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Coordenação Técnica
Lígia Maria Vezzaro Caravieri
Redação
Elisandra Cristina de Oliveira Lino
Jaqueline Soares Magalhães Maio
Lígia Maria Vezzaro Caravieri
Colaboração
Mônica Aparecida Martino Maziero
Regina da Conceição Zeferino
Ilustrações
Elton Padeti - cel.: 11 9380-6188
Leonardo Asprino
Agradecimentos
Ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de São Bernardo do Campo que possibili-
tou a realização deste trabalho
A toda equipe de profissionais do CRAMI, pelo empenho e perseverança
A Diretoria do CRAMI, pelo apoio e incentivo
Às famílias que contribuem com nosso trabalho e crescimento.
Financiamento
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de São Bernardo do Campo/SP
Viver sem violência : um direito meu, seu e de todas as crianças e adolescentes! / [redação Elisandra
Cristina de Oliveira Lino, Jaqueline Soares Magalhães Maio, Lígia Maria Vezzaro Caravieri; ilustrações
Elton Padeti, Leonardo Asprino]. Santo André, SP: Expressão Santo André Gráfica & Editora, 2008.
Bibliografia.
1. Adolescentes - Violência sexual 2. Crianças - Violência sexual I. Lino, Elisandra Cristina de Oliveira. II. Maio,
Jaqueline Soares Magalhães. III. Caravieri, Lígia Maria Vezzaro. IV. Padeti, Elton. V. Asprino, Leonardo.
08-2874 CDD-362.76098161
APRESENTAÇÃO
Até a poucos anos, pareceria estranho a nós falar em violência contra crianças e
adolescentes, em direitos de crianças e adolescentes, e tudo que daí decorre. Apesar das
transformações das duas últimas décadas em nosso país, ainda parece estranho a muita
gente, que alguém possa “se intrometer” na forma como pais relacionam-se com seus
filhos, na forma como os educam, colocam limites em suas peraltices, etc.
Muito desse estranhamento, acreditamos, ocorre porque a maioria de nós não percebe
que as mudanças aconteceram, nas leis e nas políticas públicas, porque após anos e anos
de estudo, mobilização, discussão e acontecimentos, a população, os estudiosos e alguns
políticos perceberam que a criança e o adolescente deveriam ser também, como
qualquer adulto, sujeitos de direitos. Ou seja, um ser humano, cidadão e, como tal,
possuidor de direitos humanos. O mesmo ocorreu com as mulheres, lembram-se? Antes,
elas nem mesmo tinham direito a voto. E isso não faz muito tempo...
Acontece que, além de perceber que crianças e adolescentes são sujeitos de direitos
– e então estes direitos precisaram ser escritos e legalizados – percebeu-se também que
crianças e adolescentes estão passando por uma etapa da vida em que o desenvolvimento é
especial, em que muito se aprende e muito ainda não se sabe. Uma etapa na qual não é ainda
possível realizar algumas atividades, sem prejudicar o desenvolvimento do corpo ou da mente,
em que brincar é essencial para a evolução da inteligência, da capacidade de se relacionar
com as pessoas e com o meio em geral. Em resumo, seria necessário considerar que ser
criança e ser adolescente significa estar vivendo uma fase peculiar, especial de
desenvolvimento, que precisa de atenção cuidadosa para que tudo corra bem.
Aí, vem a velha pergunta: quer dizer então que criança e adolescente podem fazer o
que quiser, pois não devem ser contrariados, etc.? Não, não quer dizer nada disso. Aliás,
limites são essenciais para o bom desenvolvimento de todos nós, desde
muito pequenos. Mas, há diferentes formas de se estabelecer limites, e é aí que está a
dificuldade...
Como estabelecer limites sem a palmada? Como não usar castigos severos?
Como não berrar quando a minha paciência acaba? Nossos pais – ou a maioria deles
– faziam assim conosco, não? E parecem ter criado bem seus filhos, e provavelmente o
fizeram. E, na maioria das vezes, uma palmada, uma chinelada, não têm a intenção de
machucar, de ser agressiva, mas sim, de educar, não é mesmo?
