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FAVENI VENDA NOVA DO IMIGRANTE

PAULA ÉRICA BEZERRA MACHADO SALVADOR

PAPEL DO FARMACÊUTICO NO COMBATE ÁS INFECÇÕES HOSPITALARES

PEDRA BRANCA-CE
2023
2

FAVENI VENDA NOVA DO IMIGRANTE

PAULA ÉRICA BEZERRA MACHADO SALVADOR

PAPEL DO FARMACÊUTICO NO COMBATE ÁS INFECÇÕES HOSPITALARES

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial
para obtenção do título especialista
em MBA EM FARMACIA CLINICA
E HOSPITALAR.

PEDRA BRANCA-CE
2023
3

PAPEL DO FARMACÊUTICO NO COMBATE ÁS INFECÇÕES HOSPITALARES

Paula Erica Bezerra Machado Salvador

Declaro que sou autora deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro


também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo
sido copiado ou extraído, sendo parcial ou integralmente, de forma ilícita de
nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao
longo do trabalhou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.

Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis,
penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o
crime plagio ou violação aos direitos autorais.

RESUMO

Dentre as atribuições da CCIH, destacam se a notificação e quantificação do


tipo de infecção, padronização de antimicrobianos e protocolos profiláticos e
terapêuticos que se adéquem ao perfil de atendimento do hospital, padronização de
soluções germicidas a serem utilizadas bem como treinamento da equipe de
limpeza, estabelecimento de formulário de prescrição de antimicrobianos com
justificativa de seu emprego e previsão de tratamento e visitas clínicas que garantam
a política de uso de antimicrobianos. Por meio do serviço de atenção farmacêutica
acompanha os usuários de antibiótico orientando-os sobre o uso correto destes
medicamentos no sentido de diminuir o desenvolvimento de resistência bacteriana e
identificar os possíveis efeitos indesejados relacionados ao uso desses produtos
deve oferecer treinamento aos seus auxiliares para que atuem de forma consciente
e ética, e os auxiliem na promoção do uso racional de antimicrobianos. Com o
surgimento dos antimicrobianos acreditava-se ter chegado ao fim das infecções,
especialmente as hospitalares, entretanto, com o uso indiscriminado dos
4

antimicrobianos os organismos passaram a desenvolver resistência as medicações


os que agravou as infecções hospitalares, uma vez que o ambiente hospitalar é rico
em microrganismos patógenos resistente aos antimicrobianos e, na maioria dos
casos de internação, o paciente apresenta-se suscetível as infecções.

PALAVRAS CHAVES: Farmácia. Clinica. Hospitalar.


5

1 INTRODUÇÃO

As Infecções Hospitalares (IH) são aquelas adquiridas após a admissão do


paciente no hospital e cujas manifestações podem ter ocorrido durante a internação
ou após a alta, podendo ter relação com a hospitalização e ou com procedimentos
hospitalares. [1]. No Brasil as IH são atingem cerca de 14% dos pacientes internados.
[4].

São vários os fatores que contribuem para o aparecimento das IHs. A


gravidade em que o paciente se encontra, bem como o aumento do tempo de
internação, por exemplo, são fatores determinantes, visto que o ambiente hospitalar
há diversos indivíduos internados, com vários tipos de patógenos, tendo, muitas
vezes, precariedade na higienização, oportunizando transmissão e propagação de
doenças. [2]. As IHs são, na maioria das vezes, possíveis de serem controladas ou
prevenidas, já que são relacionadas a diversos fatores, como o pessoal, o ambiental,
o profissional e a gestor. [3].

A propagação de microrganismos, em alguns casos resistentes, pode


favorecer o aumento de infecções e colonização dos pacientes. Esta propagação
ocorre como consequência de importantes fatores, tais como o uso excessivo,
indiscriminado e de forma inadequada de antibióticos e a baixa conformidade da
equipe assistencial com as recomendações de controle de infecção. [1,2,3]

De acordo com Espíndola (2015), a incidência de IH é motivo de preocupação


para profissionais de saúde e administradores de unidades hospitalares e, pode ser
definido como um problema de saúde pública, devendo assim, ser debatido com
frequência. [3]. A IH institui um dos principais problemas para avaliar a qualidade da
assistência hospitalar em vista de sua influência, mortalidade significativa e aumento
do tempo de permanência no hospital, o que provoca aumento de custos
hospitalares, além de gerar danos a qualidade de vida do paciente. [1,3].

