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República de Moçambique

GOVERNO DO DISTRITO DE BÁRUÈ


ESCOLA SECUNDARIA DE NHAMPASSA
FICHA-1 DE APONTAMENTOS DE QUÍMICA, 12ª CLASSE 2024

Data: 06/02/2024
Tema 1: CINÉTICA QUÍMICA
A cinética química, também conhecida como cinética de reacção, é o ramo da química que estuda a
velocidade das reacções químicas e os factores que as influenciam.

Cinética química inclui investigações de como diferentes condições experimentais podem influenciar a
velocidade de uma reacção química e informações de rendimento sobre o mecanismo de reacção e estados de
transição, assim como a construção de modelos matemáticos que possam descrever as características de uma
reacção química.

Velocidade de uma reacção

É a rapidez com que os reagentes são consumidos ou rapidez com que os produtos são formados. Podem
ocorrer em escalas de tempo diferentes, podendo encontrar reacções lentas e rápidas.
 Reacções lentas: levam bastante tempo para formar os produtos.
(Ex: A combustão de uma vela, a cocção de um alimento, formação de ferrugem, a corrosão e a erosão de
uma rocha, a formação de ligações covalentes nas moléculas grandes (polímeros).
 Reacções rápidas: aquelas que em pouco tempo formam produtos.
(Ex: A decomposição da nitroglicerina n dinamite, reacções ácidas, a formação de sais, as trocas iónicas,
as reacções dos explosivos e as oxidações de metais nobres (ex: ouro ou crómio).

Teoria das colisões


Pela teoria das colisões, para haver uma reacção é necessário que:
 As moléculas dos reagentes colidam entre si;
 A colisão ocorra com geometria favorável à formação do complexo activado;
 A energia das moléculas que colidem entre si seja igual ou superior à energia de activação.

Tipos de colisão
Colisão efectiva ou eficaz - é aquela que resulta em reacção, isto é, há formação do complexo activado e de
novas substâncias. Esta colisão está de acordo com as duas últimas condições da teoria da colisão.
Ex: H2(g) + I2(g) → 2HI(g)

Colisão não efectiva ou não eficaz – é aquela que não resulta em reacção, não ocorre a formação do
complexo activado e nem de novas substâncias.

Causas duma colisão não efectiva


 Orientação inadequada das partículas reagentes no momento de choque (geometria não favorável à
formação do complexo activado);
 A energia das moléculas que colidem entre si inferior à energia de activação.

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Energia de Activação (Ea) - É a energia mínima necessária para que a reacção ocorra‖.

Complexo Activado (CA) - É o estado intermediário entre os reagentes e os produtos onde as moléculas se
aproximam o suficiente para estabelecer novas ligações entre seus átomos, com o rompimento das ligações
antigas.

Ao atingir a energia de activação, é formado o complexo activado ou complexo de transição. O complexo


activado possui energia maior que a dos reagentes e dos produtos, sendo bastante instável (com ligações
mais enfraquecidas que as dos reagentes e as dos produtos); com isso, o complexo é desfeito e dá origem aos
produtos da reacção.

Data: 06/02/2024
Tema 2: Catálise e catalisador
Catálise é uma reacção na qual toma parte um catalisador.

Catalisador é uma substância que altera a a velocidade de uma reacção, permanecendo inalterado qualitativa
e quantitativamente no final da reacção.

Tipos de catálise
 Catálise homogénea - é aquela em que o catalisador e reagentes constituem uma só fase, encontram – se
no mesmo estado de agregado.

Br-(aq)
Ex1: 2H2O2(aq) 2H2O(l) + O2(g)

NO2(g)
Ex2: SO2(g) + ½ O2(g) SO3(g)

 Catálise heterogénea - é aquela em que o catalisador e os reagentes constituem duas ou mais fases
(sistema polifásico ou mistura heterogénea), encontram – se em diferentes estados de agregação.

Pt(s)
Ex1: H2(g) + ½O2(g) H2O(l)

MnO2(s)
Ex2: 2H2O2(aq) 2H2O(l) + O2(g)

 Catálise enzimática – é o processo em que as enzimas catalisam as reacções bioquímicas específicas.


