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abin

Geografia Mundial
Estrutura Geopolítica Contemporânea

Livro Eletrônico
GEOGRAFIA MUNDIAL
Estrutura Geopolítica Contemporânea
Prof. Flavio Bueno

SUMÁRIO
Apresentação..............................................................................................3
Características da Estrutura Geopolítica Contemporânea...................................5
1. Oriente Médio – Principais Conflitos............................................................5
1.1. Conflitos – Áreas Israelenses..................................................................5
1.2. Os Choques do Petróleo....................................................................... 19
1.3. Consequências dos Conflitos Árabe-israelenses....................................... 20
1.4. A Questão Palestina............................................................................. 21
1.5. A Guerra Civil do Líbano e o Surgimento do Hezbollah.............................. 30
1.6. A Revolução Iraniana (Islâmica) e Guerra Irã x Iraque (1980-1988)........... 31
1.7. A Primeira Guerra do Golfo – Iraque x Kuwait (1990-91).......................... 34
1.8. A Guerra do Iraque (Segunda Guerra Do Golfo, 2003).............................. 38
1.9. A Guerra do Afeganistão (2001 –...)...................................................... 40
1.10. Os Conflitos na Caxemira................................................................... 46
1.11. A Primavera Árabe............................................................................. 48
1.12. Terrorismo........................................................................................ 52
1.13. Importantes Conflitos que Merecem Atenção......................................... 54
Resumo.................................................................................................... 64
Questões de Concurso................................................................................ 67
Gabarito................................................................................................. 100
Questões Comentadas.............................................................................. 102

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Estrutura Geopolítica Contemporânea
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Apresentação

Olá, caro(a) aluna(a),

Seja muito bem-vindo(a) a mais uma aula para que encurtará o seu caminho

para sua aprovação. Na aula anterior, conversamos sobre o processo de formação

dos blocos econômicos e as mais diversas formas de se regionalizar o planeta,

ou seja, descrevemos as características geoeconômicas reverberadas na chamada

Nova Ordem Mundial.

Hoje o nosso diálogo versa sobre os conflitos mundiais contemporâneos. Vale

ressaltar que muitos destes confrontos estão sob a lógica dos interesses pessoais

ou de uma minoria, por questões religiosas, étnicas ou por questões macros como

território, petróleo, água, política entre outros fatores, que deixam sequelas gra-

víssimas e transformam invariavelmente o espaço geográfico. Portanto, trataremos

dos mais importantes embates da atualidade, dando ênfase à região geopolitica-

mente conhecida como, ORIENTE MÉDIO. Claro que não prevaricaremos e, todavia,

trabalharemos outros elementos que vierem a ser pertinentes.

No fim do século XX, a ONU contava com 54 missões de paz em regiões afeta-

das pela guerra ou em vias de pacificação. São confrontos entre Estados-nações,

guerras civis, guerrilhas, ocupação de territórios à força e movimentos de separa-

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tismo dentro de Estados-nações que acontecem em todos os continentes, exceto

na Oceania. Dentre os principais motivos dos conflitos que ocorrem no mundo são:

disputas por território, soberania do Estado nacional (nacionalismo e separatismo),

rivalidades étnicas e religiosas, questões de fronteiras, recursos minerais e, até

mesmo, água. A pobreza, a miséria e as desigualdades sociais são, também, causa

inexorável de muitos desses conflitos.

Abordaremos, nesta aula, um dos conflitos mais antigos da história da huma-

nidade que perduram até os dias atuais., a questão Israel x Palestina. A região da

Palestina desde a Antiguidade vem sendo palco da ação de potências que se suce-

dem com o passar do tempo. A criação do Estado de Israel demonstra claramente

que a vontade de elementos estranhos à região marca a Geopolítica, Economia e

História local. Durante a gestão do brasileiro Oswaldo Aranha na presidência da

ONU (Organização das Nações Unidas), o Estado de Israel foi criado no território da

Palestina. Sua criação se deu em um momento em que a opinião pública interna-

cional olhava com complacência as vítimas do Holocausto nazista, em que milhões

de judeus foram assassinados em campos de concentração na Europa.

Outros conflitos também serão contemplados nesta aula. Falaremos sobre as

guerras que atingiram o Afeganistão, tanto na fase de Guerra Fria, como após

atentado de 11 de setembro de 2001. Trataremos da Revolução Islâmica e as suas

consequências para a comunidade xiita e o próprio embate com rivais históricos

apoiados pelos EUA, como é o caso do Iraque, com a qual travou uma batalha

sangrenta, entre os anos de 1980 e 1988. Discutiremos a Guerra do Golfo I e II, a

ascensão do jihadismo, do nacionalismo islâmico, das nações sem território, como

é o caso Curdistão. E, por fim, trabalharemos a base de formatação da primavera

árabe e de outros eventos que são consequência da mesma.

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CARACTERÍSTICAS DA ESTRUTURA GEOPOLÍTICA


CONTEMPORÂNEA

1. Oriente Médio – Principais Conflitos

1.1. Conflitos – Áreas Israelenses

Caro(a) aluno(a), o nosso bate-papo, nesta quarta aula, versa sobre os mais

importantes conflitos do atual momento da geopolítica global. Nossa primeira con-

versa é sobre o processo de formação do Estado de Israel e as suas mais diversas

consequências no que tange o grau de instabilidade geopolítica na região do Orien-

te Médio. Para uma boa compreensão deste fenômeno é fundamental retornar um

pouco na história destes povos. Os ditos conflitos árabe-israelenses estão entre os

mais antigos embates entre grupos da história da humanidade. Seu processo, bem

como suas mais diversas características, permeiam uma complexa relação entre os

povos que se amplificaram no século XIX. Uma das mais importantes manifesta-

ções que envolveram estes povos foi o movimento sionista.

O movimento nacionalista judaico surge no âmbito da assimilação dos judeus

pelas comunidades locais e a consequente perda de identidade cultural, marcada

inclusive pela forte perseguição racial antissemita na Europa Oriental e na Rússia,

elementos que motivaram grupos ortodoxos judeus a observar no nacionalismo o

único meio de preservação da fé judaica. Tal movimento apresentou dois líderes

que são fundamentais: Leão Pinker, que propôs a criação de entidades judaicas

comandadas pela elite que tratariam de constituir um lar seguro e inviolável aos

judeus, e Teodor Herzl, que defendia a criação de um Estado Nacional Judeu na Pa-

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lestina. Vale ressaltar que, para muitos, o último é o criador do chamado, sionismo

político, com objetivo de travar uma batalha institucional contra o antissemitismo.

O sionismo político idealizado por Herzl partia do princípio de que os judeus são um

povo e não apenas uma comunidade religiosa e de que as repetidas perseguições,

pressões e desvantagens sofridas por esse povo poderiam ser evitadas com a fun-

dação de um Estado judeu.

A partir das 1ªGM, com apoio dos britânicos, o movimento sionista ganha força

no objetivo de criação de uma “pátria nacional judaica” na Palestina, como rever-

bera os dizeres a seguir:

Caro Lorde Rothschild, alegro-me em poder comunicar-lhe, em nome do governo de Sua


Majestade, a seguinte declaração de simpatia pelo movimento judaico-sionista, apre-
sentada e aprovada pelo gabinete oficial: A construção de uma pátria para os judeus na
Palestina é vista pelo governo de Sua Majestade com bons olhos. Sua Majestade fará
tudo o que for de seu alcance para facilitar os caminhos rumo a esse objetivo. Deve-se
ressaltar, no entanto, que nada deve ser feito no sentido de prejudicar os direitos civis
e religiosos dos povos não judeus que vivem na Palestina, ou de prejudicar os direitos e
a situação política de judeus em algum outro país.” Arthur James Balfour 1

1
Disponível em http://www.dw.com/pt-br/1917-apoio-brit%C3%A2nico-ao-movimento-sionista/a-365813 - Acesso em 28
de janeiro de 2018 às 15h52min.

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Este aparente apoio está diretamente relacionado ao auxílio dado por judeus,

espalhados pelo planeta, inclusive os que moravam na Palestina, contra o Império

Otomano. Como o término da Primeira Guerra Mundial, o Império Otomano deixa

de existir. Talvez, por isso, a Declaração de Balfour tenha ultrapassado os limites

do próprio poder do Reino Unido. Tal perspectiva só começou a ser redesenhada a

partir de 1922, quando a região passou a ser um protetorado britânico, sob a forma

de um mandato determinado pela extinta Liga das Nações. Este período é marcado

por um forte movimento de resistência de palestinos árabes contra a imigração de

judeus e, portanto, uma constituição de forças antijudaísmo.

