O banheiro era suntuoso, ainda mais suntuoso do que o do hotel em Moscou em sua última
conferência. Não tinha água com perfume de rosas, mas tinha todo o resto. Elle mudou a
temperatura do chuveiro para alta, logo abaixo da água de cozimento de lagosta em ebulição, e
ficou sob a imensa ducha. A água sempre a revitalizava. Talvez ela tenha sido uma sereia em uma
vida anterior. Ela teve dois insights importantes enquanto nadava. Se nada mais, a água corrente a
acalmava.
Ela precisava se acalmar.
Estava presa no futuro previsível com um homem atraente que tinha excelentes maneiras se
você pudesse relevar que ele a drogou e amarrou.
A coisa era, ele deixou claro que dentro dos limites do apartamento ela poderia fazer o que
quisesse. Mas sua autonomia terminava na porta. Além daquela porta, ela era essencialmente
uma prisioneira. Em uma prisão de luxo, era verdade, mas uma prisioneira, no entanto.
Normalmente, Elle podia pensar com sair de qualquer dilema, mas não desse. Mesmo que
pudesse ser mais esperta que Bennett, o que não era um dado, seu pai estava em perigo e ela não
podia fazer nada para piorar sua situação.
Sem mencionar o fato de que não queria ser tirada das ruas por mafiosos russos e torturada.
Não.
Desligou a água e pegou uma toalha. Droga. Não podia nem reclamar das toalhas. Esta era
incrivelmente branca e muito fofa. E, certamente, havia uma camiseta enorme novinha em folha
que era essencialmente um vestido para ela. Olhou para baixo. Sim, atingia o topo de seus joelhos.
Ela tinha vestidos de verão que mostravam muito mais. Porque com um cara como Bennett, que
exalava testosterona de todos os poros, seria necessário ficar fora do radar sexual dele. Não que
estivesse preocupada que ele se forçasse com ela. Ele deixou claro que não faria isso.
Não, o problema era ela. Ele era... atraente. Gostoso, na verdade. Fazia muito tempo desde
que Elle achara qualquer homem atraente. A maior parte de suas relações com homens era com
matemáticos do sexo masculino, a maioria pertencente ao que ela chamava, nos recessos mais
profundos de sua mente, a Brigada da Caspa. Nas suas relações com os colegas, não havia um
hormônio envolvido, apenas seus neurônios. Estar com Bennett a fez sentir que os hormônios que
estavam cochilando há muito tempo, acordarem.
Seria difícil e desajeitado se ela não conseguisse se controlar.
Levantou as calças de ioga. A mulher a quem pertenciam devia ser gigante. O topo macio
teve que ser puxado para cima praticamente sob as axilas e teve que enrolar as pernas da calça
algumas vezes. Ela parecia uma criança vestida com as roupas de seus pais. Não. Puxou a calça de
ioga para baixo e se olhou no espelho, usando apenas a camiseta gigante. Amanhã, mais roupas
estariam chegando. No momento, isso teria que servir. A camiseta era de algodão de excelente
qualidade, chegava quase até os joelhos e era completamente modesta. Ninguém poderia dizer
que ela estava nua por baixo.
Abriu a porta do banheiro e saiu.

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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
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Ah porra. Porra, porra, porra.


Ela estava nua debaixo da camiseta dele. Ela não colocou a calça de yoga também. Bem,
Charlie era uma mulher forte, com mais de um metro e oitenta de altura e musculosa. Elle tinha
cerca de um metro e sessenta e dois e era esguia, quase delicada. Mas não colocar a calça... Jesus.
Ela teria uma ideia?
A abertura da camiseta era tão grande nela que ele podia ver os delicados ossos da clavícula
e a gola tendia a deslizar sobre um dos ombros. Suas pernas esguias estavam delineadas. E ela não
estava usando sutiã. Ela estava usando calcinha?
Que porra estava errada com ele?
Não deveria se importar se seus contratantes estavam nus. A única coisa com a qual se
importava era devolvê-los quando o perigo acabava na mesma condição em que estavam quando
foram confiados aos seus cuidados. Sem sequer um corte ou dano.
Infelizmente, Bennett sabia exatamente como era a sensação do corpo dela. Em Oxford, ele
basicamente a segurou enquanto manobraram para o carro que o esperava e então ele a carregou
até o helicóptero, depois teve que espetá-la novamente quando pousaram em Londres para que
ela ficasse dócil enquanto iam do helicóptero para a BMW que esperava na pista, até a garagem
subterrânea em Sparrow Square e depois para o elevador. Aquele segunda espetada foi uma dose
mais forte.
Bennett tomou todo cuidado para não a tocar. Isso teria sido assustador. Mas teria que estar
morto para não notar as curvas delgadas, aquele corpo forte e ágil. E teria que estar morto para
não ficar um pouco excitado.
Tudo bem, observá-la saindo do banheiro com um sopro de vapor vindo do chuveiro atrás
dela, muito excitado.
Merda.
Ele estava atrás da ilha, que o atingia no nível da cintura, e tinha que ficar assim. Ela estava
andando em sua direção, olhos azul-cobalto fixos nele, e era como se pudesse ler sua mente. Não
era uma sensação agradável.
Ele pegou uma taça de vidro, abriu um bom vinho tinto e serviu-lhe uma quantidade
generosa. Ele deslizou através do balcão de mármore da ilha. —Aqui. Tome uma taça de vinho
enquanto pede o que precisa.
Ela assentiu, pegando a taça. Graças a Deus ela se sentou de perfil para ele. Ela tomou um
gole e sentou-se, clicando em uma tecla. Ele poderia dizer que o monitor veio à vida pelo reflexo
de sua pele pálida. —Você tem os parâmetros do que pode pedir?
Ela estava rolando. —Acho que sim. Sem Vivienne Westwood, sem Stella McCartney, sem
estilistas modernos e peculiares. Coisas sem graça que não me farão sobressair.
Ele soltou um pequeno suspiro de alívio. —Exatamente. Obtenha tudo o que você poderia
precisar, roupas ou não. E lembre-se, sem limites no orçamento.

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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
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Ela estava estudando a tela e sua boca se levantou em um meio sorriso. —Imagino que a
maioria das mulheres mataria para ouvir isso.
—Sonho realizado.
Elle suspirou. —Na verdade não. Odeio fazer compras. Eu peço tudo online de qualquer
maneira. Então... Aqui vai.— Ela se inclinou para frente um pouco e focou no monitor.
Uau. Aquela energia estranha que surgiu entre eles se apagou como um interruptor quando
ela voltou sua atenção para outras coisas. Foi um pouco assustador quando ela se concentrou
nele. Assustador e excitante.
Droga.
Bennett remexeu nos armários acima da pia. Ele não esteve neste apartamento há alguns
anos, mas... Sim. Tudo ainda estava bem organizado. Pratos onde os pratos deveriam estar. Copos
onde os copos deveriam estar. Talheres na gaveta. Jogos americanos abaixo.
Sem comida, apenas vinho. Nem mesmo alimentos básicos. Eles podiam comer refeições
para viagem por um longo tempo. Sparrow Square ostentava um bistrô, um café, uma cervejaria e
um restaurante de serviço completo e todos entregavam para os apartamentos no complexo.
Mas Bennett era um bom cozinheiro e tinha que fazer alguma coisa enquanto estavam
confinados ao apartamento. Havia muitas lojas na área. Poderia encomendar mantimentos de…
—Feito,— ela disse secamente atrás dele.
Ele se virou surpreso. —Feito?
—Sim. Eu lhe disse que detesto fazer compras, mas sei do que gosto, então fiz tudo rápido.
Nem dez minutos se passaram. —Eu, hum, não quero questionar a velocidade de suas
habilidades de compra, mas podemos ter que estar aqui por um tempo então...
—Dez conjuntos de pijamas. Dez conjuntos de yoga, top e calça. Dez conjuntos de treino.
Dez conjuntos de roupa íntima. Dez camisolas de seda. Vinte pares de meias. Dez blusas, cinco de
cashmere, cinco de algodão e seda. Dez camisas, cinco de seda, cinco de linho. Dez pares de
calças, lã e algodão. Duas capas de chuva. Três jaquetas de lã. Cinco trajes de banho - espero
mesmo nadar. Quatro sapatilhas de bailarina para usar no apartamento. Dois pares de botas.
Quatro xales de cashmere. Um down coat.1 Artigos de higiene pessoal. E roupas íntimas.— Ela
falou tudo como se estivesse lendo no monitor, embora tivesse fechado o laptop. —E uma perdiz
em uma arvore de pera2. Eu devo ficar bem por um tempo. Gastei cinco mil libras.

1
2
É apenas uma forma divertida e melódica e terminar uma série de coisas. Os Doze Dias do Natal é uma cantiga de Natal inglesa que
enumera na forma de uma canção acumulativa uma série de presentes cada vez maior dados pelo “meu verdadeiro amor” em cada um
dos doze dias de Natal (correspondidos entre o dia de Natal e a Epifania do Senhor). (Wikipedia)
As últimas quatro linhas da música são:
Quatro pássaros cantando
Três galinhas francesas
Duas pombas de tartaruga
E uma perdiz em uma arvore de pera!

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21
ESCAPADA
Lisa Marie Rice
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Bennett deu de ombros. Não fazia diferença o que ela gastava, tudo estava indo para a conta
de qualquer maneira. Desejou que ela tivesse gastado mais para que seu pai pensasse duas vezes
antes de investir na máfia russa. Mas o que estava feito estava feito.
—Isso é ótimo. Simplesmente… ótimo. Nós devemos ficar... Ótimos.— Droga! Por que sua
língua estava presa no modo ótimo?
A campainha tocou e ele checou o monitor no canto do armário da cozinha. Havia outro na
sala e um em cada um dos dois quartos. Um garçom estava parado do lado de fora,
pacientemente, ligeiramente distorcido por causa da lente olho de peixe que mostrava que
ninguém estava ao lado. Um garçom, sozinho, com um carrinho de comida. O garçom era magro e
não havia arma possível que não aparecesse sob o uniforme justo. Ele parecia ter cerca de doze
anos, pesava cerca de cinquenta e quatro quilos e tinha espinhas.
Não era um mafioso.
Mas Bennett fez uma anotação para pedir fotos atualizadas de todos os servidores da
equipe do complexo, até os de meio período. Colocaria todas as fotos em seu sistema de
reconhecimento facial.
Mas enquanto isso...
Parou na porta, bloqueando qualquer visão da sala, embora Elle não fosse visível da porta.
—Obrigado,— ele disse em seu melhor sotaque inglês. Não havia sentido o garçom saber
que havia um americano no quarto. Ele segurou uma nota de dez libras entre dois dedos e ela
desapareceu instantaneamente.
Bennett também ficou satisfeito ao ver que o garçom não parecia ter doze anos de idade de
perto. Parecia ter dez. Havia outro monitor ao lado da porta e Bennett o observou se afastar com
um sorriso, segurando a nota de dez libras.
Bennett levou o carrinho até a mesa de jantar, surpreso ao ver que Elle havia guardado o
laptop e colocado a mesa com jogos americanos e copos.
Cara, essa mulher era rápida. Ele gostava disso.
—Está com um cheiro delicioso.— Ela colocou o nariz bonito e reto sobre os pratos cobertos
e inalou.
Bennett acenou com a mão para a cadeira. —Por favor, sente...
Mas ela já estava sentada, com um guardanapo no colo, e estava olhando em expectativa.
Oh cara. Ela era tão bonita. Mas, além da boa aparência, havia esse ar vibrante em torno
dela, como um pássaro cantarolando, como se ela funcionasse em uma frequência maior que as
outras pessoas. O fez se sentir bem, apenas por estar sentado em frente a ela.
Ela atacou o hambúrguer como se estivesse morrendo de fome. Provavelmente estava.
Muita coisa aconteceu desde que ela terminou seu discurso em Oxford, nada disso envolvendo
comida. Ela tinha sido drogada, sequestrada, voou para Londres, acordou, absorveu o fato de que
seu pai estava sob ataque e que ela tinha sido colocada debaixo de uma cúpula como seu
hambúrguer.

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—Então.— Ela engoliu um pedaço do hambúrguer. Ela comia muito organizadamente, mas
rápido. Metade se foi e ele se perguntou se deveria compartilhar parte de seu enorme bife e
salada de manga com ela. Ela acenou com um dedo entre eles. —Como é que isto funciona?
—Isto?— Bennett percebeu que estar com ela significava que ele teria que operar em uma
frequência maior também.
Elle soltou um suspiro impaciente. —Esta coisa de guarda-costas. Como funciona?
Ele provou sua salada. Estava excelente. Tinha certeza de que poderia reproduzi-la. —
Bem,— respondeu, —é muito menos complexo que a teoria dos jogos. Basicamente, fico perto de
você e formo uma barreira ao seu redor. É mais ou menos isso. Existem teorias sobre guarda-
costas, linhas de fogo, perímetros de proteção, mas essa é a essência. Ficar perto do cliente -
chamado de contratante no negócio - e formar uma barreira de proteção.
—Huh.— Ele praticamente podia ver sua cabeça zumbindo. —Então... Você levaria um tiro
por mim?
Ele abaixou o garfo e se inclinou para frente. —Sim. Absolutamente.— Sua voz estava muito
séria porque ele estava sério. —Esse é o trabalho.
Aqueles olhos azuis profundos e brilhantes se arregalaram. —E você já? Levou um tiro?
—Sim.— Ele particularmente não queria falar sobre isso. —Já.— Vários, na verdade.
—Você perdeu alguém?
—Não.— A voz dele era brusca e ele não queria ser brusco com ela. —Para falar a verdade,
não faço muito mais o trabalho de proteção executiva e estamos mudando para outras áreas de
segurança. Eu sou o chefe da minha empresa e estamos crescendo rápido. É um mundo perigoso.
Administrar a empresa ocupa a maior parte do meu tempo. Eu só aceitei este trabalho porque seu
pai insistiu.
—Bem.— Ele daria muito dinheiro para decifrar os pensamentos girando pela cabeça dela.
Ela sorriu. —Estou feliz que você aceitou.
Ele sorriu de volta. —Sim. Eu também estou.

QUATRO

Ser sequestrada era exaustivo. Por sorte, Elle estava na cama certa para isso.
A cama era insanamente confortável, os lençóis cheiravam a lavanda, o jantar que ela comeu
se acomodou calorosamente em seu estômago e, deveria ser dito, ela tinha um cão de guarda
muito eficiente na porta ao lado.
Bennett se oferecera para dormir no sofá se isso a fizesse se sentir melhor, mas ele também
a conduziu através dos recursos de segurança do apartamento, que eram incríveis. Depois da
turnê, ela insistiu que ele ficasse no outro quarto.
O apartamento fazia Fort Knox parecer coisa de amador.

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As janelas davam para um pátio interno muito bonito e as vidraças tinham sido substituídas
por vidro à prova de balas e um filme que deixava entrar a luz, mas tornava o apartamento
invisível do lado de fora. A porta da frente era essencialmente um cofre e tinha um sistema
hidráulico para facilitar a abertura e o fechamento.
A maioria dos apartamentos de luxo possuía detectores de fumaça e este também, é claro.
Também podia detectar a maioria das armas biológicas e radiológicas. Os monitores mostravam
cada centímetro do corredor do lado de fora.
Então ela estaria super segura, mas sem nada para fazer.
Isso ia ser difícil. Elle estava acostumada a estar ocupada. Era professora visitante em dois
campus na Costa Leste e viajava constantemente dando palestras. É verdade que estava
escrevendo um livro sobre Teorias Aleatórias em Game Playing, mas havia apenas tantas horas em
um dia que você poderia escrever.
Seu pai teria pressionado o botão de pânico desnecessariamente? Chamando os marines?
Ou qualquer ramo dos militares de onde Bennett veio. Porque claramente ele tinha sido militar
em algum momento de sua vida, com aquela postura ereta, aquele ar prático e sério.
Ele era um homem fascinante, seu guarda-costas. Não era apenas uma questão de seus...
encantos físicos, apesar de serem muito potentes. Elle não estava habituada a lidar com homens
fisicamente poderosos, então estava aberta à ideia de que talvez estivesse cega pelos músculos.
Poderia ser.
Ele certamente tinha muitos músculos.
Elle quase podia sentir seu cérebro recuar do neocórtex, local do pensamento abstrato, para
o hipotálamo, local dos instintos básicos. Em algum lugar no passado distante, sua tatata-sei-lá-
quantos-tataravó escolhera um companheiro especificamente pelo seu físico, para protegê-la.
E milhares de anos depois, sua milenar bisneta inteligente, que se achava bem acima desse
tipo de coisa, estava caindo em uma armadilha pré-histórica.
Mas não eram apenas músculos ou a coisa de colírio para os olhos. Ela poderia ir para a praia
para conseguir isso. Não, ele parecia esperto, realmente inteligente de uma maneira aprendi isso
na vida. Ela viajou muito e considerava-se mais experiente, mas ele a sequestrou à vista de todos e
a escondeu sem suar a camisa. Talvez ele tenha feito esse tipo de coisa antes, mas foi feito muito
bem.
E embora ele não tenha discutido sua empresa de forma alguma, ela o procurou no Google
depois de perguntar seu nome. BMC Security. Depois do nome dele, Bennett Cameron. Havia um
nome do meio lá. M. Michael? Morris?
Másculo.
O site da empresa era incrível. Estiloso e legal, dando muito pouca informação, mas o que se
via claramente através da mensagem era que se você tivesse um problema, eles cuidariam disso
para você. Nenhuma informação sobre preços. Se você tivesse que perguntar, você não poderia
pagar. Muito bem feito.

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Nenhuma foto de funcionários, apenas a foto de Bennett. Ele dissera que a empresa
empregava 150 pessoas, mas elas permaneciam anônimas. Não havia número de telefone. Apenas
um e-mail. Em uma fonte minúscula.
Aquela fotografia de Bennett... não era uma foto vaidosa. Não era uma pose e as poucas
rugas no rosto - mais um produto do sol do que a idade - não foram tratadas com photoshop. Mas
sua vitalidade saltava da página.
Quando ela fechou os olhos, podia ver o rosto dele atrás de suas pálpebras. Sério, sem ser
pomposo, boa estrutura óssea e aqueles olhos penetrantes que pareciam ver tudo.
Muito agitada pelos muitos eventos do dia, ela revirou na cama. Não vou conseguir dormir,
ela pensou, deitada na cama extraordinariamente confortável, com colchão de espuma e lençóis
de milhões de fios.
Ela estava dormindo um segundo depois.

Depois de alguns minutos, ela abriu os olhos, totalmente renovada. Isso foi rápido, pensou.
Em seguida, verificou o relógio. Eram nove da manhã e ela dormiu por onze horas seguidas.
Estranho o que ser sequestrada poderia fazer. Normalmente ela tinha o sono muito leve.
Talvez fosse o silêncio no quarto, o silêncio de paredes sólidas e tapeçaria que absorvia o
som. Estavam no coração de um complexo de apartamentos e não havia som.
Espere - havia uma ligeira - batida. Como um batimento cardíaco. Um batimento cardíaco
rápido. Um som estridente.
Jogou o edredom para trás e andou descalça pelo apartamento. Estava sozinha? Bennett
não deveria ficar ao seu lado? Ele não estava no outro quarto. A porta estava aberta e ela podia
ver o interior. Era uma réplica do dela, apenas as paredes eram verde-floresta, o carpete e o
edredom cinza cor de aço. A porta do banheiro estava aberta e o banheiro estava vazio. Não
estava na cozinha ou na sala de estar. Restou somente um cômodo e certamente aquele som
estranho de vibração se tornou mais forte conforme ela caminhava em direção a ele.
Abriu a porta, parou no limiar e olhou fixamente. O som estridente era muito mais alto.
Bennett, com uma camiseta cavada cinza encharcada de suor, calções e ataduras ao redor das
mãos, estava batendo em um saco cilíndrico até a morte. Seus movimentos eram firmes e brutais
e o saco balançava no teto, fazendo arcos conforme ele batia.
Era chamado de saco de pancadas e o que ele estava fazendo parecia simples, mas era tudo
menos isso. Elle havia tentado uma vez, em uma brincadeira em uma academia frequentada por
um colega de matemática, em uma tentativa vã de conseguir definição muscular.
Ela recebeu luvas e um tipo engraçado de capacete de couro e deu um forte soco no saco,
que não se moveu um centímetro. Ela deu um soco mais pesado, um que ela sentiu na ponta dos
pés, e ele mal se mexeu. Outro e outro e outro. Quando percebeu que aquele saco estúpido a
estava derrotando, ela ficou de pé, muito zangada, e soltou um soco enorme e o saco a derrubou.

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Então, observar Bennett em sua rotina de exercícios, dançando com graça ao redor do saco,
golpes que o moviam para frente e para trás, ela sabia que o que ele estava fazendo exigia não
apenas uma força enorme, mas reflexos rápidos.
Colocou o ombro no batente da porta e observou, fascinada. Aqueles músculos tinham
estado escondidos sob suas roupas elegantes, mas agora podia ver que seu corpo era quase brutal
em sua força, embora magro. Ele se movia com força e graça, quase como um autômato, pisando
levemente como se estivesse em um balé.
Seu olhar encontrou o dela por um segundo poderoso e ela sentiu como se tivesse sido
tocada. Não, não tocada - socada. Ele se concentrou novamente no saco pesado, mas apenas
aquele olhar fez a pele sobre seu corpo inteiro arrepiar, deixou seus joelhos fracos, fez o calor
correr através dela.
O que ela tinha visto até agora tinha sido um cara durão - sim. Certo. Seu trabalho inteiro
era ser um cara durão. Mas também alguém muito civilizado e educado, que se expressava bem,
com excelentes maneiras.
Este homem era um animal. Uma fera em seu apogeu, batendo em um saco pesado, não
deixando dúvidas de que venceria um cara mau da mesma maneira. De forma impiedosa e
eficiente. Cada movimento que ele fazia era minimalista, sem desperdício de energia, poder puro.
Cada músculo estava em jogo desde os ombros até as panturrilhas. Músculos tensos e
compridos. Ela nunca tinha visto nada tão bonito quanto isso e não conseguia tirar os olhos dele.
Elle não fazia ideia de quanto tempo se passou enquanto ela o observava espancar o saco
pesado, incansável e quase mecanicamente. Parecia que ele não estava se cansando. Nunca se
cansaria.
Ela tinha ficado absolutamente exausta depois de apenas um ou dois minutos tentando dar
um soco no saco pesado, chegando a lugar nenhum. O que ele estava fazendo era uma façanha de
força e agilidade humana e, com exceção do suor abundante que escorria de seu corpo, ele fazia
parecer fácil.
Ela observou enquanto o saco tremulava com movimentos tão ritmados que poderia ser um
metrônomo. Finalmente, ele parou. Não porque estivesse cansado, mas porque algum relógio
interno dizia que era hora. Ele se posicionou, colocou uma mão enfaixada para parar o saco e
olhou para ela. Ele não estava nem respirando com dificuldade.
—Oi,— ele disse. —Bom Dia. Espero que você tenha dormido bem. Preciso tomar um banho,
mas o café da manhã está esperando. Suas encomendas chegaram. Eu as coloquei no armário do
corredor.
Elle assentiu, tão estupefata que não conseguia nem falar. Simplesmente ficou de pé,
segurando o batente da porta para se equilibrar. Ele parou de treinar, mas aquela aura animal de
força e poder ainda estava lá, quase visível. Não seu guarda-costas civilizado, mas um homem de
imenso poder. E, infelizmente, um homem que a excitava, imensamente.

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Elle não estava acostumada com isto. Isso a atropelou. Ela costumava ser levemente atraída
por homens às vezes, geralmente matemáticos. O físico esquisito. Era uma sensação agradável,
como curtir boa música ou um bom copo de vinho. Não... isto.
Isto era poderoso, correu através dela como ondas no oceano, quase incontrolável. Ela teve
que pensar para colocar a boca para funcionar, para mover os pés.
—Sim.— Ela inspirou e expirou. —Te vejo no café da manhã em alguns minutos.— E saiu.
Os pacotes estavam no grande armário do corredor. Havia muitos e ela estava feliz com suas
escolhas. Um guarda-roupa completo para ser sequestrada e mantida em segredo, tudo perfeito.
Abriu tudo no quarto e vestiu um suéter de cashmere verde escuro, calça preta de yoga e
sapatilha preta de bailarina.
Quando abriu a porta do quarto, o cheiro do café da manhã a assaltou e ela percebeu como
estava com fome.
—Oi.— Bennett a olhou por cima da mesa posta. —Esquentei tudo. Vou encomendar alguns
mantimentos, para não dependermos tanto de comida para viagem.
A mesa estava bem arrumada, com jarras de café, leite, um prato de ovos mexidos, pão de
cinco grãos, croissants, manteiga, uma seleção de geleias e seis potes de iogurte.
Ela se sentou. —Você cozinha?
Ele sorriu. —Pode apostar. Eu gosto da minha comida e comer fora nem sempre é viável.
Sem mencionar que comer fora o tempo todo não é saudável.
Uau. Ele havia voltado a ser o rapaz agradável e civilizado, vestido com uma blusa preta de
gola alta e jeans pretos. Parecendo perfeitamente normal, puxando a cadeira e esperando até que
ela se sentasse antes de se sentar.
Mas era tarde demais. Ela o viu em seu estado bruto de cara pré moderno e seus hormônios
nunca mais seriam os mesmos.
Elle se sentou, desdobrou delicadamente o guardanapo de linho e o colocou sobre o colo,
movimentos familiares que mascaravam o leve tremor de suas mãos. Oh cara. Não estava
acostumada a ter seu cérebro indo para um lado e seu corpo para outro.
Seu cérebro estava lidando com um cenário perfeitamente normal. Uma refeição com um
homem atraente, talvez um leve flerte entre as geleias e iogurtes. Prestando atenção ao cara, mas
também pensando no dia seguinte.
Essa era a cabeça dela.
Seu corpo... Droga.
Seu corpo estava em uma página totalmente diferente. Seu corpo estava neste exato
momento se levantando e deslizando no colo dele, enrolando os braços ao redor de seu pescoço e
beijando-o. Não um leve beijinho nos lábios. O tipo de beijo ao qual ela nunca se entregou, mas
que ela imaginava que ele era especialista. O tipo onde você se mistura com o cara.
Então aqui estava ela, completamente dividida.
Ele se inclinou um pouco para frente, franzindo a testa. —Você está bem?

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Não, não estou bem. Eu pareço ter uma compulsão para fazer sexo com você porque te vi
batendo naquele saco de pancadas, suado, todos os seus músculos à mostra.
Isto é altamente incomum para mim.
Isto era insano. Ela quis que suas mãos parassem de tremer e deu um sorriso educado. —
Sim, estou bem. Por que você pergunta?
O rosto dele clareou. —Por um segundo… você dormiu bem? A cama é nova e deveria ser
confortável. Mandei colocar colchões de memory foam3.
Ela sorriu um pouco com esse pensamento. Bersecker4 primitivo com músculos até no
bumbum, ponderando sobre colchões de memory foam. Ele também verificou pessoalmente a
contagem de fios dos lençóis? A imagem a acalmou um pouco.
—Muito confortável, obrigada. Eu dormi como uma pedra. Acordei com uma ligeira dor de
cabeça.
Ele abaixou o garfo e dessa vez franziu o cenho. —Droga. Eu estava absolutamente certo de
que o tranquilizante não tinha efeitos colaterais a longo prazo.— Ele estendeu a grande mão e
colocou sobre a dela. —Eu sinto muitíssimo. Se eu tivesse alguma escolha no assunto... mas eu
não tinha. Seu pai deixou claro que tínhamos que agir rápido e eu não conseguia encontrar outra
maneira.
Suas mãos faziam um contraste tão sexy. As dele eram grandes, limpas, unhas bem cuidadas,
mas ásperas. Ela podia sentir os calos contra as costas da mão. Sua própria mão era macia. Mas
então Elle não fazia muito com as mãos além de digitar dados em um teclado. Até mesmo seus
tons de pele eram sexy. A pele dele era bronzeada, a de um homem que passava muito tempo ao
ar livre. Ela não se dava bem no sol e se cobria com protetor solar fator 1000 sempre que saía.
Macho. Fêmea.
Deus. Na verdade, não lhe ocorreu o quanto os dois gêneros eram diferentes. Para ela, os
homens eram essencialmente mulheres com carne extra pendurada entre as pernas. Não este
homem. Este homem era Diferente.
—Eu não acho que é isso,— ela disse, deixando a mão onde estava. —E a cama estava super
confortável. Mas estou preocupado com meu pai.
A mão dele brevemente apertou a dela, em seguida, ele serviu uma xícara de café, colocou
um croissant no prato dela. Seu rosto ficou sério. —Eu conheço os homens que o protegem. Nada
vai acontecer com seu pai sob a vigilância deles. Assim como nada vai acontecer com você. Ele e
você estão perfeitamente seguros.

3
A memory foam, também conhecida como espuma viscoelástica, é um tecido à base de poliuretano desenvolvido pela NASA em
1966 para aperfeiçoar a segurança e o conforto dos assentos das espaçonaves.
Como acontece com muitas tecnologias militares e espaciais, depois de um tempo, esse material acabou quebrando os limites dos
laboratórios e invadiu as lojas. Atualmente, a presença dessa tecnologia é vista com mais facilidade na forma de travesseiros e
colchões com propriedades ortopédicas e terapêuticas, segundo algumas empresas do ramo.
Essa espuma possui uma combinação de viscosidade e densidade única, originada a partir da injeção de gás em uma matriz de
polímeros. Com isso, o material ganhou uma propriedade muito interessante: ele pode se moldar ao corpo das pessoas, recuperando
posteriormente a sua forma original sem qualquer deformação. Dependendo da temperatura em que é fabricado, o tecido se torna
mais firme, porém, sem perder a maciez que proporciona a sensação de conforto.
4
Berserkir foram guerreiros nórdicos ferozes, que estão relacionado a um culto específico ao deus Odin. Eles despertavam em uma
fúria incontrolável antes de qualquer batalha.

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Perfeitamente seguros. Era uma noção estranha e não completamente verdadeira. Todo o
tipo de coisas poderia acontecer, algumas eram estatisticamente prováveis. Seu pai era velho e
não estava bem de saúde. Era diabético e tinha quatro stents. 5 Ele comia muito mal e trabalhava
muito duro. Poderia cair morto de um ataque cardíaco a qualquer momento. Era preciso
aumentar as chances dela porque era jovem e estava em perfeita saúde. Mas havia terrorismo e
tempestades catastróficas e uma recorrência da gripe espanhola.
Zumbis.
O sol poderia morrer.
—Você já perdeu alguém?
Ele olhou para um lado e seus músculos da mandíbula cerraram. —Não neste negócio,
não.— A voz dele era brusca.
Ela inclinou a cabeça. —Você perdeu alguém quando estava nas forças armadas?
A cabeça dele girou para ela imediatamente. —Como você sabia que eu estive nas forças
armadas?
—Leis da probabilidade. Você tem habilidades que seriam difíceis de ganhar na vida civil.
Você disse que não perdeu ninguém na sua empresa, então infere que perdeu alguém em outra
empresa. Não há muitas empresas onde você pode perder pessoas. Medicina, aplicação da lei e as
forças armadas. Nada de mais.
—Você está certa. Eu diria que foi um bom palpite, mas provavelmente não houve
adivinhações. O computador na sua cabeça colocou as variáveis e encontrou a resposta correta.
Era exatamente assim, mas quando ele falava desse jeito, fazia com que ela parecesse um...
um robô. Uma máquina.
Seu olhar caiu para o prato. Seu apetite de repente a abandonou. Ela seguiu a forma de um
pequeno pássaro pintado no prato. Agora que percebeu, aquele mesmo pequeno pássaro,
estilizado, muito elegante, também estava bordado na toalha da mesa.
—Como você quer passar o dia?— Bennett perguntou. —Eu não posso deixar você sair, mas
fora isso, posso pedir qualquer coisa que você goste. Qualquer livro ou filme. Qualquer alimento
especial. Qualquer coisa que você quiser.
O elegante pássaro estilizado era reproduzido como um ícone minúsculo nas alças dos
talheres e uma das lâmpadas tinha uma base de latão com o pássaro gravado.
Tudo clicou.
—Eu sei onde estamos!— Ela exclamou. —Estamos em Sparrow Square!
Bennett assentiu. —Sim. Desculpe-me, não quis esconder onde estávamos. Eu não sabia se
você estaria familiarizada com o lugar.
A sensação de luxo elegante e tranquila, os serviços de plantão... os pássaros. Sparrow
Square. Um quarteirão completo de apartamentos de luxo no centro de Londres, originalmente
uma obra-prima da Art Deco, embora os apartamentos tivessem sido renovados muitas vezes ao

5
Na medicina, um stent ou estente é uma endoprótese expansível, caracterizada como um tubo perfurado que é inserido em um
conduto do corpo para prevenir ou impedir a constrição do fluxo no local causada por entupimento das artérias, ou para reconstruir
uma artéria acometida por aneurisma.

