GRAMÁTICA
RESOLUÇÕES
01 a) O primeiro texto possui efeito cômico causado tanto
pela pontuação na sequência de acontecimentos quanto
pelos substantivos modificados pelos adjetivos e outras
expressões. O segundo texto possui caráter mais sério,
típico do romantismo.
b) O texto de Alcântara Machado é composto por nomes e
formas nominais. Esse excesso compõe um tom jocoso
ao estilo romântico, conhecido por descrever as cenas.
A diferença entre os trechos é o uso com a finalidade de
graça em Machado e o uso para criar um cenário sério
em Alencar.
02 Nos dois casos, os adjetivos estão em posição cujo signi-
ficado não remete especificamente a dinheiro. Em “pobre
homem de cidade”, a ideia sugerida é de alguém pouco
fértil ou produtivo. Em “um rico lavrador”, a ideia é de fer-
tilidade.
03 Em “caridade inútil”, é possível entender que há uma rela-
ção de afeto entre duas pessoas, mas que não passa de
sentimentalismo, ou seja, sem ações envolvidas. Dessa
forma, os trechos “nada fiz por ele” e “sem qualquer
expressão concreta” reforçam essa ideia.
04 02 + 16 = 18
No caso de “velha poltrona da sala”, o adjetivo anteposto
serve tanto para expressar estado/idade do móvel quanto
carga emotiva. É correto afirmar, então, que a poltrona é
muito querida pelo falante, ao mesmo tempo que está
bem gasta.
05 D
É possível compreender a maneira de as formigas se ali-
mentarem como um ato de recortar. Dessa forma, a oração
compõe uma metáfora.
06 B se afastem do sentido literal das palavras e desobedeçam
No primeiro período, a oração “em que as potências da fé e
da vontade marcaram um encontro profundo” é adjetiva res-
tritiva, funcionando como adjunto adnominal do substantivo
sítio. No segundo período, a oração “que me dê fortuna,
ganância, nem valores superficiais” é substantiva, desem-
penhando a função de objeto direto da forma verbal peço
(quem pede, pede algo a alguém ou a alguma coisa; no
caso, não pede fortuna, ganância, nem valores superficiais à
vida; o termo “à vida” funciona como objeto indireto).
1a série – Ensino Médio – Livro 6
07 E
A oração “que pensam” é subordinada adjetiva restritiva,
com o pronome relativo retomando o substantivo poetas
(atentar para a concordância na terceira pessoa do plural).
A oração “que é o arrebol” funciona como objeto direto
da forma verbal pensam (quem pensa, pensa algo; pensa
isto: que é o arrebol).
08 A
A oração adjetiva “onde estou” restringe o sentido do
substantivo casa, pois o falante não se refere a qualquer
casa, somente a casa em que se encontra. Na alternativa B,
a oração adjetiva “que é capital do Brasil” é explicativa, já
que Brasília é a única. Nas demais alternativas, há orações
substantivas, e não adjetivas.
09 a) Em venda, ocorre derivação regressiva, uma vez que
o substantivo deriva do verbo vender. Já em puxado,
utilizado como substantivo com o sentido de “prolon-
gamento de uma casa, de uma construção”, ocorre
derivação imprópria uma vez que o particípio do verbo
puxar, que pode ser usado como adjetivo, está sendo
empregado como substantivo.
b) A primeira ocorrência indica sentido de companhia; a
segunda, modo.
10 a) As duas passagens são: “afim de depositar na sepultura
do pai uma coroa de saudades” e “com uma fita aonde
lia-se estas palavras: — A meu marido”. De acordo com
a norma-padrão, é “a fim” e “onde se lia”.
b) Em “Iaiá foi com o marido ao cemitério”, a preposição
com indica companhia. Já em “Iaiá beijou com ardor a
singela dedicatória”, a mesma preposição tem valor de
modo.
11 E
Manoel de Barros, ao afirmar que “buscar a beleza nas
palavras é uma solenidade de amor. E pode ser instru-
mento de rir”, demonstra que valoriza a essência da lin-
guagem coloquial, interpretando neologismos, expres-
sões e particularidades da fala. Segundo o autor, embora
a regras gramaticais, esses “desvios” contribuem para
ampliar o seu significado e imprimem a função poética ao
enunciado.
12 B
O emprego da preposição de na primeira ocorrência na
alternativa B é mais estilístico do que gramatical, uma vez
que o termo que tem como núcleo o substantivo fruto fun-
ciona como objeto direto da locução “podemos comer”
1
 GRAMÁTICA