Textos Complementares
Caos desagrega o Oriente Médio
Fragmentação da Síria e do Iraque, combinada com o fortalecimento do fundamentalis-
mo islâmico, golpeia o Acordo Sykes-Picot, uma coluna vital de sustentação da ordem
mundial
José Arbex Júnior (editor de Mundo)*
“O Acordo Sykes-Picot está enterrado”, diz ao correspondente da rede britânica BBC um
porta-voz do grupo fundamentalista islâmico Isis (sigla, em inglês, de Estado Islâmico
no Iraque e na Síria, um dos vários nomes adotados pela organização nos últimos me-
ses). Passando das palavras aos atos, ele derruba um último pedaço de muro de um
posto de fronteira situado na fronteira entre a Síria e o Iraque. O acordo, negociado
em novembro de 1915 pelo diplomata francês François Georges-Picot e pelo britânico
Mark Sykes, e assinado em maio de 1916, foi um ajuste secreto entre os governos da
Grã-Bretanha e da França (com a participação posterior da Rússia czarista e da Itália)
que definiu o desenho geopolítico do Oriente Médio. Desde então, funcionou como um
dos grandes pilares da ordem geopolítica mundial. O seu fim, inversamente, amplia o
caos global.
O acordo entregou a Londres o controle dos territórios que hoje correspondem, grosso
modo, à Jordânia e ao Iraque, bem como uma pequena área em torno de Haifa (situada
no atual estado de Israel). Paris “ganhou” o sudeste do que hoje é a Turquia, a Síria,
o Líbano e o norte do Iraque. As duas potências ficaram livres para definir as frontei-
ras dentro daquelas áreas. A Palestina seria colocada sob administração internacional.
O acordo refletiu os interesses de Paris e Londres durante a Primeira Guerra, travada
entre a Tríplice Entente (Grã-Bretanha, França e Rússia) e a Tríplice Aliança (Alemanha,
Império Austro-húngaro e Itália, que mudou de lado em abril de 1915). A Aliança era
ainda apoiada pela Turquia, sede do Império Otomano, que controlava o Oriente Médio.
Inicialmente, para obter apoios dos chefes de tribos e clãs árabes, Londres prometeu

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apoiar a criação de países árabes independentes ao final da guerra, sobre os escombros


do Império Turco-Otomano. O compromisso britânico com os árabes foi “costurado”,
antes do início da Primeira Guerra, pelo oficial Thomas Edward Lawrence (cuja história é
contada no clássico filme “Lawrence da Arábia”, do diretor David Lean). O Acordo Syke-
s-Picot foi uma clara traição de Londres aos árabes. Aquele não apenas recuou de suas
promessas de independência como também abriu o caminho para Declaração Balfour,
de 1917, que prometeu a criação de um Lar Nacional judeu na Palestina, precursor do
estado de Israel. Muitos historiadores acreditam, hoje, que o Acordo Sykes-Picot, junto
com a Declaração Balfour, foi desenhado para atrair o apoio do movimento sionista e,
em particular, dos judeus estadunidenses, com a finalidade última de trazer os Esta-
dos Unidos para a guerra ao lado da Entente, o que, de fato, acabou acontecendo, em
abril de 1917. Teria servido, também, para comprar o apoio da Itália, que mantinha um
conflito com o Império Turco-Otomano desde 1911. Como compensação por ter deixa-
do a Tríplice Aliança, Roma ganharia o controle da Líbia e de algumas ilhas do Egeu. A
Rússia czarista “herdaria” a Armênia e partes da Ásia resultantes do desmembramento
do Império Turco-Otomano (que seria consagrado pelo Tratado de Sèvres, em 1920).
O Acordo Sykes-Pìcot foi exposto à opinião pública por Vladimir Ilitch Lenin, líder da
Revolução Russa de 1917, que denunciou a sua existência e renunciou às pretensões
czaristas. Apesar do escândalo causado pela publicação do acordo, os seus principais
termos seriam confirmados pela Conferência de San Remo, em abril de 1920, e pelo
Conselho da Sociedade das Nações, em julho de 1922. Uma das grandes fontes perma-
nentes de tensão na região é justamente o fato de as suas fronteiras internas, criadas
entre as décadas de 1920 e 1940, refletirem muito mais os interesses franco-britânicos
do que a história dos povos locais. É isso que explica a óbvia contradição entre a presen-
ça multimilenar dos árabes na região (Damasco, a capital síria, tem mais de 6 mil anos
de existência) e a extrema juventude dos países da região (a Síria atual, por exemplo,
só teve sua independência reconhecida em 1946). Explica também a conjuntura que
deu origem ao Estado de Israel, em 1948, a qual implicou a expulsão de quase um
milhão de árabes não judeus que viviam na Palestina. A proclamação do fim do Acordo
Sykes-Picot, portanto, não deve ser interpretada como um excesso retórico de fanáti-
cos jihadistas. A implosão simultânea da Síria e do Iraque assinala a ruptura da ordem
geopolítica em uma região que detém as maiores reservas de petróleo e gás do planeta,
além de desempenhar papeis políticos e simbólicos excepcionais na história da formação
do chamado mundo ocidental. Não menos importante, o Oriente Médio serve de sede à
religião que conta com 1,5 bilhão de adeptos e que cresce com maior rapidez nas áreas
mais miseráveis do planeta. O Oriente Médio inteiro está atravessado por tensões, revo-
luções e guerras civis. Xiitas, liderados pelo Irã, disputam território e influência política
com sunitas, sob influência da Arábia Saudita e da Turquia. A Rússia, que depende de
um governo “amigo” na Síria para manter sua base militar no Mediterrâneo (em Tar-
tus), alia-se ao Irã na preservação da ditadura de Bashar Assad, contra uma estranha
aliança formada pelos Estados Unidos, Arábia Saudita e Israel. A China, que depende
do petróleo iraniano e tem os seus próprios interesses na região, mantém uma política

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discreta de sustentação do governo sírio. A persistente “questão palestina”, por fim,


impede a estabilização do estado de Israel. Em contrapartida, aumenta a importância
das correntes fundamentalistas, como o próprio Isis, movidas pela fé e por uma lógica
política própria, que não reconhece a legitimidade das fronteiras baseadas no conceito
de estado-nação. No caso do Isis, o objetivo é restabelecer o Califado no Oriente Médio,
isto é, criar um único Estado que abrigaria no seu interior toda a comunidade islâmica (a
Umma). Exatamente por isso, o Isis atrai a ira e o temor das potências globais e regio-
nais, apesar de suas várias contradições e disputas internas (Washington, por exemplo,
busca o apoio do arquiinimigo Teerã para derrotar os defensores do Califado). Ao atacar
os curdos da Síria e do Iraque, o Isis também provoca o ressurgimento do nacionalismo
curdo e abre a hipótese de criação de um Curdistão soberano, ameaçando levar o in-
cêndio à Turquia, onde vive uma poderosa e ativa comunidade curda. Um século após a
assinatura do Acordo Sykes-Pìcot, a ruína do edifício colonialista construído no Oriente
Médio cobra seu tributo.
*Texto originalmente publicado na Revista Caros Amigos

Durante as décadas subsequentes até o fim da 2ª Guerra Mundial, o futuro

Premier Britânico Winston Churchill deixa a situação um tanto confusa na região,

quando afirma que a comunidade judaica que ali vivia deveria apenas desenvol-

ver-se livremente sem necessariamente criar uma zona de dominação de um povo

sobre outros povos. A partir de 1947, a ONU deliberou a divisão da Palestina em

dois Estados: um para os judeus e outro para os árabes. O Reino Unido abdicou do

seu mandato em maio de 1948, quando foi proclamado o Estado de Israel.

1. (QUESTÃO INÉDITA) Leia os fragmentos de texto abaixo

Texto I

Quando Golias é judeu

A invasão ofende os Direitos Humanos diante da indiferença cúmplice das po-

tências ocidentais Cidade de Gaza, quinta-feira 24. Ruas cobertas de cadáveres.

Casas sem fachada, esburacadas ou destruídas. Mães, pais, crianças e idosos aos

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prantos e gritos. Alguns seguram nos braços crianças mortas, por vezes decapita-

das. Tanques de guerra. O incessante barulho ensurdecedor das metralhadoras dos

soldados do Tsahal, ou IDF, o exército israelense, ou de bombas lançadas de caças

F-18. Ou pelos navios de guerra no Mediterrâneo. A toda essa tragédia se mescla

o assobio de mísseis, vindo de todas as partes, inclusive dos teleguiados, a marcar

presença no céu. “Eles atiram nas pessoas, nas vacas, em qualquer coisa que se

mova”, grita uma septuagenária. Nos seus olhos, como nos de seus conterrâneos,

estampam-se o medo, o desespero, o horror. Motivos não escasseiam.


Disponível em http://www.cartacapital.com.br/revista/810/quando-golias-e-judeu-9148.html –
acesso em 29 de janeiro de 2018 às 15h25min.

