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Catalisadores em ação

Introdução
Um catalisador é uma substância que aumenta a
velocidade de uma reação química sem estar sendo
consumido por ela. O catalisador não tem efeito sobre
o equilíbrio de uma reação, ele pode acelerar ou
retardar a velocidade na qual uma reação atinge o
equilíbrio, mas ele não afeta a composição no
equilíbrio. Seu papel é oferecer uma rota mais rápida
para o mesmo destino. Representativamente,
colocamos o catalisador em cima da seta que mostra a
conversão de reagentes em produtos.
Um exemplo bastante usual de reação catalisada é a decomposição
da água oxigenada, que sofre uma decomposição muito lenta em
condições ambiente, formando gás oxigênio e água.

H2O2 → O2 + H2O

Ao colocarmos a água oxigenada em um machucado, pode-se


observar a formação de bolhas em grande quantidade. Essas
bolhas são o gás oxigênio sendo formado rapidamente, ou seja,
essa reação foi acelerada ao colocar a água oxigenada em
contato com o machucado.
Em geral, o catalisador
acelera a reação
encontrando um
caminho alternativo (um
atalho), que em química
traduz-se como um
mecanismo de reação
diferente, entre
reagentes e produtos.
Esse novo caminho tem
uma energia de
ativação menor que a do
caminho original.
como os catalisadores aumentam
a velocidade das reações?
Isso ocorre porque os catalisadores modificam os mecanismos
das reações e diminuem a energia de ativação, isto é, a energia
mínima necessária para que a reação ocorra. Com a diminuição
dessa energia, que funciona como uma espécie de “obstáculo”, a
reação se processa mais rapidamente.
Digamos, por exemplo, que a seguinte reação genérica
ocorra sem o uso de catalisadores:

A2 + B2 → 2 AB
Assim como ocorre com toda reação, essa também será realizada
somente se os reagentes atingirem a energia de ativação, que é a
energia mínima para que se forme o complexo ativado, uma
estrutura intermediária e instável entre os reagentes e os produtos.
Agora se usarmos um catalisador “C”
para a realização dessa reação
genérica, ele se combina com um
dos reagentes, formando o
composto intermediário que, por sua
vez, se transfrma no produto
esperado, e o catalisador será
regenerado. Isso acontece, por
exemplo, da seguinte forma:
Gráfico com energia de ativação em reação sem
1ª etapa: A2 + C → A2C catalisador.

2ª etapa: A2C + B2 → 2 AB + C
O catalisador é uma substância que afeta a reação já em
pequenas quantidades, pois como não é consumido, pode
agir muitas e muitas vezes. Com relação ao equilíbrio, o
catalisador é capaz de aumentar a velocidade de uma
reação em ambos os sentidos dela, na mesma proporção, e
por esta razão o equilíbrio não é afetado.
A catálise pode ser dividida em dois tipos:
•Catálise Homogênea – quando o catalisador está
na mesma fase que os reagentes, ou seja,
mesmo estado físico. Por exemplo, para reagentes
gasosos, o catalisador também será um gás.
•Catálise Heterogênea – quando o catalisador está
em fase diferente dos reagentes. Os catalisadores
heterogêneos mais comuns são sólidos, como é o
exemplo do catalisador dos automóveis.

Mas como agem os catalisadores? A ação do catalisador é


abaixar a energia de ativação, possibilitando um novo caminho
para a reação. O abaixamento da energia de ativação é que
determina o aumento da velocidade da reação. No final do
processo o catalisador é devolvido intacto, ou seja, sem passar
por nenhuma modificação.
Catálise homogênea
Em um sistema homogêneo (com uma única fase), temos
uma catálise homogênea, pois reagentes, produtos e
catalisadores estão no mesmo estado.
Um exemplo de catálise homogênea utilizada na indústria é
uma etapa intermediária na fabricação de ácido sulfúrico
(H2SO4(aq)), em que ocorre a formação do trióxido de enxofre
(SO3(g)) por meio da reação de combustão do dióxido de
enxofre (SO2(g)), mostrada a seguir:
2 SO2(g) + O2(g) → 2 SO3(g)

Veja que o catalisador só participa das etapas


intermediárias, mas não é consumido. Ao final da
reação, ele é totalmente recuperado. A reação com
esse mecanismo feito em duas etapas necessita de
menos energia de ativação para ocorrer e, por isso,
ela se processa mais rapidamente.
Catálise heterogênea

Existem diversos tipos de catálise, sendo que uma delas


é a catálise heterogênea, que pode ser definida
como aquela que ocorre quando o sistema apresenta
mais de uma fase, ou seja, os reagentes e os
produtos encontram-se num estado físico diferente
do estado físico do catalisador.
Um exemplo que podemos citar é uma etapa
intermediária de formação do ácido sulfúrico
(H2SO4(aq)). Essa etapa consiste na formação do
trióxido de enxofre (SO3(g)) por meio da reação de
combustão do dióxido de enxofre (SO2(g)):

2 SO2(g) + O2(g) → 2 SO3(g)

Como essa reação ocorre de modo lento, usa-se um


catalisador para acelerá-la. Um catalisador que pode ser
usado nesse caso é o pentóxido de divanádio (V2O5(S)), que é
sólido. Visto que os reagentes e o produto da reação são
gasosos, teremos um sistema heterogêneo.
Outros exemplos de catálises heterogêneas estão mostrados abaixo.
Observe que em ambos os casos os reagentes e os produtos estão
nos estados gasosos, aquoso ou líquido, enquanto que os
catalisadores se encontram no estado sólido:
Enzimas – Os catalisadores vivos

Os organismos vivos possuem milhares de proteínas


que funcionam como catalisadores de reações
metabólicas. Esses catalisadores são chamados de
enzimas e são moléculas que possuem um sítio ativo
parecido com uma cavidade, onde uma reação
específica pode ocorrer. O substrato, molécula na qual
a enzima age, se encaixa na cavidade como uma
chave se encaixa em uma fechadura.
Essa especificidade das enzimas diante dos substratos e produtos
é muito maior que a da maioria dos catalisadores químicos. Isso
quer dizer que uma dada enzima catalisa uma única reação das
várias que um único substrato pode sofrer. Na maioria das vezes,
as velocidades das reações catalisadas por enzimas têm um
aumento da ordem de 106 a 1012 vezes em relação às velocidades
das reações não catalisadas.

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