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CADEIAS PRODUTIVAS: CAFÉ,

SOJA, MILHO E PRODUTOS


ORGÂNICOS
PROF. GUSTAVO GUERREIRO
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior


A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
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cultural da comunidade em que está inserida.

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CADEIAS PRODUTIVAS: CAFÉ, SOJA,
MILHO E PRODUTOS ORGÂNICOS
PROF. GUSTAVO GUERREIRO

SUMÁRIO

AULA 01 HISTÓRICO 04

AULA 02 ESPÉCIES E REGIÕES DE CAFÉ PRODUZIDOS NO 10


BRASIL

AULA 03 ANÁLISE CADEIA PRODUTIVA DO CAFÉ 15

AULA 04 PROCESSAMENTO DO CAFÉ 21

AULA 05 AMBIENTE INSTITUCIONAL DA CADEIA DO CAFÉ 26

AULA 06 CERTIFICAÇÕES DA PRODUÇÃO 31

AULA 07 TIPOS DE CAFÉS PRODUZIDOS NO BRASIL 35

AULA 08 MERCADO DO CAFÉ 41

AULA 09 CADEIA PRODUTIVA, CAFÉ, SOJA, MILHO E 48


PRODUTOS ORGÂNICOS

AULA 10 CADEIA PRODUTIVA 57

AULA 11 CADEIA PRODUTIVA DE SOJA E MILHO  63

AULA 12 ASPECTOS CONJUNTURAIS DA CADEIA DA SOJA, 70


COMOMODITY

AULA 13 SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL 77

AULA 14 CADEIA PRODUTIVA DO MILHO: HISTÓRICO 85

AULA 15 PRODUÇÃO DE MILHO 95

AULA 16 CENÁRIOS DO MERCADO DO MILHO 103


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MILHO E PRODUTOS ORGÂNICOS
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AULA 1
HISTÓRICO

1.1 Origens

O café chegou no século XVIII no norte do Brasil, mais precisamente, em Belém,


em 1727, trazido da Guiana Francesa para o Brasil pelo Sargento-Mor Francisco de
Mello Palheta a pedido do governador do Maranhão e Grão Pará, que o enviara às
Guianas com essa missão.
Naquela época o café possuía grande valor comercial.
O gênero Coffea mais especificamente a espécie arábica seja proveniente da Etiópia
daí foi sendo levado para outras regiões principalmente a Arábia seu uso disseminou
se pelo oriente sendo Egito, Síria, Turquia sendo que no século XV os árabes já faziam
uso da bebida e no século XVII o único país a produzir café para exportação.
A primeira loja de café surgiu em Constantinopla em 1475. O café para se espalhar
pelo mundo, se beneficiou da expansão do Islamismo primeiramente.

Fonte: https://wahooart.com/Art.nsf/O/9DG6QS/$File/Amadeo+Preziosi-A+Coffee+House%2C+Constantinople).

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No século XVI Veneza na Itália era um importante centro de comércio e consta


nessa cidade do ocidente as primeiras notícias do uso da bebida provavelmente pela
companhia das índias orientais que faziam intenso comércio entre o ocidente e o
mundo muçulmano.
Na Europa central os holandeses foram os precursores do uso da bebida e relatos
datam de 1637 o consumo em Amsterdã.
Assim, logo o café foi introduzido na França na corte do Rei Luís XIV em 1657.
Logo após a França a Inglaterra, mais precisamente em Londres, passou a fazer
uso da bebida assim como em Berlin que em 1752 abria seu primeiro café ao público.
O plantio nos fins do século XVII teve início na Malásia levado por holandeses. A
ilha de Java em 1696 teve as primeiras mudas plantadas e com solos férteis o café
encontrou local apropriado para se desenvolver.
Ilhas vizinhas como Sumatra, de onde vieram muitas sementes comerciais para
o Brasil já no século XIX, Celebe e Timor foram sendo plantadas mudas e assim se
disseminando naquela região.
Dessas ilhas seguiram mudas para o Jardim Botânico de Amsterdã e depois para
o novo Mundo, as Américas, vindo, provavelmente, primeiro para o Suriname então
colônia holandesa no início do século XVIII.
Nos primeiros 30 anos desse século foram enviadas do Jardin des Plantes de
Paris mudas de cafeeiros para a Martinica, cujas plantações se disseminaram pelas
Antilhas e América do Sul.
Diz-se, ainda, que os primeiros cafeeiros da Guatemala datam de 1750-1760 e os
do México de 1790.
 

1.2 O café no Brasil


 
No Brasil a introdução do café é atribuída a Francisco de Melo Palheta, Sargento que
em 1727 foi a Guiana a pedido do Governador da época e trouxe mudas e sementes
da Guiana Francesa, plantando-as em Belém do Pará.
Por falta de boas condições naturais para seu cultivo, não tendo alcançado ali
significado econômico o café não se fixou na Amazônia, fato modificado atualmente
através de variedades diferentes daquela introduzida no século XVIII.

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Da Amazônia, veio para o Rio de Janeiro por volta de 1760, quando algumas mudas
foram plantadas por frades capuchinhos na rua dos Borbonas de onde saíram as
sementes que formaram novas culturas nos arredores da cidade do Rio de Janeiro,
Jacarepaguá, Campo Grande, Guaratiba e Santa Cruz.
Disseminou-se rapidamente no estado do Rio e de São João Marcos e Resende, os
cafeeiros foram levados para São Paulo espalhando-se pelo vale do Paraíba.
Em 1797, o porto de Santos registrou a exportação para Portugal de 1.924 arrobas
de café.
Em Minas Gerais, atualmente principal estado produtor, as primeiras lavouras
surgiram no final do século XVIII.
Por volta de 1800, havia cafezais em número reduzido no Triângulo Mineiro em Araxá.
Entretanto, a Zona da Mata, pela sua maior proximidade com o Rio de Janeiro foi
onde mais se desenvolveu a cafeicultura.
Seguiu-se a região vizinha do vale do Paraíba e os municípios de Mar de Espanha,
Juiz de Fora, Leopoldina, Cataguases e Ubá, mais tarde centros cafeeiros da maior
importância, embora a lavoura marchasse com êxito para o sul e oeste de Minas pelo
vale do rio Preto, alcançando Goiás.
Em 1859 o Rio de Janeiro era a província responsável por quase 80% da produção
brasileira com São Paulo respondendo por 12%, Minas Gerais e demais 8%.
Com o fim da escravidão surgiram os primeiros trabalhadores assalariados nas
fazendas de café por iniciativa do Senador Nicolau Campos Vergueiro em 1848 e
1857 com colonos portugueses, alemães, suíços e belgas na sua fazenda Ibicaba
onde trabalharam ao lado dos escravos libertos.
Assim, o café foi se expandindo pelo vale do Paraíba com o exemplo sendo seguido
por outros fazendeiros levando São Paulo em 1860 a ser o principal produtor de café
do país.
A liderança econômica das velhas regiões agrícolas do Norte-Nordeste passa para
as mais recentes regiões cafeeiras do Centro-Sul com o ciclo do café.
Por ser agricultura extrativista tão logo se esgotava a fertilidade do solo, como
ocorrido na região fluminense, os cafezais deslocaram-se também do vale do Paraíba
para o planalto de São Paulo seguindo a ferrovia que ia cada dia mais em direção a
novas terras.
A ocorrência de “terras roxas” orientava a chamada “onda verde”, de Campinas
para o norte e o oeste do planalto.

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Assim a região de Mogi Guaçu e Rio Pardo tiveram no final do século XIX a formação
de um centro produtor de cafés de alta qualidade.
Com o deslocamento do centro produtor para São Paulo o Rio de Janeiro que
até então controlava a economia cafeeira teve o porto de Santos como novo polo
exportador surgindo os Barões do Café.
Com isso e em 1880 o país se tornando o maior produtor mundial de café, São Paulo
tem um grande surto de crescimento e fortunas são acumuladas com o ciclo do café. 
Em 1889, ano da proclamação da República, a produção atingiu 5,586 milhões de
sacas de 60 kg.
Ao iniciar-se o século XX, só as exportações do produto chegaram a 14,7 milhões de
sacas, segundo consta disponível em: http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/
primeira-republica/CAF%C3%89.pdf

Atualmente, a safra 2020 prevê, em quase todas as regiões produtoras


de café do país, a influência da bienalidade positiva, ano em que o
cafeeiro produz café produz bem estimando assim uma produção
maior que aquela obtida em 2019, devendo alcançar entre 57,2
milhões e 62,02 milhões de sacas beneficiadas. (Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0006-
87052001000100008&nrm=iso&tlng=pt).

Anote isso
O café diferente de outras plantas que tem sua produção definida num único
ano, precisa de 24 meses para completar seu ciclo fenológico.
Assim, o cafeeiro tem duas fases fenológicas do distintas envolvendo dois
anos fenológicos, iniciados em setembro na primavera ou retomada dos
ciclos vegetativos.
As fases são definidas como: 1a fase, vegetativa com sete meses de vegetação
de setembro a março todos com dias longos onde ocorre a formação das
gemas vegetativas; a 2a fase, também vegetativa de abril a agosto onde
com dias curtos ocorre a indução das gemas vegetativas dos nós; local onde
saem as folhas dos ramos, formados na 1a fase, para gemas reprodutivas
que irão florescer.
No final da 2a fase, em julho e agosto, as plantas entram em repouso com
formação de um ou dois pares de folhas pequenas, que aparecem entre os
dois anos fenológicos.

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Em seguida vem a maturação das gemas reprodutivas após a acumulação


de cerca de 350 mm de evapotranspiração potencial (ETp) fenômeno que
tem relação com perda de agua no inverno quando não chove fazendo com
que a planta reconheça que deve então entrar na fase reprodutiva, a partir
de abril.
A 3a fase, de florada e expansão dos frutos, de setembro a dezembro onde
as floradas ocorrem cerca de 8 a 15 dias após o aumento do potencial
hídrico nas gemas florais presentes nos nós e que sofreram a indução com
o choque hídrico causado por chuva ou irrigação ocorre a abertura das
flores A 4a fase, granação dos frutos, de janeiro a março; depois a 5a fase,
maturação dos frutos ao 150 dias das floradas e a 6a fase, de senescência
e morte dos ramos produtivos, não primários, em julho e agosto.
Fonte: (CAMARGO, 2001, p1).

Fonte: https://www.google.com/search?q=caracteristicas+fenologicas%C3%B3gicas&rlz


A área destinada a essa produção, 1.885,5 mil hectares, apresenta crescimento de
4% e o volume a ser produzido entre 15,9% e 25,8% em relação à temporada passada.

1-1 Safra de arábica: produção estimada entre 43,2 milhões e 45,93 milhões de
sacas, representando aumento em comparação ao volume produzido na safra
passada, entre 26% e 34,1%, respectivamente.

1-2 Safra Conilon: produção estimada entre 13,95 milhões e 16,04 milhões de
sacas, representando redução de 7,1%, e crescimento de 6,8%, respectivamente,
em comparação ao volume produzido na safra passada.

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1-3 Minas Gerais (30,71 a 32,08 milhões de sacas) Sul de Minas (Sul e Centro-
Oeste): perspectiva de ganho de área em produção e do rendimento médio da
cultura, refletindo assim em uma projeção também maior na produção final, quando
comparada à safra passada, devendo variar entre 17,03 milhões e 17,79 milhões
de sacas. Cerrado Mineiro (Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste).

1-4 Espírito Santo (13,02 milhões a 15,44 milhões de sacas): a primeira previsão
indica para a espécie conilon uma produção entre 9,01 e 10,67 milhões de sacas e
para a arábica entre 4,01 e 4,77 milhões de sacas, o que resulta em uma produção
total entre 13,02 milhões e 15,44 milhões de sacas.

1-5 São Paulo (5,71 a 6,1 milhões de sacas): com uma produção predominantemente
de café arábica e uma safra de bienalidade positiva, a previsão é de crescimento
em relação a 2019, devendo aumentar entre 31,6% e 40,5%.

1-6 Bahia (3,6 a 4,1 milhões de sacas) Cerrado: crescimento de área em produção
e expectativa de produção maior que 2019, podendo variar entre 440 mil sacas a
470 mil sacas. Planalto: previsão de aumento de área em produção de 13,6% em
comparação à safra passada, além de expectativa de rendimento médio superior
àquela verificada em 2018. Atlântico: região que sinaliza para incremento de área
em produção nesta safra, cerca de 6,1%), e de 16,55% na produtividade média
esperada, acarretando uma projeção de crescimento na produção final.

1-7 Rondônia (2,34 a 2,39 milhões de sacas): a expectativa de aumento da área


em produção e de aumento da produtividade média deverá alcançar produção
entre 6,6% e 8,7% maior que àquela apresentada no ano passado. Paraná (880 a
970 mil sacas)

1-8 Rio de Janeiro (316 a 350 mil sacas): com a área semelhante à cultivada em
2019 e incremento substancial na produtividade, estima-se uma produção entre
316 e 350 mil sacas.

1-9 Goiás (265,2 a 276 mil sacas) Estimativa de redução de 8,5% na área em
produção e ganhos na produtividade, assim, a produção deverá atingir um volume
entre 265,2 e 276 mil sacas, crescimento entre 6,4% e 10,7%. Vale lembrar que as
lavouras de café em Goiás são irrigadas.

1-10 Mato Grosso (159 a 168,8 mil sacas): com crescimento de 17,6% na área
em produção e expectativa de ganhos entre 11,4% e 18,3% na produtividade, a
produção ficará entre 159 mil sacas e 168,8 mil sacas.

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AULA 2
ESPÉCIES E REGIÕES DE CAFÉ
PRODUZIDOS NO BRASIL

2.1 Arábica x Conilon: entenda as diferenças na produção e no


consumo do café

O café foi descrito, primeiramente, no século XVIII pelo botânico sueco, Carolus
Linneaus, que descreveu também o gênero Coffea arábica em Species Plantarum
em 1753. É um arbusto da família Rubiácea da qual se conhecem 103 espécies.
Dessas a arábica e canéfora (conilon) são as mais cultivadas devido às características
descritas abaixo.

Fonte: https://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/grao-sagrado/noticia/arabica-x-conilon

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Fonte: www.graogourmet.com

2.2 Regiões produtoras de café

2.2.1 Cerrado Mineiro

Os cafés do Cerrado de Minas Gerais são caracterizados pela bebida fina, corpo
forte e excelente aroma e doçura. São produzidos em altitudes entre 800m e 1.200m.
Com estações bem definidas sendo verões quentes e chuvosos seguidos por invernos
secos e frios, a cafeicultura de cafés arábica encontrou aí neste clima de savanas o
clima ideal para o cultivo de cafés naturais de alta qualidade.
Esse padrão climático do Cerrado é singular e ajuda a produzir excelente café
Arábico processado por via natural, secos ao sol que será abordado mais à frente.
A florada concentrada pela ausência de chuvas na fase de preparação, favorece
florada única e concentrada com amadurecimento uniforme, em época seca e
acompanhada por bastante luminosidade, ajudando a fixar aroma e doçura tornando
um dos melhores cafés do mundo. Produção 100% arábica.

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2.2.2 Sul de Minas

 As condições climáticas do sul de minas permitem a produção de cafés de bebidas


finas com excelentes qualidades de paladar de aroma,docura e acidez.
A região sul de minas com altitudes entre 850 a 1250 m em relação ao nível do
mar e temperaturas medias de 22 a 24 graus celsius a coloca com a região de maior
produção de cafés do Brasil.
Todo o café produzido é arábica com predominância das cultivares Mundo novo
e catuai.

2.2.3 Mogiana

Tradicional região produtora de cafés especiais com altitudes entre 900 e 1000
metros produz cafés de sabor suave, encorpado e adocicado.
Essa região produz na sua totalidade cafés arábicas e é uma região de temperaturas
mais amenas ao redor de 20 graus .

2.2.4 Paraná

A região norte do Paraná produz uma bebida extremamente encorpada, com um


amargo acentuado, aroma caramelizado e acidez normal proporcionando cafés muito
apreciados no mercado.
Tem sua produção em regiões de solos arenosos em 650 metros ao nível do mar
e 900 metros em áreas de solos de textura argilosa como Apucarana.

2.2.5 Bahia 

Uma das mais novas fronteiras agrícolas da cafeicultura tem nas grandes fazendas
irrigadas a base da sua cafeicultura.
Na região do planalto e de cerrado é necessária a irrigação por pivot central para
a produção devido ausência de chuvas em grande parte do ano.

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A região produz bebida com sabor suave, levemente achocolatado, pouco corpo
e com notável acidez.
Na região Litorânea o Robusta e Conilon tem sua maior expressão de áreas plantadas .
Grandes empresas vêm transformando o oeste baiano em cidades como Luís
Eduardo Magalhães plantando café irrigado, contribuindo para a consolidação do
estado como o quinto maior produtor do país.
(Disponível em: https://www.clubecafe.net.br/regioes-produtoras-de-cafe-arabica-
no-brasil).

2.2.6 Espírito Santo

As lavouras de Robusta ocupam a grande maioria do parque cafeeiro estadual


e respondem por quase 2/3 da produção brasileira da variedade que se expandiu
principalmente nas regiões baixas, de temperaturas elevadas.
O Estado coloca o Brasil como segundo maior produtor mundial de Robusta. O
arábica possui algumas áreas de relevância em serras.

2.2.7 Rondônia

Rondônia, estado reconhecido como fronteira agrícola tem no café conilon seu
maior expoente, alcançando produtividade muito superior do que o Espírito Santo
maior produtor de conilon.
Novas cultivares criadas pela Embrapa e áreas com terras novas fazem o estado
o sexto produtor do país e o segundo produtor de conilon.

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Cafés arábicas

Fonte: https://img.olx.com.br/images/41/416902087191416.jpg

Café robusta

Fonte: https://www.noticiasagricolas.com.br/dbimagens/ccd0686e47e5cfd718420f67ce51536e.jpg

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AULA 3
ANÁLISE CADEIA PRODUTIVA DO
CAFÉ

3.1 A cadeia produtiva do café envolve três ramos principais de


atividade:

3.1.1 produção do grão de café (arábica ou robusta)

3.1.2 café torrado e moído

3.1.3 cafés solúveis

Os cafés podem ser divididos em dois segmentos principais, os cafés commodity,


aqueles produzidos em larga escala e que geralmente são classificados quanto à bebida
e tipo pela classificação oficial brasileira COB e os cafés especiais que possuem ou
têm algum tipo de certificação ou modo de produção e preparo que o tornam diferente
em aspecto, características organolépticas, rastreabilidade e ou sustentabilidade
classificação SCAA.

