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ANÁLISE MATEMÁTICA II

Caderno de Exercícios
(Resoluções)

João C. Bastos
2014/15

Mestrado Integrado em Engenharia Química

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto


FEUP – MIEQ – Análise Matemática II Caderno de exercícios (resolvidos)
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7. COORDENADAS POLARES E CURVAS PARAMÉTRICAS NO PLANO


7.1. Coordenadas polares no plano
7.2. Curvas paramétricas no plano

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Caderno de Exercícios 7.Coordenadas polares e curvas paramétricas no plano
FEUP – MIEQ – Análise Matemática II 7. Coordenadas polares e curvas paramétricas no plano
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7.1. Coordenadas polares.

1. Determine as coordenadas polares de todos os vértices de um pentágono regular circunscrito


numa circunferência de raio r = 1, e com um vértice no semieixo negativo dos y.

Resolução:
4 1 3
O ângulo entre dois vértices adjacentes é 2π/5; Assim as coordenadas

(r, θ) dos 5 pontos são: 1: (1, 3π/2), 2: (1, 19π/10), 3: (1, 3π/10),
−1 1
2
4: (1, 7π/10) e 5: (1, 11π/10).
5

−1
1
2. Mostre que os pontos P pertencem à curva indicada:
a) P(3, 3π/4) sendo a curva r = 3sen2θ ; P ≡3Q
b) P(3, 3π/2) sendo a curva r2 = 9senθ . 3π/4 2

Resolução:
Para θ = 3π/4, r = 3sen(2×3π/4) = –3. Aparentemente, o ponto
−3 −2 −1 1 2 3
a) −1

não pertence à curva, porém, observe-se que para θ = –π/4, r −2

= –3 e este ponto coincide com o ponto dado, isto é, P(3, −3

3π/4) ≡ Q(–3, –π/4); 3

2
b) Embora a equação r2 = 9sen3π/2 não permita calcular, verifique-
1
se que para θ = π/2 (o ângulo diametralmente oposto) r = ± 3. E
−3 −2 −1 1 2 3
o ponto P(–3, π/2) coincide com Q(3, 3π/2). −1

−2
3. Represente graficamente:
−3
 3θ  −π/2
a) r = 2cos   ; P≡Q
 2 
1
b) r = .
1 + cos θ
θ→π 4
Resolução:
2
θ = π/3; π
2
1
θ = π/2

θ=0 θ=0
−2 −1 1 2 −8 −6 −4 −2

θ = –π/2
−1
−2

−2 θ = 2π/3

θ → –π −4
a) b)

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4. Identifique o gráfico das curvas dadas exprimindo-as nas coordenadas alternativas:
1
a) r = ;
1 − cosθ
b) (x2 + y2)2 – 9(x2 – y2) = 0;
c) r = 4senθ – 6cosθ ;
d) r = tgθ secθ ;
e) r2cos2θ = 9;
f) x2 + y2 = (x + x2 + y2)2.

Resolução:
1
a) r = ⇒ r = 1 + x ⇒ x2 + y2 = (1 + x)2 ⇒ x = y2/2 –1/2 é uma parábola;
1 − cos θ
b) (x2 + y2)2 – 9(x2 – y2) = 0 ⇒ r4 – 9r2cos2θ = 0 ⇒ r2 = 9cos2θ é uma lemniscata;
c) r = 4senθ – 6cosθ ⇒ r2 = 4y – 6x; ⇒ (x + 3)2 – 9 + (y – 2)2 – 4 = 0 ⇒

⇒ (x + 3)2 + (y – 2)2 = 13 é uma circunferência de raio 13 centrada em (–3, 2);


6

2
4
1

2
−3 −2 −1 1 2 3
2 4
−1
−8 −6 −4 −2
−2
−2

a) b) c)
senθ
d) r = tgθ secθ ⇒ r = ⇒ y = x2, é uma parábola;
cos2θ
e) r2cos2θ = 9 ⇒ r2(cos2θ – sen2θ) = 9 ⇒ x2 – y2 = 9, é uma hipérbole;
f) x2 + y2 = (x + x2 + y2)2 ⇒ r2 = (rcosθ + r2)2 ⇒ r2 = r2cos2θ + 2r3cosθ + r4 ⇒
⇒ 1 = cos2θ + 2r cosθ + r2 ⇒ (r + cosθ)2 = 1 ⇒ r = ± 1 – cosθ, é um cardioide.

