Você está na página 1de 9

QUÍMICA

CINÉTICA QUÍMICA

I. Introdução

Cinética é o ramo da Química que estuda a velocidade das reações e os fatores externos
que afetam essas velocidades. Através da observação da influência dos fatores externos nas
velocidades das reações é possível se descobrir os mecanismos das reações, ou seja, a maneira
segundo a qual realmente ocorrem.
Do ponto de vista prático a Cinética é muito importante, pois é de grande interesse
econômico acelerar as reações que produzem substâncias que serão comercializadas e retardar
reações indesejáveis, tais como as reações dos processos de corrosão dos metais.
Sob mesmas condições externas, a velocidade de uma reação irá depender da natureza
química dos reagentes.
Assim sendo, há reações extremamente rápidas (combustão da gasolina), reações de
velocidades moderadas (cozimento de alimentos) e reações extremamente lentas (formação do
petróleo).

II. Conceito de velocidade média de uma reação química

A velocidade de uma reação pode ser calculada em função do consumo de qualquer um


dos reagentes ou da formação de qualquer um dos produtos.
Sendo Q a quantidade de reagente que foi consumida, ou a quantidade de produto que foi
formada, durante um intervalo de tempo ∆t, a velocidade média da reação (vm) é definida como
segue:

Q
vm =
∆t

A quantidade Q pode ser expressa em termos de massa, volume, quantidade de matéria


(mol), concentração (comum, molar).
A seguir há uma lista de possíveis unidades de medida para a quantidade Q.

▪ Massa: grama (g), quilograma (kg), tonelada (t), etc.


▪ Volume: litro (L), mililitro (mL), metro cúbico (m3), etc.
▪ Concentração: mol/L, g/L, etc.

O intervalo de tempo ∆t pode ser expresso em: segundo (s), minuto (min), hora (h), dia,
ano, etc.
Então, dividindo-se qualquer das unidades de quantidade por qualquer das unidades de
tempo, teremos uma unidade de velocidade de reação.
Muitas delas são bastante usadas no cotidiano e nas indústrias em geral, como o kg/h,
kg/s, m3/h, m3/s, etc.
A IUPAC recomenda que se expressem velocidades de reação em (mol/L)/s (mol por litro
por segundo) que é equivalente a mol.L-1.s-1.

3ª série - Ensino Médio / Etim - prof. Ailton 1


QUÍMICA

O valor da velocidade irá depender do reagente ou produto escolhido, portanto deve-se


indicar em relação a qual componente da reação estamos exprimindo a velocidade.
Visando uniformidade, a IUPAC estabeleceu a seguinte convenção:

A velocidade de uma reação, em mol.L-1.s-1, é a velocidade de consumo de um


dos reagentes ou a velocidade de formação de um dos produtos, dividida pelo
respectivo coeficiente da substância na equação da reação corretamente
balanceada.
Observação: no estudo da Cinética, quando queremos indicar a concentração em mol/L
de uma espécie química XY, escrevemos [XY].

III. Teoria dos choques

Para que ocorra uma reação química duas condições são fundamentais, embora não
sejam suficientes:
▪ os reagentes devem entrar em contato;
▪ deve haver afinidade química entre os reagentes, ou seja, uma tendência natural para
reagirem (como acontece entre ácidos e bases, entre oxidantes e redutores, etc.).

Cumpridas essas duas exigências a reação poderá se processar, mas sua velocidade irá
depender de outros fatores:
▪ as partículas (moléculas, íons, etc.) dos reagentes devem colidir entre si;
▪ a colisão entre as partículas dos reagentes deve ocorrer numa orientação favorável e com
energia suficiente para romper as ligações químicas existentes nos reagentes.