Acontece que essa “educação” traz outras conseqüências que não são
aquelas que os pais estão buscando: muitas vezes a criança aprende que é batendo
que se resolvem os problemas da vida (“Meu pai me bate quando eu faço algo que ele
Quando pensamos em violência física, num primeiro momento pensamos que este
fenômeno se resume somente ao espancamento, mas não é bem assim. Podemos considerar
que ocorre este tipo de violência todas as vezes que a criança é corrigida de forma agressiva
e violenta, ou seja, através da palmada, uso do chinelo, da cinta, deixando marcas ou não.
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Considerando as famílias encaminhadas aos núcleos de Santo André, São Bernardo do Campo e Diadema, e sabemos da existência de demanda
oculta que pode até atingir números assustadores que não aparecem nas estatísticas.
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Organização Mundial do Trabalho (OIT) 11
A NOTIFICAÇÃO
O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA – (Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990)
determina que:
Art.13. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra crianças ou
adolescentes serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva
localidade, sem prejuízo de outras providências legais.
Ao contrário das leis que nascem em gabinetes de políticos, o ECA (Estatuto da Criança e
do Adolescente) é uma lei popular, pois é fruto do esforço conjunto de milhares de pessoas e
comunidades empenhadas na defesa e promoção das crianças e adolescentes no Brasil.
A partir do ECA a criança e o adolescente são vistos como sujeitos de direitos e pessoas
em condição peculiar de desenvolvimento. Ele garante ainda o direito à proteção especial a
crianças e adolescentes que se encontrem em situação de risco social e pessoal.
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CONSELHO TUTELAR
A criação dos Conselhos Tutelares é prevista pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
Segundo a lei, todo município brasileiro deve ter no mínimo um Conselho Tutelar (número
que varia de acordo com o contingente populacional).
Os Conselhos Tutelares são formados por cinco membros, escolhidos pela própria
comunidade para mandato de três anos, por meio de eleição3 . Mas existem critérios para
que a pessoa possa candidatar-se a Conselheiro. Alguns desses critérios são especificados
pelo próprio ECA, enquanto outros são estabelecidos pelo município.
Os Conselhos Tutelares têm a função de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança
e do adolescente definidos pelo ECA, motivo pelo qual toda situação que envolva violação de
direitos de crianças e adolescentes deva ser comunicada ao mesmo.
Os Conselhos Tutelares podem ser acionados em qualquer horário, sempre existindo
um conselheiro de plantão para ser acionado em casos de emergência. Cada município
estabelece uma maneira de acionar o Conselheiro Tutelar de plantão.
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Em alguns municípios o voto é institucionalizado, sem participação direta do cidadão. São Bernardo do Campo é um exemplo deste
tipo de eleição de Conselheiros Tutelares
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KRUG, E.G. et.al. eds. World report on violence and health. Geneva, World Health
Organization, 2002.
SÃO PAULO. CRAMI - Centro Regional de Atenção aos Maus Tratos na Infância do ABCD.
Estatísticas de Atendimentos Realizados em 2007. Diadema; Santo André; São Bernardo do
Campo, 2007.
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CRAMI
Centro Regional de Atenção aos Maus Tratos na Infância do ABCD (Atendimento
social e psicológico à família) - S.B.CAMPO. - Av. Imperador Pedro II, 1.081 - Nova
Petrópolis - S.B.C. - SP CEP 09770-420. Tel.: (11) 4123-1751 - SANTO ANDRÉ - Rua
Humberto Olivieri, 114 - Jd. Bela Vista - Santo André - SP - CEP 09041-050. Tel.: (11) 4992-1234
DIADEMA - Rua São Jorge, 134 - Centro - Diadema SP - CEP 09911-070. Tel.: (11) 4051-1234
CMDCA
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente - (Formulação de Políticas
Públicas) - Avenida Redenção, nº 271 - Jardim do Mar - São Bernardo do Campo - SP
CEP 09725-680 - Tel.: (11) 4332-9111 / 4121-5471
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