4 6

1
3 3

2
−9 −6 −3 3 6 9 −2 −1
1
−3
−1

−2 −1 1 2 −6

d) e) f)

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5. Mostre que o gráfico da curva polar r = 2a senθ + 2bcosθ é uma circunferência. Determine o seu
centro e raio.

Resolução:

r = 2a senθ + 2b cos θ ⇒ r2 = 2ay + 2bx ⇒ x2 + y2 = 2ay + 2bx ⇒

⇒ (x – b)2 + (y – a)2 = a2 + b2, é uma circunferência centrada em (b, a) e de raio a 2 + b2 .

6. Verifique que o gráfico da curva polar f (θ − φ ) se obtém do gráfico da curva polar r = f (θ ) por

rotação de ângulo φ. Use este resultado para esboçar o gráfico de:


a) r = 2[1 + cos(θ – π/4)];
b) r = cotg(θ – π/3) cosec(θ – π/3).

Resolução:
De facto, em r = f (θ − φ ) o valor de f é calculado para θ – φ mas representado para o ângulo θ.

Do ponto de vista gráfico, isto representa uma rotação de um ângulo φ (no sentido positivo):

r=

θ−φ

a) A curva polar r = 2(1 + cosθ) é um cardioide. Logo, r = 2[1 + cos (θ – π/4)] também o será
mas após rotação de π/4;
b) r = cotgθ cosecθ ⇒ x = y2. Logo, r = cotg(θ – π/3)cosec(θ – π/3) é o gráfico desta parabólica
8
após rotação de um ângulo de π/3.

6
3

1 4
π/4
π/3
−2 −1 1 2 3 4
−1 2

−2

a) b)
2 4

−2

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a a
7. Mostre que família de curvas polares r = ou r = representam cónicas (isto
1 ± b cosθ 1 ± b senθ
é, uma elipse, parábola ou hipérbole), em particular:
i) Se 0 < b < 1, é uma elipse;
ii) Se b = 1, é uma parábola;
iii) Se b > 1, é uma hipérbole;
(sugestão: obtenha as equações em coordenadas cartesianas e discuta o resultado à luz das
equações destas cónicas que pode encontrar na secção 7.A dos apontamentos das aulas).

Resolução:
r (1 ± bcosθ) = a ⇒ r = a ∓ bx ⇒ x2 + y2 = a2 ∓ 2abx + b2x2 ⇒
⇒ x2(1 – b2) ∓ 2abx + y2 = a2;
ii) Se b = 1 ⇒ y2 = a2 ± 2abx é uma parábola;
2
2abx y2 a2 (1 − b2 )  ab  y2
Se b ≠ 1: x m
2
+ = ⇒  x m  + = 1
1 − b 2 1 − b2 1 − b 2 a 2b 2  1 − b2  a 2b 2
i) Nesta equação os termos em x2 e em y2 têm o mesmo sinal, e portanto é a equação de uma
elipse, se (1 – b2) > 0 ⇒ 0 < b < 1;
iii) Se 1 – b2 < 1 ⇒ b > 1, a equação representa uma hipérbole.