Energia de ativação (Ea) é a quantidade mínima de energia necessária para que a colisão
entre as partículas dos reagentes, que ocorreu numa orientação favorável, seja eficaz (ou efetiva),
isto é, resulte em reação.
Por exemplo, apesar da reação entre álcool etílico e oxigênio ser fortemente exotérmica, a
combustão não se inicia sozinha, é necessário riscar um fósforo ou provocar uma fagulha elétrica.
Essa é a energia que inicia o processo (energia de ativação). Como a reação é exotérmica, o calor
que é liberado na reação das primeiras moléculas, servirá como energia de ativação para outras.
Na verdade, uma colisão eficaz leva à formação do complexo ativado (CA), que é uma
estrutura intermediária entre reagentes e produtos, com ligações intermediárias entre as ligações
dos reagentes e as dos produtos. Essa estrutura é instável e dura um curtíssimo intervalo de
tempo.
Vamos analisar o que ocorre na seguinte reação:

H2 + I2 → 2 HI

Na tabela a seguir, na primeira linha temos uma orientação que leva a uma colisão não
efetiva e na segunda linha, uma que leva a uma colisão eficaz.

Reagents complexo ativado produtos

H-H ↔ I-I não se forma não se formam

H I H--I
| ↔ | ¦ ¦ 2 H-I
H I H--I

Uma forma alternativa de definição de energia de ativação é a energia necessária para que
os reagentes formem o complexo ativado.

3ª série - Ensino Médio / Etim - prof. Ailton 2


QUÍMICA

A energia de ativação comporta-se como uma barreira a ser transposta pelos reagentes
para chegarem ao estágio de complexo ativado. Portanto, conclui-se que, em igualdade de
condições, quanto maior o valor da energia de ativação, mais lenta será a reação. Ao contrário,
quanto menor o valor da energia de ativação, mais rápida será a reação.
Analisemos os gráficos seguintes que englobam os últimos conceitos estudados, para os
dois tipos de reações termoquímicas.

a) Reação exotérmica (∆H < 0)


complexo ativado (CA)

Observe que a) o caminho da reação é a transformação de reagentes para produtos;


b) ∆H = diferença entre as entalpias de produtos e de reagentes = Hp - Hr; c) a energia de ativação
é a diferença entre o conteúdo de energia do complexo ativado (CA) e o conteúdo de energia dos
reagentes: Ea = HCA - Hr

b) Reação endotérmica (∆H > 0)


complexo ativado (CA)

As mesmas observações vistas para a reação exotérmica são válidas para a endotérmica.

IV. Fatores que influenciam a velocidade das reações

Diversos fatores podem influir na velocidade das reações, tornando-as mais rápidas ou
mais lentas. Veremos, a seguir, os principais.

IV a. Natureza dos reagentes

Já vimos que, para que uma reação se realize é necessário que as ligações químicas nas
moléculas dos reagentes sejam rompidas. Portanto: quanto menor o número de ligações a

3ª série - Ensino Médio / Etim - prof. Ailton 3


QUÍMICA

serem rompidas e quanto mais fracas forem essas ligações, mais rápida será a reação e
vice-versa.
Reações entre compostos inorgânicos geralmente envolvem poucas ligações, resultando
em velocidades de reação maiores. Reações entre compostos orgânicos geralmente envolvem
diversas ligações (e orientação espacial bastante específica), o que torna tais reações mais lentas.

IV b. Superfície de contato

Chama-se superfície de contato a área de um determinado reagente efetivamente exposta


aos demais reagentes. Como a ocorrência de uma reação química depende do contato entre as
substâncias reagentes, conclui-se que, mantidas as demais condições constantes: quanto maior a
superfície de contato dos reagentes envolvidos, maior a velocidade da reação e vice-versa.
Por exemplo, observa-se que uma chapa de aço oxida-se muito lentamente, enquanto uma
palha de aço oxida-se rapidamente. Outro exemplo é o caso do remédio efervescente, que se
dissolve mais lentamente na forma de comprimido do que se estiver na forma de pó (dissolução
bem mais rápida, devido à maior superfície de contato entre o pó e a água).
Por esse mesmo motivo, as reações mais rápidas são as que ocorrem em fase gasosa,
vindo depois as que ocorrem em fase líquida (soluções) e, por último, as que ocorrem em fase
sólida.