A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) tem como função


organizar, planejar, avaliar e executar o programa de controle de infecção hospitalar
apropriado às necessidades da instituição. [3,4]. As CCIHs têm um papel de grande
importância dentro dos Hospitais, apesar de ainda ser pouco conhecido, divulgado
6

ou até mesmo respeitado por muitos profissionais de saúde. [1]. As atividades de uma
comissão de controle de infecção hospitalar são múltiplas e de naturezas diversas.
Todas as atividades têm como principal objetivo a redução nas taxas de infecção e
na morbidade e mortalidades. [4].

As CCIHs são compostas por diversos profissionais de saúde que atuam no


contexto hospitalar, como os profissionais da enfermagem, os médicos, os
administradores do hospital, os assistentes sociais e os farmacêuticos, por exemplo.
Este último, por exemplo, é o profissional capacitado para avaliar as prescrições,
propor o Uso Racional de Medicamentos (URM) e praticar a Atenção Farmacêutica
(AF), oferecendo informação e orientação sobre a utilização dos mesmos. [1,3,4].

Uma vez que as infecções hospitalares são geradoras de prejuízos ao Estado


e ao paciente, levando em consideração a importância do farmacêutico na CCIH, o
presente estudo faz-se necessário para aprofundamento dos conhecimentos sobre a
temática abordada, a fim de explorar o máximo possível as ações do profissional no
processo de prevenção e controle das infecções hospitalares.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral.

Avaliar bibliograficamente a atuação do farmacêutico na prevenção e controle


das infecções hospitalares.

2.2 Objetivos específicos.

Destacar a importância do farmacêutico como membro das Comissões de


Controle de Infecções Hospitalares (CCIH).
7

Evidenciar a importância da prevenção e do controle adequado as infecções


hospitalares para a garantia de qualidade de vida do paciente.

3 METODOLOGIA

Para a elaboração do presente trabalho foi escolhida como metodologia, o


tipo revisão de literatura bibliográfica. De acordo com Fonseca (2002), “a
metodologia inclui as concepções teóricas de abordagem, o conjunto de técnicas
que possibilitam a construção da realidade e o potencial criativo do investigador”. A
metodologia bibliográfica é aquela que utiliza fontes constituídas por material já
elaborado, constituído basicamente por livros e artigos científicos localizados em
bibliotecas. [5]

Para construção desde artigo foram feitas diversas buscas em diversos


bancos de dados. No primeiro momento foram buscados artigos que trouxessem
definições acerca dos temas estudados, onde foram utilizados os seguintes
descritores: Infecção Hospitalar e Farmácia Hospitalar. No SciELO não foram
encontrados artigos, a partir daí, deu-se a busca no Google Scholar. Para os
descritores foram utilizadas combinações diferentes nas pesquisas. Como resultado
da pesquisa, foram selecionados cinco documentos [1,2,3,4, 6].

Os critérios utilizados na seleção dos artigos resultantes da pesquisa


científica incluíram: artigos publicados preferencialmente nos últimos 10 anos, cujo
conteúdo alinhasse-se com a proposta da pesquisa

Foram excluídos aqueles artigos publicados nos últimos dez anos cujo
conteúdo fugisse da temática proposta, ou não acrescentasse nada a esta escrita.
Além disso, exclui-se os artigos publicados a mais de 10 anos cujo conteúdo não
representa mais uma verdade maior acerca dos temas, ou cujo conteúdo já foi
atualizado por artigos mais recentes.
8

4 REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 Infecções Hospitalares (IH).

A infecção hospitalar (IH) representa uma condição grave que influencia na


morbimortalidade dos pacientes que permanecem internados. [8]. De acordo com o
Ministério da Saúde (MS) a IH é a aquela adquirida após admissão do paciente e
que se manifesta durante a hospitalização ou após a alta, quando puder ser
relacionada à internação ou a procedimentos hospitalares. Classifica-se, ainda,
como IH aquelas apresentadas antes de 72 horas da internação, quando associadas
a procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticos, realizados durante este período. [7].

A infecção hospitalar pode ocorrer por diversos fatores, dentre eles estão o
tipo e gravidade da doença que o paciente se encontra, o processo de higienização
do hospital e esterilização dos materiais, principalmente de medicamentos
endovenosos e alimentações parenterais. Devido a isso, hospitais que apresentam
ambientes como a sala limpa que existe controle de pressão, temperatura e alto
nível de esterilização nos processos, para realização da diluição e preparo de
medicamentos endovenosos apresentam níveis claramente mais baixos de
infecções do que os que não possuem este ambiente. [6].

