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Fisioterapia Vestibular - 230530 - 185411
Fisioterapia Vestibular - 230530 - 185411
FISIOTERAPIA VESTIBULAR
Cerca de 10% da população mundial se queixa de tontura e 40% das pessoas acima dos 40 anos poderão experimentar queixas equivalentes. Nos Estados Unidos, a prevalência de disfunção vestibular na população
com idade de 40 anos ou mais é de 35,4%, o equivalente a 69 milhões de americanos, e tende a aumentar com a idade ou nos pacientes com histórico de perda auditiva ou diabetes. A recuperação espontânea
ocorre em 17% dos casos. Um programa multidisciplinar e interdisciplinar de tratamento pode alcançar 90% de recuperação.2,3,4
Herdman1 relatou que pessoas com vestibulopatia têm oito vezes mais chances de sofrer queda. A maior causa de tontura é o uso de medicamentos. Os transtornos do equilíbrio são encontrados em
aproximadamente 9% da população de 65 anos ou mais. As fraturas de quadril são consideradas a principal causa de morte e incapacidade em indivíduos idosos. Muitas dessas fraturas do quadril são relacionadas
às disfunções do equilíbrio.
Há quase 80 anos, tratavase tontura de origem vestibular com secção cirúrgica bilateral do nervo vestibulococlear, que se traduzia em consequências funcionais terríveis para o equilíbrio, além de perda auditiva.
Atualmente, a utilização de medicação supressora da atividade vestibular, a fisioterapia vestibular (FV) e os raríssimos casos de cirurgia do labirinto são preconizados. Popularmente, o termo “labirintite” se
transformou em um rótulo que representa um conjunto de doenças com aproximadamente 300 tipos e 2.000 causas, de origem periférica ou central.1,5
O avanço no conhecimento e o aumento da massa crítica e produção científica nessa área de atuação ocorreu de forma intensa da metade do século XX em diante. As neurociências contribuíram para o
aprimoramento das técnicas de avaliação, diagnóstico e intervenção em otoneurologia e FV. Aliado a isso, destacase o desenvolvimento da tecnologia biomédica, que permitiu a utilização de modernos
equipamentos capazes de reproduzir e registrar sinais fisiológicos e neurobiológicos vestibulares.
A capacidade de captar sinais oculares e vestíbulooculares, a fim de compreender e analisar os principais reflexos relacionados ao sistema vestibular e do equilíbrio, confere incomparável conquista histórica no
potencial diagnóstico e terapêutico relacionado às síndromes vestibulares.1,3
Quando a informação vinda de uma ou ambas orelhas internas é reduzida, ou ausente, o cérebro tornase mais dependente de outros estímulos sensoriais, como o visual e o somatossensorial. A perda dos sinais
labirínticos ou vestibulares pode resultar em uma constelação de sinais e sintomas, como instabilidade postural, tontura, vertigem, náusea, visão turva e sensibilidade ao movimento, que acarretam desconforto e
incapacidade marcantes. A etiologia da disfunção vestibular é variada e pode ser encontrada em diversas práticas profissionais, tais como otoneurologia, geriatria, neurologia, ortopedia, esportiva e psiquiatria.6,7
A introdução dos exercícios como modalidade terapêutica foi idealizada na década de 1940, pelo fisioterapeuta F. S. Cooksey e pelo otorrinolaringologista Theodor Cawthorne. Empiricamente, eles observaram que a
recuperação funcional dos pacientes mais ativos no período pósoperatório labiríntico era superior à dos que ficavam restritos no leito. A partir daí, os pesquisadores instituíram um protocolo de exercícios funcionais,
que leva os seus sobrenomes, para esse fim.
Corroborando essa hipótese inicial, estudos clínicos e controlados subsequentes confirmaram a efetividade e a eficácia dessa área de atuação. Mundialmente, fisioterapeutas vestibulares treinados aplicam suas
técnicas com sólida formação baseada em competência e evidência. A FV tem demonstrado excelentes resultados no tratamento de pacientes com tontura e/ou desequilíbrio como consequência de uma
vestibulopatia conhecida.1,3,8
■ OBJETIVOS
Ao final da leitura deste artigo, esperase que o leitor seja capaz de:
■ compreender a anatomia e a fisiologia do sistema vestibular e seu papel no controle postural (CP);
■ conhecer os elementos conceituais de tontura e seus principais tipos;
■ entender os mecanismos de compensação vestibular frente à disfunção;
■ esmerarse sobre os recursos cinéticofuncionais para avaliação do paciente com síndrome vestibular;
■ identificar e estabelecer com precisão o diagnóstico fisioterapêutico vestibular;
■ indicar e executar, com critérios de segurança, o tratamento efetivo para o paciente com hipofunção vestibular uni ou bilateral;
■ abordar, com critérios de segurança, o tratamento efetivo para o paciente com vertigem posicional paroxística benigna (VPPB);
■ direcionar e conduzir a FV para pacientes com disfunções crônicas do equilíbrio e CP de origem multissistêmica.
■ ESQUEMA CONCEITUAL
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O SCP pode ser definido como o equilíbrio do corpo sobre a pequena base de apoio fornecida pelos pés.2,6
O SCP contempla a participação e integração:
■ do sistema sensorial, responsável por detectar variações da posição de segmentos corporais entre si e relativos ao ambiente;
■ do sistema nervoso central (SNC), onde ocorrem processamentos envolvendo estruturas do tronco encefálico, cerebelo, vias corticais e medulares, a fim de integrar as informações provenientes da periferia e
viabilizar uma ação motora adequada;
■ da ação motora, que se dá por meio de ativação neuromuscular, de forma reflexa ou voluntária, dependente da tarefa e do contexto.
A eficácia desse controle dinâmico depende do sucesso da programação dos padrões de ativação muscular fundamentado em experiências anteriores (feedfoward) e dos caminhos reflexos de ajustes contínuos aos
aferentes sensoriais sobre as características e condições da estabilidade postural (feedback) (Figura 1).2,5,6,8,9
Figura 1 – SCP, integração sensorial e mecanismos de resposta motora.
Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Figura 2 – Osso temporal e labirinto ósseo. AB) Peça anatômica real. C) Desenho.
Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Entre o labirinto ósseo e o membranoso, existe a perilinfa, um líquido com composição similar à do líquido cefalorraquidiano. Embora a origem da perilinfa da rampa vestibular seja plasmática, ao passo que a da
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Entre o labirinto ósseo e o membranoso, existe a perilinfa, um líquido com composição similar à do líquido cefalorraquidiano. Embora a origem da perilinfa da rampa vestibular seja plasmática, ao passo que a da
rampa timpânica seja de fato do líquido cefalorraquidiano, sua função é amortecer as vibrações ósseas.
O aparelho periférico atua como um acelerômetro miniaturizado ou um dispositivo de orientação inercial.1,5,9
Em sua porção anterior, o labirinto possui a cóclea, cuja função é relacionada à audição. Logo após a cóclea, e posterior a ela, há uma dilatação denominada vestíbulo. No interior deste, existem duas estruturas
relacionadas à detecção da aceleração linear: o utrículo e o sáculo, cujas células ciliadas possuem cristais de carbonato de cálcio em seus ápices, denominados otocônias ou otólitos. Por essa característica, o
utrículo e o sáculo são considerados como órgãos otolíticos.
