Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
EXPLORADORES PORTUGUESES
E REIS AFRICANOS
Viagens ao coração de África
no século XIX
Com a participação de
Gustavo Rubim
EXPLORADORES 00 PAG_Layout 1 9/13/13 6:37 PM Page 6
Capa: Compañia
Índice
Prólogo ................................................................................................ 9
Prólogo
1.ª PARTE
1
OS HERÓIS DA CIÊNCIA E A PARTILHA
DE ÁFRICA
2
EXPLORADORES SEM MAPA:
SERTANEJOS, AMBAQUISTAS E OUTROS
3
FRONTEIRAS DA INCOMPREENSÃO
FRONTEIRAS DA INCOMPREENSÃO 29
FRONTEIRAS DA INCOMPREENSÃO 31
FRONTEIRAS DA INCOMPREENSÃO 33
FRONTEIRAS DA INCOMPREENSÃO 35
FRONTEIRAS DA INCOMPREENSÃO 37
4
PODER DIVINO,
VIOLÊNCIA E SACRIFÍCIOS HUMANOS:
AS REALEZAS AFRICANAS PRÉ-COLONIAIS
————————————
*
Tal como no caso dos etnónimos, adotámos para o título do imperador lunda
uma das transliterações do período colonial, nomeadamente a de Henrique de
Carvalho, por ser uma versão compatível com as sonoridades e o alfabeto da língua
portuguesa, de forma a poupar os leitores à dificuldade de leitura das versões basea-
das na linguística, certamente mais próximas do vernáculo, mas mesmo assim diver-
sas, com predomínio de Mwant Yav, Mwaant Yaav ou Mwant Yaav, entre outras.
EXPLORADORES 01 PAG_Layout 1 9/13/13 6:39 PM Page 46
2.ª PARTE
5
DO DESERTO AO DESESPERO:
A EXPEDIÇÃO DE JOSÉ MONTEIRO
E ANTÓNIO GAMITO AO MUATA CAZEMBE
Terras atribuídas pelo Estado, por três gerações, a filhas de oficiais portugueses
**
«Se é este o fato que me mandam para fazer a paz, eu por tal insig-
nificância não a faço. Quero fazenda bastante! E quanto ao mirambo
para o geral *, quem o há de levar é o meu enviado, e não o major.
(...) O major é um ladrão, que me não quer dar todo o fato que me
mandou meu irmão. O geral disse ao meu enviado que esta expedição
era do Muata dos muzungos e que trazia tudo quanto eu mandei
pedir. Eu bem vi, quando chegaram, que traziam cem cargas de fa-
zenda, e o major só me deu duas; que a missanga vinha em caixotes,
e só dela me deu uma caixinha; que a missanga vinha a granel e ainda
mal a palpei. Eles hão de saber que não quero destas coisas pouco a
pouco e hão de perceber que não as podem regatear como se fossem
suas. E não quero mais que me apareçam aqui de cadeira! Eles não
são ninguém para se virem sentar na minha presença de cadeiras.
E mesmo o geral é apenas um súbdito de meu irmão, e por conse-
guinte meu também, o mesmo que qualquer um de vocês que se as-
sentam no chão diante de mim. Eles que façam o mesmo.»70
Ao ouvirem o relato desta cena, os dois comandantes decidiram
que se devia ter tudo preparado para entrega, «a fim de salvar as
nossas vidas do poder deste bárbaro», conforme as palavras de
Gamito, a quem coube lavrar um termo explicativo do que se pas-
sava, depois assinado por todos os homens livres da expedição. Não
se tratava de concretizar a doação, mas de se prevenirem para a ne-
cessidade de a fazer em último recurso, não fossem aquelas ameaças
físicas traduzir-se numa investida repentina para tudo confiscar em
troca da própria vida.
O Muata prosseguiu a sua estratégia de coação psicológica e de
exigências pontuais, começando por querer uma espingarda e aquela
«coisa que mexe por si só», entenda-se a bússola. Monteiro mandou
dizer que a primeira se perdera no caminho e que a segunda, não lha
podia dar, «pelo motivo de que ele, sendo rei, nem mesmo a poderia
ver, porque se a visse, havia de morrer infalivelmente, pois que é um
dos nossos feitiços, que foi mandado da Manga** pelo nosso rei,
sendo expressamente trazido por esta expedição para a preservar de
————————————
*
Referia-se aos presentes da despedida, a remeter ao governador de Rios de
Sena.