IV c. Energia

Fornecendo-se energia na forma de calor a um sistema, suas partículas formadoras


(átomos, moléculas, íons) irão aumentar o grau de agitação, passando a se chocarem, umas com
as outras, mais intensamente e com maior frequência. Isso acarretará um aumento do número de
choques eficazes, o que faz aumentar a velocidade da reação.
O aumento da temperatura é o principal fator de aumento da velocidade das partículas
formadoras de um sistema material, causando um aumento na velocidade das reações.
Da mesma forma que o calor, a eletricidade também é uma forma de energia que influi na
velocidade de muitas reações químicas. Por exemplo, nos processos de eletrólise e no caso dos
raios liberados na atmosfera (descargas elétricas), que aceleram a reação: N2 + O2 → 2 NO.
Também a energia luminosa (na forma de luz visível ou na forma das demais radiações
eletromagnéticas) influi em muitas reações químicas.
As reações que são influenciadas pela luz são chamadas reações fotoquímicas.
Fotossíntese, quando obtemos moléculas maiores a partir de moléculas menores. Exemplo:
LUZ

H2 + Cℓ2 → 2 HCℓ

Fotólise, quando obtemos moléculas menores a partir de moléculas maiores. Exemplo:


LUZ

2 AgBr → 2 Ag + Br2

IV d. Concentração dos reagentes

Quando se abana a brasa de uma churrasqueira acesa, o fogo se aviva. Por quê? Porque
se fornece mais oxigênio (componente do ar) ao carvão em brasa, ou, em outras palavras,
estamos aumentando a concentração do oxigênio na reação de combustão.
De forma geral pode-se dizer que, aumentando-se a concentração de um regente, iremos
aproximar suas moléculas, aumentar a frequência de seus choques e, por consequência, aumentar
a velocidade da reação.
Considere a reação genérica, onde as letras minúsculas representam coeficientes da
equação e as letras maiúsculas, as substâncias participantes:

aA + bB → cC + dD

3ª série - Ensino Médio / Etim - prof. Ailton 4


QUÍMICA

A lei de ação das massas (descoberta pelos químicos noruegueses C. Guldberg e P.


Waage) estabelece que a velocidade da reação é expressa por uma equação como a indicada a
seguir:

v = k[A]x[B]y

A equação também é chamada lei de velocidade, lei cinética ou equação de


velocidade. Os significados dos símbolos são:
• v = velocidade da reação em um dado instante de tempo;
• k = constante de velocidade da reação;
• [A] e [B] = concentrações em mol/L dos reagentes A e B no mesmo instante de tempo em
que a velocidade foi medida;
• x, y = valores numéricos que devem ser determinados experimentalmente para cada
reação.
Observação:
• A constante de velocidade k, para uma mesma reação química, só depende da
temperatura. Quanto maior a temperatura, maior o valor de k, mas não são grandezas
diretamente proporcionais.

IV e. Catalisadores

A reação entre H2 e O2 (gasosos) para produzir água praticamente não ocorre em


temperatura ambiente (é extremamente lenta). No entanto, se adicionarmos um pouco de platina
em pó aos reagentes, a reação se processa tão rapidamente que se torna explosiva. Dizemos que
a platina agiu como um catalisador da reação. Representamos esse fato como indicado a seguir:
Pt

2 H2 + O2 → 2 H2O

Assim, temos as seguintes definições:


• Catalisador é a substância que aumenta a velocidade de uma reação química, sem ser
consumida durante o processo.
• Catálise é o aumento de velocidade da reação provocado pelo catalisador.