Texto II

Fracasso do diálogo motivou união de Fatah e Hamas

Após o anúncio da união entre os grupos palestinos Fatah e Hamas, que eram

rivais declarados na luta pela criação do Estado da Palestina, houve um bombardeio

das Forças militares de Israel na Faixa de Gaza. A reação do governo israelense,

para o coordenador do Centro de Direito Global da Direito GV, Salem Nasser, é sin-

tomático do que será o comportamento doravante adotado pelo país. “Para os isra-

elenses, esta união é ótima, porque isso servirá como desculpa para não se avançar

em pontos que eles nunca cederiam mesmo e prosseguir com a violência contra a

Faixa de Gaza e a Autoridade Palestina”, afirmou Nasser. O entendimento entre os

dois grupos provocará, em seis meses, a realização de eleições presidenciais. Nas

próximas cinco semanas, conforme o acordo, ambos organizarão um governo de

transição, que administrará a Palestina até o pleito eleitoral.

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Texto III

ONU não tenta solução contra massacre em Gaza

Uma ação diante dos ataques de Israel contra Gaza seria mais apropriada ainda,

porque se trata de um conflito internacional e não de uma guerra civil. A pergunta

que se repete na Organização das Nações Unidas (ONU) é por que China e Rússia

ainda não colocaram em marcha um rascunho de resolução para que o Conselho de

Segurança condene os bombardeios aéreos sobre a população civil em Gaza, exija

uma zona de exclusão aérea e acuse Israel por crimes de guerra.

A questão geopolítica no Oriente Médio é extremamente complexa e de difícil so-

lução. Uma prospecção cada vez menos salutar e regada a sangue e barbáries. “O

grupo palestino Hamas disse que lutará até que Israel atenda suas exigências para

um cessar-fogo”. Sobre o atual cenário geopolítico da região assinale o item cor-

reto.

a) Desde a Declaração de Balfour, uma série de conflitos armados ocorreu entre Is-

rael e Palestina, pois nesta Declaração foi concedido apoio britânico para a criação

de uma pátria judaica na Palestina.

b) A ONU, no ano de 1947, fez a divisão entre os territórios da Palestina e Israel.

Tais ações desencadearam uma série de conflitos chamados de guerras árabe-isra-

elenses que contribuíram para a formação de uma série de grupos de rebeldes de

origem árabe, dentre eles podemos citar o Hamas que hoje é o grupo que controla

militarmente ao Faixa de Gaza.

c) O mundo vive na atualidade um novo movimento sionista, criado no séc. XIX,

por Theodor Herzl, que tinha como propósito a formação de um estado palestino

com reconhecimento internacional e apoio militar dos EUA e dos países que com-

põem a OTAN.

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d) Atualmente, pode-se observar um verdadeiro banho de sangue promovido pelo

Hamas aos soldados de Israel com apoio unilateral de Arábia Saudita e Turquia,

aliados da Rússia na região.

Letra b.

Israel devolve a Faixa de Gaza aos palestinos, porém quem governa essa região é

o grupo Hamas. Um grupo rebelde palestino que não aceita negociar com Israel e

que deu um golpe no grupo Fatah, que também é palestino, para assumir o poder

na região. Sendo assim, Israel mantém o bloqueio para evitar que o grupo Hamas

receba armas provenientes de contrabando.

A divisão do território da Palestina para formar o Estado de Israel deu início à pri-

meira guerra árabe.

a) Errada. A Declaração de Balfour não originou o conflito armado na região. Esse

documento foi a declaração da Inglaterra, que possuía o protetorado na região, de

apoio à causa sionista.

c) Errada. Theodor Herzl foi um dos principais articuladores do movimento sionista

e responsável pela formação dos primeiros kibutz na região. A ocupação da região

para a formação do Estado de Israel e não da palestina.

d) Errada. O banho de sangue é promovido pelo exército israelense aos civis da

Faixa de Gaza. E Arábia Saudita e Turquia são aliados do EUA na região e não da

Rússia.

Desde a sua criação, Israel enfrentou uma série de problemas com os seus

vizinhos, fortes desafios, o desenvolvimento da agricultura no litoral e atividades

tradicionais de pouca expressão econômica. Para o desenvolvimento do Estado

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Nacional, que nasce em meio a uma série de conflitos foi fundamental o auxílio

da comunidade judaica internacional. Em 1948 e 1949, os confrontos foram de

afirmação do espaço nacional contra os árabes oponentes à existência do Estado

judeu, são as chamadas guerras árabe-israelenses, que podem ser subdivididas em

4 grandes confrontos:

• a Guerra de Independência (1948/49);

• a Guerra do Canal de Suez (1956);

• a Guerra dos Seis Dias (1967);

• a Guerra de Yom Kippur (1973).

O primeiro conflito direto, a Guerra da Independência (1948-1949) tem

suas bases a partir das hostilidades contra Israel proferidas por Egito, Síria, Líbano,

Iraque e Jordânia. Este confronto foi marcado pela vitória incontestável dos Isra-

elenses devido aos seguintes fatores:

• falta de coordenação entre os exércitos árabes;

• espírito de luta e organização dos judeus, interessados na causa; ajuda da

comunidade judaica internacional (Material e financeiro);

• apoio prestado por vários países ocidentais, especialmente EUA e Europa Oci-

dental.

As consequências deste conflito:

• destituição territorial da Palestina;

• a Cisjordânia passa para o controle da Jordânia;

• a Faixa de Gaza sob soberania egípcia;

• a divisão de Jerusalém em duas partes – Oeste (Judeu) e Leste (Transjordânia);

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• o surgimento do movimento da Questão Palestina e algo em torno de 78% do

território em questão sob o domínio israelense, conforme pode ser visualiza-

do no mapa abaixo:

Em 1956, ocorreu a Guerra do Suez que tinha com principal rival o Egito, líder

do pan-arabismo e do movimento terceiro-mundista de Gama Nasser, que se apro-

ximara da URSS e de outras nações do mundo subdesenvolvido. Nesse conflito,

Israel contou com o apoio das potências ocidentais,

pois o Egito promoveu a nacionalização do Canal de

Suez que é o canal responsável por interligar os mares

Vermelho e Mediterrâneo. O Egito nacionalizou e impe-

diu a passagem de navios israelenses e de nações que

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apoiaram o recém-formado Estado Judaico, o que fundamentou uma ação militar

contra o Egito por parte de Israel, França e Grã-Bretanha, ou seja, a disputa foi em

torno do projeto de livre navegação em canal criado pela França ainda no século

XIX. Vale ressaltar que as pressões internacionais soviéticas e estadunidenses fize-

ram com que os três países se retirassem dos territórios egípcios conquistados,

todavia, o Egito, a maior nação árabe da região, sai derrotado do confronto e o

abismo entre árabes e israelenses aumenta consideravelmente.

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Em 1967, na Guerra dos Seis Dias, a Terceira Guerra Árabe-Israelense,

Israel, sob a alegação de estar se antecipando a um ataque de forças árabes unidas

em três frentes (antecedentes do conflito: ação de grupos terroristas palestinos

em Israel) – norte, sul e leste –, ocupou terras da Síria (Colinas de Golã – principal

reservatório de águas subterrâneas da região e responsável pelo abastecimento do

Rio Jordão e do Mar Morto), do Egito (a Faixa de Gaza e a Península do Sinai) e da

Jordânia (a Cisjordânia). Foi uma ofensiva que demonstrou o brilhantismo da inte-

ligência militar israelense e, até certo ponto, a superioridade tática de suas Forças

Armadas. Vale ressaltar que é neste momento que o Oriente Médio se insere fun-

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damentalmente no contexto da Guerra Fria, já que o Egito recebe apoio essencial

da URSS. Neste tocante, Nasser pede a retirada das Tropas de paz da ONU da Pe-

nínsula do Sinai e ameaça o fechamento de passagem aos navios israelenses pelo

estreito de Tiran o que gerou a reação preventiva de Israel;

Consequências:

• 05/06/1967 – aeroportos militares de Egito, Síria e Jordânia são bombarde-

ados;

• Israel derrota os 3 países;

• conquista os territórios da Faixa de Gaza e a Península do Sinai, do Egito;

• Cisjordânia e Jerusalém oriental, passam a ser dominados pela Jordânia;

• domínio das Colinas de Golã, da Síria por parte de Israel;

• Resolução 242 da ONU2, exigia a devolução incondicional das regiões ocupa-

das por Israel;

• governo israelense se recusa e abre uma crise diplomática;

• política de colonização israelense;

• ocupação da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.

Em 1973, aproveitando-se do feriado judaico do Dia do Perdão, os árabes capi-

taneados por Egito e Síria, derrotados em 1967, realizaram um ataque contra Israel,

a Guerra do Yom Kippur com o objetivo de recuperar os territórios tomados na

Guerra dos Seis Dias. Israel conseguiu, após duas semanas de combate, debelar

o ataque árabe com o apoio do Ocidente, particularmente dos Estados Unidos, to-

davia, a intervenção das superpotências, EUA e URSS, foram determinantes para

coibir um desastroso embate de consequências homéricas na região. As nações

árabes, no entanto, entenderam que o apoio ocidental a Israel contrariou seus


2
Disponível em https://nacoesunidas.org/palestina/contexto/- Acesso em 25 de janeiro de 2018 às 15h25min.

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interesses e comprometeu a soberania dessas regiões. Assim, os países do Golfo

Pérsico, que não estavam envolvidos no conflito diretamente, decidiram boicotar as

exportações de petróleo ao Ocidente e aumentaram os preços do barril de petróleo,

dando início à primeira crise do petróleo.

