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Manbol - Livro de Regras

Índice

Introdução.......................................................................................2
1. A história..................................................................................... 2
2. Missão..........................................................................................5
3. O Manbol..................................................................................... 6
3.1 A quadra....................................................................................7
3.2 A rede........................................................................................ 8
3.3 A bola.........................................................................................9
4. Regras........................................................................................10
4.1 Zonas e áreas de jogo..................................................... 11
4.2 Formato de equipe......................................................... 11
4.3 O arremesso....................................................................12
4.4 O saque............................................................................14
4.5 A pontuação.................................................................... 15
4.6 Neutralidade................................................................... 16
Curiosidade - Bolas chocadas.............................................. 17
4.7 Faltas............................................................................... 23
5. Torneios e arbitragem............................................................. 26
6. Manbol e desenvolvimento motor.......................................... 34
Habilidades desenvolvidas pelo Manbol.................................... 39
7. Um exemplo de como entender a prática pela teoria............43
Atividades..................................................................................... 50
Agradecimento ..........................................................................64

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Manbol - Livro de Regras

INTRODUÇÃO
O Objetivo desse texto é apresentar uma modalidade esportiva,
inédita e muito dinâmica, o MANBOL.

Criado em Belém do Pará, o MANBOL surge como uma nova


opção desportiva, trazendo consigo uma inovação: a utilização
de duas bolas simultaneamente e ainda possui um outro
diferencial, a possibilidade de ser jogado nos mais diversos
lugares.

1. A HISTÓRIA

O MANBOL teve sua origem em 2004, na cidade de Belém do


Pará, através da mente criativa do jovem visionário, Rui
Hildebrando. Inicialmente, o MANBOL era uma brincadeira de
crianças realizada com mangas. Mais de uma década se passou
e a brincadeira se tornou popular entre os jovens que
acabaram por incentivar o criador, a elaborar regras oficiais e
materiais adequados para a prática, oficializando o nome
MANBOL.

O MANBOL é uma inovação criativa do esporte mundial, não se


copia nenhuma regra de outra modalidade, denominado
esporte da Amazônia. Hoje, o MANBOL, já é praticado em
diversas cidades do Brasil e até em alguns países da América
Latina.

Um esporte contagiante e fácil de jogar que combina raciocínio


lógico e agilidade, único no mundo que é praticado com duas
bolas ovais. Ótimo para ser jogado em: quadras, áreas praianas,
parques, escolas, rua, clubes, em qualquer lugar plano e com
um solo apropriado. Muito bom para você se divertir em suas
atividades de lazer e com a família.
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Com o sucesso foi fundada, em 16 de Junho de 2004, a


Associação MANBOL Brasil (AMB), cujo objetivo é a
implantação, manutenção e divulgação do esporte em todo o
território nacional.

Em 2005, o MANBOL já tinha força para manter-se em Belém e,


sabendo de todo o potencial que o esporte tinha
principalmente para a prática nas praias. Rui decidiu que era
hora de expandir sua ideia. Reuniu uma boa quantidade de
material, algum dinheiro e, junto com sua esposa, rumou de
carro até o Rio de Janeiro, onde com a ajuda de alguns parentes
foi em busca de ampliar o esporte. Depois de uma viagem de
mais de três mil quilômetros sem conhecer o caminho, Rui
conseguiu chegar ao Rio de Janeiro.

Com o grande apelo das praias do Rio de Janeiro, tanto para os


turistas quanto para os praticantes de esportes, Rui achou que
esse seria o inicio ideal para a suas demonstrações e, foi na
praia do Flamengo que surgiram os primeiros interessados
pelo esporte. Um grupo de amigos gostou muito do esporte e
passou a praticá-lo nos fins de semana, quando Rui montava
sua quadra na praia. Aos poucos foram surgindo
oportunidades de palestrar e divulgar o MANBOL em
universidades e eventos.
No segundo semestre de 2005, durante um evento sobre
esportes na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ),
Rui teve a oportunidade de mostrar seu esporte. Atraído por
novidades e impressionado com a adaptabilidade do esporte
ao baixo custo de implantação, o professor de educação física e
gerente de projetos da prefeitura de Nova Iguaçu, se
prontificando em ajudar a difundir o MANBOL.

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Ao longo das palestras em universidades, o MANBOL sempre


chamou muita atenção, sempre sendo bem recebido. Porém,
ainda faltava algo no esporte: a possibilidade de mais pessoas
jogarem ao mesmo tempo. Originalmente, o MANBOL tinha
sido criado como uma modalidade individual, mas surgiu a
necessidade de aumentar o número de participantes e a
eminente e mantendo a ideia original, o MANBOL ganhou uma
nova forma de se jogar: a modalidade em duplas.

Logo, fundou-se a Associação de MANBOL do Rio de Janeiro


(AMRJ) para continuar os trabalhos de divulgação e
popularização do esporte.

Em Dezembro de 2006, foi realizado o 1º Torneio de MANBOL


do Rio de Janeiro, com a presença de 12 (doze) praticantes.

Com a chegada dos Jogos Pan Americanos, Rui volta ao Rio de


Janeiro acompanhado de cinco atletas para promover o esporte
na praia de Copacabana através de um mini-torneio. Com a
prática ocorrendo na Praça das Medalhas, o MANBOL
conseguiu atingir um grande número de cariocas e turistas.
Ainda em Julho ocorreu um torneio no Pará que consta no
calendário esportivo do Ministério do Esporte.

Com o passar dos anos a popularidade do esporte fora


reconhecida e a veiculação do MANBOL no Brasil, começa a se
expandir. A expansão é tamanha que o esporte passeia por
diversos países da América do Sul e pelos Estados brasileiros.

Atualmente no Estado de São Paulo, o MANBOL se instalou na


região metropolitana e no Grande ABCDMRR. Na cidade de
Santo André, os CESAs oferecem oficina de MANBOL para
crianças e adolescentes e foi lá a realização do primeiro torneio
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de MANBOL no Estado de São Paulo, com apoio do SESC.


Participaram desse evento 64 duplas, de oito cidades.

Na cidade de São Caetano do Sul, o MANBOL é praticado em


diversas de escolas, e já faz parte do planejamento das aulas de
Educação Física e Esporte.

As formações de MANBOL no Estado percorreram vinte


municípios e em 2018 foi criada a caravana do MANBOL, que
atendeu sete cidades da região metropolitana de São Paulo.

No Pará, Rui Hidelbrando implantou o MANBOL em várias


cidades e criou um projeto inovador, com as novas quadras e
uma diferenciada campanha de difusão do esporte.

E o que temos nesse momento, é o jovem Rui, ressignificando


seus ideais e a cada dia propondo novas ações e projetos para o
MANBOL.

2. MISSÃO
Através da nossa história é possível entender melhor a razão
de existir, entretanto isto, precisa fazer sentido no que tange à
nossa missão, Conquistar apoio, construir unidades de
federações em todos os estados do Brasil, produzir material
esportivo de qualidade e em quantidade suficiente para
atender a demanda do crescimento do esporte nacional,
propor parcerias públicas e inclusão desta modalidade em
programas de acesso a todas as classes sociais em projetos
desenvolvidos por governos, municipais, estaduais, e federal,
sugerir esta modalidade como complementar da educação
física, por ser de lazer recreativa, coletiva, acessível e adaptável
a todos os solos, promover campeonatos , estaduais, regionais,
e nacionais, circuitos, torneios, seminários e cursos de
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capacitação nas universidades e em todo o Brasil, incentivar e


fomentar a prática esportiva em praias, clubes, e atividades
recreativas da sociedade, operacionalizar estrutura capaz de
prestar atendimento a todos os adeptos, enfim por tudo inserir
o esporte na cultura nacional através da criação de 27
federações e fortalecimento da CBM- Confederação Brasileira
de MANBOL, dando seguimento após a difusão nacional é
ampliar a outros países, como o objetivo de consolidar a
criação da Federação Internacional de MANBOL – (FIMA), com
vista no desafio de tornar o MANBOL um esporte mundial e
olímpico.

3. O MANBOL
Um esporte diferente de tudo, único no mundo que utiliza duas
bolas ovais simultâneas durante o jogo, possui em suas regras,
características que o tornam um jogo fácil de ser aprendido e
praticado. A inovação das regras e a dinâmica do uso de duas
bolas tornam um grande atrativo para a prática em geral por
todos os públicos, ótimo para desporto escolar, treinamento e
como forma de lazer.
Diferentemente do futebol, onde a habilidade com as pernas é
essencial, ou do voleibol onde a execução correta da técnica é
fundamental, no MANBOL os movimentos básicos são muito
simples e naturais, sendo executado em sua plenitude com
movimentos de braços e mãos para os arremessos.
O esporte tem suas peculiaridades e entre elas pode-se
destacar: a manipulação das bolas, o deslocamento e as
estratégias de jogo.
Para muitos, a manipulação das bolas, se aproxima da
atividade de malabares, pois as ações receber e arremessar a
bola devem ser muito rápidas e precisas. Isso possibilita uma
dinâmica de jogo, que faz a diferença. O fundamento de receber
a bola arremessada, é um outro desafio, pois a bola de 20 cm e
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oval, dificulta a recepção, principalmente quando se aplica as


técnicas de arremesso com efeito.
Em relação ao deslocamento, o MANBOL, não facilita a ação
dos jogadores, pois como são duas bolas simultâneas, o jogador
deve atentar-se ao percurso das bolas, para conseguir recebe-
las com eficiência.
Por ser um esporte simples de ser jogado, ele requer um
dinamismo das estratégias para jogar. Além da técnica, a regra
2s, faz com que o jogador tenha pouco tempo para pensar no
seu arremesso.
Pode-se destacar no MANBOL: a utilização simultânea de duas
bolas no jogo e a necessidade de dominar a bola em todas as
ocasiões.

3.1 A QUADRA
Um dos atrativos do MANBOL é a área de jogo. A quadra é
constituída por um retângulo medindo 10 (dez) metros no
comprimento (linhas laterais) e 5 (cinco) metros na largura
(linhas de fundo). A quadra de MANBOL possui ainda duas
linhas intermediárias que delimitam a área 2-L. Ela possui a
forma de uma linha reta ligando as duas laterais e tendo dois
metros como distância da linha de fundo. A área 2-L é exclusiva
para o momento do saque. Já nas quadras de areia, pode-se
optar por uma linha imaginária demarcada por duas bandeiras
posicionadas a um metro de distancia das linhas laterais, isso
se deve ao risco da linha vir a atrapalhar os jogadores durante
a partida.