**
Portugal.
EXPLORADORES 01 PAG_Layout 1 9/13/13 6:39 PM Page 91
6
ESPLENDOR E TERROR:
RODRIGUES GRAÇA NA CORTE
DO MUATIÂNVUA
ESPLENDOR E TERROR 93
7
REIS BRANCOS:
DAVID LIVINGSTONE
E A VIAGEM IMPOSSÍVEL DE SILVA PORTO
8
MORTE OU GLÓRIA:
SERPA PINTO VERSUS CAPELO E IVENS
«Cheguei a este lugar vindo de Zanzibar com 115 pessoas, homens, mu-
lheres e crianças. Estamos agora numa situação de morte iminente devido
EXPLORADORES 01 PAG_Layout 1 9/13/13 6:39 PM Page 161
«Estou velho, mas rijo e forte; se o meu amigo se vir num desses transes,
vulgares no sertão, em que a esperança se perde, sustente-se no ponto
em que estiver e dê tudo ao gentio para me fazer chegar às mãos uma
carta sua. Não hesite em o fazer e tenha esperança; porque, no mais
curto espaço de tempo possível, eu irei ter consigo, e comigo irão todos
os recursos, todos os socorros. Sabe que eu não uso fazer oferecimentos
vãos, quando precisar escreva, e eu irei logo.»3
9
BANDEIRAS ESFARRAPADAS:
HENRIQUE DE CARVALHO
E A DECADÊNCIA DO IMPÉRIO LUNDA
Epílogo
poder das armas podia fazer prever. Os militares, muitas vezes figuras trá-
gicas, juntaram-se aos exploradores no panteão dos heróis dos países co-
loniais, mau grado as carnificinas levadas a cabo (Churchill, que como
jovem repórter cobriu a guerra anglo-sudanesa, caracterizou as guerras afri-
canas de oitocentos como «butchery» – carnificina).
Outros importantes agentes da colonização foram alguns empresários
que por sua conta e risco adquiriram um imenso poder e foram assim figu-
ras centrais do processo que conduziu à partilha de África. Depois tiveram
um papel decisivo no delinear das políticas coloniais. Eram quase todos bri-
tânicos e de origens sociais modestas. George Goldie, Frederick Lugard e,
o mais famoso de todos, Cecil Rhodes, moveram mundos e fundos para
consolidar o controle britânico dos “rios do óleo” (Nigéria), dos vastos e
férteis planaltos a Norte e Este dos Grande Lagos (Uganda e Quénia), e das
jazidas de diamantes e ouro do Sul de África. Entre eles estava alguém de
outra estirpe, Leopoldo II, o rei belga, que conseguiu o controlo da enorme
bacia do Congo, uma área maior que toda a Europa Ocidental.
Os missionários, de forma anónima, buscando outros fins e de certo
modo alheios a esses processos, puderam então multiplicar as suas missões,
católicas e protestantes, que eram ilhas de paz na violência que então e sem-
pre grassava em muitas regiões do continente. A par, e muitas vezes cola-
borando com os movimentos humanitários europeus e americanos, foram
a consciência crítica das arbitrariedades e violências perpetradas pela con-
versão da escravatura – porque então finalmente o comércio de escravos
terminou – em formas mais ou menos óbvias de “trabalho forçado” – como
aconteceu generalizadamente em África, mas com particular intensidade e
institucionalização no Congo Belga e nas colónias portuguesas. A maioria
dos líderes que haviam de conduzir as nações africanas à independência
foram educados nas escolas missionárias, quase sempre as únicas a que ti-
nham acesso, em número diminuto, os africanos.
O trabalho nativo sob controlo europeu – uma sintética definição pos-
sível do objetivo económico central do colonialismo em África – foi a força
que construiu vias férreas, grandes portos e minas, plantações de algodão,
cacau, borracha e café. Às vias férreas seguiram-se as rodoviárias. Luanda,
que há muito deixara de ser a única cidade europeia em África, tornou-se
cada vez mais uma entre muitas, num continente cheio de capitais coloniais
ligadas por telégrafo às metrópoles. As cidades africanas cresceram com a
atração das populações rurais, que aí buscavam outros horizontes de vida,
trabalho assalariado e se integravam em comunidades onde as identidades
EXPLORADORES 02 PAG_Layout 1 9/13/13 6:40 PM Page 321
EPÍLOGO 321
étnicas já não eram primordiais. Foi nelas que foi crescendo a consciência
da iniquidade de sociedades que conferiam oportunidades, e por vezes tam-
bém direitos, muitos desiguais em função de distinções rácicas e da assun-
ção do carácter inquestionável da superioridade branca e da legitimidade
do seu domínio sobre África e os seus nativos.