Em um indivíduo em posição ereta, o sáculo está na vertical, podendo detectar aceleração linear no plano sagital ou eixo occiptocaudal. O utrículo se encontra próximo ao plano horizontal, detectando
aceleração lateromedial e, também, o movimento anteroposterior.1,5
Em uma visão superior da cabeça, esses CSCs possuem uma relação coplanar, na qual o canal superior de um lado faz par funcional com o canal posterior do outro lado e viceversa, assim como o canal lateral faz
par com seu oposto em proximidade ao plano transverso. Esses planos estão estreitamente alinhados com as direções ideais de contração dos músculos extraoculares. Em razão do emparelhamento coplanar,
quando o movimento cefálico angular ocorre dentro do seu plano compartilhado, a endolinfa do par coplanar é deslocada em direção oposta em relação às ampolas. Assim, a descarga neural aumenta em um nervo
vestibular e diminui no lado oposto (Figura 3).1,5,8
Figura 3 – Relação coplanar dos CSCs. Vista superior da cabeça. Os planos de cada CSCsão muito aproximados, formando
três pares coplanares: CSCL_D = canal semicircular lateral direito e CSCL_E = canal semicircular lateral esquerdo; CSCP_D =
canal semicircular posterior direito e CSCP_E = canal semicircular posterior esquerdo; e CSCS_D = canal semicircular superior
direito e CSCS_E = canal semicircular superior esquerdo.
Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Cada CSC tem uma dilatação, a ampola, que se comunica com o vestíbulo. No interior desta, existe um neuroepitélio com células ciliadas, cujo cume apresenta uma massa gelatinosa e rica em
mucopolissacarídeos denominada cúpula.
O neuroepitélio é formado por dois tipos de células ciliadas: as do tipo I ou piriformes, de localização apical, cercadas por terminações nervosas aferentes em forma de cálice; e as do tipo II ou cilíndricas, em
forma de garrafa, que estão em contato com diversos terminais sinápticos. Os terminais sem microvesículas correspondem às fibras aferentes, que conduzem informações sensoriais para o SNC e os
terminais com microvesículas ou eferentes, que modulam o limiar de excitabilidade celular frente aos estímulos sensoriais. O conjunto das células ciliadas da ampola é conhecido como crista ampular.1,5,11
As células ciliadas são receptoras do movimento no interior do labirinto. Sua extensão axonal vai até o tronco encefálico, passando antes pelo neurônio bipolar localizado no interior do gânglio vestibular ou de Scarpa,
formando o ramo vestibular do oitavo nervo craniano, o nervo vestibulococlear. Nessa trama de células ciliadas, uma se destaca das outras, o kinocílio ou cinocílio. Este se apresenta cercado por células ciliadas
menores, os estereocílios, que se movem suavemente durante a corrente líquida no interior do labirinto.
A função dos estereocílios é transformar o estímulo mecânico do movimento cefálico ou os estímulos calóricos em impulsos elétricos para conduzilos em direção ao sulco bulbopontino no tronco encefálico, mais
precisamente no conjunto de neurônios denominado CNV, e daí para outras estruturas centrais, como os núcleos oculomotores (Figura 4 e Quadro 1).
Figura 4 – CSCs e a relação com os músculos extraoculares. D = direito; E = esquerdo. Os seis músculos: OS = oblíquo
superior; RL = reto lateral; OI = oblíquo inferior; RS = reto superior; RM = reto medial; RI = reto inferior. Os três canais: CSCP
= canal semicircular posterior; CSCS = canal semicircular superior ou anterior; CSCL = canal semicircular lateral ou horizontal.
Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Quadro 1
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Quadro 1
Herdman1 considera fundamental o entendimento das conexões neuroanatômicas dos CSCs e sua relação com a musculatura extraocular (MEO) para a compreensão do reflexo vestíbuloocular (RVO). Conforme a
primeira lei de Ewald, a estimulação de um CSC gera movimento ocular no mesmo plano do canal e na direção da corrente endolinfática.4,8,9
O nervo vestibular possui dois ramos, superior, que surge do utrículo e CSCS e CSCL, e inferior, que vem do sáculo e do CSCP. Após sua entrada no sulco bulbopontino, a projeção do oitavo nervo vai encontrar
o CNV. Este é composto de quatro núcleos, superior, medial, lateral e descendente ou inferior, responsáveis pela detecção do impulso elétrico periférico e com distintas responsabilidades, sobretudo a própria
compensação vestibular (Quadro 2).5,8
Quadro 2
A partir do CNV, os núcleos vestibulares se conectam, via comissural, aos seus pares contralaterais, e também com os núcleos de nervos oculomotores e medula espinhal. Essas estruturas nucleares se relacionam
com outros destinos no SNC, como cerebelo, formação reticular, tubérculos quadrigeminais, tálamo e córtex cerebral parietoinsular. Por suas conexões oculomotoras e medulares, configuramse dois principais
reflexos, que serão alvo tanto de disfunções como de avaliação – o RVO e o reflexo vestibuloespinhal (RVE).1,5,8,12
As vias comissurais podem agir de forma inibitória com relação aos impulsos dos canais e excitatória, quando se trata das informações dos órgãos otolíticos. Outras vias, como o trato tectoespinhal (TTE), com
origem no colículo do mesencéfalo, recebem aferências visuais, somatossensoriais e auditivas. O TTE é considerado como mediador reflexo em resposta aos estímulos visuais. Outro trato importante no CP é o trato
reticuloespinhal, sendo este responsável pela postura inicial voltada para movimentos mais sutis.12
O sistema vestibular permite o senso de equilíbrio e informações sobre a posição do corpo e cabeça, assim como desencadeia movimentos compensatórios rápidos em resposta às forças autoinduzidas ou
geradas externamente.
Apesar de normalmente não se ter consciência da sua atividade, o sistema vestibular é um componente proprioceptivo voltado para o posicionamento da cabeça, reflexos posturais e movimentos oculares.
O equilíbrio, o controle dos movimentos oculares durante movimentos cefálicos e o senso de orientação no espaço serão afetados se houver lesão. Essas manifestações do distúrbio vestibular são especialmente
importantes para a avaliação da função cerebral. As vias do sistema vestibular possuem íntima relação com áreas nobres do tronco encefálico. Dessa forma, testes cinéticofuncionais e calóricos desse sistema
podem ser realizados para determinar o envolvimento central, inclusive em pacientes comatosos.1,9
Sensação e percepção da posição e do movimento. Controle do centro de massa corporal, tanto em posições estáticas como nas dinâmicas.
Orientação da cabeça e do corpo em relação à vertical (alinhamento). Estabilização da cabeça durante os movimentos posturais (estratégias posturais).
A interação dos subsistemas em nível central permite uma resposta motora rápida e eficaz por meio de dois importantes reflexos, o RVO e o RVE. Percorrendo vias neurais ascendentes, os impulsos elétricos
da periferia garantem uma resposta motora adequada, que forneça estabilidade visual e postural dependente do contexto e compatíveis com a tarefa executada.1012,14
As reações posturais automáticas ocorrem para restaurar o equilíbrio. A latência da ativação dos músculos é mais curta do que o tempo de reação voluntária. As reações musculares às quedas repentinas
dependem da aceleração cefálica, o que sugere uma origem vestibular, mais especificamente otolítica, e ocorrem mesmo com os olhos fechados. Diferentes reações posturais automáticas são desencadeadas em
diversas situações e com diferenças nos padrões de ativação muscular. São chamadas “estratégias” ou “sinergias do CP”.