ZONA ZONA
LIVRE LIVRE
10 metros
me

me
tro

tro

2-L 2-L

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2 2
metro metro
s s
ZONA
LIVRE
(Figura 1)

O MANBOL pode ser praticado em qualquer piso: grama, areia,


madeira ou cimento, sendo os pisos de areia ou grama os mais
recomendados, por proporcionarem a possibilidade de realizar
movimentos com menor risco de lesão.

3.2 A REDE
A rede de MANBOL é mais um atrativo porque, além de poder
ser adaptada facilmente, possui ainda um baixo custo de
aquisição, grande durabilidade, é fácil de se armar e de se
transportar. A Rede é composta de uma malha quadriculada;
faixa horizontal superior na e as hastes que sustentam a rede.
A rede tem 5 (cinco) metros de comprimento por 65 (sessenta
e cinco) centímetros de largura e os quadrados que compõem a
trama da rede tem a dimensão de 5 (cinco) cm x 5 (cinco) cm. A
faixa horizontal superior da rede tem 5 (cinco) metros x 5 (5).

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As hastes tem a altura de 1,65m, que corresponde à altura


oficial para a prática do MANBOL.

(Figura 2)

3.3 A BOLA
A bola de MANBOL possui um formato único que lembra um
grande comprimido ou um grão de arroz. O formato da bola foi

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definido em uma tentativa de se aprimorar o jogo, inicialmente


disputado com mangas.

(Figura 3)

A bola oficial tem um formato oval, confeccionada com curvin


ou tecido similar e com enchimento de algodão sintético. O
peso de 90 (noventa). A circunferência e o comprimento da
bola devem ser de 20 cm. Para uma disputa de uma partida
oficial serão necessárias 02 (duas) bolas com diferente
esquema de cores.

(Figura 4)

Para uma disputa de uma partida oficial é necessário um par de


bolas e mais 3 (três) pares de bolas reserva.

4. REGRAS

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Neste capítulo apresenta-se o conjunto de regras oficiais do


MANBOL organizadas pela Associação MANBOL Brasil (AMB).

4.1 ZONAS E ÁREAS DE JOGO


A quadra de MANBOL possui três zonas e uma área, sendo elas:
Zona de jogo;
Zona livre;
Zona de saque;
Área 2-L.
A zona de jogo corresponde a toda a área interna da quadra e
área da zona livre, já que é possível realizar jogadas dentro
dessa área.
A zona livre é uma área que circunda a quadra. Ela tem como
objetivo garantir ao atleta a realização de jogadas fora da
quadra e delimitar um espaço de segurança entre os atletas e
qualquer obstáculo externo ao jogo.
A zona de saque corresponde a uma área de cinco metros de
largura, localizada atrás de cada linha de fundo. Seu
comprimento se estende por toda a área de zona livre
compreendida atrás da linha de fundo. Essa zona só restringe o
primeiro saque, após sua concretização, o segundo saque pode
ser feito de dentro da área de jogo até o limite da linha 2-L.
A área 2L corresponde ao local onde deve ser destinado o
primeiro saque, marca também o limite de penetração na
quadra que o jogador de posse do saque execute o segundo
saque sem ultrapassar a linha da área 2-L.

4.2 FORMATO DE EQUIPE


O MANBOL pode ser disputado, oficialmente, nos seguintes
formatos: Partidas na modalidade “individual” (onde jogam
um contra um); Partidas na modalidade “dupla” (onde jogam
dois jogadores em cada lado).

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A versatilidade do jogo acarreta a necessidade de uma ampla


gama de habilidades e técnicas físicas e mentais, favorecendo
o jogo (também) na forma mista.
Uma sugestão para a prática MANBOL, principalmente para
crianças, é organizar as equipes em trios, quartetos e até
quintetos. Uma permita uma melhor fluência do jogo, nas fases
iniciais de aprendizagem.
A obrigatoriedade da formação em duplas ou individual, dar-
se-á apenas para torneios e competições oficiais. O MANBOL
permite uma gama de variedades na composição das equipes,
pois é um esporte adaptável a qualquer público. Pensando em
crianças pequenas, o esporte torna-se possível de ser praticado
com adaptações de espeço, rede e materiais.

4.3 O ARREMESSO
O primeiro fundamento do MANBOL é o arremesso. É com ele
que realizamos o saque e todos os ataques durante o jogo. O
arremesso deve ser feito com as mãos (e somente com elas),
sendo sempre realizado abaixo a linha do ombro, ou paralelo a
ele (arremesso da bola). Não são permitidos movimentos de
empurrar a bola ou cestinha (como passe de peito do
basquete), nem movimentos partindo acima da linha do ombro
(como arremesso do handebol ou a cortada do voleibol).
Observamos excepcionalmente, o movimento que a mão passa
da linha do ombro, mas o lance feito vem debaixo para cima,
tipo o lance de bola do boliche, esse movimento é válido.
Em razão disso, praticantes que já vivenciaram outros esportes,
adquiriram “vícios” de outros esportes e com isso tendem a
cometer muitos erros de arremesso nos períodos iniciais de
prática. Por isso essa é, sem dúvida, o erro mais cometido por
iniciantes, durante uma partida de MANBOL.
Após um arremesso, a bola permanece “em posse” daquele que
o efetuou até o momento em que esta, toque o adversário ou o
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solo. Existe a possibilidade de que as bolas se choquem no ar.


Neste caso, o jogo irá prosseguir normalmente até que elas
caiam. Caso o choque resulte em queda das bolas, a contagem
dos pontos irá respeitar a “posse” de cada um dos jogadores
seguindo a normalidade das regras.
O arremesso segurando a bola com as duas mãos é permitido
no MANBOL.
O jogador tem total liberdade para saltar para dominar a bola
ou sacar, mas não é permitido que ele execute um arremesso
em suspensão de dentro da quadra.
O arremesso do MANBOL e a recepção são os principais
fundamentos do esporte. As habilidades manipulativas
envolvidas nessa ação, é o que dá a cadência do jogo, portanto
faz-se necessário um bom planejamento de atividade para o
aprimoramento dessas habilidades para que o jogo aconteça.
Primeiramente sugere-se que os participantes tenham a
oportunidade de manipular as bolas de MANBOL, antes do
início da prática.
A recepção da bola pode ser realizada com uma ou com as duas
mãos, e também é permitido o toque em outra região do corpo,
para acolhimento da bola. Porém, não é permitido o toque com
os pés na bola.
No momento da recepção, é fundamental que o participante
não esqueça que sempre terá duas bolas em jogo, no início de
cada sequência de jogo. E quando uma das bolas é finalizada, o
rallye continua com uma bola apenas, facilitando as estratégias
para receber a bola.
A recepção é o fundamento mais difícil do MANBOL devido à
velocidade e ao formato da bola, que de acordo com o efeito,
pode tornar a tarefa muito difícil.
Um bom jogador de MANBOL tem como ponto forte uma boa
recepção, e possivelmente será capaz de realizar boas
recepções mesmo com uma das mãos.
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4.4 O SAQUE
Para o jogo iniciar uma das equipes (individual) terá posse de
bola. Quem tem a posse de bola utilizará as duas bolas para
sacar e deve fazer isso seguindo uma regra mãe do jogo:
 A 1ª primeira bola deve ser lançada com intenção de
acertar a área chamada 2-L do campo adversário, e é
uma regra de condicionamento inicial e somente
quando a bola atingir a área 2-L ou atingir o solo ou o
jogador oposto tocar na bola é que a segunda bola entra
em jogo.
 A segunda bola entra em jogo e a partir desse momento
não será mais permitido, que o jogador segurar as duas
bolas ao mesmo tempo em jogo.
Existe um tempo máximo de 2 (dois) segundos de posse
da bola. A dinâmica se dá com movimentos diversos de
ida e vinda da bola que só termina quando as duas
forem definidas em jogo.
 A primeira bola deve ser arremessada fora da área de
saque, ou seja, atrás da linha de fundo e a segunda
poderá ser arremessada de dentro da quadra,
respeitando o limite da linha 2L. Independente do que
venha acontecer na primeira bola a segunda deve
obrigatoriamente ser colocada em jogo logo em seguida.
 O saque deve seguir a mesma regra dos arremessos, ou
seja, o movimento de braço deve ser enquadrado nas
regras do MANBOL.
 No momento do saque é permitido ao jogador, realizar
um salto, sem invadir a linha de fundo, mas realizando o
arremesso mantendo a regra fundamental do MANBOL,
que é não ultrapassar a altura dos ombros, no momento
de soltura da bola.

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 Não há rodízio entre os sacadores, ficando a disposição


da equipe, decidir a melhor estratégia. No caso do jogo
individual, esse conceito não se aplica.

4.5 A PONTUAÇÃO
No MANBOL as duas bolas tem valores iguais, ou seja, cada
bola corresponde a 1 (um) ponto. Para fazer ponto, o jogador
tem que arremessar a bola na quadra do adversário por cima
da rede com o objetivo de defini-la no campo oposto, o
adversário tem a mesma intenção.
A pontuação do MANBOL, tem suas peculiaridades, isto é, para
que haja pontuação o jogador ou a equipe tem que definir as
duas bolas em jogo ou se o adversário cometer uma falta grave.
As partidas são disputadas em melhores de 3 (três) sets, sendo
que com 12 (doze) pontos, se encerra um set, no MANBOL.
Diferente dos demais esportes não a prorrogação da pontuação,
caso haja empate em 11 (onze) a (onze).
Um jogador (ou time) pode marcar um ponto quando:
 A bola toca o solo da quadra adversária;
 Um adversário comete erros;
 O adversário comete uma falta grave;
Em todas as Jogadas quando a primeira bola for definida, isto é
após tocar o solo ou ser arremessada para fora da área de jogo
ou arremessada contra a rede e cair no seu próprio campo, o
jogo irá continuar normalmente até que a segunda seja
finalizada.
Após a definição das duas bolas, os pontos serão distribuídos
da seguinte maneira:

 Dois acertos de um jogador ou de uma equipe valem


dois pontos, caso esteja(m) com a posse do saque;
 Dois acertos de um jogador ou de uma equipe vale um
pontos, caso não esteja(m) com a posse do saque;
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 Dois erros valem dois pontos para o adversário, caso


esteja(m) com a posse do saque;
 Dois erros vale um ponto para o adversário, caso não
esteja(m) com a posse do saque;
 Um erro e um acerto neutralizam o ponto;
 Uma falta grave gera um ponto para a equipe adversária;
caso a primeira bola tenha sido finalizada pela equipe
que cometeu a falta, o ponto será atribuído para a
equipe adversária. Se a equipe adversária finalizou a
primeira bola, e tem a posse do saque, poderá ganhar
dois pontos.