8. Determine qual o valor máximo de y sobre:


a) O cardioide r = 2(1 + cosθ);
b) A lemniscata r2 = 8cos2θ .
Resolução:
dy
O valor máximo de y deve satisfazer a condição = 0 . Dado tratarem-se de equações polares,
dx
y = r (θ ) sen θ
y(x) está definida através de equações paramétricas em que o parâmetro é θ :  .
 = r (θ ) cos θ
x
dy dr
dy sen θ + r (θ ) cos θ
Nestas circunstâncias: = dθ = dθ .
dx dx dr
cos θ − r (θ ) senθ
dθ dθ y
− 2 sen2 θ + 2(1 + cosθ ) cosθ θ θ
= 2 cos + cos − 1
dy 2
a) =
dx − 2 senθ cos θ − 2(1 + cosθ ) sen θ − sen θ − 2cosθ sen θ 2

π/3
dy
= 0 ⇒ 2 cos2 θ + cosθ − 1 = 0 ⇒ cosθ = 1/2 ∧ cosθ = –1 ⇒ θ x
dx
2 4
= ± π/3 ∧ θ = π.
dy −2
(para θ = π a derivada não está definida).
dx

3 3
y (θ = π/3) = 2(1 + ½) 3 /2 = ;
2

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3 3
y (θ = –π/3) = 2(1 + ½) (– 3 /2 )= – ;
2
y (θ = π) = 2(1 – 1) 0 = 0;

3 3
Portanto, o valor máximo de y é ;
2

b) A lemniscata r2 = 8cos2θ ⇒ r = 2 2 cos2θ (dado haver simetria, basta considerar este


ramo da equação polar).

cos2θ ≥ 0 ⇒ –π/4 ≤ θ ≤ π/4. y π/6


1

dy − sen θ sen 2θ + cos2θ cos θ


=
dx − sen 2θ cos θ − cos2θ sen θ x
dy 1 2 3
Assim, = 0 ⇒ – senθ sen2θ + cosθ cos2θ = 0 ⇒
dx
cos3θ = 0 ⇒ θ = ± π/6 (valores que não anulam o −1

denominador)
y(π/6) = 1, y(–π/6) = –1. Portanto, o valor máximo de y é 1 para θ = π/6.

9. Determine as coordenadas polares a que corresponde o valor mínimo de x sobre o cardioide r


= 2(1 + cosθ), e qual é esse valor mínimo de x ?

Resolução:
dy
A curva polar define x(y) num certo domínio onde ≠ 0 . Os valores de x máximo ou mínimos

dx
obedecem à condição =0.
dy
dx
dx dθ dx dx dy
= , =0 ⇒ = 0 (com ≠ 0 ). x = 2(1 + cosθ)cosθ ⇒
dy dy dy dθ dθ

dx dy
= − 2 senθ − 4cosθ senθ ; = 2(cos θ + cos2θ )
dθ dθ
dx
= 0 ⇒ − 2sen θ − 4cos θ sen θ = 0 ⇒

2

⇒ senθ(1 + 2cosθ) = 0 ⇒ 2π/3

⇒ θ = {0, π, 2π/3, 4π/3}; x(y) apenas não está definida em θ = π.


2 4
x(0) = 4; x(π) = 0; x(2π/3) = –1/2; x(4π/3) = –1/2.
4π/3
−2
Portanto, x mínimo é –1/2 e ocorre para θ = 2π/3 e θ = 4π/3.

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10.* Mostre, usando argumentos algébricos e/ou geométricos, que a distância entre dois pontos (r1,

θ1) e (r2, θ2) em coordenadas polares é dada por r12 + r22 − 2 r1r2 cos(θ 2 − θ1 ) .

Resolução:
d2 = a2 + (r1 – b)2 d

a = r2 sen(θ2 – θ1) a
r2 r1
b = r2 cos(θ2 – θ1) θ2 –θ1 b
⇒ d =2
r22 sen2 (θ2 − θ1) + r12 + r22 cos2 (θ2 − θ1) −
θ2 θ1
− 2r1r2 cos(θ2 − θ1 )

= r1 + r2 − 2r1r2 cos(θ2 − θ1)


2 2

⇒ d = r12 + r22 − 2r1r2 cos(θ 2 − θ1 ) .