No Brasil, estima-se que o custo de tratamento dos pacientes com IH é três


vezes maior que o dos sem infecção. Mesmo o país estando com a legislação
vigente, os índices de IH permanecem elevados (15,5%). Além disso, a realidade
das instituições de saúde pública de possuem a maior taxa de prevalência de IH no
país 18,4%. [4,6].

Segundo o Ministério da Saúde, as infecções Hospitalares constituem risco


significativo à saúde dos usuários dos hospitais, e sua prevenção e controle
envolvem medidas de qualificação de assistência hospitalar, da vigilância sanitária e
outras, tomadas no âmbito do Estado, do Município e de cada hospital, atinentes a
seu funcionamento. [7].
9

Segundo Espindola (2015) na prática hospitalar, as IH tornaram-se um grande


problema de saúde devido aos avanços tecnológicos relacionados e terapêuticos, e
o surgimento de microrganismos multirresistentes aos antibióticos usados
rotineiramente. [3].

Ainda de acordo com o autor, os pacientes críticos internados em Unidade de


Terapia Intensiva (UTI) são mais vulneráveis à IH comparando-se com as demais
unidades. [3]. É enfatizado que no setor de TI os pacientes têm de cinco a dez vezes
mais indícios de contrair uma IH e que estas podem constituir cerca de 20% do total
de infecções de um hospital. [3,6,8]. O risco de infecção é diretamente proporcional à
gravidade da doença, condições nutricionais, à natureza dos procedimentos
diagnósticos e/ou terapêuticos, assim como, ao tempo de internação, dentre outros.
Isso justifica um parâmetro de controle de qualidade do serviço prestado por um
hospital. [8].

4.2 Farmácia Hospitalar

De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF) a farmácia hospitalar


é a unidade clínico-assistencial, técnica e administrativa, onde se processam as
atividades relacionadas à assistência farmacêutica, dirigida exclusivamente por
Farmacêutico, compondo a estrutura organizacional do hospital e integrada
funcionalmente com as demais unidades administrativas e de assistência ao
paciente. [9].

O órgão estabelece como objetivos da farmácia hospitalar:

1. Participar ativamente da seleção de medicamentos necessários ao perfil


assistencial do hospital realizada pela Comissão de Farmácia e Terapêutica;
2. Efetuar o planejamento, aquisição, armazenamento, distribuição e
controle dos medicamentos e produtos para saúde; 3. Implementar ações
que contribuam para o uso seguro e racional de medicamentos; 4.
Estabelecer um sistema eficaz, eficiente e seguro de distribuição de
medicamentos e produtos para saúde; 5. Desenvolver e/o manipular
formulas magistrais e/ou oficinais de produtos não estéreis, destinados a
atender necessidades específicas dos pacientes; 6. Implantar sistema de
farmacovigilância para identificação e prevenção de reações adversas aos
medicamentos; 7. Atuar na Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
subsidiando as decisões políticas e técnicas relacionadas, em especial, à
10

seleção, à aquisição, ao controle de antimicrobianos, germicidas e


saneantes; 8. Participar da Comissão de Terapia Nutricional, atuando em
visitas de avaliação nutricional e prestando informações relacionadas a
compatibilidades, a estabilidade e ao custo das formulações; [4]

4.3 Comissão de Controle de infecção Hospitalar (CCIH).

As Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIHs) foram instituídas


por lei a partir de 1998 com a Portaria nº 2.616 do Ministério da Saúde, juntamente
com a criação do Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH) que
consiste em um conjunto de ações desenvolvidas com vistas a reduzir ao máximo
possível a incidência e a gravidade das infecções hospitalares. [7]

A CCIH é composta por profissionais da área de saúde, de nível superior,


formalmente designados e nomeados pela Direção do hospital. Os componentes da
CCIH agrupam-se em dois tipos: membros consultores e membros executores. O
presidente da CCIH poderá ser qualquer um de seus membros, indicado pela
direção. [10].

Os membros consultores deverão incluir representantes dos seguintes


serviços: médico, enfermagem, farmácia, laboratório de microbiologia e
administração. Em instituições com número igual ou menor que 70 leitos, a
CCIH pode ser composta apenas por 01 (um) médico e 01 (um) enfermeiro.
Os membros executores representam o Serviço de Controle de Infecção
Hospitalar (SCIH) e são eles os responsáveis diretos pela execução das
ações do PCIH. É recomendável que pelo menos 01 (um) membro executor
seja um profissional de enfermagem. [10].