Agora devemos observar quem possuía a posse do saque. Se o


jogador que estiver de posse do saque pontuar, ele receberá no
placar todos os pontos obtidos, caso ele não possua a posse do
saque. O primeiro ponto obtido será a recuperação da posse do
saque (vantagem) e o segundo irá para o placar.
No jogo não é possível recuperar o saque sem marcar pontos;

4.6 NEUTRALIDADE
Considerada a Regra Central do MANBOL.
No MANBOL, são duas bolas as mesmas tem valores iguais,
por isso a interpretação para os árbitros, e jogadores requer
importantíssima atenção.
Após a definição das duas bolas, pode ocorrer a Neutralidade.
Ela é caracterizada quando ambos os jogadores definem bolas
de igual forma na mesma jogada. Elas acontecem quando:
 Acerto iguais: para jogador ou time (A) + (B);
 Erros iguais: para jogador ou time (A) + (B;)
 Acerto e Erro do mesmo jogador ou time (A) ou (B).

Em caso de neutralidade não se atribui pra ninguém, pois o


próprio nome já diz NEUTRALIZA, com esta definição a jogada
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é reiniciada por quem tem a posse do saque. Em jogo bem


disputado pode ocorrer inúmeras neutralidades, tornando o
jogo bastante competitivo.

CURIOSIDADE - BOLAS CHOCADAS


Durante uma jogada as bolas podem se chocam no ar, portanto
devemos observar o ritmo natural do jogo para onde as bolas
se direcionam após o choque, Neste caso, o jogo pode continuar,
se as bolas forem dominadas rapidamente, pois o choque é
considerado uma jogada excepcional. Mas caso as bolas
chocadas caiam, devem ser aplicadas as regras do jogo,
observando o lado que elas foram definidas. Caso apenas uma
caia, a disputa continua.

Situação de Jogo: Equipe azul sacando

Figura A - Troca de bolas entre as equipes


Figura B – Bola finalizada pela equipe azul

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Jogo continua

Figura C – Bola finalizada pela equipe azul e erro


Figura D – duas bolas finalizadas pela equipe azul
bola na rede (neutralidade)
2 pontos para a equipe azul

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Figura E – bola finalizada pela equipe azul e posse


Figura F – duas bolas na rede do próprio campo
de bola para a equipe vermelha, o jogo continua
neutralidade

Figura G
Nessa figura observamos que após o choque, as duas bolas
caíram na mesma quadra. Considerando a posse de bola, vimos
que a bola do jogador vermelho não conseguiu passar para o
outro lado e portanto será considerado um erro dele. Já a bola
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azul caiu na quadra adversária, caracterizando um acerto para


o jogador azul. Sendo assim, um erro do jogador vermelho mais
um acerto do jogador azul irão resultar em dois pontos para o
jogador azul.

Figura H
Assim como no exemplo anterior, o jogador vermelho cometeu
um erro e o azul um acerto, com isso o jogador azul ira receber
dois pontos.

Figura I
Assim como no na figura anterior, observamos aqui, um erro
de cada jogador, e com isso mais uma jogada neutra.

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Situação de Jogo: Saque

Figura A – saque da primeira bola


Figura B – saque da segunda bola - irregular

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Figura C – saque irregular


Figura D – saque correta da primeira bola

Figura E – primeiro saque irregular

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4.7 FALTAS

No MANBOL, assim como em outros esportes, quando ocorre


uma falta o jogo é interrompido, mesmo que a falta ocorra com
as duas bolas ainda em jogo.
Sempre que uma falta ocorrer, o time que sofrer com a falta
será bonificado com ponto, caso a falta seja considerada grave
ou apenas com aposse de saque caso seja uma falta leve.
Toda falta grave equivale a 1 (um) ponto. Existe uma situação
onde é possível ganhar dois pontos durante uma falta grave.
Isso ocorre quando qualquer jogador ou time produz uma falta
na disputa da segunda bola não definida, e neste caso, conta o
ponto da primeira bola e conta o ponto da falta.
As faltas no MANBOL obrigam os jogadores a manter um alto
nível de atenção, pois mesmo após terem finalizado a primeira
bola, podem perder tudo e ainda dar um ponto para o
adversário, caso cometam uma falta.
As faltas são divididas em 2 níveis:
 Faltas graves que pontuam
 Faltas leve que não pontuam mas ocorre inversão
da posse do saque

Faltas graves
1. Arremesso Frontal
2. Finta de braço
3. Segurar a bola por mais de 2 segundos (2s)
4. Segurar as bolas simultaneamente
5. Golpear a bola

1. Arremesso frontal - Em qualquer momento do jogo.


São identificados quando ocorre o arremesso acima da
linha do ombro frontal alto ou médio, saltando de

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Manbol - Livro de Regras

dentro da quadra para qualquer ataque, ou diagonal e


costa dentro da área central.
Observação importante de lances que não são faltas
mesmo acima da linha do ombro: Arremessos lateral,
diagonal ou de costas especificamente realizados de
dentro da área (2-L) ou em qualquer parte da quadra
quando estiver caído, ajoelhado ou deitado.

2. Finta de braço - Ocorre quando um jogador faz uma


finta com o braço objetivando enganar o adversário
(finge que irá lançar a bola para um lado e acaba
mudando sua direção).
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE - não é falta fazer a
finta, usando o corpo ou apenas movimentos de
mão.

3. Segurar a bola por mais de 2 segundos (2s) - Para


proporcionar maior dinamismo ao jogo, o jogador só
poderá permanecer de posse de bola por dois segundos.
O tempo será marcado a partir do momento em que a
bola estiver sob o domínio do jogador.

4. Segurar as bolas simultaneamente - Manter a posse


das duas bolas s e permitido no saque. Não é permitido
que um jogador fique de posse das duas bolas ao mesmo
tempo durante a jogada.
CURISOSIDADE - É normal que os iniciantes
dominem a primeira bola e esqueçam de arremessá-
la enquanto esperam a segunda, mais a desatenção
ocorrera em falta.

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Manbol - Livro de Regras

5. Golpear a bola; É totalmente proibido golpear a bola,


seja para atacá-la, passá-la ou ajudar no domínio com
tapinhas leves.
OBSERVAÇÃO - Caso um jogador falhe em dominar a
bola num primeiro momento, gerando um rebote,
ou um quico involuntário, é permitido continuar até
que ela seja dominada por um dos jogadores, desde
que visivelmente esse ato de rebote ou quico não
intencional.

Faltas leves que não pontua mais ocorre na inversão


de posse

1. Invasão no saque - Realizar o saque da primeira bola


de dentro da quadra ou o segundo ultrapassando a linha
2-L.
2. Invasão da quadra adversária por cima ou por baixo
- Invadir a quadra adversária intencionalmente ou não
por cima ou por baixo da rede serão consideradas faltas
leves.
3. Saltar dentro da quadra para qualquer lance de
ataque.
OBSERVAÇÃO; toda falta leve assim como as faltas
graves paralisam o jogo instantaneamente e se
aplica sobre elas as regras vigentes.

Caso ocorram faltas simultâneas de jogadores de equipes


diferentes, será considerada dupla falta, onde não haverá
pontuação, somente a manutenção do saque. É muito difícil que
um mesmo jogador cometa duas ou mais infrações no mesmo
lance.

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5. TORNEIOS E ARBITRAGEM

Os torneios são competições de curta duração e geralmente


com um número pequeno de participantes. Mas pode-se dizer
que existem alguns torneios que são longos e com muitas
equipes, o que o diferenciam de um campeonato é a forma de
organizar a competição, geralmente. Outro elemento
importante é a arbitragem. Nesse capítulo falaremos sobre a
organização dos torneios e a arbitragem no MANBOL.

TORNEIOS

5.1 Uniforme

5.1.1 Praia
O uniforme consiste em um short ou calção de banho e uma
camiseta opcional, dependendo do regulamento do torneio. Os
jogadores podem usar bonés ou óculos escuros. Os jogadores
devem estar descalços.

5.1.2 Outros espaços


O uniforme dos jogadores consiste em short ou calção, camisa,
meia e tênis. As camisas para os jogos individuais podem ser
numeradas, sendo admitido-se qualquer número natural de até
2 dígitos, desde que seja na parte de trás da camisa e de cor
contrastante do uniforme.

5.1.3 Duplas
Para partidas disputadas em duplas, o uniforme deve seguir o
mesmo padrão, exceto pelo tênis.
As camisas dos jogadores (ou shorts quando autorizados a
jogar sem camisa) devem ser numeradas em 1 e 2. Os números

26
Manbol - Livro de Regras

devem ser de cores contrastantes do uniforme, sendo colocado


na frente em caso de short, e atrás na camisa.

5.1.4 Trocas autorizadas


Se ambas equipes se apresentam com a mesma cor de camisa,
deve ser feito um sorteio para determinar qual equipe deverá
trocar de camisa.
O primeiro árbitro pode autorizar um ou mais jogadores:
 Jogarem descalços (para pisos duros) ou calçados em
piso de areia;
 Trocarem uniformes molhados entre os sets, desde que
estes mantenham o padrão inicial;
 Jogarem com agasalhos, em climas frios, desde que
sejam numerados em caso de duplas.

Direitos e responsabilidades dos participantes

Todos os jogadores devem conhecer e seguir as Regras Oficiais


do MANBOL, a partir da última versão do boletim de regras
oficiais, determinados pela AMB.
Os participantes devem acatar as decisões da equipe de
arbitragem com conduta respeitosa. No caso de alguma dúvida,
pode ser solicitada uma explicação.
Os participantes devem se comportar com respeito e cortesia
no espírito do fair-play, tanto em relação aos árbitros quanto
aos adversários, companheiro de equipe e espectadores.
Os participantes devem evitar ações ou atitudes que possam
influenciar a decisão dos árbitros ou encobrir faltas cometidas
por sua equipe.
Os participantes devem evitar ações que provoquem
retardamento da partida.

27
Manbol - Livro de Regras

Durante o jogo, ambos os jogadores estão autorizados a falar


com os árbitros, desde que a bola não esteja em jogo. As
intervenções devem se resumir as seguintes situações:
Pedir uma explicação sobre a aplicação ou interpretação das
regras. O pedido de explicação em qualquer situação deve ser o
mais breve possível para não atrapalhar o andamento da
partida. Quaisquer dúvidas adicionais devem ser esclarecidas
no intervalo entre os sets;

Solicitar autorização:
 Para trocar de uniformes ou equipamentos;
 Verificar o número do jogador que irá executar o
movimento de saque;
 Checar a rede, bola, piso e etc;
 Endireitar as linhas da quadra.