Costuma-se classificar a catálise em homogênea e heterogênea, conforme o sistema em


reação e o catalisador formem um todo homogêneo ou heterogêneo. Por exemplo:

NO

2 SO2 + O2 → 2 SO3

Nessa reação temos um caso de catálise homogênea, porque os reagentes (SO2 e O2) e
o catalisador (NO) são gases e constituem, portanto, uma única fase (conjunto homogêneo). A
catálise homogênea ocorre, por exemplo, em sistemas gasosos catalisados por um gás.

Vejamos agora a mesma reação catalisada por platina em pó:


Pt

2 SO2 + O2 → 2 SO3

Trata-se de um exemplo de catálise heterogênea, porque os reagentes são gasosos


enquanto o catalisador é sólido (são duas fases distintas). A catálise heterogênea, em geral, ocorre
quando uma substância sólida catalisa uma reação entre gases ou líquidos.

3ª série - Ensino Médio / Etim - prof. Ailton 5


QUÍMICA

Os catalisadores mais comuns e mais importantes são:


a) metais, especialmente os metais de transição como Co, Ni, Pd, Pt;
b) óxidos metálicos, como Aℓ2O3, Fe2O3, V2O5, etc.;
c) ácidos fortes, como H2SO4, HCℓO4, etc.;
d) bases fortes, como NaOH, KOH, etc.;
e) enzimas, que são catalisadores produzidos pelos seres vivos e aceleram reações que
acontecem dentro do próprio ser vivo (como na digestão dos alimentos, por exemplo).

Qualquer que seja o mecanismo da catálise, a ação do catalisador sempre é criar para a
reação um novo caminho com energia de ativação menor.
Esse fato pode ser visualizado no gráfico representado a seguir:

EXERCÍCIOS - Cinética

1) Em uma experiência de formação de água líquida, o hidrogênio está reagindo com oxigênio de
modo que, em 3,0 segundos, são consumidos 1,2 mol de hidrogênio gasoso, conforme equação a
seguir: 2 H2 + O2 → 2 H2O. Determine:
a) a velocidade média de consumo de H2, em mol/s;
b) a velocidade média de consumo de O2, em L/s (em CNTP);
c) a velocidade média de formação de H2O, em g/s.

2) A tabela seguinte foi obtida a partir do processo: 2 N2O5 → 4 NO2 + O2.

[N2O5] (mol/L) tempo (s)


2,0 zero
1,0 10
0,5 20

a) calcule a velocidade média de decomposição de N2O5, em mol/(L.s), entre zero e 20 s;


b) calcule a velocidade média de formação de O2, em mol/(L.s), entre zero e 20 s.

3) Em certas condições de temperatura e pressão o processo


CO (g) + NO2 (g) → CO2 (g) + NO (g)
ocorre com as seguintes características:
entalpia total dos produtos = 128 kJ; entalpia total dos reagentes = 354 kJ; entalpia do complexo
ativado = 488 kJ.
Faça um esboço do diagrama de energia para essa reação, representando a posição do complexo
ativado, e determine a energia de ativação da reação e a variação de entalpia da mesma, dizendo
se é um processo exotérmico ou endotérmico.

4) Dado o processo:

3ª série - Ensino Médio / Etim - prof. Ailton 6


QUÍMICA

2 HCℓ (g) → <H2Cℓ2 (g)> → H2 (g) + Cℓ2 (g) ∆H = 44 kcal


e sabendo que a energia de ativação é de 140 kcal, construa um esboço do diagrama de energia
com esses participantes, marcando corretamente os valores de ∆H e da energia de ativação. Obs.:
coloque os reagentes no nível de energia igual a 25 kcal; <H 2Cℓ2> representa o complexo ativado
da reação.