Na Europa, por seu turno, o imperialismo começou a ser visto por mui-
tos de forma diferente dos tempos vitorianos. Na frente interna era dema-
siado manifesta a sua associação com o nacionalismo cego das massas e com
um populismo que tinha por trás interesses não apenas económicos e polí-
ticos mas também militares, eclesiásticos e até académicos. Muitos intelec-
tuais antiliberais tornaram-se rapidamente críticos do colonialismo e
forjaram então uma imagem de África prístina e idílica que estaria a ser
violentada pela máquina trituradora da sobre-produção das sociedades in-
dustriais e dos seus excedentes financeiros. Nesse sentido, as colónias eram
um fator de enriquecimento para muito poucos e de empobrecimento para
todos os outros, europeus e africanos. A realidade era mais complexa do
que o modelo e as estatísticas do “imperialismo económico” deixavam en-
trever, mas este no entanto contribuiu para a progressiva perda de legitimi-
dade dos ideais imperiais e para fomentar os movimentos de emancipação
das elites negras que resultavam do próprio colonialismo. Seja como for,
tal modelo não serve para caracterizar o projeto imperial português – se
serve para caracterizar algum –, porque desde logo a sua metrópole estava
longe de ser um país industrial e onde alguma vez houvesse excedentes fi-
nanceiros.
Como resultado da partilha de África, Portugal viu-se na posse de terri-
tórios imensos, embora menores do que aqueles por que havia lutado na
Conferência de Berlim. Não tinha todavia recursos humanos e financeiros
comparáveis aos das restantes potências coloniais europeias e a sua posse
definitiva só ficou assegurada após a 1.ª Guerra Mundial. Portugal criou
em África, independentemente das mudanças de regime, um império co-
mercialmente protecionista, com uma administração diminuta, mas sobre-
tudo ineficaz, quase sempre corrupta e incapaz de cumprir os decretos
enviados de Lisboa por governantes que não tinham a mais pálida ideia do
que era África. Os orçamentos coloniais eram até aos anos 20 consumidos
por despesas militares e sempre dramaticamente deficitários. O trabalho
forçado – que muitas vezes apenas por ficções legais se distinguia da escra-
vatura – perdurou até muito tarde e foi muitas vezes causa de embaraços
diplomáticos e de surtos ocasionais de revolta e violência. As colónias
EXPLORADORES 02 PAG_Layout 1 9/13/13 6:40 PM Page 322
Notas
1
V. L. Cameron, 1877.
2
M. Büchner, 1882, cit. in B. Heintze, 2010, p. 49.
3
cit. in B. Heintze, 2010, p. 49.
4
H. Carvalho, 1890b, p. 727.
1
C. Lévi-Strauss, [1951].
2
H. Capelo, R. Ivens, [1886], vol. I, pp. 222-223.
3
H. Stanley [1878], vol. II, pp. 73-74.
4
H. Capelo, R. Ivens, [1886], vol. II, p. 234.
5
A. Serpa Pinto, [1881], vol. II, p. 91.
6
H. Capelo, R. Ivens, [1881], vol. II, p. 141.
7
Idem, p. 197.
8
Idem, p. 175.
9
H. Capelo, R. Ivens, [1886], vol. I, p. 295.
10
Idem, vol. II, p. 191.
11
cit in op. cit, vol. II, p. 195.
12
H. Capelo, R. Ivens, [1886], vol. I, pp. 207-208.
13
Idem, p. 82.
14
H. Capelo, R. Ivens, [1881], vol. II, p. 75.
EXPLORADORES 02 PAG_Layout 1 9/13/13 6:40 PM Page 324
15
H. Capelo, R. Ivens, [1886], vol. I, pp. 207-208.
16
Idem, vol. I, p. 82.
17
H. Carvalho, 1890b, pp. 45-46.
18
Idem, p. 385.
19
Idem, p. 6.
20
Idem, p. 4.
21
Idem, p. 384.
1
R. Burton,1864, p. 26.
2
Idem, pp. 24-25.
3
V. Pakenham 1991, p. 302.
4
H. Carvalho, 1890b, p. 186.
5
J. Illiffe, 2007, p. 158.
3
Mais exatamente, quem segurava a bússola era um negro, mas como
seu assistente direto.