5.3 Preparação

5.3.1 Sorteio
Antes do início do jogo, o 1º árbitro realiza o sorteio e decide
sobre o 1º saque e os lados da quadra. Esse sorteio deve ser
feito na presença dos jogadores. Um novo sorteio é realizado
antes de um set decisivo. O vencedor do sorteio escolhe entre:
o direito de sacar ou o lado da quadra.

5.3.2 Ordem de saque

Após o sorteio, será definida a ordem de saque, que deverá ser


mantida por todo o Set. Enquanto uma dupla mantiver a posse
de saque, o saque deverá ser realizado pelo mesmo jogador.
Caso a ordem seja descumprida a dupla será penalizada com
uma infração, revertendo a posse de saque.

28
Manbol - Livro de Regras

5.4 Interrupções de jogo

5.4.1 Contusão
No caso de acidente sério, estando a bola em jogo, o árbitro
deve paralisar a partida imediatamente. O rally é reiniciado,
considerando jogada neutra.

A um jogador lesionado é concedido, no máximo, 10 minutos


para recuperação. O árbitro autoriza o médico, devidamente
credenciado, a entrar na quadra de jogo para atender o jogador.
Somente o árbitro pode autorizar o jogador a deixar a área de
jogo sem penalidade. Ao término dos 10 minutos do tempo de
recuperação, o árbitro apita para reiniciar a partida e neste
momento, o jogador determina por si mesmo se está apto a
continuar jogando. Se o jogador não se recupera ou não
regressa à área de jogo ao concluir o tempo para recuperação,
ele será desqualificado da partida. Esta situação implicará na
vitória da equipe adversária mas haverá manutenção dos
pontos obtidos pela equipe adversária.

5.4.2 Trocas de quadra


Ao final de cada Set os jogadores deverão mudar o lado da
quadra. No terceiro set, no somatório de seis pontos, haverá
troca de quadra pelos times.

5.4.3 Intervalo
Entre os sets deve ocorrer um intervalo de 5 minutos para
descanso.

5.5 Condutas indevidas dentro de quadra e suas sanções


Estas ocorrem quando um jogador infringe uma regra dentro
da área de jogo, antes, durante ou após a realização da partida.
As condutas indevidas de jogadores em relação a árbitros,
29
Manbol - Livro de Regras

adversários, companheiros de equipe ou espectadores são


classificadas em três categorias, conforme sua gravidade.
Dependendo da gravidade da conduta indevida, conforme
interpretação do primeiro árbitro, as sanções aplicáveis, que
devem ser devidamente registradas na súmula do jogo.

5.5.1 Atitude antidesportiva: discussão e intimidação

Advertência: para condutas antidesportivas não se aplicam


sanções, mas o jogador é alertado a não repetí-las. Caso haja
reincidência o jogador será punido com uma falta.

5.5.2 Conduta ofensiva: palavras ou gestos insultantes ou


difamatórios

Expulsão: para condutas ofensivas, o atleta será expulso e sua


equipe será punida com a derrota pelo placar máximo,
independentemente do placar atual.

5.5.3 Agressão: ataque físico ou intenção de agressão

Desqualificação do torneio: para agressões o jogo é


interrompido, a equipe é desqualificada permanentemente de
toda a competição.

5.6 Equipe de arbitragem


A equipe de arbitragem é composta por:

 Primeiro árbitro;
 Segundo árbitro;
 Dois fiscais de linha;
 Apontador;

30
Manbol - Livro de Regras

5.6.1 Procedimentos
Somente o primeiro e o segundo árbitros têm o direito de
apitar durante o jogo:

 O primeiro árbitro autoriza o saque que inicia o rally.


 O primeiro árbitro apita e sinaliza o final do rally.

Imediatamente após o apito sinalizando o fim de um rally, o 1º


árbitro indica:

 A equipe que irá realizar o movimento de saque;


 A natureza da falta (caso necessário);
 O jogador faltoso (caso necessário).

Podemos observar na figura abaixo, o posicionamento dos


árbitros durante uma partida oficial. Os círculos em tons de
cinza representam a equipe de arbitragem (o primeiro e
segundo árbitro são representados pelos círculos mais escuros,
e os fiscais de linha pelos mais claros). As setas correspondem
as direções onde os árbitros deverão focar a maior patê de sua
atenção.

31
Manbol - Livro de Regras

Figura x

5.6.2 Primeiro árbitro


O primeiro árbitro fica localizado num dos extremos da rede.
Sua visão deve estar aproximadamente 25 cm acima do bordo
superior da rede. Ele deverá voltar a maior parte de suas
atenções para a equipe localizada à sua direita bservar a
estrutura de formação e os pontos de maior atenção para cada
árbitro (figura x). Isso se deve ao fato de estarem ocorrendo
ações com bola em ambos os lados simultaneamente.
Este dirige a partida do início ao fim. Tem autoridade sobre
toda a equipe de arbitragem e jogadores. Durante o jogo, suas
decisões são definitivas. Está autorizado a revogar as decisões
dos outros membros da equipe de arbitragem, caso perceba
um erro, podendo inclusive substituir um membro desta
32
Manbol - Livro de Regras

equipe que não esteja cumprindo devidamente suas funções.


Está investido do poder de decidir sobre qualquer assunto
referente ao jogo, inclusive àqueles que não estejam previstos
nestas regras.
O primeiro árbitro não deve permitir discussões sobre uma
decisão tomada. Entretanto, quando solicitado por um jogador,
deve justificar sua decisão explicando sobre a aplicação ou
interpretação da regra, na qual tenha baseado sua decisão.
É responsabilidade do primeiro árbitro determinar, antes e
durante a partida, se a área de jogo apresenta condições
necessárias para jogar.

Antes do jogo, o primeiro árbitro deve:

 Inspecionar as condições da quadra de jogo, bola e


outros equipamentos;
 Realizar o sorteio com as equipes;

5.6.3 Segundo árbitro

O segundo árbitro permanece de pé, ao lado do poste, fora da


quadra, de frente para o primeiro árbitro. Ele deverá voltar a
maior parte de suas atenções para a equipe localizada à sua
direita.
O segundo árbitro tem autoridade para marcar todas as ações
de jogo e suas infrações. Se o primeiro árbitro estiver
incapacitado de continuar exercendo suas funções, o segundo
árbitro pode substituí-lo.

5.6.4 Apontador
O apontador desempenha suas funções sentado à mesa,
localizada no lado oposto e de frente para o primeiro árbitro.

33
Manbol - Livro de Regras

Ele preenche a súmula de acordo com as regras, cooperando


com o segundo árbitro.
Antes do início do jogo e do set, o apontador registra os dados
da partida e das equipes, conforme os procedimentos em
vigência e obtém as assinaturas dos jogadores na súmula.
Durante o jogo, o apontador registra os pontos marcados e
assegura que o placar indique corretamente a contagem de
ponto e informa aos árbitros os finais de set e trocas de quadra.
No final da partida ele irá registrar o resultado final após
assinar a súmula, obtém as assinaturas dos jogadores e dos
árbitros.

5.6.5 Fiscais de linha


É obrigatória a participação de dois juízes de linha em
competições oficiais. Eles se posicionam de pé, nas
extremidades opostas de uma diagonal da quadra, a uma
distância de um à dois metros do vértice da mesma. Cada um
deles controla a linha de fundo e a linha lateral próximas.
Os juízes de linha executam suas funções sinalizando com
bandeiras de 30cm x 30cm.

 Sinalizam bola “dentro” e “fora”, sempre que esta cai


próximo à(s) linhas(s) sob seu controle.
 Sinalizam o toque de bola “fora” do jogador receptor
 A sinalização das infrações de contatos com a linha de
fundo cometidas pelos jogadores quando realizam o
saque é de responsabilidade do juiz de linha que
controla a respectiva linha de fundo.

6. MANBOL E DESENVOLVIMENTO MOTOR


Inicialmente, apresentar-se-á as possibilidades que o MANBOL
oferece no tocante ao aprendizado e ao desenvolvimento de
34
Manbol - Livro de Regras

seus praticantes. Com isso, apresenta-se a relevância do


MANBOL em diversos âmbitos, tais como: atividade escolar,
recreação e a lazer, desporto, ferramenta de sociabilização e
qualidade de vida.

Atividade física é qualquer movimento corporal produzido


pela musculatura que resulte num gasto de energia acima do
nível de repouso. Exemplos:, passear com o cachorro, dançar,
entre outros.
Porém, a ato de praticar uma atividade física, especialmente
um desporto, é motivado por um objetivo. Julgamos que os
principais são: modificar o condicionamento
físico/desenvolvimento motor e recreação.

Guedes e Guedes (1997) faz referência ao desenvolvimento


motor sendo muito mais que aspectos biológicos de
crescimento e maturação. O desenvolvimento depende das
experiências vividas pelo indivíduo, das relações com o
ambiente que o cerca. Le Boulch (1982) deixa evidente a
preocupação em identificar os mecanismos, hipóteses e
variáveis que influenciam o desenvolvimento motor e a relação
dos estímulos e as fases específicas do desenvolvimento.

Para entender o desenvolvimento motor precisamos nos


atentar a alguns conceitos básicos.
Habilidade Motora é o movimento voluntário realizado de
forma a atingir uma meta com máxima certeza e o mínimo de
esforço e tempo. (SCHMIDT; WRISBERG, 2001).

Ações complexas e intencionais que, através da prática, se


tornam organizadas e coordenadas de forma a alcançarem
objetivos predeterminados com máxima certeza e mínimo
esforço. (WHITING, 1975).
35
Manbol - Livro de Regras

As habilidades motoras fundamentais são compostas de


habilidades de controle de objetos e habilidades
locomotoras. Habilidades de controle de objetos consistem
em manipulação e projeção de objetos incluindo habilidades,
como: arremessar, receber, chutar, voleio, rebater lateral,
driblar, etc. Habilidades de locomoção envolvem o mover o
corpo através do espaço e incluem habilidades como o correr, o
saltar, o saltitar, o galopar, o escorregar, e o skkiping. E para
finalizar temos as Habilidades Estabilizadoras - analisado da
perspectiva do equilíbrio; Envolve a disposição de manter em
equilíbrio a relação indivíduo/força da gravidade. Todo
movimento envolve um elemento de estabilidade. Habilidades.
(HAYWOOD & GETCHELL, 2010).