Enzima é uma proteína que actua como catalisador em reacções biológicas. Caracteriza-se pela sua acção
específica e pela sua grande actividade catalítica. São as enzimas que controlam a digestão dos alimentos,
a fotossíntese das plantas, os processos de fermentação de vinho e da cerveja.

 Autocatálise - Quando um dos produtos da reacção actua como catalisador. No início, a reacção é lenta e,
à medida que o catalisador (produto) vai se formando, sua velocidade vai aumentando.

 Inibidor - é uma substância que retarda a velocidade da reacção.

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Ex1: N2(g) + 3H2(g) → 2NH3(g)
Nesta reacção, o catalisador é o ferro e o inibidor é o arsénio.

Ex2: O sal da cozinha serve de inibidor na conservação do peixe, impedindo o seu apodrecimento.

Ex3: A tinta impede a oxidação dos ferros das grades.

* Catalisador acelera e inibidor diminui a velocidade de uma reacção química.

Considerações e importância da catálise


O catalisador tem que ser escolhido de acordo com os reagentes, há que encontrar para cada sistema reagente,
o catalisador próprio e a sua eficácia dependem da interacção dos seus átomos com as moléculas dos
reagentes.

O catalisador é capaz de alterar a velocidade com que a reacção progride, sem que as condições de
temperatura e concentração sofram quaisquer modificações.

O catalisador não é um simples espectador, toma parte activa no processo.

A catálise tem extrema importância na indústria, pois as baixas temperaturas e as baixas pressões que as
reacções podem se processar, tornam as operações muito mais económicas.

Data: 12/02/2024
Tema 3: Factores que influem na velocidade das reacções
A velocidade de qualquer que seja a reacção química ela é influenciada pelos diversos factores, sejam eles
internos ou externos, nomeadamente:
 Natureza dos reagentes;
 Temperatura;
 Superfície de contacto (Estado de divisão das partículas sólidas);
 Concentração dos reagentes;
 Pressão;
 Presença de um catalisador.

 Natureza dos reagentes


Dependendo de quais substâncias reagem, o tempo de tais reacções vária. A velocidade com que se formam
ou rompem as ligações dependem da natureza dos reagentes.
Ex: HCl + Na → Reacção lenta HCl + K → Reacção rápida

 Temperatura
Com o aumento da temperatura, aumenta a energia cinética média das moléculas em um sistema e
consequentemente a velocidade da reacção aumenta porque o número de colisões efectivas aumenta.
Ex1: Alimentos na geladeira, como por exemplo leite, ovos, carnes e etc., conservam se melhor do que a
temperatura ambiente. Isso porque as reacções químicas feitas pelos microorganismos decompositores são
retardadas pelas baixas temperaturas.

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Ex2: No cozimento dos alimentos, atinge se mais rapidamente o grau de cozimento se aumentamos a
chama do fogão.

 Superfície de contacto (Estado de divisão das partículas sólidas)


Quanto mais finamente estiverem divididas as partículas sólidas, maior será a superfície de contacto e
consequentemente a velocidade da reacção será maior.
Ex: HCl(aq) + Zn(limalhas) → (reacção lenta) HCl(aq) + Zn (pó) → (reacção rápida)

 Concentração dos reagentes


O aumento da concentração dos reagentes promove o aumento do número de colisões e a velocidade da
reacção aumenta.
Ex: Menor concentração, menor Velocidade da Reacção Maior concentração, maior Velocidade da
Reacção

 Pressão
Com o aumento da pressão, a velocidade da reacção aumenta, porque aumenta o número de choques
efectivos. Um aumento de pressão em um sistema em reacção implica um contacto maior entre os reagentes
pois o volume do sistema diminui. Desse modo, haverá um número maior de partículas reagentes por unidade
de volume (aumento na concentração), o que possibilitará um maior número de colisões efectivas entre as
partículas.
Notar que a pressão só exerce influência significativa na taxa de reacção quando houver pelo menos uma
substância gasosa como reagente.