Temse a estratégia do tornozelo, usada pela maioria dos indivíduos que se recuperam de uma provocação postural leve. O corpo oscila como um pêndulo invertido, por meio de uma ativação muscular ao redor da
articulação do tornozelo. A estratégia do quadril, a qual surge frente aos estímulos posturais mais intensos, os quais ativam e realçam movimentos compensatórios rápidos do corpo na altura das articulações do
quadril, e a estratégia do passo, que ocorre quando há um estímulo acima da capacidade das estratégias anteriores.1,10,12
1. O CP pode ser definido como a capacidade de se manter a estabilidade do corpo, ou segmentos deste, em relação à .........................., aos movimentos e frente às diferentes superfícies de apoio e tarefas.
A) plataforma
B) marcha
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B) marcha
C) gravidade
D) vertigem
Confira aqui a resposta
2. São sistemas que participam de forma integrada e dinâmica do SCP:
I – Sensorial.
II – SNC.
III – Ação motora.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I.
B) Apenas a II.
C) Apenas a III.
D) A I, a II e a III.
Confira aqui a resposta
3. Quais são as funções do sistema vestibular periférico?
Confira aqui a resposta
4. Quantos e quais são os órgãos otolíticos?
A) Um: utrículo.
B) Dois: sáculo e utrículo.
C) Três: vestíbulo, sáculo e cóclea.
D) Quatro: sáculo, utrículo, otocônias e labirinto ósseo.
Confira aqui a resposta
5. Correlacione as colunas com as três leis de Ewald, relacionadas aos CSCs.
(1) Primeira lei ( ) Nos canais verticais, o deslocamento da cúpula pela endolinfa no sentido oposto ao da ampola, fluxo ampulofugal, é
(2) Segunda lei despolarizante.
(3) Terceira lei ( ) A estimulação de um canal semicircular gera movimento ocular no mesmo plano do canal e na direção da corrente
endolinfática.
( ) Em resposta à rotação no plano horizontal, a despolarização (excitação) da cúpula dentro da ampola do lado
ipsilateral ou corrente endolinfática ampulípeta é maior e não satura, comparada com a hiperpolarização do lado
oposto ou corrente ampulófuga.
Confira aqui a resposta
6. As células ciliadas são receptoras de movimento no interior do labirinto. Sua extensão axonal vai até o tronco encefálico, passando antes por onde?
Confira aqui a resposta
7. Quantos são os núcleos vestibulares conhecidos no tronco encefálico?
A) Dois.
B) Quatro.
C) Seis.
D) Oito.
Confira aqui a resposta
8. Qual é a função sensorial vestibular no CP?
9. Sobre o sistema visual no CP, assinale a alternativa INCORRETA.
A) Está relacionado às estruturas visuais e oculomotoras em nível central, aos músculos extraoculares e às vias óticas e oculomotoras.
B) Sinaliza a posição e o movimento da cabeça em relação aos objetos circundantes.
C) Fornece informações adequadas sobre movimentos rápidos ou inclinações estáticas da cabeça em relação ao ambiente visual.
D) Pode interagir com o sinal das estruturas otolíticas que correspondam a uma inclinação da cabeça em relação à gravidade ou a uma translação linear.
Confira aqui a resposta
O sintoma vertigem em si corresponde a aproximadamente 85% das síndromes vestibulares e pode significar um conflito de informações sensoriais em suas respostas visuais ou motoras típicas. O quadro de
tontura pode representar uma catástrofe na vida do indivíduo e um desafio clínico diário, especialmente quando acompanhado de outros sinais e sintomas, como náusea, visão turva, sudorese, palidez, entre
outros sinais neurovegetativos.1,10,11
A queixa é muito comum e pode ser secundária a doenças sediadas em outras partes do corpo humano. Vários sistemas do organismo podem produzir tontura, como os sistemas cardiovascular, cardiopulmonar,
metabólico, oculomotor, hormonal ou doenças sistêmicas. Dados epidemiológicos mostram que a incidência de tontura aumenta com a idade: 1,3% de todas as visitas médicas de pessoas com idade entre 4564
anos, 2,9% de pessoas acima dos 65 anos e 3,8% de pessoas acima de 75 anos. A vertigem pode ser causada por diferentes condições clínicas, ao que se estima, mais de 45% se devem aos distúrbios vestibulares
periféricos.1,15
O início súbito e a vívida lembrança de episódios vertiginosos são muitas vezes devido à doença da orelha interna, especialmente se a perda de audição, sensação de pressão ou zumbido também estão presentes.
Sintomas graduais e mal definidos são comuns em pacientes com problemas cardíacos, algumas síndromes neurológicas e em doenças sistêmicas. A duração da vertigem é importante e pode ajudar na elucidação
dos principais quadros clínicos (Quadro 4).9
Quadro 4
As causas mais comuns de vertigem de origem periférica incluem VPPB, neurite vestibular, doença de Ménière e doenças autoimunes. As causas mais comuns de tonturas de origem central são enxaqueca
ou migrânea associada à tontura, doenças desmielinizantes e lesões expansivas ou vasculares no tronco encefálico e cerebelo.
O nistagmo é definido como uma oscilação induzida ou patológica do globo ocular. O termo rítmico é introduzido na definição, mas variedades não rítmicas podem ser vistas. Nistagmo é caracterizado por um
movimento rápido na direção do olhar (fase rápida), que é seguido por um movimento de retorno mais lento em direção ao ponto de fixação (fase lenta).
Nistagmos unilaterais podem ocorrer ou podem coexistir com movimentos dissociados ou desproporção entre os movimentos nos dois lados. A resposta motora envolve não somente a concentração de certos
músculos, mas também o relaxamento dos seus antagonistas pela inervação recíproca, com atividade alternativa dos agonistas e antagonistas.
Nistagmos podem ser descritos pelo tipo, forma, direção, velocidade, amplitude, duração, intensidade e pelo relacionamento da resposta para os movimentos dos olhos, cabeça e corpo. Podem ser do tipo rítmico ou
pendular.
O nistagmo pendular é caracterizado por movimentos mais ou menos de um lado para o outro de magnitude e velocidade iguais em direção a cada lado de um ponto central.1,7
Informações irregulares transmitidas dos núcleos vestibulares para os neurônios do corno anterior da medula ocasionam alterações da postura e da marcha. Com a continuação do estímulo desigual, o centro do
vômito bulbar pode ser atingido. As conexões vestibulares neurovagais com o núcleo hipotalâmico, as formações reticulares bulbar e mesencefálica e com o núcleo do vago são responsáveis pelas manifestações
neurovegetativas, como náuseas, vômitos e sudorese durante as crises labirínticas.
O cerebelo entra em ação para conter a magnitude do estímulo. Diante das alterações clínicas e funcionais dos reflexos e sistemas envolvidos nas vestibulopatias, tornase relevante fazer a diferenciação entre as
causas periféricas e centrais (Quadro 5).7
Quadro 5
CARACTERÍSTICAS DIFERENCIAIS DA ORIGEM PERIFÉRICA OU CENTRAL SOBRE OS REFLEXOS E SISTEMAS ENVOLVIDOS NAS VESTIBULOPATIAS
Reflexo ou sistema Lesão periférica Lesão central
COMPENSAÇÃO VESTIBULAR
“A compensação é muito mais do que um mero ajuste de reflexos em nível medular, pois as funções de antecipação, previsão, alterações nas estratégias motoras, substituição sensorial e os fatores cognitivos
associados ao estado mental, ao esforço psicológico, à imaginação e ao contexto são também muito importantes à adaptação.”16
Os substratos neuroanatomofisiológicos que dão suporte à recuperação do ganho do RVO se localizam no flóculo e cerebelo, cujas funções são importantes na aquisição das mudanças adaptativas. O flóculo
cerebelar contribui na recuperação da função após perda labiríntica unilateral com redução do nistagmo espontâneo e, também, na recuperação da amplitude e da simetria do ganho durante movimento cefálico. O
cerebelo promove aumento do ganho do reflexo cérvicoocular (RCO), como estratégia durante a rotação cefálica.
