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RECURSOS CPCAR 2022 – LÍNGUA PORTUGUESA

QUESTÃO
PARECER
VERSÃO VERSÃO VERSÃO DECISÃO DEFINITIVA
FINAL
A B C
MANTER O GABARITO:
A argumentação em favor da alternativa A como correta não procede. A ênfase no
pronome possessivo em 1ª pessoa não configura paradoxo em relação do tema do
texto. Ao contrário, o pronome é empregado para reforçar a coisificação do eu
existencial, na qual está apresentada uma sociedade que não pode ou não
consegue vencer as imposições consumistas. Os pronomes possessivos “meu”,
“minha”, relacionados a substantivos como “terno”, “gravata”, “relógio”, entre
outros, mostram a naturalidade com que se aceita a anulação do eu, formando
33 17 01 IMPROCEDENTE
uma amálgama coisificada, como se o eu se fundisse aos objetos. A alternativa C
é a correta, devido à lucidez do eu lírico que emerge no poema, uma voz de
resistência. Ao mesmo tempo em que revela a coisificação do homem, o poema
apresenta um “eu” consciente do seu desajustamento às imposições da
sociedade. O eu lírico tenta resistir à coisificação à medida que a sente invadindo,
“etiquetando” o seu nível externo. Esse eu lírico, embora aparentemente siga o
rebanho de modo conformado, na verdade tem consciência do problema do
consumismo.
MANTER O GABARITO:
Para desenvolver o raciocínio requerido na questão, o candidato deve observar
que o texto foi dividido, apenas com finalidade didática, em 4 partes. O enunciado
da questão assinala que “os limites entre essas partes são ‘as reticências entre
parênteses (...)’”. O candidato defende a possibilidade de dúvida quanto à
localização dessas 4 partes em que o texto foi dividido, justificando seu pleito com
os seguintes argumentos: presença de reticências no 3º verso do poema; ausência
34 18 02 IMPROCEDENTE
de reticências ao final da última parte do texto. Quanto ao primeiro argumento, as
reticências no 3º verso são parte integrante da pontuação original do poema, e não
se encontram entre parênteses; relendo o enunciado, o candidato eliminaria a
dúvida. Quanto ao segundo argumento, a ausência de marcação ao final da quarta
parte do poema justifica-se exatamente pelo fato de essa parte ser a última, e
terminar com o ponto final que demarca o fim do texto. Logo, como não há outra
parte após essa, não há necessidade de sinalização.

MANTER O GABARITO:
A afirmativa I é incorreta, pois, apesar de o advérbio “agora” indicar passagem de
tempo, o contexto delimitado no enunciado (versos 38 a 51) não revela revolta do
eu lírico quanto à sua situação. Ao contrário, demonstra aceitação da condição,
36 20 04 IMPROCEDENTE como no trecho “tiro glória / De minha anulação”. A afirmativa II está correta, pois o
substantivo “etiqueta” funciona, no contexto, como uma metonímia dos produtos
consumidos pelo eu, consumo esse imposto pelos padrões da moda e do
mercado. A afirmativa III está correta ao apontar a associação entre os termos
“etiqueta” e “global” ao poder de massificação da moda, a qual, ao incentivar o
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consumo, busca a padronização em detrimento das diferenças individuais. A
afirmativa IV é correta ao assinalar o significado dos 3 versos finais do trecho
como a transformação do corpo em um veículo de propaganda; note-se o que os
versos afirmam: “/.../ o corpo que desiste de ser veste de uma essência”, ou seja, o
indivíduo perde sua essência, sua alma, para render-se ao aspecto material do
consumismo.

MANTER O GABARITO:
A alternativa A está correta, pois o neologismo “coisamente” enfatiza o processo
de transformação do indivíduo em coisa; o advérbio criado e apresentado como
última palavra do poema sintetiza o modo de transformação do indivíduo que foi
sendo demonstrado ao longo do poema. A alternativa B está correta, já que a
conjunção “e” foi empregada de modo repetitivo para unir termos que representam
objetos consumidos pelo eu lírico; assim, o polissíndeto reforça o desejo de
37 21 05 IMPROCEDENTE acúmulo de bens. Na alternativa C, é correto o que se afirma em relação à
expressão adverbial “até hoje”: trata-se da constatação de que até o momento
presente da fala do eu lírico ele não fumou; sobre o futuro, entretanto, não se pode
afirmar se fumará ou não, ou seja, o que existe é apenas uma possibilidade. A
alternativa D está incorreta ao afirmar que, nos versos citados, o número de
sílabas poéticas é irrelevante. Trata-se de versos decassílabos, métrica
empregada em vários trechos do poema, o que revela a preocupação do autor
com a construção formal do texto.