4
A. Gamito [1854], vol. I, 228.
5
Discurso direto adaptado a partir de A. Gamito, op. cit., vol. I, pp. 229-
-230.
6
Op. cit., vol. I, p. 230.
7
Idem, I, p. 67.
8
Idem, pp. 61, 141.
9
Discurso direto reconstituído a partir de A. Gamito, op. cit, vol. I, p. 34.
10
Citação adaptada a partir de A. Gamito, op. cit., vol. I, p. 34: onde se
lê «os portugueses», no original lê-se «estes».
11
A. Gamito, op. cit., vol. I, 188.
12
Idem, pp. 268-269.
13
Esta leitura, dos autores e não de Gamito, é uma extrapolação a partir
de etnografias do século XX, assumindo como hipótese a longa duração de
certas representações cheva.
14
A. Gamito, op. cit., vol. I, p. 148.
EXPLORADORES 02 PAG_Layout 1 9/13/13 6:40 PM Page 327
NOTAS 327
70
Discurso direto adaptado a partir de A. Gamito [1854], vol. I, pp. 349,
350. A segunda parte foi transmitida mais tarde, mas no mesmo dia.
71
Citação adaptada de A. Gamito [1854], vol. I, p. 353.
72
Citação adaptada de A. Gamito [1854], vol. I, p. 353.
73
A. Gamito [1854], vol. I, p. 354.
74
Discurso direto reconstituído a partir de A. Gamito [1854], vol. I,
p. 354.
75
A. Gamito [1854], vol. I, p. 355.
76
Idem, p. 356.
77
Discurso direto reconstituído a partir de A. Gamito [1854], vol. I,
p. 357.
78
A. Gamito [1854], vol. I, p. 12.
79
M. Marwick, 1963, p. 377.
80
A. Gamito [1854], I, pp. 358-360.
81
Idem, p. 385.
82
Idem, p. 371.
83
Idem, p. 383.
84
Idem, p. 383, 384.
85
Idem, p. 398.
86
A. Gamito [1854], vol. II, p. 65.
1
J. R. Graça [1867], p. 460.
2
Inspirado em Henrique de Carvalho, 1890, p. 134.
3
J. R. Graça [1867], p. 446.
4
Idem, p. 450.
5
Idem, p. 412.
6
Idem, p. 409.
7
Idem, p. 413.
8
Idem
9
Rodrigues Graça escreve «Mane-puto».
10
J. R. Graça [1867], p. 426.
11
Discurso direto reconstituído a partir de J. R. Graça, op. cit., p. 418.
12
J. R. Graça [1867], p. 426. No seu diário, Rodrigues Graça não indica
que esta parte dos diálogos tenha ocorrido fora das audiências, mas era ha-
bitual, no contexto em questão, que um visitante ilustre tivesse oportuni-
dade de conversar mais privadamente com o potentado anfitrião.
13
Idem, p. 418.
EXPLORADORES 02 PAG_Layout 1 9/13/13 6:40 PM Page 341
Bibliografia
1. BIBLIOGRAFIA CITADA
BURTON, Richard
1864, A Mission to Gelele, King of Dahome, with Notices of the so-called
“Amazons”, the Grand Customs, the Yearly Customs, the Human Sa-
crifices, the Present State of the Slave Trade and the Negro’s Place in
Nature, London, Tinsley Brothers.
CAMERON, Verney L.
1877 Across Africa, New York, Harper & Brothers.
COILLARD, François
1903 On the Threshold of Central Africa. A Record of the Twenty years’s
Pionnering among the Barotse of the Upper Zambesi, New York, Ame-
rican Tract Society.
HEINTZE, Beatrix
2010 Exploradores alemães em Angola (1611-1954) - Apropriações Etno-
gráficas entre Comércio de Escravos, Colonialismo e Ciência – Tradução
de Rita Coelho-Brandes e Marina Santos da edição original alemã Eth-
nographische Aneignungen. Deutsche Forschungsreisende in Angola,
Frankfurt am Main, Verlag Otto Lembeck, 1999.
ILIFFE, John
2007 Africans. The History of a Continent, Cambridge, Cambridge Uni-
versity Press.
EXPLORADORES 02 PAG_Layout 1 9/13/13 6:40 PM Page 343
BIBLIOGRAFIA 343
LACERDA, José
1867 Exame das Viagens do Dr. David Livingstone. Lisboa, Imprensa Na-
cional.
