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A superfície terrestre é encoberta por gases.

Essa cobertura gasosa recebe o


nome de atmosfera e o estudo do comportamento desses gases é o que
chamamos de clima. Em outras palavras, o clima é o comportamento atmosférico
ao longo da superfície da Terra e em determinado período temporal.

No caso, à medida que tais gases estiverem úmidos ou secos haverá climas que
serão úmidos ou secos, tanto quanto à medida que tivermos nossa atmosfera
aquecida ou mais fria, nós teremos climas quentes ou frios. Ou seja, os climas
apresentam as variáveis de temperatura e de umidade.

Clima e Tempo

É comum nos referirmos ao tempo atmosférico e o entendermos como o clima.


Ou seja, muitas vezes se referem ao tempo bom – quando há dias ensolarados
e agradáveis – e ao tempo ruim quando há muita nebulosidade, baixas
temperaturas e garoa como se fossem os climas. Não o são.

No caso, o comportamento atmosférico que registramos agora é o que


entendemos como o tempo. Sim, registramos as condições meteorológicas a
cada segundo porque essas condições variam a todo instante. O tempo é o
estado momentâneo da atmosfera e o é muito dinâmico. Trata-se, portanto, das
condições atuais da atmosfera.

Já o clima se refere ao comportamento habitual da atmosfera e se trata da


sucessão de tempos atmosféricos. O período de registros do comportamento
atmosférico para que tenhamos um determinado clima é de 30 anos. Quer dizer,
registramos o comportamento meteorológico por 30 anos e teremos os climas
em determinados locais. Este período é conhecido como normal climatológica.

Amplitude Térmica

A Amplitude Térmica se refere à diferença de picos de temperaturas no curso


de um determinado tempo específico, geralmente ao longo de um dia (24h),
pode-se mensurá-la no curso de um mês ou mesmo no curso de um ano.

Ao longo de 24h há amplitude térmica diária com a diferença entre a máxima e


a mínima, a qual será maior que a Amplitude Térmica mensal ou anual. E no
curso de um ano há diferença entre a máxima e a mínima através das médias
mensais que são observáveis nos gráficos de climogramas.

Na foto abaixo se observa o registro de temperatura no bairro da Liberdade, São


Paulo, em um dia cuja temperatura máxima chegou aos 31°C muito comum nos
verões da cidade paulista.

Em dias como esse é comum registrarmos chuvas convectivas no período da


tarde, pois as elevadas temperaturas fazem com que evapore enorme
quantidade de água formando significativa nebulosidade e consequentes chuvas
torrenciais.
Figura 1. Totem registra elevada temperatura em São Paulo. Foto: Éder Diego.

Gases da Atmosfera
A composição gasosa de nossa atmosfera se dá na seguinte proporção:
- 78% nitrogênio;
- 21% oxigênio;
- 0,3% argônio; e
- 07% demais gases.

Basicamente a atmosfera terrestre é composta de N2 e O2, pois tais gases são


fundamentais ao desenvolvimento da vida, seja para a formação de aminoácidos
e proteínas a partir do nitrogênio (N2) ou mesmo para respiração por meio do
Oxigênio (O2) .

Há uma infinidade de outros gases em nossa atmosfera, mas em pequena


percentagem, a exemplo de Hélio (He2), do Hidrogênio (H2), dos gases oriundos
da combustão e de atividades do próprio planeta Terra como o vulcanismo. No
caso, há gás carbônico (CO2), monóxido de carbono (CO), bem como metano
(CH4), trióxido de enxofre (SO3), dióxido de enxofre (SO4), Ozônio (O3) etc.

Camadas Atmosféricas
A altitude da atmosfera é bastante delgada se considerarmos a profundidade de
nosso planeta e a extensão de sua superfície. São 400 quilômetros de altitude.

A atmosfera é dividida em camadas desde a superfície até elevadas altitudes


(em torno dos 400km), cada camada apresenta características próprias em
diferentes composições gasosas e temperatura.
Figura 2. Fonte. JUNIOR, Danilo Pacheco Cazelli. Camadas Externas da Terra. Portal do Professor. MEC, 2011.
Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=28673. Acesso em: 21/01/2021.

Troposfera e Estratosfera
Particularmente as duas primeiras camadas são as que mais interessam ao
estudo do clima. A primeira camada, a partir da superfície, chama-se de
Troposfera cuja altitude máxima ocorre em torno de 12km a 17km a depender
da latitude.

É nessa camada que ocorrem os fenômenos meteorológicos como precipitação


(chuvas e neve), ventos, temperatura etc., além disso, é aí que temos 80% da
massa atmosférica e tal camada aquece de baixo para cima em virtude da
reflexão de calor do solo às altitudes elevadas. A variação de temperatura ocorre
na proporção de aproximadamente 0,65°C para cada 100m de altitude. Aliás, em
altitudes elevadas nossa troposfera é mais fria se comparada às altitudes
próximas ao solo em decorrência da rarefação do ar. Ademais, os aviões
comerciais e de passageiros circulam nos limites dessa camada.

Já segunda camada se chama Estratosfera apresenta altitudes máximas em


torno dos 60km. É na estratosfera que temos a famigerada ‘’Camada de
Ozônio’’ (O3) que limita a infiltração, na superfície terrestre, de radiação
ultravioleta B (RUV). No caso, parte considerável do ozônio na atmosfera
terrestre está na estratosfera que é fundamental para filtragem da radiação
ultravioleta B, a qual é nociva à saúde humana e que está associada ao
envelhecimento precoce, problemas de pele e de visão e até câncer
dermatológico.
Diferentemente da troposfera, a estratosfera é mais aquecida em altitudes
elevadas. Os aviões a jato circulam nessa camada atmosférica.

Mesosfera, Termosfera e Exosfera


As três últimas camadas atmosféricas são a Mesosfera, a Termosfera e a
Exosfera.

A Mesosfera apresenta altitudes em torno de 60km e 100km. Essa camada é


fria cujas temperaturas chegam a 90°C negativos em seu limite com a
termosfera. O ar é muito rarefeito em altitude. A importância para a vida na Terra
dessa camada é a resistência que o ar exerce em corpos que caem sobre nosso
planeta, pois gera combustão (queima) em objetos, chamados de meteoritos,
que atravessam a nossa atmosfera.