Devido, então, a complexidade do MANBOL que envolve ao


mesmo tempo elementos diversos - raciocínio, destreza,
habilidade, motricidade locomotoras, manipulativas e
estabilizadoras, durante sua prática, temos aqui um exemplo
de um desporto que pode ser utilizado para diversos fins,
desde uma atividade de lazer, até como um esporte de
rendimento.
No MANBOL, as habilidades locomotoras estão presentes nas
ações de deslocamento constante, ora para receber a bola, ora
para defender e também para sacar. Esse deslocamento
necessita de um bom desenvolvimento das ações de correr,
andar, saltar e até deslocar-se deitado.

Outa fator importante é o desenvolvimento das habilidades


manipulativas, as quais são o eixo central da dinâmica de jogo.
O MANBOL divide-se basicamente em arremessar e receber as
bolas. A dificuldade inicial na aprendizagem do esporte, dá-se
36
Manbol - Livro de Regras

falta de experimentação do ato de arremessar e receber a bola


em média distância. Com o tempo essa problemática vai
permitindo aos praticantes a busca de soluções para realização
do ato motor mais refinado e possibilitando o desenrolar do
jogo. Para tanto vamos entender o que é o ato de aprender, a
Aprendizagem Motora.

Aprendizagem Motora é o melhoramento gradativo de um


indivíduo ao desempenhar um certo comportamento motor,
que é analisado através da prática (Oliveira, 2010). As fases da
aprendizagem motora (GALLAHUE E OZMUN, 2001), são:
1ª Fase - Motora Reflexiva: Os reflexos são as primeiras formas
do movimento humano.
2ª Fase - Motora Rudimentar: Os movimentos rudimentares
são determinados de forma maturacional e caracterizam-se
por uma sequência de aparecimento previsível.
3ª Fase - Motora Fundamental: São habilidades motoras
fundamentais da primeira infância; são consequência da fase
de movimentos rudimentares do período neonatal.
4ª Fase - Motora Especializada: É um período em que as
habilidades estabilizadoras, locomotoras e manipulativas
fundamentais são progressivamente refinadas, combinadas e
elaboradas para o uso em situações crescentemente exigentes.

E a partir do espectro das fases da aprendizagem motora, que o


profissional que trabalha com o MANBOL deve estar atento,
pois muitos iniciantes ainda estão na fase fundamental, o que
dificulta o processo dinâmico que envolve esse esporte.

A aprendizagem pode ocorrer por meio de uma habilidade


aprendida e que é transferida para uma determinada situação
de jogo ou de combinação de habilidades, como por exemplo,
uma criança aprende a lançar uma bola e futuramente ela
37
Manbol - Livro de Regras

precisará utilizar essa habilidade no MANBOL. Essa


transferência de aprendizagem poderá ser positiva ou negativa,
mas ela é essencial para o esporte.

Para Magill (1998) as relações que envolvem transferência de


aprendizagem nos esportes, nem sempre terão uma relação
positiva, visto que, em aspectos específicos como, por exemplo,
o golpe de forehand do Badminton, que necessita de um pulso
consideravelmente mais solto em relação ao tênis, pode
apresentar uma relação negativa de transferência, entretanto,
este mesmo autor salienta que “quando consideramos os
efeitos gerais de transferência das duas atividades, haverá um
efeito positivo de transferência da experiência anterior com o
tênis para a aprendizagem do badminton”. (MAGILL, 1998,
p.196).

Percebe-se que transferência positiva é o nome que se dá


quando algum conhecimento ou aprendizagem adquirida
anteriormente pelo indivíduo facilita uma nova aprendizagem,
no caso o aprendizado do tênis que favorece o aprendizado do
badminton.

Não é garantido que a aprendizagem motora de uma


determinada habilidade, possa facilitar a aprendizagem de uma
outra, muitas vezes até a dificulta e, nesse caso, diz-se que a
transferência é negativa. Pode-se citar os movimentos de
arremessos de alguns esportes coletivos utilizados no
MANBOL, ou seja, eles atrapalham o jogo, pois o arremesso do
MANBOL é diferente dos outros esportes.

Quando o aprendizado de uma determinada atividade não


manifesta influência alguma em relação ao aprendizado de
uma outra atividade, ou seja, quando não se estabelece
38
Manbol - Livro de Regras

nenhuma relação, diz-se que ocorre uma transferência neutra.


Um dentre milhares de exemplos pode ser o aprendizado de
pular corda em relação à capacidade de descascar frutas.

Desta forma, é importante observar e analisar os esportes em


relação aos pontos comuns entre os estímulos e respostas mais
relevantes das habilidades necessárias para sua prática, ou seja,
o grau de similaridade entre os padrões gerais das
modalidades, tendo estes como parâmetros para uma
planificação da aprendizagem técnica e do rendimento futuro.

HABILIDADES DESENVOLVIDAS PELO MANBOL

Habilidades motoras: sentar; andar; correr; arremessar;


saltar; receber; coordenação motora grossa e fina;
coordenação óculo-motoras; estabilizadoras. Além das
habilidades citadas deve-se desenvolver algumas capacidades
físicas que são fundamentais para o desempenho do praticante:
agilidade, velocidade, força, resistência de força, flexibilidades
e poteência.

Durante a prática do MANBOL são proporcionadas situações


onde o jogador deve realizar deslocamentos rápidos, em
diferentes direções, às vezes com giros e paradas repentinas,
interceptar, lançar a bola e dominá-la em diferentes alturas,
com uma ou ambas as mãos.

Para a prática do MANBOL deve-se olhar para o


desenvolvimento de três eixos distintos: Esquema corporal,
orientação espacial e orientação temporal.

Esquema corporal é o saber pré-consciente a respeito do seu


próprio corpo e de suas partes, permitindo que o sujeito se
39
Manbol - Livro de Regras

relacione com espaços, objetos e pessoas que o circundam. As


informações proprioceptivas (músculos e articulações) ou
cinestésicas (sensações) é que constroem este saber acerca do
corpo e, à medida que o corpo cresce, acontecem modificações
e ajustes no esquema corporal. Exemplo: a criança sabe que a
cabeça está em cima do pescoço e sabe que ambos fazem parte
de um conjunto maior que é o corpo. (LE BOULCH, 1988, 1992).

Organização espaço-temporal é a capacidade de orientar-se


adequadamente no espaço e no tempo. Para isso, é preciso ter
a noção de perto, longe, em cima, embaixo, dentro, fora, ao lado
de, antes, depois. Tratando do movimento, a Psicomotricidade
solicita a associação de tempo e espaço conjuntamente, no
desencadeamento de ações num determinado espaço físico e
numa sequência temporal Alguns autores estudam a
organização espacial e a organização temporal separadamente.
(LE BOULCH, 1988).

O esquema corporal é composto por: estrutura corporal


(fundamental para a prática do MANBOL); respiração; postura;
dominância lateral e lateralidade (fundamental para o esporte,
pois permite a ação simétrica: esquerda/ direita). A
Lateralidade é a capacidade de vivenciar os movimentos
utilizando-se, para isso, os dois lados do corpo, ora o lado
direito, ora o lado esquerdo. Por exemplo: a criança destra,
mesmo tendo sua mão direita ocupada, é capaz de abrir uma
porta com a mão esquerda. É diferente da dominância lateral
que é a maior habilidade desenvolvida num dos lados do corpo
devido à dominância cerebral, ou seja, pessoas com
dominância cerebral esquerda tem maior probabilidade de
desenvolverem mais habilidades do lado direito do corpo e,
por isso, são destros. Com os canhotos, acontece o inverso, já
que sua dominância cerebral é do lado direito. (LE BOULCH,
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Manbol - Livro de Regras

1988). Uma das características peculiares do MANBOL é o fato


da priorização do uso de ambos os membros. Devido à
particularidade do jogo, as situações que exigem o domínio da
bola, seguido de arremesso com a mão não dominante, são
muito frequentes.

Com isso, o MANBOL destaca-se das outras atividades que


priorizam e desenvolvem basicamente os membros
dominantes. (Por exemplo, Vôlei, Futebol, Tênis, etc. Nestes
esportes há pouco ou nenhum treino dos membros não
dominantes)

A orientação de tempo e espaço é um dos indicadores de


qualidade do jogo, pois o esporte é praticado com duas bolas e
isso necessita de arremessos rápidos e preciso e um bom
posicionamento em quadra.

Sobre a relação espacial e o esporte destaca-se: a capacidade


de movimentar o próprio corpo de forma integrada, em volta
de objetos no espaço e passando por eles e a capacidade de
distinguir em cima, em baixo, em frente e atrás, do lado, no
meio, longe e perto. Esses aspectos são desenvolvidos dentro
do MANBOL através dos limites da quadra (suas linhas e áreas)
e da interação do jogador tanto com sua própria área de
atuação quanto com a área adversária.

A orientação temporal permite ao praticante desenvolver a


capacidade de perceber intervalos de tempo e de ter
conhecimento dos conceitos de tempo que permite em algumas
ações do jogo melhorar noções que envolve o ato de sacar e
manter a bola sob seu domínio sem infringir as regras.

41
Manbol - Livro de Regras

As habilidades mnemônicas são importantes para o


aprendizado do MANBOL. Elas são organizadas em memória
visual (capacidade de recordar com precisão, experiências
visuais anteriores); memória auditiva (capacidade de reter e
recordar informações auditivas; como relatar histórias com as
próprias palavras, reproduzir sons de animais); memória
sequência auditiva (capacidade de recordar e reproduzir
informações auditivas anteriores, na sequência correta e em
detalhes) e memória viso-motora (capacidade de reproduzir
de forma motora experiências visuais anteriores).

Estas capacidades são desenvolvidas após algum tempo de


pratica, que permite ao jogador distinguir, baseado em sua
experiência prévia, quais são as jogadas que causam maior
dificuldade ao adversário.

As habilidades conceituais têm a sua contribuição na prática do


MANBOL, pois permitem o desenvolvimento da Capacidade de
compreender e utilizar correspondência unívoca, contar com
sentido, associar símbolos numéricos auditivos com visuais, e o
símbolo numérico com a quantidade e da Capacidade de
identificar, generalizar e discriminar por classe, estabelecendo
relações lógicas.

Durante o jogo de MANBOL, devido à utilização de duas bolas


simultaneamente, o indivíduo acaba necessitando de utilizar
recursos de organização para aprimorar o próprio jogo. Além
disso, a contagem da pontuação possui uma relevância única,
por influenciar a própria tática de jogo. Logo, faz-se necessário
que o indivíduo tenha em mente a todo o momento o placar
para tomar as decisões do jogo.

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Manbol - Livro de Regras

No MANBOL, a integração entre pessoas de todas as idades,


pois permite que o desenvolvimento afetivo se dê sem maiores
conflitos e dificuldades. Este esporte, apesar de competitivo,
gera situações favoráveis à integração social. Por exemplo, em
um jogo de duplas, deve haver uma comunicação entre ambos,
proporcionado a oportunidade de reconhecerem seus pontos
fortes e fracos para direcionar o time à vitória.