2. (QUESTÃO INÉDITA) “Na manhã da véspera do Yom Kippur, porém, Dado tam-

bém começou a ficar apreensivo. Fotografias de reconhecimento tiradas na tarde

anterior ao longo do canal mostravam não apenas uma concentração cada vez

maior de blindados, mas instalações de pontes e equipamento de travessia. Por

precaução, ele ordenou o alerta máximo, despachou mais unidades blindadas para

as colinas de Golã, cancelou as licenças para o feriado e instruiu sua equipe de

logística a preparar a convocação geral. O comandante da força aérea já havia,

discretamente, colocado suas reservas de prontidão.”


Biografia. Golda Meir, 1ª Ministra de Israel. Larousse. São Paulo. 2009. p. 358.

A apreensão israelense revela que uma ofensiva militar dos vizinhos árabes era

esperada. No dia 06 de outubro de 1973, as sirenes de alarme perturbaram a

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quietude do Yom Kippur, e os exércitos egípcios e sírios atacavam Israel. Explique

a principal motivação dos países árabes nesse conflito e, em seguida, relate o im-

pacto desse conflito em relação às economias ocidentais importadoras de petróleo

do Oriente Médio.

A principal motivação era a vontade de recuperar territórios perdidos na Guerra dos

Seis Dias, do Egito, o Sinai e Gaza, e, da Síria, as Colinas de Golã. Como resposta ao

apoio do mundo ocidental à causa israelense, os países árabes, membros da OPEP,

aproveitando-se desse contexto, provocaram um aumento dos preços do petróleo

no mercado internacional, impactando em uma crise energética. Há argumentos

que apontam para uma provável retaliação dos árabes, exportadores de petróleo,

diante da posição norte-americana em prol da manutenção do Estado de Israel na

Palestina. Mas, o contexto era propício para os membros da OPEP provocarem uma

alta dos preços do petróleo, algo que desejavam há algum tempo.

1.2. Os Choques do Petróleo

Os diversos conflitos que eclodiram no Oriente Médio nos últimos trinta anos do

século XX, provocaram seguidos aumentos no preço do petróleo, conhecidos como

“choques” ou “crises”, a saber

1) 1973: o preço salta de US$ 2,50 para US$11,50 em função da Guerra do Yom

Kippur (conflito entre árabes e israelenses, no qual os árabes foram derrotados);

2) 1979: ocorre a Revolução Islâmica do Irã e a liderança islâmica do país corta

o fornecimento do produto, causando um reajuste para US$ 36,00;

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3) 1990: o Iraque invade o Kuwait, causando o temor nos especuladores de que

o fornecimento de óleo seria interrompido; o preço do barril salta para US$ 40,00.

1.3. Consequências dos Conflitos Árabe-israelenses

Camp David3 Conferência de Madrid4

Os Acordos de Camp David, como passaram a ser chamados, trouxeram pres-

tígio para Sadat e Begin (que dividiram o prêmio Nobel da Paz de 1979) e fizeram

jorrar investimentos na região, principalmente no Egito, destinados à reconstrução

e modernização do país. Egito e Israel deram início a conversações bilaterais resul-

tando no Acordo de Paz em Camp David e suas principais determinações são:


3
No dia 26 março de 1979, em cerimônia na Casa Branca, é assinado o primeiro acordo de paz entre um
país árabe e Israel. O documento é um dos mais importantes marcos no processo de paz no Oriente Médio.
Disponível em http://www.dw.com/pt-br/1979-egito-e-israel-assinam-o-acordo-de-camp-david/a-305984 -
acesso em 25 de janeiro de 2018 às 22h37min.
4
A Conferência da Paz de Madri foi uma tentativa da comunidade internacional de iniciar um processo de paz
entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina, Síria, Líbano e Jordânia. Concebido pelo Governo
da Espanha e patrocinado pelos Estados Unidos e pela URSS, começou em 30 de outubro de 1991 (oito
meses após a primeira Guerra do Golfo) e durou três dias.

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• Egito recupera a península do Sinai;

• Egito reconhece Israel como um Estado;

• Egito é expulso da Liga Árabe;

• Outros países como a Jordânia aderem a ideia de saída negociada.

1.4. A Questão Palestina5

Nobre aluno(a), os conflitos externados no escopo textual acima revelam uma

demanda importante: a necessidade da criação de movimentos organizados para a

proteção da causa dos palestinos. Portanto, a partir da criação do Estado de Israel,

uma série de grupos foram criados com este objetivo. O primeiro deles, já na dé-

cada de 1960, fundamentou-se como o principal protagonista da defesa pela causa

palestina e ficou conhecido como OLP – Organização Para a Libertação da Palestina.

Em sua carta de fundação, a OLP pregava dentre outras questões:

• a destruição sumária e definitiva de Israel;

• a OLP aglutinava várias organizações palestinas menores:

–– Al-Fatah (1959 – criado por Yasser Arafat);

a) terrorismo era a principal política contra Israel;

b) atentados a bomba;

c) sequestros;

5
Termos importantes:
Crescente fértil: denominação dada à porção contígua da Ásia e África, berço das primeiras civilizações – sociedades
hidráulicas, das quais fazem parte a Mesopotâmia, a Palestina e o Vale do Nilo.
Hebreus: povo semita da Antiguidade, do qual descendem os judeus.
Filisteus: povo não semita que se estabeleceu no litoral da Palestina no século XII a. C.

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Al – Fatah6 significa “A Vitória”. É o nome do braço armado da Organização para a Liber-


tação da Palestina e que foi responsável por um grande número de ações e atentados,
visando, num primeiro momento, a expulsão dos judeus e a destruição de Israel. No
final do século XX, entretanto, as disposições de Arafat amenizaram-se e passou-se a
discutir, em encontros históricos, a criação de um Estado Palestino, vizinho ao de Israel.
Essas negociações ficaram emperradas no início do século XX, devido a uma série de
ações militares israelenses e da resposta Palestina (intifadas). Não se pode ignorar que
um dos fatores que levou Arafat a amenizar o discurso inicial que enfatizava a necessi-
dade de destruir Israel foi o surgimento de outro grupo, muito mais radical e intransi-
gente: o Hamas7.

A liderança de Arafat leva a Comunidade Internacional reconhecer a existência

da questão palestina, tanto que a OLP foi admitida na ONU como observador per-

manente e a própria Liga Árabe reconhecem-na como representante legítima do


6
Disponível em https://topicosorientemedio.files.wordpress.com/2011/06/a-ideologia-do-al-fatah-yasser-a-
rafat.pdf- Acesso em 28 de janeiro de 2018 às 18h32min.
7
O Hamas uma organização palestina, de orientação sunita, que inclui uma entidade filantrópica, um partido
político e um braço armado. É o mais importante movimento fundamentalista islâmico da Palestina.

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povo palestino, apesar do fraco apoio no que tange trabalhos realizados da criação

do Estado Nacional Palestino. Já na década de 1980, a OLP aceita a criação de um

Estado palestino que não exclua a existência de Israel e renuncia ao terrorismo

passando assim a negociar de forma mais abrangente uma solução para a Questão

Palestina;

Entretanto, os trabalhos promovidos por Yasser Arafat e a

OLP não impediram o surgimento de ações violentas e de mo-

vimentos de insurgência contra o Estado de Israel. Um exem-

plo mais pragmático deste elemento está na ocorrência das

clássicas intifadas8. A bibliografia, em geral, reverbera que his-

toricamente tivemos dois movimentos de insurgência por par-

te dos palestinos. O primeiro deles em 19879, nos territórios

ocupados da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, que lutava contra

a ocupação israelense desses territórios, que já se estendia

desde a Guerra dos Seis Dias. A Intifada constituiu-se de uma ação popular, soma-

da ao reposicionamento de interesses dos Estados Unidos na região, levou Israel a

negociar o território pela paz. Os acordos de paz da década de 1990 significaram

uma nova fase nas relações entre Israel e os palestinos, agora representados pela

ANP – Autoridade Nacional Palestina.

8
Intifada é o termo que representa a insurreição ou revolta dos palestinos contra os abusos promovidos pelos
israelenses. Também é conhecida como guerra as pedras.
9
DICA DE LEITURA E APROFUNDAMENTO – Como completou 30 anos em dezembro de 2017 sugiro que se
faça uma leitura mais aprofundada da 1ª INTIFADA. – Destaco o texto disponível em http://operamundi.uol.
com.br/conteudo/noticias/8120/hoje+na+historia+1987++comeca+a+primeira+intifada+na+faixa+de+-
gaza.shtml e http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/07/140729_o_que_hamas_kb.