A Termosfera é também conhecida como Ionosfera. Há, no caso, grande


quantidade de íons, que são partículas cheias de eletricidade, que participam do
processo de reflexão de ondas de rádio. Predomina nessa camada o gás de
hidrogênio e certamente apresenta rarefação do ar. A temperatura superaquece
em altitude e pode atingir a marca dos 1500°C. O fenômeno luminoso nos polos
da Terra ocorre nessa camada, ou seja, a Aurora Boreal ou Aurora Austral são
fenômenos de luminosidade colorida dos polos norte e sul, respectivamente.

Alguns satélites e ônibus espaciais orbitam na termosfera.

A Exosfera é a camada mais exterior de nossa atmosfera e é limítrofe entre o


Espaço Sideral e nossa atmosfera. Apresenta temperatura elevadíssima
(próximo aos 1000°C) e é composta por hélio e hidrogênio. Orbitam aí satélites
artificiais.

Inclinação da Terra
O planeta Terra apresenta inclinação de 23° em relação à incidência de luz solar
sobre sua superfície. Resulta dessa inclinação importantes fenômenos
astronômicos como os Solstícios e Equinócios que marcam o início das
estações climáticas no transcorrer do ano. Além disso, a inclinação terrestre
resulta nas linhas imaginárias que marcam as Zonas Climáticas da Terra.

A incidência da luz do Sol perpendicular sobre a linha do Equador é chamada de


equinócio – cujos termos de origem latina aequus (igual) + nox (noite) seriam
as ‘’noites iguais’’ – e ocorrem duas vezes ao ano, geralmente em 21 de março
e em 23 de setembro. Esse fenômeno dá início às estações de primavera e de
outono.

Em 21 de março, quando a luz solar incide sobre a linha do Equador, ocorre o


equinócio de primavera no hemisfério Norte e o equinócio de outono no
hemisfério Sul, neste dia o número de horas com luz de Sol é igual em ambos
os hemisférios. A partir de então os dias serão mais longos que as noites no
hemisfério Norte e as noites mais longas que os dias no hemisfério Sul. Já em
23 de setembro ocorre o equinócio de primavera no hemisfério Sul e equinócio
de outono no hemisfério Norte, neste dia o número de horas com luz do Sol é
igual em ambos os hemisférios. A partir de então os dias serão mais longos que
as noites no hemisfério Sul e as noites mais longas que os dias no hemisfério
Norte.

Já a incidência de luz solar sobre os trópicos é chamada de solstício e ocorre


sobre o Trópico de Capricórnio, geralmente em 23 de dezembro, e sobre o
Trópico de Câncer, geralmente em 21 de junho. Esse fenômeno dá início às
estações de verão e inverno.

Quando a luz solar estiver sobre o Trópico de Câncer, teremos o solstício de


verão no hemisfério Norte e solstício de inverno no hemisfério Sul, tal
fenômeno ocorre em junho e este é o maior dia do hemisfério Norte e a noite
mais longa do hemisfério Sul. E quando a luz solar estiver sobre o Trópico de
Capricórnio, teremos o solstício de verão no hemisfério Sul e solstício inverno
no Hemisfério Norte, tal fenômeno no mês de dezembro.

Figura 3. Solstício e Equinócio. Disponível em: https://www.timeanddate.com/calendar/spring-equinox.html. Acesso


em: 21/01/2021

Linhas Imaginárias
Observe na figura abaixo, a qual representa o solstício de verão no hemisfério
Norte de solstício de inverno no hemisfério Sul. Note a inclinação da Terra e a
incidência solar predominante no hemisfério boreal. As linhas dos trópicos
resultam da inclinação do planeta (23°) e as linhas dos Círculo Polar Ártico e
Círculo Polar Antártico são consequências e limites do hemisfério que está
alumiado pela luz solar. Ademias, é digno de nota que à medida que
aumentamos as latitudes o número de horas ensolaradas aumenta ou diminui
conforme tivermos verão no hemisfério Norte ou no hemisfério Sul.
Figura 4. Linhas Imaginárias. Disponível em: https://www.univision.com/entretenimiento/predicciones-
horoscopos/el-solsticio-llega-lleno-de-amor-para-todos-fotos Acesso: 29/01/2021

Fatores Climáticos
As atividades e ciclos do Sol e os oceanos são os dois fatores climáticos de
maior importância que influenciam o clima terrestre e em escala global, mas há
outros fatores de escalas mais regionais e locais.

Há seis importantíssimos fatores climáticos para entendermos a dinâmica


atmosférica: Latitude, Altitude, Massas de Ar, Maritimidade,
Continentalidade e as Correntes Marinhas.

Latitude: a incidência solar não é a mesma em toda superfície da Terra e é


maior nas regiões próximas à linha do Equador e menor nas regiões dos polos.
E é em decorrência disso há zonas climáticas.

Basicamente há três Zonas Climáticas segundo a posição latitudinal. Temos a


Zona Intertropical, cujos climas tendem a ser quentes e úmidos, temos a Zona
Temperada – em ambos os hemisférios – cujas estações do ano tendem a ser
bem-definidas e, por fim, a Zona Polar, cuja temperatura tende a ser baixa ao
longo de todo ano.

Outrossim, as latitudes 5°N e 5°S limitam a região conhecida como Zona de


Convergência Intertropical (ZCIT) que é para onde convergem e se direcionam
os ventos alísios.
Figura 5. Zonas Climáticas. Disponível em: https://salsolito.wordpress.com/2018/06/ Acesso: 19/01/2021.

Altitude: o relevo não é homogêneo conforme visto no capítulo 2 (geologia).


Logo, há altitudes diferentes em relação ao nível do mar e em tais diferenças
altimétricas há variação nas condições climáticas. À medida que estamos em
altitudes diferentes teremos variação de temperatura e tal variação se deve à
pressão atmosférica e à rarefação do ar em altitudes elevadas.

No caso, na troposfera a temperatura será menor à medida em que estamos em


maiores altitudes, ou seja, o ar aquece de baixo para cima e em regiões de
elevada altitude a temperatura é mais fria. Resulta daí que as temperaturas são
mais frias onde estão os aviões, por exemplo, se comparada à superfície
terrestre onde estamos. Ademais, os climas de montanha ou frio de montanha
justificam-se por tais características, pois no topo dos dobramentos terciários,
como os Andes ou Himaláia, teremos a ocorrência de climas semelhantes aos
polares com baixa temperatura e ocorrência de neve. Em suma: a altitude
compensa a latitude.