11. Determine:
a) A área interior a r = a(1 + cosθ) e exterior a r = a cos θ , (a > 0) ;
b) A área interior comum a r = a – b senθ e a r = – a + b sen θ (a > b > 0) ;
c) A área de cada uma das 7 regiões em que se encontra dividida a área interior delimitada pelas
três circunferências r = 2a cosθ, r = 2a senθ e r = a, (a > 0) ;
d) Determine a área delimitada pela curva polar r = a cosnθ, (a > 0) (nota: será necessário
distinguir entre n par e n ímpar).

Resolução:
2π π
1 1 2 5π a 2
a) A =
2 ∫0
a 2 (1 + cos θ )2 dθ –
2
a cos 2 θ dθ =
4∫
0
;

π π

∫ (− a + b sen θ ) dθ + 2 ∫ (a − b sen θ ) dθ
1 2 1 2
b) A =
2
0 0
π

∫ (a ) bπ
+ b 2 sen 2 θ − 2ab sen θ dθ = a π + − 4ab ;
2 2
=
2
0

r =a(1 + cosθ)
r = -a + bsenθ
r =acosθ

a 2a

-a a

a) b)
r = a - bsenθ

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c) Pontos de interseção:
- Entre r = 2a cosθ e r = 2a senθ :
 r = 2a cos θ r=a senθ π/3
 ⇒ senθ = cosθ ⇒ θ = π/4;
r = 2 a sen θ 5 π/4
- Entre r = 2a cosθ e r = a: π/6
5π/6
2
r = 2 a cos θ 6
 ⇒ cosθ = 1/2 ⇒ θ = ± π/3; 3
r = a a 2a
- Entre r = 2a senθ e r = a: 7 4 1

r = 2 a sen θ
 ⇒ senθ = 1/2 ⇒ θ = π/6 ∧ θ = 5π/6; r=a
r=a cosθ
r = a
π /6 π /4
–π/3
A1 =
1
2 ∫ ( 4a 2 cos2 θ − a 2 dθ +
1
2
) ∫π / 6(4a
2 
)
cos 2 θ − 4a 2 sen 2 θ dθ = a 2 1 +  ;
 4
π
−π / 3

π /4 π /3
A2 =
1
∫ ( 4a sen θ − a dθ +
2 2 1 2
) ∫π / 4(4a
2
)  3
cos2 θ − a 2 dθ = a 2 
π
−1+  ;
12 
2
π /6
2  2
π /6 π /3 π /2
1 1 1  5π 3 
∫0 4a sen θ dθ + ∫ a dθ + ∫π / 34a cos 2 θ dθ = a 2  −
2 2 2 2
A3 = ;
2 2 2  12 2 
π /6

−π / 3 π /6

∫ (a )
0
1 1 1 a 2π
∫ 4a cos θ dθ + ∫ a dθ + − 4a 2 sen 2 θ dθ =
2 2 2 2
A4 = ;
2 2 2 4
−π / 2 −π / 3 0

π /3 5π / 6
( ) ∫π / 3(4a sen θ − a )dθ = a 1 + 4  ;
1 1 π
∫ 4a sen θ − 4a cos θ dθ +
2 2 2 2 2 2 2 2
A5 =
2 2
π /4

π /2 5π / 6 π

∫( )
1 1 1 a 2π
a − 4a cos θ dθ + ∫ a dθ + ∫ 4a 2 sen 2 θ dθ =
2 2 2 2
A6 = ;
2 2 2 4
π /3 π /2 5π / 6

π 3π / 2 5π / 3
A7 =
1
2 ∫ ( a − 4a sen θ dθ +
2 2 1 2
) ∫ a dθ +
2 1
∫ (a 2
) π
− 4a 2 cos2 θ dθ = a2  +
3 
.
5π / 6
2
π
2
3π / 2  12 2 
12.* A circunferência maior da figura junta é o gráfico de r = 1. Determine a equação polar da
circunferência menor de modo a que as áreas sombreadas sejam iguais.

Resolução: 1

Seja a equação polar da circunferência menor r = bcosθ.


r = 1
A interseção das duas circunferências é  ⇒ −1 1
r = b cos θ
cos θ = 1/b ⇒ θ = arccos 1/b. Seja α este ângulo. −1

Verifique que a área do quadrilátero é, assim, A = senα cosα.

