Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Nutrição Materno Infantil
Nutrição Materno Infantil
SAÚDE
NUTRIÇÃO MATERNO-INFANTIL
Copyright © Portal Educação
95p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-66104-11-0
CDD 612.63
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................91
1 CUIDADOS PARA A SAÚDE NO PERÍODO PRÉ-GESTACIONAL
Objetivos
Saúde Reprodutiva
Saúde Materna
O PAISM foi definido por um de seus idealizadores, Ana Maria Costa (1999):
“....constituiu-se de um conjunto de diretrizes e princípios destinados a orientar toda a
assistência oferecida às mulheres das distintas faixas etárias, etnias ou classes sociais
nas suas necessidades epidemiologicamente detectáveis – incluindo as demandas
específicas do processo reprodutivo. Compreende-se todo o conjunto de patologias e
situações que envolvam o controle de risco à saúde e ao bem-estar da população
feminina”.
3- Intervenções necessárias.
Quanto às infecções, as ações devem ser tomadas com relação à rubéola, hepatite B,
toxoplasmose, HIV, sífilis e outras DSTs. A avaliação pré-concepcional também se mostra eficaz
no controle de doenças como Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial Crônica, anemias e
carcinomas de colo uterino e de mama.
Objetivos
A placenta é um órgão formado por duas partes: materna e fetal. A parte materna é
formada por grandes e múltiplas camadas chamadas de seios placentários, por onde circulam
sangue materno e a parte fetal é representada por uma grande massa de vilosidades
placentárias que se invaginam para o interior das mamas placentárias e, em seu interior, circula
sangue fetal.
11
O diagnóstico da gestação ou a sua exclusão são baseados em eventos clínicos e
laboratoriais, este último dividido em método hormonal e exame ultra-sonográfico. O diagnóstico
clínico baseia-se em sintomas e sinais identificados em exame físico. A Tabela 1 descreve os
sintomas e sinais analisados.
Percepção de suaves
ondulações
abdominais (a partir
de 16-20 semanas)
Como método hormonal para diagnóstico da gestação, determina-se a dosagem
plasmática do hormônio gonadotrofina coriônica (hCG) – produzido pelo trofoblasto. Na
gestação, sua produção cresce exponencialmente, o que faz dele marcador do tecido
trofoblástico em atividade. O hCG possui duas subunidades protéicas – alfa e beta, sendo a
subunidade beta especifica para o hCG e a quantificada em testes de radioimunoensaio ou
enzimáticos (valores superiores a 1000 mUI/mL asseguram a presença de gestação em 95% dos
casos).
Portanto, a idade gestacional é definida como o tempo transcorrido entre o primeiro dia
da DUM e o dia atual, podendo ser medidos em dias, semanas ou meses completos. A gestação
dura, em média, 280 dias, 40 semanas, 10 meses lunares ou 9 meses solares e 7 dias. Para o
cálculo da data provável do parto, basta somar 280 dias à data da DUM.
Útero
Mamas
Os mamilos ficam mais móveis, e será mais fácil para o bebê apreendê-los para
mamar. Uma alteração considerável ocorre dentro do próprio tecido mamário: há proliferação do
tecido glandular e as células alveolares diferenciam-se, tornando-se secretoras.
14
A pressão arterial diminui no primeiro trimestre, atinge seus valores mais baixos no
segundo semestre e, elevando-se progressivamente durante o restante da gestação até o nível
pré-gestacional. O que influencia os níveis pressóricos é a baixa resistência vascular do período
gestacional.
Sistema Respiratório
Sistema Urinário
Sistema Digestivo
Há redução do peristaltismo devido ao efeito da progesterona e do estrogênio sobre a
musculatura lisa. Como conseqüência, observa-se o retardo do esvaziamento gástrico e transito
intestinal diminuído.
Saliva: hipersecreção;
Sistema Músculo-esquelético
Pele
Primeiro Trimestre
O corpo da mulher faz um grande esforço durante o primeiro trimestre (1-12 semanas)
para se adaptar ao embrião e à placenta em desenvolvimento.
O ritmo cardíaco e respiratório aumenta à medida que mais oxigênio precisa ser
disponibilizado ao feto.
As fibras musculares do útero aumentam rapidamente e tornam-se mais
espessas, e o útero em expansão pressiona a bexiga, aumentando a micção.
Segundo Trimestre
Vai da 13ª à 28ª semana de idade gestacional. No início desse trimestre, o útero em
expansão ultrapassa a borda da pelve, o que resulta em perda gradual de cintura.