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É importante reconhecer que os confrontos supracitados estabeleceram o início

de um reconhecimento mútuo e um cronograma de transferência de terras aos pa-

lestinos. No entanto, esse cronograma condicionava-se a pontos de discussão até

hoje controversos:

• sobre qual o verdadeiro status de Jerusalém;

• controle dos mananciais hídricos e da construção de áreas de captação de

água das chuvas;

• combate ao terrorismo e a propagação dos grupos extremistas;

• a questão dos refugiados palestinos e o impasse da entrada destes em países

europeus;

• a remoção das colônias ou acampamentos de judeus nos territórios ocupados

da Cisjordânia.

Tais impasses e as consequências da primeira intifada geraram a necessidade

de intervenção geopolítica do presidente dos EUA à época, Bill Clinton, que sugeriu

um encontro entre as lideranças da região para encaminhar um acordo de paz. A

esse encontro damos o nome de Acordo de Oslo (1993). As bases fundamentais

deste acordo são:

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• Local:

–– Oslo (Noruega – lugar neutro)/Assinada nos EUA.

• Membros:

–– Yasser Arafat (Líder da OLP);

–– Yitzhak Rabin (1º Ministro de Israel);

–– Bill Clinton (presidente dos EUA).

• Objetivos:

–– “Terra por Paz”: Israel devolveria a Faixa de Gaza e Jericó e, em contrapar-

tida, a Palestina deveria acabar com os atentados terroristas.

• Consequências:

–– nem todos os grupos palestinos aceitaram as tratativas de paz de Oslo 1;

–– atentados na região continuaram;

–– em 1995, o premier Yitzhak Rabin (LÍDER ISRAELENSE) é assassinado por

um extremista JUDEU, que o acusava de traição à pátria.

O Acordo de Oslo I apresentou poucos resultados concretos, todavia consolidou

a criação da Autoridade Palestina (AP) e fundamentou uma retirada mais concreta

de parte dos israelenses da Faixa de Gaza e de Jericó, bem como foram coibidas as

ações militares judaicas na região. A AP assumiu a administração civil e a seguran-

ça interna local, além da defesa e das relações exteriores que estavam sub a tutela

de Israel.

Em 1996, houve uma nova tentativa de reafirmação dos acordos de Oslo. A essa

nova tentativa os pensadores da geopolítica dão o nome de Oslo II.

• Bases do Acordo:

–– devolução total da Cisjordânia até 1999;

–– os judeus já deveriam ter retirado suas ocupações da faixa de Gaza, o que

de fato não ocorreu;

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–– as duas regiões têm grande concentração de palestinos o que gerou uma

série de pequenos conflitos;

–– Israel foi prolongando a ocupação, ou seja, a retirada das tropas da Cisjor-

dânia não ocorreu conforme combinado

–– aquíferos e lençóis freáticos foram dominados pelos acampamentos judai-

cos;

–– as cidades históricas foram divididas para Israelenses e Palestinos.

Outros Acordos10:

O objetivo de Clinton era tratar de temas como fronteiras, Jerusalém e


Camp David, 2000
refugiados, que haviam sido deixados de lado em Oslo.
Barak (esquerda) e Arafat não se entenderam em 2000. Mas não houve
acordo entre Arafat e o então premiê de Israel, Ehud Barak. O problema
foi que o máximo oferecido por Israel era menos do que o mínimo que
os palestinos estavam prontos para aceitar. Israel ofereceu a Faixa de
Gaza, uma grande parte da Cisjordânia e terras do deserto de Negev,
Camp David 2001
entretanto, mantendo grandes assentamentos em Jerusalém Oriental.
Os palestinos queriam começar com a reversão das fronteiras deter-
minadas pela guerra de 1967 e pediam o reconhecimento do “direito
de retornar” dos refugiados palestinos. O fracasso de Camp David foi
seguido pelo segundo levante palestino conhecida como Intifada.

10
Disponível em http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2010/09/100902_entenda_acordos_orienteme-
dio_rc - Acesso em 30 de janeiro de 2018 às 00h58min.

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Houve mais flexibilidade quanto à questão territorial, mas um comuni-


cado posterior dizia ter sido “impossível chegar a um entendimento em
Taba, 2001
todas as questões”. Com a eleição de Ariel Sharon em Israel, em 2001,
o acordo foi abandonado.
Após o fracasso dos diálogos bilaterais e da volta dos conflitos, o plano
saudita retomou uma abordagem multilateral e sinalizou o interesse
árabe em pôr fim às disputas entre israelenses e palestinos. Segundo o
plano, as fronteiras voltariam à configuração de 1967, um Estado pales-
tino seria estabelecido em Gaza e Cisjordânia e haveria uma “solução
justa” ao problema dos refugiados. Em troca, os países árabes reco-
nheceriam Israel. Sua força é o apoio árabe à solução de dois Estados.
Sua fraqueza é que instou as partes a negociar os mesmos temas em
que elas haviam falhado até então. O plano proposto pelo “Quarteto”
(EUA, Rússia, União Europeia e ONU) que negocia a paz no Oriente
Médio não dá detalhes sobre um acordo final, mas, sim, diretrizes
Iniciativa de Paz sobre como chegar a ele. A proposta foi precedida de um comunicado,
Árabe, 2002 em junho de 2002, de George W. Bush, que propunha fases para pôr a
segurança antes de um acordo final:
- Fase 1: Declaração dos dois lados apoiando a solução de dois Esta-
dos. Palestinos poriam fim à violência e agiriam contra os que estives-
sem “engajados no terror”, criariam uma Constituição e fariam elei-
ções; israelenses parariam de construir assentamentos ou ampliar os
já existentes e conteriam ações militares
- Fase 2: Criação de um Estado palestino, em conferência internacio-
nal, com “fronteiras provisórias”
- Fase 3: Conversas finais
O Mapa da Paz não foi implementado, mas segue sendo um ponto de
referência para as negociações.
Revisa os conceitos do Mapa da Paz em que a segurança e a confiança
precederiam um acordo político. O maior compromisso de Genebra era
que os palestinos desistissem de seu “direito de retorno” em troca de
praticamente toda a Cisjordânia. Israel desistiria de grandes assenta-
Acordo de Genebra,
mentos, como Ariel, mas manteria outros perto da fronteira. As nego-
2003
ciações de 2007 foram interrompidas após a ofensiva israelense em
Gaza. Os palestinos teriam sua capital em Jerusalém Oriental, mas
Israel manteria a soberania sobre o Muro das Lamentações, na Cidade
Velha.

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O premiê israelense Ehud Olmert e o presidente da Autoridade Pales-


tina, Mahmoud Abbas, participaram de negociações com o Quarteto e
mais de uma dúzia de países árabes. Mas o Hamas, que ganhara as
eleições parlamentares em Gaza em 2006 e dominara no ano seguinte
Annapolis (EUA), 2007 a região, não estava representado e disse que não se comprometeria
com nenhuma decisão tomada em Annapolis. Após um comunicado
conjunto, Olmert e Abbas tiveram reuniões regulares para acordar
questões de fronteira, mas as negociações foram interrompidas pela
ofensiva militar israelense em Gaza no final de 2008.

No início da década de 2000, deu-se início a segunda Intifada que tem como

base a amplificação seu raio de ação, visto que todos os judeus, e interesses isra-

elenses, civis e militares tornaram-se potenciais alvos da ação de terroristas. A se-

gunda Intifada eclodiu-se em um confronto aberto en-

tre o Estado de Israel, a Autoridade Palestina e grupos

terroristas. Israel retomou territórios cedidos aos pa-

lestinos e a Autoridade Palestina foi acusada de estar

impotente diante do desenvolvimento de importantes grupos terroristas. Tais exter-

nalidades contribuíram para o aumento da oposição a Yasser Arafat dentro da AP e

Israel, sob o governo de Ariel Sharon11, bem como os Estados Unidos passaram a

não considerar o líder palestino uma autoridade à altura dos graves problemas que

mergulharam a região na mais intensa onda de violência desde o início da Intifada.

Essa onda de violência gerou um retrocesso importante nos acordos de paz

entre os dois grupos na região, movimentando a consolidação política da extrema

direita no Estado de Israel, que se fez representada pelo partido chamado LIKUD,

fundamentada na ascensão de Benyamin Netanyahu que adiou até onde pôde a

aplicação do que havia sido acordado e retomou a construção de colônias judaicas

na Cisjordânia e no setor árabe de Jerusalém.


11
Ariel Sharon – 1º Ministro de Israel (ano 2000) decretou o fim da “Terra por Paz”, acusando a Palestina de
não acabar com os atentados terroristas na região.

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O muro Israel x Palestina12

Com a ascensão de Netanyahu, a ideia de construir um muro ressurgiu após o

fracasso da Conferência de Camp David sobre o conflito intifada, em julho de 2000.