Tabela COB

Fonte: https://i.imgur.com/hofoTTC.jpg

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Tabela SCAA

Fonte: http://www.thecoffeetraveler.net/

4- caracterizações técnica da cadeia

Entende-se por cadeia produtiva a relação entre diversas etapas de processamento


ou montagem, na qual, os insumos são transformados em produtos finais com estreitas
relações entre os diversos agentes, contemplando as fases de produção, transformação
e distribuição dos produtos alimentares. (Disponível em: http://www.fiepr.org.br)

4-1 Cadeia do café:

A cadeia produtiva do café é pouco ramificada e compreendê-la não é uma tarefa


complicada. Ela é dividida em três ramos principais.

4-1-1 produção de grãos


4-1-2 indústrias de torrefação e moagem
4-1-3 indústrias produtoras de café solúvel.

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O café verde (cru) aqui precisa ficar claro que se trata do grão sem torrar e não
o grão imaturo, uma vez produzido nas propriedades pode seguir vários rumos, ser
exportado em grão diretamente pelo produtor, através de corretores, das cooperativas
ou associações que fazem parte ou diretamente ao consumidor final pronto para
consumo ou par industrializar.
Se não for exportado, o grão poderá passar por processamentos diversos nas
indústrias de torrefação e moagem ou pelas indústrias de café solúvel elo importante
da cadeia onde se pode agregar valor ao grão cru.
O problema está na legislação que permite a torra e moagem de grãos defeituosos
imperfeitos os PVA, pretos verdes e ardidos.
Algumas até misturam milho, cevada soja em concentrações permitidas por
legislação brasileira.
Nessas torrefadoras os grãos de qualidade às vezes são misturados a esses
prejudicando as características finais do produto quanto às características
organolépticas sem, contudo, configurar fraude ou riscos a saúde humana.
O café é torrado, moído e posteriormente vendido ao consumidor final no mercado
interno ou externo, aí sim, com maiores exigências quanto à pureza e qualidade, sendo
torrados apenas grãos selecionados. Barreiras tarifárias dificultam a exportação de
café torrado e moído.
A indústria de cafés solúvel tem sua produção voltada ao mercado externo devido
a pouca aceitação do produto pelo consumidor brasileiro acostumado no café torrado
e moído.
A indústria do solúvel no Brasil é formada por empresas de grande porte numa
estrutura oligopolizada diferente da indústria de torrefação e moagem, amplamente
diversificada (Disponível em: https://www.clubecafe.net.br/regioes-produtoras-de-cafe-
arabica-no-brasil).
O mercado de café vem apresentando há tempos um desempenho diferente daquele
que ocorreu logo após a desregulamentação do setor, nos anos 1990.
A cadeia tornou-se mais exigente e os cafeicultores e técnicos passaram a buscar
atualização técnica por meio do investimento em pesquisa e desenvolvimento de
novos produtos visando atender uma classe consumidora exigente, que não busca
só preços, mas qualidade e segurança alimentar.
Esse comportamento configurou-se no que os especialistas denominam de Terceira
Onda do Café, onde o consumidor quer conhecer sobre o produto que está consumindo,

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sua rastreabilidade, onde foi produzido, quais as técnicas adotadas, boas praticas
agrícolas, sustentabilidade social e ambiental em que a busca pela qualidade associada ao
desenvolvimento tecnológico são variáveis-chave para a concorrência do setor (Disponível
em: https://www.clubecafe.net.br/regioes-produtoras-de-cafe-arabica-no-brasil).
Com a melhoria das condições tecnológicas e a busca cada vez maior por qualidade
e rastreabilidade fizeram surgir a necessidade de exportar com maior valor agregado,
deixando de exportar o café cru, em grão, passando a agregar valor como ao café
torrado e moído, solúveis cada vez melhores, cápsulas para café expresso com preços
mais acessíveis para um mercado consumidor exigente e disposto a pagar mais por
qualidade e sustentabilidade.

Fonte: https://i.pinimg.com/originals/0a/73/32/0a73328d23e8b80602cf0acd340c25e5.jpg

5- Fluxograma da cadeia produtiva:

Dessa maneira, a cadeia produtiva do café é dividida em:

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5-1)Fornecedores de insumos para a produção agrícola;


5-2) Produtores rurais;
5-3) Cooperativas;
5-4) Corretores;
5-5) Indústria de Torra e Moagem;
5-6) Indústria de solúvel;
5-7) Exportadores de café verde;
5-8) Atacado interno e Atacado externo;
5-9) Consumidor interno;
5-10) Indústria externa;
5-11) Consumidor externo.

Fonte: https://www.revistaespacios.com/a18v39n44/06-01.png

Como qualquer cadeia agrícola podemos dividir a produção da matéria-prima café


como antes da porteira e depois da porteira.
Dentro da porteira é onde o produtor faz o seu melhor, mas para isso necessita
de insumos, máquinas agrícolas, mudas, sementes, financiamentos para produção,
estocagem em épocas de preços ruins, extensão rural com assistência e seus
laboratórios e equipamentos para aferição e orientações para que o tempo e trabalho
investido se traduza em frutos e frutos com segurança alimentar e rastreabilidade
gerando sustentabilidade econômica e ambiental agregando valor ao grão para na
etapa seguinte ocorrer a venda ou sua transformação.

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Depois da produção o pós-colheita é imprescindível e regiões com associações


fortes ou cooperativas atuantes a função produzir fica mais segura para o produtor.
Hoje temos no mundo poucas empresas que dominam o mercado internacional
do café e apesar de sermos o segundo maior consumidor mundial temos muita
dependência da exportação.
Nesse sentido, uma associação ou cooperativa reduz a insegurança do produtor
e tem gestores que podem indicar os melhores meios para se prevenir do mercado
especula tório que é o mercado cafeeiro.
Mesmo assim, no após porteira, na sua maioria, os produtores têm pouca ingerência
e ficam a mercê dos preços praticados por operações de bolsa onde a grande maioria
ou não entende ou não tem como manter o jogo de preços do mercado de comodities.
Hoje existem maneiras de se proteger com vendas futuras através de corretores,
importantes elos entre exportadores e produtores, pelas cooperativas.
Já tivemos no passado vários tipos de interferência governamental como preços,
mínimos, aquisição de café, estoques reguladores, mas o livre comércio tem se
mostrado a melhor saída.
Operações de Barter em que o produtor troca insumos por café vem crescendo e
se transformando em importante ferramenta de negócio entre empresas de insumo,
produtor e um comprador que irá ficar com o café.
O consumidor final seja um importador do nosso café ou o consumidor final de
solúvel, torrado e moído nos varejos é o final da cadeia.

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AULA 4
PROCESSAMENTO DO CAFÉ

As características físicas e organolépticas do café podem variar devido aos fatores


genéticos da cultivar, devido ao ambiente onde está plantada como também altura
em relação ao nível do mar, face de exposição; norte, sul, leste, oeste, condições
nutricionais, manejo de solo e da lavoura como podas, tratos fitossanitários, colheita,
pós colheita e outros, variando conforme a região de cultivo.
Atualmente, boas práticas agronômicas como, modernos cultivares, irrigação,
georeferenciamento, empreender todo esforço na obtenção do máximo em produtividade,
para na fase de colheita e pós colheita buscar a preservação da qualidade da bebida,
bem como através de técnicas modernas de secagem e fermentações melhorar os
atributos sensoriais do grão colhido.
Para conseguirmos aquele delicioso e prazeroso cheiro do café precisamos conhecer
suas características físicas, fisiológicas,
químicas também chamadas organolépticas
para durante o processo de processamento
após colhido preservarmos e até melhorarmos
esses atributos com técnicas e cuidados na
fase conhecida como pós colheita.
Podemos dizer que todo fruto de café
que esteja no pé com suas características
preservadas dará um bom café.
Em razão das diversas regiões produtoras e
das cultivares (tipos de cafés) e da região onde
é cultivado, o processamento após a retirada
dos frutos dos pés é de vital importância para
a qualidade e segurança alimentar.
A colheita com máquina que evita a queda
dos frutos e seu contato com o solo é a melhor
maneira de se ter um bom produto. A colheita Fonte: https://lh3.googleusercontent.com/proxy/5UTYiFT5Jefk82
ubr1ymcfQ5yU89twWeXcpZSnpx0wXtrJJzPKj6FTo5y67B8lyNBD
VjrAx8z6uX3CP8o8UrDhJkrGdMCgfLxUlr-Mu9FbGa

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manual desde que em peneiras ou em panos estendidos no chão, também proporciona


boa qualidade.
O processamento do café dependendo do produtor da região ou do destino final
que pretende dar a sua produção.
Algumas regiões obrigatoriamente os grãos precisam ser processados de maneira
a não ter sua qualidade prejudicada.
Como podemos ver na foto acima, o grão de café tem várias camadas que envolvem
a semente que será torrada e usada na infusão para a bebida.
Assim, essa fase de processamento influenciará no seguimento da cadeia.
Os produtores convencionais secam os grãos de maneira natural, todos juntos
conforme chegam das plantações.
Em geral, são cafés bons, mas que se destinam a mercados internos de torrado e
moído ou exportação como comanditeis.
Outros produtores investem em máquinas e por peso e pressão dos frutos descascam
separando os grãos das cascas.
Nos pés de cafés existem grãos com variadas quantidades de água e açúcares na
sua composição.
Os grãos verdes, imaturos não têm suas características formadas, portanto, não dão
boa qualidade e diminuem o valor do lote colhido. Os cafés bem secos são chamados
de boia, pois são leves e podem ter sofrido fermentações indesejadas nas plantas
causando grãos fermentados que atrapalham a bebida final.
Já os frutos maduros, a mucilagem está completa e é responsável pela melhor
qualidade assim como pode sofrer fermentações indesejáveis durante os processo
estragando o produto final.

Fonte: https://lh3.googleusercontent.com/proxy/Ye2gZ7XM6S8EGyToHaiSboPKnVsgs6xfGNmQAMoL2lYnhFw1MweCCzqPGyTSNy_
sBob7S9kZubsJNW6QbjDxpajRnjXr8vxJ7tm1p49jRpwhhf5Ln7GKh86UyQRKk29iZCCwv6jNjrU

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Assim, cada tipo de processamento resulta


numa matéria-prima a ser utilizada em uma
parte seguinte da cadeia no preparo de
produtos industrializados, como cápsulas de
espresso, solúveis ou grãos para máquinas
de espresso com alto valor agregado. Os
processos são por via úmida e via seca.
Na via seca o café é processado mantendo
todas as cascas, ou seja, o fruto intacto e
mesmo que sofra o processo de passagem
pelo lavador ainda assim o processo é
chamado de via seca ou natural.
Após passar pelo lavador o cereja e verde,
por serem mais pesados, são separados
dos boias (secos) e podem seguir para seca
em terreiro ou secadores mecânicos, ou
Lavador mecânico
seguirem para o processo de via úmida no Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/
images?q=tbn%3AANd9GcRkn8EWYe7bVK_
ODbv2dwmtfd3o9H9FAs8goues-zusw-hkob1V&usqp=CAU
qual ao passarem por um descascador por
pressão se separam a casca externa das sementes que mantêm o pergaminho e a
mucilagem adocicada aderida ou desmucilado.
Essa mucilagem pode ser vila, pois pode fermentar e causar gosto ruim. Assim,
em geral passa por outra máquina fazendo a limpeza da mucilagem mecanicamente.
Alguns países como Colômbia, costa Rica e Nicarágua além de descascar fazem
o despolpamento da mucilagem em tanques com água por até 48h originando os
cafés despolpados.

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Secagem de café desmucilado em pergaminho

Fonte: https://lh3.googleusercontent.com/proxy/RBnyHYhQvqDaxvinVpwhS0ZIVcyogatcdYymuo72kGoNFcieY-N1KK-jIZOT9fxB5r3aKYNFu6fBMgqezAzT7-
EZi7j5iBxMe9WkkP4ej1BE

Foto: Cinthia Bracco


Disponível em: http://umcafezinho.com.br/processamento-do-cafe-depois-da-colheita/

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Cada um desses métodos pode preservar ou interferir positivamente melhorando


os atributos sensoriais agregando valor dentro da porteira numa integração vertical
na busca de estratégias competitivas num mercado, às vezes, saturado por cafés
bons, mas comuns.

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AULA 5
AMBIENTE INSTITUCIONAL DA
CADEIA DO CAFÉ

O relacionamento entre os atores da cadeia produtiva do agronegócio está sujeito a


influências de dois ambientes que regem, coordenam, regularizam a cadeia definidos
como ambiente institucional e o ambiente organizacional.
O ambiente institucional configura os conjuntos de leis; ambientais, trabalhistas,
tributárias e comerciais, normas e padrões de comercialização que representam os
instrumentos que regulam as transações comerciais e trabalhistas no setor.

Fonte: (WILLIAMSON, 2000).


Disponível em: https://ars.els-cdn.com/content/image/1-s2.0-S1809227616300169-gr3.jpg

A globalização impôs condições cada vez maiores de competitividade exigindo


profissionalismo e ação por parte dos elos da cadeia, pois não adianta o mercado
buscar cafés finos se o produtor não oferecer matéria-prima de qualidade para a
indústria transformadora.

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As ações estabelecidas pelo homem disciplinam suas relações com seus semelhantes
e com o mundo, podendo também regulamentar outras instituições, definindo os
critérios que serão estabelecidos por meio das regras formais ou informais.
As instituições criam e delimitam o ambiente onde ocorrerá a transação e onde
as organizações irão atuar.
Assim, as instituições representam, ao longo da história, a manutenção da ordem
e a redução das incertezas nas sociedades.
As instituições com restrições econômicas definem o conjunto de alternativas e
oportunidades a que os agentes econômicos se sujeitam na sociedade, favorecendo,
ou não, a elevação dos custos de transação, transformação e lucratividade, existentes
no sistema econômico.
O ambiente institucional, formado por regras formais e restrições informais,
desempenha importante papel nas relações entre agentes econômicos, influenciando
na configuração dos arranjos institucionais.
Em cadeias produtivas, o ambiente institucional é um dos pilares para análise
de competitividade.
As “regras do jogo” variam de acordo com as regiões, as cadeias e os subsistemas
produtivos, dentre outros fatores.
Aqui podemos demonstrar como o Brasil, um país de dimensões continentais,
com uma das cafeiculturas mais diferenciadas e diversificadas onde temos de
microprodutores, de 1 há a 2000 há, com diferentes sistemas de produção, mas
regidos pelas mesmas regras e leis.
No caso do café, diferenças no ambiente institucional na produção de cafés commodity
e no setor de cafés especiais, precisam promover diferentes arranjos institucionais
entre produtores e compradores no Brasil para que o café especial com custo maior
fique a mercê dos preços de commodity e quem ganha é o comprador final que paga
por commodity, mas leva um café diferenciado.
Observam-se diferenças importantes no ambiente institucional para os cafés
commodity e os cafés especiais gerando divergências entre os agentes da cadeia,
especialmente ao se considerar transações de venda de café por produtores inseridos
nos dois sistemas, pois todo produtor pode ter os dois cafés para venda.
Ao se considerar o ambiente institucional, as regras formais e restrições informais
são importantes para definir a interação entre os agentes econômicos presentes na
cadeia do café.

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O ambiente institucional da cadeia produtiva sofreu diversas mudanças como a


desregulamentação do mercado com o fim do IBC, Instituto Brasileiro do Café, passo
importante para alcançar o livre mercado sem interferência governamental, mas que
fez com que muitos pagassem um preço nesse período pela falta de estruturação
do setor.
A importância da atividade cafeeira, sendo o país o maior produtor mundial do
grão e segundo maior consumidor durante muitos anos, a produção de grãos bem
como a indústria foram fatores geradores de poluentes e de problemas sociais
como a escravidão, até recentemente com os trabalhadores volantes ou “boias frias”
como eram pejorativamente denominados causando grandes problemas perante ao
consumidor externo.
A exigência de regulamentações por parte da legislação brasileira e também do
consumidor estrangeiro tem criado uma nova cafeicultura onde parte que não se
adaptou a essas exigências, às vezes apenas de condições decentes de humanismo,
deu lugar a uma cadeia produtiva que passou a ser ela mesma mais exigente quanto
ao produto final a ser ofertado porém buscando a valorização de seu produto devido
a elevação de seus custos e melhoria do produto.
Assim, também, o uso de agrotóxicos que com a lei do receituário agronômico,
lei número 7.802, de 11 de julho de 1989 dispõe sobre vários assuntos relacionados
aos agrotóxicos; como pesquisa, produção, embalagem, transporte, armazenamento,
comercialização e utilização por parte dos produtores trouxe mais segurança social
aos trabalhadores e segurança alimentar.
As normas regulamentadoras 6,9,11,32 e outras leis e portarias complementares
e também as conversões internacionais de trabalho aceitas e ratificadas pelo Brasil
fizeram com que o produtor melhorasse sua organização evitando acidentes e possíveis
passivos trabalhistas bem como a possibilidade da certificação da produção com
boas práticas agrícolas e trabalhistas também agregando valor ao seu produto já
dentro da porteira.
Tudo isso faz com que a empresa se organize, aumentando a produtividade e a
qualidade dos produtos, melhorando as relações humanas no trabalho.
Ainda dentro dessa parte institucional temos, atualmente, as leis ambientais que
existiam desde 1968, mas não havia sido regulamentadas ou postas em prática.
A preservação ambiental junto com a parte social são fundamentais para a
sustentabilidade tão exigida e necessária em qualquer atividade a nível mundial.