O coração trabalha duas vezes mais do que o de uma mulher não grávida, e faz
circular 6 litros de sangue por minuto.
Terceiro Trimestre
Mãos e pés inchados, além de causarem desconforto, pode ser sinal de pré-
eclâmpsia.
A absorção intestinal de ferro está aumentada em 20%, podendo ser de 40% quando
as reservas maternas são precárias. A anemia ferropriva (por deficiência de ferro) na gestação
está associada a parto prematuro, abortamento tardio e retardo de crescimento intra-uterino.
21
Metabolismo das Vitaminas: com exceção das vitaminas K e E, as concentrações
sangüíneas das vitaminas diminuem na gestação.
Objetivo
22
História Clínica
Ações complementares
Explicar que são sintomas comuns no início da gestação. Orientar dieta fracionada,
evitando frituras, gorduras, alimentos com cheiro forte, ingestão de líquidos nas refeições.
Encaminhamento médico para a avaliação da necessidade de uso de medicamentos.
b) Pirose (azia)
Orientar dieta fracionada evitando fritura, doces, café, chá preto, refrigerantes, álcool e
fumo.
d) Fraquezas e desmaios
Orientar dieta fracionada a fim de controlar possível hipoglicemia. Orientar para evitar
inatividade e mudanças bruscas de posição. Explicar que ela deve deitar-se em decúbito lateral
ou sentar-se com a cabeça abaixada, respirando profunda e pausadamente para amenizar as
sensações de fraqueza e desmaios iminentes.
f) Hemorróidas
g) Corrimento vaginal
h) Queixas urinárias
Descartar a presença de alterações nas mamas e orientar o uso de sutiã com boa
sustentação.
k) Cefaléia
Avaliar presença de hipertensão arterial e pré-eclâmpsia. Conversar sobre as tensões
e ansiedades da gestante. Encaminhamento médico se os sintomas persistirem.
m) Varizes
n) Câimbras
p) Estrias
Explicar que se trata da distensão dos tecidos e que não há método eficaz de
prevenção. Cremes hidratantes e óleos podem ser usados em massagem na área afetada para
minimizar os efeitos das estrias na pele.
4 ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL NA GESTAÇÃO
Baixo peso: quando o IMC for igual ou menor que os valores apresentados na
coluna Baixo Peso.
Nas consultas seguintes, a avaliação do estado nutricional deve ser repetida, conforme
o descrito nos parágrafos anteriores. Essa avaliação deve constar da evolução de ganho de
peso (Tabela 3) ou das curvas de IMC segundo a idade gestacional (em resumo, traçado
ascendente: ganho de peso adequado; traçado descendente ou horizontal: ganho de peso
inadequado).
35
5 FATORES DE RISCO GESTACIONAIS E NEONATAIS
Abortamento
A ameaça de aborto pode evoluir para a gestação normal ou para o aborto inevitável.
Como regra, o tratamento inclui repouso e administração de antiespasmódicos.
37
Trabalho de parto prematuro (TPP)
Gestação prolongada
Gestação na adolescência
Anemia
Controle da Pressão Arterial (PA): tem por objetivo detectar precocemente estados
hipertensivos.
40
Fatores de risco para diabetes gestacional: ter mais de 25 anos, ter parentes próximos
diabéticos, ter tido filhos pesando mais de 4kg ao nascimento, histórico de abortamento ou
natimortos, ter tido filhos com malformação fetal, ser obesa ou ter ganho de peso elevado na
gestação, ter ovários policísticos, histórico de polidrâmnio, histórico de pré-eclampsia, histórico
de diabetes gestacional, ter baixa estatura (<1,50m), apresentar grande quantidade de gordura
na região abdominal (obesidade central).
Esquema recomendado para o rastreamento da Diabetes Gestacional (MS, 2006)
Glicemia de jejum
1ª consulta
41
Glicemia de jejum
Rastreamento
após a 20ª semana
positivo
Rastreamento
Rastreamento
positivo
negativo
Importante: o diagnóstico de DMG deve ser sempre confirmado pela repetição da
glicemia de jejum e do teste de tolerância oral à glicose (OGTT), a menos que haja
descompensação metabólica aguda ou sintomas óbvios de diabetes (poliúria, polidipsia, polifagia
ou perda de peso inexplicada).