A construção suscitou, desde o início, tensões políticas internas e muitas críticas

palestinas e da comunidade internacional. Israel, cansado de ser atingido por ata-

ques terroristas suicidas, movidos por grupos palestinos como o Hamas, deu conti-

nuidade à construção de um muro de cerca de 8 metros de altura, que se estendeu

ao longo da fronteira da Cisjordânia por 635 km. O muro parece ter surtido efeito,

pois caiu radicalmente o número de atentados nas cidades israelenses. A ONU con-

denou a construção desse muro e os palestinos reivindicam sua derrubada, sobre-

tudo, pelo fato de haver no lado israelense grande concentração de corpos hídricos.
12
DICA DE VÍDEO - https://www.youtube.com/watch?v=3Pf9_bmFxBk – Acesso em 29 de janeiro de 2018 às 00h55min.

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1.5. A Guerra Civil do Líbano e o Surgimento do Hezbollah

Muita atenção neste tópico, caro(a) aluno(a).


A questão libanesa é uma das mais relevantes
no estudo acerca do Oriente Médio. O Líbano
tornou-se independente da França em 1948 e
estabeleceu uma forma de governo dividindo o
poder entre os libaneses cristãos (que elegiam
o presidente da República) e os muçulmanos
(que elegiam o primeiro-ministro); todavia, a partir de 1967, esse jogo de forças
desequilibra-se em favor dos muçulmanos, com a chegada de palestinos fugidos
dos territórios invadidos por Israel e, a partir disso, dar-se-á o início da Guerra Civil
do Líbano, que se estende de 1975 a 1991. Tal conflito tem como expoente máximo
a intervenção da Síria na região, tratando de expulsar os grupos radicais e forçando
a assinatura de um acordo de paz.
No decorrer desta guerra civil, um forte grupo de origem xiita surge na região
após a invasão dos israelenses, o Hezbollah, conhecido com o “Partido de Deus”.
Desde a saída das tropas da região, o Hezbollah vem intensificando ações contra o
norte de Israel. O governo libanês durante estes anos pós-guerra civil foi incapaz
de coibir o Hezbollah e a escalada de atentados. Por conta disso, Israel invadiu o Lí-
bano em 2006, impôs-lhe um bloqueio aeronaval e bombardeou, durante semanas,
sobretudo o sul do país, onde se concentram as forças do Hezbollah. Em outubro
de 2009, Israel acusa o Hezbollah, que tem apoio de Irã, de violar o embargo de

armas da Organização das Nações Unidas (ONU) no sul do Líbano e de minar os es-

forços da missão de paz da entidade naquela região. Hoje, a organização tem enor-

me destaque na vida política do Líbano, organizada em quatro pontos essenciais:

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1. o político, tendo membros no Parlamento, no poder executivo e uma aliança

com os partidos cristãos para manutenção do poder;

2. o social, com trabalhos realizados em hospitais, universidades, movimentos

de trabalhadores e escolas xiitas;

3. o econômico, que inclui a captação de recursos ao redor do mundo e uma

rede de televisão, conhecida como Al Manar;

4. o militar, envolvida diretamente no conflito da Síria, apoiando o governo

Bashar al-Assad contra os rebeldes e contra a intervenção proposta pelos EUA

e Israel após a Primavera Árabe. Existem dois elementos fundamentais para o

Hezbollah se juntar ao governo sírio na guerra civil: um deles é o futuro apoio de

Bashar al-Assad no conflito do grupo contra Israel. O segundo é a presença de con-

frontos próximos à fronteira com o Líbano, região habitada por povoados xiitas13.

1.6. A Revolução Iraniana (Islâmica) e Guerra Irã x Iraque


(1980-1988)

Nos anos 50, 60 e 70, o Irã foi um poderoso aliado

do Ocidente capitalista, em particular para os EUA, que

armou o país e favoreceu economicamente a ditadura do

xá Mohamed Reza Pahlevi até 1979, quando foi deposto

pela Revolução Islâmica Fundamentalista, apoiada pela

maioria da população muçulmana xiita liderada pelo aia-

tolá Ruhollah Khomeini.

13
Disponível em https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/atualidades-vestibular/entenda-a-atuacao-do-
-grupo-hezbollah/ - Acesso em 30 de janeiro de 2018 às 01h24min.

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No mesmo período, o Iraque sofreu um golpe de Estado (1958) que o colocou

fora da influência ocidental e o levou para a órbita soviética. Nos anos 60 e 70, o

governo militar “socialista-islâmico” tornou-se uma cruel ditadura militar que atin-

giu o auge, a partir de 1978, quando o coronel Saddam Hussein assumiu o poder.

Armado por Moscou, o Iraque aspirava a

ser uma potência regional.

Durante os anos mais recentes da Guer-

ra Fria (anos 70), o Irã e o Iraque repre-

sentavam seus grandes aliados na região.

Como era de se esperar, não tardaram os

conflitos entre os protagonistas de bipola-

rização naquela área.

Em 1976, apoiado pelo Ocidente (EUA), o Irã invadiu o Chat-el-Arab, área de

desembocadura dos rios Tigre e Eufrates no golfo Pérsico. Essa invasão era uma

tentativa de isolar o Iraque, deixando-o sem saída para o mar. Depois de rápidos

conflitos, o Iraque “cedeu” a área ao Irã, que se firmava como potência regional.

No entanto, em 1979, quando teve início a Revolução Islâmica no Irã, a pressão da

turbulência interna levou o Iraque a tentar recuperar o Chat-el-Arab, com o apoio

do governo dos EUA (Reagan e Kissinger).

O novo governo islâmico e ditatorial do Irã não queria arriscar-se a perder uma

guerra logo no início, principalmente agora que assumira uma postura antiamerica-

na e antiocidental. Isso levou o mundo ocidental em peso a apoiar o Iraque com ar-

mas e créditos, na invasão ao Irã, em 1980, para tentar recuperar o Chat-el-Arab.

O Estado iraniano, na primeira década revolucionária, enxergou-se como polo

irradiador do despertar do Islã. Na guerra contra o Iraque, o Irã procurou levan-

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tar a maioria xiita iraquiana. Também passou a financiar o Hezbollah (“Partido de

Deus”), que combateu, no Líbano, a ocupação militar israelense. Entretanto, a in-

fluência iraniana esbarrou nas singularidades do país, persa e xiita, que o separam

dos muçulmanos sunitas e do mundo árabe.

Depois de oito anos de guerra (1980-1988), com cerca de 1 milhão de vítimas

de cada lado, o Iraque venceu, sem muito alarde, e recuperou suas terras. O ces-

sar-fogo, porém, sem paz oficial, aconteceu em 1988. Embora muito endividado

(não se esperava que a guerra durasse tanto tempo), devido à queda dos preços de

petróleo, o Iraque firmou-se como potência militar regional e preparou uma nova

investida para 1990.

3. (QUESTÃO INÉDITA) Analise a ilustração.

A Revolução Islâmica no Irã – 1979

Disponível em http://4.bp.blogspot.com/_ZqiW0IhpQv0/SZAzM4jigTI/AAAAAAAABhE/0rXJcj-T8qI/s200/kho-
meini-1.gif– Acesso em 25 de janeiro de 2018 às 15h35min.

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Explique a principal mudança política no Irã a partir da Revolução Islâmica, em

1979, e relacione os seus reflexos para o mercado internacional de petróleo.

Até 1979, o Irã era um dos maiores aliados dos Estados Unidos na região do Golfo

Pérsico, área CONSIDERADA estratégica por abrigar a maior parte das reservas

mundiais de petróleo. Neste ano, o país sofreu a Revolução Islâmica, que resultou

na deposição do Xá (imperador) Reza Pahlevi e na posse do Aiatolá (chefe religioso)

Ruhollah Khomeini como líder máximo do país. Uma das principais consequências

da revolução islâmica foi a desorganização dos setores produtivos do país, e, con-

sequentemente, a paralisação da produção petrolífera iraniana, fato que reduziu a

oferta do produto em escala mundial, provocando o segundo choque do petróleo.

1.7. A Primeira Guerra do Golfo – Iraque x Kuwait (1990-91)14

Um princípio que sempre vale relembrar

nos debates acerca da geopolítica, caro(a)

aluno(a), é o de que: “o inimigo do meu

inimigo é meu amigo”. Essa ideia se apli-

ca perfeitamente para o caso dos conflitos

conhecidos como a Guerra do Golfo Pérsico.

Esse importante embate histórico se iniciou

em meados dos anos 1990, quando as tropas iraquianas, antigos aliados norte-

-americanos, invadiram o Kuwait, com a justificativa de que o vizinho explorava

petróleo de campos situados em uma zona neutra estabelecida em suas fronteiras.


14
DICA DE VÍDEO – “A Guerra do Golfo – Arquivo Globo”: https://www.youtube.com/watch?v=5vgY0ff8JQI –
Acesso em 30 de janeiro de 2018.