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longo dos anos. Ela sempre quis conhecê-lo. Não necessariamente como uma prisioneira de luxo,
no entanto.
—Eu li alguns artigos sobre o Sparrow Square. Eu também li que há uma piscina Art Deco. Eu
adoraria nadar. Nadar é meu alívio do estresse.
Bennett inclinou a cabeça para o quarto onde estivera brigando com um saco. —Nós temos
muitos aparelhos de ginástica, uma bicicleta ergométrica, você pode escolher lá. Se houver outro
equipamento que você gostaria...
Mas ela já estava sacudindo a cabeça. —Se eu for proibida de ir à piscina, posso passar cinco
minutos na bicicleta ergométrica, mas prefiro ir à piscina.
Ele se sentou olhando para ela, o rosto completamente inexpressivo. Elle entendia muito
bem que ele estava pesando prós e contras. Contra: provavelmente qualquer saída fora deste
apartamento não estava no protocolo, era proibido. Quem sabia quem estaria na piscina? Prós:
eles não sabiam quanto tempo duraria essa situação. Uma semana, um mês, um ano? Anos?
Estava completamente em aberto. Ficar plantada em um apartamento levaria qualquer pessoa a
loucura. Elle era caseira e gostava de estar em casa, mas havia um limite.
—Há riscos,— disse ele finalmente. —Ficar aqui é mais ou menos livre de risco, a menos que
você poste EU ESTOU AQUI com uma grande seta vermelha na sua página do Facebook.— Ele
olhou para ela com desconfiança. —Isso seria muito idiota.
—Seria,— ela concordou. —Felizmente, não tenho uma página no Facebook.
Particularmente não gosto de mídia social. É muito fragmentado.
—Ótimo. Torna as coisas mais fáceis. Iogurte?— Ele empurrou um pote de iogurte cremoso
para o lado dela na mesa. Ele estava imóvel.
Ela apenas olhou para ele, esperando.
—Eu não gosto disso.— Ele cerrou as mandíbulas. —Eu sei que você está segura aqui.
Elle se inclinou para frente, empurrando o prato para fora do caminho. —Você está
preocupado com a gravação de segurança interna, certo?
Ele assentiu. —Sim.— A palavra soou como se fosse puxada de sua boca com um alicate.
—Eu tenho uma ideia, uma forma de contornar essa questão. Se você concordar que a ideia
é segura, eu irei nadar. O que você diz?
Ele apenas olhou para ela, a cabeça para o lado. E esperou. Ela esperou. Finalmente, ele
acenou com a cabeça. —Vamos ouvir isso.
—Melhor ainda, vou te mostrar.
Elle manteve o rosto impassível, mas por dentro ela bombeou o punho. Agarrando sua xícara
de café, ela foi para seu laptop. Ele o olhou com curiosidade. Ele não tinha um logotipo da marca e
era cinzento e deixava todos os outros computadores do mundo na poeira.
O bebê dela.
Ela se sentou em frente ao monitor e tirou uma foto de si mesma, do rosto todo e de perfil,
esquerda e direita, digitou os dados e deixou seu pequeno programa fazer sua mágica. Olhando

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para ele, ela disse: —Imagino que você tenha acesso às câmeras de segurança do prédio, estou
certa?
Um homem destes, dirigindo uma empresa como a dele, não deixaria que os guardas do
prédio administrassem a segurança sem supervisão.
Ele hesitou e ela esperou pacientemente. Provavelmente, invadir o sistema de câmeras de
segurança da Sparrow Square era ilegal. Ou imoral. Ou irregular. Ou algo parecido. Ela se
importava?
Ele estendeu a mão para o teclado e digitou algum código e, ah, sim. Lá estava. Uma tela
cheia de pequenos quadrados como um mosaico, cada quadrado mostrando uma seção do
Sparrow Square. A entrada principal, a recepção, os restaurantes, corredores. —Qual é o nosso
corredor?
Bennett clicou em seu teclado até que um corredor que parecia exatamente igual aos outros
apareceu, então foi ampliado de modo que encheu a tela.
O corredor estava vazio. Bem, sim. O Sparrow Square foi feito para empresários que
queriam um lar longe de casa. Eram dez da manhã. Aqueles que gostavam de dormir até mais
tarde estariam na cama, os workaholics estavam no trabalho.
Ela se levantou e virou o laptop para que ele pudesse ver a tela. —Fique aqui, na frente do
meu laptop. Eu volto já. Estarei no corredor e você poderá me ver o tempo todo. Ou... não.
Ele olhou para ela sem mover a cabeça, o rosto voltado para o monitor. —OK.
Elle saiu do apartamento e caminhou lentamente pelo longo corredor em direção ao
elevador, tocou-o e caminhou de volta. Como uma volta, só que não em uma piscina. Antes que
tivesse a chance de bater na porta, ela foi aberta e lá estava ele, Bennett, olhos escuros
iluminados. Olhando para ela como se fosse uma maga. —Eu não posso acreditar no que acabei
de ver!
Ela sorriu para ele. —Deixe-me adivinhar. Meu rosto estava desfocado, quebrado com linhas
verticais ou horizontais. Nem um pouco claro e não reconhecível como eu.
—Bingo. Eu não acredito que você fez isso. Você é um gênio.
Ela sorriu presunçosamente. —Eu sei.
Então ele a beijou.

CINCO

A cabeça de Bennett fez aquela coisa crepitante que a cabeça dela tinha feito no monitor,
como fios cruzados. Sua cabeça tremeu, crepitou e acendeu. Simples assim, só porque os lábios
dele tocaram os dela.
Ele estava tendo um grande momento de dissonância cognitiva, porque beijar uma
contratante estava errado em um milhão de níveis diferentes e ainda aqui estava ele, beijando Elle

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Castle como se ele fosse um homem morrendo de sede no deserto e tivesse repentinamente
encontrado um oásis.
Não é como se ele estivesse faminto de beijos ou algo assim. Foda-se não. Ele fez sexo...
Quando foi? Não muito tempo atrás, com... Como é que era mesmo o nome dela? A banqueira
com sorriso de tubarão, que lhe deu uma palestra durante uma hora durante o jantar sobre as
taxas de juros.
Mas não era nada disso. Foder a banqueira foi muito menos excitante do que beijar Elle. Ela
simplesmente brilhava com inteligência e vida. Ele estava mantendo distância dela. E agora estava
beijando-a... Oh cara.
Curto circuito.
Ela estava se contorcendo em seus braços e, como algum batedor distante tentando
freneticamente sinalizar que o inimigo estava no horizonte, seu cérebro percebeu que algo estava
errado. Ele a soltou - embora fosse a última coisa que queria fazer - e ela trouxe os braços para
cima e envolveu-os firmemente em torno do pescoço dele.
Oh. Ela queria se aproximar, não fugir.
Esses pensamentos eram vagos e fugazes. O que estava na frente e no centro de sua mente
era o quanto era bom tê-la em seus braços. Como seus lábios eram macios, sua pele, como ela
cheirava bem. Era prazer em alguma escala desconhecida, completamente…
Seus lábios se separaram por um segundo enquanto ele inclinava a cabeça para um melhor
sabor dela. Mas esse segundo foi apenas o suficiente para quebrar a carga elétrica. Ele puxou a
cabeça para trás, fechou os olhos. —Nós não podemos fazer isto,— ele disse, a voz áspera. —É...
errado.
Ele abriu os olhos e a viu franzir a testa. Errado. Errado foi a palavra errada. As engrenagens
enferrujadas em sua cabeça rangeram quando se viraram lentamente. —Não é errado. É
inapropriado.
Ela ainda estava carrancuda, então talvez inapropriado também não fosse a palavra certa.
Ele apenas esgotou o arquivo de palavras em sua cabeça, então a beijou novamente.
Ela o beijou de volta. Oh Deus, toda vez que sua língua tocava a dela, ele sentia um pequeno
choque elétrico. Ele a vez recuar um passo, dois, até que as costas dela atingiram a parede, e ele
simplesmente mergulhou. Suas mãos atravessaram o cabelo preto brilhante e seguraram a cabeça
dela, mantendo-a imóvel para seu beijo.
Sua boca viajou pela dela, para baixo sobre a mandíbula elegante até o pescoço longo e
pálido. Ele beijou sua pele, lambeu-a. Deus, o gosto dela era absolutamente delicioso, como
sorvete de baunilha salgado, tão bom que ele precisava dar uma mordida. Deu-lhe uma pequena
mordiscada, terminando em um beijo bem no mesmo lugar e sentiu-a tremer um pouco.
Oh sim. Ela era sensível lá. E atrás da orelha. Uma mordiscada lá a fez pular um pouco. Uma
lambida a fez gemer.
Ela era muito receptiva. Ele podia sentir o que ela estava sentindo. Quando lambeu seu
pescoço, podia sentir a batida de seu coração, rápido e leve. Sua mão deslizou sobre o ombro

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dela, para baixo sobre o seio esquerdo e pôde sentir o batimento cardíaco ali, mais forte e mais
rápido. Ele segurou seu seio, esfregou o polegar sobre um mamilo duro, e sentiu a excitação dela
em sua boca enquanto ela exalava com um gemido.
Tudo que ela fez o excitou enquanto ele seguia em uma viagem exploratória para ver e
sentir o que a agradava. Ela detinha todo o poder aqui, ele estava apenas junto para o passeio,
porque tudo o agradava. Tudo sobre ela, a textura da pele, o calor de sua boca, era todo prazer
quente.
Foi necessário cada grama de autocontrole para levantar a boca de sua pele, embora
quisesse sua boca em todos os lugares no corpo dela. Ele a queria nua e debaixo dele e porque
queria muito isso, parou e respirou o cheiro dela, tentando voltar para dentro de si mesmo.
Bennett a abraçou, uma mão segurando a cabeça dela contra o seu ombro. Foda-se, sim, era
inapropriado, mas cara, era tão bom!
Não sabia quanto tempo ficaram lá. Ele poderia ter ficado ali para sempre. Mas ela
finalmente deu um suspiro e moveu a cabeça, olhando para ele.
—Inapropriado?— Ela perguntou, arqueando uma sobrancelha.
Bennett deu de ombros. —Sim. Eu devo te proteger, não te beijar. De fato, eu deveria me
demitir.
—Os dois são mutuamente exclusivos? Quer dizer, é menos provável que você me proteja
agora que nos beijamos?
—Não. Mas não é profissional envolver-se pessoalmente com um contratante, com alguém
que você está protegendo. Confunde os meus instintos.
Os olhos dela procuraram os dele enquanto ela ponderava isso, franzindo a testa. Desde que
ela estava pensando, ele podia olhar nos olhos dela sem ser assustador, porque cara, eles eram os
olhos mais bonitos que ele já tinha visto. Uma cor tão incomum...
—Você usa lente de contato?— Ele deixou escapar, as engrenagens em sua cabeça ainda em
seu estado enferrujado, rangendo sem descanso.
—Não.— Ela franziu a testa novamente. —Você tem um processo de pensamento muito
errático.
Não, ele não tinha. Ele era tão linear quanto uma régua, normalmente. Era Elle Castle quem
o jogava fora de seu passo. Mas não podia dizer isso. Ela não podia evitar se era linda e fascinante.
Com enorme dificuldade, Bennett agarrou os restos de autocontrole que sobravam
enquanto soltava Elle. Soltar Elle foi mais difícil do que achava que seria e ele descobriu que tinha
que dar um passo para trás, fora do alcance do braço.
Elle colocou os punhos nos quadris. —Bem?
Ele olhou para ela. —Bem o que?
Ela franziu a testa novamente e ele percebeu que ela estava duvidando de sua inteligência.
Ou sanidade. Ou talvez os dois.
—Bem, temos um acordo ou não?
—O que?— Bennett queria que as engrenagens enferrujadas voltassem a funcionar.

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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
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Elle deu um bufo muito deselegante. —Nós concordamos que se eu provasse que eu poderia
ir para a piscina nadar anonimamente, você me deixaria ir. Você viu o que meu programa fez.
Ninguém me reconheceria naquela fita de segurança.
Tudo em sua cabeça disparou de volta, como a dobra espacial voltando online. Ele poderia
pensar novamente. Embora tivesse que se perguntar se tinha ficado temporariamente insano,
porque ele assentiu. —OK. Você tem razão. Eu vou acompanhá-la até a piscina.
—Ótimo. Sairei imediatamente.— Ela deu-lhe um sorriso tão deslumbrante que ele quase se
aproximou novamente, e desapareceu no quarto. Ao contrário da maioria das mulheres, ela era
muito rápida e voltou quase imediatamente.
Ele teve que se esforçar para alinhar seu cérebro com sua língua.
Algum instinto lhe disse para não fazer nenhum comentário sobre o quanto ela estava
bonita, mas cara... Ela havia encomendado um maiô de competição azul-escuro e estava
segurando um boné creme em uma das mãos. Um pensamento passou lentamente por sua
cabeça, algum tipo de desconexão entre ela de pé em um maiô de uma peça e andando até a
piscina vestindo apenas isso.
Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, ela pegou uma toalha e um roupão atoalhado e
calçou os chinelos. Ele olhou para os chinelos e pensou - até mesmo seus malditos pés são lindos.
Ela estava coberta. Graças a Deus. Alguma parte primitiva dele não estava feliz com o
pensamento dela andando pelo Sparrow Square em um traje de banho. Ela era tão... tão... tão.
Os óculos de natação pendiam de um dedo enquanto ela olhava para ele
interrogativamente. —Você não vai nadar?
Ele tinha uma resposta para isso. —Não. Eu vou cuidar de você.— Ele a beijou e isso já
estava quebrando o protocolo. Despir-se para nadar sem uma arma, na água, em total
desvantagem se alguém os atacasse... Não ia acontecer.
Ela pensou sobre isso. —OK. Desculpe, teria sido divertido dar um mergulho juntos.— Ela
inclinou a cabeça quando um pensamento lhe ocorreu. —Você sabe nadar, certo?
Bennett tinha sido um SEAL por sete anos e teria continuado se uma lesão no ouvido não
tivesse tornado impossível fazer mergulhos profundos. Ele tinha sido à prova de afogamento -
seus instrutores o jogaram no fundo de uma piscina com as mãos e os pés amarrados - e ele
sobreviveu. Toda noite nadavam cinco milhas no Pacífico escuro e gelado. Ele podia nadar debaixo
d'água por cinquenta metros.
Ele deliberadamente não sorriu. —Sim, eu sei nadar.— Ele colocou a mão nas costas dela. —
Agora vamos.

Ela não nadava como um SEAL - aquele poderoso golpe de combate lateral que consumia a
distância enquanto agitava a água o mínimo possível. Não, ela nadava como uma sereia,
deslizando pela água com facilidade.

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ESCAPADA
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Bennett acomodou-se em uma das cadeiras caras e observou-a dar voltas. Era seu dever,
mas definitivamente não era um fardo. Estavam sozinhos na piscina, e ele garantiu que ficassem
sozinhos amarrando as alças da entrada com lacres plásticos. Os lacres plásticos, junto com o C-4 e
sua Glock, eram essenciais em seus negócios. Ele não tinha nenhum C-4 com ele, mas certamente
tinha sua Glock.
Estar na piscina também não era uma dificuldade. Ela havia sido reformada recentemente -
sua empresa havia recebido uma notificação de um aumento nos custos do condomínio - e eles
voltaram a um visual dos anos 1930. O que a carta dos administradores do Sparrow Square e Elle
chamavam de Art Deco. Cores intensas, grandes vasos de terracota com plantas prósperas, bordas
recortadas em todos os lugares. Cadeiras confortáveis.
Todo o enorme ambiente era visível de relance. E se alguém tentasse alguma coisa, ele
levava a Glock em um coldre de ombro preto que era invisível sob o paletó preto e uma faca
afiada na bota. Ele teria que cortar os lacres plásticos que mantinham as portas lacradas sem Elle
perceber.
Então. Podia ficar mais ou menos tranquilo de que ele e sua contratante estavam seguros e
simplesmente apreciar a vista. Elle deslizando pela água, para frente e para trás, para frente e para
trás, tão regular quanto um metrônomo. Em sua cabeça, ele sabia o número normal de voltas que
uma pessoa normal e em forma faria, e ela estava chegando a esse ponto. Ele se preparou para se
levantar e lhe entregar a grande toalha.
Na verdade, o que realmente gostaria de fazer era envolvê-la na toalha, esfregando aqueles
músculos esguios e macios por todo lado, depois beijá-la até perderem a noção de tudo. Na
verdade, porém, ele era o sem noção, porque beijar uma contratante era uma enorme furada, era
quase impensável e, no entanto, tudo o que ele conseguia pensar era em fazê-lo novamente.
Mas ela não estava desacelerando. Apenas continuou, tornando a água prateada em seu
rastro e, enquanto continuava suas voltas, muito além do número para um treino normal, ele
percebeu o que era aquilo. Ele mesmo fez isso várias vezes. Esta manhã, de fato. Ela estava
reduzindo seu estresse com o exercício, a melhor liberação de estresse do mundo.
Elle estava sendo corajosa e notavelmente alegre sobre o que era em essência um buraco
perfurado através de sua vida, sem fim à vista. Só Deus sabia quanto tempo seu pai idiota levaria
para arrumar o dinheiro que ele perdeu. Estar com Elle era tudo menos uma dificuldade, mas ele
estava sendo pago enquanto toda a vida dela estava em espera.
No meio da volta, ela se virou para ele, agarrada à beira da piscina. Empurrou os óculos de
natação para cima. Ela estava nadando por quarenta minutos e não estava sem fôlego.
—Estamos bem? Precisamos voltar?— Ela estava tentando manter a ansiedade longe de sua
voz. Cara, ele entendia. Ela se sentia livre na água.
Bennett se agachou e tocou a mão dela. —Leve o tempo que quiser,— ele disse
suavemente. Se alguém tentasse entrar enquanto Elle estava liberando o estresse, ele
simplesmente atiraria neles. —Sem problemas.

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Ela sorriu, colocou os óculos de volta, mergulhou abaixo da superfície e decolou novamente.
Ela nadou por mais meia hora e estava um pouco sem fôlego quando finalmente subiu a escada da
piscina. Bennett estava lá, segurando a toalha grande. Ele envolveu-a e, como queria envolver-se
em torno dela, forçou-se a recuar.
—Obrigada.— Ela sorriu para ele. —Eu realmente gostei disso. E realmente precisava disso.
Obrigada por me deixar nadar.
Ele entendia completamente. Bennett assentiu. —Não há de que.
Ela inclinou a cabeça. —E agora você me alimenta, correto?
—Vamos ver se podemos encontrar algo para o almoço que não endureça suas artérias.
Você teve um bom treino, mas é inútil protegê-la se você morrer de ataque cardíaco.
Ela revirou os olhos quando chegaram às portas. —Eu vou comer uma salada, mamãe.
Prometo.

SEIS

Elle desapareceu no quarto quando voltaram. Parte disso era que queria arrumar as coisas
que tinha comprado e começar a transformar este quarto em dela. Parte era para ficar longe de
Bennett.
Ela tomou uma ducha e depois vestiu uma das roupas de yoga em tons pastéis que comprou
porque estava claro que eles não iriam sair. O Sparrow Square tinha seu próprio cinema,
aparentemente - dois na verdade. Um para filmes recentemente lançados e outro para clássicos.
Bennett provavelmente não iria ao cinema, nem mesmo dentro do complexo. Mas o sistema de
entretenimento interno era vasto e, se ela se entediasse, poderia encomendar um filme para a
enorme TV de tela plana na parede. Havia um cardápio de filmes e programas de TV na cômoda e
era impressionante. Em todos os idiomas conhecidos pelo homem e em todos os gêneros que
existiam. Mas ela não queria assistir a nenhum.
Não estava entediada, mas estava inquieta, mesmo depois de um mergulho incomumente
longo. Normalmente, a natação a acalmava se estivesse estressada ou frustrada. Estava ambos,
estressada e frustrada. Estressada porque estava essencialmente fechada por um período não
especificado e frustrada porque estava trancada com o homem mais sexy que já estivera por
perto, que claramente achava que a confraternização com sua protegida - não, sua contratante -
era proibida.
Fato era - ele estava certo.
Ter um caso nessas circunstâncias era inapropriado – opinião dele - e estúpido – opinião
dela. Embora Bennett os tivesse acomodado em circunstâncias seguras e rígidas, merda acontecia.
Merda acontecia o tempo todo e deveriam ficar vigilantes.
Normalmente, ela nunca teve desejo frustrado. Ela não desejava muitos homens e os poucos
que queria, felizmente, a queriam também. Elle nunca deixa que o desejo sexual a impedisse. Isso

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não era um grande elemento de sua vida, e por isso o que ela sentia por Bennett era como um
soco no estômago. E totalmente fora do personagem.
Além da pura atração animal - que era enorme - a coisa alarmante era que ela gostava do
homem. Ele era atraente e inteligente. Todos aqueles músculos e cérebro. Era inebriante. Elle
estava acostumada com a inteligência masculina ligada à escoriação e à falta de jeito.
Ele simplesmente... A surpreendeu. Ele não costumava sorrir, mas quando sorria - cuidado.
Uma covinha se esculpia em uma de suas bochechas magras e ela sentia os joelhos fracos. Era
alarmante, como se outra pessoa estivesse adormecida dentro de seu corpo, esperando o cara
certo assumir os controles.
Como agora. Ela saiu do quarto quando ele estava arrumando a mesa. Alto, bonito e
domesticado. E bem abaixo daquela superfície domesticada havia um guerreiro.
Basta olhar para ele, ela pensou, quando ele terminou de arrumar a mesa, concentrado e
eficiente. Ela tinha certeza de que ele era tão focado e eficiente quando estava no campo de tiro
quanto na cama.
Uau. De onde veio esse pensamento?
Ele a olhou por cima da mesa e parecia que ela tinha sido socada com força. Aquele olhar
escuro era poderoso e penetrante, os olhos ligeiramente estreitados. Era como se ele estivesse
andando dentro de sua cabeça - e ela sinceramente esperava que ele não pudesse porque estava
tendo pensamentos realmente embaraçosos.
Aqueles últimos passos para a mesa foram como andar pelo melaço, o tempo se estendendo
enquanto ele a observava. Elle sentou-se na cadeira, grata por ter chegado a tempo de salvar sua
dignidade. Seus joelhos estavam prontos para ceder.
Suas mãos tremiam quando ela sacudiu o imenso guardanapo de linho pesado e o colocou
no colo.
Bennett levantou uma cúpula prateada para descobrir uma terrina de sopa. —Tomei a
liberdade de pedir, espero que esteja tudo bem. Se há algo que você não gosta, podemos pedir
outra coisa.
A testa dele estava franzida e ele falou gravemente, como se o pensamento dela não gostar
do que ele pediu fosse realmente doloroso.
Ela sorriu. —Eu gosto de boa comida, mas não sou exigente. Seja o que for, cheira bem. O
que você pediu?
Ele colocou uma sopa na tigela dela. —Sopa de aveia com uma pequena salada. E eu pedi
sanduíche de bacon, alface e tomate para nós dois, já que você come carne.
—Bacon não é carne,— disse ela, pegando a colher. —É uma necessidade.
Ele fez o som mais extraordinário. Um pouco como uma risada reprimida, um pouco como
um ronronar de leão, e era como uma mão a acariciando. Oh cara. Ela colocou uma colherada da
sopa na boca antes que a usasse para dizer algo embaraçoso como – faça esse som de novo. Ou -
toque em mim. Por favor.
E então ela fez seu próprio som. Prazer surpreso. —Isto é muito bom.

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ESCAPADA
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Ele começou a comer também. —É mesmo. Também podemos cozinhar, depois de


esgotarmos o cardápio. Eu não sou um cozinheiro ruim. Você cozinha?
Elle sorriu com o pensamento. —Nem um pouco,— ela disse alegremente. —Posso fazer
ovos cozidos se tiver um temporizador. Fazer café, chá e torradas. Descascar frutas. É só isso.
Desculpe.
Ele deu de ombros, um lado da boca levantando. —Sem problemas. Eu fiz um grande pedido
de suprimentos de comida, então não dependeremos dos restaurantes aqui. Vamos ter muito
tempo. No final, vou fazer ossobuco 6 que leva dez horas para cozinhar e vamos jogar Monopólio
infinitamente. E antes que você diga qualquer coisa...— sua mão grande se ergueu, a palma
voltada para ela. —Não, eu não sei quanto tempo vamos ficar aqui. Isso está completamente fora
do meu controle, como eu disse.
Era exatamente o que ela ia perguntar.
—Nunca sequer pensei em perguntar isso.— Ela disse.
A verdade era que não era tão ruim estar confinada com Bennett Cameron em um
apartamento de luxo com todo o conforto conhecido pelo homem. Ele era uma companhia tão
boa, fácil de conviver e imensamente atraente.
Mas além disso - ele era bom em seu trabalho porque ela se sentia protegida. Nunca lhe
ocorrera que isso era uma coisa. Elle não era medrosa por natureza, mas era uma mulher que vivia
sozinha e se movia em um mundo de homens. Ela viajou muitas vezes, às vezes para lugares
difíceis, e viajou sozinha.
Nem sempre foi divertido e nem sempre foi seguro. O desconforto era como um ruído de
fundo. Ela percebeu isso porque naquele momento ela se sentia segura. Mesmo que houvesse um
apocalipse zumbi, ele a manteria segura e a tiraria de Londres e encontraria uma casinha legal no
campo...
Este era um pensamento maluco, mas a sensação de segurança persistia e era quente, suave
e incrivelmente agradável.
—Então,— ela disse, dando sua primeira mordida no sanduíche e achando delicioso. —
Guarda-costas, hein?
Ele sorriu. —Como eu disse, nos negócios chamamos de “proteção executiva” mas é
essencialmente guarda-costas, sim.
Ele parecia tão incrivelmente super competente, como se pudesse afastar as hordas de
zumbis enquanto cozinhava ossobuco, tomando um Martini. E então havia aquela postura ereta,
seu comportamento prático e sensato.
—Você treinou para isso nas forças armadas?

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Seus olhos escuros estavam divertidos quando ele acenou com a cabeça. —Bingo. Entre
outras coisas.
—Qual...— Como eles eram chamados? Não eram departamentos, isso é na universidade.
Não eram seções ou escritórios. Braços, é isso. —Qual braço?
—Marinha. Eu estava na Marinha até que tive que sair por causa de uma lesão.— Uma
sombra atravessou seu rosto, quase fugaz demais para ver. Elle ficou surpresa por ter visto, nem
sempre estava sintonizada com as emoções de seus companheiros. Qualquer que fosse a lesão,
não era visível. Ele parecia soberbamente em forma.
—Marinha, hein.— Ela olhou para cima de repente. —Que parte da marinha?
—Eu era um SEAL,— ele disse e franziu a testa quando ela baixou a cabeça em suas mãos e
deu um gemido baixo. —O que foi?
—Oh meu Deus. Eu perguntei se você sabia nadar. Perguntei a um SEAL se ele sabia nadar. E
eu estava me exibindo um pouco para você. Eu sou uma lesada.— O rosto dela estava em chamas.
Quando ela deixou as mãos caírem na mesa, ele cobriu uma delas com a dele novamente. A
mão dele era tão bonita. Enorme, calosa, quente. Forte. —Bem, você não sabia. E para dizer a
verdade, fiquei impressionado.
Okay, certo. Ela deu um bufo sem graça. Dedos fortes gentilmente pegaram seu queixo e
ergueram seu rosto para ele. Se ela esperava um sorriso de escárnio, não estava lá.
—Eu admirei a sua... sua forma de nadar
Ela piscou.
Ele inclinou a cabeça e deu um meio sorriso. —E porque eu não estou morto, também
admirei a sua forma, se você entende o que quero dizer.
Elle observou seus olhos, escuros, quentes e cheios de humor. Sim, ela entendeu o que ele
quis dizer. Foi divertido. Geralmente não gostava de elogios sobre sua aparência. Ela teve a sorte
de puxar a sua mãe, que ainda era uma beleza aos cinquenta e cinco anos. Ela agradecia às deusas
todos os dias que não puxou ao seu pai, que parecia um cruzamento entre uma cabra e Gollum.
Sua aparência não tinha nada a ver com ela, com suas habilidades e pontos fortes. Então, ela
geralmente ignorava os elogios, particularmente porque eram frequentemente dados por homens
com os quais ela não se importava.
Ela não podia dizer isso sobre Bennett. Ele a intrigava e, bem, ela também admirou sua…
forma. Ombros largos, volumosos peitorais visíveis sob o suéter, cintura magra, pernas longas e
fortes, o que havia nele para não gostar? E ela se sentia à vontade com ele, como se eles se
conhecessem há muito tempo, em vez de 36 horas, mesmo que parte desse tempo o incluísse
drogando-a e amarrando-a a uma cadeira.
Não era exatamente um ótimo primeiro encontro.
Ela queria saber mais e parecia que ele não ia a lugar nenhum. —Então.— Elle descansou o
queixo na mão. —Como uma pessoa faz a transição de ser um SEAL para guarda-costas? Ou
proteção executiva, ou seja lá como você se chama.

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—Agente de proteção executiva. E é uma transição natural. Fizemos muito disso nas
equipes. Fornecemos proteção para muitos figurões de Washington. Eles precisavam de um
pequeno destacamento de proteção que fornecemos. E também resgatamos pessoas sob ameaça.
Ganhamos pontos quando fazemos isso e o refém fica vivo. Quando saí, fundei uma empresa para
fazer o que já havia feito pelo Tio Sam. Só com o pagamento melhor.
—Quantos... agentes trabalham para você?
—Cerca de cento e cinquenta. Vamos receber uma nova entrada de mais cinquenta agentes
em breve, o negócio está crescendo. É um mundo confuso. Bom para os negócios.
Ela mastigou isso em sua mente. —Você ficou feliz com a transição das forças armadas para
a vida civil?
Mais uma vez, aquela coisa, uma espécie de sombra, passou por suas feições, mas quando
ele respondeu, ainda estava naquele tom alegre. —Correu tudo bem. Nós - meus agentes e eu -
trabalhamos em um mundo onde a guerra é uma constante. Estamos em guerra há mais de
dezessete anos, muito mais tempo do que estive no serviço militar. E ainda estamos em guerra e
não estamos vencendo. O que fazemos agora, na empresa - bem, nós ganhamos. Mantemos as
pessoas vivas, que é a missão.— Outra sombra clara, como uma nuvem fugaz através do sol. —
Até...
—Até?
Bennett suspirou, empurrou a xícara de café para o lado e cruzou as mãos na frente dele.
Olhou para elas por um longo tempo, tanto tempo que ela se perguntou o que estava passando
por sua cabeça. Se ele iria continuar ou não.
Ele levantou a cabeça. —Há coisas no horizonte que estão nos preocupando.— Ele fechou os
olhos, abriu-os novamente, feroz e sombrio. —Essa é uma palavra idiota. Há coisas no horizonte
que está assustando a todos nós, pra caramba.
Bennett Cameron não parecia um homem com medo de muita coisa nesta terra. Se isso o
assustava... —Tipo o que?
—Nós nunca perdemos um contratante, embora algum dia o faremos. São apenas as
probabilidades. Você não pode realmente proteger um contratante contra um sniper que seja
preciso a um quilômetro e meio de distância. Ele é invisível e a bala chega antes que o som do tiro
chegue até você. E há pesquisas em balas programáveis. Balas que podem ser disparadas a
quilômetros de distância e podem mudar a trajetória para acertar o alvo, como uma miniatura de
míssil em busca de calor. Drones armados são um pesadelo. Ou drones carregando farejadores de
DNA. Da mesma forma, não há um carro blindado construído que possa suportar o ataque de um
RPG. Uma...
—Granada lançada por foguete.— Ela quase sorriu para sua expressão de surpresa. Ele não
tinha ideia de quantas horas passou jogando Call of Duty 4. —Vá em frente.
—Basicamente, mantemos os contratantes vivos por meio de discrição. Através da certeza
de que ninguém sabe onde eles estão. Mas às vezes temos contratantes que são burros demais
para viver. Como a filha de um rico colombiano que sobreviveu a duas tentativas de sequestro.

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Nós pegamos o trabalho e a levamos para uma casa segura e acredite quando digo que o
esconderijo era seguro. Mas a garota tinha um namorado que ela gostava e contrabandeou um
celular e ligou para ele. Acontece que foi ele quem mandou sequestrá-la. Felizmente, um dos
meus agentes a ouviu falar e tirou todo mundo de lá cerca de uma hora antes que o lugar inteiro
explodisse. Como você se protege contra a estupidez humana?
—Você não pode,— ela disse secamente. —Tudo o que você pode fazer é minimizar os
riscos e deixar tão pouco espaço para a estupidez quanto possível.
Ele assentiu.
—Então, quais são os planos?
Ele estava olhando para o tampo da mesa, claramente deprimido. Olhou para ela sem
levantar a cabeça. —Desculpe-me, o que você disse?
—Parece-me que sua empresa está enfrentando um muro tecnológico. Grande perturbação.
Não seria o primeiro negócio e não será o último. Mas você também parece ser o tipo de cara que
não fica parado esperando que um tsunami de tecnologia te domine. Então, qual é o plano B?
Bennett deu um meio sorriso. —O que te faz pensar que há um plano B?
Ela apenas ficou em silêncio, olhando para ele. Porque ele tinha um plano B (e C e D,
provavelmente) era evidente na maneira como ele se segurava. Em seu olhar atento e afiado e na
maneira como ele se movia, com consciência 360°. Depois de um minuto ou dois, ele suspirou.
—Você está certa. Existe um Plano B. Estou procurando expandir para outras áreas. Áreas
onde a inteligência humana é importante. Suporte técnico claro, mas onde as chances são mais a
nosso favor.
—Tudo bem,— disse ela. —Tipo o que?
—Bem, somos especializados no exterior. É por isso que a sede é em Londres, porque é um
bom fuso horário para operações globais. Então, estamos nos tornando a principal empresa para
coisas como vigilância internacional, rastreamento de fugitivos internacionais, infiltração de
empresas sob investigação.
—E você é bom nisso.— Não era uma pergunta.
—Nós fazemos bem.— Ele se inclinou um pouco para frente. —Na verdade, seu software
seria incrivelmente útil para nós. Eu adoraria poder mover meus operadores em áreas onde há
câmeras de vídeo sem serem identificados. Você estaria disposta a vender para mim?
—Não.— Sua voz foi decisiva.
Ele nem piscou. Um empresário costumava negociar. —Eu poderia fazer valer a pena.
Ela balançou a cabeça. Não mesmo.
—Realmente, realmente valer a pena.— Ele não estava adulando, mas perto disso.
—Se é dinheiro que você está oferecendo, não preciso de dinheiro.
Era verdade. Uma montanha de dinheiro intocada havia sido depositada por seu pai em seu
nome no Chase Manhattan. Ela não tocou. Mas estava lá, mesmo que ela não precisasse. Era
professora contratada em várias universidades e elas pagavam muito bem. Seus dois livros eram
best-sellers acadêmicos e suas taxas de palestrante eram altas. Não, ela não precisava de dinheiro.