Toxoplasmose
A infecção causada pelo Toxoplasma gondii (TG) assume grande destaque quando
ocorre no período gestacional devido à possibilidade de acometimento fetal. A toxoplasmose é
transmitida por três formas: a ingestão de oocistos provenientes do solo, latas de lixo
contaminadas com fezes de gatos infectados; ingestão de carnes cruas e mal cozidas com
cistos, especialmente as carnes de porco e carneiro; transmissão transplacentária (ocorre em
40% dos fetos de mães que adquiriram a infecção na gestação).
Quando a infecção fetal ocorre no primeiro trimestre, ela acarreta desde aborto até a
Síndrome da Toxoplasmose Congênita (microcefalia; calcificações cerebrais; retardo mental;
espasticidade; convulsões e outras alterações no sistema nervoso central; alterações oculares;
surdez e outras). Se a infecção ocorrer no terceiro trimestre, o recém-nascido pode ser
assintomático ou apresentar ausência de ganho de peso, hepatite com icterícia, anemia,
plaquetopenia, coriorretinite, miocardite ou pneumonia.
43
6 NUTRIÇÃO NA GESTAÇÃO
Objetivo
44
A gestação é um estado caracterizado por diversas mudanças fisiológicas, metabólicas
e comportamentais da mulher. É neste período que as necessidades nutricionais são totalmente
modificadas, há aumento do aporte calórico para suprir suas necessidades de carboidratos,
lipídios e principalmente de proteínas, além das necessidades de vitaminas e minerais.
A gestação tem sido apontada como período da vida responsável pelo incremento
de peso e posterior facilitador de obesidade entre as mulheres, tendo como referência o
aumento do tecido adiposo nas gestantes. A necessidade energética é maior entre a 10 a e
30a semana de gestação, sendo o depósito de gordura mais pronunciado. A alimentação é o
maior determinante do ganho de peso e se correlaciona com o crescimento fetal e com a
saúde materna.
do tempo gasto na realização das mesmas. Contudo, não há consenso na literatura acerca
46
7 NUTRIÇÃO NA LACTAÇÃO
Objetivo
Mamas
Água: 88%
Íons
Vitaminas
Anticorpos
O feto apresenta reflexo de sucção desde 32ª semana gestacional. A sedação durante
o parto ou a separação entre a mãe e o bebê por longo período de tempo podem retardar o
reflexo da sucção. O contato com o mamilo estimula terminações nervosas periorais e intra-
orais, que modulam regiões do tronco encefálico, aperfeiçoando o reflexo de sucção e permitindo
uma melhor qualidade de amamentação. 51
I. Ter norma escrita sobre aleitamento, que deveria ser rotineiramente transmitida
a toda equipe de saúde;
IV. Ajudar as mães a iniciar o aleitamento na primeira meia hora após o parto;
VI. Não oferecer ao recém nascido nenhum outro alimento ou bebida além do leite
materno;
VII. Praticar o alojamento conjunto e permitir que mães e bebês permaneçam juntos
todo tempo na internação pós-parto;
Puerpério
O puerpério inicia quando cessa a interação hormonal entre o ovo e a mãe, ou seja,
após o descolamento da placenta. E termina quando se retoma a ovulação e a função
reprodutiva da mulher - isso representa 6 a 8 semanas para as mulheres que não amamentam, e
pode durar até 8 meses para as nutrizes.
Ingurgitamento mamário: obstrução venosa e linfática 2-5 dias pós-parto. Pode ser
localizado ou generalizado e o diagnóstico clínico ocorre pela presença de endurecimento,
congestão vascular, hiperemia, dor e aumento de temperatura. Durante o tratamento preconiza-
se a manutenção da amamentação, o esvaziamento das mamas, a elevação das mamas, o uso
de compressas frias e de analgésicos.
55
Jejum de 24 – 48h;
56
Dieta líquida com evolução até a dieta normal;
8.2 Anemias
Astenia e cansaço;
Palidez cutânea;
Multiparidade;
Gemelaridade;
Dietas inadequadas;
Pré-eclampsia;
Glicosúria;
Infecção urinária;
Candidíase vaginal;
Abortamento;
Exercício na DG 62
A dieta deve ser fracionada e priorizar alimentos com baixo índice glicêmico;
Objetivo
65
10.1 Prematuridade
Quando o peso ao nascer é menor que 1500 g, a chance de morte no primeiro ano de
vida é 200 vezes maior que a da criança que pesar mais de 2500 g. Como seqüelas da
prematuridade são destacadas o retardo de crescimento, as disfunções auditivas e visuais, a
doença pulmonar crônica e a paralisia cerebral.