Os neurotransmissores e neuropeptídeos envolvidos na adaptação vestibular são o óxido nítrico, receptores NMDA, acetilcolina e catecolaminas. O cerebelo pode apreender padrões de estimulação vestibular
e produzilos, mesmo depois de o estímulo ter sido eliminado.4,8,14
O termo adaptação vestibular é usado em um sentido mais restrito e indica um reajuste nos RVOs e seus correspondentes. A compensação já é considerada em um sentido mais amplo e abrange a
substituição, a previsão e outras estratégias cognitivas. O paciente cria mecanismos de convivência com a disfunção vestibular. Na possibilidade de incapacidade de se restaurar adequadamente o RVO e o
RVE, outros mecanismos de compensação podem ser usados, como a adaptação na mudança do ganho, fase ou direção da resposta vestibular.7
O mecanismo de substituição é outra estratégia, ou seja, ocorre uma resposta sensorial de outro sistema ou estrutura para orientar a mesma resposta motora. Como exemplos, o RCO atuando pelo RVO,
respostas motoras adaptativas de pequenos ajustes oculares (sácadas) e as estratégias baseadas na predição ou antecipação de movimentos, que podem ser usadas na cinesioterapia vestibular.
O chamado período crítico ou fase aguda é outra forma estratégica de compensação. Se o mecanismo de adaptação do RVO não receber os sinais errôneos nesse período e a recalibração não ocorrer
imediatamente, o índice de recuperação e seu grau final podem ser reduzidos. O mesmo serve para CP.1,7
Entendese que, após a lesão vestibular e já na fase aguda, os pacientes devem ser encorajados a se movimentar em um ambiente iluminado e tentar usar o RVO e o RVE o máximo possível. Isso estimula o SNC a
ficar ciente da necessidade do reajuste adaptativo dos reflexos motores. Sendo o labirinto um órgão de movimento, existem evidências que suportam a indicação precoce de FV na fase aguda, com a indicação
de exercícios terapêuticos específicos e supervisionados pelo profissional treinado.5,13
A vertigem aguda é usualmente resultante de uma disfunção do nervo vestibular ou do sistema labiríntico periférico. Como ocorre uma compensação na fase aguda, os sintomas de tontura serão reduzidos
drasticamente e o nistagmo, movimento rítmico e involuntário dos olhos, ocorrerá somente quando a fixação visual for eliminada. Entretanto, a instabilidade postural persiste, pois o sistema inibido é incapaz de dar
resposta efetiva aos estímulos vestibulares produzidos por movimentos normais da cabeça. Amiúde, verificase na prática diária uma recuperação sintomática importante frente à vertigem intensa. Por outro lado, a
vertigem induzida por movimentos da cabeça (decúbitodependente) permanece até que uma compensação robusta seja alcançada.7
Para que ocorra melhora da instabilidade postural e da vertigem residual provocada pelo movimento, o sistema vestibular deve combater as inibições cerebelares e nucleares disparadas na ocasião da lesão.
Assim, restabelecese a simetria das informações neurais oriundas dos labirintos como uma resposta imediata da movimentação da cabeça. O movimento cefálico é essencial para a compensação.
Se a lesão periférica é extensa, o núcleo vestibular ipsilateral tornase responsivo às alterações das informações originadas do nervo vestibular contralateral, por ativação das vias neurais comissurais. A regeneração
e o reequilíbrio da atividade de repouso dos núcleos vestibulares ocorrem na ausência de visão, não requerem informação sensorial do núcleo vestibular contralateral e dependem das propriedades intrínsecas dos
neurônios, das influências neuroquímicas e das alterações sinápticas.5,7
O processo de compensação póscirurgia vestibular ablativa, tal como a labirintectomia ou a secção do nervo vestibular, é considerado crítico. Se a lesão periférica for incompleta, a disfunção labiríntica produzirá
respostas distorcidas frente aos movimentos, as quais irão requerer ajustes apropriados do SNC para reinterpretar a informação sensorial que venha do lado afetado.7
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respostas distorcidas frente aos movimentos, as quais irão requerer ajustes apropriados do SNC para reinterpretar a informação sensorial que venha do lado afetado.7
A compensação é um processo de adaptação em que ocorre substituição das informações geradas no labirinto lesado por estímulos multissensoriais (visuais, proprioceptivos, viscerais). A habituação é
baseada na estimulação vestibular repetitiva.
Esses fenômenos envolvem reaprendizagem sensóriomotora realizada por várias estruturas integradas do SNC e que ocorre, apenas, nos animais ativos, ou seja, que se movimentam. Estudos experimentais
prospectivos têm demonstrado que a base neural para a compensação é distribuída por todo o SNC e não se limita a uma área específica.
Pacientes com lesões estáveis ou portadores de lesões mistas (centrais e periféricas) não são excluídos do tratamento, contudo o prognóstico pode ser mais reservado, comparados àqueles com disfunção periférica
estável. Lesões no SNC podem dificultar ou mesmo impedir a capacidade de compensação.1,7
COMPENSAÇÃO DE SOBRECARGA
Na disfunção vestibular, o movimento cefálico de alta velocidade pode fazer com que o nervo do lado inibido tenha uma taxa de descarga de 0 picos/s. Como há uma ação recíproca do lado inibido com o lado
excitado, o sistema vestibular vai depender do lado excitado com níveis altíssimos de descarga. Isso resolve o problema da sobrecarga em parte. No entanto, em indivíduos com perda vestibular unilateral, o
mecanismo não vai resolver o problema da sobrecarga, e os pacientes serão perturbados pelo movimento cefálico rápido na direção do lado lesado, inclusive com as manifestações vagais.1
Se a lesão é instável, a habituação será praticamente impossível, pois o processo de compensação, iniciado na fase aguda, decorre dos movimentos da cabeça. A habituação pode, também, ser retardada
pela inatividade na vigência de disfunções vestibulares préexistentes, periféricas ou centrais.
Por meio de fármacos supressores vestibulares, podese chegar ao alívio satisfatório dos sintomas na fase aguda, mas eles são potencialmente contraproducentes quanto à compensação vestibular central,
especialmente se aplicados por longos períodos.7
10. A tontura rotatória é também denominada
A) labirintite.
B) desequilíbrio.
C) latejante.
D) vertigem.
Confira aqui a resposta
11. O sintoma vertigem em si corresponde a aproximadamente .......... das síndromes vestibulares e pode significar um conflito de informações sensoriais em suas respostas visuais ou motoras típicas.
A) 70%
B) 75%
C) 80%
D) 85%
Confira aqui a resposta
12. A duração da vertigem é importante e pode ajudar na elucidação dos principais quadros clínicos. Geralmente, as crises de VPPB podem durar quanto tempo?
Confira aqui a resposta
13. No que diz respeito à duração dos sintomas e provável causa de vertigem, é INCORRETO afirmar que
A) a vertigem episódica que dura dias com náuseas e nenhum sintoma central é geralmente em razão da neurite vestibular, especialmente após doença viral.
B) a vertigem que dura horas provavelmente é causada por doença de Ménière.
C) a vertigem episódica que dura segundos está sempre associada à mudança de posição da cabeça.