Segundo o Instituto Nacional De Infectologia Evandro Chagas (INI) a CCIH


tem, entre outras, as seguintes atribuições:

1. Elaborar, implementar e monitorar o Programa de Controle de


Infecção Hospitalar; 2. Implantar um Sistema de Vigilância
Epidemiológica para monitoramento das infecções relacionadas à
assistência à saúde; 3. Implementar e supervisionar normas e rotinas,
visando a prevenção e o controle das infecções relacionadas à
assistência à saúde; 4. Promover treinamentos e capacitações do
quadro de profissionais da instituição, no que diz respeito à prevenção e
controle das infecções relacionadas à assistência à saúde, através de
Educação Continuada; 5. Participar, em cooperação com a Comissão de
Farmácia e Terapêutica, da elaboração de políticas de utilização de
11

antimicrobianos, saneantes e materiais médico-hospitalares,


contribuindo para o uso reacional destes insumos; 6. Realizar
investigação epidemiológica de surtos e implantar medidas imediatas de
controle e contenção; 7. Elaborar, implementar e supervisionar normas e
rotinas objetivando evitar a disseminação de germes hospitalares, por
meio de medidas de isolamento e contenção; 8. Elaborar, implementar,
divulgar e monitorar normas e rotinas visando a prevenção e o
tratamento adequado das infecções hospitalares; 9. Elaborar e divulgar,
periodicamente, relatórios dirigidos à autoridade máxima da instituição e
às chefias dos serviços, contendo informações sobre a situação das
infecções relacionadas à assistência à saúde na instituição. [10].

Dentre as atribuições da CCIH, destacam-se a notificação e quantificação do


tipo de infecção, padronização de antimicrobianos e protocolos profiláticos e
terapêuticos que se adéquem ao perfil de atendimento do hospital, padronização de
soluções germicidas a serem utilizadas bem como treinamento da equipe de
limpeza, estabelecimento de formulário de prescrição de antimicrobianos com
justificativa de seu emprego e previsão de tratamento e visitas clínicas que garantam
a política de uso de antimicrobianos. [4].

As principais vias de transmissão da IH são: contato direto com as mãos,


procedimentos invasivos ou curativos, contato com soluções ou sangue infectados.
Sabendo disso a CCIH, cria medidas, principalmente, de higienização para
ambientes, equipamentos e profissionais de saúde que estão presentes na unidade
hospitalar, além disso a escolha de germicidas tem um grande impacto para
prevenção dessas ocorrências [6].

Quando se fala do Uso Racional de antimicrobianos, faz-se necessária a


adoção de diversas estratégias para reduzir a emergência de cepas bacterianas
multirresistentes. [4,6]. Essas estratégias perpassam essencialmente o trabalho
multidisciplinar e educativo, neles estando inserido o farmacêutico. [4].

4.4 O farmacêutico no controle das Infecções Hospitalares.

O farmacêutico é quem assegura as ações de controle de infecções


hospitalares em todos os seus estágios: planejamento operacional e educativo. [3] De
12

acordo com Espindola, o farmacêutico tem, entre outras, as seguintes atribuições


frente ao controle das infecções hospitalares:

Atuar nas reuniões da CCIH, fazer protocolos de meios terapêuticos com


antimicrobianos e revisar a padronização desses; Informar sobre a política
de uso racional de ATM, as interações, incompatibilidades físico-químicas e
interferência laboratorial de medicamentos, principalmente dos ATM; Instituir
permuta entre CCIH, Comissão Farmacoterapêutica e Comissão de
Padronização de Material Médico Hospitalar; Organizar rotinas para
dispensação de antimicrobianos e relatórios periódicos sobre o consumo, a
frequência de uso de ATM e o custo; Integrar no programa de monitorização
terapêutica de ATM e na pesquisa de casos suspeitos de contaminação de
medicamentos por soluções parenterais e outros; Trabalhar em parceria
com o laboratório de microbiologia; Incentivar o uso de embalagens em
dose única para produtos estéreis; Implantar políticas internas de
procedimentos e programas, na farmácia, para prevenir a contaminação de
medicamentos produzidos e dispensados; Atuar como membro da
padronização dos germicidas e saneantes; e divulgar relatórios sobre
produtos lançados; Recomendar os critérios para aquisição de
antissépticos, desinfetantes, esterilizantes, medicamentos e produtos para a
saúde; Inspecionar a manipulação dos antissépticos, desinfetantes e
esterilizantes, dando informações e orientações sobre os produtos para os
setores que os utilizam; Fazer parte da elaboração e desenvolver projetos
de pesquisa em CIH, de investigação epidemiológica dos surtos ou suspeita
desses; Integrar nos programas de farmacoepidemiologia, relacionados a
estudos de utilização de medicamentos e farmacovigilância. [3]