O RCIU pode ser: simétrico, assimétrico e misto (associação dos dois tipos anteriores).
O RCIU simétrico se caracteriza pelo acometimento no início da gestação e o concepto é
proporcionalmente pequeno. Já no RCIU assimétrico ocorre agressão tardia e comprometimento
da hipertrofia celular; os órgãos são pequenos, a percentagem de gordura corporal e a
circunferência abdominal são pequenas.
70
Fatores de risco para a ocorrência de RCIU
A. Maternos:
B. Placentários:
C. Fetais:
Infecções congênitas; 71
Malformações estruturais;
Anomalias cromossômicas;
Gestações múltiplas.
Multiparidade;
72
11 NUTRIÇÃO DO LACTENTE E SUA TRANSIÇÃO ALIMENTAR
Objetivo
73
As proteínas do leite materno são bem utilizadas durante o período neonatal, sendo o
colostro capaz de ativar a dipeptidases intestinais durante esse período. O leite materno possui
baixa concentração de aminoácidos aromáticos em comparação ao leite de vaca e, o aumento
da concentração dos aminoácidos aromáticos no sangue do RN com a administração do leite de
vaca, pode repercutir no desenvolvimento cognitivo da criança. A concentração protéica do leite
materno não deve ser medida pela sua concentração de nitrogênio, pois ele é rico em nitrogênio
não protéico, cujo valor nutritivo merece maiores esclarecimentos.
Sobre as vitaminas e minerais pode-se dizer que o leite materno apresenta quantidade
adequada e, portanto, não necessita de complementação nos primeiros meses. O leite materno
contém fatores que favorecem a absorção do cálcio, sendo estes não limitados apenas à
vitamina D, essas substâncias compõem a fração não-lipídica do leite: a lactose e alguns
aminoácidos.
O Ministério da Saúde lançou o programa Hospital Amigo da Criança que tem como
propósito realizar trabalho de promoção, incentivo e apoio ao aleitamento materno através de
modificações de rotinas hospitalares no pré-natal, sala de parto, alojamento conjunto, berçário e
grupos de apoio à amamentação após a alta hospitalar. Os hospitais devem seguir certas
normas para se adequarem ao projeto e receberem certificado e incentivos financeiros.
Atualmente, no Brasil, discute-se lei que possibilite que a licença maternidade passe de 4 a 6
meses com o objetivo de garantir o direito da criança e da mãe ao aleitamento materno.
Falta de ferro: o ferro do leite de vaca não é absorvido de forma tão completa 77
quanto o do leite materno;
Excesso de sal: o leite de vaca contém sal em excesso, o que pode causar
hipernatremia;
Má digestão: o leite de vaca é difícil de ser digerido, pois não contém a lipase
para digerir a gordura e a caseína forma coágulos grandes;
Após a ordenha, fazer a higiene dos mamilos, passando algumas gotas de leite
nos mamilos e deixando-os secar ao ar livre.
Cada pote deve ter a quantidade de leite necessária para uma única mamada;
O leite materno ordenhado pode ser descongelado com o contato em água morna ou
em aparelho de microondas. Recomenda-se a oferta do leite na temperatura morna, próxima à
mamada ao seio.
Freezer: 15 dias;
80
A partir dos seis meses de idade, as necessidades nutricionais da criança não são
mais atendidas pelo leite materno, embora ele ainda siga sendo o principal alimento no início da
transição alimentar. A criança já apresenta maturidade fisiológica e neurológica para receber
alimentos complementares (qualquer alimento ofertado durante o período e que não seja leite
materno).
A introdução de alimentos complementares deve ser lenta e gradual (um alimento novo
de 3 a 7 dias); é comum as crianças rejeitarem os alimentos oferecidos na primeira vez, mas são
importantes persistência e paciência. Tudo é novidade para a criança (a colher, o prato, o
alimento, o ambiente); os alimentos devem ser oferecidos pelo menos 10 vezes antes de serem
descarados definitivamente do cardápio da criança.
81
Recomendação para a alimentação de crianças com dificuldades:
Estar presente nas refeições (mesmo que ela coma sozinha) para ajudar a
criança, se necessário;
Não apressar a criança. É necessário paciência e bom humor. Ela pode comer
um pouco, brincar e comer novamente;
A partir dos 8 meses de idade, a criança pode receber os alimentos da família, desde
que não possuam temperos picantes e sejam oferecidos amassados, triturados ou picados em
partes pequenas. Os alimentos complementares vão contribuir para o fornecimento de energia,
proteínas e micronutrientes, além de preparar a criança para a formação de hábitos alimentares
futuros. No primeiro ano de idade recomenda-se 3 refeições principais e, no segundo ano de
vida, acrescentam-se mais dois lanches.