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—Mas...— Ela se inclinou um pouco também. Exatamente tanto quanto ele, não mais nem
menos. Dois poderiam jogar o jogo de negociação. De fato, Elle provavelmente era melhor nisso.
—Eu estaria disposta fazer uma troca.
Isso o surpreendeu, embora ele não demonstrasse. Não moveu um músculo. Mas seus olhos
piscaram sem piscar.
—Ok.— Ele não moveu o olhar dos olhos dela quando abriu as mãos grandes sobre a mesa,
como se estivesse pronto para receber alguma coisa. —Fale.
—Fico feliz em dar a você o uso do meu programa e vou participar, digamos, de cinco dias de
treinamento para o seu melhor cara de TI. Que acho que não é você.
Ele não recuou, não mudou a expressão, mas seus olhos se iluminaram com o que parecia
diversão. —Não sou mesmo. Então, só para deixar claro, você está disposta a me dar um
programa que possa mascarar meus agentes ao entrar em lugares com câmeras de segurança, o
que fará uma enorme diferença para eles, talvez até salvar vidas. Além disso, treinará minha
melhor técnica de TI, que seria Melissa Sanders. E, em troca, você não quer dinheiro?
Ela assentiu. —Isto resume tudo.
—Eu mal me atrevo a perguntar o que é que você quer em troca. É ilegal? Imoral?
—Nem sequer engorda. Quero que você me atribua um problema com o qual está lidando e
que não seja sobre proteção executiva. Eu não seria treinada nisso de jeito nenhum. É... chato.
Ele inclinou a cabeça, parecendo intrigado. —Não é a palavra que a maioria das pessoas
usaria para proteção executiva.
—Mas é. Todos os aspectos estão fora de seu controle, exceto sua própria vigilância. Vocês
devem se afogar em cortisol enquanto estão no trabalho. E devo imaginar que a maioria dos
contratantes são pessoas com mais dinheiro do que bom senso e certamente não são pessoas
interessantes. Então você coloca suas vidas em risco diariamente por, essencialmente, idiotas.
Tenho certeza de que são muito bem pagos e vocês tem muito trabalho. Pessoas com dinheiro
tendem a ter muitos inimigos. Mas de alguma forma eu não vejo você como movido pela luxúria
do dinheiro. Então você está cansado de fazer alguma coisa só porque paga bem e gostaria de
fazer outra coisa além de proteger os idiotas. Essa é uma descrição precisa?
—É.— Ele suspirou. —Mas não diga que eu disse isso. E a companhia atual é uma exceção, é
claro.
—Claro.— Ela inclinou a cabeça para estudá-lo, exatamente como ele tinha feito com ela. —
Você não parece o tipo de cara que fica com uma situação insatisfatória por muito tempo. Então
me conte mais sobre o seu Plano B.
Era um sorriso completo agora. —Você não segura seus socos, não é?
—Essa é uma expressão estúpida – segurar seus socos. Isso vem do boxe. E se você está
brigando, então seria estúpido segurar seus socos, mas se não estiver brigando seria um sociopata
se estivesse socando alguém.
Ele jogou a cabeça para trás e riu. Ela teria ficado ofendida, exceto pelo fato de que ele
ficava incrivelmente gostoso quando ele ria. Os olhos dele - que ela via agora eram cinza escuro e

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não castanho escuro - enrugavam e ele mostrava dentes incrivelmente brancos. Como ele poderia
ter sido um soldado com esses dentes incríveis? Ele nunca tinha sido socado? Ela tinha perdido um
dente quando tinha doze anos porque tropeçou em um tronco de árvore, e brincar no quintal era
muito mais seguro do que ser um SEAL.
Bennett esticou um longo dedo e traçou uma linha entre as sobrancelhas dela. —Esses
parecem ser pensamentos complicados. Garanto a você que sou um homem descomplicado.
Oh não, ele não era. Ele tinha complicação escrita por todo aquele rosto bonito.
Deus, ela quase podia sentir as linhas de atração, e no final daquelas linhas havia pequenas
mãos virtuais empurrando-a para frente em direção a ele. Ela teve que realmente agarrar as
bordas da mesa para não levantar e sentar no colo dele.
Isso era tão diferente dela.
Porém, para ser justa, ele era imensamente atraente. Elle conheceu muitos homens solteiros
em sua linha de trabalho, mas não conheceu muitos homens atraentes. E absolutamente ninguém
como Bennett Cameron.
Ainda assim, não queria que ele risse dela também. —Então me diga qual é o novo Plano B.
Ele parou de rir e olhou para a mesa, a cabeça abaixada. Parecia que estava ruminando um
problema. Ela esperou enquanto ele procurava uma solução.
—Ok,— ele disse finalmente, a cabeça voltando para cima. A risada fora completamente
arrancada do rosto dele. —Criei uma empresa que, por acaso, tem muita experiência latente em
outras coisas além de proteção executiva. Como eu disse, operamos em todo o mundo e muitos
dos meus agentes estão familiarizados com países estrangeiros. Temos profundo conhecimento da
África, Ásia e Europa. Dois dos meus rapazes que cresceram no Alasca e faziam originalmente
parte da 10ª Divisão de Montanha do Exército realizaram uma missão difícil na Antártida. Então,
estamos expandindo nosso portfólio, por assim dizer. Principalmente trabalho investigativo para o
governo ou clientes privados.
Espionando, ela imaginou que ele queria dizer. Um arrepio de excitação passou por ela.
Era isso. —OK. Aí está. Esse é o meu preço.
Ele levantou a cabeça novamente, um gesto que ela estava começando a reconhecer,
inclinar a cabeça para discernir melhor. —O que?
—Eu te disse. Você quer meu programa? Dê-me um caso. Dê-me um caso para estudar ou
resolver, algo que pode ser feito via computador e não no campo, é claro.— Ela acenou para as
quatro paredes cinza. —Estou um pouco impossibilitada no momento. Além disso, não sou o que
você chamaria de “pessoa de campo”. Eu faço meu melhor trabalho em antros escuros, com pizza
entregue em casa. Mas aposto que você tem algo em fase de preparação com o qual eu poderia
trabalhar.
Bennett estava olhando para ela, o humor desaparecido, carrancudo.
Um sino tocou na cozinha. Ela quase podia vê-lo se abstendo de dizer salvo pelo gongo.
Embora ele claramente pensasse. Seu rosto se desanuviou e ele se pôs de pé.

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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
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—São os muffins de cenoura. E, com relação a te dar um dos nossos casos - absolutamente
não.
Elle se levantou sorrindo. Aqueles muffins tinham um cheiro delicioso. Ela teria aqueles
maravilhosos muffins de cenoura e, em seguida, incomodaria Bennett até que ele desse o que ela
queria. Mentalmente esfregando as mãos, ela pensou - isto vai ser divertido.

SETE

Ela o quebrou. Bennett pensava em si mesmo como essencialmente inquebrável. Seu Senior
Chief não conseguiu quebrá-lo durante a Semana Infernal, embora ele tenha tentado de verdade.
O Senior Chief Darryl “Rattlesnake” Murray tinha feito seu objetivo pessoal fazer Bennett tocar o
sino, sinal de que o candidato desistiu, mas ele nunca conseguiu.
Bennett enfrentara inúmeros inimigos cujo único objetivo na vida era vê-lo morto e
enterrado, e ele saiu vitorioso.
Dra. Elle Castle acabou de derrotá-lo.
Ela comeu os muffins que ele fez com gosto, tagarelando, concentrando nele aqueles
enormes olhos cor de cobalto, cegando-o com ciência e inundando-o com argumentos bem
pensados em sua voz suave e expressiva.
Era como ser espancado até a morte por asas de borboleta.
Finalmente, Bennett largou o garfo, revirou os olhos para o teto - o que não ajudou em nada
- e desabou.
Ela estava praticamente discursando. —A teoria é uma base extraordinariamente útil para a
ação objetiva...
—Ok,— ele disse, impedindo-se de levantar as mãos.
—... e fornece uma ferramenta analítica útil para... O que você disse?— Ela congelou, uma
garfada de seu terceiro muffin a meio caminho da boca. Bennett não tinha ideia de como ela não
tinha 180 quilos com toda a comida que ela comia. Mas ela não tinha. Era magra com algumas
curvas perfeitas em todos os lugares certos.
Ele suspirou. —Eu disse ok. Eu imagino que você esteja preparada para me perseguir dia e
noite até eu ceder, de qualquer maneira.
—Certamente.— Ela bateu de leve o guardanapo de linho com monograma em sua boca,
provavelmente escondendo um sorriso. —Eu gosto de fazer do meu jeito.
—Aposto que sim.— Bennett disse amargamente.
Era fingimento. A verdade era que ele estava ansioso para trabalhar com ela. Ansioso para
assistir a todos aqueles formidáveis recursos intelectuais sobre um problema que estava
aborrecendo ele e sua companhia. Talvez ela pudesse ajudar. Deus sabia, depois de ruminar por
um mês eles não estavam mais perto de uma resolução. —Deixe-me terminar a limpeza da mesa e
posso te dar os detalhes de um problema que temos.

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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
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Ele teve que desviar os olhos porque ela simplesmente brilhava. Nenhuma outra palavra
para isso. Parecia que um holofote tinha se iluminado atrás de seus olhos.
Ela ficou de pé. —Absolutamente não. Você pode limpar a mesa a qualquer momento.
Primeiro, me dê os parâmetros da missão.
Os parâmetros da missão. Ele suspirou de novo, mas entrou obedientemente em seu quarto
para pegar seu próprio laptop, sorrindo secretamente. Isto seria bom.
Colocou seu laptop em cima da mesa ao lado dela. Ele olhou para os dois computadores,
depois para ela. —Ao lado do seu laptop, o meu parece um porrete do homem das cavernas.
Ela sorriu para ele, satisfeita, e tudo que ele podia fazer era olhar e cerrar os punhos. Porra,
ela era irresistível. Você teria que estar morto para resistir a ela, e Bennett não estava morto, ele
estava muito vivo. Podia sentir o sangue pulsando em suas veias e o calor percorrendo seu corpo
na proximidade dela. De perto sua pele parecia de veludo, um ímã para suas mãos. Ele as fechou
em punhos e mentalmente se algemou.
A lembrança do beijo deles ainda estava vívida. O gosto e a sensação dela estavam
impressos em seu cérebro, numa parte realmente primitiva.
Não tocar o contratante. Teria sido a regra número um se ele já tivesse sido tentado. Como
era, ele sempre achara que a regra número um era Não socar o contratante porque, Deus, ele
tinha sido tentado. Alguns contratantes eram impossíveis.
Elle com certeza não era. Agora, na verdade, ela estava tremendo de vontade de ajudá-lo.
Bennett deu uma olhada para o laptop aberto dela e depois olhou fixamente. Ela inseriu
uma senha e, em vez de usar o Google como padrão, como qualquer outro laptop que ele já viu, a
tela estava escura, com apenas um pequeno campo de pesquisa branco no centro. Ela viu o olhar
dele e sorriu. —A dark web7.
Bennett não disse nada. Ele deveria ser um especialista, mas raramente usava a dark web.
Francamente, não sabia como usá-la bem.
Tudo no computador dela era especial, único. Sem logotipos. Fosco, superfície cinza escura
que parecia não-reflexiva e densa, como uma espaçonave alienígena.
—O seu é melhor que o meu,— ele disse.
—Sim.— Ela olhou para ele e sorriu. —É como o Maserati dos computadores.
—Rápido?
—Como um raio. Quase quântico em seu poder de computação.
Ele suspirou, dividido entre luxúria por ela e pelo computador dela. —Eu suponho que você
não o venderia para mim?

7
Uma Dark web refere-se a qualquer ou todos os servidores de rede inalcançáveis na Internet, por requererem softwares,
configurações ou autorizações específicas para o acesso. A Dark web forma uma parte pequena da Deep web, a parte da rede que não
está indexada pelas ferramentas de busca, apesar de algumas vezes o termo “Deep web” ser usado de maneira equívoca para se
referir especificamente à Dark web.
A Dark web não deve ser confundida com a Deep web, nem com a rede de compartilhamento de arquivos Darknet. Ao passo que
Deep web e Darknet referem-se a websites difíceis de serem acessados, e redes secretas ou paralelas à internet, a Dark web é
qualquer porção da Internet que não pode ser acessada por meios convencionais.

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O rosto dela se transformou instantaneamente, tornando-se sério e sombrio. O corpo inteiro


dela ficou tenso. —Eu não posso. Este computador foi contrabandeado de Xangai e há apenas três
deles no mundo.
Uau. OK. —Mesmo?
—Te peguei.— Elle riu e relaxou. —Não. Eu estava apenas te provocando. É um produto
beta de uma pequena empresa fundada por três jovens que foram meus alunos, então eu testei o
protótipo. Eu acho que a empresa vai ser grande. Acho que será o equivalente da Apple em 2030.
Talvez mais cedo.
Bennett suspirou e se sentiu velho, uma relíquia de outra era. Alguns jovens que haviam sido
alunos dela haviam criado um computador que o fez se sentir como um neandertal em uma
caverna.
Ele estava chegando aos quarenta e ela o fez sentir como se estivesse chegando aos oitenta.
Apesar de que... A julgar pela barraca armada pulsando debaixo da mesa, nem tudo dele se
sentia com oitenta. Sua ereção parecia ter catorze e era incontrolável.
Ela se virou sorrindo para ele, os olhos azuis profundos brilhando, os dedos colocados
suavemente ao longo dos lados do computador, um pouco como um atirador mantendo o dedo
do gatilho ao lado do gatilho, não dentro do guarda-mato. Esperando.
Bennett não era idiota. Isto era um desafio. Tudo bem. Estava acostumado a desafios.
Inferno, toda a sua carreira militar tinha sido um longo desafio após o outro. E a construção de seu
negócio de segurança global no gigante de bilhões de dólares que era hoje fora outro grande
desafio.
Ainda bem que ele gostava de desafios.
—Me dê mais,— Elle disse, sorrindo e... Oh Deus. Ele fechou os olhos porque a imagem
daquelas palavras conjuradas era inteiramente sexual. Ela estava vestida com uma daquelas
roupas de yoga coloridas e grudadas e delineavam sua forma com amor. Acariciava aqueles seios
perfeitos, mergulhava em sua cintura minúscula, se expandia em seus quadris, delineava suas
longas e finas pernas.
Sexo. Estava bem ali, na mesa. Talvez até seus laptops estivessem impregnados com isso. Ele
certamente estava impregnado com isso. Imagens muito vívidas, com estímulos sensoriais, de Elle
espalhada em sua cama com a colcha azul-real que combinava com seus olhos, encheram sua
cabeça. Ela estava nua, toda aquela pele macia e cremosa, um ímã para suas mãos e sua boca. Ela
ergue os braços para ele e ele a cobre, entrando...
—Bennett?— Ela franziu a testa.
Querido e doce Deus. O que havia de errado com ele? Puxou cada grama de autocontrole
que ele tinha fora de sua bunda e se virou para ela. —Desculpe. Fique um pouco distraído... Pelo
seu laptop. Então você quer um problema do mundo real para resolver?
Ela assentiu com a cabeça, cabelos negros e lustrosos balançando contra o pescoço. —
Conte-me tudo.
—OK,— Então. Ele realmente ia fazer isso. —Nós temos um cara que desapareceu.

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ESCAPADA
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Elle assentiu. —OK. Um cara bom ou um cara mau?


O pensamento de Arthur Kudlow limpou o sorriso do rosto. —Cara mau. Cara ganancioso. O
pior.
O rosto dela ficou sério. —OK.
Ele estava contando errado. Comece do começo, pensou. —Esse cara, vamos chamá-lo de
Sr. X, desapareceu com um monte de arquivos que estão causando muito dano. Os arquivos
contêm dados econômicos e de segurança confidenciais, que foi pelo que ele os roubou, mas
também contêm os nomes das pessoas que cooperam com os EUA em países do mundo todo.
Alguns países desagradáveis onde precisamos de amigos. Isto foi o que aconteceu com um deles.
Semana passada.
Bennett digitou um comando que trazia uma foto. Era uma das mais apresentáveis do dano
que Kudlow fez. Mostrava um homem deitado de bruços numa rua empoeirada, o rosto virado
ligeiramente para a direita. Uma grande poça de algo escuro e oleoso se espalhou embaixo dele.
Não demorou muito para perceber que a poça era sangue e que o homem estava morto.
Bennett não queria mostrar as outras fotos para ela. Algumas tinham membros ausentes.
Uma cabeça perdida. Um homem estrangulado com suas próprias entranhas. Não, esse era o
único que ele mostraria a ela.
—Este é um dos homens que morreu como resultado desses arquivos?— Elle se virou para
ele, os olhos arregalados.
—Um deles.— A boca de Bennett se apertou.
—Sr. X pegou os arquivos do trabalho dele?
Ele assentiu.
—Onde ele trabalha?
—Em uma agência de três letras.
Ela inclinou a cabeça. —São todas agências de três letras, Bennett. CIA, NSA 8, DHS9, DEA...
Ele ergueu a mão. Era inútil ser evasivo com Elle Castle. —NSA.
—Então, ele era um analista.
—Sim. E dos bons.
—Eu entendo analistas.
O fato de que ela entenderia analistas o golpeou. Mais do que ele entenderia. Eles operavam
em um comprimento de onda diferente. —Você provavelmente entende. Mais do que eu.
—Provavelmente.— Ela disse sem qualquer tipo de vaidade. Um fato da vida. —Bennett.
Vamos direto ao assunto. Imagino que seu Sr. X tenha desaparecido e que você tenha sido
encarregado de encontrá-lo. Também imagino que você tenha verificado, usando reconhecimento
facial, todos os aeroportos e estações de ônibus e estações de trem. No entanto, se ele está
disposto a vender seu país por dinheiro, ele não vai pegar um ônibus da Greyhound para uma

8
National Security Agency - Agência de Segurança Nacional
9
Department of Homeland Security - Departamento de Segurança Interna

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pequena cidade em Dakota do Norte, onde ele desaparecerá em um barraco na floresta. Ele está
em algum lugar no exterior.
Bennett assentiu. —Nossas conclusões exatas.
—Então ele voou para fora do país. Quando ele desapareceu?
—Um mês atrás.
—Você verificou todos os aeródromos privados, certo? Ele poderia ter fretado um jato.
Inferno, se ele está sendo pago o suficiente, ele poderia ter comprado um jato.
Droga. Levara 24 horas para ele e seus agentes pensarem nisso, num jato particular. Mas
pelo menos eles tinham pensado. Ele não ia ser muito humilhado. —Sim. Nós o pegamos. Voando
de um aeródromo privado em Connecticut, em um jato fretado. Ele tinha um passaporte válido,
com um nome falso. Ele entrou com um plano de voo, mas os dados foram perdidos. Eliminado
dos servidores. E o piloto desapareceu. Nós o perdemos depois disso.
—Ele terá outro nome e outro passaporte e provavelmente outra identidade. Se ele lida com
dados, ele saberá como fazer isso.
Bennett assentiu com desânimo. —Estamos vasculhando o mundo. Há alguma pressão sobre
nós para encontrá-lo. Não apenas da agência. Estamos ansiosos também. Há vidas em jogo.
Homens e mulheres corajosos serão traídos.
—Você vai ter que me dar todos os seus arquivos sobre este homem, além do nome real.
Ele não disse nada.
—Bennett.— Sua voz era gentil. —Os dados são impressões digitais. É identidade. E de
qualquer maneira, sua vida e seu nome de antes se foram. Mas eu gostaria de analisar quem ele
era.
Ele ainda não disse nada.
—Se isso ajudar, tenho uma autorização de segurança TS / SCI.
Isso o tirou de sua paralisia. —Você o quê?— Era o nível de segurança que ele tinha como
SEAL. —Eu pensei que você fosse uma teórica de jogos.
—Eu fui chamada várias vezes por - uma agência de três letras,— ela disse, olhando para ele
com o canto do olho. —Eles precisavam de ajuda com alguns algoritmos. Você pode me fornecer
dados sem transgredir os termos de seu contrato com sua própria agência. Tecnicamente, eu
poderia ser uma contratada externa. Acontece o tempo todo.
Ele soltou um suspiro. Dar a ela o nome do cabeça de bagre teria violado seu contrato. Ele
teria cedido eventualmente porque queria parar Kudlow desesperadamente, mas isso teria
comido sua consciência. Um pouco. Mas agora…
—Enviarei um e-mail para você todos os arquivos que temos sobre ele. Arthur Kudlow.
Imagino que você pode recebê-los com segurança?
Ela sorriu. —Se o seu laptop fosse tão bom quanto o meu laptop, você poderia ter
transferido esses arquivos tocando o seu computador no meu.— Ela moveu seu laptop da era
espacial um pouco para que o canto tocasse o laptop dele. Esse tipo de característica estava a
anos de distância para meros civis como ele. —Mas não é. Me dê seu e-mail e eu lhe enviarei um

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caminho a seguir para me enviar tudo o que você tem sobre esse cara, esse Arthur Kudlow. O
caminho é absolutamente seguro.
Ela fez e ele fez e, em seguida, ela fez a coisa mais extraordinária.
Ela desapareceu.
Um minuto ela estava lá e no outro não estava.
Seu corpo estava ali, esguio e imóvel como uma estátua, mas seu espírito havia
desaparecido dentro de seu computador mágico.
Ela ficou sentada por horas, movendo-se apenas para digitar os comandos do teclado e usar
o mouse, os olhos rastreando o que estava na tela.
Bennett foi capaz de seguir no início, porque ela estava lendo atentamente os arquivos
sobre Arthur Kudlow que ele havia enviado. Então ela acessou um aplicativo e ele a perdeu. A tela
foi preenchida principalmente com números e fórmulas e algoritmos. Ela estava absorvendo
informações mais rapidamente que a velocidade da luz. Não havia muito que ele pudesse fazer a
partir desse momento, enquanto sua linda bruxa fazia sua mágica.
Ele se levantou, limpou a mesa, carregou a máquina de lavar louça e preparou o jantar. Ele
poderia ter pedido, mas, de alguma forma, não queria. Havia uma atmosfera mágica no
apartamento, como se estivessem fechados em seu próprio caramanchão, e não queria intrusões,
nem mesmo um garçom entregando as refeições para eles.
Enquanto o jantar estava cozinhando - minestrone para ser combinado com queijo assado -
ele vestiu suas roupas de ginástica e teve outra hora satisfatória no ginásio do apartamento. Tirou
alguma tensão sexual de seu corpo também. E depois uma chuveirada.
Quando ele colocou uma xícara de chá ao lado dela, ela tomou três goles, distraída, depois
empurrou a xícara para escrever algo em um pedaço de papel. Uma hora depois, ele colocou uma
xícara de chá ao lado da mão dela e na hora seguinte ela terminou.
Havia um completo silêncio, mas não era frio. Ele sabia tudo sobre os silêncios frios, que é o
que reinava em seu próprio apartamento depois de voltar de uma longa missão. Silêncio frio e
morto. Não, esse silêncio era calmo. Ficou surpreso que ele não conseguisse ouvir o barulho do
cérebro dela, porque parecia que deveria. Quase podia ver vibrações ao redor.
Bennett uma vez namorou uma mulher bonita, mas excêntrica, que tinha mudado toda a
mobília dele porque disse que o apartamento tinha terrível feng-shui, e então encheu de cristais,
prometendo que eles absorveriam más vibrações e as substituiriam por boas.
A única coisa que veio desse relacionamento foi canelas machucadas porque ele continuou
batendo em sua mobília no escuro. Não houve mudança perceptível nas vibrações de sua casa.
Mas aqui... Sim. Ele tinha se sentido bem quando saiu do ginásio para ver Elle calmamente
absorvida, trabalhando com foco total, como uma fada genial que veio até a terra para ajudá-lo a
encontrar aquele desgraçado do Kudlow. Ela quase brilhava, e emitia vibrações muito boas.
Depois do banho, ele se sentou em seu próprio computador e passou por muitos negócios
pendentes e limpou sua agenda por volta das cinco da tarde. Ele se sentiu bem e relaxado, tudo
em dia. Então estava sentado em uma das poltronas muito confortáveis do apartamento, lendo

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uma história da China moderna que ele estava querendo começar, quando ergueu os olhos
surpreso.
Elle fez um som de triunfo e estava sentada, sorrindo, pegando o croissant que sobrara do
café da manhã que ele colocara ao lado dela e que até então ela ignorara. —Peguei ele!— Ela
exclamou.
Bennett costumava ser rápido em entender, mas estava imerso na Revolução Cultural da
China, com Mao matando um grande segmento de seu pessoal, e teve que dedicar um momento
para se concentrar. Graças a Deus ele não disse pegou quem? Porque isso teria sido embaraçoso.
—Peguei Arthur Kudlow,— Elle disse e acenou para ele com um dedo. —Venha ver.
Ele baixou o iPad e caminhou até ela. Ficou atrás dela, uma mão no ombro delicado.
Inclinou-se para que seu rosto ficasse ao lado do dela e olhou para a tela do laptop e ohmeudeus,
lá estava ele!
Arthur Kudlow.
Mais gordo, bronzeado e feliz, com a mão no para-choque vermelho de um carro. Era
impossível distinguir a marca do carro e onde ele estava.
Elle clicou e a data da foto e suas coordenadas GPS apareceram. A data era três dias atrás e
as coordenadas - ele começou a calcular em sua cabeça.
—Bali,— Elle disse. —Ele está em Bali.
Bennett apertou ainda mais o ombro dela. Não o suficiente para machucar, mas o suficiente
para dizer - você ficará comigo. Eu não vou deixar você ir. Ela resolveu um problema em algo como
seis horas que ele e sua equipe não conseguiram resolver em um mês. E ela não tinha sequer
suado.
—Você é uma operadora de milagres,— ele disse, se inclinando para olhá-la no rosto. Ela
sorriu satisfeita. Um pequeno rubor coloriu suas bochechas e, oh Deus, ele estava perdido. —Me
explique isso.
Elle apontou para a cadeira extra e ele deslizou nela até que também estivesse na frente do
Computador Puff, o Mágico10 e estava sentado tão perto dela que suas pernas se tocavam. Linhas
de eletricidade subiam e desciam pela coxa dele.
Ela criou uma tela que era incompreensível. Então, quando entrou em foco, ele viu que era
uma espécie de nuvem. Ele conseguia identificar pedaços de dados e como eles se conectavam
uns com os outros. Seu monitor era incrivelmente nítido, as imagens cuidadosamente delineadas,
as cores brilhantes.
Olhando mais de perto, ele percebeu que ela havia criado uma nuvem de vida de Kudlow.
—Eu suspeito que você e sua equipe estivessem procurando por ele a partir de momento de
seu desaparecimento, estou certa? Tentando projetar seu caminho para onde ele tinha ido parar?

10
“Puff, the Magic Dragon” (ou “Puff”) é uma canção escrita por Leonard Lipton e Peter Yarrow, e tornada popular pelo grupo de
Yarrow, Peter, Paul e Mary, em uma gravação de 1962 lançada em janeiro de 1963.
Lipton escreveu um poema em 1959; Yarrow o achou e escreveu a letra baseada no poema. Depois que a música foi lançada, Yarrow
procurou por Lipton e lhe deu metade do crédito pela música.
https://www.letras.mus.br/peter-paul-and-mary/30579/traducao.html

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—Sim. Estivemos varrendo aeroportos e estações de trem em todo o mundo, mas cara, são
muitos dados.
—Uma quantidade quase impossível de dados e você precisaria de muito tempo e grande
poder de processamento de números para fazer isso. Mas é um enorme instrumento contundente
quando você pode usar um bisturi.
Bennett sacudiu a cabeça em admiração. Vá, Elle. —Me mostre.
—Ok, eu resolvi o problema e comecei com o próprio homem. O que ele quer, o que o
motiva.
—Inferno,— disse Bennett com desgosto. —Posso te dizer isso. Dinheiro. Ele é um cara
ganancioso.— Ele deu a ela um olhar de lado. —Desculpe.
—Bem, sim, pelo que eu pude ver ele é um porra ganancioso. Então coloquei todos os
elementos de sua vida em um formato de nuvem e sim, ele parece estar altamente motivado por
dinheiro. Ele estava constantemente em dívida e constantemente comprando coisas novas, coisas
que ele realmente não precisava. Ele era um membro de um clube de golfe, onde a adesão
custava US$ 80.000 por ano e ele foi exatamente quatro vezes. Ele vendeu três casas nos últimos
cinco anos, só conseguiu comprar caro e vender barato. Mas cavando mais fundo, além de
materialismo crasso, ele é fascinado por Ferrari.
Bennett piscou.
—Huh.— Isso não estava no perfil de Kudlow. Como eles perderam isso? —Ele possuía uma
Ferrari?— Eles definitivamente deveriam ter percebido isso.
—Ele desejou. Não. Mas ele era um fanboy no nível de fanatismo. Ele pertencia a uma série
de fóruns on-line onde havia uma discussão apaixonada - ao ponto de ameaças de morte - sobre a
espessura dos acabamentos de laca e qual foi o melhor modelo da Ferrari em 1956 e se o bloco de
ferro é melhor que o F140.
—Deus,— ele disse.
Ela olhou para ele primorosamente, boca lutando contra um sorriso. —Eu me pergunto se
você pode pertencer a fóruns de armas onde eles brigam por especificações técnicas.
Bennett suspirou. —Pego.
Para crédito dela, não houve nenhuma expressão sarcástica. Ela só ficava tocando, puxando
página após página, que subiam como peças de um mosaico na tela. Ela apontou para as páginas
enquanto falava. —Ok, então eu decompus os dados. Aqui você tem o número de horas que ele
ficava online depois do trabalho. Uma média de cinco horas. Alguns dias mais, alguns dias menos,
mas essa é a média. Aqui você tem no que ele gastou seu tempo e você pode ver que ele passou
94% do tempo em fóruns da Ferrari, outros 4% no site da Ferrari e 2% em sites pornográficos.
Esses não são números médios. A maioria dos homens gasta pelo menos 8% do seu tempo online
em sites pornográficos.
Ela lhe lançou um olhar de lado.
Bennett levantou as mãos. —Não olhe para mim. Eu gasto 0 horas procurando
pornografia.— Era verdade. Ele desistiu da pornografia aos quinze anos quando descobriu que as

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mulheres da vida real eram muito mais divertidas e muito mais bonitas do que as que podiam ser
vistas em revistas ou on-line.
Ela deu um leve sorriso. —Então. Nosso cara não frequentava nenhum site de notícias.
Presumivelmente, ele recebia todas as notícias de que precisava no trabalho. Então eu decompus
sua presença nos fóruns. Ele usava um programa para encobrir seu IP, mas para um cara da NSA
ele era bastante fácil de seguir. Ele não se esforçou muito para esconder seu IP. Ele só usava
avatares, como a maioria dos outros caras nos fóruns. Discussões são estranhas. Às vezes fica
meio bizarras quando não são super nerd. O profundo desejo dele de possuir uma Ferrari é
palpável em todos os fóruns. E olhe aqui.
Ela apontou para uma das páginas no centro da tela. Era uma fotografia de uma mão
masculina rechonchuda, com a palma aberta, indicando uma prateleira de... Alguma coisa. Alguns
objetos. Bennett se aproximou.
—Peguei uma foto de alta densidade do polegar e do índice, transformei-as em imagens 3D
e comparei-as com as impressões no arquivo de Arthur Kudlow. Elas combinam. E confira essas
prateleiras. Com um clique do mouse que parecia feito de titânio, a página se afastou e Bennett
pôde ver três fileiras de brilhantes, vermelhas... Coisas.
Outro clique e a página diminuiu ainda mais e agora ele podia ver que as coisas vermelhas
brilhantes eram réplicas de carro. Ferrari. Pelo menos quarenta, notavelmente bem feitas.
—A maioria é de itens de colecionador e custa pelo menos US$ 1.000 cada, às vezes mais,—
Elle disse. —Eu chequei.
—Jesus.— Bennett fez um cálculo rápido. —Hã. Então, nessas três linhas deve ter...
—Quase cinquenta mil dólares em réplicas de modelos.
—Cinquenta mil dólares em brinquedos?— Bennett perguntou, horrorizado.
—Os colecionadores definitivamente não os consideram brinquedos. Eles são os substitutos
para a coisa real e houve quatro dias de debate no fórum sobre a cor das paredes laterais. É todo
um mundo e não é muito saudável.
—Aparentemente não.— Ele deu um olhar de lado para Elle. —Kudlow desapareceu, mas
não levou seus brinquedos caros com ele.
—Não, ele não levou. E acho que sei por quê. Enfim, a próxima página...— O mouse se
moveu e a página explodiu instantaneamente. —A próxima página é uma publicação. Nosso
Kudlow é um assinante da ENZO, que é uma revista dedicada ao designer original, Enzo Ferrari. A
assinatura da revista impressa está em seu nome. Ele cancelou há oito semanas. Ele também
cancelou ingressos para uma corrida de Fórmula 1 no Texas. Ele não conseguiu seu dinheiro de
volta.
—Ele já estava planejando sua fuga,— disse Bennett.
Elle assentiu. —Acho que ele percebeu que poderia ter algo que faria todos os seus
problemas de dinheiro desaparecerem para sempre e isso poderia ser melhor do que a assinatura
de uma revista.
Bennett olhou para ela. —Os arquivos.