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Por sua vez, a área entre circunferências é:
α

∫ (b )
1 b2
A= 2
cos 2 θ − 1 dθ = – α + (2α + sen2α )
2 4
−α

Igualando as duas expressões para a área (e recordando que sen2α = 2 senα cosα):

1 b2 b2 1
sen 2a = – α + (2α + sen2α ) que tem uma solução para = ⇒ b= 2.
2 4 4 2

Portanto, a equação pedida é r = 2 cosθ .

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7.2. Curvas paramétricas no plano

1. Represente graficamente cada uma das seguintes curvas no plano, indicando a sua orientação,
obtenha as respetivas equações cartesianas e identifique-as:
a) x =3 + 2 cos t, y = 2 + 5 sen t, 0 ≤ t ≤ 2π ;
b) x =2 + 2 sec t, y = 3 + 5 tg t, 0 ≤ t ≤ 2π ;
c) x = sen3θ, y = 4 cos3θ , 0 ≤ θ ≤ 2π ;
1 1
d) x = t − , y = t + , t ∈ ℝ ;
t t
−x
e) x = cosh(t), y = senh(t), t ∈ ℝ (nota: o seno hiperbólico, senh(x) = e − e , e o cosseno
x

−x
hiperbólico, cosh(x) = e + e ).
x

Resolução:
2 2
 x −3  y − 2
a)   +  = 1 é uma elipse centrada em (3, 2) e de semieixo menor na direção de
 2   5 
Ox e semieixo maior na direção de Oy de comprimento, respetivamente, 2 e 5. Orientação no
sentido contrário ao movimento do ponteiro dos relógios;
2 2
 x − 2  y −3
b) Usando a relação tg x + 1 = sec x ⇒ 
2 2
 −  = 1 que é uma hipérbole centrada
 2   5 
em (2, 3) e concavidades orientada na direção de Ox;
2/3
 y
c) x 2 / 3 +   = 1 . É um astroide “achatado”; 4
4

6 6
2

3
2
−2 2

−2 2 4 6
−2
3 6 −2

−3 −4
−4
a) b) c)

d) Verificando que y + x = 2t e que y – x = 2/t ⇒ (y + x)(y – x) = 4 ⇒ y2 – x2 = 4 é uma hipérbole


centrada em (0,0) e de concavidades orientadas na direção de Oy;

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Caderno de Exercícios (Resoluções) 7.2 Curvas paramétricas no plano 7.2. 2
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e) Verificando que y + x = et e que x – y = e–t ⇒ (y + x)(x – y) = 1 ⇒ x2 – y2 = 1 é uma hipérbole
centrada em (0,0) e de concavidade orientada na direção de Ox+. O ramo negativo da

hipérbole é inexistente por x ≥ 1, ∀t ∈ ℝ.

2
2

−4 −2 2 4
2
−2

−2
−4

d) e)

2. Obtenha duas parametrizações alternativas para as seguintes curvas: 1

2
1 c)

a) 1
−2 −1 1
2
−1 1
3 1 2 3
b) −1
2 1
2
e) f)
ramo de
d) 1 1 1
parábola ramo de
−1 elíptica
−1 1 2

−1 −1 1 −2

Resolução:
 x = cos t  x = sen t
a)  π ≤ t ≤ 2π ou  –π/2 ≤ t ≤ π/2;
 y = 1 + sen t  y = 1 − cos t

 x = 1 + 2t  x = 2 + t
b)  0≤t≤1 ou y = t + 3 –1 ≤ t ≤ 1;
y = 1+ t  2

 x = −2 + 3t  x = −2 + t
c)  0≤t≤1 ou  0 ≤ t ≤ 3;
y = 0 y = 0

 x = 2t  x = 2 t
d)  2 0≤t≤1 ou  0 ≤ t ≤ 1;
 y = −1 + 4t  y = −1 + 4t

 x = cos t (1 + sen t )  x = sen t (1 + cos t )


e)  –π/2 ≤ t ≤ 3π/2 ou  0 ≤ t ≤ 2π;
 y = sen t (1 + sen t )  y = cos t (1 + cos t )

 x = cos t  x = sen ( t − π)
f)  –π/2 ≤ t ≤ π/2 ou  π ≤ t ≤ 2π;
 y = 2 sen t  y = 2 cos t