7. UM EXEMPLO DE COMO ENTENDER A PRÁTICA PELA


TEORIA.

Estudo de caso: O movimento de arremesso no MANBOL


(movimento pendular) ensinado a um adolescente que está
começando a jogar e não apresenta nenhum distúrbio de
aprendizagem.
Vamos dividir este processo de aprendizagem, em 10
momentos distintos.

a) O movimento de arremesso do MANBOL começa a ser


ensinado, sendo demonstrado pelo professor e imitado
pelo aluno.

b) As experiências motoras anteriores do aluno


influenciam em sua primeira tentativa de execução do
movimento, pois não há uma rota sináptica bem
definida, e as rotas que já estão definidas irão sendo
percorridas, frequentemente, havendo uma
interferência das diferentes rotas no tocante à
habilidade a ser desenvolvida.

c) Ou seja, quanto mais atividades ou vivências este aluno


teve, principalmente se estas estiverem, de alguma
43
Manbol - Livro de Regras

forma, relacionadas com o movimento de arremesso,


provavelmente haverá uma transferência positiva.
Porém, dependendo da gama de movimentos deste
aluno, existe a possibilidade de não haver
transferência – que seria uma transferência neutra – ou
mesmo uma negativa (por exemplo, por algum
movimento “viciado”).

d) Quando a transferência é positiva, devido a experiências


anteriores, as sinapses pré-existentes são
“aproveitadas”, fazendo o aprendizado mais fácil. Porém,
no caso de movimentos “viciados”, ou seja, movimentos
parecidos com a da atividade em questão que são
automatizados, pode-se haver o que é chamado dentro
da Teoria dos Sistemas Dinâmicos de depressão
profunda, fazendo que esse caminho sináptico precise
ser “desconstruído” para ser reconstruído
“corretamente”. Quando ocorre uma depressão rasa,
fica mais fácil dos caminhos sinápticos, já construídos
de se modificarem1.

e) As correções começam a ocorrer. O professor observa


qual é o ponto mais importante para que o aluno fixe
seu gesto motor.

f) A memória de curto prazo está bastante estimulada,


sendo necessário, agora, que ela se torne uma memória
de longo prazo.

g) A automatização é encorajada, até o momento que o


professor perceba que, naquela sessão de treino, aquele
ponto a ser corrigido chegou a seu ápice de melhora do

44
Manbol - Livro de Regras

dia, quando o professor deverá passar para o próximo


ponto, ou mesmo, para outro exercício.

h) O aluno vai se habituando ao movimento, modificando


sua rota sináptica para o movimento desejado.

i) Essa rota sináptica é fixada como uma memória de


longo prazo implícita – responsável pelas habilidades
motoras não conscientes – fazendo com que esta parte
do movimento esteja relativamente automatizada.

J) O professor volta a corrigir os erros para aperfeiçoar o


movimento do aluno, consolidando, assim, a rota
sináptica.

O primeiro ponto a ser observado é que essa aprendizagem


não ocorre de forma linear, estando muito mais relacionada
com a ideia dos sistemas dinâmicos. Assim, o processo de
aprendizagem é multivariado, complexo e, muitas vezes possui
tantas variáveis que, a priori, vemos uma aparente
impossibilidade de tomada de decisões.
Em termos mais objetivos, se as interferências do sistema
ecológico é diversificada e, afinal, complexa, nos deparamos
com uma impossibilidade temporal da abordagem total, sendo
então peremptório nos questionarmos como podemos afirmar
uma decisão já que isto, objetivamente implica em negar outra.

As constatações deste constructo que apresentamos abaixo é


fruto de longa observação e análise dos professores de
MANBOL, tanto no Rio de Janeiro quanto no Pará. Os
professores se reúnem periodicamente para realizarem o
intercâmbio de experiências didático-metodológicas. Vale
lembrar que, devido à particularidade de cada praticante, essa
45
Manbol - Livro de Regras

nivelação não é destinada ao praticante em si, mas, sim a


habilidade dele que, de acordo com a teoria explicitada assim,
pode encontrar-se em diferentes variações. A descrição ao lado
de cada nível destina-se apenas a um idealtypus weberiano.
Apresenta-se a seguir, os diferentes níveis de classificação a
serem utilizados nas respectivas atividades. Esta classificação
se apresenta numericamente em ordem decrescente, partindo
do menos habilidoso (nível IV) para o mais habilidoso (nível I).

NÍVEL IV: Aqueles que apresentam grande dificuldade na


execução dos fundamentos mais básicos do MANBOL e
conhecimento das regras, tendo os exemplos mais expressivos
elencados abaixo:

 Domínio - Dificuldade na recepção com ambas às mãos.


É esperado um percentual acima de 50% de erros.
Considera-se aqui, como erro, a queda da bola ao chão.
 Arremesso – Execução errônea desta habilidade,
usualmente sendo por faltas (arremesso executado de
forma ilegal perante a regra) ou descontrole na
aplicação da força. Esperam-se erros acima de 50% no
geral.
 Regras – Grandes dificuldades no conhecimento e
interpretação das regras necessárias ao jogo,
demandando constante atenção e auxílio. Muitas vezes
esse fator ocorre pelo pouco tempo de prática,
usualmente sendo vencido rapidamente.
 Movimentação em Quadra – Pouca noção espacial
durante o jogo. Este fator normalmente é conjugado
com a falta de costume com o tamanho da quadra.
 Pensamento Tático – Praticamente inexistente. O
praticante apenas se preocupa em dar continuidade ao

46
Manbol - Livro de Regras

jogo, concentrando-se principalmente na bola. Quase


não há pensamentos projetivos dentro do jogo.

NÍVEL III: São os praticantes medianos que já conseguem


realizar as atividades básicas do jogo, em geral, fazendo uma
boa partida em duplas e uma partida individual com algumas
dificuldades básicas.

 Domínio – Realização do domínio com ambas às mãos


de forma satisfatória. O praticante já realiza o domínio
com uma das mãos – principalmente com a mão
dominante - nas jogadas mais fáceis.
 Arremesso – O índice de faltas é drasticamente reduzido.
A força no arremesso já é controlada, gerando um
aumento na precisão. Ele começa a experimentar
variações de arremesso.
 Regras – As regras básicas estão dominadas. As
dificuldades, em geral, estão centradas no jogo
individual, especialmente na questão da neutralidade da
bola.
 Movimentação em Quadra – Já existe um conforto
relativo dentro da quadra. Os espaços vazios na própria
quadra e na quadra adversária são percebidos com mais
facilidade. A dificuldade neste nível é a manutenção do
domínio da quadra em disputas mais intensas.
 Pensamento Tático – Começa a identificar e criar
situações que lhe propiciem vantagem durante a partida.
Isto faz com que se origine um padrão tático rudimentar.

NÍVEL II: São os praticantes avançados que já possuem um


domínio completo das habilidades básicas e bom domínio das
variações, criações e adaptações técnico-táticas em função de
cada momento particular do jogo.
47
Manbol - Livro de Regras

 Domínio – Realização do domínio com uma das mãos,


inclusive com a mão não dominante. A forma de
domínio já deixa de ser uma preocupação técnica,
passando a ser uma preocupação tática, influenciando
na velocidade do jogo, bem como nas jogadas
subsequentes.
 Arremesso – Não são cometidas mais faltas. A precisão é
ótima, conseguindo o praticante arremessar a bola em
qualquer ponto da quadra que ele deseje (com
baixíssimo índice de erros), se valendo de variadas
técnicas.
 Regras – Todas as regras básicas são dominadas.
 Movimentação em Quadra – Ampla movimentação
dentro da quadra, reduzindo bastante os espaços vazios,
mesmo em situações de intensa troca de bola.
 Pensamento Tático – Identifica e cria situações que lhe
propiciem vantagem durante a partida. Isto faz com que
se origine um padrão tático particular. Nos jogos em
dupla já existe, naturalmente, uma interação entre os
membros da dupla, propiciando vantagens durante o
jogo.

NÍVEL I: São os praticantes que possuem o mais elevado nível


técnico e tático dentro do MANBOL, dominado todas as ações
do jogo. São capazes de criar novas jogadas e adaptarem-se a
diferentes tipos de adversário.

 Domínio – A velocidade e precisão do domínio é


marcadamente mais rápida que a do nível abaixo. O
domínio passa a ser meramente um meio de acelerar o
processo em relação à vitória do ponto. Não ocorrem
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Manbol - Livro de Regras

mais erros de domínio que propiciem pontos para o


adversário.
 Arremesso – A precisão é excepcional, conseguindo o
praticante arremessar a bola em qualquer ponto da
quadra que ele deseje (com baixíssimo índice de erros),
com ambas as mãos e com qualquer técnica de
arremesso.
 Regras – Conhecimento suficiente para arbitrar uma
partida.
 Movimentação em Quadra – Eles atingem um nível de
entrosamento onde não existem mais posições fixas na
quadra tampouco espaços vazios.
 Pensamento Tático – Identificação técnica e tática do
adversário, adaptando-se sempre que necessário. A
acurácia de observação é bastante elevada, permitindo
a criação de modelos táticos para cada situação
particular.
 Com base na classificação apresentada anteriormente,
propomos algumas atividades com suas respectivas
indicações.

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Manbol - Livro de Regras

ATIVIDADES

Atividade 1
Nível indicados: 3 e 4
Material: Bolas de MANBOL, arcos.
Descrição: As crianças formarão colunas, preferencialmente
de número igual de integrantes, de frente para cada uma das
colunas serão posicionados arcos à pequena distância, o
primeiro aluno de cada fila irá arremessar a bola de MANBOL
com o gesto do pêndulo visando atingir o centro do arco,
depois de feito o arremesso ele deverá buscar a bola e entregar
na mão do próximo da coluna e dirigir-se ao fim da mesma. A
execução dos arremessos alternando as mãos é fundamental.
Podemos incluir algumas variáveis como aumentar a distância
ou o número de arcos, pode-se ainda estipular pontuações a
fim de que a atividade se torne uma disputa de equipes.
Objetivos: Estimular e desenvolver a arremesso correto para a
prática do MANBOL e trabalhar a noção de força e distância de
forma lúdica.