D) a vertigem de início súbito, que tem a duração de minutos, pode ser decorrente de enxaqueca ou acidente vascular cerebral.
Confira aqui a resposta
14. Quais são as causas mais comuns de vertigem de origem periférica?
15. O nistagmo pode ser definido como
A) um reflexo ocular.
B) uma oscilação induzida ou patológica do globo ocular.
C) uma perseguição ocular voluntária.
D) uma piscada.
Confira aqui a resposta
16. Sobre o nistagmo, assinale a alternativa INCORRETA.
A) Nistagmos unilaterais podem ocorrer ou podem coexistir com movimentos dissociados ou com a desproporção entre os movimentos nos dois lados.
B) Nistagmos são descritos pelo tipo, forma, duração e intensidade.
C) Nistagmos podem ser do tipo rítmico ou pendular.
D) O nistagmo pendular é caracterizado por movimentos mais ou menos de um lado para o outro de magnitude e velocidade iguais em direção a cada lado de um ponto central.
Confira aqui a resposta
17. O que significa adaptação vestibular?
Confira aqui a resposta
18. Existe indicação para FV na fase aguda? Por quê?
Confira aqui a resposta
Herdman1 afirma que nem todas as causas de tontura são em razão da disfunção vestibular, assim como a FV não tem indicação absoluta para todos os casos de tontura.
A VPPB se distingue por ser a única disfunção em que ocorre o deslocamento físico de partículas no interior do labirinto, isto é, otocônias que se deslocam do utrículo em direção a um determinado CSC. A
VPPB é a presença de um ou mais CSCs excitados inadequadamente, sendo a causa mais comum de vertigem.
As manifestações clínicas incluem a ocorrência de sintoma subjetivo e fatigável, a vertigem, que pode durar entre 30 segundos e 2 minutos, ocasionada por uma alteração rápida na posição da cabeça, como se
virar de um lado para outro na cama. Os sintomas desaparecem mesmo quando a posição que o precipitou é mantida. Os sintomas objetivos são o nistagmo e as reações tônicas posturais. Não raramente, o
paciente pode evoluir com sintomas vegetativos, como sudorese, náusea e vômito.
A VPPB é mais comum na mulher do que no homem e pouco frequente em crianças. O envolvimento bilateral é relativamente incomum, com 8% dos casos espontâneos e 20% de origem traumática, e se
caracteriza por nistagmo de posicionamento vertical para cima e rotatório antihorário em decúbito lateral direito e nistagmo de posicionamento vertical para cima e rotatório em decúbito lateral esquerdo, à manobra
de DixHallpike com videonistagmoscopia infravermelha ou vídeo Frenzel. Os casos unilaterais ocorrem em 50% dos pacientes que foram vítimas de traumas cranianos, labirintites ou hipofluxo da artéria
vestibular.1,15,19
A remissão espontânea é comum em 17% dos casos, mas as recidivas podem ocorrer. Isso não impede que o fisioterapeuta realize sua rotina de avaliação diagnóstica, uma vez que a busca e a definição do
estado atual da compensação central são imperiosas para nortear a estratégia terapêutica e o prognóstico do paciente.
Não é incomum detectar atitudes posturais e comportamentais típicas e secundárias às síndromes vestibulares, como inclinação da cabeça para o lado afetado, limitação funcional, desconforto cervical,
redução da amplitude e lentidão dos movimentos corporais, especialmente da região cervical e cabeça.
Para as ocorrências relatadas, convém rever o tempo de realização dessas atividades e questionar o paciente sobre o histórico de síndromes vestibulares, pois esses são os mais vulneráveis. Acrescentase, ainda,
realizar uma avaliação vestibular de rotina ou encaminhar o paciente para o especialista.
Sabese que o imobilismo compromete e inibe a capacidade da compensação vestibular central do indivíduo, tanto quanto o uso crônico e prolongado dos medicamentos supressores vestibulares.1,1820
No TAV, o paciente está sentado na maca com as pernas pendentes, a cabeça em rotação de 45º para o lado a ser examinado e solicitase que ele faça uma inclinação do tronco para frente, ao mesmo
tempo em que a sua cabeça adquire uma postura associada de extensão. Devese aguardar 30 segundos e confirmar se o paciente refere algum sintoma relacionado à síncope, devendo retornálo para a
posição original imediatamente. Caso não refira sintomas, o paciente deve retornar à posição e estará viável para realizar as manobras diagnósticas posicionais provocativas. Recomendase fortemente
realizar o TAV antes das provas posicionais.19,20
Na execução da manobra de DixHallpike, o paciente está inicialmente em posição sentada, com a cabeça rodada lateralmente em aproximadamente 45º, direita ou esquerda, conforme o lado a ser testado.
Com o examinador segurando a cabeça do paciente, promovese um movimento para que ele se deite em decúbito dorsal.
A cabeça fica pendente, com extensão de aproximadamente 30º. O paciente fica imobilizado nessa posição, com os olhos abertos, e o critério diagnóstico inclui a ocorrência de um nistagmo característico misto
torsional e vertical com o polo superior do olho batendo para a orelha do mesmo lado e para cima, quando o CSCP está afetado, por exemplo.
O nistagmo tem um tempo de latência de 15 segundos, nos casos de canalitíase, e de 1020 segundos, nos casos de cupulolitíase. Ao voltar à posição sentada, o nistagmo pode ocorrer na direção inversa, com ou
sem vertigem, configurando um nistagmo do tipo torsional e batendo para baixo.
No teste de Dix Modificado, o paciente sentase na maca com pernas pendentes, a cabeça é girada 45º para um dos lados e o paciente deitase sobre o lado oposto. Esperase encontrar as mesmas
respostas do teste de Dix Hallpike, caso haja a VPPB, tanto para CSCS quanto para CSCP. O paciente então volta à posição sentada, para verificar se não há nenhum nistagmo nessa posição e depois
repete o teste para o lado oposto (Figura 5).18,2125
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Figura 5 – Manobra diagnóstica de DixHallpike para VPPB de CSC_P ou CSC_S para o lado esquerdo da paciente com
equipamento de registro do movimento ocular vídeoFrenzel.
Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Como respostas à manobra, depois que a cabeça é rodada e inclinada na direção da orelha afetada, aparecem a vertigem e o nistagmo, com latência de 1 segundo ou mais. Cerca de 10 segundos depois, a
gravidade dos sintomas aumenta, acompanhada de sensação de desconforto e apreensão. Em 1040 segundos, os sintomas tendem a diminuir e desaparecer, mesmo mantendose a posição cefálica.
A característica de fatigabilidade dos sinais e sintomas da VPPB, assim como a repetição contínua da manobra diagnóstica, tende a reduzir os sintomas pelo mecanismo de adaptação.25
No teste de girar, deitase o paciente em decúbito dorsal com a cabeça flexionada anteriormente em 30º, sendo girada, com participação do paciente, para um dos lados e mantida nessa posição por até 1
minuto.
Esperase que ocorra um nistagmo horizontal, de latência menor e com menor propensão à fadiga, em virtude das otocônias se moverem dentro do canal. Na canalitíase do CSCL, o nistagmo é geotrópico ou bate
em direção à orelha inferior, com fase rápida em direção ao centro da terra, fatigável, com duração menor do que 60 segundos, ao passo que na cupulolitíase, ele é apogeotrópico ou em direção à orelha superior e
persistente.
Na canalitíase, a direção que causa maior intensidade do nistagmo normalmente identifica o lado comprometido.25
Bhattacharyya e colaboradores24 comentaram que alguns fatores, como a velocidade do movimento, a hora do dia e o ângulo do plano do occipital durante a manobra, podem influenciar no referido teste, além de
encontrarem diferenças na eficácia em razão das diferenças entre as manobras feitas por especialistas e não especialistas na área.