Massas de Ar: as massas de ar são enormes volumes de ar atmosférico com


vapor d’água e com densidade e temperaturas diferentes a depender da origem.
As massas de ar são caracterizadas pela origem latitudinal (são polares, tropicais
ou equatoriais) e confirme sua origem continental ou marítima. Logo, as Massas
de Ar são quentes ou frias, úmidas ou secas.

O vento é o deslocamento atmosférico de regiões com alta pressão atmosférica


para regiões com baixa pressão atmosférica. Em tal deslocamento de ar são
transportadas as características da baixa atmosférica originária do vento como
temperatura e umidade.

No Brasil há cinco Massas de Ar que influenciam nosso clima e a depender da


estação em que estivermos a área de atuação das massas de ar variarão. As
massas de ar que agem no Brasil são:
Massa Polar Atlântica (mPa): é fria e úmida. Aliás, a única massa de ar fria que
atua sobre o território brasileiro. Age sobretudo na região Sul do Brasil. Origina-
se na região da Patagônia, na Argentina, e seu avanço para o território brasileiro
está associado aos anticiclones.

Ao penetrar no território nacional derruba as temperaturas e provoca chuvas


frontais quando se encontra com a mTa. São chuvas com altíssima intensidade
no Sudeste do Brasil.

Ao avançar pelo litoral brasileiro resulta nas chuvas de inverno do litoral do


nordeste oriental do Brasil. E ao penetrar pelo continente pode chegar até a
Amazônia resultando em significativas quedas bruscas das temperaturas locais
em fenômenos conhecidos como friagem, este fenômeno tem duração de 3 a 4
dias e ocorre entre os meses de maio a agosto.

Massa Tropical Atlântica (mTa): é quente e úmida. Forma-se na porção tropical


do oceano Atlântico e atua sobretudo no litoral da região Sudeste do Brasil ao
longo do ano inteiro. Provoca nebulosidade nas zonas costeiras do Sudeste e a
formação de chuvas de relevo ou orográficas. Com o avanço da mPa é comum
seu deslocamento (mTa) pelo litoral nacional até a porção oriental do Nordeste
brasileiro quando ambas as massas de ar (mTa e mPa) provocam chuvas
frontais nas planícies costeiras do Brasil. Destaque-se que na porção litorânea
do Nordeste há chuvas nos meses de inverno.

Massa Tropical Continental (mTc): é quente e seca. Aliás, a única massa de


ar seca que atua sobre o território brasileiro. Origina-se na região do Chaco
argentino e paraguaio. Age no Brasil especialmente na região Centro-Oeste e
favorecendo a baixa nebulosidade e umidade do ar baixa.

Massa Equatorial Atlântica (mEa): é quente e úmida. Origina-se dos ventos


alísios do hemisfério Norte e se movimenta do Trópico de Câncer em direção à
linha do Equador e atua nos litorais das regiões Norte e Nordeste do Brasil. Nos
meses de verão do hemisfério Sul age no litoral nordestino de estados como
Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte, bem como em estados
como o Ceará e o Piauí. Nos meses de inverno no hemisfério Sul atua menos no
litoral nordestino oriental e atua mais no litoral de estados da região Norte do
País, a exemplo do Amapá, Pará, além do Maranhão. Ocasiona chuva de relevo
no Nordeste nacional e à medida que avança para o interior perde umidade.

Massa Equatorial Continental (mEc): é quente e úmida. Apesar de ser uma


massa de ar continental apresenta elevada umidade. Origina-se no interior do
estado do Amazonas e atua em grande extensão territorial do País nos meses
de verão – além da região Norte, age em regiões do Centro-Oeste nacional e
chega a atingir o oeste mineiro e paulista –, mas no curso do inverno fica mais
restrita aos estados do Amazonas, Roraima e Acre.

Veja os mapas abaixo de massas de ar no Brasil.

No mapa abaixo observamos a ação das massas de ar no Brasil ao longo do


verão. Note que nessa época do ano a mPa quase não atua no Brasil, pois a
Zona de Convergência Tropical tende a avanças para latitudes meridionais que
dificulta a chegada de frentes frias.

Figura 6. Massas de ar nos meses de verão. Fonte: IBGE.

Neste outro mapa abaixo observamos que no curso dos meses de inverno a mPa
atua sobre o Brasil.

Figura 7. Massas de ar nos meses de inverno. Fonte: IBGE.


Maritimidade: trata-se da influência que a umidade oceânica, ou mesmo
continental de regiões com bacias hidrográficas volumosas, exerce sobre o clima
local em virtude do calor específico da água em comparação ao calor específico
do solo e superfície rochosa.

Em regiões litorâneas há grande tendência de termos maior umidade


atmosférica e consequentemente menor amplitude térmica.

No caso, a água tem calor específico de 1cal/g.ºC. As temperaturas médias,


portanto, nas regiões litorâneas sofrem forte influência da umidade e, portanto,
as máximas e mínimas da temperatura não oscilam tanto quanto em regiões de
baixa umidade.

Continentalidade: no interior do continente geralmente há menor umidade e por


isso é comum a amplitude térmica ser maior em relação às regiões litorâneas.

O grande exemplo da continentalidade são os desertos, onde há significativa


aridez, cujas temperaturas variam muito em pequenos períodos. É comum ao
longo do dia as temperaturas ficarem acima de 35°C e a noite baixarem de 0°C.

Para exemplo da continentalidade e maritimidade no Brasil, podemos observar


a cidade litorânea de Salvador (BA), cuja amplitude térmica varia próximo aos
5°C ao longo do ano, e a cidade interiorana de Cuiabá (MT), onde há variação
anual em torno de 15°C. A comparação entre ambas evidencia a influência da
umidade local ou de sua ausência.

Correntes Marinhas: as correntes marinhas ou oceânicas são resultantes do


movimento que as águas oceânicas fazem em virtude da movimentação da Terra
– efeito de Coriollis (inércia) – e pela diferença de temperatura e densidade da
água a depender da latitude em que estão.

No caso, as águas em regiões equatoriais e tropicais tendem a ter temperatura


mais elevadas que as águas de regiões polares, logo se formam correntes
convectivas nos oceanos das águas que se movimentam de regiões polares em
direção à linha do Equador, bem como das regiões equatoriais para os polos.

Observem no mapa abaixo que o sentido que as correntes marinhas giram no


hemisfério Norte é no sentido horário e no hemisfério Sul é no sentido anti-
horário.

