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População Ativa
População ativa é toda a população, de idade compreendida entre os 15 e os 64 anos, que trabalha ou procura
emprego.
Sector primário - Inclui a agricultura, a criação de gado, a produção florestal, a pesca e a indústria extrativa.
Sector secundário - Inclui toda a indústria transformadora, a construção civil e as obras públicas.
Sector terciário - Inclui todos os serviços (saúde, educação, justiça, transportes, turismo, comércio, limpeza
pública…).
Países desenvolvidos – A população ativa concentra-se, no sector terciário. Esta situação resulta no grande
desenvolvimento dos serviços e da elevada mecanização da agricultura e da indústria.
Países em desenvolvimento – A população ativa concentra-se, no sector primário. A fraca mecanização da agricultura
exige muita mão de obra. Por outro lado, o fraco desenvolvimento da indústria e dos serviços, obriga a grande maioria da
população ativa a ter a agricultura como principal atividade.
Pesca
A pesca, tal como a agricultura, a pecuária, a silvicultura e a indústria extrativa, faz parte do sector primário. Esta
atividade é muito influenciada por fatores naturais, que se destacam a Plataforma Continental, as Correntes Marítimas e a
Ressurgência de águas Profundas.
A plataforma continental faz parte da morfologia do fundo do oceano. Corresponde à parte submersa que se
estende desde a linha do nível médio do mar, 0m até aos 200m de profundidade. Recebe as águas dos rios que
desaguam no mar, que transportam muitos nutrientes. A pouca profundidade facilita a penetração da luz solar e a
consequente oxigenação, indispensáveis para os plânctones (microrganismos marinhos que servem de alimento aos
peixes).
As correntes marítimas, podem ser frias ou quentes, renovam as águas e distribuem os nutrientes, favorecendo a
reprodução das espécies.
A ressurgência de águas profundas consiste na subida à superfície, junto à linha de costa (linha imaginária que
marca o contacto entre o oceano e o continente) de águas profundas, mais frias e muito mais ricas em nutrientes.
Relativamente ao espaço marítimo, este divide-se em 3 partes: Águas Internacionais, Zona Económica Exclusiva e
Mar Territorial.
A zona económica exclusiva estende-se desde a linha de costa até uma distância de 200 milhas marítimas (1 milha
marítima são 1852 metros).
O mar territorial estende-se desde a linha de costa até 12 milhas marítimas de distância, fazendo parte do território
nacional do país.
A pesca tradicional é feita junto à linha de costa em pequenas embarcações e tripulação reduzida. As técnicas são
rudimentares, sendo as capturas reduzidas e a permanência no mar raramente ultrapassa as 24 horas. O seu objetivo
económico é a subsistência do pescador e sua família ou, no máximo, o mercado local. Pratica-se, principalmente, nos
países em desenvolvimento. A pesca industrial é feita no mar alto, em grandes embarcações e tripulação numerosa. Feita
sobretudo através de navios-fábrica. A permanência no mar é muito longa, sendo as capturas muito abundantes. O seu
objetivo económico é o mercado e a indústria, sendo praticada nos países desenvolvidos.
O principal problema ambiental da pesca é a sobreexploração, a qual põe em perigo a sobrevivência de muitas
espécies. Uma das formas de tentar reduzir o problema é a prática da aquacultura (criação de espécies marinhas em
viveiros).
Agricultura
Fatores naturais:
O relevo. O aumento de altitude altera as condições do clima, principalmente a temperatura, diminui com o aumento
de altitude e a precipitação, aumenta com a altitude, sobretudo nas encostas voltadas para o lado do mar. Por outro
lado, o declive das encostas acentua os processos de erosão do solo e dificulta o uso de maquinaria agrícola,
obrigando à construção de socalcos (terraços em degraus, suportados por muros, construídos ao longo das encostas,
respeitando as curvas de nível). Em regiões de grande altitude, a agricultura dá lugar à criação de gado (Serra da
Estrela). As regiões ideais para a prática da agricultura são as regiões planas de baixa altitude, nomeadamente as
planícies aluviais (Ribatejo).