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—Mmm. De acordo com seus dados, ele desapareceu há um mês. Então, sua última
localização conhecida é em um jato privado fretado para Paris. E então o plano de voo
desapareceu.
—Isso mesmo.— Isso o enfureceu. Enfureceu que eles não conseguiram rastreá-lo,
descobrindo o destino, apesar de terem reunido o maior poder de processamento para a
perseguição. Um de seus agentes tinha ido a Paris Orly com várias fotos, mas o passaporte de
Kudlow não estava no sistema, e o reconhecimento facial, executado pelas câmeras de segurança,
ficou vazio. Todos na empresa estavam frustrados.
—Eu sei que ele desapareceu entre Connecticut e Paris, de alguma forma. E acho que você e
sua empresa provavelmente passaram por todas as permutações possíveis, pensaram em todas as
contingências, tentando descobrir para onde ele foi e como chegou lá.
—Sim,— ele confirmou sombriamente. —Coloque em milhares de horas. Como eu disse, o
piloto desapareceu também. Ou ele foi pago para desaparecer ou Kudlow desapareceu com dele.
Eles não aterrissaram em Paris.
—Bem, eu não tentei replicar o que vocês estão fazendo, isso seria duplicação de esforços. O
que eu fiz foi dar o salto para frente. Ele tem que estar em algum lugar. Deixando de lado o
problema de como ele chegou lá, onde ele está agora? Isso é o que realmente precisamos saber.
Aqueles olhos brilhantes capturaram os dele e por um segundo apagou a parte pensante de
seu cérebro até que ele se sacudiu de volta para o momento. Droga. Concentre-se. —OK.
—Então...— Ela ampliou outra página. —Supondo que Kudlow mudou suas coordenadas,
mas não sua personalidade, eu puxei o fio da Ferrari. Porque uma coisa é clara. Ele agora tem
dinheiro para saciar sua paixão. Pelo que você diz, ele tem muito dinheiro.
—Sim.— A mandíbula de Bennett se apertou. —E esse dinheiro é dinheiro de sangue.
Ela lhe lançou um rápido olhar de compreensão. —É por isso que é importante pegá-lo. E...
Eu peguei.
Ele se inclinou para frente instantaneamente. —Essa foto dele. Mostre-me de novo.
—Primeiro, deixe-me descrever os passos que dei para chegar lá. É importante.
Ela não estava se exibindo, isso estava claro. E Bennett queria ouvir como ela chegou lá.
Mais alguns minutos não mudariam nada. Ele definitivamente iria aprender alguma coisa aqui. —
OK. Me mostre.
—Certo. Eu comecei por aqui.— Outra página, com várias palavras de diferentes tamanhos.
Uma nuvem de palavras. Quanto maior a palavra, mais frequentemente essa palavra apareceu. A
maior palavra era Ferrari. As palavras que estavam no tamanho logo abaixo eram todas
relacionadas aos carros ou fabricante. Outras palavras eram minúsculas. —Ele tem interesse no
pop dos anos 80, sabe Deus por quê. Ele fez algumas pesquisas para a compra de uma jaqueta de
grife, feita por Ralph Lauren. E tem interesse na atriz Anne Hathaway. Mas esmagadoramente, ele
está interessado nas Ferraris, em todos os aspectos delas. De fato...— ela puxou outra página, —
aqui está a análise detalhada do tempo gasto. Como eu disse antes, ele gasta em média cinco
horas por dia na internet, 4,7 horas em tópicos relacionados à Ferrari. Eu tracei três avatares nos

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fóruns, particularmente obcecados, que levaram a ele. Seus apelidos são Piero, Dino e Alfredo.
Filho, pai e irmão de Enzo Ferrari. Kudlow não parece ter uma vida privada que valha a pena falar.
Então, sendo ele um monomaníaco de todas as coisas, a Ferrari é uma grande ajuda. Com isso…
Outra página, listas de nomes.
—Com isso, comecei a busca a sério. Ele cancelou sua assinatura impressa da ENZO um mês
antes de desaparecer. Esta é uma lista de pedidos de subscrições online para ENZO a partir do dia
em que ele desapareceu. São 82 pedidos, de todo o mundo.
Outra lista. —Esses são novos avatares nos fóruns, ou melhor, pessoas que nunca postaram
antes, a partir do dia do desaparecimento dele. Três nomes começaram a postar regularmente,
demonstrando um interesse fanático pelos tópicos sobre os quais ele era fanático, começando na
semana seguinte ao desaparecimento. Anselmo, Drake, Cavalier. O IP era diferente, mas uma
análise de frequência de palavras deu uma probabilidade de 85% de ser o mesmo autor. Tudo
eventualmente rastreável até o mesmo IP, embora eu tive que trabalhar um pouco para descobrir
isso. —Elle franziu a testa e balançou a cabeça. —Anselmo é o nome do meio de Enzo Ferrari. Seu
apelido era “il Drake” e ele foi feito cavaleiro pelo governo italiano, um Cavaliere. Esses três
avatares compartilhavam o mesmo IP.
—Uau.— Bennett se recostou. —Isso é incrível. Acho que só com o IP podemos encontrá-lo.
—Oh.— Elle deu um pequeno sorriso secreto. —Eu te disse. Eu já o encontrei! O IP é
rastreável até Bali. Aposto que ele queria começar sua nova vida imediatamente. Eu não posso
imaginá-lo esperando por muito tempo. Se ele tem muito dinheiro escondido, ele quer sua Ferrari
imediatamente. Na verdade,— ela olhou para Bennett com tristeza, —eu posso imaginar que
comprar uma Ferrari para ele foi o que o levou a se tornar traidor. Embora eu não possa imaginar
cometer traição e fazer com que as pessoas sejam assassinadas por um carro.
Bennett conhecia pessoas que matavam por uma ofensa imaginária. Por orgulho, por um
maldito cigarro. Um carro - uma Ferrari não menos - era incentivo suficiente para alguns. Você
teria que ser um psicopata, claro, mas abundavam desses ao redor.
Elle apontou para a tela. —Então a concessionária mais próxima fica em Jacarta. Há uma
lista de espera de cerca de dois meses, então imaginei que ele gostaria de obter o nome nela
rapidamente. E certamente, uma semana após o desaparecimento, temos um Sr. Colby Sanders
comprando uma Ferrari com todos os opcionais na concessionária de Jacarta. Custou £250.000.
Uma imagem de câmera de segurança apareceu no monitor e porra! Lá estava ele! Arthur
Kudlow. Raspara a cabeça e cultivara um novíssimo cavanhaque ruivo cheio de falhas e tinha um
bronzeado avermelhado, mas lá estava ele, apertando a mão de alguém que provavelmente era o
dono da concessionária, exibindo um sorriso de comedor de merda. Pedindo o carro dos seus
sonhos, o carro que custara até então cinco vidas e custaria muito mais. Arthur estava cagando e
andando para isso. Ele estava tendo seu sonho molhado vermelho brilhante.
Bennett virou a cabeça. A razão pela qual mais pessoas não morreriam e Arthur logo estaria
na prisão estava sentada ao lado dele, a mulher mais inteligente e mais bonita que ele já
conheceu. Quem encontrou um homem entre os sete bilhões e meio de pessoas no mundo. Um

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homem que limpou todos os vestígios de seu eu anterior e que tinha um exército dos melhores e
mais brilhantes procurando por ele.
—O quê?— Elle disse alguma coisa e ele não estava ouvindo.
—Eu disse,— ela repetiu pacientemente, —ele tentou mudar sua aparência, mas o
reconhecimento facial não presta atenção aos cabelos na cabeça ou nos pelos faciais. O
reconhecimento facial é baseado na distância entre as pupilas, na forma das orelhas, na distância
entre o nariz e a boca. É ele. Definitivamente. Então, com esse conhecimento, olhei para o pedido
de compra e encontrei o endereço dele, que corresponde a uma luxuosa vila a dezesseis
quilômetros de Denpasar, a capital de Bali. Invadi as câmeras de segurança da vila e certamente...
Outra fotografia, dessa vez de Arthur Ludlow nu, perto de uma piscina azul-céu
elaboradamente decorada.
Ambos olharam fixamente. —Talvez eu devesse ter pixelado os genitais dele,— ela disse
finalmente, franzindo o nariz com desgosto.
—Dois pixels,— ele respondeu. —Isso é tudo que seria necessário. Esse homem claramente
precisa de uma Ferrari como compensação pelo que a Mãe Natureza não lhe deu. Certo. Preciso
reportar isto. Você acha que pode...
—Feito.— Elle lhe deu um dos seus sorrisos satisfeitos. —Coloquei todas as informações em
um arquivo e já enviei para você. Procure um arquivo chamado Encontrando Kudlow nos seus
downloads.
Ele estava com seu celular no ouvido quando abriu o arquivo com uma mão. Certamente, lá
estava. Quando seu braço direito, Stuart Forsyth, respondeu, ele disse: —Stu. Encontramos
Ludlow. Ou melhor...— Olhou de relance para Elle. —Alguém muito brilhante o encontrou para
nós. Estou enviando todo o arquivo, além de fotos recentes. Uma das quais é bem desagradável,
fará seus olhos sangrarem. Mas você é durão. Você sobreviveu à Semana Infernal comigo, então
conseguirá assimilar. Certifique-se de que o ex-empregador de Kudlow seja informado. E chame os
agentes de volta e lhes dê alguns dias de folga. Eles estão trabalhando nisso sem parar.
—Você está encerrando o trabalho atual também, chefe?— Stuart perguntou.
Bennett teve um momento de pânico. Encerrando este trabalho? Deus não! Porque então
teria que mandar Elle de volta para o mundo e adorava isso aqui com ela, no covil de luxo deles. —
Não!— Ele disse, então moderou sua voz quando Elle olhou para ele surpresa. Ele limpou a
garganta. —Não, ah. Ainda o mesmo contrato. Manteremos contato. Encaminhe esse arquivo.
Stuart esperou um segundo, dois. Ele não era bobo. —Oh-kay chefe. Relaxa.— Ele
desconectou, deixando Bennett segurando seu celular com a mão úmida. Ele começou a suar ao
pensar em deixar Elle.
Relaxe. Sim.
Elle sorriu para ele. Não era um doce e gentil sorriso feminino. Era um sorriso cheio de
desafios. Me jogue algo realmente duro, dizia. O ar ao redor dela vibrou. Bennett tinha algo duro
para ela. Muito duro.

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OITO

Eles estavam se encaminhando para isto desde o começo.


Bem, talvez não desde o começo do começo, quando ele a nocauteou e a sequestrou, mas
logo depois que ela acordou. Elle nunca se sentiu tão viva como ao lado desse homem forte e
experiente, que era um cara moderno e ao mesmo tempo a fazia se sentir como a Garota das
Cavernas 1.0. O modelo adormecido.
Ele colocou uma mão grande atrás da cabeça dela e trouxe seu rosto para o dele. Ele não
precisava exercer pressão de forma alguma, ela foi de bom grado. De fato, morreria se não tivesse
a chance de se aproximar dele, tocá-lo todo.
Antes, ele a beijou, mas agora ela o beijou. Era absolutamente irresistível, como limalhas
magnéticas. Como se houvesse uma vasta inclinação da terra que a inclinou em seus braços e
nada mais era possível.
Só isto.
Enquanto se beijavam, Bennett esticou os braços e a ergueu em seu colo como se ela não
pesasse nada. Ela o montou, sentindo a força de suas coxas debaixo dela, sentindo a força de seus
ombros contra seus braços.
Ela tinha uma sobrecarga sensorial, como se beijar Bennett enquanto o abraçava ao mesmo
tempo fosse simplesmente demais. A cabeça dela se afastou e ela observou o rosto dele enquanto
seu corpo ficava caótico.
Eles tinham se beijado, claro, mas foi fugaz. Agora, parecia que tudo dela estava tocando
nele. Suas coxas estavam abertas sobre as coxas grossas e uma grande mão nas costas dela, entre
as omoplatas, mantinha seu peito contra o dele. Ela sentiu como se derretesse, mantida unida
pelos braços dele ao seu redor.
Bennett não parecia estar derretendo. Cada músculo que ela conseguia tocar parecia tenso e
duro. Seu rosto também estava tenso, um pouco pálido. Como se houvesse alguma emoção forte
lá. Seus olhos, ligeiramente estreitados, estavam estudando-a.
O que ele estava vendo?
Não a Elle normal, não. A Elle normal sempre foi destacada, um pouco distante, mesmo
quando nos braços de um homem. Bem, ela nunca tinha estado nos braços de um homem como
Bennett antes e não se sentia distante. Sentia-se conectada, se qualquer coisa. Atada a Bennett
por algum tipo de cola sobrenatural. Não conseguiria se afastar dele se tentasse. E não queria
tentar.
Só os olhos dele a estavam segurando. Escuro e penetrante, como se ele pudesse ver dentro
dela. Normalmente, Elle pensava em si mesma como uma pessoa bastante complicada. Mas
agora? Agora estava reduzida ao essencial, a pele segurando hormônios em fúria. Estava fervendo
por dentro, um calor intenso que não tinha nada a ver com a temperatura na sala.

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Bennett percebeu isso. Claro que ele percebeu. Ele notava tudo. Seus olhos escuros
percorriam seu rosto, observando-a com cuidado. A mão contra as costas dela, segurando-a
contra ele, caiu para a bainha de seu top e deslizou por baixo. Os olhos dele se estreitaram ainda
mais quando os dela baixaram e ela ficou ainda mais rosada. Podia sentir a onda de sangue em seu
rosto. E na área entre as pernas. A primeira vez que ela sentiu isso acontecer. Era como um sol em
seu núcleo. Ela puxou uma respiração longa e instável.
Então isto, isto era desejo. Não uma coceira leve, mas uma tempestade furiosa penetrando
em todas as células. Ela leu sobre isso e achou que era como uma tradição literária, mas não. Era
real. Isso era real. E era incrível.
Seu corpo fazendo sua própria declaração, não dela. Parecia que mesmo que ela, como
pessoa, não quisesse Bennett, seu corpo certamente queria. Seu corpo, separado dela.
Era uma sorte, então, que ela também queria Bennett.
Ela não era a única com uma afluência de sangue. Bennett também teve uma afluência de
sangue na virilha. Ela estava sentada praticamente em cima dele e podia sentir tudo. Ele era
enorme, o que a teria preocupado se todos os receptores de preocupação não tivessem sido
queimados diretamente de seu cérebro.
Elle acreditava firmemente na igualdade dos sexos. Ele a estava tocando sob o seu top,
então ela também o tocaria. Passou as mãos pelas largas costas até a bainha do suéter e deslizou
as duas mãos por baixo da lã fina.
Oh Deus. Pele quente, músculo duro. Nunca sentiu nada parecido. Havia eletricidade em
tocá-lo, como tocar algo primitivo, uma força da natureza. Sua pele era um ímã para as mãos dela.
Ele estava beijando o pescoço dela - surpresa! - era uma zona erógena. Quando ele
gentilmente arrastou os dentes ao longo de uma parte sensível de seu pescoço, ela curvou as
unhas em suas costas enquanto o calor florescia dentro dela. O pênis dele cresceu. Ele a mordeu
novamente e ela gemeu e apertou as costas dele e seu pênis cresceu ainda mais, mais duro.
Seus corpos estavam envolvidos em uma pequena dança erótica.
Explorou a ampla extensão das costas dele, sentindo cada músculo distintamente. Então
seus dedos encontraram um tecido duro. Tecido cicatricial, redondo. Uma cicatriz de bala, onde
ele foi baleado. Ela tocou de leve e levantou a cabeça enquanto ele levantava a dele.
Eles se encararam. Um músculo se contraiu na mandíbula dele.
Elle era uma tempestade de emoções, todas cruas e reais. Isto era tão real quanto era
possível. Ele foi baleado e sobreviveu. Ele poderia ter morrido. Ele colocou sua vida em risco e
pagou o preço, mas ele ainda estava aqui.
Se ele tivesse morrido, ela nunca conheceria isto. Em seus quase trinta anos nesta terra,
nunca sentiu esse desejo ardente antes e provavelmente nunca sentiria se não fosse por Bennett.
Ela tocou a cicatriz dele. —Você sobreviveu,— ela sussurrou.
Ele assentiu, com um pequeno movimento de cabeça.
—Estou tão feliz por isso.— As palavras saíram dela voluntariamente, direto das profundezas
de seu coração.

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Ela estava tão feliz por ele estar vivo e bem aqui em seus braços.
Bennett fechou os olhos e a beijou novamente. Ele a beijou com todo o seu corpo e ela ficou
arrepiada. Era tão intenso que ela mal conseguia respirar, mal conseguia se mexer, exceto se
contorcer para chegar ainda mais perto dele.
A mão dele pressionou as costas dela enquanto movia os quadris para frente e de repente
ela o estava cavalgando. As dobras de seu sexo se abriram e lá estava ele, separado de sua carne
por camadas de tecido, os dela e os dele.
Ela se moveu, montou nele e o sentiu estremecer.
Oh, uau! Ela fez esse homem forte, o homem mais forte que ela já conheceu, estremecer e
tremer. Isso era poder, poder diferente de qualquer outro que ela já conheceu antes. Ela era a
mulher mais poderosa do mundo.
Vamos testar isto, pensou, e mordiscou o lábio inferior dele. Ele se sacudiu, beijou-a com
mais força. Um giro de seus quadris e ela deslizou ao longo de seu pênis e ele gemeu em sua boca,
apertando os braços ao redor dela. Apertando as mãos nas costas dele, deslizou sobre ele
novamente enquanto o calor irrompia em todos os lugares que ela o tocava.
De novo e de novo, e de repente ele se ergueu com ela em seus braços e os levou para o
quarto dela. Parecia com voar, como se tivesse sido libertada das amarras da terra. Melhor que
voar porque ele ainda a beijava. Vagamente, Elle se perguntou como ele não esbarrou na mobília,
mas ele não o fez. Em um instante, Bennett a deitou na cama. Por um momento, apenas um
momento, ela sentiu frio porque ele não estava mais a abraçando. Mas então ele estava se
despindo e ela não sentia frio. Na verdade, o calor subiu vários graus.
Ele cruzou os braços e puxou o suéter para cima e sobre a cabeça, jogando-o em uma
cadeira. No instante em que bateu na cadeira, ele tirou as botas e as meias, tirou o jeans e a cueca
e lá estava ele. O homem mais bonito que ela já viu.
Ela o viu em uma velha e esfarrapada regata e shorts, mas nu, ele era outra coisa. Músculos
longos e magros, tão definidos que ele poderia ter sido um atlas de anatomia vivo. Veias
levantadas eram visíveis por todo o corpo. Elle esteve em torno de homens poderosos a vida toda.
Seu pai era um dos homens mais ricos do mundo. Seu padrasto era CEO de uma grande
corporação. Ela trabalhou com ganhadores do prêmio Nobel e com os beneficiários da MacArthur
“Genius” Grant11. Mas Bennett era outro tipo de poder, uma forma primitiva de poder, mas o
negócio real. Quando o mundo fosse para a merda, os outros homens perderiam o poder.
Bennett nunca perderia o dele. Apenas a morte poderia tirar isso.
Ele contornou a morte muitas vezes.
Ele estava diante dela, nu, quase em uma posição de luta. Seu peito arfava como se tivesse
corrido quilômetros até ela.

11
O MacArthur Fellows Program, MacArthur Fellowship, comumente conhecida, mas não oficialmente, como “Genius Grant”, é
um prêmio concedido anualmente pela Fundação John D. e Catherine T. MacArthur, normalmente entre 20 e 30 pessoas, trabalhando
em qualquer área que mostraram “extraordinária originalidade e dedicação em suas atividades criativas e uma capacidade marcante
de auto direção” e são cidadãos ou residentes dos Estados Unidos.

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Eles se encararam. Sem palavras, Elle se despiu. Ela se sentou, tirou o top de yoga, soltou o
sutiã, deslizou as calças de yoga sedosas e a calcinha de renda pelas pernas. Bennett seguiu cada
movimento que ela fez, sem mover um músculo.
Quando estava nua, Elle se deitou e ergueu os braços e sussurrou. —Venha para mim,
Bennett.
Era como se as palavras dela o libertassem dos grilhões. Em um passo ele estava ao lado da
cama e um segundo depois estava deitado em cima dela. Ambos estremeceram. Foi um grande
alívio senti-lo sobre ela, seu peso a empurrando para baixo. Como se sem esse peso ela
simplesmente flutuasse para cima e para longe.
Ela precisava desse peso. Ela precisava dele.
Bennett colocou um antebraço na cama ao lado de sua cabeça e ergueu o torso. Sua outra
mão cobriu seu monte. Como se ela precisasse de mais calor lá. Parecia um forno, em chamas.
Longos dedos a cobriram, alcançaram a abertura de seu sexo, acariciando-a ali.
Bennett baixou os olhos para a imagem que eles faziam, depois ergueu os olhos para os
dela. —Você é tão linda.— Sua voz estava rouca, como se ele não tivesse falado em anos. —Não
sei por onde começar.
Isso a fez sorrir. —Você vai descobrir.
Seus olhos nunca deixaram os dela. —Eu vou.
Dedos a tocaram, entraram nela. Um raio elétrico de prazer passou por ela.
Bennett fechou os olhos e depois os abriu novamente. —Você está molhada.
Ela sorriu. —Estou.
Seu dedo deslizou dentro e fora dela e desta vez ela fechou os olhos. Um suspiro deixou sua
boca. Sem pensar, seus quadris se levantaram.
—Você está pronta.
Os olhos dela se abriram ante isso. A respiração em seus pulmões era quente e ela não
conseguia falar. Ela assentiu porque, sim, estava pronta. Geralmente era preciso muitas
preliminares para estar pronta, mas estava pronta agora. Tão pronta que a chocou. Ele mal a
tocou e ela estava pronta para gozar. Parecia que esteve se preparando para este momento toda a
sua vida.
Bennett mexeu os quadris e entrou nela com um golpe duro e chocante. Ele parou, apoiado
nos antebraços, as mãos envolvendo a cabeça dela. —Deus,— ele murmurou. —Desculpe.
Elle fechou os olhos, toda a atenção concentrada para dentro, particularmente para onde
ele a preenchia completamente. Era quase doloroso, mas não de todo. No fio da faca entre a dor e
o prazer ofuscante.
Não se desculpe, ela queria dizer, mas não teve fôlego para fazê-lo. Ela arqueou, abriu as
pernas e ele afundou um pouco mais nela e não era mais aquela linha tênue entre a dor e o prazer
ofuscante. Era apenas um prazer ofuscante.
Com um pequeno grito, ela caiu no orgasmo, apertando em torno dele com força e oh Deus,
ele começou a gozar também. Jorros impossivelmente intensos que duraram para sempre. Através

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de tudo isso, ele a beijou, segurando a cabeça dela com força, e pressionou dentro dela o mais
forte que pôde, afogando seus gemidos na boca dela.
Isso durou para sempre. O tempo simplesmente parou enquanto seu corpo acelerava e ela o
agarrava o mais forte que podia, apertando-o com seus braços e pernas. Ela iria explodir se não o
abraçasse com força.
Ele começou a se mover nela, com golpes duros que não doeram porque ela estava tão
molhada que sentiu o calor, a sensação de estar cheia.
Finalmente a tensão a deixou. Seus braços desmoronaram ao lado do corpo, as pernas
abertas. Ela se sentia completamente solta, exausta, músculos como borracha. Absolutamente
nenhum pensamento em sua cabeça. Seu cérebro foi dar uma volta enquanto seu corpo assumia.
Prazer naquele nível era quase assustador.
Ele levantou a boca da dela e os lábios dele estavam vermelhos e ligeiramente inchados.
Quem sabia como os dela estavam? Ela era provavelmente a própria imagem de abandono
desenfreado, braços e pernas largados, Bennett em cima dela, ainda dentro dela.
—Uau.— Ele balançou a cabeça. Ele não estava sorrindo, mas havia uma leveza em sua
expressão. —Eu realmente sinto muito. Normalmente não sou o gatilho rápido.— Ele deu um
peteleco na pequena covinha no queixo dela. —É porque você é tão incrivelmente desejável.
Elle não tinha energia para revirar os olhos, mas sorriu fracamente. —Então é tudo culpa
minha?
Ele soltou um enorme suspiro. Ela podia sentir aquele peito enorme se expandir. —Não,
querida, é minha.— Agora ele sorriu. —Vai ser melhor da próxima vez.
Melhor e ela estaria morta, mas ela não disse isso. —Eu não sei. Foi muito bom. Eu te daria
um A.
Ele sorriu. —Sim?
Ele se afastou, em seguida, deslizou de volta para ela. De alguma forma ele ainda estava
duro. Elle não fazia ideia de que homens pudessem fazer isso. —Um A?
Outro deslize para dentro dela e sua vagina realmente tremulou.
—Ok,— ela suspirou quando seus braços foram ao redor dele novamente. —Um A+.

Na manhã seguinte, Bennett levantou a cabeça do travesseiro e depois a soltou novamente.


Estava coberto de suor, exausto e estimulado, ambos ao mesmo tempo. Como se pudesse fazer
trezentas ou quatrocentas rodadas no ringue com um parceiro de treino, se conseguisse se
levantar. Virou a cabeça no travesseiro para olhar para ela, que estava olhando para o teto. Graças
a Deus ela tinha um sorriso no rosto.
—Tudo isso é tão fora dos limites,— ele disse. Mas estava sorrindo. —Eu deveria me dar um
pé na bunda.

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Ela olhou para ele pelo canto dos olhos, sem mover a cabeça. —Sim,— disse
preguiçosamente. —Por quê?
Bennett se levantou sobre o cotovelo e olhou para ela, totalmente satisfeito com o que viu.
Colocou o rosto contra o pescoço dela e inalou. Ela cheirava tão bem. Algum aroma floral mais
uma sobreposição de sexo. Melhor cheiro do mundo. —Te disse. Não confraternizar com os
contratantes.
Ela passou a mão preguiçosamente nas costas dele, parando, como fizera antes, na cicatriz
da bala. —Eu chamaria o que fizemos a noite toda um pouco mais que confraternização. Talvez
você devesse se dar um pé na bunda.
Ele beijou seu ombro. —Mas eu teria que sair da cama para me dar um pé na bunda.
Ela suspirou. Alisou a mão pelas costas dele, sobre a bunda dele. Agarrou-a. —E uma bunda
muito boa também.
Ele riu quando passou de semiduro para ereção furiosa. Ele se mexeu, então estava deitado
em cima dela, pegando o peso de seu torso nos braços. Suas mãos estavam no cabelo dela,
mantendo a cabeça dela imóvel. Um cabelo negro azulado brilhante sobre seus dedos.
—Eu continuo esperando que seu cabelo esteja frio, é tão preto. Mas não é. É quentinho.
Felizmente ela não fez comentários sobre o comentário estúpido dele.
—É uma cor incrível. E seus olhos... Jesus. Você se parece tanto com a Branca de Neve.
—Eu herdei minha coloração da minha mãe. Ela era uma verdadeira beleza na época dela.
Ainda é muito bonita.
Ele se perguntou se ela tinha conseguido sua inteligência de sua mãe ou de Ricks. E
agradeceu novamente às estrelas que ela não herdou a aparência dele.
—Por que seu pai a deixou?
A boca dela se curvou. —Eu acho que ele realmente a amava. Mais do que qualquer outra
mulher. É só que a mamãe cometeu o erro fatal de envelhecer, então, como ele faz com seus
carros e casas, ele a trocou por um modelo mais novo. Não funcionou. Suas esposas ficavam cada
vez mais jovens e mais estúpidas. Meu pai é muito bom com dinheiro, mas não é tão bom como
ser humano.
Bennett passou o dedo pela lateral do rosto dela, admirando os finos ossos faciais. Esta era
uma mulher que seria bonita e viraria a cabeça aos oitenta anos. —Ele é um idiota.
Ela riu. —Bastante. E ele perdeu no final. Minha mãe chorou por anos depois que ele nos
deixou e então ela conheceu meu padrasto, Matthew Castle. Ele me adotou e eu o amo como um
pai. Certamente mais do que meu próprio pai. Mamãe e Matt são muito felizes. A última esposa
do meu pai era búlgara com algum sangue cigano nela. Eu ouvi que ela o amaldiçoou antes de ir
embora. Ele ficou realmente assustado.
Bennett tinha pouquíssima largura de banda para ter pena de Clifford Ricks quando tinha a
filha que Ricks havia ignorado sob ele. Esta não era uma mulher que você ignorava. Tão suave, tão
brilhante. Um monte de afiados comentários sarcásticos vinha de uma boca que era incrivelmente
macia.

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Queria continuar falando com ela, mas seu corpo tinha outros planos. Mudou de posição e
ficou completamente em cima dela, percebendo que estavam novamente em posição de
missionários depois de estarem na posição de missionários a noite toda. Ele não conseguia nem
mesmo pensar em fazer experiências quando tudo o que queria era montá-la, da maneira mais
primitiva possível.
Missionário tinha suas vantagens. Deus sim. Ele podia observar seu lindo rosto e tocá-la toda
enquanto a fodia. O que era melhor que isso?
Ele estava excitado - ela estava? Inclinou-se para beijar seu pescoço, sabendo exatamente os
pontos que a excitavam. Ele ia conseguir uma porra de um PhD em Elle Castle. Iria saber tudo
sobre ela, por dentro e por fora, antes de terminar.
E também ia se ocupar disso, porque estar com ela era simplesmente o melhor.
Então iria revisar as anotações da aula. Uma lambida de sua orelha que a fazia estremecer,
confere. Uma leve mordida atrás da orelha que a fez suspirar, confere. Deslizar os dedos entre as
pernas dela, sentindo-a lentamente ficar molhada, oh sim. Confere, confere, confere.
—Bennett,— ela suspirou.
—Bem aqui,— ele sussurrou em seu ouvido, em seguida, lambeu.
Ela estava pronta e ele sentiu como se tivesse nascido pronto. Entrou nela e ela estava tão
apertada e macia que ele sentiu que sua cabeça explodiu. Não explodindo imediatamente, não.
Ele fez isso duas vezes na noite passada e, porra, ele era conhecido por seu autocontrole. Poderia
durar muito tempo, exceto com Elle, a única mulher que queria agradar acima de todas as outras.
Ela não reclamou, mas ainda assim.
Ele se segurou dentro dela porque, bem, parecia tão bom. Ele já podia sentir a tensão ao
longo de sua espinha, mas não gozaria em um instante. Não.
Puxou para fora, querendo que isso fosse vagaroso, mas imediatamente voltou para dentro.
Dentro. Fora. Dentro.
A pele dele estava muito esticada e a eletricidade crepitava no ar.
Dentro.
Fora.
Ele começou a tremer. A cabeça de Elle se encostou nos travesseiros, a longa garganta
branca exposta e, conforme ela deu um grito agudo, se apertou em torno dele em agudas
contrações.
Dentro. Fora. Dentro. Fora. Dentroforadentroforadentrofora...
Bennett encostou o rosto na cabeça dela e abafou o grito no travesseiro. Estava vertendo
suor, seu cabelo, sua virilha molhada com isso.
Fechou os olhos e sufocou um gemido quando chegou ao clímax. Definitivamente superaria
essa fase inicial de excitação incontrolável. Definitivamente. Embora quem sabia quando?
Elle deu uma risadinha e arrastou os dedos preguiçosamente pelas costas dele. Parando,
como sempre, em sua cicatriz de bala.
Ele mal tinha energia para manter os olhos abertos.

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—Isso foi engraçado?— Ele murmurou.


—Não.— Ela arrastou a mão de volta pelas costas e segurou sua bunda. —Eu estava
tentando pensar em uma nota mais alta que A +.— Ela virou a cabeça e sorriu para ele. —Então, o
que vamos fazer hoje?
—Nunca mexa com uma fórmula vencedora. Que tal isto? Eu vou bater num saco de
pancadas até a morte enquanto você observa. Você vai nadar enquanto eu observo. Eu te
alimento. Então eu te dou um problema muito difícil de resolver e você resolve. Eu te alimento,
então te levo para a cama.— Ele sorriu para ela. —O que você acha desse plano?
—Perfeito,— ela suspirou.

NOVE

Foi um dia perfeito, particularmente a parte em que ela conseguiu vê-lo malhando seminu.
Hmmm. Desta vez ela não teve que fingir. Simplesmente se sentou e observou aquele corpo
maravilhoso com todos aqueles músculos trabalhando em perfeita harmonia espancando
brutalmente um saco.
Ele sabia que ela estava olhando para ele, mas depois de um minuto ou dois, ela também
sentiu que ele a tinha esquecido, esquecido do mundo e estava focado como um raio laser na
destruição de um saco de couro cheio de areia.
Ela sabia que ele estava focado porque reconhecia essa expressão, essa intensidade, essa
total concentração. Era a que ela exibia quando estava imersa em uma tarefa. Quando o mundo
desaparecia e você era um com a natação, ou o código ou o teorema. Poucas pessoas tinham esse
dom, mas ela tinha e Bennett o tinha sem dúvida.
No apartamento, ele era um companheiro perfeitamente afável. Sossegado e divertido.
Como um grande labrador ou pastor alemão, simpático e ansioso para agradar. Ela sabia que era
porque ele sentia que estavam seguros no apartamento em si, salvo uma bomba jogada de um
avião derrubando uma ala inteira do Sparrow Square.
Mas no instante em que a porta do apartamento se fechava atrás deles, ele se transformava
em um rottweiler.
Embora ele soubesse que ela estava limpado os rostos deles do sistema quando andavam
pelos corredores e no elevador descendo até a piscina, ele estava completamente focado, com a
atenção voltada para um círculo de 360° ao redor deles. Se os candeeiros da parede Art Deco
subitamente voassem e se transformassem em drones, se alienígenas vorazes parecidos com o
Predador caíssem do teto, se encontrassem bandidos nos cantos, ela não tinha dúvidas de que ele
estaria pronto e com um plano.
Ele relaxou um pouco - só um pouco - quando ela estava na piscina, em parte porque ele
repetiu o truque de ontem de amarrar as maçanetas das únicas portas de acesso com
abraçadeiras plásticas, observando-a com seus olhos escuros enquanto ela nadava.