A consequência desses movimentos é que as porções orientais dos continentes


tendem a ser banhadas por correntes marinhas quentes, a exemplo da corrente
do Brasil que banha nossa faixa costeira que é necessariamente oriental em
virtude de não termos oceano em nossas regiões ocidentais, mas fronteira com
países da América do Sul. Outros exemplos de correntes quentes que banham
as costas orientais dos continentes são acorrente de Madagascar, costa da
África, e a corrente do Golfo, costa da América Central.
Ademais, os litorais ocidentais tendem a ser banhados por correntes
marinhas frias. Tal fenômeno influenciará notavelmente na formação dos
desertos em regiões de 30° de latitudes em ambos os hemisférios.

Correntes frias e desertos: Observe a corrente de Bengala, costa ocidental-sul


africana, e a formação dos desertos de Kalaari e Namíbia. O mesmo se pode
depreender da corrente de Humboldt (Peru) que banha a costa sul-ocidental da
América e que influencia na formação do deserto do Atacama Para o hemisfério
Norte, pode-se observar fenômenos análogos, pois as correntes frias da
Califórnia e das Canárias banham as regiões litorâneas de climas áridos e dos
desertos norte-americanos e do Saara, respectivamente.

Figura 8. Correntes marinhas. Fonte: IBGE. Adaptado pelo autor.

Circulação Geral da Atmosfera


O ar se movimenta de regiões de alta pressão atmosférica (H = High Pressure)
em direção às regiões de baixa pressão atmosférica (L = Low Pressure). Tal
definição se aplica ao vento e podemos considerá-la para entendermos a
circulação atmosférica em escala planetária.

Há três grandes células da circulação da atmosférica que correspondem mais ou


menos às zonas climáticas. Há a Célula de Hadley, a Célula de Ferrel e a Célula
Polar.

No esquema abaixo evidencia-se as regiões de alta pressão atmosférica (H) e


as zonas de baixa pressão atmosférica (L) sobre as linhas imaginárias e no limite
das zonas climáticas e as consequentes células de circulação da atmosfera.
Figura 9. Circulação Geral da Atmosfera. Modificado pelo autor. Fonte:
https://www.climatesignals.org/resources/infographic-general-circulation-atmosphere Acesso: 30/01/2021

Célula de Hadley: próximo às regiões dos trópicos, em ambos os hemisférios,


há alta pressão atmosférica (H) se comparada à região da linha equatorial do
globo, por isso o ar se movimenta – em baixas altitudes – dos trópicos em direção
à linha do Equador e forma os Ventos Alísios. Sobre a linha do Equador o ar é
ascendente em decorrência da baixa pressão (L) e em elevadas altitudes o ar se
movimenta para os trópicos fechando a célula de circulação atmosférica. O
movimento do ar em altitude, na Célula de Hadley, corresponde aos chamados
Ventos Contra-Alísios.
A Célula de Hadley é tropical e dará origem à Zona de Convergência Intertropical
(ZCIT), pois o ar se movimenta em direção a linha do Equador (latitude 0°) em
ambos os hemisférios. No hemisfério Sul os ventos alísios têm origem na região
sudeste e por isso são chamados ventos de sudeste, já no hemisfério Norte os
alísios têm origem na região nordeste e por isso são chamados ventos de
nordeste. O esquema abaixo evidencia a célula tropical.
Figura 10. Célula de Hadley e ventos alísios (trade winds). Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Schematic-
of-the-Hadley-circulation-Abbreviations-TTL-Tropical-tropopause-layer_fig1_322886947 Acesso: 30/01/2021

Célula Ferrel: nas médias latitudes o ar se movimenta da região dos trópicos,


próximo aos 30° de latitude, em ambos os hemisférios em direção às zonas
polares. Esse movimento do ar forma os ventos de oeste nos dois hemisférios.
A região da linha dos trópicos apresenta alta pressão atmosférica (H) e por isso
se trata de região dispersora do ar que se movimentará – na baixa atmosfera –
para os polos, em ambos os hemisférios. O ar irá ascender próximo aos 60° de
latitude em ambos os hemisférios e fechará a célula convectiva sobre os trópicos.

Célula Polar: nas altas latitudes o ar se movimenta da região dos polos, próximo
aos 90° de latitude, em ambos os hemisférios para as médias latitudes. Esse
movimento do ar forma os ventos de leste nos dois hemisférios.

Observe a circulação geral da atmosfera sob outra perspectiva.

Brisas Marítimas e Brisas Terrestres


O ar se movimenta, conforme supracitado, de regiões de alta pressão para
regiões de baixa pressão em altitudes próximas à superfície. Em zonas costeiras
e litorâneas dos países nós observamos esse fenômeno ao longo do dia e da
noite através do que chamamos brisas.

A brisa marítima resulta da chegada de ar (vento) oriunda do mar. Os ventos


sopram do mar para a praia. Ocorre durante o dia. Em decorrência da maior
amplitude térmica nos continentes se comparados às superfícies aquáticas, ao
longo do dia o continente está mais aquecido que o mar e por isso há diferença
de pressão atmosférica que é maior no mar (H) em comparação ao continente
(L).

A brisa terrestre resulta do movimento de ar (vento) oriundo do continente para


o mar. Os ventos sopram do continente para o mar. Ocorre durante a noite. Em
decorrência da menor amplitude térmica nos oceanos se comparados às
superfícies continentais, ao longo da noite o continente está mais frio que o mar
e por isso há diferença de pressão atmosférica que é menor no mar (L) em
comparação ao continente (H). Observe a figura abaixo.

Figura 11. Brisa Marítima e Brisa Terrestre. Fonte: https://br.pinterest.com/pin/405464772685006371/ Acesso:


30/01/2021

Tempestades Tropicais

Os termos furacão, ciclone e tufão, designam os ciclones tropicais. A depender


da região da superfície terrestre os nomes dados aos fenômenos climáticos
serão diferentes, ainda que se refiram a fenômenos semelhantes.

Nas regiões do Atlântico Norte, do Pacífico Oriental – que banha a costa dos
Estados Unidos, México e Canadá – e mar do Caribe é chamado de furacão. Já
nas regiões do Pacífico Setentrional e Ocidental – que banha o continente da
Ásia – esse fenômeno é chamado de tufão e ocorre em países como as Filipinas,
a Coréia do Sul, a China, o Japão. E, por fim, na região do oceano Índico o
fenômeno é chamado de Ciclone Tropical, que atinge a costa oriental africana e
a Oceania.

Observe o mapa de ocorrência dos fenômenos e sua região de ocorrência.


Hurricanes se refere aos furacões, Cyclones aos ciclones tropicais e Typhoons
aos tufões.