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3. Obtenha parametrizações para as seguintes curvas:
a) A reta perpendicular a 2x – 3y = 7 no ponto (5, 1);
b) A reta paralela a 2x – 3y = 7 que passa em ponto (0, 1);
c) A reta paralela a 2x – 3y = 7 à distância de 1 na horizontal na direção da origem;
d) A meia elipse superior de eixos paralelos aos eixos coordenados, com centro em (2, 1) e
semieixos de comprimento 2 e 3 segundo Ox e Oy, respetivamente;
e) x2 + 2y2 + 2x – 8y + 5 = 0;
f) y2 + 2exy = – e2x;
g) x2 = 5 – y2;
h) x2 – y2 = 5, y ≥ 0;
i) A circunferência de raio 5 que passa em (2, 3) com centro sobre Ox+.

Resolução:
a) Recorde-se que a reta perpendicular à reta y = mx + b tem declive –1/m.
(pode demonstrar-se isto através do produto escalar entre vetores perpendiculares que se

sabe ser nulo. O vetor sobre a reta que passa em (x0, y0) e (x1, y1) é x1 − x0 , y1 − y0 e o vetor

a, b é normal àquele se x1 − x0 , y1 − y0 • a, b = 0 ⇒

b x − x0
a(x1 – x0) + b(y1 – y0) = 0 ⇒ = − 1
a y1 − y 0

cujo declive é, c. q. d., o simétrico do inverso do declive do primeiro vetor).


3 17
Assim a reta perpendicular à dada é: y = − x + b onde b = é tal que passa em (5, 1).
2 2
 x = 1 + 4t
Uma equação paramétrica pode ser (há muitas soluções):  ;
 y = 7 − 6t
2
b) A reta paralela à dada é: y = x + b onde b = 1 é tal que passa em (0, 1).
3

 x = 3t
Uma equação paramétrica pode ser (há muitas soluções):  ;
 y = 1 + 2t
c) A reta pretendida é 2x – 3y = 5 (porque a reta original tem abcissa na origem, para y = 0, 7/2,
logo, a reta paralela na direção da origem à distância de 1 tem abcissa na origem 5/2)
 x = 1 + 3t
A equação paramétrica pode ser:  ;
 y = −1 + 2t

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( x − 2) 2 ( y − 1) 2
d) A equação cartesiana é + = 1 , logo as equações paramétricas podem ser:
22 32
 x = 2 + 2 cos t
 0≤t≤π;
 y = 1 + 3 sen t

 x = −1 + 2 cos t
e)  0 ≤ t ≤ 2π ;
 y = 2 + 2 sen t

x = t
f)  t ;
y = e

 x = 5 cos t
g)  0 ≤ t ≤ 2π ;
 y = 5 sen t

x = t
h)  –∞ < t ≤ – 5 ∪ 5 ≤t<∞;
y = t − 5
2

 x = 6 + 5 cos t
i) A circunferência é (x – 6)2 + y2 = 25. Donde:  0 ≤ t ≤ 2π.
 y = 5 sen t
4. Obtenha as equações paramétricas das seguintes curvas:

a) Da parábola y2 = 4kx, k ∈ ℝ, exprimindo y e x em termos do declive da parábola em qualquer

ponto P(x, y);


y = tx
b) Do folium de Descartes, de equação x3 + y3 = 3xy, a partir da
P
definição do ponto P(x, y) como sendo a interseção do laço com
a reta y = tx e encontre as coordenadas de P em termos de t;
(x, y)
c) Da circunferência x2 + y2 = 1 usando como parâmetro a
tangente do ângulo θ/2, tgθ/2. Interpretando devidamente a 1 y
θ/ 2 θ
figura junta, mostre que fazendo t = tgθ/2, se tem t (-1,0)
x