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Assim, o uso correto do solo e das águas, a observação da lei 12.651 de 25/05/2012,
estabelece as normas e diretrizes para proteção da vegetação nativa em áreas de
preservação permanente de acordo com legislação vigente, composição ou proteção
de reserva legal em 20% da área.
Na constituição federal de 1988 existem vários dispositivos e leis como a lei 6.938/81
sobre política nacional de meio ambiente que rege quais são os licenciamentos
ambientais a que a cadeia está submetida.
Nossa legislação em relação à cafeicultura e a cadeia como um todo é bem exigente
e a necessidade de licenciamento para execução de atividades de acordo com resolução
CONAMA 237/97 que engloba a localização, instalação, ampliação e a operação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais e consideradas
efetiva ou potencialmente poluidoras ou causar degradação ambiental.
Assim, atividades como beneficiamento, moagem, torrefação e fabricação de
produtos alimentares.
Atividades consideradas pós-colheita como secagem onde se usa lenha ou gás glp,
o descasque e despolpamento antes da secagem são potencias poluidoras e então
precisam se adequar a legislação evitando multas e suspensão da atividade.
Estas leis já estão sendo cumpridas em alguns estados inclusive aumentando
a exigência da lei federal enquanto outros ainda não o fizeram por falta de órgão
competente para aplicação.
O uso de água para irrigação das lavouras cafeeiras também exige licenciamento
ambiental especifico, resolução n. 284 (CONAMA, 2001), que dispõe sobre uso de água
em projetos de irrigação, conhecido como outorga ou autorização, segundo critérios
técnicos, de acordo com bacia hidrográfica da localização de consumo
Recentemente, as entidades de representação do agronegócio brasileiro apoiaram
a alteração da lei 7.802/89, que regula e normatiza o setor de defensivos agrícolas
para que ocorressem inovações, mas é fundamental esclarecer que estas mudanças
não excluem o rigor científico e a transparência no processo de registros, essenciais
para a segurança e o desenvolvimento da indústria nacional.
O setor busca modernizar a legislação incluindo critérios objetivos na avaliação,
porém respeitando metodologias científicas, que assegurem a segurança do aplicador,
do meio ambiente e do consumidor final.
É muito importante que os trabalhadores rurais, aplicadores e manipuladores utilizem
os defensivos com cuidado seguindo as normas que regulamentam a atividade.

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Entidades como o Cecafé, representante do setor exportador de café brasileiro, insira


o tema dos defensivos fitossanitários e das boas práticas de uso correto e seguro em
seus Programas de Responsabilidade Social e Sustentabilidade.
Junto ao produtor procede à abordagem especial sobre técnicas de manejo de
manejo fitossanitário, buscando alternativas sustentáveis para a condução da cultura,
observando-se sempre o LMR – Limite Máximo de Resíduo do café produzido frente
às regulamentações dos diversos países importadores.
A PGC, Plataforma Global do Café, atenta constantemente para o Uso Responsável
de Agroquímicos conscientizando o aplicador sobre importância de uso de EPI,
armazenamento correto dos agroquímicos e com segurança e promover o manejo
integrado de pragas, doenças e plantas daninhas.

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AULA 6
CERTIFICAÇÕES DA PRODUÇÃO

Considerando que na cadeia o café commodity e as diferentes categorias de cafés


especiais possuem regras formais, sejam elas públicas ou privadas, voluntárias ou
compulsórias, que influenciam nas transações e no funcionamento da cadeia, tanto de
café commodity quanto de cafés especiais, identificar e descrever as principais restrições
informais que dificultam e impactam o comportamento dos atores no segmento de
café commodity e no de cafés especiais é de fundamental importância para que a
cadeia como um todo possa evoluir com melhorias institucionais .
Especificamente para se compreender a relevância do ambiente institucional no
funcionamento das transações econômicas e no desempenho de cadeias produtivas
de commodity e especiais é importante conhecer sobre a legislação; leis, regulamentos,
normativas, e regramento formal de caráter privado considerando especialmente as
entidades representativas para o café no Brasil, a Associação Brasileira de Cafés
Especiais (BSCA), a associação de cafés especiais (SCA) e a Associação Brasileira da
Indústria de Café (ABIC), Expocaccer, Cecafé, cooperativas e associações.
A Instrução Normativa n.8/ 2003, do MAPA, que versa sobre o regulamento técnico
de identidade e de qualidade para a classificação do café beneficiado grão cru, é a
principal orientação para o café commodity.
Este regulamento dá ênfase à qualidade enquanto ausência de defeitos, classificação
COB, abordada anteriormente não apresentando grande detalhamento em termos de
qualidade da bebida, pois envolve sabor e aroma como critérios e sim quanto aos
PVA, pretos verdes e ardidos, grãos defeituosos que impactam na qualidade e na
segurança alimentar.
Há ainda a Resolução RDC n.7/2011, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), que trata dos limites de ocratoxina admissíveis no café, tratando, portanto,
de requisitos mínimos segurança alimentar.
No caso dos cafés especiais, a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA)
criou recentemente um sistema de certificação de cafés especiais.
A certificação da propriedade é a primeira exigência da BSCA para uso do selo, pois a
propriedade deve ter sua produção embasada nos pilares ambiental e socioeconômicos.

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A certificação não garante a qualidade do grão, mas que os processos estão sendo
empenhados, assim fica mais fácil produzir um café especial que possa ser avaliado
sensorialmente e quanto ao tipo, cor, aspectos seguindo para avaliação de torra e
moído com bebida limpa, doçura, acidez, corpo, sabor, gosto remanescente e um
balanço geral nunca podendo zerar um quesito.
Nos cafés especiais, destaca-se a Specialty Coffee Association (SCA), entidade
formada a partir da união da Specialty Coffee Association of America (SCAA) e da
Specialty Coffee Association of Europe (SCAE).
A SCA apresenta protocolos para classificação de cafés especiais, o que envolve
a classificação física do grão, quantidade de defeitos e avaliação sensorial da bebida
por provadores certificados (Q-graders), avaliador Q, certificação mundial dada a
profissionais de classificação e degustação de cafés após série de exames práticos
desenvolvidos pelo Instituto de qualidade do café CQI sigla em inglês para o Q GRADER .
Tais protocolos são adotados mundialmente para compra e venda de cafés especiais.
Pela metodologia SCA, a classificação da qualidade da bebida envolve uma pontuação
(de 60 a 100 pontos), a partir de 10 critérios distintos e a definição do perfil sensorial
da bebida como frutado, floral, nozes, chocolate, entre outros caracterizados numa
roda de sabores.
Assim como regras foram criadas formas diferentes para classificar café commodity
e cafés especiais.

Fonte: https://s24937.pcdn.co/wp-content/uploads/2017/08/Roda-da-SCAA-1995.jpg

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Dentro da cadeia existem muitos torrefadores e que embalam café torrado e moído
ou só torrado em grãos para espresso.
No caso de cafés já processados; torrado e moído, para comercializar cafés como
superiores, os produtores precisam controlar os cafés que utilizam, pois podem
alterar a condição final do produto não atendendo a características físicas e químicas
estabelecidas por resolução específica.
O crescente consumo per capita no Brasil estão à frente de países como Itália e
França, porém muito atrás dos países nórdicos com 13 kg/ano com a resolução de
fevereiro de 2010 estabeleceu um padrão oficial de classificação do café torrado em
grão e moído.
O esforço para qualificação do café industrializado brasileiro começou coma criação
do selo de pureza ABIC que em 1989 buscando a pureza, ou seja, torrar e moer café,
não impurezas ou mesmo resíduos de café.
O entendimento do ambiente institucional da cadeia produtiva do café é fundamental
para desenvolver padrões de competitividade do produto e manter as pretensões
nacionais de fornecimento de café para os mercados internos e internacionais.
Os grãos commodities continuam sendo um padrão para definir as cotações dos
produtos no mercado de futuros contribuindo para o equilíbrio do comércio.
Porém, as transformações ocorridas na economia globalizada criaram um
consumidor de estilo mais apurado, que definem as características dos produtos
que pretendem consumir.
Dessa forma, novos consumidores demonstram a preocupação com as condições
da produção do café, em aspectos que variam entre o impacto social e ambiental do
cultivo até a elevação do padrão de qualidade.
Na cadeia do café, estes produtos passaram a ser denominados de cafés especiais.
A flutuação de preços da commodity é mais um fator a levar o produtor a buscar
mercados mais consistentes e dispostos a pagar pelo serviço prestado de alguma
forma, seja social ou ambientalmente.
Ao oferecer para o consumidor diversidade de produtos para sua livre escolha, os
atores do mercado de café passam a ter a oportunidade de comercializar produtos
com maior valor agregado, cuja rentabilidade é superiores a do café tradicional.
Cada vez mais o consumidor passa a ter percepção das diferenças entre a
diversidade de cafés oferecidos, sobretudo, quando atrelados à marca da torrefadora
e a rastreabilidade do produto.

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Essa oportunidade demandada pelo cliente oferece ao produtor elevar os ganhos


de produção investindo, assim, em novas formas de cultivo empreendendo mudanças
estruturais na produção e na estrutura de governança.
Assim, pode-se intensificar os meios produtivos, estabelecer modernas tecnologias,
garantir maior produtividade e qualidade, além de criar ou reestruturar os aspectos
estruturais da cadeia produtiva dos cafés especiais sob a ótica dos custos através
de associações de produtores para a comercialização deste café.
Essa estratégia competitiva visa diminuir custos de transação.
O ambiente competitivo do café especial brasileiro apresenta ainda alguns entraves
ao alcance desses objetivos, tornando desempenho brasileiro abaixo do desejado e
comparativamente inferior à dinâmica mercantil de outras nações que sequer detêm
o domínio da produção, como o exemplo da Alemanha maior produtor de café torrado
e moído do mundo.

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AULA 7
TIPOS DE CAFÉS PRODUZIDOS
NO BRASIL

7.1 Cafés convencionais

O consumo de café vem do século XV quando em Constantinopla abriu o primeiro café.


Posteriormente, foi se expandindo e após a Segunda Guerra Mundial ocorreu o que
especialistas chamam de ondas de consumo sendo aqui mais importante a energia
do que propriamente o sabor.
Ocorriam misturas de cafés, BLEND, entre arábicas mais suaves e aromáticos com
a robusta mais amargo e com maior teor de cafeína.

7.1.1 Cafés commodity

São cafés que tem seu mercado voltado a exportação através da bolsa de valores,
em geral sua classificação é feita através da tabela COB, onde são determinados
o tipo, pela quantidade de defeitos e a bebida em Mole, dura, riada e rio em ordem
decrescente de qualidade.
A grande maioria do café brasileiro é assim trabalhado e exportado ou torrado e
moído nos país, segundo maior consumidor de café.

7.1.2 Cafés diferenciados, superiores

São cafés compostos por grãos igualmente diferenciados por atributos de qualidade,
cultivados em fazendas que têm rastreabilidade com boas práticas agrícolas e social
e bebidas é inferior a 80 pontos na escala americana de cafés especiais, SCAA.
Com o surgimento do interesse pela qualidade e novas formas de extração da
bebida surgiram as grandes redes de cafeterias que passaram a agregar valor ao

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produto, surgindo os cafés especiais ou gourmets; palavra francesa que se relaciona


com qualidade.
Grandes redes com Starbucks, Peet´s Coffee & Tea revolucionaram o mercado
criando para o crescimento de cafés especiais com maior valor agregado.

7.1.3 cafés especiais, finos, de primeira linha, finíssimos ou


extrafinos

São cafés como os cafés superiores em toda a fase de produção, mas lotes que
atingem, mas com pontuações acima de 80 pontos na escala SCAA e com alguns
atributos regionais que os diferenciam dos demais.
Mais recentemente uma terceira onda deu início a uma nova etapa de consumo com
valorização de origens onde os cafés são produzidos, sua rastreabilidade, sustentabilidade.
Como vinhos, regiões através de modos diferenciados de pós-colheita acentuam
atributos sensoriais e têm na certificação com UTZ e Rain forest hoje unidas, a
confirmação da qualidade e das boas práticas agrícolas.
Ocorre uma valorização das qualidades regionais, um Terroir, palavra francesa que
concebe o nascimento de um tipo único com as características somente daquele local,
exemplo, Serra do Caparaó, Cerrado, planalto paulista e outras.
Nesta fase ou onda ocorre uma valorização da extração mais artesanal, como o
coador e outas formas onde o barista, profissional que prepara a bebida buscando tirar
desde a torra até a extração o melhor que cada grão tem em sua região de origem.
Apesar de ser um mercado pequeno aqui é valorizado o selo FAIRTRADE, comércio
justo e utilizada a comercialização direct trade onde as empresas negociam diretamente
com o produtor.
As vantagens para o produtor, de comercializar cafés especiais e diferenciados, está
na agregação de valor que muitos grãos commodity apesar de serem especiais não o
são assim vendidos pela ausência de certificação e rastreabilidade. Para o produtor, a
vantagem advém da formação de uma marca reconhecida pela qualidade do produto
e para os que revendem o café a marca atesta a qualidade do produto.
O consumidor através de um código QR code pode, na embalagem, rastrear todo
o processo de produção, industrialização e venda.

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O mercado de cafés especiais cresce a cada dia levando cooperativas, associações


e grandes produtores a investir na seleção dos melhores grãos commodity para colocá-
los no mercado fazendo todo esse processo de rastreabilidade.
A produção de cafés especiais dificilmente ultrapassa os 10% dos cafés produzidos
e a acessibilidade ao mercado internacional não é fácil devido à forte concorrência
com exportadores de cafés commodity.
Em resumo somente através de trabalhos em conjunto é que pequenos produtores
terão acesso a esse mercado que na percepção dos produtores já engajados pode
atingir 30% de valor agregado sobre o grão commodity.

7.2 Cafés orgânicos

O sistema convencional da produção de café é um sistema cujo processo de


produção está baseado no emprego de adubos químicos e agrotóxicos em todas as
fases da cultura com legislação específica e regras de rastreabilidade e sustentabilidade
da produção.
O sistema orgânico de produção agrícola dispensa o uso de insumos químicos
como adubos industrializados ou agroquímicos e se caracteriza por um processo
que leva em conta a relação solo/planta/ambiente preservando o meio ambiente, a
saúde no planeta.
O solo não é somente considerado um meio para a sustentação da planta e
fornecedora de nutrientes, mas sim abrigo de uma rica fauna e flora.
O processo produtivo deve ser planejado com o objetivo de causar o menor impacto
possível no ecossistema local.
Segundo Mariani (2015, p. 4), conforme

o Ministério da Agricultura e Abastecimento (IN nº 007, de 17 de maio


de 1999), o sistema de produção orgânica é: todo aquele em que se
adotam tecnologias que aperfeiçoem o uso de recursos naturais
e socioeconômicos, respeitando a integridade cultural e tendo por
objetivo a auto sustentação no tempo e no espaço, a maximização
dos benefícios sociais, a minimização da dependência de energias
não renováveis e a eliminação do emprego de agrotóxicos e outros
insumos artificiais tóxicos, organismos geneticamente modificados
- OGM/transgênicos ou radiações ionizantes em qualquer fase do
processo de produção, armazenamento e de consumo, e entre os
mesmos, privilegiando a preservação da saúde ambiental e humana,

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assegurando a transparência em todos os estágios da produção e


da transformação (BRASIL, 2011).

O café orgânico é produzido com subprodutos da reciclagem da matéria-orgânica,


polpa e casca de café, compostos, húmus de minhoca vegetal e animal, dejetos de
animais, biofertilizantes; obtido pela fermentação anaeróbica; sem a presença de oxigênio
transformando restos vegetais e dejetos animais em biogás quando em biodigestores.
A aplicação do biofertilizante nos solos favorece a multiplicação de micro-organismos,
proporcionando saúde e vida ao solo favorecendo as plantas na sua competição com
pragas e ervas daninhas.
Um café para ser considerado café orgânico, pelo menos durante três anos a lavoura
deve estar sem uso de defensivos e adubos químicos.
Organismos que orientam os produtores avaliam e certificam o café orgânico, o
que é um elemento fundamental para diferenciação do produto.
São várias as diferenças entre o café produzido de forma tradicional e o café
produzido organicamente, conforme o comparativo abaixo.

Fonte: https://cptstatic.s3.amazonaws.com/imagens/enviadas/materias/materia10552/
Tabela_%20Silvana_Cafe.jpg

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7.2.1 Mercado de café orgânico

Os produtos orgânicos certificados apresentaram significativo crescimento na


Europa, nos Estados Unidos, no Japão e em países de baixa renda a partir da década
de 1990.
Na União Europeia, a taxa média anual de crescimento ficou em torno de 25% nos
últimos anos.
Segundo dados da ACOB (2016), a produção de café orgânico ganhou força a partir
de 1998, tendo sua produção concentrada nos estados de Minas Gerais (sul de Minas,
cerrado mineiro e matas de Minas), Bahia, Paraná, Espírito Santo e São Paulo.
Muitos produtores migraram para o sistema orgânico na crise dos anos 2000, e
principalmente pela possibilidade de venda a preços superiores.
O Brasil chegou a produzir até 300 mil sacas de café orgânico por ano entre 2002
e 2004.
Um dos maiores gargalos na produção orgânica são os poucos conhecimentos sobre
as práticas orgânicas de manejo do solo, pragas e doenças dos produtores que entraram
nos sistemas e a pouca atenção com a qualidade no pós-colheita não conseguindo preços
bons. Com o retorno dos melhores preços do café convencional, muitos produtores
abandonaram suas lavouras orgânicas e voltaram ao sistema convencional.
Os que continuaram firme entre 2005 e 2013 produziram entre 70 e 80 mil sacas
com boas técnicas de produção, ótima qualidade de bebida, fortes princípios ecológicos,
mercado bastante remunerador e estável, e também os que tinham boa produtividade
e custo razoáveis.
Em 2015 houve uma mudança nesse cenário e um maior estímulo à produção
orgânica, sendo que a safra de 2017 estimava-se de 80 a 90 mil sacas de orgânico
certificado mais cerca de 20 mil sacas em transição para orgânico.
A nível mundial, a área destinada à produção de café orgânico quadruplicou desde
2004 evidenciando um crescimento.
Em 2014, a área estimada foi de 743 mil hectares, a qual representa aproximadamente
7,7% da área destinada à produção de café convencional no mundo, sendo que os
maiores produtores são: México com 243 mil hectares, Etiópia com 154 mil hectares
e o Peru com 89 mil hectares.