Figura 12. Tempestades Tropicais. Fonte: https://scijinks.gov/hurricane/Acesso: 31/01/2021.

A formação das tempestades tropicais se inicia nos oceanos. As temperaturas


devem estar aquecidas (acima dos 27°C), pois no olho do furacão temos uma
baixa pressão atmosférica e intensa evaporação para onde teremos os ventos
de convergência. O tempo de formação e maturação do fenômeno varia de horas
até dias. São três eventos que darão início ao fenômeno atmosférico:

- Troca de massa e energia entre a superfície oceânica e a atmosfera em


significativo processo de evaporação e condensação de umidade;
- Ventos convergentes em significativa velocidade e constante em faixas de
altitude; e
- Diferença de pressão atmosférica entre o olho do furacão e sua periferia.

Na parte do olho do furacão temos o ar ascendente que girará em virtude da


força Coriollis que age sobre os fluídos do planeta. A velocidade dos ventos do
furacão são acima de 119km/h.

O processo de formação do furacão evolui conforme os seguintes estágios em


relação à velocidade do vento.
- Depressões Tropicais: ciclones tropicais com velocidade inferior aos
62,7km/h;
- Tempestade Tropical: os ventos estão acima dos 62,7km/h até a marca dos
119km/h;
- Furacão: quando os ventos atingem a marca dos 119km/h.

Climas no Mundo

Figura 13. Climas no Mundo. Fonte: IBGE

Equatorial: o clima equatorial se estende nos continentes da América, África,


Oceania e Ásia, pois são os continentes que apresentam faixas territoriais na
zona climática Intertropical. O equatorial se espraia pela região de baixas
latitudes, aproximadamente entre os 10°S e de 10°N.

O clima equatorial ocorre em países como Peru, Colômbia, Venezuela, Equador,


além do Brasil, e em países da América Central e do Caribe, como Panamá,
Costa Rica, Belize, Nicarágua, Cuba e República. Na África Central alguns dos
países que apresentam são a Nigéria, Costa do Marfim, Camarões e Congo. No
sudeste asiático e sul da Ásia, em países como, Indonésia, Malásia, Tailândia,
Índia, Cingapura e Mianmar. Na Oceania o equatorial se estende por territórios
insulares como Papua Nova-Guiné e Ilhas Salomão.

As características do clima equatorial são a elevada temperatura anual, com


máximas próxima aos 30°C e mínimas acima de 25°C e consequente baixa
amplitude térmica anual. Basicamente não há estações climáticas anuais, pois
são indefinidas. É como se houvesse um ‘’verão anual’’. Certamente que
astronomicamente há as estações de inverno, outono e primavera, mas as
condições climáticas são típicas do verão equatorial: quente e úmido ao longo
do ano inteiro. Além disso, observa-se elevado índice pluviométrico com volume
de chuvas que excedem os 2000mm anuais e que pode chegar aos 3000mm.

Observe o climograma equatorial na cidade de Brazzaville, no Congo.

Figura 14. Climograma equatorial. Fonte: https://www.slideshare.net/weblasisla/climogramas-del-mundo-


presentation Acesso: 01/01/2021

Tropical: o clima tropical se estende pelos continentes da América, África, Ásia


e Oceania. Assim como o clima equatorial, o clima tropical também se insere na
zona Climática Intertropical. Entretanto, com tendências de ocorrer em latitudes
ligeiramente maiores que aquele. No continente da Oceania é na porção
setentrional da Austrália onde ocorre o tropical.

Na África Central se distribuí pelos países da Costa do Marfim, Gabão, Quênia,


Angola, por exemplos. Na América ocorre em países Venezuela, Bolívia,
Honduras, Guiana Francesa, além do Brasil. Na Ásia ocorre no sul da Índia, em
parte da Indonésia, no Sri Lanka, na Tailândia. Por vezes é comum se referirem
ao clima tropical como Tropical de Continental ou Tropical Semi-Úmido ou ainda
como Tropical Típico.

As características do clima tropical seriam a de duas estações anuais. No caso,


um ‘’verão’’ úmido e um ‘’inverno’’ seco. Cada estação – uma chuvosa e outra
de estiagem – tem duração próxima de seis meses. Em outras palavras, ‘’chove
seis meses sim, seis meses não’’ e por isso chamado de semiúmido. Apresenta
baixa amplitude térmica anual que é menor que a amplitude térmica diária. O
volume de chuvas se dá entre 1000mm e 2000mm anuais.
Observe o climograma tropical na cidade de Livingstone, na Zâmbia.

Figura 15. Climograma tropical. Fonte: https://www.slideshare.net/weblasisla/climogramas-del-mundo-


presentation Acesso: 01/02/2021

Subtropical: o clima subtropical se localiza em ambos os hemisférios entre as


latitudes 25°C e 45°. Ocorre nas porções leste dos continentes e se manifesta
na América do Norte e América do Sul, bem como na Ásia. Apresenta estações
do ano bem-definidas com verões aquecidos e invernos semi-rigorosos. Na
América do Sul se estende pela região Sul do brasil, no Uruguai e nordeste da
Argentina, nos Estados Unidos se distribui na região sudeste daquele país, bem
como no sudeste da Ásia.

Desértico: os desertos se localizam em todos os continentes, exceto na


Antártida. Nesse caso, estamos nos referindo aos climas áridos e com
temperaturas elevadas – notadamente ao longo dos dias. Isto pois, é comum nos
referirmos ao maior deserto do mundo como sendo a Antártida, porém temos
que deixar claro que a Antártida não é um clima, mas um continente polar que
apresenta baixa biodiversidade em virtude das condições de clima polar local.

O clima desértico se trata de região desértica e pouco propícia ao


desenvolvimento biológico pela altíssima temperatura anual onde os dias com
temperaturas acima de 0°C são raros. Além disso, há baixo índice pluviométrico
anual. Algo próximo de 100mm a 500mm.

No que diz respeito aos climas desérticos, ocorrem entre as zonas climáticas
Intertropical e Temperada. Podem ser localizados entre os 15° e 30° de latitudes
em ambos os hemisférios. Há um conjunto de fatores climáticos que levam à
formação dos desertos, desde as latitudes e continentalidade até as correntes
marítimas. Distribuem-se na porção oeste dos continentes e são banhados por
correntes marítimas frias. Aliás, são as águas frias oriundas dos polos que fazem
chover no oceano e não nos continentes, pois as nuvens carregadas de umidade
condensam sobre as águas frias costeiras onde precipitam (chovem) e quando
chegam ao interior do continente já estão secas. Outrossim, os desertos estão
em regiões de alta pressão atmosférica (H) e consequentemente se localizam
em zonas dispersoras de ar.