MANTER O GABARITO:
A alternativa A está incorreta, pois a causa do endividamento dos cidadãos,
segundo o texto, é “essa onda consumista” (l. 17). A alternativa B está incorreta
porque “consumismo” não é o ato de consumir apenas produtos necessários; ao
contrário, refere-se a consumo em excesso. A alternativa C está correta, como se
lê na tese apresentada pelo autor no 1º parágrafo do texto: “A grande questão, na
38 22 06 IMPROCEDENTE verdade, é que temos assistido à consolidação de uma sociedade consumista” (l. 2
a 4). Para desenvolver a tese, o autor deixa claro que o consumo é um hábito
natural e necessário ao ser humano, mas torna-se inadequado quando praticado
de modo excessivo, perdulário. A alternativa D encontra-se incorreta, pois a
referência do trecho dado encontra-se no 4º parágrafo do texto; o termo “disso”
retoma a ideia de um “consumo desenfreado” (l. 24) e do excesso de resíduos
produzidos por esse grande consumo (l. 27 e 28).
MANTER O GABARITO:
O candidato argumenta corretamente que, na reescrita do trecho dado na
alternativa A, o verbo “presenciar” substitui com adequação o sentido do verbo
39 23 07 IMPROCEDENTE “assistir”. Ocorre, no entanto, que o enunciado da questão solicita que a reescrita
atenda à norma padrão da língua. Sob esse aspecto, a alternativa está incorreta
quanto à regência empregada na proposta de reescrita: “presenciado à”. Não
ocorre crase nesse contexto, pois o verbo “presenciar” é transitivo direto.

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MANTER O GABARITO:
A questão aborda as diversas possibilidades de construção sintática oferecidas
pela norma gramatical da Língua Portuguesa para a expressão de vozes verbais.
Em 3 das alternativas, ambas as proposições apresentadas atendem às regras
gramaticais. Alternativa A: a sociedade tem sido rotulada / rotula-se a sociedade.
Alternativa B: as pessoas adquirem produtos / adquirem-se produtos. Alternativa
C: é preciso acompanhar todas as tendências / todas as tendências têm de ser
40 24 08 IMPROCEDENTE acompanhadas. A alternativa D propõe a reescrita do trecho “alguns dos sintomas
já são sentidos” para “já se sente alguns dos sintomas”; o erro consiste na falta de
concordância do verbo “sentir” ao se transformar a voz passiva analítica em
passiva sintética, já que o sujeito “sintomas” levaria o verbo para o plural. Assim, a
forma correta seria “já se sentem alguns dos sintomas”.

MANTER O GABARITO:
A única alternativa em que não se expressa posicionamento do autor é a letra A,
que apresenta uma sentença meramente informativa sobre a sociedade moderna,
constatando um fato. Na sentença, não há adjetivação ou emprego de outros
recursos de linguagem que denotem posicionamento autoral. Nas demais
41 25 09 IMPROCEDENTE alternativas, há o emprego de termos/expressões que denotam avaliação crítica do
autor sobre os fatos. Na alternativa B: “graves” consequências. Na C: consumo
“desenfreado”. Na alternativa D: “gravemente” doente. Note-se que o emprego dos
adjetivos (graves e desenfreado) e do advérbio (gravemente) deixam claro o
posicionamento do autor, que, nesses trechos, não se limita a informar, mas
também emite um posicionamento sobre o assunto.

MANTER O GABARITO:
O argumento em favor da alternativa D não procede, pois a substituição de “como”
por “conforme”, neste contexto, não configura uma construção usual em Língua
42 26 10 IMPROCEDENTE Portuguesa. A expressão “como, por exemplo” traz uma conotação de
esclarecimento sobre a afirmação anterior, contexto em que não se usa a
conjunção conformativa.