y 1 − t2 2t
= e as equações x = ∧y= , –
(1 + x) 1+ t 2
1+ t2

∞ < t < ∞ parametrizam a circunferência com exceção do


ponto (–1, 0).
Resolução:
dy 1
a) O declive é . Derivando (implicitamente) a equação em ordem
dx
a x:
−1 1
dy dy 2k
2y = 4k ⇒ = .
dx dx y
−1

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2k 2k k
Seja, então, t = ⇒ y= ⇒ x = 2 . Descreve a parabólica exceto o ponto (0,0) onde
y t t
dy
→ ∞.
dx
 3t
x=
 y = tx  1 + t . Estas equações paramétricas dão as coordenadas de P
b)  3 ⇒  2
 x + y 3
= 3 xy  y = 3t
 1+ t
como função de t;

y
c) A relação t = é fácil de compreender já que é o coeficiente angular da linha que une o
(1 + x)

ponto genérico (x, y) ao ponto (–1, 0). Por outro lado, x = cosθ e y = senθ, ou seja, x2

y2 1 − x2 1− x 1 − t2 2t
+ y2 = 1. Portanto, de t2 = = = ⇒x= ⇒y= .
(1 + x)2 (1 + x)2 (1 + x) 1+ t 2
1+ t2

5. Considere uma circunferência de raio b que rola sem deslizar sobre outra circunferência de raio a
> b. A curva que um ponto P, fixo sobre a circunferência que roda, descreve chama-se
hipocicloide. Se esta rotação começar no ponto A(a, 0) e
t for o ângulo AOC (O e C são os centros das
C
circunferências estática e rolante, respetivamente), b
t A(a,0)
então pode mostrar-se (um exercício que o estudante P
O
pode tentar resolver) que as coordenadas de P(x, y) são
dadas por:

a −b 
x = (a – b) cos t + b cos  t  ; y = (a – b) sen t – b
 b 
a −b 
sen  t
 b 
a) Mostre que, se b = a/4, as equações paramétricas do hipocicloide (que assim é de quatro
cúspides ou extremidades, e por isso se designa de astroide) se simplificam para x = a cos3t e
y = a sen3t ;

b) Obtenha a equação cartesiana do astroide;


c) Determine todos os pontos em que a tangente à curva é horizontal ou vertical;
d) Determine os intervalos em que a curva tem concavidade positiva e negativa.
Resolução:

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  a −b  
cos(3t )
3 a
 x = (a − b) cos t + b cos b t  x = a cos t +
a)    . Se b = a/4 ⇒ 4 4 .

 −  sen (3t )
a b 3 a
 y = (a − b) sen t − b sen  t y = a sen t −
  b   4 4

Verificando que: cos3t = cost cos2t – sent sen2t = cost (cos2t – sen2t) – 2sent sent cost

⇒ cos3t = 4cos3t – 3cost

e que: sen3t = 3sent – 4sen3t

 x = a cos 3 t
Substituindo em x e y obtém-se o resultado indicado:  .
 y = a sen 3 t

b) x 2 / 3 + y 2 / 3 = 1 ;

dy
dy dy dy dt
c) É vertical se = ∞ e horizontal se = 0. =
dx dx dx dx
dt
dy dx dy sen t
= 3asen t cost; = 3acos2t (–sent) ⇒ =− .
dt dt dx cos t

É vertical se t = π/2 e t = 3π/2. Horizontal se t = 0 e t = π ;

d2y
d) A concavidade é positiva, ‘virada para cima’, se for positivo e é negativa na situação
dx 2
contrária.

d  dy  −1
2  
d y d  dy  dt  dx  cos2 t 1
=   = = = .
dx 2
dx  dx  dx − 3a cos t sen t 3a cos 4 t sen t
2
dt
É positiva e negativa nos intervalos em que sen t é positivo e negativo, respetivamente.
Positiva: 0 < t < π
Negativa: π < t < 2π.