São características dos desertos as altas temperaturas anuais. Entretanto, há


elevada amplitude térmica diária com temperaturas máximas que chegam aos
40°C e mínimas abaixo de 0°.

Observe as correntes frias nas costas América e da África em ambos os


hemisférios.

Figura 16. Climas no mundo. Fonte: IBGE

Banham a costa ocidental da América do Sul a corrente de Humboldt (Peru) que


influenciará na formação do deserto do Atacama – no Chile e no Peru. Já a
corrente de Bengala banha a costa ocidental da África que influencia na
formação do deserto de Khalaari e Namíbia e ao norte do continente a corrente
das Canárias influencia na formação do maior deserto do planeta Terra, o
deserto do Saara que apresenta 9 milhões de km2.
Observe o climograma desértico na cidade de Yuma, no Arizona. EUA.

Figura 17. Climograma deserto. Fonte: https://www.slideshare.net/hmcburuaga/climas-climogramas Acesso:


01/02/2021

Semiárido: o clima semiárido não ocorre somente na região do Nordeste do


brasil, mas também na América do Norte – nos EUA, Canadá e México. E o
encontramos na Europa, Ásia, África e Oceania.

Caracteriza-se por baixa umidade, elevadas temperaturas anuais, chuvas


escassas e baixa amplitude térmica.

Mediterrâneo: sua maior abrangência se dá às margens do Mar Mediterrâneo


ao norte da África, sul da Europa e costa oeste do Oriente Médio, nos estados
de Israel, Líbano e Turquia. Diferentemente do que muito se imagina o clima
Mediterrâneo ocorre nos hemisférios Norte e Sul, pois também ocorre nas
porções ocidentais dos Estados Unidos, do Chile, da Austrália e da África do Sul

Caracteriza-se por apresentar invernos úmidos e verões úmidos. Não por acaso
também conhecido como clima de verão seco. No caso, o clima mediterrâneo
sofre influência das massas de ar úmidas que agem sobre o clima temperado
marítimo ao longo dos meses de inverno e recebe ventos secos dos desertos ao
longo dos meses de verão.

O climograma do mediterrâneo abaixo, da cidade de Perth, na Austrália, denota


as chuvas em maior volume nos meses de inverno do hemisfério Sul e é exemplo
desse tipo climático ao sul da linha do Equador.
Figura 18.Clima mediterrâneo. Fonte: https://www.slideshare.net/weblasisla/climogramas-del-mundo-presentation
Acesso: 01/02/2021

Temperado: ocorre nas regiões de médias latitudes e podemos subdividi-lo em


dois tipos, a depender dos fatores climáticos que o influencia e de sua posição
geográfica. Ou seja, o temperado continental e o temperado oceânico. Tende a
apresentar elevada amplitude térmica e estações do ano bem-definidas.

No caso, há o clima temperado continental, cujas características são verões


quentes e invernos muito rigorosos com médias térmicas de 25°C e -5°C,
respectivamente. Encontra-se no interior dos continentes da Europa, Ásia e
América do Norte com significativa influência da continentalidade e altíssima
amplitude térmica anual. As chuvas são mais raras se comparado com os climas
oceânicos, especialmente no verão.

Observe o climograma temperado na cidade de Moscou, na Rússia.


Figura 19. Clima temperado continental. Fonte: https://www.slideshare.net/weblasisla/climogramas-del-mundo-
presentation Acesso: 01/02/2021

Ademais, há o clima temperado oceânico, também chamado temperado


marítimo, cujas características são verões quentes e invernos frios, embora
menos intensos que os climas do interior do continente. Em outras palavras, o
clima temperado oceânico sofre influência da maritimidade por localizar próximo
aos litorais, ainda que na mesma faixa latitudinal do temperado continental. Além
disso, o clima de países como Portugal, Espanha, das Ilhas Britânicas, por
exemplo, sofrem influência da corrente marítima quente das Guianas, pois a
chegada de águas tropicais na costa da Europa ameniza seu clima litorâneo e
insular. Encontra-se no noroeste da Europa e na porção leste dos Estados
Unidos. É digno de nota que é comum se referirem aos climas subtropicais das
Américas como subtropical. (ver mapa-múndi de climas acima!)

Por fim, caracteriza-se por apresentar estações do ano bem-definidas, mas com
chuvas abundantes e bem-distribuídas ao longo de todo o ano e menor amplitude
térmica se comparado aos climas continentais.

Observe o climograma temperado na cidade de Cardiff, em Gales, no Reino


Unido.
Figura 20. Clima temperado marítimo. Fonte: https://www.slideshare.net/weblasisla/climogramas-del-mundo-
presentation Acesso: 01/02/2021

Polar: localiza-se nas altas latitudes e tendem a apresentar as menores


temperaturas climáticas do planeta Terra e elevada amplitude térmica, pois no
inverno polar as temperaturas estão em torno de -30°C, já no verão em raros
dias a temperatura está elevada e pode chegar até 4°C. Distribui-se nas regiões
setentrionais do Canadá, da Rússia e dos Estados Unidos – no Alaska – e na
porção norte da Escandinávia, no hemisfério Sul abrange o continente da
Antártida. Apesar de possuir elevada umidade relativa do ar, tem baixo índice
pluviométrico. Raramente chove mais que 100mm anuais.

Observe o climograma polar em Davis, na Antártida.


Figura 21. Clima polar. Fonte: https://www.slideshare.net/weblasisla/climogramas-del-mundo-presentation Acesso:
01/02/2021

Frio de Montanha: a altitude compensa a latitude e, por esse motivo, ocorre


neve na região da linha do Equador na América do Sul. Ou seja, a altitude
influencia os climas e nas regiões de dobramentos modernos há climas com
baixas temperaturas, pois nossa troposfera aquece de baixo para cima e em
altitude elevada há rarefação do ar e temperaturas baixíssimas.

Nas regiões da Cordilheira dos Andes, dos Himaláias, dos Alpes, das Cadeias
Rochosas e das Montanhas do Atlas há clima frio de montanha onde ocorre neve
constante acima dos 2000m de altitude.

Clima de Monções: trata-se de um clima tropical que ocorre no continente da


Ásia, mais precisamente no sul e sudeste asiático. Por se tratar de clima tropical
apresenta duas estações bem-definidas com verões muito úmidos e invernos de
prolongada estiagem. Sua formação é marcante e está associado às variações
de alta e baixa pressão atmosférica ao longo dos hemisférios.