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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
Seu Bilionário - Londres

Ela estava perfeitamente segura. Se qualquer coisa, o perigo vinha de dentro dela.
Seu corpo parecia... Diferente. Bem, ela teve mais do melhor sexo na noite passada e esta
manhã do que... Nunca, realmente. Seus músculos íntimos estavam doloridos e estava grata pela
água morna e exercícios. Estava intensamente consciente de seu corpo nas primeiras voltas e
ficou surpresa com o esforço necessário para coordenar seus membros. Ela nadava diariamente
desde os sete anos. Seu corpo assumia no instante em que batia na água.
Mas hoje... Bem, demorou algum tempo para encontrar o ritmo, e estava muito consciente
de Bennett, sentado em uma espreguiçadeira, observando-a, focado nela. Sua atenção parecia
algo tangível, como uma mão a tocando.
Ele de alguma forma sabia quando ela começou a enfraquecer, e quando ela levantou a
cabeça, levantando os óculos de natação, lá estava ele com uma mão enorme estendida para
ajudá-la a sair.
Ele a ergueu da piscina sem nenhum esforço e estendeu uma toalha para ela, envolvendo-a
em torno dela. Não havia mais ninguém por perto, então se permitiu ser embrulhada como uma
múmia e entrou em seus braços, apoiando a cabeça no ombro dele. Foi o sentimento mais
extraordinário, como se ele pudesse lhe emprestar sua força. Ou melhor, ele colocou sua força -
todos aqueles músculos longos e magros - a serviço dela.
Ele não a beijou, no entanto. Sua vigilância era incessante. Ele a abraçou com força, mas sua
cabeça se moveu e ele manteve os olhos nas portas.
—Que tal você secar lá em cima?— Ele perguntou. Ela sentiu o estrondo de sua voz no peito
dele, orelha contra ele.
Ela piscou. —Claro.— E só na viagem de volta ao apartamento ela percebeu que ele queria
minimizar o tempo fora e, pelo menos em teoria, a exposição.
Assim que chegaram ao apartamento, ele relaxou a vigilância de ferro. Deixou cair um beijo
no topo de sua cabeça. —Por que você não vai tomar uma ducha e o almoço estará pronto
quando você sair?
Ela sorriu para ele. —Feito ou pedido?
―Pedido. Eu pedi e espero ter acertado seu gosto. Hoje à noite faremos o pedido
novamente, o que você quiser. Mas vou cozinhar algo especial amanhã para você.
Um homem bonito cozinhando para ela. Não podia ficar muito melhor do que isso. —Parece
bom. E esta tarde você me dará um problema para resolver?
—Oh, sim,— ele disse suavemente. —Conte com isso.
O almoço era exatamente do gosto dela. Sopa francesa de cebola e um grande prato de
peixe para compartilhar, com batatas fritas e maionese de alho. Ela comeu tudo e lambeu os
dedos. —O que você vai cozinhar para mim amanhã?
—Algo saudável. Você tem o gosto de um garoto de doze anos. Acho que você
provavelmente poderia viver de pizza e hambúrgueres.
—Eu poderia,— ela respondeu. —Eu vivo.

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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
Seu Bilionário - Londres

—Você precisa de um guardião,— ele resmungou e a cabeça dela se ergueu abruptamente


ante isso. Seus olhos se encontraram com um estalo quase magnético. A eletricidade crepitava no
ar, um arco quase visível entre eles. Elle ficou surpresa que os pelos finos em seu antebraço não se
elevassem. Uma faixa se apertou em volta do peito e ela esqueceu de respirar por um momento.
Ele também parecia eletrificado, olhos escuros tão intensos que pareciam brilhar.
Ela não conseguia olhar para ele, não conseguia desviar o olhar dele, estava completamente
paralisada. As palavras você está se candidatando para o trabalho? permaneceu em seus lábios e
teve que mordê-las para mantê-las dentro de si.
Porque, bem.
Ter Bennett Cameron como guardião não soava mal, não soava mal absolutamente. Ele era
realmente um bom guardião.
Elle viajou pelo mundo e viajou sozinha, plenamente consciente de que uma mulher solteira
era presa na maior parte do globo. Então, estava sempre atenta e dedicava muita atenção ao
ambiente e, como consequência, raramente ficava completamente relaxada quando estava fora
pelo mundo. Sentir-se tensa era um estado natural.
Ela nem tinha percebido até agora.
Estar com Bennett era como mergulhar em um banho quente. Não havia necessidade de
sentir qualquer apreensão. Poderia afundar em sua própria mente e não prestar atenção ao
mundo exterior, porque, bem, ele estava lá. E ninguém em sã consciência se atreveria a machucá-
la com Bennett ao seu lado.
Era emocionante. Viciante. Extremamente retro, provavelmente primitivo, mas um
sentimento incrível.
E acima disso, Bennett não era de forma alguma um valentão ou arrogante. Ela se sentia
totalmente livre para fazer o que quisesse, desde que isso não afetasse sua segurança. Embora
parecesse que ele estava tentando empurrá-la para uma dieta mais saudável. O que era bom,
porque quando estava ocupada com o trabalho, o que era sempre, pedir comida era a opção
padrão.
Você precisa de um guardião.
Bennett foi o primeiro a quebrar o contato visual. Elle sentiu a onda de sangue nas
bochechas e amaldiçoou sua pele clara. Sua mortificação devia ser clara para ler em seu rosto. O
vermelho da luz de freio era uma cor difícil de ignorar.
Foi sorte que ela nunca estivera tão atraída por um homem antes. Nem mesmo perto. A
única vez que sentiu essa quantidade de sangue na cabeça, foi porque um aluno apontou um
engano em uma fórmula na tela durante uma aula.
Quando Bennett virou a cabeça, foi como se ela tivesse sido desligada. Uma enorme fonte
de energia de repente cortou.
Ele se levantou, limpou os pratos, colocou-os na pia. Bem, ele a fez se sentir alterada. Como
retorno, ele deveria limpar a mesa. Muito justo.
Falando nisso…

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—Você me deve um problema,— ela exclamou para suas costas largas, mãos grandes
manuseando os delicados pratos de porcelana com cuidado.
Quando ele se virou para ela, ele tinha um meio sorriso no rosto. —Eu devo.— O sorriso
ficou completo. —É um extraordinário. Vamos ver se você consegue resolvê-lo. Vai ser divertido
assistir.

Bennett entregou-lhe o mais espinhoso dos problemas espinhosos com que sua empresa
estava lidando. Ele contratou quinze novos agentes - dez homens, cinco mulheres - para esta única
operação. Todos foram designados para vigilância 24 horas por dia. Outros vinte estavam no
SIGINT - signals intelligence12. Que era uma maneira extravagante de dizer que eles mantinham
estações de vigilância 24 horas por dia, 7 dias por semana, monitorando celulares, computadores,
telefones fixos, imagens de vídeo de segurança.
Os dois estavam sentados na grande mesa que fora limpa e agora era o local de trabalho
deles. Era tão estranho. Este era o segundo dia em que trabalhavam juntos e Bennett já se sentia
confortável. Elle estava sentada com as mãos no colo, o laptop aberto, totalmente virada para ele,
pronta para ouvir o que ela chamava de “os parâmetros” do problema.
Os parâmetros do problema era que isso era uma merda.
—Esta é uma empresa privada, portanto não há implicações de segurança nacional. Vou te
considerar uma subcontratada temporária da minha empresa, por isso não há problemas em te
dar acesso total à informação.
Ela inclinou a cabeça. —Uma subcontratada temporária? Quanto você vai me pagar pelos
meus serviços?
Ele sorriu. —Diga seu preço.— O contrato de sua empresa era enorme. Eles podiam pagar
mais ou menos o que ela quisesse.
—Ingressos para Les Mis13.
—O que?
—Você me ouviu. Eles são quase impossíveis de encontrar, particularmente em Londres.
Então eu quero dois ingressos para o meu musical favorito quando isso acabar e quero que você
me acompanhe.
Oh cara. Ele nunca tinha visto Les Mis. Porra sim. —Feito. E jantar primeiro.

12
SIGINT (acrônimo de signals intelligence) é o termo inglês usado para descrever a atividade da coleta de informações ou
inteligência através da interceptação de sinais de comunicação entre pessoas ou máquinas.
O nascimento da SIGINT em um senso moderno data da Guerra Russo-Japonesa de 1904~1905. Conforme a esquadra russa
preparava-se para o conflito com o Japão em 1904, o navio britânico HMS Diana estacionado no Canal de Suez interceptou sinais
sem fio da marinha russa, destinados para a mobilização dos navios da esquadra; esta foi a primeira vez que algo do tipo ocorreu.
13
Les Misérables, também conhecido informalmente por Les Mis ou Les Miz, é um musical francês composto por Claude-Michel
Schönberg em 1980, com libreto de Alain Boublil e letras de Herbert Kretzmer. É um dos musicais mais famosos e mais encenados
pelo mundo. É baseado no romance épico francês Les Misérables, de Victor Hugo, o musical se passa na França do início do sécu lo
XIX e acompanha as histórias entrelaçadas de um elenco personagens que lutam por redenção e pela revolução.

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ESCAPADA
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Seu Bilionário - Londres

—Ok.— Ela levantou as mãos e as colocou sobre o teclado. As mãos dele foram para o seu
próprio laptop ao lado do dela e ele transferiu um arquivo grande. Um arquivo muito grande.
Enquanto estava carregando, ele deu um resumo oral. —É uma grande empresa de tecnologia.
Sydotek.
Ela assobiou. —Isso é grande.
Bennett assentiu. —Eles estão trabalhando em algo que tem implicações enormes, podem
revolucionar a computação e potencialmente valer bilhões.
Elle assentiu, o rosto inteligente sóbrio. —Provavelmente algo a ver com o próximo passo
em direção aos computadores quânticos.
Bingo.
Ele olhou fixamente. —Como você... Não importa.— Tudo o que tinha que fazer era olhar
para aquele rosto brilhante e aqueles olhos inteligentes para descobrir como ela tinha percebido.
Este era o domínio dela. Ele sentiu a esperança se mexendo. Talvez ela realmente pudesse ajudá-
los.
Ela suspirou. —Se é isso, você não exagerou. Seria revolucionário e valeria bilhões. Alguém
está roubando a pesquisa.
Desta vez ele não a olhou fixamente, mas sorriu. —Quatrocentos anos atrás, você teria sido
queimada na fogueira.
Ela não sorriu de volta.
Ele olhou de relance para o monitor dela. Seu arquivo já havia sido carregado, o que
significava que o computador dela era incrivelmente poderoso. Ele sabia que o arquivo levava até
mesmo os mais poderosos computadores disponíveis comercialmente pelo menos um quarto de
hora para serem carregados. O dela apenas bebeu como um bom vinho.
—Está bem. O que você tem nesse arquivo é uma imensa quantidade de dados, incluindo
imagens. Eu não sei como você pode passar por isso em menos de uma semana, mas estou te
dando mesmo assim. A matriz descobriu pesquisas proprietárias surgindo em um laboratório
estadual na China. Este laboratório está seguindo os desenvolvimentos da Sydotek passo a passo.
Alguém os está alimentando com a informação de dentro.
—Isso é muito ruim,— ela disse. —Quantas pessoas trabalham no laboratório de Sydotek?
—Isso é um grande problema, mas apenas cinco pessoas têm acesso a toda a pesquisa e a
entendem. Quatro homens e uma mulher. Todos Ph.D., todos super inteligentes, todos
aparentemente inocentes, todos fazendo seus negócios diários normalmente, ninguém com
somas inexplicáveis de dinheiro no banco. A empresa tem pavor de acusar o pesquisador errado.
Eles são todos mandachuvas, todos essenciais. A empresa não quer cometer erros. Mas, por outro
lado, à medida que a pesquisa se aproxima mais e mais de um modelo funcional, eles também não
querem que o trabalho apareça primeiro na China. Seria um grande golpe.
—Compreensível,— ela murmurou.
Seu dedo indicador com a unha pintada de azul acariciou o lado de seu laptop.
Normalmente, Bennett odiava aquela porcaria - batom preto, unha pintada de cor escura. Mas

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nela parecia muito bom, destacando a pele fina e pálida de suas mãos. Ele balançou a cabeça.
Como poderia estar pensando em pintura de unhas agora? O contrato da Sydotek valia bem mais
de cinco milhões de dólares, eles não estavam nem perto de encerrá-lo e aqui estava ele
devaneando sobre a pintura de unhas.
—Então, o que há nesse mega arquivo?
—Uma tonelada de coisas,— disse Bennett com um toque de exasperação em sua voz. Eles
passaram incontáveis horas de trabalho coletando e tinham porra nenhuma para mostrar. —
Tenho muitos homens e mulheres vasculhando os e-mails de trabalho deles, acompanhando-os,
em vigilância 24 horas por dia, passando por extratos bancários. Um de nossos caras até
mergulhou no lixo porque achou que um dos pesquisadores descartou algo suspeito. Era areia de
gato e meu cara fedeu a mijo de gato por dias depois. Então você terá que classificar as coisas por
si mesma. Eu não quero te dar nenhuma orientação porque, por definição, nós perdemos alguma
coisa. Você pode pegá-la se eu não te influenciar.
—Ok.— Ela se inclinou para frente um pouco, estudando o que ele tinha enviado. Um monte
de material organizado da melhor maneira possível. Seus olhos examinaram a tela como um
metrônomo.
—Levará um tempo para você se familiarizar com o material e como ele está estruturado,—
ele disse, desconfortável. Ele jogou um monte enorme de dados para ela. Era realmente injusto.
—Ouça.— Ele se mexeu na cadeira. —Talvez devêssemos tentar outro problema...
Elle sacudiu os dedos para ele, sem tirar os olhos da tela. —Você não tem trabalho a fazer?
Bem, sim, sim ele tinha. Muito, na verdade. Coisas de administrador, principalmente. Novo
equipamento para avaliar e encomendar. Bônus. Receber e responder pedidos de emprego. Havia
muito para pôr em dia. Era por isso que ele raramente aceitava tarefas de proteção executiva,
porque você abandonava o mundo durante a duração da tarefa e ele tinha uma grande empresa
para administrar.
Então ele fez o que Elle fez - desapareceu em seu computador. Não tão completamente
quanto ela, no entanto. De vez em quando olhava para cima da tela para olhar para ela. Só para se
assegurar de que alienígenas não a sequestraram enquanto ele lidava com os lances de um novo
jato corporativo.
Mas ela não estava olhando para cima para checá-lo, não. Ela estava tão imersa no que
estava fazendo que o deixou envergonhado. Porra, ele dirigia um negócio de bilhões de dólares,
deveria estar tão concentrado quanto ela.
O foco dela era realmente alarmante.
Depois de um tempo, ele percebeu que ela não estava parando para nada. Ele se levantou
para colocar uma xícara de chá ao lado de seu cotovelo. Ele tinha estocado uma grande variedade
e preparou seu chá preto favorito para ela, Lady Grey. Ela sorveu distraidamente. Às 4 da tarde ele

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pediu scones 14 e um prato de frutas para os dois. Ela comeu cada porção sem tirar os olhos do
monitor. Era fantástico.
Bennett mergulhou no trabalho, imprimindo especificações e comparando-as. Seria seu
terceiro jato corporativo e precisava equilibrar a capacidade de voar pelo menos vinte pessoas
com conforto em longas distâncias com eficiência de combustível. Ele consultou seus principais
pilotos na função de bate-papo e estava perto de uma decisão quando Elle fez um som.
Sua cabeça se ergueu rápido. Era o primeiro som que ela fazia em cinco horas. O céu lá fora
ficou escuro cinza.
Ela estava reclinada, arqueando a coluna para trabalhar as dores musculares. —Você está
bem?— Ele perguntou. —Escute, pare por hoje. Você pode pegar amanhã, quando tiver
descansado. Eu não quero...
—Eu peguei,— ela disse, sorrindo para ele.
Ele olhou fixamente para ela. Ela era tão linda. Ele não olhou para ela em mais de duas horas
e ficou impressionado com o quanto ela era linda. —Pegou o que?— Perguntou estupidamente.
Ela o olhou estranhamente. —O culpado.— Elle balançou a cabeça. —Lembra? O físico que
está vendendo informação?
—Você o pegou?— Os olhos de Bennett se arregalaram. Suas melhores mentes estavam no
trabalho há quase um mês. —Tem certeza?
Ela não se ofendeu. Ela era esperta demais para isso. —Tenho certeza. E eu a peguei, não
ele.
—A mulher?— Bennett sentiu como se tivesse acabado de acordar, estava apenas pondo o
papo em dia com ela. Ele arrastou a cadeira para mais perto dela. —Me mostre.
Elle puxou algo que parecia estranho. Gráficos de algum tipo. Cubos torcidos com linhas
brilhantes passando por eles, de baixo para cima. Cinco deles. Eram lindos de uma maneira
abstrata.
Elle clicou um botão e a imagem dos cubos ficou mais nítida até parecerem CGI 15. Eram
intrigantes e até atraentes, como uma forma de arte. Mas não tinham significado para ele.
—O que estou olhando?
Elle clicou em outro botão e aqueles belos e enigmáticos cubos fizeram uma pequena dança.
Originalmente, estavam em fila, do mesmo tamanho, ocupando a largura do monitor de Elle. De
repente, o primeiro se expandiu em tamanho e os outros quatro desapareceram. Então todos se
alinharam novamente, e o segundo apareceu em primeiro plano enquanto os outros quatro
desapareceram. Depois o terceiro, o quarto e o quinto.
Então o processo começou tudo de novo.
Era hipnotizante, quase lindo.
—Bennett?
Era quase impossível afastar os olhos. —Hã?

14
O scone é um bolinho inglês, geralmente feitos de trigo, cevada ou aveia, e que são feitos em porções individuais, assim como o
cupcake. Às vezes adoçados, o scone é o acompanhamento mais importante para aquele chá que só os ingleses sabem fazer.
15
Computer-Generated Imagery - Imagens Geradas por Computador

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ESCAPADA
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Ela soltou um suspiro. —Preste atenção. É importante.


Ele estava sendo castigado. Tudo bem. Era Elle o castigando. —Sim, ma’am.— Ele repetiu
sua pergunta. —O que estou olhando aqui?
Ela bateu na tela com uma unha. —Você está olhando para uma representação do espaço de
Minkowski. O espaço de Minkowski é onde o espaço euclidiano tridimensional é unido ao tempo
em uma variedade quadridimensional.
A boca de Bennett se abriu e fechou. Ele grunhiu.
—Em termos mais simples, o que estamos vendo é uma representação gráfica das três
dimensões do espaço em conjunto com a quarta dimensão, o tempo.
Bennett grunhiu novamente.
A unha de Elle subiu lentamente do fundo do cubo retorcido até o topo. Dentro do cubo
havia uma linha bem iluminada. —Esta linha é uma série de pontos. Cada ponto representa algo
importante sobre a vida do cientista. Os pontos formam uma linha que é a do tempo. Então, de
baixo para cima, é uma representação da vida do cientista, durante um período de tempo. Você
notará que a linha se torna mais espessa em um determinado ponto.
Bennett olhou de perto. —Sim.— Isso era seguro dizer. Tornava-se mais espessa cerca de
um quarto do caminho para cima.
—A linha é uma condensação de dados. Onde se torna mais espesso é onde sua empresa
começou a observar e há mais dados. Desde antes desse momento, eu reuni os dados que pude
com base nas informações que você enviou. Depois disso, fiz análise de dados em seus cinco
candidatos. Sei que seus colegas já estudaram as contas bancárias e os hábitos dos cientistas para
ver se têm dinheiro extra que não é contabilizado.
Bennett assentiu. Sim, sua equipe de analistas havia examinado os registros dos cinco físicos
com um pente fino. —Eles não encontraram muito. Certamente nada definitivo.
Ela assentiu em resposta. —Eu sabia que seus caras seriam bons, então não passei por esse
terreno. Teria sido uma perda de tempo. Então, tomei um rumo diferente, considerando que se
um desses cinco vender informações, seus hábitos mudariam, mesmo sendo furtivos. Seria mais
uma coisa inconsciente. Acho que qualquer um inteligente o suficiente para trabalhar em um
computador quântico é inteligente o suficiente para cobrir seus rastros. Eles não vão de repente
comprar imóveis, pelo menos não nos EUA, ou comprar casacos de pele ou um Porsche ou, de
repente, gastar loucamente. Eles seriam espertos demais para isso. Mas também senti que quem
quer que seja, estaria em um estado de... Excitação, por falta de uma palavra melhor. Ele ou ela
não gastaria muito, mas o dinheiro teria um significado diferente para eles. Cada um
provavelmente está ganhando pelo menos 300 mil por ano, mas se alguém está vendendo
segredos, sua renda subiu dez vezes, pelo menos. Isso muda a maneira como lidam com a vida
cotidiana. Isto faz sentido até agora?
Bennett colocou a mão no ombro dela. Como sempre, sentiu um pequeno choque elétrico,
como se ela fosse uma fonte de energia. Essa linda mulher praticamente zumbia com isso. —Sim.
Faz sentido.

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Lisa Marie Rice
Seu Bilionário - Londres

—Então, esses cubos Minkowski representam a vida dos cinco cientistas a partir de seis
meses antes do seu ponto de partida. Eu peguei o máximo de elementos que pude - uso de
utilitários, tempo gasto assistindo a canais de TV, noites ao ar livre, livros encomendados e lidos,
refeições prontas - e os ponderei. A vida da maioria das pessoas é como o movimento
browniano16 a uma temperatura constante. Muito movimento mas na soma nada muda. Então
olhe para as cinco vidas ao longo do tempo.
Ela bateu no teclado e os cubos se cortaram horizontalmente e se curvaram para cima,
dando uma visão mais clara das linhas que ele agora podia ver se transformarem em discretos
pontos de luz.
Bennett olhou novamente para os cubos, começando a entendê-los. A linha brilhante de
cada cubo forjava um caminho diferente, mas de alguma forma eram semelhantes, enquanto
serpenteavam pelo cubo a partir do fundo, mais ou menos como cinco batimentos cardíacos de
um monitor de hospital, só que na vertical em vez de na horizontal. Houve mudanças para todos
eles, mas os padrões se repetiam várias vezes. Cada padrão era ligeiramente diferente, mas cada
padrão para cada pessoa permaneceu o mesmo.
—Então suas vidas são bastante regulares,— Elle disse enquanto assistiam janeiro se
transformar em fevereiro e em março. Então a primavera e no verão. —No verão, a vida de todo
mundo é acelerada.— Como assistir ao aumento da frequência cardíaca do paciente.
—Aqui.— A voz de Elle era calma, mas Bennett se endireitou. Em um dos cubos, a linha de
luz se descontrolou. Ele checou a linha do tempo e foi quando os segredos começaram a vazar.
Inclinando-se para frente para verificar o monitor, ele ouviu Elle dizer, —Não se incomode em
verificar. É a mulher, Dra. Haverson.
—Uau.— Bennett se recostou. —Nós checamos com cuidado. Seu saldo bancário não
mudou. Ela não fez grandes compras.
—Não. Ela tem um PhD em física de partículas e um mestrado em engenharia elétrica. Ela
não é uma manequim. Mas sua vida mudou enormemente e o gráfico confirma isso. Tudo o que
ela fazia, ela fez mais. Acelerou. Entrou num ginásio. Entrou em duas academias, na verdade, mas
raramente foi para qualquer uma delas. Foi a mais filmes, saiu para jantar com mais frequência,
fez mais telefonemas, usou mais largura de banda de internet. Eu bisbilhotei. Ela usou
principalmente para explorar imóveis no exterior. Então ela não gastou dinheiro, mas ela estava
um pouco... Febril porque sabia que tinha muito dinheiro. E mais estava chegando.
Ele apontou para selvagens ziguezagues, enquanto os dados dos outros cientistas
permaneceram relativamente suaves. —O que é isto?
—Bem, esse é o meu ponto. Olha, seus cientistas são de primeira linha. Eles recebem
salários generosos e todos dirigem o último modelo de veículos de luxo. Os quais têm monitores
de pressão de pneu sem fio. Eu os hackeei. Quatro dirigem a mesma quantidade de quilômetros
com uma margem de cerca de 10%. Os quilômetros dela aumentaram e aumentaram e

16
O movimento Browniano é o nome dado ao movimento aleatório de partículas num líquido ou gás como consequência dos
choques das moléculas do meio nas partículas.

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aumentaram. Eu não segui para onde ela foi. Acho que isso apenas mostra que o movimento
Browniano dela acelerou. Alguém aplicou calor. Muito.
—Uau.— Bennett se inclinou para frente e beijou sua bochecha, aveludada e cheirando a
algum tipo de erva, algo que talvez você colocasse em uma xícara de chá. Ou com o qual tomasse
banho. E talvez houvesse algum pó de fada misturado, porque Deus sabia que a mulher era
mágica. —Agora que sabemos quem é, podemos cavar mais.— A boca dela se apertou e ela olhou
para longe dele. —O que?
—Bem,— ela disse timidamente, —já que eu estava lá, eu fiz uma pequena escavação.
Ele sorriu. Claro que ela tinha feito. —O que você achou?
Ela apontou. —Isto.
Bennett olhou para uma tela cheia de hieróglifos, números e letras, completamente
incompreensível. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, a tela começou a se mover, rolando
para baixo. E certamente, palavras compreensíveis apareceram.
Ele se inclinou para mais perto. Uma troca de e-mail, mas nada como trocas de e-mail
organizadas pelo Gmail ou Outlook ou qualquer um dos outros programas de e-mail. Este era
apenas texto simples, como mensagens de texto em um telefone. Talvez fossem. —Estas são
mensagens de e-mail ou texto?
—E-mail. Mas nós estamos na dark web e eles não são ordenados.
Bennett não navegava no pântano da dark web com muita frequência. A dark web era
composta principalmente de trocas de overlay - não regulamentadas, invisíveis, desconhecidas.
Bennett normalmente se virava bem com computadores, embora nada parecido com o nível de
Elle. Suas coisas eram armamento e proteção executiva e questões de segurança. A dark web era
principalmente terreno estranho para ele. Estudou a tela com cuidado, depois se sentou. —São
mensagens entre 123 e MF. Nós sabemos quem são eles?
—Demorou um pouco, mas 123 é o diretor de segurança cibernética de uma unidade do
Exército de Libertação Popular em Shenzhen. E MF é nossa cientista. Eu não sei porque ela é
caracterizada como MF.
—Não seria motherfucker17, não é?— Bennett meditou, dando-lhe um olhar de soslaio. —
Desculpe.
Ela franziu a testa. —Não, não seria porque foi ela quem deu a si mesma o controle, e ela
não se chamaria motherfucker. Mas os identificadores não são a parte interessante. O que as duas
partes dizem é o que é interessante.
Bennett apertou os olhos e ela ampliou as fontes. —Obrigado.
Elle assentiu e esperou que ele lesse os textos, rolando para baixo.
—Filha da puta,— ele sussurrou quando chegou ao final. Ele acabou de ler uma oferta para
vender os blocos de construção do computador quântico de seu cliente a um agente militar
chinês. MF entendia muito bem o que estava fazendo e para quem estava vendendo. E o dano que
causaria à companhia dela e, em última análise, ao país dela.

17
Motherfucker – Filha da puta. Deixado em inglês para a sigla fazer sentido.

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ESCAPADA
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Seu Bilionário - Londres

Elle tocou a tela. —Olhe para as quantidades.


Bennett correu os olhos por uma tonelada de texto e depois bateu o punho levemente na
mesa. Filha da puta. —São dez milhões de dólares.
—Sim. Para a primeira transação, a primeira transferência de conhecimento. Eles nem
sabiam se o que ela enviaria seria útil ou viável. Foi um tiro no escuro. Dez milhões de dólares é
muito dinheiro para um tiro no escuro.
—Eu acho que valeu a pena.
—Definitivamente. E eles podem ser como pescadores ao longo da margem, lançando as
linhas. Linhas de dez milhões de dólares. Este mordeu e era um grandalhão.
—Quantas transações até agora?
Elle deixou cair as mãos no colo e se virou para ele, com o rosto triste. —Houve seis
transações. As transferências de dados foram imensas. E altamente criptografado. Você precisa
que eu tente decifrar?
Bennett pegou as mãos dela, segurou-as nas suas, polegares acariciando as costas suaves.
Essa energia crepitante estava um pouco diminuída agora. Ela tinha trabalhado em uma febre de
excitação, mas o produto final de todo esse trabalho incrível foi encontrar uma mulher que era
insanamente gananciosa, capaz e disposta a trair seus colegas, sua empresa e seu país por
dinheiro. Isso era deprimente o suficiente para derrubar a energia de alguém.
Ele não teria sido capaz desse tipo de traição, não importa a soma. Não havia dinheiro
suficiente no mundo. E sabia, instintivamente, que ela sentia exatamente o mesmo.
Ele a olhou nos olhos, aqueles olhos incrivelmente bonitos e expressivos.
—Não, meu amor, seu trabalho aqui está feito. Meu cliente sabe o que há nesses arquivos.
São informações que pertencem a eles.
Ela afastou uma das mãos de Bennett para tocar uma tecla e uma longa lista alfanumérica
apareceu.
—Bem, se eles quiserem o último elemento de prova, aqui está.
Ele sequer olhou para a tela, não tirou os olhos dela. —O que é isso?
Ela suspirou, parecendo ainda mais triste. —É um ID do banco. Nenhum nome, apenas um
número que identifica o proprietário da conta bancária. É um banco no Panamá. Eu acho que eles
podem provar que é dela, uma vez que tenham este número. Ou poderiam apenas esperar que ela
se conecte com o banco e a pegar dessa maneira. De qualquer forma, acho que você pode dizer ao
seu cliente que acabou. Eles têm o culpado e podem impedir o vazamento de informações.
—Eu vou.— Bennett deu um meio sorriso. —Esse foi um bom trabalho, Elle. O melhor. Cara,
é triste ver uma cientista trair tudo assim.
—Espere.— Ela sorriu, olhos arregalados, a luz de volta neles. —Acho que sei uma maneira
de virar esse jogo.
—Sim?— Merda, não havia como resistir a ela. Era ótimo vê-la animada novamente, aquele
olhar de tristeza apagado de seu rosto. Fosse o que fosse, certamente seria uma boa ideia. Esse
era o único tipo que ela tinha. —Fale.

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—Acho que a diretoria da empresa deveria deixar escapar que um de seus cientistas,
trabalhando em um projeto ultra secreto, estava inventando dados. Então eles a demitem e dizem
que ela foi liberada porque estava falsificando resultados. Todos os dados que ela produziu eram
falsos, sem valor.
—Uau.— Bennett assobiou. —Brilhante. Então, os chineses não saberão se devem confiar
nos dados enviados ou não.
—Eles ficarão com raiva. Esses resultados seriam muito difíceis e insanamente caros de
duplicar e eles não saberão se é uma busca inútil ou não. Eles apenas imaginariam que ela estava
inventando dados que eram inúteis. Não só isso.— O sorriso de Elle era perverso. —Com esse ID, a
empresa pode acessar a conta bancária, drená-la completamente, então o dinheiro será perdido
para os chineses e para a Dra. Haverson. Por favor, peça-lhes que doem uma soma - digamos, dez
por cento do que recuperarem - para a caridade.
—Feito. Eles ficarão muito satisfeitos. Acho que eles não terão problemas em doar uma
porcentagem. Eles pegam a mulher, ganham a maior parte do dinheiro que os chineses lhe
enviaram e lançam sérias dúvidas sobre o que os chineses compraram até agora. É perfeito.
Vantajoso para as duas partes. Qual é a sua caridade?
—Eu acho... Acho que gostaria que o dinheiro fosse doado para Médecins sans Frontières.
Eles fazem um bom trabalho.
—Eles realmente fazem. Então uma quantia muito boa será doada aos bons médicos sem
fronteiras. Agora, você pode me enviar a essência dessas informações em uma forma que um
diretor da empresa que não tem PhD em tecnologia da informação e que provavelmente herdou
suas ações do pai possa entender, incluindo o ID do banco?
—Eu posso.— Ela apertou uma tecla. —Feito.
Essa mulher era muito rápida.
—E o que você quer?— Bennett estava se sentindo generoso. Ela resolveu um grande
problema em que estiveram trabalhando por semanas e semanas. Ontem e hoje ela fez algo
inestimável. Além de ser incrível, ela valia seu peso em ouro. —Qualquer ingresso para qualquer
show, em qualquer lugar. Um encontro privado com o papa. Qualquer coisa, absolutamente
qualquer coisa.
Sua mão acariciou a dela. Ele quase esqueceu que estava segurando a mão dela, parecia tão
natural. Como alguém poderia se sentar ao lado dela e não segurar sua mão?
Ela inclinou a cabeça. —Você sabe, agora, não consigo pensar em nada que eu queira que eu
já não tenha. Mas enquanto pondero o que deveria me dar, acho que você deveria me alimentar.
E fazer pipoca. E podemos assistir a um filme no sofá e dar as mãos. Podemos ver o novo Missão
Impossível? Ou é cedo demais? Só saiu no mês passado.
Oh sim. Algo que ele poderia fazer por uma mulher que não queria muito para si depois de
entregá-lo o equivalente profissional da lua.
O Sparrow Square tinha um incrível sistema de vídeo embutido que exibia filmes recém
lançados. Era uma das muitas atrações do lugar que se orgulhava de fornecer tanto para os

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moradores que eles nunca teriam que sair. Ele conseguiria o filme Missão Impossível para ela
mesmo que tivesse que trazer o próprio Tom Cruise aqui.
E de qualquer maneira - parecia um paraíso absoluto. Bennett não conseguia imaginar nada
do que queria mais do que celebrar com Elle em seu aconchegante apartamento, assistir a um
filme de arrasar, comer pipoca, se beijar no sofá.
Ele a beijou. —Certamente. Jantar e um filme chegando...
O tom de chamada do Skype soou alto e estridente. Que porra é essa? Qualquer coisa do
trabalho seria uma ligação para o celular dele. Que diabos...
Checou o monitor do seu laptop. Oh. A última coisa que queria ver. CLIFFORD RICKS ESTÁ
CHAMANDO.
Bem, foda-se. Ele ficou surpreso ao descobrir que estava irritado com Ricks. O que havia de
errado com o homem?
Bennett e Elle estavam muito bem. Ele não queria ser interrompido por um cliente,
particularmente não por este cliente. Bennett passou o tempo todo como CEO da BMC, colocando
os clientes em primeiro lugar. E segundo e terceiro. Mas agora mesmo, ele alegremente jogaria
Ricks de um penhasco para ter sua noite com Elle. Uma noite pela qual estava ansioso mais do que
qualquer uma que pudesse lembrar em um longo, longo tempo.
Mas. O dever era dever.
Inferno.
Bennett clicou no aplicativo do Skype e no programa que ocultava sua localização. A tela foi
aberta. Levou um momento para perceber o que estava vendo. A tela estava toda branca, como a
aparição de um fantasma. O cabelo branco desgrenhado de Ricks era uma nuvem confusa em
volta da cabeça. Ele parecia estar envolto em um roupão branco atoalhado, com o capuz para
cima, e segurava um enorme lenço branco no rosto. Até a pele dele era de um branco doentio. A
única cor era o azul dos olhos.
—Cameron,— ele disse. Sua voz era anormalmente profunda e fleumática. O rosto de Ricks
brilhava de suor. Um enorme espirro convulsionou-o, todo o seu corpo se curvou ao redor do
lenço branco. —Está...— Ele espirrou de novo e ofegou. —Está acabado. O trabalho acabou.
Uma tosse convulsiva tomou conta dele, longa e violenta. Lágrimas escorriam de seus olhos
enquanto ele segurava o lenço no rosto.
Elle veio para ficar de pé ao lado de Bennett, uma mão em seu ombro.
Levou todo o considerável autocontrole de Bennett para não colocar a mão sobre a dela. Em
sua cabeça, eles eram um casal, sem dúvida. Não queria esconder isso. Na verdade, queria gritar
para o mundo, imensamente orgulhoso.
Mas Ricks era um cliente e um cliente da velha escola. Ele logo descobriria que Elle e
Bennett estavam juntos. Nenhum ponto bater na cabeça dele com isso agora, quando ele estava
alvoroçado.
—Sr. Ricks?