MANTER O GABARITO:
A alternativa C está correta, pois o emprego da 1ª pessoa do plural facilita a
aproximação entre Nuccio Ordine e o público a que se dirige, pondo-se como mais
uma pessoa desse público, valorizando a cumplicidade e a intenção persuasiva do
autor. O argumento em favor da alternativa A não se sustenta, pois as
43 27 11 IMPROCEDENTE interrogações citadas atendem a propósitos diferentes; a primeira interrogação (l 3
e 4) é a citação de uma pergunta que o entrevistado propõe a seus alunos na
universidade, enquanto as outras duas perguntas citadas (l 21 e 22; 28 e 29) são
questões retóricas, ou seja, propostas e imediatamente respondidas pelo próprio
proponente, com o objetivo de conduzir o leitor à resposta desejada.

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MANTER O GABARITO:
A alternativa A está correta ao abordar a construção de sentido do título do texto
como paradoxo, figura de linguagem que aproxima opostos cuja convivência fere a
lógica. Assim, ao afirmar que existe uma “inutilidade” naquilo que é definido como
“inútil” fica estabelecido um raciocínio ilógico, cujo sentido só poderá ser
44 28 12 IMPROCEDENTE compreendido quando da leitura global do texto, que proporá a transformação do
que é considerado socialmente como inútil em algo útil.

MANTER O GABARITO:
O questionamento sobre a segunda afirmativa não procede, pois ela está de
acordo com o que se afirma no texto III ao demonstrar o posicionamento do autor
sobre a “visão utilitarista” dos saberes: aquela visão que não busca a realização
pessoal e coletiva, mas apenas visa a resultados numa sociedade capitalista.
45 29 13 IMPROCEDENTE Quanto ao questionamento sobre a quarta afirmativa, não está correto porque o
que se afirma é uma generalização, uma extrapolação das ideias do autor, não
presente no texto: o autor não afirma que as instituições de ensino, de modo geral,
valorizam determinadas disciplinas nem que o foco dessas disciplinas seja “a
percepção do perigo do dinheiro”.

MANTER O GABARITO:
A alternativa D está correta ao propor a substituição do termo “aos seus alunos”
(objeto indireto) pelo pronome “lhes”. O erro da alternativa A consiste na
46 30 14 IMPROCEDENTE substituição de “aonde” (noção de deslocamento/direção) por “em que” (noção
estática). Na alternativa B, não se pode substituir “as pessoas” (objeto direto) pelo
pronome “lhes”. Na alternativa C, a substituição de “como” (noção de
exemplificação) por “de acordo com” (noção de conformidade) está incorreta.

MANTER O GABARITO:
O candidato argumenta em favor da segunda afirmativa, propondo que estaria
correta. A incorreção dessa afirmativa consiste no fato de propor a substituição de
exclamação e reticências por ponto final. Tal substituição, se realizada, altera o
sentido global da charge, já que a exclusão do ponto de exclamação retiraria a
47 31 15 IMPROCEDENTE ênfase expressiva dos 2 primeiros quadrinhos; por outro lado, a retirada das
reticências suprimiria a incompletude proposital da frase do 3º quadrinho, recurso
de pontuação fundamental para conduzir o leitor a uma posição crítica sobre o
tema abordado. É exatamente por essa abertura proporcionada pelas reticências
que o leitor é convidado a completar o sentido a partir de um ponto de vista crítico.

MANTER O GABARITO:
A primeira alternativa está correta, pois todos os textos da prova analisam, de
modo crítico, o comportamento humano em sua relação com o consumo (no texto
48 32 16 IMPROCEDENTE I, o eu lírico faz uma autorreflexão sobre sua relação com o mundo do consumo;
no II, o autor analisa questões referentes ao consumo e ao consumismo na
sociedade moderna; no III, o autor trata do consumo discutindo o fenômeno da
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mercantilização generalizada dos valores humanos; no IV, o tema do consumo é
abordado sob a perspectiva da desigualdade social, refletindo sobre o fato de uns
poderem consumir e outros não.) A segunda afirmativa é falsa, pois o aspecto
ecológico não está presente apenas no texto II; faz-se presente também no texto
IV, que explora a temática dos produtos orgânicos e do lixo. A terceira afirmativa é
falsa, pois não há nos textos da prova abordagem histórica do tema; todos tratam
da sociedade contemporânea no momento da produção de cada texto. A quarta
afirmativa está correta, pois sintetiza a tese do texto IV: propor a substituição do
excesso de consumo de bens materiais pelo “consumo!” de saberes e valores.

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