Como o ar se movimenta de regiões de alta pressão (H) para regiões de baixa


(L) pressão atmosférica, há a sazonalidade de altas e baixas pressões entre os
hemisférios Norte e Sul.

O clima monçônico ocorre nos países da Índia, Bangladesh, Paquistão, sul da


China, Tailândia, Malásia e Camboja. A intensidade das chuvas torrenciais é
diferente a depender do país. Apresenta elevados índices de chuvas e
temperaturas elevadas com mínima de 18°C.

Nos meses de inverno do hemisfério Norte o ar se movimenta do continente


para o oceano Índico, na porção sul e sudeste da Ásia, mas nos meses de
verão no hemisfério Norte o ar se movimenta do oceano Índico para as
regiões continentais sul-asiáticas e carrega consigo enorme quantidade de
vapor d’água que condensa sobre o continente formando grandes volumes de
chuvas.

Figura 22. Monções no Sul da Ásia. Fonte: http://hamillion.com/asian/south-asian-monsoon.html Acesso:


02/02/2021

Observe o climograma de Monções na cidade de Chittagong, em Bangladesh.

Figura 23. Climograma de monções. Fonte: http://www.diercke.com/kartenansicht.xtp?artId=978-3-14-100790-


9&stichwort=rainy%20season&fs=1 Acesso: 02/02/2021
Climas no Brasil
O Brasil apresenta seis tipos climáticos. A enorme extensão do território nacional
e sua grande faixa de costa, banhada pelo Atlântico, em plena zona Intertropical
acaba por influenciar nos climas quentes e úmidos do País.

O Brasil se estende de norte a sul em distância limítrofe que excede os 4mil


quilômetros e, por isso, se localiza em 2 zonas climáticas. 93% das terras
brasileiras estão na zona Intertropical e 7% na zona Temperada Sul.

Isto pois, nosso País é cortado pela linha do Equador ao norte e pelo Trópico de
Capricórnio ao sul.

Os climas do Brasil são: Equatorial, Semiárido, Subtropical, Tropical Continental,


Tropical de Altitude e Tropical Atlântico.

Observe o mapa com os climas do Brasil:

Figura 24. BISPO, Marcos Paulo. A diversidade dos tipos climáticos no Brasil. Portal do Professor, 2009.
Dostoiévski: biografia e resumo das principais obras. Disponível
em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=1257. Acesso em: 01/02/2021

Clima Equatorial: o clima Equatorial brasileiro se distribui especialmente nos


estados da região Norte do País (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia,
Roraima e Tocantins), além do norte do Mato Grosso e da porção oeste do
Maranhão. Ocorre em baixas latitudes.

Caracteriza-se por apresentar baixa amplitude térmica anual com mínima acima
dos 25°C. A amplitude térmica é de apenas 2°C ao longo do ano. Há elevado
índice pluviométrico cujo volume de chuvas excede os 2000mm e pode chegar
a 3000mm, as chuvas são regulares e bem-distribuídas ao longo do ano. É
comum a chegada, especialmente nos meses de inverno, da massa Polar
atlântica (mPa) e queda das temperaturas locais no fenômeno conhecido como
friagem. É influenciado especialmente pelas massas equatoriais (mEc e mEa)
Ocorre todos os dias chuva de verão.

As chuvas de verão também são conhecidas como chuvas convectivas, pois a


atmosfera apresenta circulação convectiva, porque no curso do dia e com as
elevadas temperaturas ocorre grande ascensão do ar/evaporação – além de
evapotranspiração das florestas úmidas – e no decurso do dia, mais
precisamente à tarde, há a condensação atmosférica e formação de significativa
nebulosidade que consequentemente precipita. Temos, por fim, a chuva
torrencial com grande volume d’água e de pouca duração. Eis as famosas
pancadas de chuvas.

Observe o climograma Equatorial do Brasil

Figura 25. Clima Equatorial do Brasil. Elaborado pelo autor

Clima Semiárido: o clima Semiárido brasileiro se distribui especialmente nos


estados da região Nordeste do País (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe) e norte de Minas Gerais.
Ocorre em baixas latitudes. Destaque-se que nas faixas litorâneas do Nordeste
brasileiro o clima é úmido, trata-se do clima litorâneo do Brasil.

Caracteriza-se por apresentar baixa amplitude térmica anual. A amplitude


térmica é de apenas 5°C ao longo do ano. Apresenta temperaturas médias
próximas aos 27°C. Há baixíssimo índice pluviométrico cujo volume de chuvas
oscila entre 200mm e 800mm anuais e apresenta chuvas irregulares, mal
distribuídas e escassas. O Semiárido se desenvolve no Sertão brasileiro em
região conhecida como Polígono das Secas.
O Polígono das Secas é uma região definida por lei de 1951 e revista e ampliada
recentemente pelo governo federal, em portaria de 2015. O polígono envolve as
regiões áridas do norte de Minas Gerais e os estados nordestinos, exceto o
Maranhão. Trata-se de região criada para buscar mecanismos de combate às
mazelas trazidas pela escassez hídrica regional. Considera-se o volume de
chuvas (isoieta de 800mm), a aridez do solo e o déficit hídrico.

Apesar das questões técnicas para delimitar a região, há distorções políticas no


processo de implantação de políticas públicas para a região. Discute-se que a
falta de interesses políticos efetivos para combater as mazelas sociais da região
do Semiárido nacional levaram ao desenvolvimento de uma ‘’Indústria da
Seca’’ onde se cria demandas para a região sem enfrentar os problemas
verdadeiramente.

Observe o climograma do Semiárido brasileiro

Figura 26. Clima semiárido do Brasil. Elaborado pelo autor

Clima Tropical: o clima Tropical brasileiro se distribui especialmente nos


estados da região Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás,
além de Brasília), além de estar presente em todas as demais regiões do País e
se tratar do maior clima em extensão territorial em solo brasileiro. O Tropical se
estende nas porções oeste dos estados de São Paulo e Minas Gerais, além do
interior baiano e de parte considerável da região Nordeste do Brasil até a porção
leste do Maranhão. É notável sua presenta no estado de Roraima.

Caracteriza-se por apresentar baixa amplitude térmica anual, embora


diariamente a amplitude térmica seja maior em decorrência da continentalidade
que influencia os climas continentais. O Tropical apresenta ‘’duas estações bem-
definidas’’, uma chuvosa e uma de estiagem. Os verões são chuvosos e os
invernos são secos. No caso, ‘’chove durante seis meses sim e seis meses não’’.
O índice pluviométrico está entre 1000mm e 2000mm anuais.