LÉVI-STRAUSS, Claude
[1951] Raça e História, Lisboa, Presença, 1973.
LIVINGSTONE, David
1857 Missionary Travels and Researches in South Africa including a Sketch of
Sixteen Years Residence in the Interior of Africa, London, John Murray.
MARTINS, F. A. Oliveira
1951 Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens. Lisboa, Agência Geral das
Colónias, 2 vols.
MARWICK, M. G.
1963 «History and Tradition in East Central Africa through the Eyes of the
Northern Rhodesian Cewa, The Journal of African History, Vol. 4, No.
3, pp. 375-390.
MILLER, Joseph C.
1988 Way of Death. Merchant Capitalism and the Angolan Slave Trade
1730-1830, Madison, The University of Wisconsin Press.
NEWITT, M. D. D.
1988 «Drought in Mozambique 1823-1831», Journal of South African Stu-
dies, Vol. 15, No 1, pp. 15-35.
PAKENHAM, Thomas
1991 The Scramble for Africa, London, Abacus.
POGGE, Paul
1880 Im Reiche des Muata Jamwo, Berlin, Verlag von Dietrich Reimer.
EXPLORADORES 02 PAG_Layout 1 9/13/13 6:40 PM Page 344
ASCHERTON, Neal
1963 The King Incorporated – Leopold the Second and the Congo, Lon-
don, Granta Books.
EXPLORADORES 02 PAG_Layout 1 9/13/13 6:40 PM Page 345
BIBLIOGRAFIA 345
CHANBERLAIN, M.E.
1999 The Scramble for Africa, London, Longman.
HOCHSCHILD, Adam
1998 King Leopold Ghost – a Story of Greed, Terror and Heroism in Co-
lonial Africa, Oxford, Pan Macmillan Ltd, 2006.
READER, John
1998 Africa – Biography of a Continent, London. Penguin.
TAYLOR, A.J.P.
1970 Germany’s First Bid for Colonies 1884-1885 – A Move in Bismarck’s
European policy, New York, The Norton Library.
VANSINA, Jan
1966 Kingdoms of the Savanna, Madison, Milwaukee, and London: The
University of Wisconsin Press.
WESSELING, H. L.
1996 Divide and Rule – The Partition of Africa 1880-1914, Westport,
Praeger.
EXPLORADORES 02 PAG_Layout 1 9/13/13 6:40 PM Page 346
ALEXANDRE, Valentim
1979 As Origens do Colonialismo Português Moderno (1821-1891), Lis-
boa, Livraria Sá da Costa Editora.
2000 «Do Império de Antigo regime ao sistema colonial português mo-
derno: o nacionalismo imperial e os seus efeitos», in África e a Instalação
do Sistema Colonial (c.1885 – c. 1930) – Actas da III Reunião Interna-
cional de História de África, Lisboa, IICT, pp. 395-402.
CASTELO, Cláudia
2010 «O nacionalismo imperial no pensamento republicano», in J. Sardica,
A Primeira República e as Colónias Portuguesas, Lisboa, EPAL.
CAPELA, José
2000 «Plantação e trabalho forçado em Moçambique, 1892-1917», in
África e a Instalação do Sistema Colonial (c.1885 – c. 1930) – Actas da
III Reunião Internacional de História de África, Lisboa, IICT, pp. 431-
-439.
DIAS, Jill
1976 «Black Chiefs, White Traders and Colonial Policy near the Kwanza»,
The Journal of African History, Vol. 17, No 2, pp. 245-265.
DUFFY, James
1959 Portuguese África, London, Oxford University Press.
1967 A Question of Slavery – Labour Politics in Portuguese Africa and the
British Protest, 1850-1920, Oxford, Clarendon Press.
FREUDENTHAL, Aida
EXPLORADORES 02 PAG_Layout 1 9/13/13 6:40 PM Page 347
BIBLIOGRAFIA 347
HAMMOND, Richard J.
1969 «Uneconomic Imperialism: Portugal in Africa before 1910», in L.H.
Gann, P. Duignan (eds.), Colonialism in Africa 1870-1960 – Vol. 1: The
History and Politics of Colonialism 1870-1914, Cambridge, Cambridge
University Press
JOHNSTON, Harry H.
1913 «The Portuguese in West Africa», Journal of the Royal African So-
ciety, Vol. 12, No. 46, pp. 113-119.