Atividade 2 - Queimado
Faixas indicadas: 2 e 3
Material: Bolas de MANBOLe rede (opcional)

Descrição: Nessa variação do queimado, as crianças deverão


arremessar a bola utilizando a técnica do MANBOL visando
algum jogador da outra equipe, caso este não consiga dominar
a bola ele estará queimado. Caso o jogador que tenha
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Manbol - Livro de Regras

arremessado, não execute um arremesso possível de ser


dominado, que não esteja dentro das regras do MANBOL ou
que saia da área de jogo, ele estará queimado. Para voltar do
queimado o jogador deverá arremessar a bola para algum
jogador de sua equipe, e este deverá dominá-la. Pode-se variar
de acordo com a faixa etária das crianças adicionando-se uma
outra bola à partida. É aconselhável o uso de uma rede ou
corda suspensa para facilitar a execução do movimento
pendular.
Objetivos: Trabalhar fundamentos do MANBOL dentro de
uma atividade lúdica e conhecida pelas crianças.

Atividade 3 - Chuva de bolas


Faixas indicadas: 3 e 4
Material: Bolas de MANBOLDescrição: A turma é dividida em
duas equipes e cada uma irá ocupar um lado da quadra. As
equipes irão receber várias bolas (o somatório das bolas deve
ser ímpar) e ao sinal deverão lançar todas para o outro lado
utilizando as técnicas do MANBOL. Caso o jogador jogue uma
bola para fora da quadra ele deverá ir buscá-la. Depois de
determinado tempo (variável), um novo sinal é dado e então
serão contadas as bolas de cada lado, o time com mais bolas
perde a disputa. O uso de uma corda ou rede é válido para
corrigir arremessos efetuados com pouca altura.
Objetivos: Trabalhar fundamentos do MANBOL dentro de
uma atividade lúdica e transmitir valores como honestidade e
responsabilidade.
Observações: A atividade não será interrompida mesmo que
um aluno insista em desrespeitar as normas estabelecidas para
o jogo como não buscar a bola ou arremessar de maneira
imprópria, porque mesmo com o aspecto competitivo

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Manbol - Livro de Regras

envolvido o que prevalece é a conscientização do movimento


correto.

Atividade 4 - Jogo dos dez passes


Faixas indicadas: 2 e 3
Material: Bola de MANBOLDescrição: O jogo é disputado
entre duas equipes com até doze jogadores cada. O objetivo é
trocar dez passes entre os jogadores, seguindo as regras do
MANBOL sem que a bola seja interceptada pelo adversário. Ao
fim dos dez passes a equipe irá receber um ponto. Os
adversários não podem tomar a bola das mãos dos jogadores.
Caso a bola seja arremessada de forma errada a contagem irá
continuar sem que esse seja contado. O jogador não pode
devolver a bola para o mesmo jogador nem realizar
arremessos muito curtos. O jogo apresenta três variantes para
a situação de a bola cair no chão durante os passes:
manutenção da contagem, zerar a contagem ou perda da posse
de bola.
Objetivos: Trabalhar o arremesso do MANBOLdentro de uma
atividade lúdica.

Atividade 5 - Desafio das colunas


Faixas indicadas: 2, 3 e 4
Material: Bolas de MANBOLDescrição: Formam-se duas (ou
mais) colunas com o mesmo número de alunos. Estes estarão
separados a uma distancia mínima de um metro. O primeiro de
cada coluna deverá arremessar a bola (usando as técnicas de
MANBOL) para o seguinte e assim consecutivamente até que a
bola chegue ao último. Caso o arremesso seja mal executado
aquele que o realizou deverá obrigatoriamente pegar a bola e
repetir o arremesso. Durante o percurso podem ser propostas
diversas variações com o objetivo de tornar a passagem da

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Manbol - Livro de Regras

bola mais complexa. Ex: Lançar apenas com a mão esquerda,


ou intercalando jogadores.
Objetivos: Adquirir maior domínio da bola, aumentar a
agilidade dos movimentos (em vista que o tempo limite de
posse de bola durante a partida é de apenas dois segundos).
Observações: Quando realizada na faixa etária um, a ênfase da
atividade está em diminuir o número de quedas durante o
exercício.

Atividade 6- Deslocamento e devolução


Faixas indicadas: 1 e 2
Material: Bolas de MANBOLDescrição: O aluno ira se
posicionar de um lado da quadra e de frente para a rede. O
professor ficara do outro lado com algumas bolas (no mínimo
6). O professor ira arremessar as bolas alternando entre 2 ou
mais pontos pré-determinados. O aluno devera se deslocar
para interceptar e devolver todas as bolas antes que toquem no
solo. As variações e níveis de dificuldade podem ser
estabelecidas através dos seguintes pontos: 1 – Quantidade de
pontos para deslocamento – quanto menor o numero de
pontos mais fácil será para o aluno realizar o exercício. Em
trabalhos com apenas dois pontos, pode-se aumentar a
velocidade das bolas lançadas pelo professor, resultando assim
num trabalho de maior intensidade. 2 - Quantidade de bolas –
Quanto maior o numero de bolas utilizadas no exercício, maior
será a dificuldade. 3 – Local para devolução – Pode-se
estabelecer que a devolução das bolas realizada pelo aluno
tenha como objetivo acertar um alvo (um arco ou uma zona da
quadra), nesse caso podemos também criar mais de um alvo e
estabelecer pontuações por acertos e penalidades quando
necessário. 4 – Variações de arremesso – Esse exercício pode
ser utilizado também como treinamento para determinada
técnica de arremesso, sendo necessária a execução pelo aluno
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Manbol - Livro de Regras

em todas as devoluções. 5 – Bolas de outras modalidades –


Podemos aumentar o grau de dificuldade do exercício
colocando bolas de outras modalidades para sua execução
(tênis, tênis de mesa, etc).
Objetivos: Trabalhar o preparo físico, a tomada de decisões, a
qualidade da recepção e do arremesso.
Observações: Essa atividade recria muito bem um rali. intenso
e disputado, sendo assim uma atividade de treinamento
altamente especifica para o MANBOL.

Atividade 7: Trocas de posicionamento

Descrição: Iniciamos uma partida simulada (onde não são


marcados pontos) onde uma das duplas ira treinar as trocas de
posicionamento e cobertura. Em determinado momento, um
dos jogadores devera sair da quadra (por onde ele ira sair será
previamente estipulado), ao sair, sua dupla ira se posicionar no
centro da quadra, tentando cobrir o maior espaço possível, em
seguida, o jogador ira retornar a quadra cobrindo o espaço
mais próximo a linha lateral, e o outro jogador devera assumir
a outra linha.

Atividade 8: A estrela
Faixas indicadas: 2 e 3
Material: Bolas de MANBOL e um arco
Descrição: Dispomos os alunos em no mínimo quatro colunas
com um metro de distancia entre os integrantes formando um
círculo com as colunas. No centro do círculo estará o arco que
será o alvo a ser atingido; este estará a no mínimo dois metros
do primeiro integrante de cada coluna. Cada um dos alunos na
extremidade oposta receberá uma bola. Ao comando eles
deverão correr em volta da borda externa até retomar a
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Manbol - Livro de Regras

posição original na coluna, quando então serão executados


sucessivos arremessos entre os integrantes até que a bola
chegue ao primeiro que deverá então lança-la corretamente
para o arco. A primeira equipe que conseguir completar todos
os passes irá receber um ponto, caso a bola caia deverá
retornar ao corredor. O segundo ponto será concedido a
equipe que primeiro acertar o alvo em uma única tentativa.
Pode-se variar mudando a quantidade de passes e o jogador
que irá arremessar ao alvo. Existe uma variação com o uso da
rede que está esquematizada nos anexos.
Objetivos: Adquirir maior domínio da bola e melhorar a
precisão do arremesso.
Observações: Existe ainda o trabalho realizado pela corrida
mas esse não constitui o objetivo da atividade.

Atividade 9 Arremesso em distância


Faixas indicadas: 1 e 2
Material: Bolas de MANBOL
Descrição: Os alunos são organizados em colunas. O primeiro
de cada uma deverá lançar a bola com a técnica de pêndulo o
mais distante possível. O aluno que realizar o arremesso mais
distante irá marcar um ponto para sua equipe. Pode-se variar
alternando a mão do arremesso.
Objetivos: Trabalho de força dentro da técnica do MANBOL.

Atividade 10: Colunas de arremesso


Material: Bolas de MANBOL e arcos
Faixas indicadas: 2, 3 e 4
Descrição: A turma é dividida em colunas de mesmo número.
De frente para cada uma destas estará um aluno ou a metade
da própria. Cada equipe receberá uma bola que deverá ser
arremessada constantemente até que se atinja um
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Manbol - Livro de Regras

determinado objetivo, enquanto as posições dos alunos se


alternam. As trocas de posição poderão ser feitas entre a
própria coluna, entre colunas ou entre o jogador e a coluna.
Alguns exemplos de objetivos a serem realizados pela equipe
são: completar um determinado número de rodízios, efetuar
um determinado número de arremessos consecutivos sem
derrubar a bola, realizar o máximo de trocas em determinado
tempo, etc. No caso do jogador isolado, pode-se utilizar o arco
para delimitar a área de deslocamento permitido para a
recepção da bola.
Objetivos: Trabalhar os fundamentos de forma dinâmica.
Observações: Neste exercício, os objetivos do trabalho irão
variar de acordo com a faixa a ser trabalhada. Enquanto para
os mais jovens, ocorre uma cobrança maior em nível de
fundamentos, para os mais avançados a ênfase está em realizar
um aquecimento específico do esporte.

Atividade 11: Treinamento de precisão horizontal


Faixas indicadas: 4
Material: Bola de MANBOL e alvo (arco ou pneu)
Descrição: Iniciamos posicionando um alvo suspenso a uma
altura de no mínimo 1,65m (altura da rede). Estabelecida uma
distancia ente o alvo e o jogador, este irá realizar arremessos
de trajetória horizontal em diversas variações de força visando
acertar o centro do alvo. A variação consiste em posicionar um
receptor do outro lado e este ao dominar a bola irá trocar de
papel com o arremessador.
Objetivos: Aprimorar a técnica de arremesso horizontal,
melhorar a precisão e a recepção nesse tipo de arremesso.
Observações: Para existir uma fluidez na atividade em dupla a
precisão deverá estar bem apurada.

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Manbol - Livro de Regras

Atividade 12: Círculo do aprendizado


Faixas indicadas: 1 e 2
Material: Bolas de MANBOL Descrição: Os alunos estarão
dispostos em círculos. Inicialmente eles irão arremessar a bola
para o aluno a sua esquerda utilizando a técnica do pêndulo.
Após algumas repetições, eles irão passar a realizar
arremessos para alunos que estejam no lado oposto do círculo.
Objetivos: Familiarizar o aluno com a bola e com seu
arremesso.
Observações: Pode-se aproveitar para ensinar noções de
direções.