O solo. É determinante para a prática da agricultura, através da sua aptidão e da sua fertilidade.
Fatores sociais:
A demografia. O aumento mundial da população, exigiu um alargamento da superfície cultivada, para satisfazer as
crescentes necessidades alimentares.
O desenvolvimento tecnológico. É o mais importante pois determina as técnicas utilizadas na agricultura. Quanto
mais desenvolvido for o país, maior é a sua capacidade de investimento na tecnologia agrícola e na sua inovação.
Agricultura extensiva – Em que apenas uma parte da propriedade agrícola está ocupada com culturas.
Agricultura intensiva – Onde toda a propriedade agrícola está permanentemente ocupada com culturas.
Minifúndio – Propriedade agrícola de pequena dimensão, normalmente inferior a 1 hectare (10000 m2).
Policultura – Sistema de cultura onde são cultivadas, ao mesmo tempo, várias espécies agrícolas.
Agro-indústrias – São unidades industriais, instaladas dentro das propriedades agrícolas ou próximo destas, que
utilizam como matéria-prima produtos de origem agrícola.
Agricultura Tradicional:
Pessoal ao serviço – Devido à fraca mecanização, tem sempre muitos trabalhadores ao serviço.
Localização – É praticada, nos países desenvolvidos, com exceção da agricultura de plantação que é o único tipo de
agricultura moderna, praticada nos países em desenvolvimento.
Tecnologia agrícola – A tecnologia é muito avançada, sendo o trabalho agrícola quase todo mecanizado, muito
ligada às agro-indústrias.
Pessoal ao serviço – Devido ao elevado grau de mecanização, este tipo de agricultura tem muito poucos
trabalhadores ao serviço.
A Agricultura itinerante:
Localização – Nas regiões de clima equatorial e tropical húmido (África, Ásia e América Latina).
Superfície cultivada – Consiste num espaço aberto na floresta, por vezes através de queimadas, onde irão ser
desenvolvidos os trabalhos agrícolas.
Caracterização – Trata-se de uma agricultura de subsistência, o seu objetivo é apenas o sustento da respetiva
comunidade. Procura-se, por isso, cultivar uma variedade de produtos tão grande quanto possível. A fertilidade do
solo é muito baixa, sendo o seu esgotamento muito rápido. O espaço aberto na floresta tem, por isso, de ser
abandonado, em média, ao fim de 4 ou 5 anos, sendo necessário a abertura de um novo espaço.
A agricultura da Ásia das Monções:
Localização – Este tipo de agricultura é praticado na Ásia das Monções que se localiza desde o Sul da China até à
Índia, Filipinas, Malásia e Indonésia.
Monção – Vento que sopra do mar para a terra (monção chuvosa ou monção de Verão) ou da terra para o mar.
Caracterização – Trata-se de uma agricultura de subsistência muito intensiva, baseada na monocultura do arroz.
Oásis – Formam-se devido a falhas nas rochas, que permitem a ascensão, até à superfície, das águas subterrâneas.
Quando o solo é argiloso, esta água forma lagos ou lagoas de dimensão variada, à superfície, permitindo a prática da
agricultura.
Caracterização – Este tipo de agricultura é intensivo, com recurso à irrigação. Pratica-se a policultura em
minifúndios.
A agricultura de plantação tem uma característica fundamental que a distingue de todas as outras. É o único tipo
de agricultura moderna praticado nos países menos desenvolvidos. Regra geral, a atividade agrícola desenvolve-se em
grandes latifúndios onde se pratica uma monocultura muitas vezes destinada a produzir matéria-prima para a indústria.
Podemos dar como exemplo as plantações de uma espécie de árvore da qual se retira a seiva para a produção de borracha.