MILLER, Joseph
1972 «The Imbangala and the Chronology of Early Central African His-
tory», The Journal of African History, Vol. 13, No. 4, pp. 549-574.
1977 «Angola before 1900: a Review of Recent Research», African Studies
Review, Vol. 20, No. 1, pp. 103-116.
NEVINSON, Henry W.
1906 A Modern Slavery. London, Harper & Brothers Publishers.
EXPLORADORES 02 PAG_Layout 1 9/13/13 6:40 PM Page 348
RIBEIRO, Orlando
1981 A Colonização de Angola e o seu Fracasso, Lisboa, Imprensa Nacio-
nal – Casa da Moeda.
TORRES, Adelino
1991 O Império Português entre o Real e o Imaginário, Lisboa, Escher.
WHEELER, Douglas L.
1969 «”Angola Is Whose House?” Early Stirrings of Angolan Nationalism
and Protest, 1822-1910», African Historical Studies, Vol. 2, No. 1, pp.
1-22.
AZEVEDO, Rafael A.
1946 A Grande travessia africana de Capelo e Ivens, Lisboa, Livraria Sá
da Costa Editora.
DUGARD, Martin
2003 Into Africa – the Epic Adventures of Stanley & Livingstone, New
York, Broadway Books.
FABIAN, Johannes
2000 Out of Our Minds: Reason and Madness in the Exploration of Cen-
tral Africa, Berkeley: University of California Press.
EXPLORADORES 02 PAG_Layout 1 9/13/13 6:40 PM Page 349
BIBLIOGRAFIA 349
HEINTZE, Beatrix
2004 Pioneiros Africanos – Caravanas de carregadores na África Centro-
Central (entre 1850 e 1890), Lisboa, Caminho.
s.d. Long-distance Caravans and Communication beyond the Kwango (c.
1850-1890) –
http://195.37.93.199/angola/Papers/Heintze100.htm
INGERSOL, L. D.
1872 Explorations in Africa by Dr. David Livingstone and Others, San
Francisco, Union Publishing Company.
JEAL, Tim
2011 Explorers of the Nile – The Triumph and Tragedy of a Great Victo-
rian Adventure, London, Faber and Faber.
KENNEDY, Dane
2005 The Highly Civilized Man - Richard Burton and the Victorian World,
Cambridge/Massachusetts, Harvard University Press.
MACQUEEN, James
1856 «Notes on the Geography of Central Africa, from the Researches of
Livingston, Monteiro, Graca, and Others», Journal of the Royal Geo-
graphical Society of London, Vol. 26,
pp. 109-130.
PARK, Mungo
[1799] Life and Travels of Mungo Park in Central Africa, Stockbridge,
HardPress Publishing, 2010
MILLER, Joseph
1969 Cokwe Expansion 1850-1900, Madison, The University of Winsconsin.
PALMEIRIM, Manuela
2006 Of Alien Kings and Perpetual Kin. Contradiction and Ambiguity in
Ruwund (Lunda) Symbolic Thought, Wantage, Sean Kingston Publishing.
PRITCHETT, James A.
2001 The Lunda-Ndembu: style, change, and social transformation in south
central Africa, Madison, The University of Wisconsin Press.
SANTOS, Eduardo
1966 A Questão da Lunda (1885-1894), Lisboa, Agência Geral do Ultramar.
VANSINA, Jan
1963 «The Foundation of the Kingdom of Kasanje». The Journal of African
History, Vol. 4, No. 3, pp. 355-374.
2.5. Lui/Barotze
ARNOT, F. S.
1914 Missionary Travels in Central Africa, s.l., John Wright and Sons Ltd.
BERTRAND, Alfred
1899 The Kingdom of the Barotsi – Upper Zambezia, Cape Town, J. C.
Jura & Co.
EXPLORADORES 02 PAG_Layout 1 9/13/13 6:40 PM Page 351
BIBLIOGRAFIA 351
CLAY, Gervas
1968 Your Friend Lewanika: The Life and Times of Lubosi Lewanika, Li-
tunga of Barotseland, 1842-1916, New York, Humanities Press.
CLARENCE-SMITH, W. G.
1979 «Slaves, Commoners and Landlords in Bulozi, c. 1875 to 1906», The
Journal of African History, Vol. 20, No. 2, pp. 219-234.
CAPLAN, Gerald L.
s.d. The Elites of Barotseland 1878-1969. A Political History of Zambia’s
Western Province. Berkeley, University of California Press.