Atividade 13: Treinamento do saque em três lances


Faixas indicadas: 4
Material: Bolas de MANBOL e arcos
Descrição: Esse exercício simula os três primeiros arremessos
de um rally. Serão posicionados três arcos na quadra
adversária: um obrigatoriamente dentro da área 2-L e os
outros aleatoriamente de acordo com a finalidade da jogada. O
jogador irá sacar a primeira. Após a queda da bola o técnico
imediatamente irá arremessar uma bola em um ponto
determinado da quadra, exigindo uma ação rápida do jogador
que deverá acertar a segunda bola no alvo e impedir que esta
outra caia em sua quadra, e em seguida lança-la no terceiro
alvo.
Objetivos: Aperfeiçoar a primeira ação do jogador no rally e
sua reação com a primeira devolução da bola.
Observação: Este exercício visa desenvolver uma estratégia de
saque que resulte numa possível pontuação rápida.

Atividade 14: Bobinho fixo


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Manbol - Livro de Regras

Faixas indicadas: 2, 3 e 4
Material: Bolas MANBOL e arcos
Descrição: Os alunos serão dispostos em círculo dentro de
aros. Dentro do círculo estará o bobinho, que tentará
interceptar os passes. Caso o aluno execute um mal arremesso,
o destinatário não poderá deixar o seu arco para salvar a bola,
mas este mesmo arremessador poderá busca-la e deverá
retornar a seu lugar antes que o bobinho o toque para não
ocupar seu lugar. Caso a bola resvale no receptor, este
assumirá o bobinho. Os alunos deverão arremessar a bola
imediatamente após efetuarem o domínio.
Objetivos: Desenvolver a precisão do arremesso, o domínio e
trabalhar a noção de tempo de posse de bola durante uma
partida.
Observações: Para tornar essa atividade mais interessante em
grupos mais avançados podemos incluir o uso do lado não
dominante.

Atividade 15: Circuito avançado para domínio


Faixas indicadas: 3 e 4
Material: Bolas de MANBOL Descrição:
1. O aluno na posição de apoio de frente para o solo (flexão de
braço), segurando uma bola com uma das mãos, deverá jogar a
bola para o alto e segurar a bola com a outra mão antes que ela
caia no solo, e assim sucessivamente.
2. O aluno joga a bola pro alto, dá uma meia volta e segura a
bola antes que ela caia no solo.
3. O aluno com a bola nas mãos deverá jogá-la para o alto,
realizar uma flexão de braço, levantando em seguida para
receber a bola antes que ela caia no solo.

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Manbol - Livro de Regras

4. O aluno se posiciona em pé com as pernas afastadas e então


deve lançar a bola por entre as pernas e sobre as costas
tentando pegá-la antes que ela toque o solo.

Atividade 16: Desafio dos três cestos


Faixas indicadas: 3 e 4
Material: Bolas de MANBOL e três cestos ou baldes grandes
Descrição: Numa quadra poli desportiva dispomos os baldes
sobre a linha central da seguinte maneira: um no centro e os
outros nas laterais. A seguir formamos dois times de cinco a
sete integrantes cada. A partir daí inicia-se o jogo, onde cada
equipe deverá trocar passes usando as técnicas de arremesso
permitidas enquanto o time adversário tentará interceptar a
bola sem contato físico. Não é permitido mais de um passo
após efetuar o domínio da bola. Para obter um ponto a equipe
deverá acertar a bola no cesto central, sem invadir a área
delimitada pelo círculo. Este círculo não pode ser invadido pela
defesa. Para uma jogada de dois pontos, a bola deverá ser
encestada em uma das laterais de um arremesso oriundo
obrigatoriamente do círculo central. Nesse arremesso, somente
um jogador de ataque pode penetrar no circulo central,
devendo sair logo em seguida caso não receba a bola. Se o
arremesso for bem sucedido a equipe reinicia uma nova joga
com a posse de bola do fundo da quadra sem repetir o
pontuador anterior. Em caso de erro no arremesso ou
interceptação da bola, o time adversário deverá reiniciar o jogo
de uma das laterais. O tempo de partida é variável.
Objetivos: Por ser disputado numa quadra maior que a de
MANBOL, este jogo permitia o desenvolvimento do
condicionamento físico geral além de desenvolver a precisão
do arremesso.

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Manbol - Livro de Regras

Observações: Para aumentar a dificuldade do jogo pode-se


introduzir a perda da posse de bola caso haja erro no passe.

Atividade 17: De olho nas bolas


Faixas indicadas: 1 e 2

Material: Balões de ar e cronômetro


Descrição: Um aluno de cada vez deve jogar dois balões para o
alto e tentar mantê-los sem tocar o solo. A atividade deve ser
cronometrada, travando-se o cronômetro no exato momento
em que uma das bolas tocar o solo. Vence o aluno que ficar
mais tempo.
Objetivos: Desenvolver a coordenação e a atenção a dois
objetos simultaneamente assim como no MANBOL bol.
Observações: Para a faixa um, não há necessidade do aspecto
competitivo, e pode-se introduzir a aprendizagem dos
números contando quantas vezes a criança bate a bola.

Atividade 18: Bola ao alvo


Faixas indicadas: 2
Material: Bolas de MANBOL e giz
Descrição: Desenhar um alvo no solo estabelecendo
pontuações gradativas. Cada aluno estará de cinco a sete
metros e terá direito a realizar três arremessos dentro das
técnicas do MANBOL. Somam-se os pontos e o que obtiver a
maior pontuação vence a disputa Pode-se utilizar uma
variação de jogo onde um arremesso fora do alvo elimine o
jogador.
Objetivos: Desenvolver noções de distancia, força e precisão.

Atividade 19: Lance a lance


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Manbol - Livro de Regras

Faixas indicadas: 3 e 4
Material: Bolas de MANBOL
Descrição: Em duplas, os alunos estarão posicionados de
frente um para o outro a uma distancia determinada e
receberão duas bolas cada um. Após um comando, eles deverão
lançá-las simultaneamente para o alto e trocar de posições
fazendo o domínio das bolas lançadas pela sua dupla antes que
elas toquem o solo. De acordo com a idade e habilidade dos
alunos, pode-se aumentar a distância.
Objetivos: Desenvolver a técnica do domínio da bola associado
a um rápido deslocamento e troca de posição.

Observações: Pode-se estabelecer uma forma competitiva


eliminando as duplas que cometerem erros na recepção.

Atividade 20: Arremessando bem!


Faixas indicadas: 2
Material: Bolas de MANBOL e arcos
Descrição: Os alunos serão dispostos sobre as laterais da
quadra, cada um com um arco correspondente. Cada um dos
alunos estará de posse de uma bola que ao comando tentará
acertar num arco adversário do lado oposto da quadra,
utilizando a técnica de arremesso do MANBOL. Os alunos que
tiverem seus arcos acertados serão eliminados, e o jogo
prossegue até que reste somente um jogador.
Objetivos: Precisão do arremesso.

Atividade 21: A linha

Faixas indicadas: 1 e 2
Material: Bola de MANBOL e jornal
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Manbol - Livro de Regras

Descrição: Numa quadra poli desportiva serão amarrados


uma folha de jornal em cada gol. A seguir formamos dois times
de cinco a sete integrantes cada. A partir daí inicia-se o jogo,
onde cada equipe deverá trocar passes usando as técnicas de
arremesso permitidas enquanto o time adversário tentará
interceptar a bola sem contato físico. Não é permitido mais de
um passo após efetuar o domínio da bola. Para pontuar a
equipe deverá acertar o jornal adversário e rasga-lo usando o
arremesso horizontal do MANBOL sem penetrar a área. Após o
arremesso o time adversário irá repor a bola pela linha de
fundo. Vence quem rasgar todo o jornal adversário primeiro.
Objetivos: Por ser disputado numa quadra maior que a de
MANBOL, este jogo permitia o desenvolvimento do
condicionamento físico geral além de desenvolver a precisão
do arremesso horizontal.

Atividade 22: Pega MANBOL


Faixas indicadas: 1
Material: Bola de MANBOL
Descrição: Um pique onde um pegador deverá acertar as
costas de uma das crianças com a bola de MANBOL para que
esta se torne o pegador.
Objetivos: Esse exercício tem caráter puramente recreativo
utilizando a bola de MANBOL.
Observações: Quaisquer variações da atividade devem ser
direcionadas para uma faixa etária mais velha.

Atividade 23: O Alvo


Faixas indicadas: 3 e 4
Material: Bola de MANBOL e arcos

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Manbol - Livro de Regras

Descrição: Dividimos a turma em equipes de cinco a oito


integrantes. Dispomos aleatoriamente uma quantidade de
arcos (dois ou três) superior ao número de integrantes de uma
das equipes. Os atacantes trocarão passes, e o atacante que
estiver de posse de bola não poderá se deslocar, devendo
efetuar um arremesso ou um passe. Eles deverão acertar os
arcos vazios para pontuar. Os defensores devem evitar
colocando-se dentro dos arcos vazios ou tentando interceptar a
bola. Caso o adversário intercepte a bola os papeis de ataque e
defesa serão trocados.
Objetivos: Desenvolver noções de estratégia e posicionamento.

Atividade 24: Bola no balde


Faixas indicadas: 1 e 2
Material: Bolas de MANBOL e balde
Descrição: Divide-se a turma em colunas. Cada aluno irá
receber uma bola e tentará acertar o balde. Caso o aluno acerte
o balde ele irá sentar, caso erre ele deverá pegar a bola e tentar
novamente. Vence a equipe em que todos os integrantes
sentem primeiro.
Objetivos: Aprimorar a concentração e a precisão.

Atividade 25: MANBOLençol


Faixas indicadas: 3 e 4
Material: Bolas de MANBOL e lençol
Descrição: Será disputada uma partida normal de MANBOL
em duplas (faixa 4) ou mais jogadores (faixa 3), onde a rede
será aumentada para 1,90m e será coberta com um lençol que
irá encobrir a quadra.

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Manbol - Livro de Regras

Objetivos: Trabalho específico do jogo onde a atenção deve ser


redobrada por não haver um referencial visual do adversário
nem de sua quadra.
Observações: O lençol deverá cobrir pelo menos até a cintura
dos adversários, mas tem como situação ideal a total obstrução
da visão da quadra adversária.

AGRADECIMENTO

Agradeço aos amigos Professores de educação física do estado


do Rio de Janeiro, Adriana e Rodrigo pela colaboração na
organização de parte desse documento. Agradeço ao professor
Fabiano do Estado de São Paulo, pela revisão e reorganização
dos capítulos.

Rui Hildebrando
Criador do Manbol

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