Trata-se, portanto, de uma agricultura virada para o mercado exterior (para a exportação), tecnologicamente evoluída e
comandada pelos países mais desenvolvidos. O facto de se localizar nos países tropicais menos desenvolvidos tem a ver,
principalmente, com o tipo de espécies agrícolas a produzir, as quais exigem condições climáticas só encontradas nos
referidos países. Por outro lado, a sua localização permite a utilização de muita mão-de-obra local, barata e
desqualificada, mas que serve perfeitamente para as tarefas a desempenhar. Também nestes países mais pobres, os preços
dos terrenos e das infra-estruturas necessárias é muito inferior àqueles que seriam praticados nos países desenvolvidos.
A atividade agrícola na Europa é muito antiga e a moderna agricultura europeia resulta, principalmente, da
evolução da agricultura tradicional e da aplicação das novas tecnologias. Assim, a agricultura europeia moderna, tem
muito pouca população ativa sendo, por isso, quase totalmente mecanizada. A sua produtividade e o seu rendimento são
muito elevados, em virtude do apoio na investigação científica, do uso de técnicas eficientes de irrigação e da utilização
intensiva de fertilizantes químicos. É uma agricultura virada para o mercado e para a agro-indústria, sendo praticada em
latifúndios. Uma outra forma de agricultura moderna, existente principalmente na Europa, é a agricultura biológica. Esta
agricultura dispensa totalmente o uso de produtos químicos e utiliza maquinaria com reduzido impacto ambiental. Tem
como principal problema a sua reduzida produtividade, situação que está a ser melhorada gradualmente.
Uma característica única da agricultura norte-americana é a existência de regiões agrícolas, ou seja, extensas
áreas, cada uma delas especializada numa só espécie. Pratica-se, assim, a monocultura em grandes latifúndios, de forma
extensiva e com recurso a produtos químicos. Quase totalmente mecanizada, de elevado rendimento e grande
produtividade, está virada quase exclusivamente para o mercado (interno e externo). Predomina nos Estados Unidos, mas
também é praticada no Canadá.
Migrações
Migrações internas:
Êxodo rural (deslocação definitiva de população das áreas rurais para as áreas urbanas).
Êxodo urbano (deslocação definitiva de população das áreas urbanas para as áreas rurais).
Migração pendular (deslocação diária efetuada entre o local de residência e o local de trabalho).
Migrações externas:
Emigração (saída de população de um país para exercer uma profissão num país estrangeiro).
Noções básicas:
Políticas
Naturais
Religiosas
Socioculturais
No local de partida:
Envelhecimento da população.
No local de destino:
Aumento da produtividade.
Anos 60 e início dos anos 70 do século XX – Os emigrantes portugueses partiam para outros países da Europa,
principalmente, para a França e para a Alemanha. Havia também outros destinos como a Suíça, a República da África do
Sul, a Venezuela (principalmente madeirenses), os Estados Unidos (principalmente açorianos) e o Canadá. Este foi o
período de maior emigração portuguesa.
Final dos anos 70 até ao início dos anos 90 do século XX – Portugal passou a ser um país receptor de imigrantes,
principalmente africanos, mas também indianos e chineses.
Início dos anos 90 do século XX até cerca de 2005 – Portugal passa a receber imigrantes sobretudo da Europa do Leste
(russos, ucranianos e romenos) e do Brasil.
De 2005 a 2015 – Devido à crise económica e à corrupção política que se acentuou fortemente desde 2005, o
desemprego aumentou em Portugal para níveis até então nunca vistos. Esta situação obrigou muitos portugueses a
emigrar para diversos países, não só europeus, mas também de outros continentes. Só entre 2011 e 2015, emigraram
cerca de 500000 portugueses. Portugal passa assim a uma situação semelhante àquela que existia há cerca de 50 anos
atrás, ou seja, passa a ser novamente um país de emigrantes.
Após 2015 – Começa a haver uma tendência, mais ou menos acentuada, para a redução da emigração portuguesa.
Desde 2019, começa a verificar-se um fluxo, que se tem acentuado, de imigração proveniente do Brasil, da Índia, do
Paquistão e dos PALOP.