FLINT, Eric
1970 «Trade and Politics in Barotseland During the Kololo Period», The
journal of African History, vol. 11, No. 1, pp. 71-86.
GLUCKMAN, Max
1959 «The Lozi of Barotseland in North-Western Rodhesia», in E. Colson,
M. Gluckman (eds.), Seven Tribes of British Central Africa, Manchester,
Manchester University Press.
MUTUMBA, Mainga
1973 Bulozi under the Luyana Kings - Political Evolution and State For-
mation in Pre-colonial Zambia, London, Longman.
PRINS, Gwyn
1980 The Hidden Hippopotamus, Reappraisal in African History: The
Early Colonial Experience in Western Zambia, Cambridge, Cambridge
University Press.
SANTOS, Eduardo
1986 A Questão do Barotze, Lisboa, Instituto de Investigação Científica e
Tropical.
EXPLORADORES 02 PAG_Layout 1 9/13/13 6:40 PM Page 352
TURNER, Victor W.
1952 The Lozi Peoples of North-Western Rhodesia, London, International
African Institute.
2.6. Cazembe
CUNNISON, Ian
1959 The Luapula peoples of Northern Rhodesia : Custom and History in
Tribal Politics, Manchester, Manchester University Press.
1961 «Kazembe and the Portuguese 1798-1832», The Journal of African
History, Vol. 2, No. 1, pp. 61-76.
GORDON, David M.
2006 «History on the Luapula Retold: Landscape, Memory and Identity in
the Kazembe Kingdom», The Journal of African History, Vol. 47, No.
1, pp. 21-42.
MACOLA, Giacomo
2002 The Kingdom of Kazembe : history and politics in north-eastern Zam-
bia and Katanga to 1950, London, Lit Verlag.
RICHARDS, Audrey
1959 «The Bemba of North-Eastern Rhodesia», in E. Colson, M. Gluck-
man (eds.), Seven Tribes of British Central Africa, Manchester, Man-
chester University Press.
2.7. Umbundos/Bié
HAMBLY, Wilfrid D.
1934 The Ovimbundo of Angola, Chicago, Field Museum of Natural History.
MILLER, Joseph
1976 Kings and Kinsmen: Early Mbundu States in Angola, Oxford, Cla-
rendon Press.
EXPLORADORES 02 PAG_Layout 1 9/13/13 6:40 PM Page 353
BIBLIOGRAFIA 353
LAW, Robin
1985 «Human Sacrifice in Pre-Colonial West Africa», African Affairs, Vol.
84, No. 334, pp. 53-87.
1989 «”My Head Belongs to the King”: On the Political and Ritual Signi-
ficance of Decapitation in Pre-Colonial Dahomey», The Journal of Afri-
can History, Vol. 30, N. 3, pp. 399- 415.
GRAEBER, David
2011 «The Divine Kingship of the Shilluk. On Violence, Utopia, and the
Human Condition, or, Elements for an Archaeology of Sovereignty”,
Hau. Journal of Ethnographic Theory, Vol. 1, N. 1, pp. 1-62
FEELEY-HARNIK, Gillian
1985 «Issues in Divine Kinship», Annual Review of Anthropology, pp. 273-
-313
2.9. Escravatura
DRESCHER, Seymour
2009 Abolition. A History of Slavery and Antislavery, Cambridge, Cam-
bridge University Press.
PATTERSON, Orlando
1982 Slavery and Social Death, Cambridge/Massachusetts, Harvard Uni-
versity Press.
EXPLORADORES 02 PAG_Layout 1 9/13/13 6:40 PM Page 355
Créditos iconográficos
CRÉDITOS ICONOGRÁFICOS
1º caderno de imagens:
pág. 1: A. de Serpa Pinto, Comment j’ai traversé l’Afrique, Paris, Librairie
Hachette, 1881, vol. I, pág. 119 (Biblioteca Nacional de Portugal); págs.
2-3: Frederico Delgado Rosa; págs. 4-5: A. Gamito, O Muata Cazembe e
os povos Maraves, Chevas, Muízas, Muembas, Lundas e outros da África
Austral, Lisboa, Imprensa Nacional, 1854 (Biblioteca Nacional de Portu-
gal); pág. 6: O Ocidente, nº 38, 15.7.1879 (Hemeroteca Municipal de Lis-
boa); domínio público: http://commons.wikimedia.org/wiki/; pág.