 Presença de um catalisador
Os catalisadores aumentam a velocidade de uma reacção química, mas não participam da formação dos
produtos, sendo completamente regenerados no final. Actuam ao promover rotas de reacção com menor
energia de activação. O catalisador acelera a reacção, pois diminui a energia de activação das moléculas,
mas não participa da reacção, ou seja, não ocorre nenhuma mudança nos elementos químicos da reacção, e o
catalisador continua intacto.
* O catalisador não altera a variação da entalpia da reacção.
* Quanto maior for a energia de activação, menor será a velocidade da reacção e quanto menor for a
energia de activação de uma reacção, maior será sua velocidade.

Data: 14/02/2024
Tema: Velocidade média da reacção

No decurso de uma reacção química, a quantidade dos reagentes diminui gradualmente enquanto a dos
produtos aumenta gradualmente a partir do nada, em função do tempo.
Uma reacção genérica do tipo reagente → produto, pode ser esquematizada da seguinte forma:

Velocidade média da reacção - é a variação da concentração de um dos reagentes ou um dos produtos pela
variação de uma unidade de tempo. As velocidades das reacções químicas geralmente são expressas em
molaridade por segundo (M/s). Também pode ser expressa em M/min ou M/h.

Vmédia = variação da concentração / variação do tempo Δ [.]


Vmédia= ± ———
onde n: coeficiente estequiométrico nΔt

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De um modo geral, para a reacção homogénea: aA + bB → cC + dD, a velocidade média pode ser calculada
da seguinte maneira:

-Δ[A] -Δ[B] Δ[C] Δ[D]


= = =
Vmédia da reacção = ——— ——— —— ——
a·Δt b·Δt c·Δt d·Δt

A velocidade de uma reacção na qual é conhecida a estequiometria, pode ser avaliada pela medida da
velocidade de aparecimento de algum produto ou a velocidade de desaparecimento de algum reagente. O
aparecimento é indicado normalmente como uma velocidade positiva, com um sinal positivo, e o
desaparecimento como uma velocidade negativa, com um sinal negativo.

A velocidade da reacção decresce com o tempo. A velocidade de formação do produto é igual a velocidade de
consumo do reagente.

A velocidade de produção ou consumo de uma substância, está directamente relacionada com os coeficientes
da reacção, devidamente balanceada, por isso, usa – se 1/n para que a velocidade seja igual quando
considerada em relação a qualquer reagente ou produto no intervalo de tempo.

Exemplo 1: Na fase gasosa da reacção NO2(g) + CO(g) → NO(g) + CO2(g), apresenta os seguintes dados:
Tempo (s) [NO2.] M [CO] M [NO] M [CO2] M
0 0,8 1,0 0,0 0,0
2 0,5 0,7 0,3 0,3
4 0,3 0,5 0,5 0,5
6 0,2 0,4 0,6 0,6
Calcule a velocidade média da reacção nos intervalos (0 – 2s), (2 – 4s) e (4 – 6s), em função da concentração
de NO2.
Resolução:
V(0 – 2) = - ∆[NO2]/∆t = - (0,5 – 0,8)/(2 – 0) = - (- 0,3)/2 = 0,15 M/s
V(2 – 4) = - ∆[NO2]/∆t = - (0,3 – 0,5)/(4 – 2) = - (- 0,)/2 = 0,1 M/s
V(4 – 6) = - ∆[NO2]/∆t = - (0,2 – 0,3)/(6 – 4) = - (- 0,1)/2 = 0,05 M/s

Exemplo 2: Calcule a velocidade média da reacção nos intervalos (0 – 2s) e (2 – 4s), em função das
concentrações de A e de B, para o sistema 2A → 4B que apresenta os seguintes dados:
Tempo (s) [A.] M [B] M
0 1,0 0,0
2 0,8 0,4
4 0,6 0,8
Resolução:
Em função da [A]: V(0 – 2) = - 1 ∆[A]/2 ∆t = - (0,8 – 1,0)/2.(2 – 0) = - (- 0,2)/4 = 0,05 M/s