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No Brasil, em 2016 estimativas indicavam 5 mil hectares, o que representa apenas


0,2% da área de produção de café no país, com produção de 60 a 70 mil sacas de
café orgânico.
O conceito de cafeicultura sustentável com padrões de certificação exigidos no
mercado internacional como: UTZ Certified, Rainforest Alliance, 4C, Fair Trade e Orgânico
cresce a cada ano.
A demanda por cafés orgânicos certificados, principalmente em países onde o
consumo de café é um forte hábito, como EUA e Europa Ocidental têm crescido
significativamente nos últimos anos, conforme mostram os números, o mercado
de orgânicos está cada vez mais aquecido, no Brasil no ano de 2015 atingimos o
crescimento de 25% já no de 2016 o número passou de 30%, o avanço no mercado
global foi de 5% a 11%.
No Brasil e no mundo tem crescido consumo de alimentos orgânicos movimentando
o equivalente a R$350 bilhões no mundo e R$2,5 bilhões no país.
Considerando essa crescente demanda mundial por produtos orgânicos o Brasil pela
posição de maior produtor e exportador de café o país precisa e deve ocupar a liderança
também na produção de orgânicos com gestão e planejamento da cadeia assim
podemos afirmar que são extremamente positivas as perspectivas de crescimento
do cultivo de café orgânico.
Para que isto se torne realidade é fundamental haver uma conscientização do
produtor do potencial existente neste mercado, buscar treinamentos, financiamentos
para o período de transição e obtenção das certificações que atestem o produto
orgânico dos maiores entraves para a adoção desta técnica.
O posicionamento do país como produtor de grandes volumes de commodity e de
cafés especiais pode e deve levando em conta o crescente consumo dos orgânicos
e buscar esse mercado diferenciado e sustentável do ponto de vista socioambiental.
A preocupação mundial com a saúde e a conservação do planeta fará que esse
mercado seja cada vez maior e bom pagador.
Com melhorias em termo de torná-lo mais natural e saudável, o café orgânico
assume assim uma maior importância e o Brasil, como maior produtor, não pode
perder essa oportunidade de agregar valor ao produto.
Se conseguirmos 30% que geralmente é o ágio recebido pelos orgânicos certificados
num volume cada vez maior, teremos mais divisas e empregos para o país.

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AULA 8
MERCADO DO CAFÉ

8.1 Mercado mundial do café

O mercado mundial de café vem crescendo desde os anos 90 com mudanças


significativas nas formas de produzir e comercializar o produto.
Estudos mostram taxas de crescimento de 2% ao ano e estima-se produções de
até 208 milhões de sacas de 60 kg até 2030.
Apesar do aumento do consumo conforme a ABIC, no período 17/18 da ordem de
4,8% ao ano sendo essa taxa maior quando se estudam somente as empresas ligadas
a ABIC o crescimento foi de 7,03% isso a nível Brasil e no setor de torrado e moído.
Nos anos 2000 ocorreu um excesso de oferta devido expansão da produção em
virtude dos bons preços praticados na década de 1990 pela escassez em razão da
geada de 1994 e seca intensa em 1997 logo quando os cafezais estavam se recuperando
do evento climático de 1994.
Os preços bons em virtude da escassez do grão dessa década fizeram com que o
produtor voltasse a investir em produtividade e qualidade ocorrendo grande produção
em 2001, com 120 milhões de sacas de oferta contra 107 milhões de consumo.
Desde então ocorreu uma mudança nos estoques, pois preços baixos levaram os
estoques para os países consumidores.
Enquanto na década de 1990 o produto era armazenado com os produtores,
sobretudo, no Brasil atualmente estima-se que estoques de passagem, carry over
estejam 50% nas mãos dos consumidores. Isso pressiona a demanda dando poder
de barganha aos importadores abalando o mercado.
No ano safra 2019 assim como 2018, a oferta vem ultrapassando a demanda em
2,29 milhões de sacas de 60 kg.
Junto com estoques em poder de produtores, traders, exportadores torrefadores
num total de 3,29 milhões pressionando os preços para baixo como em toda economia
globalizada e regida pelas regras de oferta e demanda.
A nível mundial o ano safra 2019/2020 a produção alcançou 168,86 milhões de
sacas representando uma redução aproximada de 0,8% em relação ao ano anterior

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com diminuição de 3,9% nos arábicas, 96,37 milhões de sacas e aumento de 3,7%
nos robustas, 72,5 milhões de sacas.
O consumo mundial estimado em 169,34 milhões em 2019/2020 será de 0,7 % superior
a 2018/2019 gerando um déficit de 0,48 milhão de sacas na relação consumo/produção.
Apesar de o Brasil sinalizar uma super safra em 2020, os preços se mantiveram
razoáveis e janeiro as exportações mundiais totalizaram 10,29 milhões de sacas.
Nos quatro primeiros meses do ano-cafeeiro 2019-2020, que compreende o período
de outubro a janeiro, ano agrícola, as exportações diminuíram 5,8%, totalizando
39,53 milhões de sacas exportadas em comparação com as 41,95 milhões de sacas
exportadas no mesmo período do ano-cafeeiro anterior, 2018/2019.
Esses dados constam do Relatório sobre o mercado de Café – fevereiro 2020,
da Organização Internacional do Café – OIC. Para a Organização, o ano-cafeeiro
compreende o período de outubro a setembro, ano agrícola do cafeeiro.
Esse relatório da OIC  encontra-se disponível na íntegra no  Observatório do
Café, do  Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela  Embrapa Café. http://www.
consorciopesquisacafe.com.br/
Conforme o Relatório da Organização, nos quatro primeiros meses citados do
ano-cafeeiro 2019-2020, as exportações de Naturais Brasileiros diminuíram 11,8%,
ao atingirem 13,28 milhões de sacas, e os de outros suaves (especiais) diminuíram
6,6%, com 6,46 milhões de sacas vendidas ao exterior.
Com consumo recorde nos últimos anos o mercado de café tem se revelado uma
atividade sustentável e o país permanece como o maior produtor, maior exportador
e segundo mercado consumidor.

8.2 O consumo de café no Brasil

Com a terceira onda do café onde uma parcela considerável da população que não
ingeria a bebida com mudanças no modo de extração, delicatessens, cafés famosos como
Starbucks e outros, bebidas diferentes preparadas por baristas , o aumento de uso de
cápsulas para cafés na hora, máquinas em escritórios, lojas de conveniências onde o
café é preparado na hora e para tanto a qualidade e a sustentabilidade socioambiental
foi sendo um fator de agregaçaão de valor, o consumo aumentou entre jovens no mundo
todo inclusive com trabalhos científicos desmitificando que o café prejudique a saúde.

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Há muito essa tendência vem sendo sentida e aproveitada pelo produtor brasileiro.
Não é de hoje que o cafezinho é uma maneira de sociabilizar encontros, degustado após
refeições, para repor energias em longas e cansativas jornadas e devido às propriedades
nutracêuticas; alimentos que promovem algum efeito benéfico no organismo.
O café sempre foi uma bebida acessível a todas classes sociais e recentemente
se sofisticou com as modernas cafeterias consolidando uma história de 300 anos.
O brasileiro está longe de consumir como americanos e europeus, mas em 2018
consumiu 21 milhões de sacas ou 6 kg de café cru ou 4,82 kg de torrado e moído.
Até o fim de 2019 estimava-se crescimento de 3,6 % ao ano.
Este ano nos quatro primeiros meses houve aumento de 30% mesmo com o
coronavírus ou pelo corona fazer do isolamento um motivo para um cafezinho.

8.2.1 Regiões que mais consomem cafés no Brasil

O Sudeste é responsável por grande parte do consumo de café no Brasil e apresenta


diferença de 23% sobrea a segunda região o Nordeste com 22% contra 45% do Sudeste.
A região Sul representa 17% do consumo e o Norte e centro oeste com 8% cada.
Métodos diferentes de extração são recentes e o brasileiro ainda prefere o café
coado como forma de preparo.

8.3 Consumo de café no mundo

O café, originário da Etiópia se popularizou e desde o século XV só fez crescer o consumo.


No ano agrícola 2018/2019 foram consumidas 165,19 milhões de sacas sempre
representando aumentos, neste ano de 2,1 % perante os 161,71 milhões do ano anterior.
Números indicam que nos países importadores o consumo cresce a taxas de 2,5 %
enquanto nos países produtores a 1,4% mostrando que ainda podemos crescer muito
no nosso consumo interno.
Uma boa notícia aponta para crescimentos de até 4,1% em países que não são
tradicionais importadores como Ásia, Oceania e África.

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8.4 Consumo per capita por países

Países do continente europeu consomem em média 32% de todo café produzido


no mundo.
Dentre cinco países mais promissores em termos de aumento de consumo, o Brasil
voltou a superar recentemente os Estados Unidos muito provavelmente pela melhoria
do cenário econômico do país.
O país tem crescimento na taxa d 3 % muito maior que a maioria dos países.
Ainda segundo dados, o brasileiro consome em média 839 xícaras de café por ano.
Completando os cinco países que mais consomem café temos Estados Unidos,
Indonésia, Alemanha e Japão nesta ordem decrescente.

8.5 Países produtores

O Brasil responde por uma grande parte da produção comercializada de café


seguido por

1-Brasil
2-Vietna
3-Colombia
4-Indonésia
5-Etiopia
6-Honduras
7-India
8-Uganda
9-México
10-Peru

8.6 Principais desafios da gestão de mercado

Toda atividade agrícola tem uma maneira de precificar seu produto.


Em geral o café é vendido como commodity, que vem do inglês mercadoria; que
funcionam como matéria-prima, produzidos em escala e que podem ser estocados sem
perda de qualidade, como petróleo, suco de laranja congelado, boi gordo, soja e ouro. 

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Assim, quem pauta ou ordena os preços é o mercado financeiro em especial as


bolsas de valores, de Nova York para arábica e Londres para o robusta.
Esses mercados diariamente sofrem alterações durante o período de funcionamento
com conversões mundialmente reconhecidas e aceitas.
Em Nova York as oscilações são em pontos por libra peso com equivalência de que
cada centavo de dólar equivale a 100 pontos, ou seja, 10.000 mil pontos, equivaleria
a 1 dólar.
A libra é medida de peso e equivale a 453,6 gramas.
Londres trabalha por tonelada bastando dividir por 16,6 para saber o valor em dólar
da saca vezes o dólar do dia.

8.7 Desafios para a cafeicultura

O agronegócio no Brasil é recente e muitos cafeicultores não são profissionais ou


não tenham sistemas de gestão de custo não tendo ideia do custo da saca. Senão
sabe o custo de produção como saber quando vender. Por qual preço a atividade está
sendo remunerada?
Aliás, a cafeicultura brasileira por sua diversificação e peculiaridades regionais
dificulta muito a formação de um custo único de produção.
As mudanças climáticas com elevação da temperatura, chuvas irregulares e geadas,
às vezes, sacrificam o trabalho de dois anos e a grande maioria sem nenhum tipo de
seguro contra essas intempéries.
Previsões catastróficas indicam quedas de até 50% na produção e migração da
cafeicultura de áreas tradicionais para outras mais frias.
Podemos listar desafios e dificuldades da cadeia produtiva de café, hoje em dia, como:

8.7.1 Competitividade

Atualmente, na cadeia produtiva do café é a presença de grandes multinacionais


que plantam os grãos, tratam e comercializam o pó é uma realidade que impõe pela
demanda e poder aquisitivo, diminuição de seus tornando a competição pelo preço
de venda mais difícil castigando o produtor individual ou familiar.
Cooperativismo e associações são a saída com excelente sucesso na cafeicultura.
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8.7.2 Sustentabilidade

A sustentabilidade socioeconomica e ambiental, com rastreabilidade e certificação


é um desfio para o produtor ficar na atividade e agregar valor.

8.7.3 Marketing

Um dos desafios da cadeia produtiva de café, pois embora o Brasil seja destaque
na produção de café, o marketing para conseguir mais valor agregado se iniciou
recentemente, e conseguir uma maneira de tornar isso possível é de vital importância
para que as certificações deem resultados.

8.7.4 Cenário de câmbio instável

As flutuações cambiais atrapalham o planejamento e previsão de vendas, sendo


que em alguns casos a conversão das compras dos insumos é muito diferente do
momento da venda das commodities.
Proteção de preços com vendas futuras ou Barter, troca de insumos por café, podem
minimizar ou mitigar esses efeitos ruins.

8.7.5 Custos Logísticos

Esse problema é recorrente no cenário brasileiro, pois não há um bom escoamento


logístico nos portos e rodovias, e há pouca estrutura ferroviária para ser utilizada.

8.7.6 Qualificação da mão de obra

Para uma maior produtividade e qualidade do café que tem relação direta com seu
preço, ou seja, uma maior produção de café numa mesma área e baseada na máxima
qualidade terá maior preço na venda.

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Porém, a mão de obra utilizada é, por vezes, carente de qualificação, o que depende
de investimentos e são exigências da legislação trabalhista.
Nos últimos dez anos, a safra brasileira de café teve um crescimento de 56% atingindo
36% da produção mundial.
Saímos de 39,5 milhões de sacas em 2009 para 61,66 milhões de sacas em 2018
inclusive com diminuição de área plantada e da bienalidade devido variedades novas
e tratos fitossanitários eficientes.
Mesmo com aumento da mecanização a escassez de mão de obra qualificada,
principalmente no momento da colheita, é ainda um grande problema para o produtor.
Ter mão de obra em maior quantidade e com qualificação é um grande desafio
para a produção de café no Brasil, com o cafeicultor precisando investir para elevar
a sua produtividade e a qualidade dos grãos.
Assim como ocorre com todos os setores ligados à agricultura, a eficiência do
planejamento, principalmente quanto ao uso de mão de obra na produção de café,
representa a melhor medida que deve ser adotada pelo cafeicultor para superar seus
desafios. Deve existir, por parte dos produtores de café, uma atenção especial na
qualificação das pessoas. Os produtores devem investir em treinamentos específicos
para toda a equipe de trabalhadores.

Fonte: Leia mais em Brainly.com.br - https://brainly.com.br/tarefa/24952893#readmore


https://fia.com.br/blog/mercado-mundial-do-cafe/
https://www.graogourmet.com/blog/consumo-de-cafe-no-mundo/
https://agroclima.climatempo.com.br/noticia/2019/12/02/consumo-mundial-de-
cafe-em-2019-atinge-168-milhoes-de-sacas-0399
https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/cafe/255464-consumo-mundial-de-
cafe-supera-producao

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AULA 9
CADEIA PRODUTIVA, CAFÉ,
SOJA, MILHO E PRODUTOS
ORGÂNICOS

9.1 Conceitos

Para conceituarmos agricultura orgânica, natural, biológica precisamos buscar


diversos conceitos ligados à forma como a natureza e os seres vivos interagem sobre
o planeta positiva ou negativamente.
O equilíbrio entre forças, ecossistemas interações do homem e sua relações e
alterações socioeconômicas ou a maneira sem sustentabilidade socioambiental que
muitos praticam a agricultura, seja para produção de alimentos, fibras, ou outro produto
utilizado pelo homem em proveito próprio.
Os organismos vivos presentes no meio ambiente criam laços e estabelecem
relações entre os membros da mesma família até indivíduos de diferentes espécies.
A definição de agricultura natural ou orgânica é o tipo de exploração da agricultura
usando todos os recursos do meio ambiente como as relações entre os seres vivos
buscando o equilíbrio dessas forças para produção com alternativas biológicas e
não químicas de alimentos saudáveis preservando o ambiente, os mananciais, as
interações entre as espécies mantendo o sistema agroecológico o mais próximo da
sua realidade natural.
Nesta linha de pensamento chegamos à forma como os sistemas de produção agrícola
ocorrem atualmente, segundo ponto de vista acadêmico das ciências da natureza.
Assim, a sintropia é um princípio simétrico e oposto ao de entropia.
Enquanto a entropia é a medida da desordem ou da imprevisibilidade da informação,
a sintropia é a função que representa o grau de ordem e de previsibilidade existente
num sistema.
Os vegetais têm a capacidade de fabricarem seu próprio alimento, processo autotrófico.

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Quando por desequilíbrios de qualquer ordem ocorre nos vegetais excessos de


aminoácidos livres e açúcares redutores no sistema metabólico das plantas, este
vegetal fica vulnerável à infestação por pragas e doenças.
A teoria da trofobiose está ligada ao manejo agroecológico das culturas, no qual o
equilíbrio nutricional das plantas contribui para a resistência fisiológica dos vegetais.
A moderna agricultura comercial; agronegócio busca cada vez mais produções
e produtividade lançando mão de novos cultivares, transgenia, agroquímicos para
fertilização e ou controle de pragas, agricultura considerada entrópica onde a desordem
do sistema é controlada com tecnologias criadas pelo homem quase sempre com
interferência nos ecossistemas.
Mas desde que o homem iniciou a agricultura há 9000 anos no período Neolítico
este sempre buscou evoluir, porém junto com a evolução existiram as transgressões
de leis naturais fundamentais de equilíbrio e funcionamento dos ecossistemas como;
diversidade, resiliência, capacidade de suporte.
Na sinalização de um caminho, como resposta aos flagrantes desafios da
sustentabilidade agrícola, a Agroecologia busca rever os erros e necessidades do
desenvolvimento humano atual.
Assim, a agroecologia é uma forma de agricultura que retorna às práticas agrícolas
antes da chamada revolução verde, base do modelo atual de agricultara do agronegócio.
As questões sociais, políticas, culturais, energéticas, ambientais e éticas com apego às
interações no meio ambiente levam e buscam a sintropia que é a busca pelo equilíbrio.
Aqui se exclui o uso de fertilizantes e agrotóxicos, reguladores de crescimento,
aditivos químicos em rações, transgenia e ocorre uma busca pela diversidade de
espécies e de práticas buscando o equilíbrio do meio ambiente e das relações entre
as espécies.
Por fim, a agricultura orgânica é um método alternativo de agricultura que utiliza
desenvolvidos e sofisticados sistemas de técnicas agronômicas com o objetivo principal
de manter o agroecossistema sustentável para exploração econômica por longo prazo,
não imediatista.
Aqui podemos fazer uma observação que nem o sistema orgânico é um sistema
para hippies ou naturalistas, nem é um sistema antieconômico, também o sistema
convencional vem buscando a sustentabilidade com técnicas menos agressivas, usando
menos agroquímicos.