EXPLORADORES 02 PAG_Layout 1 9/13/13 6:40 PM Page 356
2º caderno de imagens:
pág. 1: CD7, f. 03 (Sociedade de Geografia de Lisboa, Fototeca); pág. 2: A.
de Serpa Pinto, Comment j’ai traversé l’Afrique, Paris, Librairie Hachette,
1881, vol. II, pág. 7 (Biblioteca Nacional de Portugal); pág. 3: idem, pág.
11; Carlota de Serpa Pinto, A Vida breve e ardente de Serpa Pinto, Lisboa,
Agência Geral das Colónias, 1937 (Biblioteca Nacional de Portugal); pág.
4: A. de Serpa Pinto, op. cit., vol. II, pág. 55 (Biblioteca Nacional de Por-
tugal); RES. 1 - EST. 145 - Nº 47 (1) (Sociedade de Geografia de Lisboa,
Biblioteca); pág. 5: A. de Serpa Pinto, op. cit., vol. II, pág. 439 (Biblioteca
Nacional de Portugal); pág. 6: RES. 1 - EST. 145 - Nº 47 (1) (Sociedade de
Geografia de Lisboa, Biblioteca); H. Capelo, R. Ivens, De Angola à contra-
costa, Lisboa, Imprensa Nacional (Biblioteca Nacional de Portugal); R.
Pont-Jest, «L’Expédition du Katanga, d’après les notes de voyage du mar-
quis Christian de Bonchamps», in E. Charton (ed.), Le Tour du Monde,
Paris, Hachette, 1893 (domínio público: http://en.wikipedia.org/wiki); pág.
7: CD7, f. 03 (Sociedade de Geografia de Lisboa, Fototeca); O Occidente,
nº 8, 15.4.1878 (Hemeroteca Municipal de Lisboa); pág. 8: H. Capelo, R.
Ivens, De Angola à contracosta, Lisboa, Imprensa Nacional, 1886, vol. I,
pág. 137 (Biblioteca Nacional de Portugal); H. Capelo, R. Ivens, De Ben-
guela às terras de Iáca, Lisboa, Imprensa Nacional, 1881, pág. 96 (Biblio-
teca Nacional de Portugal); pág. 9: H. de Carvalho, Descrição da Viagem
à mussumba do Muatiânvua, Lisboa, Imprensa Nacional, vol. IV, pág. 158
(Biblioteca Nacional de Portugal); pág. 10: H. de Carvalho, Álbum da Ex-
pedição ao Muatiânvua, estampa inicial, foto nº 1 (Biblioteca Nacional de
Portugal); pág. 11: H. de Carvalho, Descrição da Viagem à mussumba do
Muatiânvua, Lisboa, Imprensa Nacional, vol. I, pág. 42; idem, pág. 56;
idem, vol. IV, pág. 276; pág. 12: idem, vol. II, pág. 503; idem, vol. III, p.
775; pág. 13: H. de Carvalho, Álbum da expedição ao Muatiânvua, es-
tampa 1, foto nº 1 (Biblioteca Nacional de Portugal); H. de Carvalho, Des-
crição da Viagem à mussumba do Muatiânvua, Lisboa, Imprensa Nacional,
vol. I, pág. 438; idem, vol. II, pág. 257; idem, vol. IV, pág. 206; pág 14: H.
EXPLORADORES 02 PAG_Layout 1 9/13/13 6:40 PM Page 357
imagens no texto:
pág. 43: O Occidente (coleção de F. Verde); pág. 105: H. de Carvalho, Des-
crição da Viagem à mussumba do Muatiânvua, Lisboa, Imprensa Nacional
(Biblioteca Nacional de Portugal); imagens de abertura e fecho dos capítu-
los: idem.
imagens da capa:
retrato de Roberto Ivens, s.d., Fototeca da Sociedade de Geografia de Lis-
boa, (tratamento digital: A Esfera dos Livros); retrato do príncipe Noéji,
na qualidade de embaixador de seu tio Xa Madiamba, imperador lunda in-
digitado, in H. de Carvalho, Álbum da expedição ao Muatiânvua, [1890],
Biblioteca Nacional de Portugal (tratamento digital: A Esfera dos Livros);
Mapa do Cubango ao Cuanza por A. de Serpa Pinto, 1877, Biblioteca da
Sociedade de Geografia de Lisboa; bússola, binóculos, séc. XIX, A Esfera
dos Livros.