V(2 – 4) = - 1 ∆[A]/2 ∆t = - (0,6 – 0,8)/2.(4 – 2) = - (- 0,2)/4 = 0,05 M/s

Em função da [B]: V(0 – 2) = + 1 ∆[B]/4 ∆t = + (0,4 – 0,0)/4.(2 – 0) = + (0,4)/8 = 0,05 M/s

V(2 – 4) = + 1 ∆[B]/4 ∆t = + (0,8 – 0,4)/4.(4 – 2) = + (0,4)/8 = 0,05 M/s

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Exemplo 3: Na reacção ½ A2 + B → AB verificou – se, 480 segundos após o seu início, a concentração de A2
era de 0,1 mol/l. Sabendo que a concentração inicial de A2 era 1,1 mol/l, qual será a velocidade média da
reacção?

Dados: t = 0s → [A2] = 1,1M; t = 480s → 0,1M

Resolução: V(0 – 480) = - 1 ∆[NO2]/ ½ ∆t = - (0,1 – 1,1)/ ½ (480 - 0) = - (- 1)/240 = 4,16.10-3M/s

Preenchimento de tabela e construção de gráficos


Exemplo 1: Efectuou – se em fase gasosa a reacção entre monóxido de nitrogénio e o cloro, obtendo cloreto
de nitrosilo. Determinou – se as [NO] em todos instantes e a [Cl2] no tempo 0s, conforme a tabela seguinte:
Tempo (s) [NO.] M [Cl2] M [NOCl] M
0 1,0 1,0 0,0
2 0,4
4 0,2
a) Dê a equação balanceada desta reacção.
b) Calcule a velocidade média no intervalo de tempo 0 – 4s em função da [NO].

Resolução: a) 2NO(g) + Cl2(g) → 2NOCl

b) V(0 – 4) = - 1 ∆[NO]/ 2∆t = - (0,2 – 01,0)/ 2.(4 – 0) = - (- 0,8)/8 = 0,1 M/s

[Cl2] em 2s: 2 mol de NO ―― 1 mol de Cl2


(1,0 – 0,4) mol de NO ―― x mol de Cl2
x = 0,6 mol. 1 mol/ 2 mol
x = 0,3 mol de Cl2 →1,0 – 0,3 = 0,7

[Cl2] em 4s: 2 mol de NO ―― 1 mol de Cl2


(0,4 – 0,2) mol de NO ―― x mol de Cl2
x = 0,2 mol. 1 mol/ 2 mol
x = 0,1 mol de Cl2 → 0,7 – 0,1 = 0,6

[NOCl] em 2s: 2 mol de NO ―― 2 mol de NOCl


(1,0 – 0,4) mol de NO ―― x mol de NOCl
x = 0,6 mol. 2 mol/ 2 mol
x = 0,6 mol de NOCl → 0,0 + 0,6 = 0,6

[NOCl] em 4s: 2 mol de NO ―― 2 mol de NOCl


(0,4 – 0,2) mol de NO ―― x mol de NOCl
x = 0,2 mol. 2 mol/ 2 mol
x = 0,2 mol de NOCl → 0,6 + 0,2 = 0,8
Exemplo 2: Preencha a seguinte tabela 3A + B → 2C
Tempo (s) [A] M [B] M [C] M
0 0,0
2 0,03 0,01 0,08

[A] em 0s: 3mol de A ―― 2mol de C


xmol de A ―― (0,08 – 0,0) mol de C
x = 0,08 mol. 3 mol/ 2 mol [B] em 0s: 1 mol de B ―― 2 mol de C
x = 0,12 mol de A → 0,12 + 0,03 = 0,15 x mol de B ―― (0,08 – 0,0) mol de C
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x = 0,08 mol. 1 mol/ 2 mol
x = 0,04 mol de B → 0,04 + 0,01 = 0,05
Exemplo 3: Efectuou – se a reacção: 2 N2O5(g) → 4NO2(g) + O2(g) . Durante 9 segundos fez – se o estudo de
variação da concentração de N2O5 e obteve – se o resultado no quadro abaixo. Preencha a tabela e construa o
gráfico.