6.* Considere a tangente ao astroide no ponto P(x,y) esquematizada na figura. Mostre que o
segmento dessa tangente compreendido entre os eixos coordenados tem sempre o mesmo
comprimento, independentemente da posição de P(x, y). (0, yi)

Resolução:
P
Sejam yi e xi as interseções da tangente com os planos coordenados.
Portanto, o comprimento da tangente entre eixos coordenados será O

(xi, 0)

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s= xi2 + yi2 . Assim, ter-se-á de mostrar que s (ou s2 = xi2 + yi2 ) é uma constante.

A equação da tangente à curva no ponto (x0, y0) correspondente ao valor de t = t0 é:

dy dy sen t0
y –y0 = m(x – x0) onde é m = já calculado no problema anterior como sendo =– .
dx dx cos t0

sen t0 sen t0
Obtemos yi fazendo nesta equação x = 0: yi = y0 + x0 = a sen3t0 + a cos3t0
cos t0 cos t0

sen t0
Obtemos xi fazendo nesta equação y = 0: xi = x0 – y0/m = a cos3t0 + a sen3t0
cos t0

Reescrevendo: yi = a sent0 (sen2t0 + cos2t0) = a sent0

e: xi = a cost0 (cos2t0 + sen2t0) = a cost0

Donde se conclui, como se pretendia demonstrar, que s2 = xi2 + yi2 = a2 (const.).

 x = x(t )
7. Mostre que, se as equações paramétricas  definem y(x), então a 2ª derivada de y
 y = y (t )
 d 2 y  dx   dy  d 2 x 
   
d2y  dt 2  dt  −  dt  dt 2 
em ordem x é dada por =     . Aplique este resultado ao caso
2 3
dx  dx 
 
 dt 

de  x = 2t 2 + 2 .
3

 y = 3t + 1
Resolução:
 dy 
 
d  dt 
dt  dx 
2  dt 
d y d  dy   
=   = . Usando as regras de derivação conhecidas para derivar em
dx 2 dx  
dx dx
dt
dy
2
d  dy  d y d  dx  d 2 x
ordem a t o numerador dt e tendo em atenção que   = e  = ,
dx dt  dt  dt 2 dt  dt  dt 2
dt
obtém-se de imediato a expressão dada.

x2 y2
8. a) Use uma parametrização da elipse 2 + 2 = 1 para determinar a área por si delimitada;
a b
b) Determine também o volume do elipsoide gerado pela revolução da elipse em torno de Ox.

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Resolução:

 y = b sen t
Uma parametrização possível é:  0 ≤ t ≤ 2π
 x = a cos t

π
a) Usando simetria: A = – 2 ∫ b sen t (− a sen t ) dt = abπ;
0

β π
dx 4π a b 2
b) Vx = δ π

α
y2
dt ∫
dt = – π b 2 a sen 2 t ( − sen t ) dt =
0
3
.
z

b
b

a
a
x
y

9. Determine o perímetro, S, e o volume gerado por rotação sobre Ox, Vx, do cardioide r= (1 + cosθ).

Resolução:

π 2 π π
 dr 
S=2 ∫   + r (θ ) dθ = 2
2
∫ (− sen θ ) 2
+ (1 + cos θ ) dθ = 2
2
∫ 2 + 2 cos θ dθ =
0
 dθ  0 0

π
θ

= 4 cos
0
2
d θ = 8.

θ θ θ θ 2
(C.A.: cosθ = cos 2 − sen 2 = 2 cos2 − 1 ⇒ cos = 1 + cos θ );
2 2 2 2 2
β π
dx 8π
Vx = δ π
∫ dt = – π ∫ (1 + cos θ ) sen 2 θ ( −sen θ − 2cos θ sen θ ) dθ =
2 2
y .
dt 3
α 0

x
1 2

−1

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