Os farmacêuticos hospitalares podem ainda, por sua vez, colaborar com a


fiscalização e treinamento do quadro de funcionários dos hospitais, quanto à
implantação de medidas de higienização pessoal, de roupas e materiais, e da
própria estrutura do hospital. [3].

Segundo Rosa e Pinedo (2017) o farmacêutico hospitalar deve participar


ativamente da seleção dos antimicrobianos e dos agentes antissépticos,
desinfetantes e esterilizantes a serem padronizados no hospital, em conjunto com a
Comissão de Farmácia e terapêutica da instituição. [1].

Os autores destacam ainda que para a seleção de medicamentos, devem-se


incluir medicamentos de comprovada eficácia, realizar a seleção de antimicrobianos
juntamente com a CCIH, verificando o perfil microbiano de forma que atenda as
necessidades do hospital e controlar os novos antibióticos para tratamentos de
micro-organismos multirresistentes. [1].
13

O farmacêutico no controle de infecção hospitalar deve, entre outras ações,


contribuir na monitorização dos níveis de sensibilidade, prevalência de
microrganismos e nas investigações de surtos, participar na elaboração de normas e
rotinas de limpeza, desinfecção, esterilização e antissepsia; participar dos estudos
de utilização de antimicrobianos, priorizando os de uso restrito, monitorizar as ações
de controle de vetores e da qualidade da água e participar de cursos e treinamentos,
transmitindo conhecimentos relativos à sua área de atuação. [1,4].

A maioria dos pacientes em uma unidade hospitalar, fez uso ou tratamento de


algum tipo de antimicrobiano em seu internamento no hospital, sendo de forma
profilática ou terapêutica. [6]. Observando as funções e atribuições inerentes ao
farmacêutico expostas acima, a que mais merece destaque, no cenário das
infecções hospitalares, é a promoção do uso racional de antimicrobianos.

Segundo Sampaio (2022) a promoção do uso racional de antimicrobianos tem


como objetivo focar na qualidade e eficácia do tratamento, reduzindo a resistência
bacteriana com os seguintes aspectos: medicamento certo, na dose certa, no horário
correto, via de administração ideal e o tempo de tratamento indicado, sendo este o
grande desafio do farmacêutico em uma unidade hospitalar. [6].

O farmacêutico pode atuar através de participação ativa nas visitas clínicas da


instituição, levando informações e conhecimento, de modo a garantir um tratamento
de acordo com o espectro dos fármacos, informações sobre a farmacocinética,
farmacodinâmica, posologia, diluição, compatibilidade, entre outros. [1, 6].

O farmacêutico, por meio do serviço de atenção farmacêutica acompanha os


usuários de antibiótico orientando-os sobre o uso correto destes medicamentos no
sentido de diminuir o desenvolvimento de resistência bacteriana e identificar os
possíveis efeitos indesejados relacionados ao uso desses produtos deve oferecer
treinamento aos seus auxiliares para que atuem de forma consciente e ética, e os
auxiliem na promoção do uso racional de antimicrobianos. [1,6,11].
14

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A atuação do farmacêutico no processo de prevenção e controle das IH


abrange um leque de técnicas e estratégias. Uma vez que se sabe quais são as
principais formas de infecção, pode-se elaborar um conjunto de ações que visem
reduzir a incidência. Cabe ao farmacêutico, por exemplo, acompanhar e fiscalizar o
processo de administração dos medicamentos, garantindo que o processo utilize
como parâmetro os padrões assépticos, como por exemplo: não utilizar os dedos
como anteparo para realizar os procedimentos e o cuidado no momento da
manipulação da seringa, principalmente no encapamento e abertura.