De 6-7 meses de idade, as refeições são compostas por duas papas de frutas e uma
salgada preparada com legume, cereal ou tubérculo, e carne ou vísceras. A partir do oitavo mês,
estas refeições constituem-se de duas papas salgadas e uma de frutas. A partir dos 12 meses,
acrescentar às 3 refeições mais 2 lanches com frutas ou mingau.
Aos 8 meses de idade, as papas com consistência espessa estimulam a musculatura
facial e a capacidade de mastigação, e ela já está pronta para aceitar a dieta da família. Nesta
idade, arroz, feijão, cozidos de carne ou legumes podem ser oferecido à criança, desde que
amassados ou desfiados e não preparados com temperos picantes.
82
É importante citar que a criança amamentada por mãe sem carências nutricionais não
precisa de suplementação vitamínica (exceto da vitamina K, administrada ao nascimento). O
Ministério da Saúde distribui megadoses de vitamina A em áreas de alta prevalência de
deficiência (região nordeste e Vale do Jequitinhonha). São administradas, em intervalos de 4-6
meses, cápsulas de 100.000 UI de vitamina A para crianças de 6-11 meses e 200.000 UI para
crianças de 12-59 meses.
84
Peixes e ovos, principalmente a gema, devem ser os últimos alimentos (pelo menos
após 12 meses de idade) a serem introduzidos na dieta infantil, devido à possibilidade de
sensibilização intestinal e do desenvolvimento de alergias alimentares.
Oferecer a primeira papa salgada no almoço e, aos 7-8 meses, outra no jantar.
Frutas;
Alimentos que não devem ser oferecidos a crianças menores de 1 ano de idade:
Refrigerantes;
Embutidos e enlatados;
Doces industrializados;
Mel;
Café;
Chás;
Frituras;
Não oferecer sucos como substitutos de refeições. Qualquer líquido deve ser
oferecido após as refeições.
O aleitamento materno, entre outras coisas, é responsável pelo desenvolvimento da
capacidade do autocontrole sobre a ingestão de alimentos, pelo aprendizado da saciedade após
a refeição e pela sensação de fome durante o jejum. No período de transição alimentar para a
dieta da família, há a oportunidade do desenvolvimento do autocontrole sobre a seleção dos
alimentos. Portanto, a adoção de esquemas rígidos de alimentação prejudica o adequado
desenvolvimento do autocontrole da ingestão alimentar pela criança.
A. A volta ao trabalho:
Deve-se orientar a mãe a oferecer o peito antes de sair para trabalhar e após chegar
em casa e durante a noite, respeitando a vontade da criança. A ordenha manual deve ser
realizada e orientada pelo profissional de saúde. Orientar a ordenha no local de trabalho para
evitar o ingurgitamento das mamas. Em último caso, quando não houver a possibilidade de
ordenha suficiente do leite, iniciar a alimentação complementar. No Brasil, a licença maternidade
foi estendida até 6 meses, mas a realidade do mercado informal leva a mãe precocemente ao
trabalho.
Como conduta deve ser retirada toda oferta de água e leite complementar, orientar
para o esvaziamento completo da mama, orientar a utilização de soro fisiológico nos casos de
obstrução nasal.
C. Excesso de ganho de peso:
D. Cólica do lactente: 89
Acariciar a criança e colocar música ambiente quando amamentar pode aliviar a tensão
e deixar a criança mais calma.
É reflexo de erros alimentares, na maioria das vezes. A criança que mantém baixo
peso para a estatura por longo período pode apresentar déficit de altura na idade adulta
(adaptação biológica da desnutrição).
G. Diarréia persistente:
São três ou mais evacuações líquidas ou semilíquidas por dia com duração de pelo
menos 14 dias. Crianças desnutridas, que fizeram uso prolongado de antibióticos e que estão
em aleitamento artificial são as mais acometidas.