Bhattacharyya e colaboradores concluíram que a manobra diagnóstica de DixHallpike recebe uma classificação de “forte recomendação”, devendo ser utilizada pelos fisioterapeutas, a não ser que seja
apresentado um motivo claro e convincente para uma abordagem alternativa, como nos casos de limitação cervical por espondilite anquilosante, por exemplo.24
A manobra de reposição canalítica, descrita por Epley (1992) e modificada por Herdman, está indicada nos casos de VPPB dos CSCP ou CSCS (Figuras 6AE).1,2426
Figura 6 – Manobra de reposição canalítica para VPPB de CSCP_E . O fisioterapeuta assiste a paciente a sair de uma posição
sentada (A) para decúbito dorsal, similar à posição de DixHallpike, e com a cabeça pendente para o lado da orelha afetada (B),
permanecendo nessa posição por 12 minutos. A cabeça é então girada com convicção para a posição oposta, sendo mantida
com essa extensão da cervical por 12 minutos (C). Em seguida, o fisioterapeuta conduz a paciente a girar em bloco a cabeça e
o corpo para o decúbito lateral oposto, até a cabeça estar direcionada para o solo, mantendo assim por mais 12 minutos (D). A
partir desta posição, a paciente é sentada com ajuda do fisioterapeuta (E).
Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Manobra de Semont
Para tratar cupulolitíase do CSCP, na qual os sinais e sintomas duram mais de 60 segundos, Semont descreveu a manobra liberatória em 1988.
O tratamento com a manobra de Semont consiste em posicionar o paciente em decúbito lateral do lado afetado e, após 12 minutos, levála diretamente para o lado contralateral sem mover a cabeça (Figuras
7AC).23,24
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Figura 7 – Manobra liberatória de Semont em paciente com VPPB do CSCP_E , tipo cupulolitíase: (A) O fisioterapeuta
posicionado atrás da paciente sentada a orienta, de forma assistida, a girar a cabeça para o lado sadio – à direita. A proposta é
colocar o CSCP_E no plano frontal. Depois, a paciente será colocada na posição decúbito lateral afetado (esquerdo), com a
cabeça virada para cima (B). Após 12 minutos, a paciente é movida rapidamente com ajuda do fisioterapeuta, passando pela
posição sentada sem parar, para o lado oposto (direito), com a cabeça agora direcionada para baixo e permanecerá por 12
minutos (C). Depois, a paciente retorna lentamente com a cabeça ainda virada e fixa até a posição sentada inicial. Acreditase
que as mudanças bruscas na posição da cabeça possam liberar os cristais que estavam aderidos à cúpula.
Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Em decúbito dorsal, o paciente é girado em torno do seu eixo longitudinal em etapas de 90º no plano horizontal em direção ao lado afetado. O intervalo de tempo em cada etapa é de 30 segundos. Por
exemplo, na VPPB do canal lateral esquerdo: partindo da posição sentada, o paciente deitase em posição supina olhando para cima; a cabeça e o corpo em um ângulo de 90º para esquerda (decúbito lateral
esquerdo); o paciente gira a cabeça e o corpo de volta para a posição supina em que o nariz aponta para o teto; em seguida, deve rodar a cabeça e o corpo em um ângulo de 90º para a direita (decúbito lateral
direito); por fim, gira o corpo para decúbito ventral com o nariz apontando para o chão.
19. Na FV, existem dois caminhos básicos de diagnóstico funcional que representam um universo clínico de 300 tipos de problemas vestibulares e aproximadamente 2.000 causas. Quais são esses
caminhos?
A) Labirintite e neurite vestibular.
B) Schwanoma vestibular e doença de Ménière.
C) Hipofunção vestibular e VPPB.
D) Ataxia cerebelar e instabilidade postural.
Confira aqui a resposta
20. Qual é a definição de VPPB?
Confira aqui a resposta
21. Qual é a vertigem mais comum na prática diária e qual é o tratamento de escolha mais apropriado?
A) Neurite vestibular; medicamento supressor vestibular.
B) Neurite vestibular; reposição de vitamina D.
C) VPPB; manobras de reposição ou liberatórias.
D) VPPB; medicamento supressor vestibular.
Confira aqui a resposta
22. Qual é a única disfunção em que ocorre o deslocamento físico de partículas no interior do labirinto, isto é, otocônias que se deslocam do utrículo em direção a um determinado CSC?
23. Com relação à VPPB, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
( ) A VPPB é mais comum no homem do que na mulher e pouco frequente em crianças.
( ) O envolvimento bilateral é relativamente comum.
( ) Os casos unilaterais ocorrem em 50% dos pacientes que foram vítimas de traumas cranianos, labirintites ou hipofluxo da artéria vestibular.
( ) A remissão espontânea é comum em 17% dos casos, mas as recidivas podem ocorrer.
Confira aqui a resposta
24. Descreva a manobra diagnóstica de DixHallpike e comente sobre os sinais e sintomas deflagrados e sua fisiopatologia.
Confira aqui a resposta
25. Descreva a manobra de tratamento de Epley.
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26. A mais simples das abordagens para VPPB do CSCL é a posição forçada prolongada, que se baseia na permanência do paciente sobre o decúbito lateral saudável por ........ horas consecutivas. Porém,
não há evidências suficientes para recomendála como tratamento específico e preferencial para VPPB do CSCL.
A) 2
B) 4
C) 6
D) 8
Confira aqui a resposta
■ FISIOTERAPIA VESTIBULAR
Rose27 alertava que a necessidade de se definir o papel e a função do diagnóstico na prática da fisioterapia decorre da importância de se distinguir esse diagnóstico funcional daqueles feitos por outros profissionais
de saúde.
A identificação do papel e a função do diagnóstico em fisioterapia devem fornecer evidências de que eles têm características próprias, estão limitados ao corpo de conhecimento e no âmbito da prática, e são
complementares, ou seja, não entram em conflito com diagnósticos feitos por outros profissionais de saúde. O aspecto políticojurídico dessa questão demanda que a profissão pretende claramente esclarecer
que a intenção do diagnóstico fisioterapêutico (cinéticofuncional) não é infringir a prática de outros ou assumir papéis que estão além do âmbito da sua educação e formação.27
Na década de 1940, o fisioterapeuta Cooksey e o médico Cawthorne propuseram o uso de exercícios – a reabilitação vestibular – com o objetivo de tratar os distúrbios vestibulares. Os exercícios vestibulares
promovem a redução dos sintomas, recuperam o equilíbrio e restauram a capacidade funcional. Esse processo de recuperação ocorre por meio da plasticidade neuronal.1
A FV é eficaz na melhora dos déficits funcionais e sintomas subjetivos resultantes da hipofunção vestibular periférica unilateral e bilateral, bem como de distúrbios do equilíbrio.1,25
No Brasil, a FV foi reconhecida como área de atuação pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) por meio da Resolução nº 419/201228 (Quadro 6).
Quadro 6
Com relação à transição da avaliação para o tratamento, julgase necessário, pela própria característica multifacetária do processo, observar a identificação precisa dos distúrbios funcionais específicos do
paciente por meio de ferramentas validadas e eficientes.
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Figura 8 – Escalas analógicas de vertigem. A) Escala numérica de 11 pontos (10cm). B) Escala de três categorias legendada,
com escore de 110 pontos.
Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Outra ferramenta de simples aplicação, validada e efetiva, é o inventário de desvantagens da vertigem (IDV). É uma escala de incapacidade autopercebida, atribuída à enfermidade vestibular, com 25 itens
divididos em três domínios – funcional, emocional e físico. Com pontuação máxima de 100, quanto maior o valor, pior a percepção do paciente sobre sua qualidade de vida.1
Classificar e pontuar o papel do fisioterapeuta significa estabelecer claramente as responsabilidades e o nível de conhecimento que esse profissional necessita para capacitálo a elaborar racionalmente a
anamnese e os testes específicos, a fim de se obter um diagnóstico fisioterapêutico preciso. Após essa etapa diagnóstica funcional, depreendemse os objetivos concretos e a escolha da terapêutica adequada
para cada caso, sob os auspícios da prática baseada em evidência e competência.
Para cada tópico principal, têmse quatro subtópicos, que direcionam o raciocínio cinéticofuncional e a tomada de decisão clínica.
Por sua natureza didática, o modelo FV 4x4 serve para nortear o raciocínio clínico e cinéticofuncional de forma simplificada para proporcionar ao profissional uma rotina passo a passo frente aos desafios no
controle das síndromes vertiginosas (Quadro 7).
Quadro 7
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Figura 9 – Tábua de Snellen. Avaliação da acuidade visual dinâmica.
Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Tabela 1
OA = olhos abertos; OF = olhos fechados; s = segundos.
Fonte: Mann e colaboradores (1996).11
■ Alcance funcional: paciente com pés juntos próximo à parede e com os membros superiores elevados a 90º inclina o corpo para frente sem tirar os pés do chão. Por meio de uma fita ou régua métrica colada na
parede e na altura do acrômio, verificase quantos centímetros o paciente se deslocou (Tabela 2).
Tabela 2
Interpretação dos resultados: (a) se incapaz de alcançar = 8 vezes mais propenso à queda; (b) se alcançar menos do que 15,24cm = 4 vezes mais propenso à queda; (c) se alcançar entre 15,2425,40cm = 2 vezes mais propenso à queda; (d) se alcançar mais do que 25,40cm = não propenso à queda.
Fonte: Mann e colaboradores (1996).11
Como sintomas da HVU, temse um início agudo de vertigem rotacional grave e prolongada, que piora ao movimento cefálico, associada ao nistagmo horizontorotatório espontâneo, que bate na direção da
orelha saudável, desequilíbrio postural e náusea. Geralmente, não há perda auditiva.
Os sintomas usualmente desaparecem com 4872 horas, e o retorno gradual ao equilíbrio normal ocorre em cerca de 46 semanas. Movimentos cefálicos rápidos para o lado lesado podem ainda causar ligeira
oscilopsia ou movimentação do ambiente e comprometer o equilíbrio por um curto período. Acomete indivíduos de ambos os sexos com idade entre 3060 anos.7
O diagnóstico funcional, embora limitado na fase aguda em decorrência da intensidade dos sintomas, necessita de uma história detalhada, seguida de criterioso exame físico. Comumente, de 2472 horas após a
diminuição da náusea e vertigem graves, recomendamse a deambulação e que o médico assistente reduza ou interrompa os supressores, pois eles prolongam o período para obter compensação central.7,9
A cinesioterapia vestibular ativa e progressiva estimula a adaptação vestibular, por meio do desafio aos mecanismos de compensação do SNC. Com efeito, melhoram a estabilidade do olhar e da postura. Os
exercícios incluem movimentos da cabeça e do corpo desenvolvidos especificamente para o paciente. Esse recurso é voltado para promover a compensação da desordem. Os programas vestibulares de
retreinamento são administrados por profissionais fisioterapeutas treinados com conhecimento e compreensão do sistema vestibular e sua relação com outros sistemas do corpo.1
Paciente sentado em uma maca com a cabeça voltada em um ângulo de 45º para o lado que não provoca a vertigem é orientado a deitarse voltado para o lado oposto na posição de decúbito lateral,
mantendo a cabeça voltada 45º para cima. Permanece nessa posição por 15 segundos e volta para a posição sentado. Permanece por 5 segundos. A seguir, gira sua cabeça 45º para o lado que provoca a
vertigem e deitase em decúbito lateral para o lado oposto com a cabeça voltada 45º para cima, mantendo a posição por 15 segundos.
Cada etapa corresponde a um ciclo. O procedimento deve ser repetido de 510 ciclos. Com os exercícios de reeducação vestibular funcional, há presença dos sintomas nas primeiras três ou quatro semanas.
Com o investimento diário do paciente na realização dos exercícios ativos para compensação do RVO, com frequência de duas vezes por dia, os sintomas tendem a diminuir, de forma gradual, na unidade de
tempo.
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tempo.
Por outro lado, a percepção de melhora autorrelatada em questionários apresenta um aumento significativo durante o período previsto de três meses consecutivos de exercícios (Figuras 10 AD).1,7,9,29
Figura 10 – Exercícios de habituação de Brandt Daroff. A) Paciente sentada em uma maca com a cabeça voltada em ângulo de
45º para o lado que não provoca a vertigem; (B) ela é orientada a deitarse voltada para o lado oposto na posição de decúbito
lateral, mantendo a cabeça voltada 45º para cima. Permanece nessa posição por 15 segundos e volta para a posição sentada
(C). Permanece por 5 segundos. A seguir, girar a cabeça 45º para o lado que provoca a vertigem e deitase em decúbito lateral
voltada para o lado oposto com a cabeça voltada 45º para cima, mantendo a posição por 15 segundos (D), e volta para a
posição sentada. Cada etapa corresponde a um ciclo.
Fonte: Arquivo de imagens do autor.
São variáveis do tratamento para estabilização/fixação do olhar (paradigma X1 e X2 visão/alvo, horizontal e vertical):
■ X1: paciente realiza movimentos de rotação da cabeça com olhar fixo em um alvo parado 30 centímetros à frente, na direção do horizonte do olhar. Depois executa a mesma tarefa com movimentos de
flexão e extensão da cabeça;
■ X2: paciente realiza movimentos de rotação da cabeça com olhar fixo em um alvo móvel 30 centímetros à frente, na direção do horizonte do olhar. Simultaneamente, o alvo se move na direção contrária ao
movimento da cabeça. Depois executa a mesma tarefa com movimentos de flexão e extensão da cabeça e associados ao alvo, movendose na direção oposta da cabeça.
Progressão da cinesioterapia:
■ duração – iniciar com 1 minuto (se tolerar) e progredir para 2 minutos (lento – rápido). Primeira variável;
■ distração por ambiente de fundo (segundo plano) – iniciar com alvo simples e progredir primeiramente para conflito visual (por exemplo, tabuleiro de xadrez com letra no meio) e posteriormente para realizar em
ambientes amplos ou externos;
■ posição – iniciar de pé, se tolerar (em caso negativo, fazer sentado) e progredir para deambulação (por exemplo, andar até o alvo fixo na parede ou andar com alvo nas mãos);
■ distância – alvo próximo, 30cm, progredir para maior distância, 23 metros;
■ velocidade – iniciar lentamente, progredir para mais rápido enquanto mantém a imagem estável e focalizada. Lembrar que as funções do RVO atingem aproximadamente 2Hz ou mais. Repetir para garantir o melhor
desempenho, caso seja necessário;
■ frequência – iniciar duas vezes por dia, progredir para cinco vezes por dia, no máximo.
Os exercícios de adaptação vestibular são semelhantes ao realizado na HVU (paradigma X1).