5) Metal ferro reage com HCℓ (aq), formando hidrogênio e um sal. Assinale a alternativa que indica a
reação mais veloz entre ferro e solução aquosa de HCℓ 0,1 mol/L e justifique a escolha:
a) um prego de ferro, a 25 ºC; b) um prego de ferro, a 40 ºC; c) ferro em pó, a 25 ºC; d) ferro em
pó, a 40 ºC; e) em todas as situações, teremos sempre a mesma velocidade de reação.

6) A equação X + 2 Y → XY2‚ representa uma reação, cuja equação da velocidade é: v = k[X][Y].


Sabe-se que, quando a concentração de X é 1,0 mol/L e a concentração de Y é 2,0 mol/L, a
velocidade da reação é de 3,0 mol/(L.min):
a) Calcule o valor da constante de velocidade k.
b) Qual é a velocidade da reação se as concentrações de X e Y forem 2,5 mol/L e 3,0 mol/L, nessa
ordem?

7) Observe os fatores abaixo mencionados:


a) concentração dos reagentes b) cor dos reagentes c) temperatura dos reagentes d) presença
de catalisador
Quais alternativas correspondem aos fatores que afetam a velocidade de uma reação?

8) À temperatura ambiente uma reação química ocorre com certa velocidade. Para torná-la mais
lenta, pode-se:
I- realizá-la em temperaturas inferiores à ambiente. II- adicionar um catalisador. III- aumentar a
concentração dos reagentes.
Qual(is) afirmação(ões) é(são) verdadeira(s)?

9) Sobre catalisadores, são feitas as quatro afirmações seguintes:


I- são substâncias que aumentam a velocidade de uma reação; II- reduzem a energia de ativação
da reação; III- as reações nas quais atuam não ocorreriam nas suas ausências; IV- enzimas são
catalisadores biológicos.
Qual (quais) dessas afirmações é (são) correta(s)?

EQUILÍBRIOS QUÍMICOS

V. Introdução

A madeira queima e, uma vez queimada, não há possibilidade de voltar a ser madeira.
Nesse caso, ocorreu uma reação irreversível. Muitas outras reações químicas, porém, são
chamadas reversíveis, pois seus produtos tornam a reagir entre si, refazendo os reagentes iniciais.
Essas reações ocorrem nos dois sentidos (reagentes produtos). O equilíbrio químico é
característico de reações reversíveis, nas quais os reagentes dão origem aos produtos (reação
direta) e os produtos formados reagem entre si, reconstituindo os reagentes (reação inversa).

Então, reação reversível é aquela que se processa simultaneamente nos dois sentidos.
Como exemplo, temos o processo Haber-Bosch de produção da amônia:
N2 (g) + 3 H2 (g) 2 NH3 (g)

3ª série - Ensino Médio / Etim - prof. Ailton 7


QUÍMICA

O estado de equilíbrio químico se caracteriza pelas seguintes condições:


• velocidades iguais das reações direta e inversa: vd = vi;
• concentrações invariáveis de todos os componentes (reagentes e produtos).

O equilíbrio químico é dinâmico, isto é, as reações direta (d) e inversa (i) não param,
apenas ocorrem com a mesma velocidade.
Observações:
• o equilíbrio químico só pode ser atingido em sistemas fechados (onde não há troca de
energia nem de matéria com o meio ambiente); nessas condições, em maior ou menor
grau, toda reação química é reversível;
• num equilíbrio químico, todas as propriedades macroscópicas do sistema, como
concentração, densidade, cor, pressão, permanecem constantes.
• Para medir um equilíbrio químico existe a constante de equilíbrio.