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A Guerra do Golfo ocorreu nos escombros do final período de guerra fria e, para

muitos pensadores, foi o primeiro conflito transmitido ao vivo, ou seja, in loco, para

todo o planeta e, portanto, evidenciou o grande poderio bélico da superpotência

estadunidense no cenário geopolítico global.

Saddam Hussein enfrentava uma crise interna aguda devido aos gastos da

Guerra contra o Irã e à queda de preços do petróleo (desde 1986). Então, planejou

invadir o Emirado do Kuwait com os seguintes objetivos:

• abater sua dívida externa, já que o Kuwait era o seu maior credor, detendo

1/4 dos débitos externos ou cerca de 20 bilhões de dólares.

• criar uma crise política para elevar os preços internacionais do petróleo, com

uma guerra na região produtora (o preço do barril em 1981 era de U$ 36,00,

e, em 1990, caiu para U$ 16,00).

• assegurar ao Iraque o status de potência regional, assumindo uma possível

hegemonia na Ásia Ocidental.

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Esse conflito trouxe uma série consequências sociais, políticas e econômicas à

região e, nesse sentido, é importante relatar que o objetivo dos EUA sempre foi o

de silenciar e conter os atores locais, sobretudo, os que pudessem espalhar insta-

bilidade e tumulto. Tais assertivas são facilmente corroboradas na medida em que

entendemos o posicionamento de apoio dos EUA ao Iraque na guerra de quase uma

década contra o regime teocrático iraniano. Outro ponto relevante nesta discus-

são versa sobre o fortalecimento dos grupos oposicionistas ao regime de Saddam

Hussein no Iraque (cortejado durante uma década por compradores de petróleo do

Ocidente), os curdos (norte), uma nação sem território que anseia pela criação de

seu estado soberano e os xiitas (sul), que recebiam forte apoio do Irã.

Um dos interesses nacionais vitais dos EUA era garantir que nenhum Estado da

região do Golfo Pérsico se tornasse uma potência regional. Uma liderança no Golfo

conseguiria um poder de monopólio sobre as abundantes reservas de petróleo da

região, prejudicando o suprimento energético ocidental. Para impedir a ascensão

do Iraque como uma potência regional, a administração Bush utilizou a estratégia

do pluralismo geopolítico. 15

Este confronto bélico perdurou por cerca de 100 horas e ficou conhecida como

Operação Tempestade no Deserto, considerado a maior ação aérea desde as opera-

ções realizadas na 2ªGM. Este episódio introduziu uma relação da Guerra do Golfo

com outros fatos, tais como econômicos, armamentistas e conflitos que penduram

até os dias de hoje. Os iraquianos foram expulsos do Kuwait, e as instalações mili-

tares e industriais do Iraque foram inspecionadas para impedir o desenvolvimento

de armas químicas, bacteriológicas ou nucleares.

Em 1992, o Iraque, como consequência da invasão do Iraque e da derrota

para a coalizão liderada pelos EUA, ficou dividido da seguinte forma: ao norte do
15
Disponível em https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/8064/8064_5.PDF - Acesso em 30 de janeiro de 2018 às 15h27min.

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paralelo 36º(em que é vedada a ação do governo de Bagdá, pois a área dos cur-

dos é mantida pelos EUA e aliados), ao sul do paralelo 32º(onde se encontra uma

zona de exclusão aérea controlada pelos EUA, Reino Unido e França, para impedir

a ofensiva militar do Iraque contra a população xiita do sul, apesar dos embates

históricos entre norte-americanos e xiitas). Evidentemente, o Iraque não respeitou

tais determinações por muito tempo e violou tais zonas de exclusão, gerando novos

conflitos passando a ocupar, inclusive, o território habitado pelos Curdos. Em 2002,

o presidente Bush, sob a alegação de que o Iraque desenvolvia armas de destruição

maciça, mobilizou forças a fim de legitimar uma ação contra o governo de Saddam

Hussein, o que ocorreu em março de 2003.

Zonas de Exclusão Aérea

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1.8. A Guerra do Iraque (Segunda Guerra Do Golfo, 2003)

Em 2003, a vítima da Doutrina Bush foi o Iraque, acusado de desenvolver ar-

mas de destruição maciça. Uma coligação de forças anglo-americanas invadiu o

país, a partir de março, com muita tecnologia, exemplificada por mísseis de longo

alcance.

A vitória foi rápida e “coroada” com a prisão do ditador Saddam Hussein (no

poder desde 1979), em dezembro. Porém, as armas não foram encontradas, mas

cabe salientar que o Iraque responde aos interesses econômicos dos EUA, pois de-

tém uma das maiores reservas de petróleo do planeta. A própria ONU tentou evitar

tal fato com a inspeção ao Iraque, e o próprio Conselho de Segurança alertou os

norte-americanos para os desdobramentos de um conflito na região, e determinou

um veto à ação, logo desrespeitado pelo governo de George W. Bush. Importan-

tes líderes mundiais, tais como Alemanha, França, China e Rússia posicionaram-

-se contra a ação anglo-americana no Iraque. Mas, sob a alegação de que Bagdá,

comandada por Saddam Hussein, desenvolvia armas de destruição em massa, o

ataque foi ordenado e a guerra de palavras transformou-se em uma ação militar.16

Evidentemente que o poderio da coalizão anglo-americana era claro e notório,

todavia, a batalha não se configurou de forma tão simples. O frágil e despreparado

exército iraquiano sucumbiu às forças estrangeiras logo na primeira semana, ape-

sar do elevado número de soldados norte-americanos combalidos no cotidiano nas

cidades iraquianas. Saddam Hussein logo foi deposto e desapareceu, sendo dois

de seus filhos mortos. Estátuas suas foram destruídas; seus palácios, tomados. Ar-

mas de destruição em massa não foram encontradas. Foi estabelecido um governo

16
SUGESTÃO DE FILME: Fahrenheit: 11 de setembro, do cineasta Michael Moore. Disponível em https://www.youtube.com/
watch?v=5ufGY8gEwbY – Acesso em 31 de janeiro de 2018 às 20h32min.

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provisório, um exército novo, tudo isso para eliminar qualquer resquício de força

institucional de Saddam no Iraque. Contudo, nos arcabouços dos rincões das gran-

des cidades iraquianas a resistência, comandada por Saddam Hussein, continuou

fazendo vítimas. No decorrer de 2004, os EUA empossaram um governo provisório

iraquiano, passando parte de sua autoridade policial-militar para ele. Isso, entre-

tanto, não parece ter sensibilizado os diversos grupos radicais iraquianos – de ins-

piração religiosa (xiitas ou sunitas) ou nacionalistas – que promoveram inúmeros

atentados, invadindo cidades e forçando a atuação do exército norte-americano.

Os norte-americanos, que lideram a força internacional que invadiu o Iraque em

2003, após a captura de Saddam Hussein, anunciaram um plano de retirada do

país condicionado a um controle efetivo do território iraquiano por suas forças de

segurança.

Após a invasão anglo-americana do Iraque e o sucesso na derrubada do ditador

Saddam Hussein, seguida do desmantelamento de suas forças e dos organismos de

repressão, o país mergulhou em uma guerra civil brutal, entre sunitas, curdos e xii-

tas. Para os ocidentais, os conflitos internos no Iraque são apenas um resquício das

divergências que já existiam no país, mas eram sufocadas por Saddam Hussein.

Na verdade, a presença estrangeira no Iraque acirrou ainda mais os ânimos. Ainda

em 2006, o ex-presidente iraquiano Saddam Hussein morria enforcado, três anos

depois de sua captura, gritando seu ódio a Estados Unidos, Israel e Irã, e em meio

ao deboche de seus guardas xiitas. O novo governo e as instituições, ditas demo-

cráticas no país, são frágeis. A presença de forças internacionais, paradoxalmente,

assegura um mínimo de segurança, mas, ao mesmo tempo, é o principal fator de

oposição e de conflitos no país.

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Em 2009, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse que deseja realizar a re-

tirada do Iraque de todas as brigadas de combate norte-americanas e que poderá

ser necessário manter uma força residual para treinar as forças de segurança ira-

quianas e para proteger o povo iraquiano. Em agosto de 2010, teve início a retirada

das tropas norte-americanas do Iraque.

1.9. A Guerra do Afeganistão (2001 –...)


Os atentados terroristas de 11 de setem-

bro de 2001, que atingiram importantes símbo-

los norte-americanos como o Pentágono (força

militar), em Washington, e os dois prédios do

World Trade Center (importante centro econô-

mico), em Nova York, estruturaram algo que já

permeava as ações dos EUA desde a década de

1970, a Doutrina Bush, “focada” no combate ao

terrorismo. Grandes pensadores da geopolítica

afirmam categoricamente que os EUA aprovei-

taram a comoção mundial das imagens desses

atentados e lançaram uma campanha via mídia

contra a cultura islâmica. Essa retórica retrata a interferência norte-americana no

Oriente Médio sob a égide da expressão “Eixo do Mal”, ou seja, países acusados

pelos EUA de patrocinarem ações terroristas para atingir a civilização ocidental. Os

principais países são: Irã, Iraque, Afeganistão e Coreia do Norte.