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Não podemos esquecer que a busca de novas fronteiras agrícolas sempre foi um
anseio do homem e incentivado por governos para ocupar áreas ainda sem produção
ou ocupação no país.
Assim, técnicas como uso do fogo para limpeza de novas áreas devem ser trocadas
por uso sustentável das florestas ou dos cerrados.
A agricultura orgânica tem muitos desafios a serem vencidos e que serão
discutidos oportunamente.

9.2 Histórico

Até o século XIX a agricultura era feita de forma empírica, baseada nas experiências
dos cultivos, intuitivamente sem muitas informações científicas.
No século XIX com algumas descobertas científicas como a derrubada da teoria do
húmus na qual se acreditava que as plantas usassem o carbono proveniente do húmus
e não do ar atmosférico no processe de fotossíntese através de processos autotróficos,
da fixação do nitrogênio atmosférico e o surgimento das teorias agroquímicas com
início de uso de químicos na agricultura apoiados pela crescente industrialização.
O embasamento científico dessas descobertas conferiu credibilidade junto com os
incrementos de produção alcançados.
No início do século XX outras pesquisas em microbiologia dos solos mostraram a
importância da matéria orgânica nos solos.
Mesmo com a comprovação e dos benefícios de se usar orgânicos a indústria
química estava consolidada e os produtores aderiram a esta nova tecnologia devido
acréscimos de produção e facilidades de aplicação nos cultivos extrapolando os
meios científicos.
A segunda revolução agrícola com abandono de rotações de cultura e integração
das produções animal e vegetal selou de vez o tipo de agricultura mais orgânica
praticada até essa o fim do século XIX.
Também denominada de revolução verde, sua expansão foi muito rápida apoiada
por técnicos, governos, empresas produtoras de insumos, Banco Mundial, BID; Banco
interamericano de desenvolvimento, USAID, agência americana de desenvolvimento
internacional e FAO; agência das Nações Unidas para agricultura e alimentação
entre outras.

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Nos anos 1960 esse tipo de agricultura começava a dar sinais de cansaço devido
à grande degradação ambiental e contaminação de solos mananciais começando a
ocorrer necessidade de mudanças.
No início dos anos 1970 surge a International Federation on organic Agriculture,
IFOAM na França com a reunião de 400 entidades agroambientalistas para propor
uma diferente forma de agricultura alternativa.
Surgiam assim, as primeiras regras e informações para padronização de produtos
orgânicos através de troca de informações.
No Brasil José Lutzemberger, em 1976, publica o Manifesto ecológico Brasileiro:
fim do futuro? Que propunha uma agricultura mais ecológica.
Outros autores e pesquisadores como Ana Maria Primavesi, Adilson Paschoal, Luís
Carlos Machado foram importantes nessa mudança de conceito introduzida no Brasil.
Nos anos 1980 houve importantes encontros intitulados: Encontros brasileiros de
agricultura alternativa (EBAAS).
Após os dois primeiros, onde se privilegiou a crítica ao modelo de agricultura
praticado, no terceiro a preocupação com o social passou a ser mais importante.
A partir disso surgiram os ERAAs; encontros regionais de agricultura alternativa
onde a preocupação com o modelo econômico mais utilizado no mundo, o capitalismo
passou a ser a preocupação do momento.
Atualmente, alguns produtores têm restrições quanto ao modelo orgânico por
associá-lo com outras correntes políticas que não o capitalismo.
Difícil negar que existe uma parcela de produtores orgânicos ligados ao socialismo,
pensando mais no social do que no capital.
Começam a surgir ONGs voltadas para a agricultura, coordenadas pela REDE DE
TECNOLOGIAS ALTERNATIVAS visando à união e a contestação do modelo agrícola.
Depois surgiu denominação agricultura ecológica, em substituição a tecnologias
alternativas e também pela identificação com a agroecologia.
Nos anos 1980 surgem os primeiros sinais no âmbito da ciência e tecnologia com
preocupações causadas pelo modelo agrícola convencional.
Surge a necessidade de mostrar cientificamente os benefícios não só para a
alimentação saudável, mas para a sustentabilidade do planeta para gerações futuras.
A produção agroecológica não é uma ciência nova, mas um novo campo para
estudos envolvendo não só a agronomia, mas a sociologia rural e seus efeitos, a

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ecologia e a Antropologia já que são mudanças de grande impacto social, econômico


e antropológico.
Um dos grandes impasses da agricultura orgânica, assim como alimentos
convencionais, sustentavelmente falando, é a certificação e a tentativa de fraudes na
produção, tanto na adoção das técnicas quanto na quantidade efetivamente produzidas.
Ainda em relação às mudanças sociais e as relações humanas da produção orgânica,
o termo agroecologia dá lugar para agroecossistemas permitindo uma ampla aceitação
de tendências da agricultura orgânica.
Surge, então, a necessidade de estudos para regramento e certificação da cadeia
produtiva de orgânico já que existem outros elementos que não só o da produção,
mas mudança no campo político, científico e ético das relações de produção.
No Brasil, o trabalho das ONGs consegue a publicação da instrução normativa
007/99 que cria um órgão colegiado nacional e de órgãos estaduais para implantação
dessa normativa, fazendo então a certificação da produção.
A busca da certificação agora necessita de estratégias da cadeia para alcançar
mercados e nichos específicos que pagam melhor por produtos orgânicos para não
ter todo o trabalho de produzir organicamente perdido por não ter quem compre os
produtos, ou por não achar necessário; grande parte ainda pensa assim e também
com relação ao poder aquisitivo.
As diversas correntes de modos de produção; biodinâmica, natural, agroecológica e
permacultura; culturas desenhadas para criação de ambientes urbanos sustentáveis
e produtivos em equilíbrio com a natureza, impõem uma necessidade política, social e
de assistência técnica para que produtores não sejam impedidos de iniciar a produção
orgânica já que são exigidos três anos para a transição de um modelo agrícola para
o outro, exigindo acesso a crédito já que muitos produtores não têm como aguentar
essa transição.
Essa nova maneira de pensar e fazer agricultura passa por experiências do tipo
êxito e fracasso, como toda mudança e projeto que é idealizado e realizado pela
sociedade sofre na sua execução.
Em países em desenvolvimento como o Brasil, o desafio da produção de alimentos
em sistemas agroecológicos dentro da economia globalizada e flexível que vivemos
implica na retomada do debate sobre políticas públicas amplas e diferenciadas, reforma
agrária, agricultura familiar e segurança alimentar.

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É, então, imprescindível o esforço de toda a sociedade para uma quebra de paradigmas


quanto à pesquisa, plantio e alterações sociopolíticas e econômicas.
A legislação brasileira, para os produtos alimentícios, foi assinada em 23/12/2003
e regulamentada em dezembro de 2007, na Lei 10.831.

9.3 Sistemas orgânicos Teorias e conceitos

O sistema orgânico de produzir alimentos tem como fundamento o reestabelecimento


do equilíbrio entre as forças da natureza onde micro-organismos presentes nos solos
e nas matérias orgânicas de restos vegetais, de cultura plantada para esse fim ou
da cultura comercial cultivada, e este equilíbrio faz com que as plantas bem nutridas
resistam às pragas e doenças, num processo conhecido por trofobiose, base da
agricultura orgânica.

9.3.1 Trofobiose

A trofobiose é uma ciência onde os nutrientes no interior da planta têm relação direta
com a sanidade às pragas e doenças. Durante o crescimento e após a fotossíntese
as substâncias simples e aminoácidos na seiva das plantas são transformados em
moléculas mais complexas como proteínas, açúcares, lipídeos, vitaminas que servirão
de alimento e energia às células.
Caso a planta não esteja equilibrada, ou em solos com problemas, essa síntese
pode não ocorrer e esses aminoácidos permanecerem na seiva funcionando como
alimentos para insetos, nematoides e pragas que dificultam a produção agrícola.
A Trofobiose busca a resolução da causa do problema e não os seus sintomas.
A nutrição equilibrada, base da trofobiose, nutre a planta por completo não apenas
temporariamente pela ausência de determinados nutrientes.
O estilo de produção orgânico tem na trofobiose ótima relação, pois exige a verdadeira
nutrição das plantas, através de técnicas como o  cultivo protegido, a  adubação
orgânica e a presença de microrganismos no solo.
As estratégias de manejo, com síntese e decomposição da matéria orgânica
proporcionam uma maior e equilibrada absorção de nutrientes sem uso de qualquer
tipo de insumos agrícolas a não ser materiais orgânicos ou naturais.
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9.3.2 Planta saudável

Planta saudável é um requisito para boas produções tanto no cultivo orgânico


como no convencional.
Planta saudável não necessariamente é aquela totalmente isenta de pragas e
doenças, mas aquela que consiga por seus meios combater e conviver com essas
pragas e doenças.
Uma planta pode não estar saudável pela pobreza do solo, adaptação climática ou
o próprio habitat onde ela se encontra causando baixa resistência.
Assim, através da adubação orgânica podemos através da recuperação dos solos
e de maneira sustentável deixar as plantas mais saudáveis para produção.
Uma planta equilibrada, nutricionalmente, oferece vantagens tanto ao produtor que
terá menos custos como para o consumidor que terá um alimento saudável.

9.4 Prática da agricultura orgânica

As práticas da agricultura orgânica, assim como as demais sob a denominação


de biológica, ecológica, biodinâmica, agroecológica natural e permacultura que estão
comprometidas com a sustentabilidade local da espécie humana na Terra, implicam em:

8.3.1 Adubação verde

Uso de leguminosas que através de bactérias simbiônticas produzem nitrogênio


para seu uso através da fixação em nódulos radiculares e que após o término de seu
ciclo não só deixam restos vegetais, mas também nitrogênio a ser utilizado pelas
culturas sequências ou parceiras.

8.3.2 Adubação orgânica

É utilizado o processo de compostagem da matéria orgânica, proveniente de estercos


de origem animal e restos de cultura , processo que pela fermentação elimina micro-

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organismos como fungos e bactérias, eventualmente existentes materiais orgânicos


provenientes da própria região.

8.3.3 Minhocultura

As minhocas se alimentam de estercos de origem animais e através da passagem


pelo seu trato intestinal transforma esse material em húmus com diferentes graus de
fertilidade, usados no manejo mínimo e adequado do solo com plantio direto, curvas
de níveis e outras para assegurar sua estrutura, fertilidade e porosidade.

8.3.5 Manejo da vegetação

Nativa ou introduzida para como cobertura morta diminuir ervas daninhas ou


insolação direta do solo.

8.3.6 Rotação de culturas

Evitar plantar o mesmo vegetal seguidamente na mesma área. Isso evita o


aparecimento de populações de pragas, doenças e de espécies resistentes.

8.3.7 Cultivos protegidos

Utilização de estufas ou túneis plásticos, telados de sombrite ou clarete para controle


da luminosidade, temperatura, umidade, pluviosidade possíveis e intempéries, como
chuvas torrenciais ou granizo e geadas.

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8.3.8 Uso racional da água de

Irrigação por gotejamento ou demais técnicas econômicas de água evitando-se


desperdícios de acordo com a realidade local de topografia, clima, condição climática
da região.

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AULA 10
CADEIA PRODUTIVA

10.1 Cenários atuais e perspectivas

Representando 800 afiliados em 117 países produtores. Segundo a International


Federation of Organic Movements (IFOAM), organização mundial do movimento da
agricultura orgânica, o mercado orgânico global de alimentos e bebidas quintuplicou
de 1999 e 2014 atingindo $ 80 bilhões.
O crescimento esperado para os próximos anos está na casa de 10 a 15%.
O maior mercado consumidor de orgânicos é o mercado dos EUA, seguido da
Alemanha e da França.
Em 2015, o mundo contava com 179 países com atividade orgânica num total de
50,9 mil há ou 1,1% da área agricultável em uso,
O maior país produtor de alimentos orgânicos é a Austrália, Liechtenstein apesar
de pequena área territorial tem 1/3 dela cultivada com orgânicos.
A Índia, país com maior número de produtores, Estado Unidos maior consumidor
e a Suíça maior consumo per capita mostram a importância e quanto o mercado
pode crescer.
As culturas mais plantadas são café e cereais com aumento expressivo de 60 %
para o algodão. Bagas silvestres e mel são também importantes.
Acordos de equivalência orgânica entre parceiros comerciais são necessários para
evitar dupla certificação.
Outro aspecto diz respeito à sustentabilidade. Nesse ambiente, em geral movido
por pessoas mais jovens e engajadas em causas ambientais, ganha espaço a questão
da pegada ambiental dos produtos.
Consumidores questionam cada vez mais a composição dos produtos e estão
atentos às informações divulgadas pelos meios de comunicação.
A regionalização dos mercados é uma exigência do produtor a procura de alimentos
mais frescos e com procedência conhecida.
No entanto, o produto orgânico precisa estar nas grandes redes de supermercados
ponto da cadeia, para ter visibilidade, agregar, valor, ter volume, porém essa inserção

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nem sempre é fácil, em razão da burocracia, custos financeiros e mesmo da escala


(volume) de produção exigida.
Existe espaço para os orgânicos em lojas e feiras voltadas para produtos naturais,
mas essa cadeia de inserção pode ser menor do que aquela que tornaria sustentável
e rentável o negócio do produtor.
As estatísticas de crescimento do mercado de orgânicos são animadoras mesmo
com sua sensibilidade a economia mundial cheia de sobressaltos, pois se trata de uma
produção com custo mais alto, ainda se mostra bastante sensível a essas oscilações.
Por último temos a questão das fraudes, pois o consumidor reage muito mal a este
tipo de atitude infelizmente presente na cadeia que desabona totalmente o espírito e
sentido da técnica orgânica.

10.2 Ambiente institucional

O número de países que já contam com algum regulamento governamental para


a produção orgânica passava de 87 em 2018 com certa variação.
O Brasil dispõe de quatro certificadoras (IBD, IMO, ECOCERT e BCS) inseridas em
programas internacionais havendo mais de 100 certificadoras de produtos orgânicos
no planeta, várias delas articuladas no início do ano 2010.

10.3 Tipos de cadeias produtivas

As cadeias de alimentos alternativos buscam inovar o modelo de consumo alimentar


em contraste com o modelo industrial.
O apelo à sustentabilidade criou cadeias redes alternativas descritas como:
AlternativeFood Networks- AFNS, que carregam características de cadeias curtas
onde parcerias entre produtores e consumidores ocorrendo entre os elos, estreita
cooperação social buscando a sustentabilidade sócio-econômica-ambiental num tripé
responsável pela busca de reconectar produção e consumo em sintonia na busca
dessa sustentabilidade procurando também dinamizar os mercados locais e sua
identificação territorial.

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Assim, as cadeias curtas (CC) ou circuitos curtos de comercialização buscam realizar


a venda direta evitando o atravessador ou necessidade de envolver outro elo na cadeia,
o comerciante na figura do supermercado, quitandas e outros comércios.
Dessa maneira, feiras do produtor por bairros ou regiões, cestas semanais ou
diárias entregues em casa, pequenas lojas de produtores individuais ou de conjunto,
venda na propriedade ligada ao agroturismo com importante papel do Senar com
cursos de capacitação, venda institucional para alimentação escolar num claro apoio
governamental, entre outras formas de venda direta.
Com isso o alimento orgânico chega ao consumidor com maior informação do que
na cadeia industrial de hipermercados.
No Brasil apesar de 72% dos consumidores ainda comprarem em cadeias de ciclo
longo, como em hipermercados, as vendas em cadeias curtas representaram, em 2010,
metade do valor total das compras da produção orgânica certificada no mercado brasileiro.
As lojas especializadas são responsáveis por atenderem 42% dos consumidores
enquanto 35% o fazem em feiras do produtor.
Quadro demonstrativo:

Fonte: https://www.google.com/search?q=cadeias+curtas+de+produtos+organicos

Exemplo de tipos de comercialização em cadeias curtas, em geral, regionalmente,


e até mesmo no próprio local de produção.
As feiras orgânicas e agroecológicas, diretamente, são a principal porta de entrada
de agricultores orgânicos/agroecológicos nos mercado locais brasileiros.

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As feiras em número de mais de 600 são espaços educativos e de lazer que permitem
grande interação entre produtores e consumidores, oferecendo maior autonomia dos
agricultores com maior presença em regiões onde a agricultura familiar é mais presente.
Mais recente e comprovando o interesse na sustentabilidade do planeta surgiu uma
nova modalidade no Brasil que são os grupos de consumo responsável (GCR) e grupos
de consumidores conhecidos por CSA – (Comunidade que Sustenta a Agricultura)
que financiam a produção gerando cestas diversificadas para grupos organizados
de consumidores.
Em 2016 havia no Brasil mais de 100 grupos de consumidores organizados para
compras diretas de produtos ecológicos.
Podemos chamar de consumo consciente.
As lojas virtuais de produtos orgânicos/agroecológicos nem sempre representam
uma cadeia curta, mas nas regiões metropolitanas, pela facilidade de compra via
aplicativos de celulares e internet, comodidade nas entregas ao consumidor e com
preços inferiores aos supermercados vem crescendo inclusive com produções dentro
de grandes metrópoles atendendo às exigências da vida moderna.
Aqui se faz importante a certificação para garantir ao consumidor a segurança
alimentar procurada nos produtos orgânicos.
Os Qr-codes para leitura em celulares é importante ferramenta para essa divulgação
e certificação.
Todos esses modelos de comercialização em cadeia curta são importantes, mas
como já mencionamos se faz necessário o fortalecimento do mercado consumidor
e com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) o mercado institucional passou
em 2003 a atender o consumidor coletivo como instituições de assistência social,
hospitais, creches, escolas, numa cadeia curta e segura para o produtor comercializar
pela venda direta ao governo brasileiro.
Assim, os alimentos da agricultura familiar podem ser adquiridos pelo governo
diretamente dos agricultores, associações ou cooperativas de produtores chegando
até a população via entidades de assistência social do governo e nas escolas públicas.
Essas políticas públicas voltadas à segurança alimentar e nutricional se destacaram
na compra de produtos de base ecológica nos últimos anos sendo o Programa de
Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)
os programas de maior apoio aos produtos da agricultura familiar que com certificação
orgânica recebem um prêmio de 30% em relação ao similar da agricultura convencional.