VI. Constante de equilíbrio

Considere a reação genérica reversível:

d
aA + bB cC + dD
i
A constante de equilíbrio, indicada por Kc, é obtida através da seguinte expressão:

[C]c [D]d
Kc =
[ A ]a [B] b

Observações:
• convencionou-se escrever Kc na forma de uma fração onde as concentrações dos produtos
ficam no numerador e as concentrações de reagentes ficam no denominador; assim, para
reações de alto rendimento, teremos elevados valores de K c e, para reações de baixo
rendimento, teremos valores pequenos para Kc, mas sempre valores positivos;
• relembremos que os coeficientes da equação, indicados por a, b, c, d devem ser os
menores inteiros que completam o balanceamento;
• a constante Kc depende da temperatura, ou seja, ela manterá seu valor apenas se a
temperatura não mudar;

Exemplo: retomemos a equação do processo Haber-Bosch:


N2 (g) + 3 H2 (g) 2 NH3 (g)
Para essa reação, a expressão da constante de equilíbrio Kc será:
[NH 3 ] 2
Kc = .
[N2 ] [H2 ]3

VII. Constante de equilíbrio em termos de pressões parciais

Para uma reação reversível homogênea que envolva somente substâncias gasosas, além
da constante Kc, podemos trabalhar também com a constante de equilíbrio em termos de
pressões parciais Kp, que pode ser escrita seguindo os mesmos moldes da expressão de Kc,
apenas substituindo concentrações (mol/L) por pressões parciais. Assim, seja a equação genérica
que só envolve substâncias gasosas:

a A (g) + b B (g) c C (g) + d D (g),

3ª série - Ensino Médio / Etim - prof. Ailton 8


QUÍMICA

a expressão da constante Kp será:


p C c pD d
Kp =
p A a pB b

Pode-se demonstrar que, entre as constantes Kc e Kp de um mesmo sistema em equilíbrio,


existe a relação:

Kp = Kc(RT) ∆n

Nessa última expressão, R é a constante universal dos gases ideais e T a temperatura


absoluta (Kelvin) do sistema em equilíbrio. Δn é a diferença entre a soma dos coeficientes dos
produtos e a soma dos coeficientes dos reagentes, na equação química.

EXERCÍCIOS - Equilíbrios

10) Considere a reação reversível representada pela equação:


1A+2B 2C
Quando o equilíbrio é atingido, as concentrações de A e B são iguais a 2,0 mol/L e 3,5 mol/L,
respectivamente, e a de C igual a 3,0 mol/L. Determine a constante de equilíbrio da reação.

11) Considere a equação química a seguir, que representa um processo em equilíbrio:


H2 (g) + I2 (g) 2 HI (g)
Determine a concentração em mol/L de HI na situação de equilíbrio, sabendo-se que a do H2 e a
do I2 são 1,0 mol/L cada e que Kc = 49, na temperatura do equilíbrio.

12) Em determinada temperatura, um frasco fechado contém 0,4 mol/L de O 3 em equilíbrio com
0,2 mol/L de O2, de acordo com a equação: 3 O2 (g) 2 O3 (g)
Determine o valor da constante de equilíbrio para este sistema.

13) Em determinada temperatura, encontram-se em equilíbrio x mol/L de NO2 e 0,4 mol/L de N2O4.
Calcule o valor de x, sendo a constante de equilíbrio para o sistema representado abaixo igual a
10.
2 NO2 (g) N2O4 (g)

14) Sob pressão total de 1 atm, a pressão parcial do NO 2 é de 0,6 atm. Determine a constante de
equilíbrio Kp para o sistema representado abaixo:
2 NO2 (g) N2O4 (g)

15) Para o sistema em equilíbrio: PCℓ5 (g) PCℓ3 (g) + Cℓ2 (g), calcule os valores das
constantes de equilíbrio (KP e Kc), a 250 °C, se as pressões parciais no equilíbrio, nessa
temperatura, são: pressão parcial do PCℓ5 = 0,37 atm; do Cℓ2 = 0,81 atm; do PCℓ3 = 0,81 atm.

Dados Gerais

Massas atômicas: H - 1,0; O - 16. Volume molar gasoso (CNTP) = 22,4 L/mol. R = 0,082 atm.L/K.mol

3ª série - Ensino Médio / Etim - prof. Ailton 9

Você também pode gostar