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Um espirro estrondoso. Clifford Ricks acenou com a cabeça sobre o enorme lenço, ofegou e
acenou para alguém que estava fora da tela. Um homem deu um passo à frente. Quarenta e
poucos anos, vestido com uma camisa branca de mangas curtas, gravata, dragonas azuis e
douradas. Ele assentiu para Ricks, que acenou para a tela.
O homem murmurou alguma coisa para Ricks e o ajudou a sair do assento com uma mão
solícita no cotovelo dele. Esperaram enquanto Ricks e o homem desapareciam atrás de uma porta.
Quando o homem voltou, ficou na frente da tela, as mãos cruzadas na frente dele em uma parada
de descanso modificada.
Ele assentiu. —Eu sou o capitão Alain Durand,— ele disse, com um leve sotaque. —Capitão
do Get Rich Quick III18. O Sr. Ricks está muito doente com gripe e exige repouso no leito.
Elle se inclinou para frente, franzindo a testa. —Pelo amor de Deus, você não pode levá-lo a
um médico? Ou levar um médico a bordo?
O capitão Durand franziu em resposta. —Sr. Ricks, como você deve saber, é muito forte e
recusou toda assistência médica, além de alguns paracetamol que eu encontrei em um kit de
primeiros socorros. O chef preparou várias sopas quentes, mas ele não tomou mais do que
algumas colheradas. Ele recusa toda a ajuda até que você seja trazida a bordo para ele, senhorita.
Não há como raciocinar com ele.
Fala educada para dizer que Clifford Ricks era um filho da puta teimoso. O que Bennett já
sabia.
A mão de Elle apertou o ombro de Bennett. —Ele me quer?
O capitão deu um breve aceno de cabeça. —Sim, senhora. Não ouviremos sobre falar com
um médico até que você esteja a bordo. Fui autorizado a dizer ao Sr. Bennett Cameron que “a
situação está resolvida” e que o “contrato está rescindido”. Essas palavras exatas.— Seus olhos
mudaram de linha de visão. —Você é o Sr. Cameron, senhor?
—Sim.— Bennett assentiu. Não gostando disso, mas incapaz de mudar qualquer coisa.
—Qual é a sua localização atual, senhor?
—Londres,— disse Bennett secamente. Tentando pensar em um motivo pelo qual Elle não
deveria ir para o pai e falhando.
—Excelente,— disse o capitão, sem sorrir. —Estamos atualmente no Canal da Mancha e
podemos estar na foz do Tâmisa em vinte minutos.
O capitão se inclinou para frente, digitando em um teclado que Bennett não conseguiu ver.
Ele se endireitou, olhando diretamente para a câmera do monitor. —Reservei uma vaga em
Canary Wharf. Estaremos lá em duas horas. O Sr. Ricks ficaria muito grato se a Dra. Castle pudesse
ser escoltada para as coordenadas que estão aparecendo no seu monitor agora, o mais cedo
possível.
Ele ficou em pé, olhando para frente sem expressão alguma. Em uma barra ao longo da
parte inferior do monitor estavam as coordenadas. Bennett as reconheceu como sendo as

18
Fique Rico Rápido III, em inglês.

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coordenadas da área de Londres e, sem dúvida, correspondiam ao exato ancoradouro que Ricks,
ou melhor, seu capitão, reservara em Canary Wharf.
Havia realmente apenas uma resposta. Por mais que odiasse.
—É claro.— Queria dizer mais, mas sua garganta subitamente se fechou. Ele olhou para Elle.
—Eu vou estar lá,— ela disse, olhando diretamente para o monitor. Ela tinha o celular na
mão. —Eu tenho o número do meu pai. Vou ligar quando estivermos lá.
O homem assentiu, estendeu a mão e fechou a conexão.
Silêncio.
Longo e terrível silêncio.
Elle colocou a mão no ombro dele e ele estendeu a mão para cobrir a dela com a dele.
Quente e macia. Ele tinha que soltar a mão dela, mas... Não conseguia. Simplesmente não
conseguia. Ele não conseguia mover seu corpo.
Bennett estava sempre pensando em termos de xadrez. Três, quatro, até cinco movimentos
à frente. Sempre no momento, mas calculando o que vinha a seguir. Era um dom e salvou sua
bunda inúmeras vezes e foi o que fez dele um excelente homem de negócios. Mas agora estava
congelado no momento, no aqui e agora.
Pela primeira vez em sua vida adulta, não conseguia pensar. Tudo o que conseguia pensar
era se aconchegar no sofá com Elle, assistindo a algum filme divertido com ela, rindo de seus
comentários sarcásticos. Ele poderia criticar o armamento, ela teria algo a dizer sobre a
irracionalidade do enredo.
Eles teriam pizzas, hambúrgueres ou algum outro tipo de junk food e se divertiriam. Eles se
beijariam e no final do filme iriam para o quarto - o quarto deles agora - e fariam amor. E ele
deslizaria cada vez mais perto de se apaixonar por esta mulher brilhante e bonita.
Apague isso.
Ele já havia se apaixonado, desabado, caído de quatro no chão na frente de seus pés muito
bonitos. Enfie um garfo nele porque ele estava no ponto.
Então, pensar em um momento em que ele não estava com Elle parecia... Insano. Por que
ele faria isso? Ele não queria se mexer. Tudo o que ele precisava e tudo o que queria estava bem
aqui.
Ele pensou que teriam tempo para ficar em sua aconchegante e confortável toca. Comendo,
fazendo sexo, resolvendo problemas de BMC, fazendo sexo, malhando, se divertindo, fazendo
sexo. Dias e dias assim. Deus sim.
Ele não sentia falta do mundo exterior, de modo algum. O mundo exterior estava cheio de
gatas gananciosas, violentas e estúpidas. Lá dentro ele estava com a pessoa mais afiada que ele já
conheceu, que era linda e incrivelmente fácil de se entender. E agradável. Sempre tentando fazer
a coisa certa. Classuda. Ele se sentiu melhor apenas por estar perto dela.
Ocorreu a Bennett como um raio que ele estava... Feliz. Era uma palavra difícil de associar a
si mesmo. Ele não ficava feliz. Ficava contente, sim, quando as coisas estavam indo bem no

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trabalho. Mas feliz? Rir alto, sangue fervendo nas veias, sorriso tolo e desleixado em seu rosto
feliz?
Nuh-uh.
Ele era um homem sério com emoções sérias, mas aqui estava ele, loucamente apaixonado
pela pessoa mais inteligente que conhecera e que o fazia rir. Enquanto era quente como o inferno.
Nos treinamentos, eles faziam palestras sobre psicologia e uma senhora com aparência
realmente sinistra os havia ensinado sobre bioquímica cerebral, então ele sabia o que estava
acontecendo. Os inibidores de captação de serotonina de Bennett tinham sido excretados. A
dopamina inundou suas veias. Era tudo química.
Mas não era. Não de verdade. Era magia e era esta mulher.
Ele se sentia tão duro quanto uma estátua, incapaz de se mover. Abriu a boca, mas as
palavras não vieram. Sua boca não as formaria.
Ela deve ter sentido algo do que estava acontecendo dentro dele porque puxou gentilmente
sua mão, tentando soltá-la. —Bennett,— disse suavemente. —Nós precisamos...
—Não.— A palavra saiu gutural e crua. Como se vindo de suas entranhas ao invés de sua
garganta. Ele aumentou o aperto na mão dela.
Elle franziu a testa. —O que?
Bennett se virou em sua cadeira até que estava de frente para ela, segurando-a no V das
suas pernas, os braços ao redor da sua cintura. Sabia perfeitamente bem o que tinha que fazer. O
contrato com Ricks acabou, entregaria a contratante para o cliente. Algo que ele fez centenas de
vezes antes.
Só que antes, estava mais do que feliz em entregar o contratante, intacto e às vezes
chateado por ter estado em confinamento. Os contratantes eram geralmente ricos e mimados.
Queriam sobreviver a qualquer coisa que os ameaçasse, sem dúvida, mas também queriam
continuar com suas vidas como antes, totalmente desacostumados de qualquer tipo de privação.
Sem restaurantes, sem ir ao ar livre, sem viajar, sem boates. Geralmente ficavam muito felizes de
vê-lo pelas costas, porque ele não era nada divertido, assim como ele normalmente ficava feliz em
ver as costas deles.
A vida era dura. A vida era dura e perigosa e principalmente desagradável. Ele e seus
homens sabiam disso até o osso. Pessoas ricas se esqueciam disso, se é que já soubessem. Mais
frequentemente do que não, ele e seus homens eram culpados pela redução de seus prazeres,
mesmo que fosse isso que salvasse suas vidas.
Mas agora? Agora ele queria manter Elle em seus braços para sempre. Não deixá-la ir,
mesmo que seu pai quisesse vê-la.
Ele podia entender que Ricks quisesse vê-la, mais ou menos. Elle tinha estado em perigo e
Ricks queria ver em primeira mão que ela estava bem. Essa era a prerrogativa de um pai, mesmo
que Ricks fosse um pai realmente ruim.
Mas Bennett queria mantê-la aqui, com ele, onde sabia que ela estava segura. E onde sabia
que ela estava feliz.

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Ele aumentou seu aperto. Ela inclinou a cabeça sobre a dele, murmurando alguma coisa. Ele
mexeu a cabeça e ouviu: —Eu quero ficar com você.
Foda-se sim.
Ele se levantou e a levou para o quarto.

Elle estava chocada. Esta deveria ser a noite deles. Sua primeira noite como casal. Eles não
tinham dito as palavras, mas ela era mundana o suficiente para ver que Bennett sentia isso tão
agudamente quanto ela. Havia um vínculo entre eles. Eles estavam juntos.
Ela tinha falado sério quando disse que tudo o que queria era uma noite com ele, sentada no
sofá, comendo pipoca, assistindo a um filme sem pretensão. Nada mais que isso e nada menos.
Ela nunca teve isso. Nunca tinha vivido com um homem. Por mais curto que tenha sido o
tempo com Bennett, sabia que nunca iria querer voltar para o jeito que as coisas eram. Queria
morar com Bennett pelo tempo que o relacionamento durasse.
Eles se apaixonaram rápido, mas não eram crianças. Ela conhecia sua mente e seu coração e
ele também.
É por isso que o telefonema de seu pai parecia... Parecia um tiro que atingiu os dois. Como
uma lesão grave. Como se alguém os abrisse e os deixasse sangrando.
Elle fechou os olhos e segurou Bennett como se estivesse se afogando, como se morresse se
o soltasse. Ele estava tremendo levemente, esse homem que enfrentou mil perigos.
Estava escuro no quarto. Nenhum deles queria acender as luzes. Ela certamente não queria
isso porque não queria que ele visse seu rosto arrasado.
Ele a abaixou e a beijou, desespero em seu toque.
Ela se sentia desesperada também.
Elle se esforçou para tocá-lo em todos os lugares, como se ela morresse se não o tocasse.
Caíram na cama, mãos segurando freneticamente. Ela passou as mãos por baixo do suéter porque
ansiava pelo toque de seus músculos quentes e duros. Esta poderia ser a última vez que teriam
isto?
Não!
Ela rejeitou esse pensamento com todas as células do seu corpo. Seu pai queria vê-la, tudo
bem. Ela ficaria um dia, talvez dois, com ele, o tranquilizaria e depois retomaria sua vida. Que
agora incluía Bennett Cameron.
Então, por que estava se sentindo assim, como se estivessem se separando para sempre?
Bennett se atrapalhou com a calça e ela deslizou a dela para baixo apenas o suficiente para
ele entrar nela. Sabia exatamente o que estava acontecendo, ele também não queria esperar. Isso
não era apenas sexo. Esta era uma confirmação do vínculo entre eles.
O sexo foi furioso, quente e duro, uma afirmação em carne. Seus impulsos eram tão fortes
que a cama tremeu e a cabeceira bateu contra a parede, mais e mais e mais e mais rápido...

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Com um grito selvagem, Elle gozou e Bennett gozou um segundo depois. Ela o abraçou com
força. Se pudesse, teria rastejado para dentro da pele dele, se tornado uma com ele.
Mas não podia.
E estavam prestes a se separar.

DEZ

Ambos estavam quietos. Havia muito a dizer, mas as palavras não podiam dizê-lo. Bennett
estava deitado na cama, uma mão atrás da cabeça, a outra abraçando Elle. Ela se sentiu tão
extremamente certa, jazendo quente e segura ao seu lado.
Droga! Ele queria isso por mais alguns dias. Poucos meses. Poucos anos.
Para sempre.
—Sim,— ela murmurou e ele percebeu que ele disse em voz alta. Bennett era conhecido por
seu autocontrole. Murmurar coisas que ele não deveria era perigoso. Ele precisava se controlar.
Ela suspirou e se mexeu, pronta para se levantar. Não não não!
Bennett aumentou seu aperto, mas seu celular tocou. Até mesmo o celular dele odiava isto.
O som era duro, imperioso, irritante. Ele não se apressou em responder e o zumbido cessou.
Imediatamente depois, ouviu-se o som alto do recebimento de uma mensagem de texto. De Ricks.

Onde está você?

Bennett poderia acrescentar as palavras que faltavam. Onde diabos você está? era o que
Ricks queria escrever.
—É o meu pai?— Elle perguntou, sem olhar para o telefone, mas para ele.
Ele assentiu, digitando sua resposta.

A caminho.

Ele abriu a boca para dizer as palavras, devemos ir. Ele simplesmente não podia dizê-las.
Havia uma pedra em sua garganta que se estendia até seu peito. Pesada, inflexível e dolorosa.
—Acho que devemos ir,— disse Elle com tristeza.

Por que isto era tão difícil?

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Elle sentia como se cada músculo em seu corpo tivesse se paralisado, simplesmente não
funcionavam. Seus pés estavam presos no chão e não sabia o que fazer com as mãos, dormentes e
desajeitadas. Era difícil respirar e havia um zumbido irritante em sua cabeça.
Tinha sido tão rápido, desde planejar uma noite perfeita com Bennett Cameron - relaxar no
sofá, comer junk food, assistir a um bom filme de aventura, beijar, era tão bom quanto era
possível - para deixar esse divertido casulo, sair para dirigir na chuva para se encontrar com seu
pai.
Mesmo o clima desaprovava que eles saíssem do apartamento. A chuva batia com força
contra as janelas, embora fossem tão à prova de som que não havia barulho. Mas havia uma
cortina cinza do lado de fora, com fios de neblina, e o céu se iluminava de vez em quando com
relâmpagos. Uma verdadeira tempestade, tentando o melhor para dizer a ela e a Bennett para
apenas ficarem dentro e se abraçarem.
Por que não podiam ouvir?
O pai dela estava bem. O perigo acabou. Ela via o pai uma vez por ano, o que tornava agora
tão especial? Ele obviamente sentia o mesmo, porque além da ocasional sessão do Skype em seu
aniversário e no dele, e no Natal, ele estava sempre ocupado demais para encontrá-la, mesmo
quando estavam na mesma cidade.
Mas - Elle era inata para o dever. Era altamente autodisciplinada e nutria um carinho pelo
pai que ele realmente não merecia. Infelizmente, ela realmente sentia isso, sentia afeto, embora
ele fosse um pai negligente.
Ele passou por uma experiência angustiante. Esteve em perigo e se sentia culpado por
colocá-la em perigo. Fazia sentido que ele realmente quisesse vê-la.
Então, ela ia se encontrar com ele, tranquilizá-lo de que tudo estava bem então... Voltar
para Bennett? Terminar o que começaram? Embora ela não quisesse terminar nada. Bennett
abrira uma porta para um grande mundo que ela queria explorar por muito tempo.
Ela se levantou e respirou fundo, como um mergulhador no trampolim, prestes a mergulhar.
Bennett estava atrás dela, abraçando-a em um abraço apertado.
Os lábios dele roçaram sua orelha e a eletricidade percorreu-a, da cabeça aos pés. —Eu não
quero que você vá.— Sua voz era um sussurro profundo.
Elle cruzou os braços sobre os dele. —Sim. Eu não quero ir. Mas...
—Mas você precisa.— Ele a soltou, recuou e virou-a. Ela ficou surpresa com o rosto dele. Ele
perdeu um pouco de cor e linhas profundas marcavam as laterais da boca. Seus músculos da
mandíbula se contraíram. —Foda-se.— Ele estremeceu. —Desculpe.
—Foda-se resume tudo.— Ela deu outro passo para trás. Havia todo tipo de coisas para
pensar. Era como se a sua vida tivesse de repente começado novamente depois que o botão de
“pausa” tinha sido pressionado em Oxford. Ela tinha que fazer as malas e entrar em contato com
sua universidade, e havia aquela conferência em Las Vegas para começar a se preparar…
Ela não podia fazer nada disso. Tudo o queria fazer era ficar parada imóvel e encará-lo. Este
homem que se tornara tão central em sua vida em apenas alguns dias.

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—Eu preciso...— Acenou com a mão desajeitadamente, incapaz de terminar a frase.


Basicamente, precisava continuar com sua vida, mas não sabia como.
Ela seguiu Bennett até a sala de estar.
—Basta arrumar algumas coisas,— ele disse. —Eu vou arrumar o resto. Quando você
tranquilizar seu pai e puder deixá-lo, diga-me onde você está e eu vou te buscar. Onde quer que
esteja, eu irei até você.
Algo nela que estava duro e frio de repente relaxou. Ela podia respirar novamente. Ele viria
por ela.
—OK.
—Eu acho que você não tem meus números.— Bennett pegou o celular dela, colocou a
bateria de volta e começou a digitar números. —Estou te passando meus números de trabalho e
meu número pessoal. Para os números do trabalho, vou dar ordens para você ser colocada em
contato comigo imediatamente, não importa o que eu esteja fazendo.— Ele levantou os olhos da
tela, a luz do celular refletindo em seu queixo. —Me escute. Eu quero que você me ligue assim
que puder. Mesmo antes de saber quando estará livre. Eu não vou para a cama hoje à noite até
ter notícias suas. Ok?— Os músculos da mandíbula dele se contraíram novamente.
—Sim. Ok.— Ele parecia que iria explodir se ela não dissesse nada.
Um rápido aceno e ele continuou digitando números. Ele parecia ter muitos. Entregando o
celular para ela, sua mão demorou-se sobre a dela. —Droga. Eu não quero deixar você ir,— ele
sussurrou novamente. As palavras vieram de algum lugar no fundo de seu peito, cruas e roucas.
Ela não conseguia nem falar. Algo quente e pontudo estava em sua garganta. Simplesmente
assentiu.
—Isto não acabou. Não está nem perto de acabar.
Ela assentiu novamente. Ambos estavam além de qualquer tipo de jogo. Eles tinham algo,
algo real. —Não,— ela sussurrou.
Bennett estremeceu e cerrou os punhos. —Eu... Não posso tocar em você. Se eu fizer isso,
nunca sairemos daqui. Prepare uma pequena bolsa e vamos embora.
Elle assentiu e voltou para o quarto. O quarto deles. Deus, apenas alguns dias se passaram e
já tinha lembranças melhores deste quarto do que do seu quarto em Boston, onde morou por sete
anos.
Vestiu um suéter de cashmere, calças de lã, botas curtas, tirou o grande down coat do
cabide e ficou olhando o closet cheio de roupas divertidas e coloridas. Ela tinha exagerado com os
pedidos. Ficou com raiva e ressentida e gastou muito dinheiro. Embora, como Bennett apontou, o
pai dela tivesse muito dinheiro, sem problemas. Ele nunca iria sentir isso. Ele tinha muito para o
seu próprio bem e isso lhe custou tudo de valor na vida. Mas de uma maneira indireta, a ganância
dele a trouxe para Bennett e isso compensou muito.
Não adiantava empacotar muito, não ficaria muito tempo no iate de seu pai. Uma noite,
talvez duas, se ele estivesse realmente abalado.

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Pegou outro suéter, outro conjunto de roupas íntimas, pijamas, chinelos, seu estojo de
beleza, um xale de cashmere, colocou o down coat sobre o braço e estava pronta. Não feliz em
sair, mas se preparando para isso.
Bennett olhou para cima quando ela estava no limiar do quarto. Ambos congelaram
enquanto uma corrente invisível de energia ardia entre eles. Elle estava com medo de se mover,
com medo de quebrar essa energia. Quase parecia que era a única coisa segurando-a na posição
vertical.
Era tão bobo se sentir assim. Tão perdida e desolada. Tão ao contrário dela.
Ele quebrou o silêncio. —Você vai me ligar no instante em que puder.— Não era uma
sugestão. Era também a décima vez que ele disse isso.
Ela assentiu, com o coração na garganta.
—Diga.
—Vou ligar para você assim que puder.
—E eu vou buscar você.
Ela assentiu.
—Diga.
—Você irá... Você irá assim que puder. Para me buscar.
—Está certo. Onde quer que você esteja. Eu não me importo, eu vou estar lá.
Elle bateu as costas da mão sobre a boca para abafar um soluço que subiu rapidamente de
seu peito. Não chore, não chore, disse a si mesma ferozmente. Não havia absolutamente nada
para chorar. Por que estava se comportando assim?
Ele estava prestes a dar um passo à frente, mas se conteve. —Você pegou suas coisas?
Ela assentiu, incapaz de falar, dando um passo para o lado para mostrar a pequena bagagem
de mão que tinha embalado. Ele pegou a alça e gesticulou para ela ir na frente até a porta.
No corredor, Bennett se transformou imediatamente em Super Segurança, com o corpo
tenso e alerta, os olhos verificando tudo. Ele segurou a mala dela na mão esquerda e manteve a
mão direita livre, sem sequer tocá-la.
Ele estava armado. Ela viu o coldre de ombro sob o paletó.
O perigo havia acabado, mas, por alguma razão, Bennett ainda estava em alerta máximo.
Ela também se sentia em alerta, mas por um motivo diferente. Sentia que algo importante
estava terminando e tinha que adicionar esses últimos momentos fugazes à memória. O que era
ridículo. Ele passou a última hora repetindo incessantemente que estariam juntos logo.
Por que ela estava se sentindo assim? Estava além dela. Não era uma mulher fantasiosa, não
era dada a sentimentos de tristeza e desgraça, mas aqui estava ela, sentindo-se como uma mulher
indo para sua própria execução.
Eles não falaram no elevador, ambos olhando para frente. Ela podia vê-los no latão polido
das portas do elevador, ambos com rostos sombrios e posturas tensas.

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O elevador passou o nível do lobby, passou o nível do spa e continuou até a garagem. As
portas se abriram para uma cavernosa área branca e imaculada. Ela já esteve aqui antes,
obviamente, mas não tinha memória. Estava drogada.
Parecia um milhão de anos atrás.
Elle andava devagar, mas Bennett acompanhava passo a passo, sem mostrar sinais de
impaciência. Ela simplesmente não conseguia andar mais depressa. Seus passos ecoaram na vasta
garagem subterrânea, parecendo um lamento lento. De alguma forma, Bennett não estava
fazendo barulho algum, embora estivesse usando botas como ela.
Bennett enfiou a mão no bolso do paletó e um grande carro azul escuro fez um som como
um animal reconhecendo seu mestre, luzes piscando. Ele abriu a porta do passageiro, acomodou-a
e depois entrou no banco do motorista. Elle não fazia ideia de qual marca era o carro, mas era um
carro de luxo, com cheiro de couro e poder.
Eles saíram, indo para a rampa, depois para a rua.
Era como se ela estivesse vivendo em um filme preto e branco e, de repente, a cor voltasse a
ser ligada. Ela esqueceu o mundo, mas aqui estava ele em toda a sua glória, luzes, movimento e
pessoas. Tinha sido fácil esquecer o mundo em seu casulo bege à prova de som, mas agora havia
uma enorme explosão de luzes e movimentos vertiginosos. Tudo silencioso.
Nenhum som penetrou no carro luxuoso. Sem dúvida, era à prova de som e, possivelmente,
à prova de bala. Mas todas as luzes e cores de Londres estavam lá.
Estavam na Strand e Elle olhou pela janela, observando os restaurantes, teatros e lojas. Tudo
bem iluminado, todo agitado com pessoas. Estava escuro e as luzes da rua estavam acesas.
Nenhuma surpresa, Bennett era um ótimo piloto. Ela reconhecia uma boa condução porque
ela era uma motorista terrível. Mal passou no teste para a carteira de motorista na terceira
tentativa e dirigia o mínimo possível. E dirigir pela esquerda? De jeito nenhum. Dirigir pela direita
já era ruim o suficiente.
Mas ele manejava o grande carro como um mestre.
—Onde estamos indo?— O som de sua voz era quase chocante no silêncio. Bennett nunca
tirou os olhos da rua, mas levantou a mão do câmbio de marchas no console para pegar a mão
dela e levá-la à boca.
—Canary Wharf. A Ilha dos Cães. Foi lá que seu pai reservou um ancoradouro, lembra?
—Eu não conheço Londres tão bem. E nunca estive em Canary Wharf. Nem sei onde fica.
—Bem, não é surpresa se você nunca esteve lá. É um novo loteamento a cerca de dois
quilômetros e meio rio abaixo daqui. Estaremos lá em cerca de meia hora, dependendo do
tráfego. Você está cansada? Quer tirar um cochilo?
Ela balançou a cabeça.
Um cochilo? E perder esses últimos minutos com Bennett? Olhou faminta para o perfil duro
dele. De jeito nenhum.

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Deus. Últimos minutos. De onde veio isso? Eles já tinham planos de se encontrar de novo, o
mais rápido possível. Bennett estava recuando por respeito a seu pai, mas ele não estava se
afastando para sempre. Ele deixou isso mais do que claro. Eles se veriam novamente em breve.
Mas, de alguma forma, Elle estava atolada em tristeza, uma emoção tão estranha para ela
que mal a reconhecia. Talvez estivesse cansada. Era isso. Embora estivesse cansada antes - muitas
vezes trabalhava durante o dia e a noite até a exaustão - este estado triste e desolado nunca lhe
acontecera. Não era costumeiro e não era justificado, mas lá estava.
Suspirou e se resignou a passar a próxima meia hora, depois as horas seguintes com o pai,
assegurando-lhe que estava bem, talvez ouvindo a versão dele do que havia acontecido. Contando
os minutos até que pudesse voltar para Bennett.
Uau. Ele tinha colocado alguma poção de amor em sua bebida? Olhou novamente para o
perfil sombrio dele, não a aparência de um amante gentil. Se qualquer coisa, ele parecia chateado.
Não com ela, mas com as circunstâncias.
Ela suspirou. No entanto, ele era definitivamente um homem que você poderia amar. Elle
usou esse termo pela primeira vez dentro de sua cabeça enquanto se referia a um ser humano,
particularmente de características masculina. Até agora tinha usado principalmente para pizza e
matemática.
Ela amava Bennett? Parecia muito amor, embora só estivesse familiarizada com o
sentimento de segunda mão. Livros e filmes, os treinadores emocionais das mulheres solteiras. O
disparo viciante de emoção quando ela o via ou sequer pensava nele, era exatamente o que os
livros descreviam.
Era sexo? Provavelmente. Certamente foi o melhor sexo que ela já teve e infinitamente
melhor do que qualquer coisa que pensou ser possível. Mas Bennett não era um garanhão. Ou
pelo menos não apenas um garanhão. Ele era um homem forte e honrado, atencioso, inteligente e
gentil, enquanto era perspicaz sobre a maneira como o mundo funcionava de uma maneira que
ela admirava profundamente.
Ela mesma não era muito perspicaz sobre o mundo, sabia disso. Sempre preferiu o
acadêmico ao prático. Trabalhar com ele nas soluções do mundo real para os problemas do
mundo real foi emocionante.
Mas também estava ciente do fato de que estava muito afastada do que ele teve que
enfrentar como soldado. Ela nunca poderia ter feito isso e sair do outro lado. Ele tinha feito. Ele
enfrentou sangue e morte e não saiu saturado e cínico.
Estavam dirigindo por ruas estreitas e sinuosas. Bennett dirigia sem se equivocar, como os
motoristas de táxi de Londres, que sempre a surpreendiam quando ela estava na cidade. A maioria
das cidades americanas eram complexas, mas eram basicamente uma grande grade. Não Londres,
que tinha em seu coração estreitas travessas tortas. Ela sempre se perdia quando estava aqui. Mas
ela não tinha muito senso de direção.
—Onde seu pai quer te levar?— A voz profunda dele quebrou o silêncio.

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Elle piscou. Ela nem tinha pensado nisso. —Eu... Não sei. Ele não vai querer me levar para
sua sede em Nova York, não no iate. Ele tem escritórios em Paris e Amsterdã. Mas resumindo - eu
não sei. Eu não conheço meu pai muito bem. Só recentemente nos comunicamos mais. Mas eu
não conheço o homem. Não de verdade. Eu conheço meu padrasto muito melhor do que o meu
pai.
Sem mexer a cabeça, Bennett deslocou os olhos para ela. Ela suspirou.
—Eu sei o que você está pensando. Sim, ele tem sido um pai terrível. E era um marido
terrível. Eu não me lembro muito sobre ele quando eu era pequena. Minha mãe se casou com
meu padrasto quando eu tinha oito anos e ele me criou. Ele foi um ótimo pai para mim. Meu pai -
meu pai biológico - é mais como um tio idoso que você raramente vê. Então, resumindo - eu não
tenho ideia de onde ele quer me levar.
Começou a chover mais forte, o céu escuro e baixo. Um lampejo de relâmpagos cintilou e a
água jorrou sobre a cidade, escorrendo pelas ruas cobertas de pedras, saltando dos toldos,
tamborilando ruidosamente no teto do carro.
Ótimo. Nem mesmo o tempo queria que ela saísse.
Queria ardentemente estar de volta ao Sparrow Square, aquecida e aconchegada com
Bennett no sofá, observando Tom Cruise fazer suas coisas, sabendo que ela estava encostada no
corpo muito forte e real, não em um ator representando. Alguém que poderia derrubar terroristas
de verdade.
A chuva aumentou de intensidade, reduzindo a visibilidade para poucos metros.
Ela viu algo cinza aço no final de uma rua e percebeu que haviam chegado ao Tâmisa
novamente. Ele tinha cortado através do coração da cidade medieval.
—Estamos perto,— disse Bennett, e o ar no carro ficou ainda mais pesado. Elle não tinha
muita experiência em flertar e em relacionamentos, mas se fosse uma comédia romântica,
estariam rindo e sorrindo, relembrando sobre os bons momentos que tiveram. Felizmente
planejando voltar a estarem juntos assim que pudessem.
Legal e relaxado, os problemas acabaram.
Isso não se parecia assim absolutamente. Era como... Como a troca de prisioneiros na Ponte
dos Espiões, onde você não sabia se conseguiria atravessar a ponte.
Bennett virou para uma rua estreita que era mais um aterro que uma rua. Bem no nível do
rio. Chegaram até um portão com um guarda em uma guarita. Bennett baixou seu vidro, sem
piscar no frio e na chuva que entrava.
—Bennett Cameron para o Sr. Clifford Ricks,— ele disse. O braço cruzando a rua vibrou e
começou a levantar.
O guarda tocou a borda do quepe. Era azul-escuro com o nome da marina costurado em
ouro. —Atracadouro 4G senhor,— ele disse.
Bennett assentiu e o vidro voltou a subir silenciosamente.
Seguiram ao longo da marina. Havia vários iates lá, mas é claro que o maior e mais
chamativo era o de seu pai. Ele tinha três, um ancorado na Flórida durante todo o ano, um em

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Amsterdã e outro em Cingapura. Ela nunca tinha estado neste antes, o de Amsterdã, mas tinha
visto fotos. O Get Rich Quick III, que mais ou menos resumia a filosofia de vida de seu pai.
Um intenso flash de luz iluminou a marina e o iate e dois segundos depois o trovão explodiu.
Elle manteve o rosto inexpressivo, a linguagem corporal calma. Com cada fibra de seu ser,
não queria entrar naquele iate. Ela tinha ido em iates anteriores que ele possuía e eram todos
berrantes e exagerados. Quase embaraçoso em sua extravagância, para um homem que não
gostava do mar e nem sabia nadar. Seus iates não tinham nada a ver com o mar e tudo a ver com
a exibição de sua riqueza.
E embora estivesse realmente feliz por ele ter resolvido seus problemas financeiros e não
estar mais em perigo, não tinha muito a ver com ela.
Ela não queria estar aqui, queria estar com Bennett.
Ele estava se inclinando um pouco para frente, checando o navegador GPS no painel e
finalmente parou. A chuva tamborilou na capota e bateu na rua. Ele descansou os pulsos no topo
do volante, mãos grandes penduradas e se virou para ela. —Chegamos.
Ela assentiu, com um enorme nó quente na garganta. Eu não quero ir estava preso em sua
garganta e nada mais sairia. Mas dizer que ela não queria ir era infantil. Ela não era uma criança e
nem ele era. Isso tinha que ser feito e ela ia fazer isso.
—Está chovendo muito forte,— ela disse, olhando pela janela.
—Sim. E está frio demais. Estou muito feliz por você ter esse casaco.
Ela sorriu fracamente. —Foi incrivelmente caro.
—Bom. No entanto não vai te proteger muito da chuva. Tenho um grande guarda-chuva no
porta-malas. Eu vou dar a volta com ele. Você ficará bem.
Não, eu não vou, ela queria dizer, mas isso era ridículo. Claro que ela ficaria bem. —
Obrigada.
Bennett assentiu, mas não se mexeu. Ele virou a cabeça e olhou para ela. —Deus,— ele
disse. —Eu não quero deixar você ir.
—Não.— Sua voz era um sussurro cru.
Ele pegou a mão dela e olhou pelo para-brisa dianteiro para o Get Rich Quick III iluminado
como uma gigantesca árvore de Natal.
—Lembre-se. Ligue para mim assim que puder, mesmo que não saiba quando estará livre.
Eu só quero ouvir sua voz. E assim que souber para onde vai, estarei lá o mais rápido que puder.
Estarei pondo a mão na massa pelos próximos dias. E então...— ele apertou mais a mão dela. —
Então eu não vou deixar você ir por um longo tempo.
Lágrimas brotaram nos olhos dela. Oh Deus, por favor, não me deixe chorar. —Vou ligar para
você assim que puder. Eu não sei o que meu pai quer ou quanto tempo ele quer que eu fique com
ele. Eu acho... Acho que isso deu um verdadeiro susto nele.
A boca de Bennett se apertou. —Deveria sim, caramba. A ganância dele poderia ter te
matado. Ok, tem alguém na ponte com binóculos nos observando. Alguém do destacamento de
segurança do seu pai ou no capitão. Temos que nos mexer.