Orienta-se dieta não restritiva, com adequado aporte energético e nutricional. Evitar a
hiperosmolaridade, usar alimentos com alta densidade energética, de bom valor protéico e com
baixo teor de lactose. Nos primeiros dias recomenda-se o uso de dieta à base de mucilagens
(farinha de milho, mandioca, arroz), sendo esta gradativamente substituída por alimentação
salgada de consistência espessa (purês de cereais, carne, legumes e frutas). Na fase de
recuperação, oferecer alimentos fontes de vitaminas e minerais, especialmente vitamina A e
precursores (frutas e hortaliças alaranjadas), vitaminas B12, folato (leite, frutas, feijão, soja) e
zinco (carnes e miúdos).
REFERÊNCIAS
BIER, D.M.; BROSNAN, J.T.; FLATT, J.P.; HANSON, R.W.; WEIRD, W.; HELLERSTEIN, M.K. et 91
al. Report of the IDECG Working Group on lower and upper limits of carbohydrate and fat
intake. European Journal of Clinical Nutrition. v.53. 177s-178s. 1999.
BRASIL. Ministério da Saúde. Dez passos para uma alimentação saudável – Guia alimentar
para crianças menores de 2 anos. Brasília, 2002.
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia Alimentar para a população brasileira. Brasília, 2004.
CHAVES NETTO, H. Obstetrícia Básica. Editora Atheneu, São Paulo, 2004. 890p.
COSTA, A.M. Desenvolvimento e implantação do PAISM no Brasil. In: GIFFIN, K.; COSTA. 92
S.H. (Org.). Questões da Saúde Reprodutiva. Rio de Janeiro. Editora Fiocruz, 1999. p.319-335.
FRANCESCHINI, S.C.C.; PRIORE, S.E.; PEQUENO, N.P.F.; SILVA, D.G.; SIGULEM, D.M.
Fatores de risco para o baixo peso ao nascer em gestante de baixa renda. Rev. Nutr. v. 16,
n.2, p.171-179. 2003.
GALVÃO, L. Saúde Sexual e Reprodutiva, Saúde da Mulher e Saúde Materna: A evolução dos
conceitos no mundo e no Brasil. In: GALVÃO, L.; DÍAZ, J (Org). Saúde Sexual e Reprodutiva
no Brasil. São Paulo, Editora Hucitec Population Council. 1999. p.165-179.
HORTA, B.L.; OLINTO, M.T.; VICTORA, C.G.; GUIMARÃES, P.R.V. Amamentação e padrões
alimentares em crianças de duas coortes de base populacional no sul do Brasil:
tendências e diferenciais. Caderno de Saúde Pública.v.12 (sup), p.43-48. 1996.
McGANITY, W.J; DAWSON, E.B; VAN HOOK, J.W. Maternal Nutrition. In: SHILS, ME; OLSON,
J.A; SHIKE, M; ROSS, A.C. (Org.). Modern Nutrition in Helath and
NRC. National Research Council. Recommended Dietary Allowances. 10th ed. Washington,
D.C. National Academy Press, 1989.
REEDS, P.J.; BURRIN, D.G.; DAVIS, T. A.; FIOROTTO, M. L.; STOLL, B.; GOUDOEVER, J. B.
Protein nutrition of the neonate. Proceedings of the Nutrition Society. v.59, p.87-97. 2000.
ROTHENBERG, S.P. Increasing the dietary intake of folate: pros and cons. Seminars in
Hematology, v.36, n.1, p.65-74. 1999.
SANTOS, L.A.; MAMEDE, F.V.; CLAPIS, M.J.; BERNARDI, J.V.B. Orientação Nutricional no
pré-natal em serviços públicos de saúde no município de Ribeirão Preto: o discurso e a
pratica assistencial. Rev. Latino-Am. Enfermagem. v. 14, n.5, p. 41-47. 2006.
SCRIMSHA,W. N. S. Nutrition and health from womb to tomb. Food and Nutrition Bulletin.
v.18 n.1, p.1-19.1997.
WHO. World Health Assembly. Infant and young child nutrition. Geneva, 2001.
WHO; PAHO. Guiding principles for complementary feeding of the breast child. Division of
Health Promotion and Protection. Food and Nutrition Program Geneva, 2003.
WHO; UNICEF; UNU; MI. Preventing iron deficiency in women and children: Technical
Consensus on key issues. International Nutrition Foundation. Boston. 1999. 94
ZLOTNIK, E.; SEGRE, C.A.M.; LIPPI, U.G. Índice de massa corpórea pré-gestacional, ganho
ponderal e peso do recém-nascido de gestantes com idade igual ou superior a 35 anos.
Einstein. v. 5, n.3, p.231-238. 2007.