T (s) [N2O5] M [NO2] M [O2] M


0 0,0 0,0
3 0,43 0,035
6 0,185
9 0,03 0,235

[NO2] em 3s: 4 mol de NO2 ―― 1 mol de O2


x mol de NO2 ―― (0,035 – 0,0) de O2
x = 0,035 mol. 4 mol/ 1 mol
x = 0,14mol de NO2 → 0,0 + 0,14 = 0,14

[NO2] em 6s: 4 mol de NO2 ―― 1 mol de O2


x mol de NO2 ―― (0,185 – 0,035) de O2
x = 0,15 mol. 4 mol/ 1 mol
x = 0,60mol de NO2 → 0,14 + 0,60 = 0,74

[NO2] em 9s: 4 mol de NO2 ―― 1 mol de O2


x mol de NO2 ―― (0,235 – 0,185) de O2
x = 0,05 mol. 4 mol/ 1 mol
x = 0,20mol de NO2 → 0,74 + 0,20 = 0,94

[N2O5] em 0s: 2 mol de N2O5 ―― 1 mol de O2


x mol de N2O5 ―― (0,035 – 0,0) de O2
x = 0,035 mol. 2 mol/ 1 mol
x = 0,07 mol de NO2 → 0,43 + 0,07 = 0,50

[N2O5] em 6s: 2 mol de N2O5 ―― 1 mol de O2


x mol de N2O5 ―― (0,185 – 0,035) de O2
x = 0,15 mol. 2 mol/ 1 mol
x = 0,30 mol de NO2 → 0,43 – 0,30 = 0,13

Data: 19/02/2024
LEI DA VELOCIDADE
Os cientistas Cato Guldberg & Peter Waage estabeleceram em 1867 uma relação matemática entre a
concentração dos reagentes e a velocidade da reacção. Esta relação foi chamada de lei da velocidade ou lei de
acção das massas ou ainda lei de Guldberg – Waage.
A lei da velocidade diz: ―A velocidade da reacção é proporcional ao produto das concentrações molares dos
reagentes, estando cada concentração elevada ao expoente igual ao coeficiente da substância‖.

Para as reacções elementares (aquelas que ocorrem numa única etapa), da equação:
a A + b B ----------> c C + d D
a b
Segundo a lei de Guldberg-Waage; V = k [A] .[B]

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Onde: V – velocidade da reacção
K – Constante de proporcionalidade ou constante de velocidade de reacção; aumenta com a
temperatura
[A] e [B] – concentrações molares dos reagentes
a e b – expoentes determinados experimentalmente

* Na expressão da lei da velocidade constam apenas os reagentes no estado gasoso e em solução aquosa.
Os sólidos e os líquidos puros não constam na lei da velocidade.

Exemplos: C(s) + O2(g) → CO2(g) V = K.[O2]

Ag+(aq) + Br-(aq) → AgBr(aq) V = K.[Ag+].[Br-]

2H2(g) + O2(g) → 2H2O(g) V = K.[H2]2.[O2]

Reagente (s) gasoso (s) - A pressão de um gás é directamente proporcional à sua concentração em mol/l. Por
isso, no caso de reagente (s) gasoso (s), a lei de velocidade pode ser expressa em termos de pressão.
a b
Para a reacção, a A + b B ----------> c C + d D, temos: V = K. P A.P B

O aumento da pressão aumenta a velocidade da reacção. Quando não há reagente gasoso, a pressão não influi
na velocidade da reacção.

Ordem de reacção: os expoentes a e b indicam a ordem de reacção e podem ter valores positivos inteiros ou
fraccionários, incluindo o zero.

Quando o expoente é igual a zero (0), diz-se que a reacção é de ordem zero em relação a esta substância;
quando o expoente é igual a um (1), diz-se que a reacção é de ordem um (1) em relação a esta substância, etc.

A ordem total da reacção é o somatório das ordens individuais das substâncias, (a + b).