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Ela olhou para fora, mas a chuva era tão densa que tudo o que conseguia ver era a forma
vaga do navio enorme, os cinco deques totalmente iluminados. Mal conseguia distinguir a figura
de uma pessoa na ponte e certamente não sabia se estava segurando binóculos ou não.
—Fique aqui.— Bennett abriu a porta do carro e saiu rapidamente. Ele deve ter ficado
encharcado apenas chegando na parte de trás do carro. No momento em que a porta do carro
estava aberta, o nível de ruído subiu a um rugido, a chuva tão densa que parecia uma cachoeira.
Ela ouviu o porta-malas abrir e fechar e, um momento depois, houve uma pancada aguda no
teto do carro acima de sua cabeça e sua porta se abriu. Bennett estava parado ali segurando um
enorme guarda-chuva preto, o rosto firme e atento.
Elle pegou a pequena bagagem de mão e saiu do carro. A chuva era tão intensa que era
desorientadora, mas Bennett sabia aonde ir. —Vamos.— Ele levantou a voz contra o som da
chuva. Um estrondo explosivo do trovão e relâmpagos iluminavam o céu e ela viu que estavam
mais perto do que ela pensou no iate de seu pai.
Iluminou o homem na ponte cinco andares acima, os observando.
—Aqui vamos nós.— Bennett colocou o braço em torno de suas costas e a empurrou para a
frente. A calçada estava escorregadia, mas com o braço em volta dela, ela não corria o risco de
cair. Quase correram para o iate, muito mais rápido do que ela teria feito sozinha.
Alcançaram a prancha do iate até a marina e subiram rapidamente, Elle segurando o
corrimão. Embora nunca tenha estado neste iate, sabia que a maioria dos iates eram semelhantes
em design. Se apressaram pelo convés para o salão principal iluminado. Quando as portas do salão
se fecharam atrás deles, o barulho da chuva começou a diminuir.
Elle parou logo depois da porta. Atrás dela, Bennett fechou o grande guarda-chuva com um
som alto e o sacudiu. O salão estava vazio, apenas luzes brilhantes, móveis super luxuosos, um
grande bar com uma pia e uma enorme tela plana.
Uma porta do outro lado se abriu e uma figura com um roupão branco atoalhado apareceu,
segurando o batente da porta. Seu pai, parecendo horrível, com um grande lenço apertado na
boca. Ele espirrou poderosamente.
—Querida,— ele disse, sua voz tão rouca que mal conseguia distinguir as palavras. —
Desculpe, mas não posso ficar de pé por muito tempo. Mas estou tão feliz por você estar
segura.— Ele olhou para Bennett. —Obrigado por mantê-la segura.
Bennett assentiu.
Som de passos batendo ao descer uma escada e outro homem apareceu. Ele era alto, com
uma camisa branca com dragonas e o logotipo do iate no boné e no bolso da camisa. Não o
homem que estava na sessão do Skype, o capitão. Mas claramente um oficial. Ele acenou para o
pai dela e disse em tom solene, —Sr. Ricks, você não deveria estar fora da cama.
Seu pai assentiu e acenou para ela. Elle parou por um instante, relutante em deixar o lado de
Bennett, relutante em se despedir com uma audiência.
Ela olhou para ele e tentou sorrir, mas parecia que os músculos do rosto não funcionavam.
—Falo com você em breve,— ela disse, sua voz baixa.

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Bennett nem tentou sorrir. Ele apenas assentiu.


—Obrigado novamente, Bennett,— disse seu pai. —Envie-me a conta.
Elle cruzou o grande salão com relutância, quase arrastando os pés. Seu pai tentou sorrir
para ela, se virou e seguiu pelo corredor, estendendo a mão para as paredes em busca de
equilíbrio. Elle foi atrás, com um último olhar para Bennett. Ele estava assistindo, olhos escuros
intensos. Quando ela se virou, pode ouvi-lo falar com o oficial e ouviu o som das portas que
levavam ao convés abrindo e fechando com um som sibilante.
Bennett se foi. Ela sentiu sua saída como uma lança no coração, este buraco onde ele
deveria estar. Cara, o que havia de errado com ela? Poderia muito bem estar apaixonada, mas isso
parecia uma doença do amor. Ela tinha funcionado perfeitamente bem durante vinte e oito anos
antes de conhecer Bennett, deveria ser capaz de funcionar agora, quando não estava na presença
dele.
Ela sacudiu aquela sensação terrível de pressentimento e seguiu os passos vacilantes do pai
enquanto ele tropeçava até o final do corredor. No final, havia outro salão, menor, mais intimista
e menos formal, embora ainda luxuoso. Claramente, este era o lugar onde ele passava a maior
parte do tempo. O outro salão estava imaculado, intocado. Este tinha uma xícara e um pires, um
cobertor jogado sobre as costas de uma poltrona, um jornal aberto.
O sofá estava sendo usado como uma cama, com vários travesseiros agrupados em uma
extremidade e um cobertor grosso amassado na outra.
Sob seus pés, o convés zumbia com uma leve vibração. O capitão estava mantendo os
motores funcionando. Eles queriam sair o mais rápido possível.
Elle ficou completamente perdida. Este era o seu pai, que acabara de passar por uma
experiência traumática. Se fosse seu padrasto, ela não hesitaria um segundo. Teria corrido para
ele e o abraçado com força e ele a teria abraçado de volta.
Era perfeitamente possível que ela nunca tivesse abraçado seu pai em toda a sua vida.
Certamente não conseguia se lembrar da última vez que eles se abraçaram, se é que já tinham.
Isto era tão estranho. Ele estava se servindo de uma bebida de um armário do bar. Uma
garrafa de cristal com um líquido âmbar claro, que devia ter sido algum tipo de xerez leve ou
grappa envelhecido em barris, porque uma das poucas coisas que ela sabia sobre o pai era que ele
odiava uísque.
Estudou as costas dele. Ele parecia ter perdido peso. Bem, o estresse faria isso. E seu cabelo
branco estava comprido o suficiente para se enrolar no pescoço. Ele tinha barba branca, que ela
nunca tinha visto antes. Ele geralmente era meticuloso sobre esse tipo de coisa. Um barbeiro
vinha ao escritório todos os dias. Então isso era outra coisa que o estresse havia feito para ele.
Ela ouviu a porta de um lado abrir. Não a porta do convés principal, mas a interna. Com o
canto do olho, viu o capitão entrar na sala, sem dúvida se certificando de que ela estava bem.
Isto era tão estranho! Ela deu um passo em direção ao pai e um enorme relâmpago iluminou
o céu, seguido um segundo depois por um estrondo de trovão tão forte que as janelas tremeram.
Isso a enervou. Isto não era típico dela. Raramente ficava nervosa.

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É verdade que ela sentia falta de Bennett e estavam no meio de uma tempestade
excepcionalmente violenta. Mas ainda assim. Estava se concentrando nas coisas erradas. Seus
sentimentos de deslocamento, seu desejo por Bennett. Não estava certo. Seu pai era um homem
velho que tinha passado pelo inferno. Ele não era um bom pai, mas ela lhe devia algum conforto.
Elle estendeu a mão e tocou seu ombro. Ele se virou e o cheiro de uísque a assaltou. Ela
piscou para o homem que estava diante dela. Piscou, e piscou novamente.
Este não era o pai dela.
Ele se parecia muito com o pai dela, mas não era. Tinha as mesmas feições, o mesmo rosto
redondo, baixo com o físico atarracado e cabelo branco. Mas seus olhos eram castanhos, não
azuis. Ele usava lentes de contato azuis que mostravam uma íris castanha ao redor da borda. Era
um pouco mais alto que o pai dela. Para a maioria das pessoas, poderia facilmente passar por
Clifford Ricks. E ele até a enganou por um momento. Mas ele não era o pai dela.
—Eu sinto muito, Elle,— ele disse. A voz não mostrava sinais do enorme resfriado que ele
estava fingindo ter. Sua voz era aguda e nasal, ao contrário do tom baixo do pai.
—Venha aqui,— uma voz atrás dela ordenou. Ela virou a cabeça e viu o capitão. Segurando
uma arma apontada diretamente para ela.
O homem que parecia - mas não era - seu pai estendeu a mão para retirar a mão dela de seu
ombro. Seus olhos estavam tristes.
—Eu sinto muito,— disse novamente. —Eu sou o dublê do seu pai, quando ele tem que estar
em dois lugares ao mesmo tempo.
Elle congelou, sua mente - geralmente tão rápida - mergulhada em choque. Seu olhar se
desviou do homem que parecia seu pai, mas não era, e o capitão do iate que estava segurando
uma arma apontada em sua direção. Os dois fatos não faziam sentido, como uma fórmula ruim.
E então – fez sentido. A equação fazia sentido e era muito ruim para ela.
O fato do dublê de seu pai estar aqui e o capitão estar segurando uma arma repentinamente
se transformou em uma arrepiante compreensão.
De alguma forma, a máfia Lipov raptou o dublê do seu pai, assumiu o comando do iate - com
o dublê ao lado não teria sido difícil - e entrou em contato com Bennett. Se o pai dela usava a
empresa de Bennett com frequência, saberiam como entrar em contato com ele. E teriam acesso
aos computadores do pai no iate.
O perigo não acabou, nem para ela nem para o pai dela, que estava Deus sabe onde. O dublê
do seu pai a havia atraído para o iate. Estava sendo sequestrada para forçar seu pai a aparecer. Era
perfeitamente possível que fosse torturada, talvez até morta.
Tudo do que Bennett a estivera protegendo - aqui estava.
Era uma armadilha, uma armadilha com dentes muito afiados, e ela tinha que agir agora.
Agora mesmo.
Fez uma rápida varredura da sala, o hábito de consciência situacional de Bennett a tinha
contagiado. Peso de papéis de cristal, prato de doces de latão pesado, ahhh…

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Ela se faria de boba, algo que era realmente difícil para ela. Colocou uma expressão perplexa
no rosto. A primeira coisa que tinha que fazer era convencê-los de que era inofensiva.
Franziu a testa e deixou sua mandíbula afrouxar. —Mas - mas papai! O que você quer dizer
com dublê? O que é isto? Por que o capitão está segurando uma arma? O que...— Ela vasculhou a
sala, girando seu torso, a própria imagem de perplexidade. Trêmula, desequilibrada. Uma mulher
que estava sendo presenteada com coisas que não conseguia entender. Dissonância cognitiva
perfeita.
O capitão gesticulou com a arma para a porta atrás dele. Elle sabia, com uma consciência
repentina e penetrante, que se o seguisse, sua vida poderia ter acabado. Não podia ficar perto
daquele homem. Seria o seu fim.
Manteve o rosto relaxado, confuso, a mão estendida para o dublê do pai. —Papai?—
Sussurrou.
O rosto dele se convulsionou. —Não, minha querida, eu não sou...
Elle focou seu olhar atrás do capitão com uma expressão de terror. —Não!— Ela gritou.
Ele teria que estar morto para não responder. Talvez Bennett não tivesse respondido porque
ele a conhecia e conhecia suas reações. Mas esse homem não tinha motivos para pensar que ela
não tinha visto algo.
Ele se virou e a distração era tudo de que precisava. Ela não tinha agarrado o dublê do pai,
ela colocara a mão perto de uma estátua de prata. Não tinha visto esta estátua em particular
antes, mas sabia o que era por ser o investimento em arte favorito do seu pai - Sal Mancuso - cujas
estátuas adornavam a casa de muitos ricos. Eram folheadas em prata com um núcleo de chumbo e
a cabeça alongada era perfeita para agarrar.
Em uma brincadeira, a mira dela não teria sido tão certeira, mas agora? Agora sua vida
estava em jogo e não havia como perder. Pegou a estátua pela cabeça e a jogou com tanta força
quanto podia na cabeça traiçoeira do capitão e o acertou diretamente no nariz quando ele se
virou para ela.
O rosto dele explodiu em uma explosão de sangue e tecido e ela correu para a porta antes
que o homem caísse no chão.
Porque só havia um possível lugar seguro - o rio.
Sem qualquer hesitação, Elle correu para o salão principal. As grandes portas de vidro se
abriram automaticamente e ela correu para o convés na chuva forte. O convés estava
escorregadio, mas estava desesperada e não tinha intenção de cair. Ela iria salvar sua própria vida.
Enquanto corria, pressionou o número de Bennett no celular no bolso do casaco. Ele a
ensinou a pressionar um número de emergência e ela fez o número dele o seu 190 pessoal.
Correu a toda velocidade para o corrimão, colocou uma mão na barra de cima e saltou
direto para o rio escuro.
A água se fechou ao redor dela como um punho.
Oh Deus, ela não conseguia subir! Freneticamente, se contorceu para tirar o casaco que
estava absorvendo a água até que se tornou como uma camisa de força de concreto. A coisa

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maldita se agarrou a ela, extremamente fria e pesada como ferro. Estava tão escuro debaixo
d'água. Por um segundo, Elle não sabia dizer qual era o caminho para cima e qual era o caminho
para baixo, lutando para não entrar em pânico. Pânico na água matava.
Pense! Ela pensou, mas não havia pensamento, apenas terror enquanto flutuava debaixo
d'água. Procurou freneticamente por uma fonte de luz, mas não havia nenhuma, apenas uma
escuridão que tinha peso e volume e era o perigo em si.
Seus dedos e mãos se moveram lentamente na água gelada enquanto desesperadamente
arrancava o casaco que agora era mais um sudário do que um casaco. Pesado, desajeitado,
intratável. Mantendo-a submersa.
Em outro segundo ou dois, teria que respirar. Seus pulmões queimavam enquanto tentava
retirá-lo, tentou segurar o fôlego até uma fração de segundo a mais, porque quando cedesse e
inspirasse, seria água e não ar e se afogaria.
A morte estava lá, ali mesmo, estendendo suas garras afiadas para ela naquele lugar frio e
úmido que se tornaria seu túmulo. Seus pulmões queimavam, estavam em chamas. Seus
movimentos lentos, letárgicos.
Ela parou de lutar, pronta para abrir os braços e afundar até a morte, quando de repente
duas mãos fortes a seguraram sob seus braços e foi impelida para cima como um foguete. Chegou
à superfície no exato instante em que seus pulmões famintos de oxigênio a forçaram a enchê-los
de ar.
Ela tossiu e uma grande mão bateu entre suas omoplatas. —Respire, querida,— disse uma
voz profunda.
—Bennett!— Ela tossiu novamente e jogou os braços trêmulos em volta do pescoço dele. Ele
era segurança, era salvação.
—Temos que tirar esse casaco de você, querida.
—O-ok.— Seus dentes batiam de frio e ela mal conseguia falar. Mal se mexer. De repente, o
casaco contra o qual ela lutou debaixo d’água deslizou dela e Bennett o deixou flutuar para longe.
Ela era uma nadadora forte, mas nada disto tinha que ver com nadar como ela conhecia. A
água era salobra e cheirava a diesel. Estava extremamente fria e a chuva caía com tanta força que
quase doía, agitando a superfície do rio em uma espuma fedorenta. Ela estava se movendo
lentamente, completamente descoordenada, as pernas mal se mexendo, tremendo tanto que mal
conseguia respirar. Não havia como ter ficado a tona sem que Bennett a abraçasse. Ele estava
olhando em volta e ela também, mal conseguindo reconhecer o que estava vendo.
Estavam a uns cinco metros do iate, que se movia lentamente para o meio do rio. Estava
iluminado como uma pequena cidade, vários homens correndo pelos parapeitos, mais homens se
movendo rapidamente no convés do salão.
Houve um relato ríspido e algo zuniu pela água. Os seus sentidos atordoados levaram um
momento para reconhecer o que estava acontecendo. —Eles estão... Eles estão atirando!
Um pesado clank e uma lua apareceu na superfície do rio e começaram a varrer para frente
e para trás. Um homem na ponte estava operando um grande holofote e estava lançando a luz

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sobre a água que ondulava da chuva, procurando por eles. A luz deslizou sobre seu casaco, que
estava se afastando. O holofote estava posicionado em seu casaco, que dançava na água
enquanto uma saraivada de balas o fragmentava.
Ela estremeceu ainda mais. Se estivesse usando esse casaco, estaria morta dez vezes.
A luz começou a se mover na direção deles.
Bennett recuou. —Olhe para mim, querida.
Ela estava tremendo tanto que parecia que seu cérebro chacoalhava em sua cabeça. As
mãos dele agarraram seus ombros. —Olhe para mim.
Ela olhou. Estava aterrorizada e congelada e muito perto do pânico. Ele não parecia
assustado. Parecia chateado, mas não com medo.
—Nós vamos ter que passar debaixo do iate e subir do outro lado. Caso contrário, seremos
alvos fáceis.
As palavras apenas quicaram na cabeça dela. Ela o olhou sem expressão.
A grande lua branca de luz chegou mais perto.
—Você confia em mim?— Bennett perguntou.
Isso ela entendeu. Ela assentiu, tremendo.
—Respire fundo. Tão profundo quanto você puder. E não lute comigo. Deixe-me fazer todo o
trabalho.
Tudo o que ela realmente entendeu foi respirar fundo, então ela fez.
Um, dois, três.
No quarto ele assentiu para ela e os levou para baixo.

ONZE

Bennett sentiu uma enorme sensação de mau agouro na viagem do Sparrow Square para
Canary Wharf. Como se a escuridão do mundo tivesse caído sobre seus ombros como uma
bigorna, apagando a esperança e a luz.
O que era muito atípico dele. Bennett nunca teve uma sensação de mau agouro. E não
deveria ter agora também. Estava no horário de trabalho, entregando Elle ao pai e, enquanto
trabalhava, nunca sofria de nervos ou de emoções estranhas.
Ele tinha instintos, isso era verdade, e dos bons. Mas sempre podia analisar o que estava
sentindo e descobrir o porquê. Uma sombra onde não deveria estar, uma ligação perdida, uma
lâmpada fora do lugar - ele notou isso no passado e imediatamente percebeu que o problema
estava se formando. Ele era rápido e inteligente e não era pego de surpresa.
Então, que diabos era esse sentimento de sombria opressão?
Porra.

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Ele olhou muitas vezes para Elle durante a viagem, mas ela manteve o rosto resolutamente
virado para longe ele, olhando pela janela, embora não houvesse nada para ver além de uma
parede cinza de chuva. Ainda assim, podia ler as emoções dela muito facilmente.
Ela não queria voltar para o pai.
O que estava bem, porque ele não queria que ela voltasse para o pai dela também. Ele a
queria segura e confortável e a uma distância do toque. Queria continuar a rotina deles de
natação, comer, resolver quebra-cabeças para ele, assistir TV e fazer sexo fabuloso. Isso
funcionava para ele. Realmente funcionava para ele. Estavam apenas se acomodando quando a
ligação chegou e interrompeu tudo.
Talvez por isso se sentisse tão perturbado, tão ansioso. Ansioso. Bennett também não era
ansioso. Ele era um cara binário. Ou as coisas estavam bem, então relaxe, ou as coisas não
estavam bem e você consertava.
Não havia qualquer conserto para isso. Clifford Ricks o contratara para manter sua filha em
segurança, o que ele fizera, e agora o contrato terminara e Ricks queria ver sua filha, o que ele
tinha todo o direito de fazer.
E não era como se Bennett não fosse ver Elle novamente. Eles fizeram planos concretos que
ele repetiu com ela, para ficarem juntos assim que Ricks estivesse pronto para deixá-la ir. Elle
tinha todos os seus números, mesmo - especialmente - aqueles que não eram de domínio público.
Ela sabia que ele iria por ela onde quer que ela estivesse, quando ela pudesse sair.
Ele deixou isso claro para ela. Realmente claro. De fato, ele não aceitaria pessoalmente
nenhum contrato até que tivesse notícias de Elle.
Então tudo isto era temporário. Assim que pudessem, estariam juntos novamente e dane-se
se ele fosse deixá-la partir. Teriam uma longa conversa e descobririam como continuar na vida um
do outro.
Bennett poderia mudar se precisasse. Ele não tinha que morar em Londres, poderia morar
onde ela morava, em Boston. Não era um lugar ruim.
Embora, secretamente, estivesse esperando que ela aceitasse uma oferta de trabalhar com
ele. Ela gostava de trabalhar em problemas do mundo real e, por Deus, sua empresa poderia
oferecer-lhe um fluxo interminável deles. Ele pagaria o que ela pedisse. Na verdade, se as coisas
acontecessem assim, a empresa poderia se tornar uma propriedade conjunta.
Mas não fale sobre isso agora. Ela já estava assustada e, para dizer a verdade, ele estava um
pouco assustado com o rumo que seus pensamentos estavam tomando.
Coisa séria.
Então ficou um pouco nervoso quando finalmente chegou a Canary Wharf. Entrou na marina
e estacionou perto do ancoradouro onde o iate de Ricks estava atracado.
Cristo, era uma coisa muito vistosa. Cinco deques, todos iluminados como um shopping
center. Um testamento vivo da riqueza de Ricks. Na escuridão, na chuva forte, era a coisa mais
brilhante à vista, brilhando como uma espaçonave alienígena.

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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
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Bennett estava olhando para bem mais de cinquenta milhões de dólares ali mesmo. Ainda
bem que Elle não se sentia atraída por grandes quantias de dinheiro. Na verdade, ela parecia
imune às atrações do dinheiro. O que era ótimo, porque não importava o quanto Bennett fosse
rico - e ele estava indo muito bem - a ostentação espalhafatosa não era sua praia.
Eles ficaram sentados por um momento no carro, em silêncio.
Finalmente, Elle suspirou. Se virou para ele. O rosto dela estava pálido, triste. —Eu tenho
que ir.
Ele balançou a cabeça, apertando suas mandíbulas para que ele não dissesse o que queria
dizer. Não vá. Pelo amor de Deus, não vá. Fique comigo. Nós temos algo realmente especial.
—Você vem comigo?— Ela perguntou.
Bennett estava soltando o cinto de segurança e lhe lançou um olhar de espanto.
Claro que ele iria com ela. Cristo.
Ela sorriu.
Ele pegou seu guarda-chuva super grande do porta-malas, grato que uma vez que ele se
certificou que ela estava coberta, ele também tinha alguma cobertura.
A chuva caía tão forte que fazia o guarda-chuva tamborilar com o barulho. Ele teve que
levantar a voz. —Vamos lá!
O iate era ainda mais berrante por dentro. Se Ricks pudesse ter móveis feitos de ouro e
travesseiros com fios de ouro, ele teria. Assim, parecia um set de filmagem. Elle já havia entrado
no salão e Bennett hesitou no limiar. Aquele sentimento horrível - de desastre e perigo e uma
espécie de desgraceira em geral que ele estava sentindo no carro - dobrou.
Mas ele já descobriu o que era.
Ele não queria deixar Elle aqui.
No entanto ele teria que deixar. Se a vida lhe ensinara alguma coisa era que algumas coisas
eram difíceis de fazer, mas você as fazia mesmo assim. Aceite.
Ricks estava muito doente, tossindo e ofegando em um grande lenço, exatamente como
quando falaram pelo Skype. Seus brilhantes olhos azuis estavam avermelhados e o cabelo branco
estava encharcado de suor. Pobre fodido miserável. Primeiro ameaçado, então sua filha
ameaçada, tendo que levantar dez milhões de dólares quase da noite para o dia... E agora a gripe.
Ricks assentiu para ele do salão gigante e Bennett assentiu de volta. Elle atravessou a vasta
extensão até o pai. Eles saíram do salão e Bennett sentiu que Elle havia desaparecido da face da
terra. Ele ficou parado como um idiota, sentindo-se perdido.
—Senhor.— Era o primeiro imediato, olhando para ele com impaciência. —Estamos prontos
para zarpar.
Em outras palavras - pare de ficar em pé com o polegar na sua bunda e saia do navio.
Sim. Exceto que Bennett sentiu como se alguém tivesse pregado suas botas nos ladrilhos
caros.
O primeiro imediato o observou, aguardando. Bennett ouviu a voz de Elle, uma porta se
abrindo e sua voz foi cortada. Se foi.

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ESCAPADA
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Hora de ir.
Relutantemente, se virou e atravessou o convés sob a chuva, saiu do iate e voltou para o
carro. Sentou lá, mãos segurando o volante com tanta força que os nós dos dedos ficaram
brancos, mas não ligou o motor.
Porra, esse sentimento de mau agouro não tinha desaparecido. Estava em seu peito como
uma maldita pedra. O que diabos estava errado com ele?
O iate estava lentamente se afastando do cais, apontando rio abaixo, para o leste. O
apartamento estava atrás dele, a oeste.
Leste. Siga Elle por um tempo. Oeste. Volte para o apartamento e espere.
Leste? Oeste?
Se sentindo um idiota, Bennett ligou o motor, subiu o barranco e virou para o leste, indo
muito devagar para seguir o iate enquanto ele lentamente saía do cais.
O que estava fazendo? Foda-se se soubesse. Só sabia que tinha que fazer isso. Estava
pensando em pegar uma última visão de Elle? Talvez. Embora houvesse pouquíssimo para ver
através da parede de água.
Os pensamentos de Bennett estavam saltando em sua cabeça, mas suas mãos estavam
firmes enquanto rolava lentamente ao longo do aterro, seguindo o iate. Não havia ninguém para
ser visto, a não ser o capitão pouco visível no alto da ponte. Não Ricks e, mais importante, não
Elle.
Bennett estava perdendo seu tempo. Canary Wharf era uma pequena península e logo ele
teria que viajar para o norte para contornar a pequena baía e alcançar o iate quando a estrada
encontrasse o rio. Iria desperdiçar meia hora, talvez mais, apenas para manter o maldito iate à
vista por alguns instantes, embora não houvesse absolutamente nada para ver.
Espere um minuto.
Bennett se inclinou sobre o volante e aumentou o tempo dos limpadores de para-brisa para
ter uma visão melhor da ponte. O homem na ponte era baixo e atarracado, de cabelos escuros.
Nenhum boné de capitão. O capitão se foi, outra pessoa em seu lugar na ponte.
Isso não estava certo. O Get Rich Quick III era um iate grande, navegando em condições de
chuvas intensas e baixa visibilidade em um rio com muito tráfego no meio de uma grande cidade.
O capitão não deixa a ponte nessas condições, nunca.
Ricks ficou repentinamente fatalmente doente?
Elle estava lidando com uma emergência médica?
Bennett acelerou, querendo contornar a enseada e encontrar o iate do outro lado, tentando
descobrir o que estava acontecendo.
Seu celular tocou e parou. Elle o chamando e interrompendo a ligação.
E então muitas coisas fizeram sentido quando ele viu Elle correndo para a parede de água
batendo no convés principal, saltar o parapeito e mergulhar direto no rio gelado.
Ele se dividiu em dois.

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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
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O homem nele estava chocado, desesperado. O amor de sua vida estava em perigo
desesperador e mergulhara em um perigo ainda maior. O rio era traiçoeiro e ela estaria lutando
contra as correntes causadas pelo iate e seria arrastada para baixo assim que o casaco se
encharcasse.
O agente nele já estava calculando distâncias, ângulos e cenários enquanto freava, abria a
porta do lado do motorista, tirava o casaco em um instante e se dirigia para o muro baixo que
separava a estrada do rio em uma corrida desenfreada.
Anos de treinamento e combate permitiram que se concentrasse o ponto em que Elle
afundara, algo que seria impossível em mar aberto. Mas com os marcos da cidade em ambos os
lados do rio e o iate subindo cinco andares acima da superfície, ele sabia onde ela estava.
Mesmo calculando a curva do navio e as correntes do rio, Bennett sabia onde ela estava.
Sabia porque estava queimado em seu cérebro e cauterizado em seu coração. Porque ele iria
mergulhar para pegar Elle e não voltaria sem ela.
Nos SEAL, eles treinaram para nadar em velocidade e resistência. Agora era para velocidade.
Ele estava nadando tão rápido quanto um humano poderia se mover na água com batidas fortes
das pernas e poderosas braçadas. Quando chegou onde ela tinha caído, nadou duas braçadas
extras na corrente, respirou profundamente e mergulhou perpendicular ao fundo.
Ele tinha sido cronometrado debaixo de água em dois minutos, mas tinha estado imóvel na
água, não mergulhando. Mas não era por quanto tempo ele conseguia prender a respiração
debaixo d'água, era o tempo que Elle podia. Os civis raramente conseguiam prender a respiração
por mais de um minuto. E havia um fator de pânico também. Se você entra em pânico debaixo
d'água, você morre rápido.
Bennett contava com duas coisas. Elle era uma nadadora. Esta era a coisa mais distante de
uma piscina calma possível, mas ela estava familiarizada com a água.
E o mais importante de tudo, ela tinha que saber que ele estava vindo por ela.
Ele apontou para o fundo e mergulhou.
Absoluta escuridão, apenas trinta centímetros abaixo da superfície. O céu estava negro e as
longínquas costas não estavam suficientemente iluminadas para a luz penetrar.
Mas Elle estava aqui e ele a encontraria.
Bennett esquartejou a vasta profundidade sob ele, girando 90° por vez, perfeitamente
orientado. Sabia onde estava o iate e sabia onde estava a costa.
Agora tudo o que precisava era de Elle.
Bateu as pernas e mergulhou fundo, mais profundo ainda, examinando a escuridão. Nada.
Setenta e cinco segundos.
Mergulhou mais fundo.
Oitenta segundos...
Lá!
Sob seus pés, ligeiramente para a esquerda. Algo de cor clara, em movimento.
Elle.

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Ele nadou para lá com movimentos poderosos, agarrou-a sob os braços, batendo as pernas
para a superfície o mais rápido que pôde.
Aos noventa segundos, alcançaram a superfície do rio, no exato momento em que Elle
puxou uma respiração profunda e ofegante, que a afogaria debaixo d'água.
Ela estava desorientada, olhando em volta descontroladamente, agitada, tossindo em vez de
respirar.
—Respire, querida,— Bennett disse. Ele tinha que tirar aquele maldito casaco dela, mas
primeiro ela tinha que respirar. Respirar regularmente por si só era um ato calmante. Ela tinha que
ficar calma antes que pudessem fazer qualquer outra coisa.
Ela olhou para ele, assentiu, começou a respirar em um ritmo mais regular. Bom. Passo um.
Passo dois, livre-se da porra do casaco que era como uma jaqueta de cimento. Ele a olhou nos
olhos. —Temos que tirar esse casaco de você, querida.— Ele pegou sua faca de bota, cortou o
casaco dela e o observou flutuar para longe, uma sombra mais clara na escuridão do rio.
Gritos do iate foram ouvidos sobre o tamborilar da chuva forte no rio. Bennett segurou Elle
enquanto observava homens correndo como formigas no convés. Uma das mãos do convés
levantou algo...
Uma bala sibilou no rio. Outra.
—Eles estão... Estão atirando!— Elle disse, dentes batendo.
De repente, um alto clack! soou sobre o ruído da chuva e do motor do iate e uma enorme
lua amarela apareceu cerca de cinquenta metros rio acima. Um holofote. Um holofote certamente
os pegaria. O holofote oscilou, se movendo para trás e para frente enquanto o operador aprendia
o mecanismo e então estabilizou e começou uma varredura controlada.
O casaco pegou a luz e a atenção de um atirador e eles o crivaram de balas. De longe,
através da cortina de chuva, parecia um corpo.
A voz profunda de um homem gritou algo em russo. O russo de Bennett era bom o suficiente
para entender —não atire! O russo encarregado estava dizendo a seus homens que segurassem
fogo.
Eles precisavam de Elle viva e não sabiam que ele também estava na água.
O comando não atire iria lhes ganhar algum tempo.
Então outra coisa silvou para a água e Bennett soube que tinham que dar o fora dali
rapidamente. Um arpão. Os filhos da puta estavam tentando arpoar Elle! Afundar uma lança em
sua carne e puxá-la como um peixe.
Não ia acontecer.
A grande lua amarela estava se aproximando, mais perto...
Elle estava tremendo violentamente. Ele tinha que tirá-la da água rapidamente, não tinha
intenção de salvá-la das balas e de um arpão apenas para perdê-la para a hipotermia.
Ele segurou os ombros dela. —Olhe para mim, querida.
Os dentes dela estavam batendo, o olhar desfocado. Ele a sacudiu com força. —Olhe para
mim.