(que pode comer, come algo). A preposição de, nesse
contexto, passa uma noção partitiva, como em ”beber da
água”.
13 D enunciador. Na frase “Vendia-me, mas francamente e de
Em “O Sol ainda produzirá energia” o advérbio está
empregado com noção de tempo futuro, indicando uma
ação que se prolonga (o Sol produz energia hoje e ainda
produzirá no futuro). A mesma noção está na alternativa D:
ela está à espera hoje e ainda estará à espera no futuro.
Diferentemente do que o advérbio indica na alternativa
E: também há noção de futuro, mas não de ação que se
prolonga, ou seja, o interlocutor não é rico hoje, mas um
dia, algum dia será. Na alternativa A, a ação continua até
o momento presente. Na alternativa B, tem-se a noção de
inclusão. Na alternativa C, o advérbio foi empregado com
noção de tempo passado.
14 C sar o verbo sem prejuízo do entendimento: A fé, mola do
No fragmento apresentado, o eu-lírico opõe aqui (natu-
reza: fonte, árvores, troncos) a ali (onde o progresso trans-
formou um monte em vale) e, nesse jogo, aqui se refere
ao passado, em que a natureza estava preservada, e ali se
refere ao presente, em que a natureza foi modificada pelo
progresso).
15 a) Em relação ao primeiro enunciado, algumas das pará-
frases que podem ser feitas para um dos sentidos são:
Não há medida alguma que o governo possa tomar.
Não há nenhuma medida que o governo possa tomar.
E para o outro, são:
Há mais de uma medida que o governo pode tomar.
Não há apenas uma medida que o governo possa
tomar.
b) No primeiro enunciado – “Não há uma só medida que
o governo possa tomar” –, o termo só modifica (foca-
liza) medida. É importante observar que as diferentes
interpretações indicadas no item A são resultantes
da relação de só também com o artigo indefinido e a
negação.
Já no segundo enunciado – “Não há uma medida que
só o governo possa tomar” –, o termo só modifica “o
governo”, sendo possível substituí-lo por apenas ou
exclusivamente, o que possibilita os seguintes senti-
dos: “não há uma medida que o governo possa tomar
sozinho” ou “há medidas que outros, além do governo,
podem tomar”. Assim como no primeiro enunciado, é
na relação do termo só com a negação que essas inter-
pretações são possíveis.
verbo. Por outro lado, o advérbio pode representar a opi-
nião do enunciador quanto ao que é expresso no enun-
ciado. Neste caso, o advérbio não é parte do predicado,
mas incide sobre toda a frase, uma vez que constitui uma
avaliação do conteúdo proposicional do enunciado pelo
boa-fé”, incide sobre o verbo, indicando o modo como se
deu a ação verbal, a exemplo de “de boa-fé”, termo com
o qual se articula. É a única interpretação possível para o
advérbio dessa frase. O mesmo só ocorre com a oração da
alternativa B, em que o advérbio só pode ser interpretado
como estando ligado ao verbo portar, na qualidade de
adjunto ou complemento verbal. Nas frases das demais
alternativas, o termo francamente figura como uma ava-
liação do enunciador quanto ao que é enunciado.
17 A
A oração entre vírgulas é uma adjetiva explicativa e, nesse
contexto, equivale a um aposto; a frase poderia dispen-
crente, sustenta e impulsiona a máquina do mundo.
18 C
O termo isolado por vírgula é o objeto indireto do verbo
dar (dar algo a alguém: Deus deu sensibilidade ao homem).
Por uma questão de estilo, o autor da frase coloca o objeto
indireto em destaque, no início da frase, e o retoma, em
forma de pronome oblíquo (lhe), na posição lógica, ime-
diatamente posposto ao verbo.
19 D
A frase da alternativa D está em ordem direta, sem pontua-
ção (já que nenhum termo interfere nessa ordem), com a
grafia correta da palavra transmissão e com concordância
verbal e nominal corretas (“a transmissão é feita”).
20 C
Nesse contexto, enfim é um adjunto adverbial de sentido
resumitivo. Já senhores é vocativo, devidamente isolado
por vírgulas. Por fim, “uma graça de alienado” funciona
como predicativo do sujeito eu.

16 B
Esta questão explora a relação sintática que o advér-
bio francamente mantém com os termos da oração. Ele
pode recair apenas sobre o predicado, constituindo-se
assim um adjunto adverbial ou um complemento circuns-
tancial, dependendo de como se queira classificá-lo. O
que importa observar é que seu vínculo direto é com o

2 1a série – Ensino Médio – Livro 6