Exemplos: Mg(s) + 2HCl(aq) → MgCl2(aq) + H2(g) V = K.[HCl]2 (2a ordem)

2SO2(g) + O2(g)  2SO3(g) V = K.[SO2]2.[O2] 2 + 1 = 3 (3a ordem)

* Se a ordem de uma reacção é zero (0), isto significa que a velocidade da reacção é independente da
concentração.
Exemplo: CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g) V=K (ordem zero)
Mecanismo de reacção – é o conjunto das etapas em que ocorre a reacção.

A velocidade da reacção é determinada pela reacção da etapa lenta, pois apenas ela é que será a responsável
pela baixa velocidade da reacção global.

Exemplos:
1. I - H2O2 + I- →H2O + IO- (Lenta) 2. NO2 + NO2 → NO3- + NO (lenta)
II - H2O2 + IO- → H2O + O2 + I- (Rápida) NO3- + CO → CO2 + NO2 (rápida)

2 H2O2 → 2 H2O + O2 (equação total) NO2 + CO → CO2 + NO (equação total)

Lei da velocidade: V = K.[H2O2].[ I-] Lei da velocidade: V = K.[ NO2]2


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3. Dada a reacção: 3O2(g) → 2O2(g), como altera a velocidade da reacção se duplicar a [O2]?
V1/V2 = K1.[O2]3/K2.[2O2]3 = V1/V2 = K1.[O2]3/K2.8[O2]3 = V1/V2 = 1/8 = V2 = 8V1 (aumenta 8 vezes)

4. O que ocorre com a velocidade da reacção N2(g) + 3H2(g) → 2NH3(g), se quadruplicar a [N2] e reduzir a metade
a [H2]?
V1/V2 = K1.[N2].[H2]3 /K2. [4N2].[½ H2]3 → V1/V2 = K1.[N2].[H2]3 /K2. 4[N2]. 1/8[H2]3 → V1/V2 = 1/4. 1/8 →
V1/V2 = 1.½ → V1/V2 = 2 → V2.2 = V1 → V2 = V1/2 (diminui 2 vezes)

Determinação da expressão da lei da velocidade a partir de dados experimentais


Exemplo 1: A partir do estudo da cinética química da reacção 2G(g) + 2H(g) → 2GH(g), foram recolhidos os
dados da tabela abaixo indicada:
Experiência [G] M [H] M Velocidade inicial de formação de
GH em moles/l.s
I 0,10 0,40 0,512
II 0,10 0,20 0,128
III 0,20 0,20 0,256
a) Escreva a expressão da lei da velocidade e indique a ordem da reacção.
b) Calcule o valor da constante da velocidade da reacção e as respectivas unidades.

Resolução: a) V = k [G]a.[H]b

a: Exp. I/III → (0,10/0,20)a = (0,128/0,256) → 0,5a = 0,5 → a = 1

b: Exp. I/II → (0,40/0,20)b = (0,512/0,128) → 2b = 4 → 2b = 22 → b = 2

logo: V = k [G].[H]2 (3ª ordem)

b) K = V/[G].[H]2 →K = 0,512M.s-/0,10M.(0,40M)2 →K = 0,512M.s-/0,016M3 →K=32M-2.s-


Exemplo 2: Dada a reacção X2(g) + Y2(g)  2XY(g) encontrou-se os resultados abaixo tabelados: Determine a
expressão da lei da velocidade, a ordem total da reacção e a constante da velocidade.
Veloc. em
Experiência Concentração molar mol.l-1.s-1
[X2] [Y2]
I 0,010 0,010 2.10-5
II 0,020 0,010 4.10-5
III 0,010 0,020 4.10-5

Resolução: V = K [X2]a.[Y2]b

a: Exp. I/II → (0,010/0,020)a = (2.10-5/4.10-5) → 0,5a = 0,5 → a = 1

b: Exp. I/III → (0,010/0,020)b = (2.10-5/4.10-5) → 0,5b = 0,5 → b = 1

logo: V = K[X2].[Y2] (2ª ordem)

K = V/ [X2].[Y2] → K = 2.10-5M.s-/(0,010M)2 → K = 2.10-5M.s-/1.10-4M2 → K = 2.10-1M-1.s-1

Elaborado pelo Prof. MEQUE-2024 9

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