Considerações terapêuticas para pacientes com vestibulopatia bilateral:
■ acrescentar exercícios de substituição – movimentos óculocefálicos semelhantes ao paradigma X1, só que entre dois alvos. O paciente direciona o olhar para um alvo e depois gira a cabeça na mesma direção
desse alvo; repete para o outro alvo. Equivale a estimular o RCO para substituir a perda do RVO;
■ treinamento do RCO;
■ treinar com alvo imaginário;
■ X2 é contraindicado;
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■ X2 é contraindicado;
■ pode ser necessário realizar os exercícios na posição sentada, em razão da segurança e/ou gravidade dos sintomas;
■ instruções ao paciente – identificar possíveis ameaças à segurança (superfícies instáveis, iluminação precária, escuridão);
■ instrução sobre medidas de precaução (lanternas, bengalas, etc.).
EQUILÍBRIO ESTÁTICO
Queixas funcionais:
■ instabilidade aos movimentos cefálicos;
■ perda do equilíbrio aos movimentos cefálicos;
■ medo de queda aos movimentos cefálicos.
São variáveis do tratamento do equilíbrio:
■ alteração da entrada da informação visual – olhos abertos, olhos fechados, óculos de sol, conflitos visuais no segundo plano, oscilações do ambiente ao redor, rotações cefálicas, arremessando bolas/sacos de
areia;
■ alteração da entrada da informação somatossensorial – espuma, grama natural ou sintética, terreno com pedras, rampas, balanço proprioceptivo (inox), gangorra para equilíbrio, tábua proprioceptiva, disco para
propriocepção, skate buba, disco para propriocepção, tábua de equilíbrio, giroflex, esteira elétrica, barco, etc.;
■ alteração de ambos, ou seja, das entradas das informações visuais e somatossensoriais – de pé sobre espuma com olhos fechados; associar máscara de realidade virtual ou jogos.
MARCHA (DEAMBULAÇÃO)
Queixas funcionais:
■ perda do equilíbrio enquanto anda;
■ vertigem enquanto anda;
■ dificuldade para subir/descer escadas;
■ dificuldade sobre terrenos irregulares.
São variáveis da marcha:
■ velocidade;
■ direção;
■ distância;
■ base de suporte;
■ movimento cefálico – velocidade, amplitude, simetria, frequência e plano.
Equilíbrio e marcha – objetivos cinéticofuncionais:
■ atravessar a rua com trânsito parado antes de terminar o tempo do sinal ou farol luminoso;
■ diminuir o risco de queda quando virar a cabeça;
■ ter segurança para andar na rua com diversos obstáculos para atingir um determinado destino (por exemplo, igreja, shopping, banco);
■ ter independência em suas atividades de vida diária (AVDs), diminuindo a queixa de instabilidade postural.
Equilíbrio e marcha – considerações terapêuticas:1,29
■ preocupação primária com a segurança;
■ explorar o maior nível de desempenho cognitivo;
■ os pacientes alcançarão variados níveis de desempenho nos exercícios;
■ as variáveis podem ser modificadas independente ou simultaneamente para aumentar o grau de dificuldade;
■ o tratamento deve ser orientado aos objetivos, ou seja, visando combater a impotência funcional;
■ o paciente deve realizar os exercícios de equilíbrio e marcha para desenvolver as habilidades citadas.
27. Defina FV.
Confira aqui a resposta
28. Ao melhorar a função vestibular e promover mecanismos de adaptação e compensação central, a FV tem, entre os seus objetivos:
I – recuperar o equilíbrio e minimizar quedas.
II – reduzir sensações subjetivas de tontura.
III – melhorar a estabilidade durante a locomoção.
IV – reduzir a dependência dos sistemas visual e somatossensorial.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a IV.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II, a III e a IV.
Confira aqui a resposta
29. O que significa o modelo didático fisioterapia 4x4?
Confira aqui a resposta
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30. A prática da FV é dependente de um diagnóstico etiológico conhecido e prédeterminado?
Confira aqui a resposta
31. Com relação à avaliação vestíbulooculomotora à beira do leito, é INCORRETO afirmar que ela pode incluir:
A) amplitude de movimento ocular e convergência – para avaliar a motricidade ocular.
B) sacádico – desvio do olhar para alvos fixos.
C) Thrust cefálico ou Head impulse test – movimento de baixa velocidade e pequena amplitude da cabeça para um dos lados. Possui alta especificidade para confirmar HVU.
D) perseguição ou rastreio de alvo móvel.
Confira aqui a resposta
32. O teste de Romberg consiste em
A) paciente sentado, com os pés unidos e os olhos abertos e depois fechados.
B) paciente sentado, com os pés separados e os olhos abertos e depois fechados.
C) paciente de pé, com os pés separados e os olhos abertos e depois fechados.
D) paciente de pé, com os pés unidos e os olhos abertos e depois fechados.
Confira aqui a resposta
33. Para qual situação são indicados os exercícios de habituação de BrandtDaroff? Descreva os exercícios.
Confira aqui a resposta
■ CASO CLÍNICO
Paciente do gênero feminino, 45 anos, com queixa de tontura rotatória há cinco dias.
Os sintomas se iniciaram quando ela estava realizando uma aula de pilates, especificamente com uma postura de hiperextensão da cabeça por um período de aproximadamente 5 minutos. Não havia outros
sintomas de origem neurológica ou otológica.
No primeiro dia de crise, ela relatou que teve forte vertigem, associada a náuseas, vômitos e sudorese profusa. A vertigem teve duração de segundos, porém os outros sintomas foram mais persistentes.
A partir desse dia, sempre que ela se movimentava na cama, passando de decúbito lateral para sentada ou girandose na cama, referia forte vertigem episódica com duração de segundos, além dos outros
sintomas associados.
A intensidade dos sintomas foi reduzindo gradualmente a cada dia. Não havia relato de instabilidade postural e nem histórico de síndromes vertiginosas.
34. Com base na história apresentada no caso clínico, qual é o provável diagnóstico?
Confira aqui a resposta
O exame físico geral não apresentou alterações neurológicas ou clínicas. O teste da artéria vertebral (TAV) foi normal.
Após 10 segundos da manobra de DixHallpike à direita, foi deflagrada uma forte vertigem, acompanhada de nistagmo, batendo para cima em sentido antihorário e com redução gradativa, durando 30
segundos no total.
À volta do teste para a posição sentada, ela referiu novamente vertigem, o nistagmo ocorreu de forma inversa, ambos fatigáveis em segundos.
35. Após as informações adicionais disponibilizadas, qual é o diagnóstico preciso para o caso clínico citado?
Confira aqui a resposta
36. Disserte sobre a fisiopatologia e as duas atuais teorias dessa condição.
Confira aqui a resposta
37. Qual é o tratamento mais indicado para o diagnóstico do caso clínico? Descrevao.
Confira aqui a resposta
■ CONCLUSÃO
As várias formas de vertigem são tratadas com terapia farmacológica, fisioterapia, medidas psicoterapêuticas e, raramente, cirurgia. Antes do tratamento, o paciente deve ser informado de que o prognóstico é
geralmente muito bom por duas razões: muitas formas de vertigem apresentam um curso natural favorável e a maioria das formas pode ser tratada com sucesso.
Existem evidências de que a FV pode contribuir na recuperação dos pacientes com síndromes vestibulares e distúrbios do equilíbrio. Ressaltase a importância da avaliação cinéticofuncional cuidadosa e o
fisiodiagnóstico preciso para prover a melhor escolha terapêutica.
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