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10.4 Produções Orgânica e Sustentável

Dentro dessa dinâmica de mercado de cadeias curtas e da exigência cada vez maior do
consumidor, podemos elencar os gargalos e desafios da produção orgânica sustentável.
Segundo Riva (2018, p. 44), em Orgânicos: produção sustentável economicamente
viável, capítulo IV são:

10.4.1 Pequena Escala e Sazonalidade de Produção

Em geral, pequenos produtores familiares em pequena escala e com grande


sazonalidade de produção durante o ano.

10.4.2 Qualidade dos Produtos

Essa sazonalidade e também a dificuldade de implantação da técnica orgânica,


dificulta a qualidade dos produtos durante o ano.

10.4.3 Logística

A pouca quantidade gera altos custos de transporte e distribuição mesmo nas


cadeias curtas.
Ainda, segundo Riva (2018, p.44), são necessárias observações em relação ao
comportamento do produtor:

10.4.5 Venda direta ao consumidor

É a forma preferencial do produtor em função dos preços pagos e aceitação da


sazonalidade dos produtos, tanto em variedade e qualidade, feita em feiras livres,
porém não contribuindo nem estabelecendo comercialização uniforme para gerar a
sustentabilidade econômica do negócio rural.

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10.4.6 Selo de certificação orgânica

A demanda aquecida por produtos saudáveis e a falta de fiscalização dos órgãos


competentes, certificadoras o selo de certificação agrega pouco valor ao produto,
diferentemente da venda a um centro varejista ou distribuidor que exige a certificação
legal para proceder a comercialização dos produtos orgânicos em suas lojas forçando
o produtor na busca pela certificação

10.4.7 Fraudes

Devido à demanda aquecida por alimentos orgânicos e com dificuldade de produzir e


entregar a demanda de mercado, o produtor certificado introduz produtos não orgânicos
ou não certificados de terceiros em seu portfolio, maximizando vendas e lucro, mas
em desacordo com as regras da certificação e principalmente da politica e sentido
da agricultura ecológica.
Infelizmente, num cenário de pouca fiscalização dos canais de comercialização
isso já ocorreu prejudicando a imagem da cadeia produtiva e acarretando risco ao
negócio e à credibilidade deste modo sustentável de produção pelo procedimento
ilegal gerando insegurança ao consumidor, diminuição do valor agregado e o não
reconhecimento do selo como garantia de procedência.
O lucro momentâneo não justifica a atitude, devendo o produtor e suas associações
estarem atentos a este tipo de ocorrência.

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AULA 11
CADEIA PRODUTIVA DE SOJA E
MILHO 

11.1 Cadeia da soja Histórico

A cadeia da soja, uma das mais importantes e representativas cadeias do


agronegócio, proporciona ao país desde seu início, mas mais recentemente nos últimos
30 anos, sucessivos crescimento na produção com adoção de tecnologias de ponta,
agricultura de precisão, gps, drones, equipamentos autopropelidos de pulverização,
conseguindo assim com uso de modernas técnicas de plantio como o plantio direto
na palhada diminuir efeitos danosos de uma pecuária do final do século passado que
era extremamente prejudicial ao meio ambiente.
Excessos ainda ocorrem, mas hoje toda a cadeia da soja em seus variados elos
tem uma das mais valorizada cadeia do agronegócio.

11.1.1 Visão sistêmica do agronegócio

O estudo sobre a procedência da soja não é conclusivo apresentando diferentes


versões sobre a origem pelas divergências entre autores e pesquisadores.
De maneira mais incisiva, parece proveniente da Ásia, especialmente na China, que
pelas coincidências encontradas nos registros é a mais correta.
No entanto, quanto a sua introdução no mundo ocidental as divergências são maiores
que as da origem e pouco conclusivas.
A soja chegou ao Brasil, no início do século XX, através das pesquisas do professor
Gustavo Dutra (1892) da Escola de Agronomia da Bahia, proveniente dos Estados
Unidos. Posteriormente à sua pesquisa, o Instituto Agronômico de Campinas (SP)
realizou outras adaptações aprofundando a pesquisa do professor Dutra.
O uso no Brasil foi direcionado para forragens e consumo de animais, nessa época
ainda distante do uso industrial.

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Por volta de 1930, imigrantes japoneses trouxeram sementes na bagagem e iniciaram


o cultivo no interior de São Paulo.
Porém, o primeiro registro de cultivo intenso da soja foi na região Sul, pela similaridade
climática com a origem na região sul dos Estados Unidos mais precisamente no
Estado do Rio Grande do Sul, município de Santa Rosa .
O agronegócio é muito mais do que a produção de alimentos que ocorre dentro
de uma área agrícola.
Envolve também as atividades que ocorrem antes e depois da porteira, como
insumos, equipamentos, o processamento, a transformação, o transporte antes da
transformação e depois, a comercialização em mercados interno ou exportação de
matéria-prima bruta ou processada.
O sistema de informação e dados, os serviços, as operações e as comunicações
entre os elos da cadeia são fundamentais para a gestão e o sucesso da cadeia.
O agronegócio é um sistema onde as partes interligadas formam uma cadeia com
diversos componentes que se relacionam e se tornam algo maior do que separadamente.
Essa visão sistêmica proporciona a devida importância que cada um dos seus
componentes e as suas relações têm, permitindo enxergar como e onde as mudanças
de um componente são necessárias ou podem afetar o todo, a cadeia, assim como
o funcionamento, principalmente em estratégias competitivas, são importantes para
as tomadas de decisão.

11.2 Elos da cadeia da soja brasileira: Atores do sistema

11.2.1 Fornecedores de insumos e bens de produção

Aqui estão inseridos os produtores de fertilizantes, inoculantes, sementes, agrotóxicos,


pneus, tratores e outros insumos de produção.

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11.2.2 Produção agropecuária; é usar a terra para produção de


commodities

11.2.3 Processamento e transformação

Indústrias de processamento do grão para extração principalmente de óleos e


subprodutos alimentícios assim como o farelo que é comercializado para raçoes ou
exportado como farelo.

11.2.4 Distribuição e consumo

Essa parte, em geral, está a cargo de grandes redes ou lojas que comercializam,
óleo, proteínas, texturizada, lecitinas.

11.2.5 Serviços de apoio

Órgãos de governo ou de classe como sindicatos, CNA confederação nacional de


agricultura, SEBRAE, SENAR, cooperativas e associações.

11.2.6 Insumos

Insumos utilizados na indústria de processamento com embalagens.

11.2.7 Produção

Produção de produtos originários da extração de óleo que no refino sofre outra


transformação, Lecitina, Proteínas.

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11.2.8 Comercialização

Redes de varejos e exportação.

11.2.9 Processamento, serviços, embalagem e distribuição.

Transformação e uso de derivados da soja em mais de 300 alimentos.

11.2.10 Consumo: o consumo tanto de produtos alimentícios,


como óleo e outros derivadas tem aumentado mundialmente
em função de uma demanda de alimentos cada vez maior e uma
população avida por proteína vegetal de boa qualidade e a preço
acessível

A indústria de carnes a nível mundial tem no farelo de soja para produção de ração
um dos itens mais importantes para essa cadeia tão importante agregada a da soja.
Óleos de altíssima qualidade e saudáveis para o ser humano.

Fonte: https://image.slidesharecdn.com/cadeiasoja-160520195847/95/cadeia-produtiva-da-
soja-12-638.jpg?cb=1463774393

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Nas partes envolvidas existem separações, mas há momentos em que as partes


individuais se agrupam interagindo em algum instante utilizando a visão sistêmica e
as relações institucionais e organizacionais para o sucesso da cadeia.

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/8845621/26/images/4/Vis%C3%A3o+Sist%C3%AAmica+Prof.+Dr.+Jairo+Alfredo+Genz+Bolter.jpg

11.3 Ambientes

Na cadeia produtiva do agronegócio o relacionamento entre os atores da cadeia


produtiva está sujeito a influências de dois ambientes, o ambiente institucional e o
ambiente organizacional.
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11.3.1 O ambiente institucional

É o conjunto de leis ambientais, trabalhistas, tributárias e comerciais, normas


e padrões de comercialização que representam os instrumentos que regulam as
transações comerciais e trabalhistas no setor.

Fonte:https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4502599/mod_
resource/content/2/Aula_Cadeia.pdf

11.3.2 O ambiente organizacional é estruturado por entidades


que exercem influência sobre a cadeia produtiva, tais como,
agências de fiscalização ambiental, agências de créditos,
universidades, centros de pesquisa e agências credenciadoras

11.4 Aspectos conjunturais da cadeia da soja

Nesta safra ocorreu crescimento de 2,7% na área plantada da soja brasileira, em


relação à safra 2019 atingindo 36 milhões de hectares.
A forte liquidez que soja vem apresentando na sua comercialização, no comportamento
atual do câmbio e na pandemia do coronavírus com suas repercussões nas cotações
da oleaginosa fez com que a soja se expandisse.
A produção brasileira nesta safra deverá atingir 120 milhões de toneladas,
representando aumento de 4,7%, em relação a safra de 2019.

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11.4 Regiões produtoras

11.4.1 Norte-Nordeste

11.4.2 Centro-Oeste

11.4.3 Sudeste

11.4.4 Sul

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AULA 12
ASPECTOS CONJUNTURAIS DA
CADEIA DA SOJA, COMOMODITY

São consideradas commodities as mercadorias primárias não manufaturadas,


ou parcialmente manufaturadas, de grande exposição no mercado internacional,
normalmente agrícola ou mineral, de grande importância econômica internacional
sendo negociada entre importadores e exportadores através de bolsas de valores de
mercados abertos especificamente para negociar esse tipo de produto.
Produzidos em grandes escalas e sua comercialização, com padrão de qualidade
reconhecido mundialmente.
A soja é uma das principais commodities produzidas mundialmente fazendo parte
do conjunto de atividades agrícolas com maior destaque no mercado mundial.
O mercado da soja é dividido em países produtores-exportadores e países
consumidores-importadores, tendo uma importância considerável na economia
globalizada.
A sua demanda ou produção assim como outras commodities são reféns da lei da
oferta e procura tendo seus preços diretamente ligados à oferta e a demanda.
Assim, a produção é estimulada ou desestimulada de acordo com o preço.
Se o preço de algum produto estiver alto, diversos produtores passam a produzir
gerando estoques que podem derrubar o preço caso a demanda não requeira todo
o produto.
Com isso muitos produtores deixam de produzir a referida comoditie, com isso
denominada de comodities cíclicas.

12.1 Produção mundial da soja

A produção mundial está concentrada em poucos países, mais especificamente


Estados Unidos, Brasil e Argentina sendo responsáveis por 82% da soja produzida sendo
que, China, Índia, Paraguai e Canadá completam 95% da soja produzida no mundo.

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Além de principal oleaginosa cultivada no mundo, a soja faz parte do conjunto de


atividades agrícolas de maior destaque no mercado mundial.

Fonte: http://sistemafamato.org.br/portal/arquivos/03072015033509.pdf

A estimativa para a produção de soja no Brasil, na safra 201/21 foi mantida e


projetada em 131 milhões de toneladas.
O Brasil, assim, continua na liderança na oferta mundial com Estados Unidos e a
Argentina em seguida.

Fonte: https://www.fiesp.com.br/indices-pesquisas-e-publicacoes/safra-mundial-de-soja

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12.2. Consumo e estoques

Estima-se o consumo projetado em 361,7 milhões de toneladas, um aumento de


3,8% em relação à safra passada.
Os estoques devem ficar ligeiramente menores em relação ao registrado na safra
2019/20, totalizando 96,3 milhões de toneladas (-2,9%) estoque esse referente à 26,6%
da demanda mundial.
O consumo mundial foi revisado para cima nos levantamentos de estoques que
mostram os volumes de passagem indicando leve aumento de 0,3% pela alta demanda
de China e Estados Unidos.
A demanda chinesa foi estimada em 111,9 milhões de tns, crescimento de 0,4%
em relação ao levantamento anterior.
A demanda Norte-americana foi projetada em 62,0 milhões de toneladas, 0,7%
maior que a estimativa anterior.
O aumento decorre de uma previsão de maior esmagamento da oleaginosa, em
função do aumento no uso americano de farelo de soja.

Fonte: https://www.fiesp.com.br/indices-pesquisas-e-publicacoes/safra-mundial-de-soja

12.3 Exportações

As exportações de soja dos EUA para 2019/20 foram revisadas para baixo em relação
ao mês de maio de 2020, caindo de 45,6 milhões para 44,9 milhões de toneladas,
devido a maior concorrência com a América do Sul.

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Com isso, as vendas externas da oleaginosa devem ser 24,2% maiores em 2020/21.
Na safra 2019/20, as exportações de soja cresceram um milhão de toneladas
na Argentina e Brasil, sendo embasado no ritmo recente dos embarques, reflexo do
aumento das compras de soja pela China.
Já para a safra 2020/21, Brasil deve ter queda de 2,4% nos embarques e Argentina,
redução de 27,8%.

Fonte: https://www.fiesp.com.br/indices-pesquisas-e-publicacoes/safra-mundial-de-soja

12.4 Estoques mundiais

Os estoques mundiais registraram uma queda de 2,1% na comparação com o


levantamento anterior em maio de 2020.
Essa queda de estoques foi influenciada, principalmente, pela estimativa de redução
nos estoques da Argentina, -5,1%, do Brasil -3,4% e dos EUA, 2,4%, no mesmo comparativo.
Os menores volumes se dão em função das revisões dos balanços 2019/20, que
registraram um desempenho menor do que o previsto anteriormente.
O estoque de soja da China teve aumento de 1,9% em relação ao relatório de maio
e foi projetado em 27,7 milhões de toneladas.
O volume de estoques, se confirmado, será 5,7% maior que o da safra 2019/20.

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Fonte: https://www.fiesp.com.br/indices-pesquisas-e-publicacoes/safra-mundial-de-soja

12.5 Aspectos socioeconômicos e ambientais

A soja há muitos anos tornou-se a cultura agrícola de maior expressão no Brasil.


Entre os principais fatores que fizeram à expansão da cultura no Brasil,
podemos destacar:

12.5.1Cotaçao do produto

Sucessivas altas da cotação da soja no mercado internacional, a partir de meados


dos anos 1970, tornaram o produto competitivo na exportação, como commodity.

12.5.2 Mecanização agrícola

Todas as etapas de preparo, plantio e tratos fitossanitários são altamente


mecanizados e com grandes empresas desenvolvendo tecnologias inclusive tecnologias
embarcadas para um melhor resultado dos trabalhos.

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12.5.3 Rede de pesquisa

Ampla rede de pesquisa que teve início com as novas variedades através de genética
de ponta e pesquisas para diminuição das pragas e uso de pesticidas.

12.5.4 Mudanças alimentares

Com a crescente procura por alimentos mais saudáveis ocorreu à troca da gordura
animal pela vegetal, os óleos de soja.

12.5.6 Alimentação animal

O crescimento das cadeias de suínos e aves elevou a demanda por farelo de soja
na ração para a produção alimentos.

12.5.7 Incentivos governamentais

A estrutura organizacional da cadeia da soja criou políticas de financiamentos e


de incentivo à produção, principalmente o crédito agrícola.

12.5.8 Suprimentos de insumos

Eficiente rede privada no suprimento de insumos, elo antes da porteira, mas de


extrema importância pela brevidade das operações de plantio e cuidados sanitários.
, corretivos, inoculantes (rizobiun), fertilizantes e agroquímicos.

12.5.9 Empreendedorismo agrícola

Ambiente organizacional altamente estruturado com agricultores empreendedores


competentes e com alta capacidade gerencial.

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Na região Sul, o sistema cooperativista dinâmico e eficiente apoiou a produção,


processamento e comercialização.
Também, a semelhança climática em relação aos Estados Unidos favoreceu a
transferência de materiais genéticos e de sistemas de produção similares aos
americanos facilitando aí sua adaptação.
Somados aqui, logística de transporte, armazenagem e comunicação facilitaram
as exportações.
Na região Centro-Oeste primeira região de fronteira agrícola da soja, destaca-se o
baixo valor das terras nos cerrados, regime pluviométrico regular e favorável aos cultivos
de primavera/verão, topografia adequada à mecanização e programas governamentais
para abertura de novas áreas para a produção agrícola.

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CADEIAS PRODUTIVAS: CAFÉ, SOJA,
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AULA 13
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

A Organização das Nações Unidas (ONU) define desenvolvimento sustentável


como o desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual
evitando comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas
próprias necessidades.
Assim, tanto no presente quanto no futuro é possível para os cidadãos atingirem
um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e
cultural, utilizando razoavelmente os recursos da terra e preservando a biodiversidade
e os habitats naturais.
Embora a sustentabilidade devesse ser um fundamento da agropecuária, desde os
primeiros tempos, esta não foi à regra de existência da produção agropecuária brasileira.
Entretanto, a conscientização da sociedade global, traduziu-se em imposições de
mercado e em tratados internacionais, impondo que, a produção agropecuária seja
lastreada no tripé da sustentabilidade, sócio-econômico-ambiental.
O aspecto econômico é crucial para as cadeias de produção e está mais estruturado,
entretanto, as outras partes, social e ambiental, ainda se encontram em construção e farão
toda a diferença no comércio internacional de produtos agrícolas e no complexo xadrez
da geopolítica cada vez mais num mundo globalizado e ávido por produtos sustentáveis.
Dessa maneira, podemos descrever o início da soja como um tanto desordenado
e com baixa sustentabilidade ambiental inclusive com uso de fogo como início do
preparo de novas áreas prática condenável não só pelas leis do ambiente institucional,
mas abominável do aspecto antropológico.
Assim, práticas erradas ou de uso discutíveis influíram na erosão do solo, uso
excessivo de agrotóxicos, utilização inadequada de fertilizantes, contaminação do solo
e assoreamento de rios, lagos e açudes, intoxicação de manipuladores e aplicadores de
agrotóxicos com consequências desastrosas ao meio ambiente e a sustentabilidade
socioeconômica da cultura e da região onde ela estava inserida.
Enquanto o fôlego econômico foi favorável, a produção de soja cresceu 56 vezes
em vinte anos com taxas de 22% ao ano.