É comum se referiram ao clima Tropical como tropical semi-úmido e mesmo


como tropical típico ou ainda como tropical continental em virtude de suas
condições pluviométricas.

Observe o climograma Tropical do Brasil

Figura 27. Clima tropical do Brasil. Elaborado pelo autor

Clima Subtropical: o clima Subtropical brasileiro se distribui especialmente nos


estados da região Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), além de
estar presente nas porções meridionais dos estados de São Paulo e Mato
Grosso do Sul.

Caracteriza-se por apresentar elevada amplitude térmica anual em virtude das


latitudes mais elevadas. Aliás, o único clima nacional fora dos trópicos e em zona
Temperada. O Subtropical apresenta estações anuais bem-definidas, com
notável distinção entre verões quentes e úmidos e invernos semi-rigorosos, mas
também úmidos. A latitude, somada à altitude de algumas regiões serranas no
Sul do Brasil, levam à ocorrência de neve.

Ao longo do inverno a temperatura média cai para próximo de 12°C. As chuvas


são regulares e bem-distribuídas anualmente em índice pluviométrico que pode
chegar aos 1500mm anuais.
Especialmente no inverno, a massa Polar atlântica (mPa) – que é fria e úmida –
age na região Sul do País derrubando a temperatura nas famosas frentes frias e
forçando as chuvas frontais.

O encontro de massas de ar com temperaturas diferentes e umidade


considerável tende a formar as chuvas frontais ou ciclônicas. A massa Polar
atlântica (mPa) ao encontrar com a massa Tropical atlântica (mTa) leva a esse
tipo de precipitação no Brasil, notadamente em meses de inverno. O ar mais
quente ascende sobre o ar mais frio em decorrência da diferença de densidade
e por ser mais ‘’leve’’, ao subir o ar irá arrefecer e teremos maior umidade do ar
onde ocorrerá a saturação e consequente condensação do vapor d´água até que
por fim choverá.

São chuvas de menor intensidade se comparadas às chuvas de verão e


apresentam maior durabilidade e pode se estender por alguns dias. É comum
nas regiões temperadas do globo. No Brasil ocorre nas regiões Sul e Sudeste e
na faixa litorânea em nosso clima Tropical Litorâneo.

Observe o climograma Subtropical do Brasil

Figura 28. Clima subtropical do Brasil. Elaborado pelo autor

Clima Tropical de Altitude: o clima Tropical de Altitude brasileiro se distribui


especialmente nos estados da região Sudeste (São Paulo, Minas Gerais e áreas
serranas do Rio de Janeiro e Espírito Santo). A topografia mais elevada do relevo
Sudeste é que influencia o Tropical de Altitude, pois os Planaltos e Serras do
Leste e Sudeste do País apresentam condições altimétricas (acima dos 500m)
favoráveis à sua ocorrência. Além do Sudeste, é recorrente sua presença em
regiões serranas do Paraná e Santa Catarina em topografia das Serras de
Paranapiacaba e Serra Geral. Estende-se também para o sul da Bahia até a
região da Chapada Diamantina.
Caracteriza-se por apresentar amplitude térmica anual que pode chegar a 9°C e
temperaturas elevadas. Possui mínimas de 17°C e máximas de 22°C. Os verões
são bastante quentes e apresentam elevadas temperaturas diárias, já no curso
dos invernos as temperaturas tendem a cair ao longo dos dias.

O Tropical de Altitude apresenta verões chuvosos – predomínio e concentração


de chuvas de verão entre os meses de novembro a março. A concentração e
grande volume de chuvas do Sudeste, especialmente nos verões, ocasiona
intensos processos de deslizamentos de terra em áreas de elevadas
concentrações urbanas. São as encostas do Sudeste sujeitas a intensos
processos erosivos em região conhecida como Mares de Morros. No decurso do
inverno pode ocorrer chuvas frontais e quedas da temperatura em virtude da
chegada da mPa. O índice pluviométrico é em torno de 1500mm anuais.

Observe o climograma Tropical de Altitude do Brasil

Figura 29. Clima tropical de altitude do Brasil. Elaborado pelo autor

Clima Tropical Atlântico: o clima Tropical Atlântico brasileiro se distribui


especialmente nos estados da região litorânea (desde o Rio Grande do Norte até
o Paraná). A faixa litorânea do País apresenta releve de topografia modesta em
planícies convidativas à umidade oriunda do oceano Atlântico. Sofre grande
influência das massas de ar que se originam no Atlântico, seja a massa
Equatorial atlântica (mEa) nos meses de verão na região do Nordeste oriental,
seja a massa Tropical atlântica (mTa) nos litorais do Sudeste, Sul e Nordeste ao
longo de todo o ano, seja a massa Polar atlântica (mPa) que atua no litoral
nacional nos meses de inverno.

Caracteriza-se por apresentar amplitude térmica anual que varia com a posição
latitudinal. Nas latitudes mais baixas (próximas à linha do Equador) a amplitude
térmica é menor anualmente, diferentemente das regiões mais ao sul que sofre
maior influencia da massa Polar e da latitude. O índice de chuvas é elevado,
chove acima dos 2000mm anuais, mas o volume de chuvas e a época das
chuvas varia conforme a latitude. No litoral nordestino as chuvas são mais
frequentes nos meses de inverno em virtude da ocorrência das chuvas frontais
trazidas pelo encontro da mPa e mTa. No litoral Sudeste as chuvas são mais
concentradas no verão e são tanto chuvas convectivas, quanto chuvas
orográficas.

As chuvas orográficas são também conhecidas como chuvas de relevo. É a


diferença na topografia que provoca precipitações dos ventos úmidos vindos do
mar. Quando a massa de ar úmida chega às zonas litorâneas avança sobre as
planícies e se esbarra à barlavento nos contrafortes orientais dos planaltos do
Brasil. No caso, os relevos escarpados – voltados ao Atlântico – são propícios à
formação das chuvas de relevo, pois a umidade em ascensão nas escarpas
condensando o vapor d’água e em altitudes precipita.

É comum nos referirmos ao clima tropical litorâneo como tropical úmido e apenas
clima litorâneo.

Observe o climograma Tropical Litorâneo do Brasil

Figura 30. Clima tropical litorâneo do Brasil. Elaborado pelo autor

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