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GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - UESPI


COORDENAÇÃO DO CURSO DE JORNALISMO
DISCIPLINA: ÉTICA E LEGISLAÇÃO JORNALÍSTICA
ALUNO: LUCAS RUTHÊNIO FARIAS MACHADO

O caso Cuca: uma reflexão sobre credibilidade e ética no jornalismo:

Em qualquer ramo ou atividade em que as pessoas se envolvam, existem


requisitos éticos que devem ser respeitados, marcados por um conjunto de regras
destinadas a demarcar os limites da profissão. No jornalismo isso não é diferente,
pois os jornais têm um enorme poder de mudar e moldar a opinião da sociedade. Ao
mesmo tempo, valores morais devem ser seguidos para que os envolvidos não
sejam prejudicados.

Sem ética, o jornalismo se tornaria um mundo sem regras, informações


quebradas, confusas, divisivas e manipuladas. Portanto, a importância da ética
jornalística é óbvia. O Código Brasileiro de Ética para Jornalistas foi criado em 1949
como base para todos os profissionais da área. O documento visa auxiliar os
jornalistas e estabelecer diretrizes para sua proteção.

Para que o jornalismo seja responsável e consistente com sua mensagem,


ele deve abordar a verdade em seu texto com informações precisas e confiáveis ​e
pontos de vista expressos honestamente. A credibilidade do jornal está nesses
detalhes.

No entanto, essa credibilidade mudou ao longo do tempo e agora está em


um momento conhecido como crise. Nesse sentido, é preciso buscar a adequação
quanto às barreiras criadas pela implantação e utilização de recursos técnicos que
antes não existiam ou que tinham acesso limitado a minorias. Este estado de crise
de credibilidade jornalística pode estar ligado à qualidade incerta do trabalho
realizado por muitos profissionais e a um fator novo: o aumento do acesso de
diferentes públicos a diferentes plataformas e dispositivos de informação e
comunicação. Hoje, o indivíduo não se limita mais a um espectador do processo
comunicativo, que antes era o palco onde os fluxos de informação seguiam uma
sequência estritamente vertical. Hoje, os ex-receptores da informação podem atuar
como defensores da informação, pois pode-se imaginar um processo horizontal de
troca de informações.

O discurso de liberdade de expressão é amplamente utilizado na mídia, mas


é um direito frequentemente utilizado sem padrões ou responsabilidade. O último
caso que ganhou repercussão e reacendeu os limites entre o exercício livre do
jornalismo e da liberdade de expressão foi o recente retorno do caso Cuca aos
principais meios de mídia do país após sua contratação pelo Corinthians, no caso
em questão, não houve apuração correta dos fatos antes da divulgação das
informações.

A história: uma garota foi ao hotel dos jogadores porque queria uma
camiseta do clube. A investigação aponta que eles a levaram para o quarto e
abusaram dela, os atletas chegaram a ficar um mês presos no país – até retornarem
ao Brasil. Dois anos depois, Cuca (Alexi Stival), Eduardo Hamester e Henrique
Etges foram condenados na Suíça a 15 meses de prisão por atentado ao pudor com
uso de violência.

Mas só após a sua chegada ao clube paulista, o caso teve a atenção devida,
apesar da primeira matéria sobre o caso ainda em 1987 publicada pela revista
Placar já falar que Cuca fora reconhecido pela vítima. Mesmo com toda
repercussão que o caso teve nos últimos dias, tivemos jornalistas e comunicadores
de grande relevância colando sua credibilidade em risco ao alegarem a inocência de
Alexi (Cuca).

O caso de maior repercussão foi da jornalista Marília Ruiz que escreveu um


texto para sua coluna no UOL afirmando ter lido os laudos do processo e que Cuca
nunca foi reconhecido pela vítima, mas esses laudos nunca foram liberados pela
justiça suíça, Marília colocou assim em cheque sua credibilidade, agindo de forma
antiética. Um dos principais códigos de ética foi quebrado pela colunista, o que
afirma que a produção e a divulgação da informação devem se pautar pela
veracidade dos fatos, o artigo sete também foi quebrado: ele diz: que o jornalista
deve submeter-se a diretrizes contrárias à precisa apuração dos acontecimentos e à
correta divulgação da informação.

A ética jornalística para os profissionais da área de comunicação é de suma


importância. É possível ver na prática como a falta de responsabilidade social, os
impasses éticos e a falta de empatia podem prejudicar a repercussão de um caso,
podendo causar até mesmo uma fatalidade. O caso Cuca foi mais uma prova da
falta de ética presente no jornalismo brasileiro. A busca gananciosa pela audiência e
pela fama parece superar qualquer código ou regra ética.

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