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13.1 Quebrando paradigmas da produção tradicional

Em 1980 em busca de novos patamares de produtividade e sustentabilidade


ambiental e socioeconômica, ocorre uma revolução no cultivo da soja, com adoção
de tecnologias modernas e sustentáveis como:

13.1.1 Plantio direto

Plantios sem aração e gradagem ou com cultivo mínimo na introdução da técnica.

13.1.2 Cultivares adequadas às condições brasileiras

As pesquisas científicas criaram cultivares que se desenvolveram bem nos solos


brasileiros sendo específicas para cada região de cultivo.

131.3 Fertilidade dos solos


Correções dos índices nutricionais do solo e adubação correta
das lavouras

13.1.4 Fixação biológica de nitrogênio

Através de bactérias simbiônticas que captam o nitrogênio do ar e a fixam em nódulos


através da ação do rizobiun, bactéria que faz a simbiose com o sistema radicular.

13.1.5 Manejo de pragas da soja

Pesquisa e desenvolvimento de boas práticas agrícolas, variedades resistentes


e agrotóxicos mais eficientes e com menor toxicidade ao homem e meio ambiente.

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13.1.6 Manejo de plantas daninhas, aparecimento de material


genéticos transgênicos dominando os cultivos com aplicação de
um único tipo de herbicidas seletivo à cultura

13.1.7 Mecanização agrícola

Equipamentos cada vez maiores para melhorar rendimento e otimizar plantio e


trator fitossanitários no momento certo, Justin time.

13.1.8 Integração lavoura, pecuária e florestas

A criação de sistemas de cultivo onde se integram lavoura; soja, milho, milheto


com florestas e a pecuária para usar as áreas de plantio quando estas estiverem com
milheto e ou brachiaria no período de entressafra.

13.2 Avanços ambientais

Leis florestais, implantação de reservas e áreas de proteção, bem como o mais


importante de tudo, o uso de sistema de plantio direto e plantio em áreas de pastagens
degradadas dando um alívio na pressão de desmatamento.
A sustentabilidade da adoção destas técnicas trouxe avanços ambientais como:

13.2.1 Conservação dos solos

Modernas técnicas de plantio com o cultivo mínimo ou plantio direto na palhada


de culturas anteriores ou de culturas plantadas especificamente para esse fim,
proporcionaram que os solos não fossem revolvidos, evitando-se assim, as erosões em
todas as suas fases; laminar, sulco, voçorocas, diminuindo ou zerando o assoreamento
de mananciais hídricos de toda espécie, rios, lagos, açudes.

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13.2.2 Sequestro de carbono

O manejo adequado do solo e da vegetação deve ter como premissa básica a utilização
de métodos com o mínimo revolvimento do solo, assim como os sistemas de rotação/
sucessão de culturas que incluam plantas com alta produção de resíduos vegetais
(palhadas) e ainda plantas capazes de acumular nutrientes no solo, como a implantação
de leguminosas nos sistemas de produção, pela adoção da prática de plantio direto
sobre as palhadas soja, milho ou culturas próprias para a produção de massa.
No sistema de pastagem ou integração, lavoura, pecuária, floresta (sistema LPF),
deve-se realizar manejo adequado do solo e da forrageira, com intuito de sequestrar
C no solo e, por conseguinte, reduzir as emissões de GEE (gases do efeito estufa)
para a atmosfera.
Preservar as vegetações remanescentes bem como realizar plantios de
reflorestamento em larga escala, ou no sistema LPF, pois nesses ambientes estão
as maiores quantidades de C sequestradas no sistema solo-planta.

13.2.3 Uso de Nitrogênio

A eliminação ou uso mínimo de nitrogênio de fertilizantes químicos diminuiu


drasticamente a contaminação dos solos e dos lençóis freáticos, contribuindo para
a sustentabilidade.

13.2.4 Agrotóxicos

A observação dos ambientes institucionais levaram ao uso correto dos pesticidas


que passaram a ser mais controlados, aplicados de maneira correta com doses certas
e com proteção ao aplicador, adoção de Equipamentos de proteção individual, EPIs.

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13.2.5 Taxa de desmatamento

A elevação de produção por área; produtividade diminui a necessidade de abertura de


novas áreas com forte diminuição do desmatamento apesar de atividades antrópicas
feitas pelo homem ainda causam desmatamento e incêndios florestais.

13.3 Avanços sociais

13.3.1 Interiorização do desenvolvimento e dinamização das


cadeias produtivas

13.3.2 Atenuação dos fluxos migratórios rumo às megalópoles

13.3.3 Criação de fortes polos regionais

13.3.4 Geração de empregos mais de 2 milhões de empregos


diretos e igual número em indiretos

13.3.5 Modernização das relações trabalhistas

Treinamento, capacitação e valorização do trabalhador e de sua família com forte


ações do sistema S, Senar e Sebrae.

13.4 Avanços econômicos

O valor da produção primária é muito alto com cadeias produtivas dinâmicas,


modernas e sofisticadas que agregam valor em outras cadeias como da carne bovina
e suína e aves assim como ovos e outros alimentos. São cerca de 500 alimentos e
outros produtos não alimentares, em que a soja esta presente em sua composição.

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Os últimos trinta anos foram marcados por duas grandes mudanças na cadeia
da soja.
A primeira ocorreu nos sistemas de produção que passaram a lastrear-se em
tecnologias sustentáveis, minimizando os impactos ambientais.
A segunda mudança foi a profissionalização da gestão da propriedade agrícola,
associada com legislação mais rígida e fiscalização mais intensa, melhorias sensíveis
foram observadas na condição do trabalhador.
A melhor governança também agregou valor na cadeia maximizando os lucros
do sojicultor.
E as duas mudanças propiciaram enormes ganhos de sustentabilidade para o Brasil,
associados com um potente surto de desenvolvimento social e econômico.

13.5 Cadeia de valor da soja

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13.6 Cadeias integradas Soja e milho

Fonte: https://image.slidesharecdn.com/gestodoagronegcio-ahoraeavezdosadministradores-110930130117-phpapp01/95/gesto-do-agronegcio-a-hora-e-a-vez-
dos-administradores-19-728.jpg?cb=1317387799

13.7 Destinos da soja brasileira

Fonte: https://www.google.com/search?q=destinos+e+usos+da+soja+brasileira

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AULA 14
CADEIA PRODUTIVA DO MILHO:
HISTÓRICO

Os primeiros registros do cultivo do milho no planeta são de mais de 7.300 anos


no golfo do México em pequenas ilhas próximas do México.
O milho é uma das gramíneas mais cultivadas no mundo e seu nome significa
sustento da vida, nome este de origem caribenha.
Durante séculos o milho foi e ainda é responsável pela base alimentar de muitos
povos e civilizações como os Olmecas, Maias, Astecas e Incas que reverenciavam o
nobre cereal tanto na arte como na religião.
Na América do sul este cereal utilizado em mais de 3500 alimentos já tem relatos
há mais de 4000 anos.
Até hoje comunidades mantêm o hábito de trocar sementes de milho apesar de
no agronegócio materiais híbridos serem cada vez mais produtivos e adaptados com
técnicas extremamente modernas de plantio inclusive com processos transgênicos
para combater sua principal praga, a lagarta que come suas folhas.
No tempo das navegações do século XVI e com início do processo de colonização
da América, a cultura se expandiu para outras partes do mundo sendo hoje cultivado
e consumido em todos os continentes, sua produção só perdia para a do trigo e do
arroz recentemente ultrapassados pelo milho com mais de 1 bilhão de toneladas
produzidas mundialmente.
Com vasto material genético, banco de germoplasma para os cientistas e sementes
crioulas para grupos conservacionistas o milho era cultivado por todos os povos indígenas
sendo que cada etnia tinha um tipo de milho na sua dieta e também rituais religiosos.
Cada um a sua maneira e tradição tem um tipo de milho na sua dieta, assim os
povos Tupi utilizam o milho branco, os Xavante e Caiapó o vermelho e preto.
Os índios brasileiros, principalmente os guaranis, tinham o milho como o principal
ingrediente de sua dieta, como farinhas, tapiocas, mingaus azedos, beiju e outros.

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O consumo tem forte incremento com a colonização portuguesa com novos produtos
à base de milho incorporados aos hábitos alimentares dos brasileiros com o passar
das gerações.
Isso ocorreu quando os primeiros europeus descobriram sua existência depois
que exploradores falavam do grão que os nativos chamavam de milho, de bom sabor
quando cozido, seco ou como farinha.
Na América o milho é conhecido por diferentes nomes como, choclo, jojoto, corn,
maíz, elote.
Ocorrem diferenças no milho não só na cor, mas na forma do grão, como o dentado,
quanto a sua dureza; o duro, o macio ou farinhoso, ao paladar, como o doce e ao
muito apreciado milho pipoca.

Fonte: https://encryptedtbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcQMvrmE406Ia5udpQnzj7IcWE9wD61Ben07Sw&usqp=CAU
Fonte: https://agronegociointerior.com.br/wp-content/uploads/2016/05/milho-transg%C3%AAnico.jpg

Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcSwMJuOQGXzQiv1Q6cEUD-vyHq2DdRKLJhqOQ&usqp=CAU
Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcS6S56ek-EdAvpSxpceIxhl--W_aPrBjVyXWg&usqp=CAU

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Como nas fotos acima existem aproximadamente 150 espécies de milho, com
grande diversidade de cor e formato dos grãos.
Além de suas virtudes alimentícias podendo ser transformado em farinhas, flocos,
pastas e cangica o milho tem uso como ingrediente básico para diversos processos
industriais como amido, azeite, proteínas, bebidas alcoólicas, edulcorantes alimentícios
e biocombustível.
Apesar do consumo como alimento humano estar crescendo no Brasil, ainda está
longe de ser comparado a países como México, Caribe e Estados Unidos.

14.1 Visões sistêmica do agronegócio Milho

O milho é o principal cereal produzido no mundo é consumido de forma in natura


ou em produtos industrializados, como rações, xaropes, farinhas etc.
No Brasil o mercado é controlado pela oferta e demanda doméstica com pouca
competitividade na exportação, porém refém de preços internacionais.
O milho no Brasil tem forte ligação com outras cadeias, como da soja na casadinha
safra e segunda safra (safrinha), na indústria de rações um como energético (milho)
outro como proteico de soja e diretamente nas cadeias de carne suína, avicultura de
corte e postura de ovos sendo que 75% da produção é usada na alimentação animal.
Apesar de atender a demanda doméstica, o milho agrega valor nas cadeias produtivas
de aves e suínos que têm uma posição de alta competitividade no mercado mundial.
Dessa maneira, a cadeia produtiva do milho é representada por um conjunto de
atividades que asseguram a produção, a colheita e transformação de seus derivados
e associações com outros produtos para atingir a fase de consumo.
O agronegócio do milho comoditie é muito importante, esse é muito mais do que a
produção de grãos que ocorre dentro de uma área agrícola.
Assim como na cadeia da soja há as atividades que ocorrem antes e depois da
porteira, como insumos; fertilizantes, sementes, equipamentos, o processamento, a
transformação, o transporte antes da transformação um dos gargalos assim como
a questão de depósitos e depois, a comercialização no mercado interno na forma de
grãos, óleos e principalmente com ração .
O sistema de informação e dados, os serviços, as operações e as comunicações
entre os elos da cadeia são fundamentais para a gestão e o sucesso da cadeia.

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O agronegócio é um sistema onde as partes interligadas formam uma cadeia com


diversos componentes que se relacionam entre si e no caso do milho é de extrema
importância para o milho a possibilidade da segunda safra logo após a soja aproveitando
da fertilidade do pós-soja para produzir em algumas regiões altamente tecnificadas e
com clima favorável até mais que na safra ou safra de verão tornando essa dobradinha
algo muito maior do que separadamente.
Essa visão sistêmica proporciona a devida importância que cada um dos seus
componentes e as suas relações têm, permitindo enxergar como e onde as mudanças
de um componente são necessárias ou podem afetar o todo, a cadeia, assim como
o funcionamento, principalmente em estratégias competitivas e onde essas cadeias
podem se auto ajudar, pois em muitas ocasiões os atores são os mesmos, ou seja , o
plantador de soja no verão faz a segunda safra com milho, portanto o entrelaçamento
e sintonia das cadeias são importantes para as tomadas de decisão.
Do mesmo modo esmagadoras de soja podem e fazem o esmagamento de milho
apesar de o óleo de milho não ter um consumo tão elevado como o de soja.

14.2 Elos da cadeia do milho: atores da cadeia do milho

14.2.1 Fornecedores de insumos e bens de produção

Aqui estão inseridos os produtores de fertilizantes, sementes geneticamente


modificadas onde a grande quantidade de tecnologia numa semente praticamente
determina o sucesso ou fracasso, agrotóxicos, pneus, tratores e outros insumos
de produção.

14.2.2 Produção agropecuária:

Tanto na safra de verão como na segunda safra, antiga safrinha, o uso de plantio
direto na palhada revolucionou a cultura do milho.

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14.2.3 Processamento e transformação

Indústrias de processamento do grão para extração, principalmente para produtos


alimentícios e sua maioria como grão para rações.

14.2.4 Distribuição e consumo

Aqui a demanda por rações prontas ou produzidas nas unidades produtoras das
cadeias de carne suína e avícola de corte e postura, determinam a distribuição podendo
ser regional ou se deslocando a grandes distâncias saindo de Mato grosso do sul e
chegando em São Paulo.

14.2.5 Serviços de apoio

Órgãos de governo ou de classe como sindicatos, CNA confederação nacional de


agricultura, SEBRAE, SENAR, cooperativas, associações em geral a mesma rede de
apoio da soja estando quase sempre unidas ou em sequência.

14.2.6 Insumos

Insumos utilizados na indústria de processamento com embalagens.

14.2.7 Produção

Produção de raçoes em indústrias para uso animal e de produtos alimentícios.

14.2.8 Comercialização

Redes de varejos e exportação.

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14.2.9 Processamento, serviços, embalagem e distribuição.

Transformação e uso de derivados do milho em mais de 3500 alimentos, apesar


do brasileiro não consumir tanto milho como no caso da panificação feita quase toda
com trigo.

14.2.10 Consumo

Em sua grande maioria na alimentação animal.


Cadeia do milho; Visão sistêmica

Fonte: https://www.google.com/search?q=cadeia+produtiva+do+milho

14.3 Ambientes

Na cadeia produtiva do agronegócio o


relacionamento entre os atores da cadeia
produtiva está sujeito a influências de dois
ambientes, o ambiente institucional e o
ambiente organizacional.

14.3.1 O ambiente institucional

É o conjunto de leis ambientais,


Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/8845621/26/images/4/
trabalhistas, tributárias e comerciais, Vis%C3%A3o+Sist%C3%AAmica+Prof.+Dr.+Jairo+Alfredo+Genz+Bolter.jpg

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normas e padrões de comercialização que representam os instrumentos que regulam


as transações comerciais e trabalhistas no setor.
O ambiente institucional da cadeia produtiva do milho no Brasil é de responsabilidade
da câmara setorial do Milho e Sorgo sendoa principal responsável por promover
alterações no ambiente institucional.
A cadeia do milho, diferente da soja, é formada por um grupo mais heterogêneo de
produtores em alguns casos por tradição e outros só para consumo, mas que alteram
a oferta e demanda.
Assim, os principais temas a serem trabalhados na cadeia produtiva são: assistência
técnica, defesa agropecuária, crédito e seguro, governança da cadeia, gestão de
qualidade, comercialização e legislação. O milho, diferente da soja, é uma cultura mais
sujeita ao clima e com extremos de uso de tecnologia, desde roças de subsistência
até agronegócio com alta tecnologia.

Fonte: https://tinyurl.com/yclpz2nb

A flexibilização da lei 8666 teve o intuito de facilitar as licitações e dar agilidade


à pesquisa com o cereal, adaptar a legislação trabalhista à realidade rural, buscar
harmonizar a cobrança de ICMS entre os estados e combate à tributação de créditos
acumulados ao longo da cadeia de um mesmo produto (bi-tributaçao).
Na comercialização a estratégica da Câmara setorial é a de garantir e cobrar as
políticas já existentes como Programa Nacional de Preços Mínimos (PNPM), mas
que pouco funciona; e desburocratizar os leilões reduzindo os prazos de pagamento
dos prêmios concedidos pela qualidade. Criar novos instrumentos de auxílio à
comercialização incentivando-a em bolsa de mercados futuros, padronizando contratos

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de comercialização e buscando aceitação de


importação do milho brasileiro.
A Instrução Normativa nº 60/2011 define os
Padrões Oficiais de Classificação (POC) do milho
diretamente à alimentação humana importante
para compras do governo e da importação,
principalmente com relação à umidade.
Essa normativa classifica o grão de milho
Fonte: https://www.google.com/
search?q=milharal+de+alta+tecnologia
em grupos, classes e tipos de acordo com seu
formato e consistência.

Fonte: https://www.google.com/search?q=foto+de+um+grao+de+milho

Fonte: https://www.google.com/search?q=germen+do+milho

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O milho duro, farináceos e dentados na relação de endosperma vítreo, endosperma


farináceo, semiduro misturado.
Com relação às classes, os grãos de milho classificam-se de acordo com a coloração,
amarela, branca, cores e misturada, constituída de milho que não se enquadra em
nenhuma das classes anteriores.

Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4502599/mod_resource/content/2/Aula_Cadeia.pdf

14.3.2 Ambiente organizacional

14.3.2.1 Políticas Públicas

As linhas de créditos e programas federais e estaduais. As linhas de crédito do


governo federal relacionadas com a cadeia produtiva do milho estão ligadas ao
Plano Agrícola e Pecuário (PAP), lançado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA) e Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(PRONAF), programa do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA).