As infecções hospitalares são um problema de saúde incidente por todo o


mundo. Com o surgimento dos antimicrobianos acreditava-se ter chegado ao fim das
infecções, especialmente as hospitalares, entretanto, com o uso indiscriminado dos
antimicrobianos os organismos passaram a desenvolver resistência as medicações
os que agravou as infecções hospitalares, uma vez que o ambiente hospitalar é rico
em microrganismos patógenos resistente aos antimicrobianos e, na maioria dos
casos de internação, o paciente apresenta-se suscetível as infecções.

Uma atribuição de grande relevância para o farmacêutico nesse contexto, é a


promoção do uso racional de antimicrobianos, com o objetivo de levar ao paciente o
uso correto da medicação, prevenindo efeitos indesejáveis, terapias sem sucesso,
prejuízo na qualidade de vida do paciente e consequentemente prevenindo o
aumento da resistência microbiana.

Em suma, faz-se evidente a importância do farmacêutico no contexto


hospitalar, uma vez que o profissional é fundamento na garantia do sucesso
terapêutico, na prevenção de problemas relacionados aos medicamentos e na
prevenção e tratamento das infecções hospitalares.
15

REFERÊNCIAS

1. ROSA, LS; PINEDO, FJR. A importância do farmacêutico dentro de um


Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH). Ano de 2017. Disponível
em: https://www.senaaires.com.br/wp-content/uploads/2017/05/A-IMPORT
%C3%82NCIA-DO-FARMAC%C3%8AUTICO-DENTRO-DE-UM-PROGRAMA-
DE-CONTROLE-DE-INFEC%C3%87%C3%83O-HOSPITALAR-PCIH.pdf
Acesso em 12 de dezembro de 2022.

2. PEREIRA, ES; JESUS, GAC; SOUZA, LDB; CARNEIRO, VMS. A importância do


farmacêutico no controle da infecção hospitalar: revisão integrativa. Research,
Society and Development. Vol. 11. Ano de 2022. Disponível em:
https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/download/37616/31301/413428
Acesso em 12 de dezembro de 2022.

3. ESPINDOLA, MDA. Papel do farmacêutico no controle da Infecção Hospitalar.


Monografia (pós-graduação). Instituto Nacional de Ensino Superior e
Pesquisa. Centro de Capacitação Educacional. Recife, PE. Ano de 2015.
Disponível em: https://www.ccecursos.com.br/img/resumos/papel-do-farmac-
utico-no-controle-da-infec--o-hospitalar.pdf Acesso em 12 de dezembro de 2022.

4. BRASIL. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Farmácia e Controle das


Infecções Hospitalares. Encarte Farmácia Hospitalar. Revista Pharmacia
Brasileira, nº 80. Ano de 2011. Disponível em:
https://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/130/encarte_farmacia_hospitalar
.pdf Acesso em 12 de dezembro de 2022.

5. FONSECA, João José Saraiva. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza:


UEC, 2002.

6. SAMPAIO, N; MAIA, L. Atuação do farmacêutico no controle da infecção


hospitalar. Revista Textura. Universidade Salvador (UNIFACS). Salvador, BA.
Ano de 2022. Disponível em:
https://textura.famam.com.br/textura/article/download/470/343/ Acesso em 13 de
dezembro de 2022.

7. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 2616, de 12 de maio de 1998.

8. CANDIDO, RBR; SOUZA, WA; PODESTA, MHMC; ROCHA, JR; SIQUEIRA,


VMS; SOUZA, WC; PEREIRA, CAS; FERREIRA, EB. Avaliação das infecções
hospitalares em pacientes críticos em um Centro de Terapia Intensiva. Revista
da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, MG. Ano de 2010.
Disponível em : http://dx.doi.org/10.5892/ruvrv.2012.102.148163 Acesso em 13
de dezembro de 2022.

9. BRASIL. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 568, de 6 de


dezembro de 2012.
16

10. BRASIL. INSTITUTO NACIONAL DE INFECTOLOGIA EVANDRO CHAGAS.


Fundação Oswaldo Cruz. Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).
Disponível em: https://www.ini.fiocruz.br/ccih Acesso em 13 de dezembro de
2022.

11. OLIVEIRA, KR; MUNARETTO, P. Uso racional de antibióticos: responsabilidade


de prescritores, usuários e dispensadores. Revista Contexto & Saúde. Editora
Unijuí. Vol. 9. Ano de 2013. Disponível em: https://doi.org/10.21527/2176-
7114.2010.18.43-51 Acesso em 14 de dezembro de 2022.

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