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ESCAPADA
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Ele comandou homens em batalha e sabia como colocar comando em sua voz. Ela se
concentrou nele, os olhos azuis brilhando enquanto refletiam o holofote se aproximando.
Só havia uma coisa a fazer. Os homens no iate tinham um holofote e ele não conseguia levar
os dois para fora do alcance rápido o suficiente nadando. Não podiam se afastar nadando, tinham
que nadar para baixo. —Nós vamos ter que passar por debaixo do iate e subir do outro lado.— Ele
podia ver o feixe amarelo com o canto do olho. —Caso contrário, somos alvos fáceis.
Ela estava olhando para ele sem expressão.
A lua se aproximava. Logo os pegaria.
Bennett escolheu as únicas outras palavras que poderiam funcionar. Ele fez sua voz fria e
nítida. —Você confia em mim?
Isso funcionou. Ela assentiu. Bom.
—Respire fundo. Tão profundo quanto puder. E não lute comigo. Deixe-me fazer todo o
trabalho.
Ele podia senti-la exalando contra seu rosto. Na quarta respiração, ele assentiu para ela e
mergulhou, levando-os para baixo.
Jesus, a água estava turva. Neste momento, o holofote que iluminava a área da qual haviam
acabado de mergulhar era seu amigo em vez de seu inimigo mortal, lançando um brilho
amarelado que filtrava para baixo. Bennett se orientou, viu a massa escura do casco do iate e
nadou em direção a ela, descendo mais e mais e mais. O calado tinha mais de cinco metros e ele
tinha que levar Elle vários metros abaixo disso, sob a superfície do outro lado do iate.
Tinha que ser feito.
Batendo as pernas com força, Bennett a segurou, a mulher que ele amava.
Isso se tornou evidente para ele em um flash brutalmente intenso no instante em que
percebeu que ela estava em perigo.
Ele a amava.
Ele não ia perdê-la.
Ela estava gelada, assustada, sofrendo. Mas não estava em pânico. Ele dissera para ela não
lutar com ele e ela não estava lutando. Estava ajudando o máximo que podia, embora para ela isto
fosse perigoso a ponto da insanidade.
Não era. Bennett tinha feito coisas muito mais perigosas embaixo d'água do que isto e não
tinha dúvidas de que subiria do outro lado exatamente como planejado. Mas se ela tivesse
entrado em pânico e lutado contra ele - teria sido mais difícil de conseguir. Estar debaixo d'água
era perigoso. Mesmo com o mais sofisticado equipamento de mergulho de alta tecnologia
disponível, um erro de cálculo e você estava morto.
Mas ela não estava lutando com ele e estava sendo tão valente quanto ele sabia que ela
seria. Tão esperta e tão corajosa.
Porra. Ele não ia perdê-la.
Acelerou suas pernadas, avaliando quando podia começar a subir e nadar o mais forte que
podia. Vieram à tona na chuva, as luzes do iate mostrando que não estavam muito longe da costa.

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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
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A chuva ajudou. Era tão densa e tão barulhenta que a chegada deles à superfície passou
completamente despercebida. Não havia ninguém deste lado do iate, todos debruçados sobre o
parapeito do outro lado.
O som do grito de um homem se elevou sobre o barulho da chuva e dos motores do iate.
Estavam desesperadamente procurando por Elle. Mas, por Deus, não iriam pegá-la.
Agora era uma questão de tempo. Elle não ia se afogar, mas corria riscou com a hipotermia.
Bennett a aproximou e pôs os lábios no ouvido dela. —Você pode nadar até a margem?
Ela assentiu, dentes batendo. Ele a beijou brevemente. —Vai.
Nadar sozinha aqueceria seus músculos. Bennett manteve o ritmo exato com ela, braçada
com braçada. Chegaram ao aterro que era elevado. Bennett se ergueu da água, subindo em uma
escora. Uma vez na margem, pingando água do rio, se abaixou e levantou Elle.
Seu carro estava perto. Não tinha ideia se alguém havia anotado a marca do carro, mas
como estes não eram amadores, tinha certeza de que alguém tinha feito. Elle precisava de roupa
quente e seca, mas ele não podia fazer isso aqui, onde corriam o risco de serem vistos.
Ajudou Elle a entrar no carro, ficou atrás do volante e moveu o carro sem ligar os faróis.
Pegou uma estrada lateral e depois outra para sair do rio. Só então parou e ligou as luzes.
Os dentes de Elle estavam batendo e ela estava mortalmente pálida.
Deus.
Bennett sempre mantinha uma sacola para emergências. Tinha algumas roupas de negócios
elegantes, mas também mantinha agasalhos e meias limpas. Também mantinha um cobertor de lã
e um cobertor térmico dobrado. Em um segundo, estava sentado ao lado dela, tirando-a de todas
as roupas, tentando secá-la grosseiramente, vestindo-a com uma de suas camisetas, uma jaqueta
de fleece, suas calças que quase caíram, meias limpas e secas. Ele tinha todas as saídas de ar
quente direcionadas para ela e ligou o sistema de aquecimento do banco.
Ele mesmo ainda estava encharcado, mas se conhecia e sabia que estava longe da
hipotermia. Agora, levar Elle a algum lugar quente era essencial.
Queimou borracha saindo de lá, dirigindo o mais rápido que podia, sem atrair a atenção da
polícia. Algumas câmeras de trânsito o pegariam e ele conseguiria algumas multas mais tarde.
Como se desse a mínima.
Lançou um olhar para ela conforme ultrapassava um ônibus urbano. —Eu não tenho nada
quente para dar a você para beber, querida,— disse. Tirando uma mão do volante, levou a mão
dela à boca e beijou as costas. Seu polegar em seu pulso mostrou a pulsação fraca lenta. Sua pele
ainda estava pegajosa e gelada. —Farei chá assim que chegarmos em casa.
Assim que chegarmos em casa.
Casa.
Ela olhou para ele e assentiu, tentando sorrir. Sim. Aquele apartamento se transformara em
um lar para os dois.
Ele pressionou o acelerador. Até ouvir as sirenes, ia forçar a barra.

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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
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Pressionou a discagem rápida no sistema telefônico automatizado no painel. Um toque e foi


atendido. Algo nele relaxou um pouco ao ouvir aquela voz profunda.
—Larssen falando.
Sim. Steve Larssen. Eles serviram juntos. Steve era legal e imperturbável. Ele podia fazer
palavras cruzadas enquanto matava alvos, mas o que era ainda mais importante, ele também foi
treinado como médico.
—Steve. Tenho meu contratante comigo. Ela passou cerca de vinte minutos no Tâmisa e está
em risco de hipotermia. Hospitais estão fora de questão.— A turma de Lipov estaria monitorando
todas as enfermarias dos hospitais de emergência. —Você pode nos encontrar no Sierra Hotel?
O Sierra Hotel era a casa segura.
—Entendido. Esteja lá em vinte minutos.— Ele desconectou.
Bennett poderia tê-lo beijado na boca. Seis palavras, transmitindo tudo o que tinha que ser
dito. Qualquer pessoa que estivesse ouvindo - embora estivesse em comunicação segura - não
teria a menor ideia. Mas Steve tinha tudo que precisava saber. Steve sabia que o contrato era para
uma mulher e sabia o que estava em jogo. Ele estaria na casa segura em vinte minutos e se não
estivesse, significava que ele estava morto.
Um enorme peso saiu de seu peito.
Bennett não confiava em si mesmo para tratar Elle. Ele tinha sido um SEAL. Todos sabiam
sobre hipotermia. Eles tiveram aulas e exercícios e treinamento prático. Ele passou uma hora nas
águas da península de Kamchatka, em novembro, antes de voltar ao submersível, depois voltar
para o navio e ter acabado de evitar a hipotermia. Sabia quase tanto quanto Steve sobre
hipotermia. Mas estava envolvido emocionalmente e Steve não estava.
Elle estava inclinando a cabeça no encosto de cabeça, os olhos fechados.
Deus não.
—Elle!— Bennett deliberadamente fez sua voz ríspida. Ele colocou o comando em sua voz
novamente. Os olhos de Elle se abriram. —Não durma,— ele disse.
Ela piscou, claramente grogue. —Não. Não estava dormindo. Apenas descansando meus
olhos.— Sua voz arrastada.
—Não faça isso também. Aqui.— Ele deu um soco no sistema de música do carro. Porra.
Bach. Essa era uma excelente música para dormir. Acalmava-o, mas ela não precisava se acalmar,
ela precisava ficar alerta.
A hipotermia diminuía a frequência cardíaca. Dormir diminuía ainda mais. A hipotermia às
vezes levava você do sono à morte em um instante.
Não no turno dele.
Encontrou algumas músicas hip hop. Ele não gostava e tinha certeza de que Elle também
não, mas era animada e alta. Os olhos dela se fecharam e ele aumentou o volume. Ela abriu os
olhos, franziu a testa. Irritada.
Bom. Melhor irritada do que morta.
Mantenha ela falando.

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ESCAPADA
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—Onde estamos indo?


Sob o cobertor, as mãos dela se abriram. —Eu não sei.— A voz um pouco grogue. Ele virou a
esquina em duas rodas.
—Pense nisso, Elle. Você é super inteligente. Onde estamos indo?
Os olhos dela estavam fechados novamente. —Elle!— Ela acordou de novo com o susto. —
Onde estamos indo, querida? Onde passamos os últimos dois dias?
Inferno, tinha sido apenas dois dias? A vida inteira dele foi afetada drasticamente em dois
dias. Ele era um homem diferente.
—Sparrow,— ela murmurou.
—O que? Onde você disse?— Bennett fez sua voz profunda alta e desagradável. Aquele tom
condescendente que incomodava tanto as mulheres. —Sparrow o quê?
Ela piscou devagar e ele esperava que ela estivesse se sentindo irritada. —O que?
—Você disse sparrow. Sparrow o quê?
Deus, estavam perto. Mais duas quadras. Ele dirigiu como uma mula relutante indo para
Canary Wharf. Agora era como um galgo correndo em direção à linha de chegada.
—Square.— Ela murmurou a palavra, dentes batendo.
Embora o carro estivesse superaquecido, Elle tremia forte. Bom. Tremedeira era o corpo
tentando criar calor nos músculos. Quando o corpo parava de tremer, a morte estava próxima. Ela
estava realmente tremendo, o que era excelente.
—Estamos aqui, querida. Sparrow Square. Em breve estaremos em casa.
Diante da palavra “casa” ela tentou um sorriso e o coração dele se revirou no peito. Sua
brava dama. Ele ia descobrir o que havia acontecido lá em Canary Wharf, mas agora elevar a
temperatura central de Elle era mais importante.
Bennett entrou no estacionamento do Sparrow Square, o transponder na janela do carro
abrindo a barra. O transponder estava registrado para o Sr. Alan Light, de Edimburgo, para o caso
de alguém tentar ficar de olho nele. Mr. Light era um homem difícil de encontrar. Invisível, na
verdade, já que ele não existia.
Estacionou em seu lugar e estava contornando o carro antes que ele parasse de balançar.
Abriu a porta do lado do passageiro e levantou Elle, cobertores e tudo, embalando-a por um
momento, simplesmente alucinadamente feliz por ela estar viva.
Mais dez segundos debaixo d'água e ele a levaria para o necrotério. Ele estremeceu.
Elle levantou uma mão trêmula de dentro do cobertor para acariciar a bochecha dele. —
Você... Você t-também está f-f-frio.
Algo no peito de Bennett irradiou calor. Ele virou a cabeça e beijou a palma da mão dela. —
Não, querida, estou bem. Vamos cuidar de você agora.
Bennett a levou para o apartamento. Através de seu celular, subiu o termostato no talo e
ficou agradável e quente. Muito quente para ele, mas ótimo para ela. Ele a colocou no banheiro e
tocou a testa dela, franzindo o cenho. Gelada. Ela estava tremendo em seus braços.

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102
ESCAPADA
Lisa Marie Rice
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Colocou-a gentilmente de pé e a segurou com um braço enquanto colocava água quente na


banheira. Quente, mas não muito quente, não queria queimá-la. Mas quente o suficiente para
elevar sua temperatura central.
Quando a água estava pronta, a ajudou a tirar as roupas úmidas e a entrar na banheira,
observando-a ansiosamente. Ela não estava dizendo nada. Elle não falando não era natural.
Naquele momento, teria dado sua bola esquerda por um comentário sarcástico dela.
—Querida,— disse, tentando evitar a preocupação em sua voz e rosto, —vou pegar algumas
roupas secas para você. Me chame se precisar de mim.
Ela revirou os olhos para ele, o que ele considerou ser um sinal positivo, e correu para o
closet, pegando tudo quente dela que conseguiu encontrar.
Seu celular tocou.

Bem do lado de fora da porta.

Steve.
Bennett tinha um aplicativo no celular que abria a porta do apartamento. Steve entrou com
seu kit médico e Bennett imediatamente se sentiu melhor. Steve era legal e competente e naquele
momento Bennett estava se sentindo um pouco em pânico, reconsiderando consigo mesmo em
levar Elle ao hospital.
Steve se sentou no sofá e Bennett entrou no banheiro.
Elle estava exatamente como ele a deixou. Ela não se mexeu e por um momento horrível ele
pensou que ela não estava respirando também. Ainda estava mortalmente pálida, de olhos
fechados.
Ele se agachou ao lado da imensa banheira. —Querida.— Ela não reagiu. Ela fez sua voz mais
alta. —Querida. Meu colega está aqui. Ele é médico e dos bons. Vamos tirar você da banheira e
colocar roupas quentes. Enquanto ele te examina, eu faço um chá.
Um banho quente e chá quente deviam ser suficientes para elevar sua temperatura central.
Ele esperava.
—Vamos vestir você.— Bennett a tirou da banheira, percebendo que estava segurando mais
do peso dela do que deveria. Ele a esfregou com uma toalha de banho e a vestiu da pele para fora.
Roupas íntimas, um top de yoga para servir como camiseta, um suéter, um cachecol, calças de lã,
meias grossas. Ele recuou, olhou para ela criticamente.
Elle tinha uma postura perfeita. Mas agora não. Agora ela se curvou um pouco como se seu
esqueleto não suportasse o peso de seus músculos. Seu rosto estava relaxado e inexpressivo.
Jesus.
Ele a levou até o sofá, sentou-a e colocou um cobertor em volta dos ombros dela. Ela não
disse nada.
O que era pior, ela não reagiu ao Steve.

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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
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Steve Larssen tirou a sorte grande do DNA. Com um pai sueco e uma mãe afro-americana,
Steve tinha altas maçãs do rosto escandinavas, olhos azuis claros e traços finos combinados com
uma rica pele de caramelo. Sua aparência era tão marcante que ele não podia trabalhar
disfarçado. Steve era um imã para garotas e todo mundo nas equipes sabia que, se chegassem em
um bar e Steve estivesse com eles, eles instantaneamente se tornariam invisíveis para as
mulheres. O olhar feminino gravitava para Steve naturalmente, como se ele fosse um planeta e os
caras à sua volta fossem luas.
—Steve, esta é a Dra. Elle Castle. Elle, meu amigo e colega Steve Larssen.
Ela mal olhou para ele e assentiu. —Prazer.— A voz dela era suave, sem emoção. Steve se
agachou na frente dela e lançou um olhar para Bennett.
—Eu entendo que você esteve na água por cerca de vinte minutos, Dra. Castle.— Ele pegou
a mão dela.
Elle franziu a testa. Ela o entendera? Bennett estava prestes a intervir quando ela disse: —
Elle.
Steve estreitou os olhos. —Desculpe?
—Elle. Meu nome é Elle. E não tenho ideia de quanto tempo fiquei na água. Parecia uma
eternidade, no entanto.
O mais longo que ela falou desde que ele a tirou da água. Bom.
Bennett colocou a mão no ombro dela. Ele estava tão preocupado, estava agindo de forma
estúpida - e isso não era típico dele. Sempre mantinha a calma e sempre conseguia pensar direito.
Exceto agora, aparentemente.
—Eu vou fazer um pouco de chá, querida.
Steve ergueu os olhos bruscamente para o “querida”, mas Bennett lhe lançou um olhar
severo de volta. Não me dê nenhum pesar. Steve levantou a mão. De jeito nenhum.
Bennett aqueceu no micro-ondas um pouco de água, colocou um saquinho de chá de ervas e
acrescentou cerca de meia garrafa de mel. Sem uísque. Em seguida, um par de cubos de gelo,
então estaria quente, mas não fervendo.
No momento em que voltou para o sofá, Steve se levantou do agachamento. —PA baixa,
mas dentro da faixa normal. Pulso 60. Temperatura 35o. Espero que suba para 35,5o em breve.
Fora da zona da linha vermelha.
Bennett soltou um suspiro. Ela ficaria bem. Colocou a xícara de chá na mão dela. —Beba
isso, querida.— Ele viu quando ela tomou um gole. Fez uma careta. —Muito quente?
Ela olhou para ele. —Muito doce.
Ele sorriu. A velha Elle estava voltando.
—Elle.— Steve pegou a mão dela, dois dedos indo para o interior de seu pulso. —Você pode
dizer um trava-língua?
Ela franziu o rosto bonito. —Ummm… Peter Piper pegou um pote de picles de pimenta, um
pote de picles de pimenta Peter Piper pegou. Tipo isso?

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104
ESCAPADA
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—Exatamente assim.— Steve sorriu para ela. Elle olhou diretamente para o lindo rosto dele
com indiferença, depois olhou para Bennett. E sorriu.
Oh sim. Esta era a mulher dele.
Bennett falou sem tirar os olhos de Elle. —Steve, eu quero segurança 24 horas nos dois
apartamentos ao lado, dois por apartamento em turnos de oito horas.
Ele virou a cabeça e olhou Steve no rosto. Era uma solução insanamente cara,
particularmente para uma situação em aberto. Steve, que detinha um bom pedaço na BMC
Security, não recuou. —Você terá isso, chefe.
—E vamos ter que informar que Clifford Ricks foi sequestrado.
—Não.— A voz de Elle estava mais forte. Ela tomou um gole do chá.
—O quê?— Bennett e Steve disseram ao mesmo tempo.
Bennett se sentou ao lado dela e colocou o braço ao redor dela, puxando-a para perto. Ela
ainda estava confusa. —Tudo bem, querida. Mas a polícia tem que saber...
Elle balançou a cabeça. Se sentou mais ereta. Um pouco de cor voltou para o rosto dela. —
Meu pai não foi sequestrado.
Bennett abriu a boca e a fechou.
—Eu também não estou tendo alucinações.— Elle olhou para ele e depois para Steve. —Não
era meu pai no iate. Era o dublê dele. Foi por isso que eu fugi. Percebi que, se ficasse, seria jogada
diretamente nas mãos dos homens atrás dele que estavam no iate. Eu não sei o que vai acontecer
com o dublê, mas meu pai ainda está livre. Ou pelo menos ele não está naquele iate.
—Ok.— Bennett avaliou as ramificações disso.
—Mas,— ela disse e um sorriso cruzou o rosto dela pela primeira vez desde que receberam a
ligação do Skype. —Eu acho que sei como nos tirar desta bagunça.
—Todo ouvidos,— ele disse.
—É tecnicamente ilegal.— Elle franziu a testa.
Bennett sentiu o peito se expandir, com calor e luz. Elle estava a salvo e ao seu lado. Se Elle
achava que ela sabia como sair dessa situação, ele não tinha dúvidas de que funcionaria.
—Ilegal? Quem diabos se importa?

DOZE

Sparrow Square
Cinco dias depois

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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
Seu Bilionário - Londres

—Então aqui está uma modulação eigenface19,— Elle disse desconcertantemente, e quatro
rostos estranhos verdadeiramente estranhos apareceram como hologramas no espaço atrás dela.
Porque é claro que Elle não usava o Power Point e uma tela normal. Não, hologramas no espaço.
Mas seus geeks de TI estavam se deleitando. Cinco de seus rapazes estavam sentados na
sala de estar da casa segura, tomando notas em seus laptops. Era o segundo dia do seminário de
cinco dias prometido por Elle sobre seu programa de camuflagem de reconhecimento facial e seus
rapazes - até mesmo Melissa Sanders era um rapaz ao seus olhos - estavam paralisados. Eles já
estavam dominando o básico e Elle disse que eles seriam proficientes até amanhã. Os dois últimos
dias seriam testes em tempo real.
Bennett tinha lutado contra Elle dar aulas logo depois de quase se afogar, mas com toda a
honestidade, até ele teve que admitir que ela se recuperou totalmente. E uma Elle entediada e
ociosa era algo que ninguém deveria ter que ver. Ela estava ansiosa para começar a trabalhar e ele
sabia que tinha tomado a decisão correta.
Ela estava florescendo e seus rapazes a amavam.
Ele também a amava, só que de um jeito diferente.
Estava olhando para ela, entendendo uma palavra em dez, mas também entendendo que o
programa dela iria salvar vidas, quando recebeu uma rápida vibração de seu celular.
Entrou no quarto que havia sido reservado como um ginásio. Ele ainda era o único a usá-lo.
Todas as manhãs acompanhava Elle até a piscina para o mergulho matinal. Pagou uma quantia
considerável ao conselho administrativo do Sparrow Square para fechar o acesso à piscina para
“manutenção” das dez às onze da manhã.
Ele ainda usava as abraçadeiras plásticas, no entanto.
—Cameron,— ele disse em sua celular.
—O corpo de Vladimir Lipov foi encontrado boiando de bruços no rio Moskva esta manhã.
Ele tinha quatro buracos de bala em lugares muito dolorosos e suas mãos e pés haviam sido
cortados.— Era Sergey Leon, um amigo do MI6 especializado na Mafiya russa. Era um negócio em
expansão, manter o controle sobre a máfia russa e suas ramificações. Bennett o avisou que ele
tinha um interesse especial no clã Lipov. Sem dizer uma palavra sobre Clifford Ricks, ele teve a
impressão de que Sergey entendia tudo.
—Encantador. A marca registrada da execução Volcic. Sempre um clássico.
—Isso mesmo,— disse Sergey. —Não poderia acontecer com um cara mais legal. Além disso,
acabamos de receber relatórios informando que outra pessoa que não tem mãos e pés foi tirada
rio abaixo. Vamos ter que esperar que os russos realizem análises de DNA, mas aposto meu
dinheiro que é o segundo no comando da Lipov.
—Não aceitaria essa aposta,— disse Cameron sorrindo. —Muito obrigado, cara.

19
Eigenfaces é o nome dado a um conjunto de auto-vetores quando eles são usados no problema de visão computacional do
reconhecimento de rosto humano. A abordagem de usar eigenfaces para reconhecimento foi desenvolvida por Sirovich e Kirby e
usada por Matthew Turk e Alex Pentland na classificação facial.
Baseadas na Teoria da Informação, as eigenfaces buscam identificar um pequeno número de características que são relevantes para
diferenciar uma face de outras faces. Essas características podem ser analisadas apenas com a variação dos valores assumidos pelos
pixels, em um conjunto de imagens de faces.

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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
Seu Bilionário - Londres

—Sem problema,— disse Sergey.


Bennett não podia pagá-lo pelo favor, seria suborno, mas poderia fazer uma anotação para
conseguir ingressos para Sergey em Wimbledon ou para um concerto no Royal Albert Hall. Ele os
compraria ao mesmo tempo em que comprava ingressos para Les Mis. Estava oficialmente
levando Elle agora, talvez na próxima semana.
Primeiro, porém, tinha que superar sua relutância irracional de sair com Elle para o mundo
real. Era uma preocupação de segurança arraigada, mas também era outra coisa. Na semana
passada, tudo se resumiu em reclusão forçada e domesticidade. E Bennett descobriu, para sua
surpresa, que gostava disso.
Ele passou toda a sua vida adulta viajando, longe de casa. Originalmente do Wyoming, se
matriculou na Marinha e se tornou um SEAL. Enquanto SEAL, estava implantado com mais
frequência do que não e mesmo depois de fundar a BMC Security, esteve sempre na estrada.
Se tivessem lhe perguntado, diria que ele não tinha um osso doméstico em seu corpo.
Errado. Seu corpo estava cheio deles.
Este tempo isolado na confortável casa segura com Elle, observando-a trabalhar, cozinhando
para ela, tentando acompanhá-la, fazendo sexo com ela, tinha sido alucinante. E estava mesmo
administrado a BMC Security a partir daqui, sem problema.
Tudo o que ele queria estava dentro dessas paredes.
Logo, teria que voltar para o mundo com Elle, andar pelas ruas, deixá-la fora de sua vista por
um momento ou dois, voltar à vida normal. Parar a loucura em sua cabeça. Porque, porra, quando
fechava os olhos, tudo o que via era a repetição do inferno em sua cabeça, o desesperado salto
dela para o Tâmisa e seu rosto branco e apático quando ele a tirou da água.
Dois segundos mais e ela teria morrido.
Ele se sacudiu, muito feliz que seus rapazes não pudessem ler mentes porque Bennett era
conhecido como um agente calmo, frio e controlado. Não alguém que tivesse flashbacks de
estresse e se assustasse com a ideia de estar fora da segurança da casa segura.
Esse tipo de merda era para civis.
Sua equipe de TI se levantou, se alongando. Enquanto Bennett se apavorava com o que
poderia ter acontecido, a lição de hoje acabou e estavam se amontoando ao redor de Elle, falando
Geek.
Era fim de tarde e cerveja, chá e refrigerante estavam disponíveis e uma grande encomenda
de pizza e sanduíches tinha acabado de chegar. As pessoas de TI, ele descobriu, tinham um
relacionamento estranho com seus corpos. Eles ignoram a fome e a sede por horas e horas a fio e,
em seguida, saíam do transe tecnológico alucinadamente famintos.
Bennett se sentou e observou Elle interagindo com a equipe de tecnologia. Ela era agora a
pessoa favorita deles. Mas também era apreciada pelo braço operacional da BMC. Os caras durões
a amavam porque ela ensinava a novos truques tecnológicos a ele que poderiam salvar suas vidas,
e os deixou de calças na mão jogando videogames, até nos jogos de tiro em primeira pessoa.

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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
Seu Bilionário - Londres

De vez em quando, ela olhava para cima e seus olhos se encontravam. Sempre que
acontecia, era como um chute no peito.
Droga.
Já era tempo. Estava planejando esperar, mas não havia espera. Seria o mesmo daqui a um
mês, daqui a um ano, daqui a uma década.
Deixou passar alguns minutos, depois bateu palmas. —Ok!— Seis rostos assustados, a
maioria com as bocas recheadas com pizza ou sanduíches, se viraram para ele. —Engulam e saiam,
crianças. Hora de ir para casa. Nós temos uma situação em evolução.
Eles eram nerds, sim, mas trabalhavam para uma empresa de segurança. Sabiam quando era
hora de brincar e quando não era. Além disso, ele colocou seu rosto de Chefe Sério. Cinco minutos
depois eles evacuaram, deixando ele e Elle a sós com caixas de pizza e de sanduíches vazias.
Elle se virou para ele, franzindo a testa. O lindo rosto cauteloso. —O que está acontecendo?
Aconteceu alguma coisa com meu pai?
Bennett se sentou no sofá e a puxou para se sentar ao lado dele. —O que aconteceu são -
boas notícias! Seu plano funcionou!
Os olhos se arregalaram. —Funcionou?
O plano era engenhoso e só Elle poderia ter imaginado. Havia uma parte fácil e uma parte
difícil. A parte fácil foi roubar os dez milhões de dólares que faltavam das contas da empresa do
clã Volcic. Era tão fácil que Elle estava entediada. Alarmado, Bennett perguntou se ela poderia
roubar dinheiro de qualquer conta, em qualquer lugar, e ela olhou para ele de relance e
respondeu - é claro. Isso foi bastante assustador.
Mas o estágio dois da Intervenção Castle era deixar migalhas de pão, migalhas de pão do
Cachinhos Dourados - não muito, não muito poucas - que levavam de volta aos Lipov, fazendo
parecer que os Lipov tinham roubado o dinheiro dos Volcic. Você não olha atravessado para o
Volcic, quanto mais rouba dez milhões de dólares de suas contas.
—Os dois principais tenentes do clã Lipov foram encontrados mortos.— Ele não disse como
e deixou de fora todas as referências a mãos e pés. —Foi claramente uma execução do Volcic, o
que significa que eles acreditaram no golpe. Você fez o que disse que faria. Roubou do clã Volcic e
fez parecer que os Lipov o fizeram. E enquanto isso, os Lipov entraram em contato com seu pai
quando receberam os dez milhões. A dívida foi liquidada, ninguém mais tem interesse nele. Ele
está seguro e você está segura. Falei com seu pai uma hora atrás.
Os olhos dela se iluminaram e ela jogou os braços ao redor do pescoço dele. Bennett fechou
os braços ao redor dela, enterrou o rosto no pescoço macio e fechou os olhos. Ela estava segura.
Poderia ter ficado assim para sempre, mas Elle estava vibrando de excitação. —Eu sinto
muito que esses homens estão mortos...
—Não sinta.— Sua voz era dura. —Eles teriam machucado seu pai, e o matado se ele não
tivesse entregado o dinheiro deles, e definitivamente teria machucado e matado você.
—Você está certo.— Ela se afastou, sorriu e balançou a cabeça. —O que eu estava
pensando? Eles conseguiram exatamente o que mereciam.

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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
Seu Bilionário - Londres

—Eles conseguiram.— Ele beijou sua bochecha. —Agora que isso está acabado...
—Podemos sair agora, ao ar livre!— ela exclamou.
Ele não ficou emocionado com o pensamento, mas ficou feliz por ela estar feliz. —Nós
podemos,— ele concordou. —Agora, como eu estava dizendo...
—Você conseguiu os ingressos!— Ela bateu palmas.
—Os ingressos?
Elle revirou os olhos. —Para Les Mis. Você prometeu. Bennett, preste atenção.
—Eu consegui. Quer dizer, vou. Consegui-los, quero dizer. Dê-me tempo, sou um homem
velho. Não sou tão rápido quanto você.— Bennett apertou a ponte do nariz. Talvez agora não
fosse a hora. Mas caramba, ele queria isto feito. Ao longo de sua vida adulta, tomou muitas
decisões e confiou em si mesmo. Confiou em seu julgamento. Isso estava certo. E a hora era
agora. —Mas há outra coisa que eu quero te perguntar.
Ela colocou as mãos no colo. Seus olhos brilhavam. —Sim.
—Sim?— Ele ecoou estupidamente.
—Sim.— Ela estalou a língua. —Por que você está repetindo tudo o que eu digo? Eu sei o
que você vai perguntar. Você vai perguntar se eu quero trabalhar como consultora para sua
empresa. Certamente. Sim. Adoraria. E você nem precisa me pagar. Trabalhar com sua equipe é
uma delícia. Já falamos sobre transformar meu programa de camuflagem em um programa
furtivo. Fazer as pessoas desaparecerem completamente. Ela sorriu.
Uau. Ela iria conseguir com que todos eles fossem presos.
—Está bem. Eu definitivamente quero que você trabalhe para mim. Comigo. Mas isso é
sobre outra coisa. Quero que você escute o que vou dizer.— Bennett segurou as duas mãos dela
nas dele, sentando lado a lado com ela no sofá.
Elle assentiu. —Certo.
Ele deslizou do sofá, sobre um joelho.
Aquela boca bonita caiu aberta. Bom. Não eram muitas as vezes que ele pegou Elle Castle
desprevenido. Ele suspeitava que seria a última vez nesta vida.
Bennett tirou do bolso a caixinha que havia sido entregue por um mensageiro naquela
manhã. Colocou na palma e estendeu a mão para ela.
Ela olhou para a caixa na mão dele, subiu para o rosto dele, voltou para a caixa. —Bennett?
Ela parecia tão insegura, muito jovem e insegura. Bennett, por outro lado, sentia a certeza
assentar nele como um casaco sob medida feito para ele. Isso estava certo. Era assim que deveria
ser.
—Abra.— Bem, para alguém tão seguro de si, sua voz estava um pouco rouca. Ele limpou a
garganta. —Vá em frente,— pediu.
Ela pegou a caixa delicadamente. Não havia embrulho sofisticado. Ele tinha certeza de que
ela não era o tipo de mulher que precisava disso. Quando abriu a caixa, ela simplesmente olhou
para o anel.

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ESCAPADA
Lisa Marie Rice
Seu Bilionário - Londres

Ele tinha sido projetado apenas para ela pelo designer favorito dela. Ele moveu céus e terras
para fazer isso e era absolutamente único, assim como ela.
Feito de ouro rosa, o anel parecia como se a Casa de Ópera de Sydney tivesse se unido com
uma rosa cubista. Tinha sua própria beleza misteriosa e estranha.
—Bennett,— ela sussurrou.
—Você sabe quem projetou isso?
—Eu sei. É impressionante.
Ela não se mexeu. Uma gota de suor desceu pelas costas dele. —Coloque-o.
Ela lançou um olhar para ele, olhos azul-cobalto como holofotes. Movendo-se devagar, ela o
colocou no dedo. No certo20, graças a Deus. Ou melhor, no da esquerda, que era o certo. Ela
estendeu a mão esquerda e ambos olharam para o anel. Brilhava contra sua pele.
Bennett respirou fundo. —Elle Castle, você me daria a honra...
—Sim!— Ela se jogou em seus braços. —Sim, sim, sim!

FIM

Todos os arquivos aqui postados são para leitura pessoal.


É proibido postar e/ou anexar nosso conteúdo em outros blogs, fóruns, grupos, redes sociais e afins.
Nosso trabalho é gratuito e não temos nenhum tipo de lucro.

20
Com a tradução se perde o trocadilho da autora. Ela usou “right” que pode ser certo, mas também pode ser direito, daí a frase
seguinte.

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