14.3.2.2 Cooperativas e órgãos de classe

14.3.2.3 Universidades

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14.3.2.4 Centros de pesquisa

14.4 Aspectos conjunturais da cadeia da soja

A produção do milho primeira safra em 2019/2020 será 25,3 milhões de t, 1,5%


inferior à safra passada.
O milho segunda safra, antiga safrinha, que é plantado no pós-soja, deverá alcançar
produção de 75,9 milhões de t, em área de 13,8 milhões de ha, 7% de crescimento.
O milho de segunda safra aumentou de acordo com aumento da área de soja
cultivada em função do binômio soja /milho .
Para o milho terceira safra, restrito a poucas áreas deverá alcançar uma produção
de 1,17 milhão de t, com uma área plantada de 511,2 mil ha.
O total da produção deverá ser de 102,3 milhões de t com área de 18,5 milhões de
ha. O Brasil é o segundo maior exportador mundial de milho, perdendo apenas para
os Estados Unidos.
Nosso produto é reconhecido por sua boa qualidade e por garantir o abastecimento
em vários países durante a entressafra dos EUA.
O Brasil exporta principalmente para o Vietnã, Irá, Coreia do Sul, Japão, Taiwan,
Egito e Malásia.


14.5 Regiões produtoras

Basicamente as regiões produtoras de soja com destaque estão nas regiões sul
e centro oeste.

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AULA 15
PRODUÇÃO DE MILHO

15.1 Produção de milho no mundo

De acordo com a USDA, órgão do governo americano que realiza levantamentos


de safra a níveis mundiais, em abril de 2020 os dados esperados de produção de
milho no mundo e entre os principais produtores países na safra 2019/20 tiveram
uma queda nas previsões.
Em relação à safra 2018/19 a expectativa é de queda em torno de 10,0 milhões de
toneladas ou algo próximo de 1,0% .
Na tabela abaixo pode-se comparar as variações e os maiores produtores do cereal.

Fonte: http://www.farmnews.com.br/mercado/maiores-paises-produtores-de-milho/

O mundo na safra 2019/20 deve produzir 1,11 bilhão de toneladas, o que, se


confirmado, representará uma queda de quase 1,0% frente à produção da safra 2018/19
tendo como principal responsável pela queda na expectativa de produção os Estados
Unidos, cuja produção do cereal deve de 4,5% menor em relação à safra passada,
caindo de 365,26 em 2018/19 para 347,78 milhões de toneladas na safra 2019/20.
Ao contrário, a China, segundo maior produtor de milho, teve aumento de 1,5 %na
safra 2019/2020.
No Brasil apesar de alcançar o terceiro posto de produtor mundial do cereal ocorrerá
estabilidade de produção, pois a revisão de abril segue a mesma de março (101,0
milhões de toneladas), o mesmo da safra 2018/19.

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Vale destacar que os Estados Unidos e a China produzem mais de 50% do total de
milho ou seja 54,6% ou 608,5 milhões de toneladas do cereal.
E se juntarmos ao Brasil a participação dos três países, sobe para 63,8% ou 709,5
milhões de toneladas.

15.2 Os maiores produtores de milho no Brasil

Dos maiores municípios produtores de milho quatorze são do Paraná, oito de


Goiás, seis de Mato Grosso do Sul, seis de Mato Grosso, seis de Minas Gerais, três
de São Paulo, três da Bahia, dois de Santa Catarina, um do Rio Grande do Sul e um
do Distrito Federal.
Esses municípios respondem por 21,7% da produção total do Brasil.
Os cinco municípios maiores produtores corresponderam a 4,3% da produção total
brasileira e os 10 maiores, a 7,2% .
Os 14 municípios do Paraná correspondem a apenas 19,7% do total estadual,
revelando uma ampla dispersão da cultura neste Estado.
Mais concentrada em Mato Grosso, onde seis municípios participaram com 52,9%
do total estadual, e em Mato Grosso do Sul, também com seis municípios contribuindo
com 52,9% da produção estadual estes dois estados têm na produção do milho segunda
safra, pós-soja ou antigo safrinha sua maior expressão.
Os paulistas e mineiros participaram, respectivamente, com apenas 11,0% e 18,6%
do total de cada Estado.

15.3 Área plantada


de milho

A tabela mostra que com


tecnologia, como sementes
melhoradas e tecnologias
de plantio na palha, o milho
de segunda safra ou antiga
safrinha tornou-se importante
Fonte: Conab

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aliado do agronegócio pelo binômio soja-milho, plantados em sequência onde o milho


aproveita a fertilidade deixada pela fixação simbiôntica do rizobiun nas raízes da soja

Fonte: https://sidra.ibge.gov.br/tabela/839#resultado

15.4 Quantidade produzida em toneladas

Fonte: https://sidra.ibge.gov.br/tabela/839#resultado

O país deve produzir em 2020 251,9 milhões de toneladas de grãos, em razão das
boas condições climáticas em todas as regiões e do aumento das áreas de soja e milho.
O milho de primeira e segunda safra deverá alcançar mais de 100 milhões de
toneladas, com crescimento de 0,4% a mais que a safra passada, impulsionado pelas
cotações do cereal no mercado internacional devido à quebra de safra nos EUA.

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A estimativa de área de primeira safra (verão) é de 4,23 milhões de hectares, 3,2%


maior que o da safra 2018/19.
Na segunda safra o plantio começa em janeiro e segue ocupando o espaço deixado
pela colheita de soja, o crescimento deve alcançar 2,1% de aumento da área, pela
rentabilidade produtiva e as condições climáticas favoráveis.
A terceira safra está estimada em 1,2 milhão de toneladas.

15.5. Consumo e estoques

A produção de milho em 20/21 a nível mundial deve alcançar um recorde de 1.188,5


milhões de toneladas, crescimento de 6,7% em relação à safra anterior.

Fonte: https://www.fiesp.com.br/indices-pesquisas-e-publicacoes/safra-mundial-de-milho

Os Estados Unidos são o maior produtor e consumidor com 321,3 milhões de


consumo. Muito presente na alimentação cotidiana do norte-americano.
A China vem aumentando o consumo com 276 milhões de toneladas, crescimento
de 0,4 %.

15.6 Exportações

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Os EUA devem exportar 54,6 milhões de toneladas, aumento de 21,1 % enquanto


Argentina também deve crescer e Brasil deve ter leve redução.

Fonte: https://www.fiesp.com.br/indices-pesquisas-e-publicacoes/safra-mundial-de-milho

15.7 Estoques mundiais

Os estoques caíram na grande maioria dos países, apenas Brasil que houve elevação
de 17%.

Fonte: https://www.fiesp.com.br/indices-pesquisas-e-publicacoes/safra-mundial-de-milho

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15.8 Aspectos socioeconômicos e ambientais

O milho segunda commoditie há muito deixou de ser uma plantação artesanal,


de roçado, cultura intercalar para ser atividade principal no verão, milho safra, mas
principalmente no binômio soja-milho.
É tradição na culinária brasileira com pratos como a pamonha, o curau, o mingau
e a pipoca .
No início de seu cultivo, o milho era utilizado apenas para a subsistência humana.
Com o passar do tempo ganhou importância e transformou-se no principal insumo
para a produção de ração para aves e suínos, além de sua importância estratégica
para a segurança alimentar do brasileiro.

15.9 Fatores positivos da cadeia do milho

Os fatores que impulsionaram a cultura do milho foram a expansão da soja para


o cerrado, novas tecnologias de cultivo e melhoria no cenário de preços a nível Brasil
e internacional.

15.10 Cotação do produto

Sucessivas altas da cotação do milho no mercado internacional, tornaram o produto


competitivo na exportação, como commodity atendendo vários países.

15.11 Mecanização agrícola

Todas as etapas de preparo, plantio e tratos fitossanitários são altamente


mecanizados e com grandes empresas desenvolvendo tecnologias inclusive tecnologias
embarcadas para um melhor resultado dos trabalhos.

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15.12 Rede de pesquisa

Ampla rede de pesquisa que teve início com as novas variedades através de genética
de ponta com sementes para milho primeira safra e milho segunda safra e pesquisas
para diminuição das pragas e uso de pesticida.

15.13 Mudanças alimentares

Com a crescente procura por alimentos mais saudáveis ocorreu a troca da gordura
animal pelo vegetal, os óleos de milho assim como o seu uso em mais de 3500 produtos.

15.14 Alimentação animal

O crescimento das cadeias de suínos e aves elevou a demanda por milho na ração
para a produção carnes e ovos.

15.15 Incentivos governamentais

A estrutura organizacional da cadeia da soja criou políticas de financiamentos e de


incentivo à produção, principalmente o crédito agrícola e seguro rural.

15.16 Suprimentos de insumos

Eficiente rede privada no suprimento de insumos, elo antes da porteira, mas de


extrema importância pela brevidade das operações de plantio e cuidados sanitários.

15.17 Empreendedorismo agrícola

Ambiente organizacional altamente estruturado com agricultores empreendedores


competentes e com alta capacidade gerencial.

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O sistema cooperativista dinâmico e eficiente apoia a produção, processamento


e comercialização.
Somados aqui, logística de transporte, armazenagem e comunicação facilitaram
as exportações.
Na região Centro-Oeste, primeira região de fronteira agrícola da soja, o milho se
adaptou rapidamente no binômio em razão à pesquisa de novos cultivares adaptados e
ao baixo valor das terras nos cerrados permitindo rápida expansão, regime pluviométrico
regular e favorável aos cultivos de primavera/verão, topografia adequada à mecanização
e programas governamentais para abertura de novas áreas para a produção agrícola.

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AULA 16
CENÁRIOS DO MERCADO DO MILHO

Dentro do cenário da cadeia do milho a variável mais forte para a produção de


milho será o aumento das exportações que estão crescendo impulsionados pelo
crescente uso do cereal na alimentação animal pela demanda crescente de rações
para a produção de frangos e suínos.
O consumo internacional de carnes continuará a crescer ao longo do período das
projeções e a produção mundial da ordem de 1,16 bilhão de toneladas apesar de
crescente poderá não ser suficiente.
Deste total, cerca de 60,0% deve ser destinado à alimentação animal, 13,4% ao
consumo humano e 15,5% à produção de bicombustível.
Atualmente, no Brasil, cerca de 850 mil toneladas de milho estão sendo usadas
para etanol.

16.1 Perspectivas para a cadeia do milho

Posicionamento estratégico do milho no sistema de


produção agrícola brasileiro

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Como principal estratégia para o alicerce da agricultura brasileira, o milho é cultivado


em diversos sistemas de cultivo, seja na sucessão após a colheita da soja, em cultivo
consorciado com gramíneas forrageiras para compor sistemas integrados de produção
lavoura-pecuária, ou mesmo compondo esquema de rotação de culturas no sistema
plantio direto na região sul do Brasil, em pequenos roçados de subsistência.
Diversas cadeias estão interligadas entre agricultura e pecuária que dependem do
milho nas suas diferentes formas de exploração.
Na forma de silagem que a planta inteira é utilizada como fonte de nutrição animal,
grão e, mais recentemente, na produção de etanol todas as regiões agrícolas e pecuárias
brasileiras dependem do milho em novos conceitos de visão sistêmica do agronegócio
tanto como novas oportunidades de receita, redução nos custos de produção quanto
em oportunidades de novos negócios.
A rentabilidade da cultura da soja é maior que a do milho, fato este comprovado
pelos dados, porém desde a safra 2011/12 a área cultivada com milho em segunda
safra seja pó-safra de soja ou apenas como cultivo solteiro esse plantio supera a área
cultivada com milho verão.
Dessa nova maneira, o milho segunda safra/safrinha representou 69% da produção
total de milho do Brasil, numa situação de produção recorde de 97,8 milhões de toneladas.
A área cultivada com milho safrinha ou segunda safra tem no mercado da soja
justamente o seu indicador mais forte para decisão de plantio, evidenciando que, na
agricultura atual, a visão do sistema de produção é tão ou mais importante que a
visão de apenas uma cultura isoladamente.
Estudos recentes evidenciam que a área plantada com soja e seu preço são variáveis
mais importantes na determinação da área do milho safrinha do que o próprio preço
do milho.
Abaixo o quadro mostra evolução do aumento do plantio da segunda safra em
relação à safra de verão.

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A possibilidade de cultivo do milho em diferentes épocas decorre da ampla


adaptabilidade e estabilidade das cultivares devido à ampla pesquisa genética
desenvolvida pela Embrapa e empresas multinacionais trazendo ao produtor informações
sobre materiais transgênicos, tipos de cultivares, resistência a pragas e doenças, bem
como as características de cada cultivar.
Dessa forma, o cenário para o milho com modernas tecnologias, e numa visão
sistêmica interligando cadeias diferentes, proporcionam uma sustentabilidade da
cadeia de valor.

16.2 Usos do milho

O milho tem uma grande quantidade de usos alimentares, humanos e animal e


para produtos industriais como base ou componente.
Durante a industrialização a separação do gérmen, endosperma e pericarpo
proporciona muitas variáveis sendo o endosperma e gérmen separados em amido,
óleo e proteína além do consumo como milho verde, canjica e pipoca.

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16.3 Tipos de processamento

16.3.1 Via úmida

Na extração por via úmida a moagem do milho primeiro é macerado em grandes


tanques com água aquecida entre 50ºC e 54ºC por um período de 36 a 48 horas.
Na presença de pequenas quantidades de ácido sulfuroso, derivado do gás dióxido
de enxofre, que controla a fermentação ocorre a separação do amido e das proteínas.

16.3.2 Via seca

Na moagem por via seca o grão é degerminado e separado em endosperma, pericarpo


e gérmen (embrião) incluindo remoção inicial da espiga e, numa etapa posterior, a
remoção do grão dela.

Fonte: https://pt.slideshare.net/FabricioMartins/11-abimilho

Em ambas as situações, o milho é normalmente colhido quando o teor de umidade


se encontra entre 18% e 24%.

16.4 Produtos para alimentação animal


16.4.1 Gérmen
16.4.2 Farelo de germe milho desengordurado
16.4.3.Farinhas extrusadas com alta absorção de água para Pré-mix

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16.4.4 Focos de milho para indústria pet


16.4.5 Resíduos de milho
16.5 Produtos para alimentação Humana
16.5.1 Flocos de milho pré-cozidos para cuscuz
16.5.2 Canjicas
16,5.3 Canjiquinhas
16.5.4 Xerens
16.5.5 Fubás
16.5.6 Corn flakes
16.5.7 Produtos pré-cozidos (baby foods)
16.5.8 Farinhas extrusadas com alta absorção de água para
produtos instantâneos
16.5.9 Pipocas doces
16.5.10 Óleos refinados
16.6 Produtos com fins industriais
16.6.1 Farinhas pré-cozidas para fundição
16.6.2 Farinhas modificadas para adesivos de placas divisórias
16.6.3 Farinha pré-cozidas para controle de lama de perfuração
de petróleo
16.6.4 Farinhas modificadas para adesivos de papel e papelão
16.6.5 Indústria farmacêutica veterinária
16.6.6 Flaking grits para corn flakes
16.6.7 Grits para cervejaria
16.6.8 Grits para salgadinhos
16.6.9 Farinhas de alta fibra de pericarpo de milho
16.6.10 Farinhas para empanados

16.7 Segurança alimentar

Qualquer alimento, e principalmente um alimento rico como o milho pode ter


contaminações indesejáveis de microrganismos durante toda a cadeia.

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Muito exigida pelos consumidores finais, seja do milho ou dos animais produzidos
em outras cadeias agregadas a do milho e da soja, a segurança alimentar deve ser
uma preocupação de toda a cadeia, do produtor, transportador, armazém e de quem
processa o cereal em qualquer um dos produtos já descritos.

16.8 Sustentabilidade econômica da cadeia

Apesar de ter crescido os volumes de exportação é notório que as cadeias de


suínos, aves de corte e postura e também de bovinos são dependentes da oferta
regular de milho de qualidade,
Apesar de haver políticas de preços mínimos e outros reguladores de preço o mercado
do milho é muito mais instável que o da soja, regido pela cotação internacional em
bolsas de capital aberto.
Agregar valor ao milho nas cadeias da carne é um objetivo que precisa ser alcançado
e estratégias precisam ser criadas no ambiente institucional e organizacional das
cadeias envolvidas para controle de custos e para alcançarem objetivos comuns e
resultados econômicos positivos.

Fonte: https://pt.slideshare.net/carlobb/abimilho-22-novembre?next_

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CONCLUSÃO

Buscando um eixo comum nas cadeias produtivas de café, produtos organicoa


soja e milho podemos dizer que a organizaçao destas cadeias, a visão sistêmica
dentro de cada uma procurando determinar suas pecualiaridades e seus gargalos para
então buscar, através de estratégias dentro do ambiente organizacional embasado no
ambiente institucional, um tripé socioeconomicoambiental que leve a sustentabilidade
da economia para obtenção de recursos, divisas cambiais e lucros do social para que
tanto o produtor obtenha resultados positivos do seu trabalho como o consumidor
receba um produto de qualidade e comsegurança alimentar .
Não podemos esquecer que vivemos no planeta por um período e que a expolraçao
deste ambiente não é só nosso, mas de gerações futuras por isso a sustentabilidade
ambiental, com novos modos de cultivo e consiência ambiental, está levando a cada
vez mais a busca por alimentos e meio de vida natural com o menor impacto possível.
Não podemos num mundo com tantas pessoas famintas deixar de produzir alimentos
sem o uso de pesticidas.
Mas podemos nos conscientizar e mudar condutas, eliminar excessos, buscar o
equilíbrio e assim fazermos uma agricultura moderna com alimentos e sutentabilidade
para todos.

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ISSN: 2318-6852.

V. 7 - SAFRA 2019/20 - N. 9 - Nono levantamento | JUNHO 2020.


Monitoramento agrícola Acompanhamento grãos da Safra Brasileira. ISSN:
2318-6852 ,fiesp.com.br/indices-pesquisas-e-publicacoes/safra-mundial-de-
milho-2/attachment/file-20200612172106-boletimmilhojunho2020/.

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https://www.fiesp.com.br/indices-pesquisas-e-publicacoes/safra-mundial-
de-soja
https://image.slidesharecdn.com/gestodoagronegcio-
ahoraeavezdosadministradores-110712091627-phpapp02/95/
gesto-do-agronegcio-a-hora-e-a-vez-dos-administradores-19-728.
jpg?cb=1310462408
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4502599/mod_resource/
content/2/AulaCadeia.pdf

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