Os EUA responsabilizaram, pelo 11 de setembro, a organização Al-Qaeda, lide-

rada por Osama Bin Laden, e atacaram, a partir de outubro de 2001, o Afeganistão,

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que era acusado de abrigar e proteger o terrorista, bem como sua organização.

Este país era governado pelo Talibã, milícia islâmica sunita, que acabou sendo

obrigado a deixar o poder depois do forte embate promovido pelos EUA. A invasão

norte-americana do Afeganistão, após os atentados em 11 de setembro de 2001,

foi decisiva para a derrubada do Talibã e do regime autoritário liderado pelo mulah

Omar, aliado de Osama Bin Laden. Contudo, o ataque ao Afeganistão esconde uma

gama imponente de interesses dos EUA, sobretudo do petróleo do mar Cáspio e do

Gás Natural abundante na região. O maior objetivo é a construção de dutos que

levarão gás natural e petróleo para a costa do Paquistão, alcançando os grandes

mercados mundiais. Observe o mapa acima.

O Afeganistão, depois de ter passado por um processo de democratização for-

mal, com um novo governo e a restauração das liberdades individuais está longe

da estabilidade política prometida pós intervenção estadunidense, aliás, muito dis-

tante, diga-se. Diversos grupos ainda lutam pelo poder. Atentados são frequentes,

assim como as arbitrariedades da força internacional que ocupa o país.

A partir de 2006, o grupo Talibã reaparece, instala-se no Paquistão, de onde

passa a organizar a retomada gradual do sul do Afeganistão, e esconder, segundo

os EUA, os principais líderes da Al-Qaeda. Os EUA intervêm nas ações do exército

afegão e assume a tarefa de dar segurança à população, promovendo treinamento

militar às forças do país local.

Texto Complementar
Morte de Bin Laden deve provocar forte alta das ações em Wall Street17
Adam Shell
Nova York, EUA – “Pegaram Bin Laden!”. Em 11 de outubro último essa notícia se es-
palhou como um incêndio por Wall Street. Os corretores de ações, ainda tomados pelo
pesar devido aos ataques terroristas de 11 de setembro, comemoraram comprando

17
Disponível em https://noticias.uol.com.br/midiaglobal/usatoday/2001/11/24/ult582u66.jhtm- Acesso em 31 de janeiro
de 2018 às 01h41min.

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ações. O índice industrial Dow Jones disparou, subindo 170 pontos. Mas, no final do dia,
foi descoberto que tudo não passava de um boato; uma fantasia não concretizada. No
entanto, a reação de júbilo, sem dúvida alimentada por fatores psicológicos complexos o
desejo de vingança, um senso de justiça, memórias dolorosas daqueles que morreram,
a necessidade de enterrar de uma vez por todas o episódio deu margem a uma ques-
tão interessante: como vão reagir as Bolsas de Valores quando Bin Laden, o principal
suspeito de ser o chefe da organização que desencadeou os ataques contra os Estados
Unidos, for capturado ou morto?
“As emoções estão à flor da pele em Wall Street”, afirma Jeffrey Warantz, estrategista
da Salomon Smith Barney. “Por mais que desejemos agir como profissionais calmos
e contidos, a realidade é que existe entre nós muita animosidade e ódio. Portanto, se
acontecer de lermos uma notícia nos jornais garantindo que as forças de Operações Es-
peciais dos Estados Unidos estão sentadas ao lado do corpo de Bin Laden, muita gente
vai se empolgar”.
E, segundo os especialistas, essa felicidade pode se traduzir em uma disparada no pre-
ço das ações pelo menos durante um dia. “A destruição de Bin Laden seria um motivo
para abrir garrafas de champanhe na Bolsa de Valores de Nova York”, afirma o corretor
Michael Holland. Há quem preveja que o índice Dow Jones poderia subir até 250 pontos.
Outros acham que os ganhos seriam mais discretos, já que as ações já se valorizaram
substancialmente nas últimas nove semanas, em antecipação ao fim da linha para Bin
Laden. “Várias das vitórias no Afeganistão já foram contabilizadas pelo mercado”, diz
Scott Black, presidente da Delphi Management. Desde que o bombardeio começou no
Afeganistão, no início de outubro, as ações subiram à cada notícia positiva relativa à
campanha militar. Quando as forças norte-americanas fizeram a sua primeira incursão
terrestre, em 22 de outubro, por exemplo, o Dow Jones subiu 173 pontos. O Dow Jones
também registrou ganhos substanciais após a queda de Cabul e o anúncio da morte
de um importante assessor militar de Bin Laden. O presidente Bush foi manchete dos
jornais em setembro, ao dizer que queria que Bin Laden fosse trazido à justiça “vivo ou
morto”. Na quarta-feira, o secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, disse no programa
televisivo norte-americano “60 Minutes” que preferia que o saudita fosse executado pe-
las tropas norte-americanas.
Mas qual o cenário que causaria a maior elevação nos valores das ações?
Segundo o senso comum, a morte de Bin Laden provavelmente resultaria em uma ele-
vação maior dos preços do Dow Jones do que a sua captura, segundo se constatou em
uma pesquisa informal com dezenas de corretores, gerentes e estrategistas de investi-
mentos de Wall Street.Mas mesmo a previsão mais ousada um salto de 250 pontos, ou
cerca de 2,5% – ainda é modesta quando comparada ao maior ganho do Dow Jones,
ocorrido no dia 16 de março de 2000, quando as ações subiram 499 pontos, devido à
elevação dos valores dos títulos dos bancos e do comércio. Mas trata-se de um aumento
gigantesco quando comparado com os ganhos minúsculos registrados nos dias da morte
de vilões de dimensão planetária, como Adolf Hitler e Benito Mussolini. Em 30 de abril
de 1945, quando Hitler, líder da Alemanha Nazista, se suicidou, o Dow Jones subiu me-
nos de um ponto, ou cerca de 0,4%, chegando a 165,44. Dois dias depois, quando Mus-
solini, o italiano fascista foi morto, o Dow Jones também teve alta inferior a um ponto.

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O índice de valorização do Dow Jones dependeria das circunstâncias da captura ou da


morte de Bin Laden. Há três cenários principais:
O saudita seria morto, havendo a prova concreta do fato. O Dow Jones poderia subir
em até 250 pontos. “Isso significaria o fim do caso”, diz Joe Kalinowski, estrategista da
Thomson Financial/First Call. “Se matarmos o número um, isso mostraria a todos que
ninguém é capaz de escapar da justiça dos Estados Unidos, não importa o local em que
se esconda”. Ele é “dado como morto”, sem, entretanto, serem apresentadas provas de
que isso tenha realmente acontecido. Se for divulgada a notícia de que Bin Laden tenha
sido morto, por exemplo, em um bombardeio a uma caverna, e o seu corpo nunca for
encontrado, os ganhos do Dow Jones provavelmente ficariam limitados a cerca de 100
pontos. “Haveria a lenda urbana de que ele ainda estaria vivo”, afirma Joe Battpaglia,
chefe de investimentos da Gruntal & Co. As teorias conspiratórias brotariam como cogu-
melos, diz Andy Brooks, corretor chefe da T. Rowe Price. “Ainda tem gente que acredita
que John Kennedy está vivo”, afirma.
Bin Laden é capturado vivo. Provavelmente o cenário menos favorável, com a exceção
da sua fuga. O Dow Jones poderia ganhar entre 50 e 100 pontos, já que isso significaria
que o saudita seria julgado. “Não gostaríamos de enfrentar todas as incertezas de um
julgamento”, diz Jim Paulsen, estrategista do Wells Capital Management. Não importa
o quanto o Dow Jones suba quando a notícia esperada chegar, nem todas as preocupa-
ções dos investidores desapareceriam. “Se houver um sucessor de Bin Laden disposto a
levar adiante a tocha do terror, tal fato seria extremamente negativo para o mercado”,
afirma Warantz

4. (UNIFESP) O Afeganistão foi alvo de potências estrangeiras ao longo dos séculos

XIX e XX e início do XXI.

SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2000.

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Observando o mapa, é possível afirmar que, do ponto de vista da geografia política,

a ocupação do país:

a) é irrelevante, já que ele não tem saída para o mar.

b) só é possível se navios de guerra estiverem posicionados no mar Arábico.

c) permite eliminar conflitos religiosos na Ásia Central.

d) permite influir na Ásia Central, dada a posição estratégica do país.

e) só é possível por meio de uma limpeza étnica.

Letra d.

O Afeganistão foi palco de diversas disputas geopolíticas nos últimos 200 anos,

dada a sua posição estratégica leste-oeste (entre o Oriente Médio e a península

Indostânica) e norte-sul (entre a Ásia Central e o Oceano Pacífico). Em razão do

momento histórico, uma ou mais potências estrangeiras se interessam em dominar

esse pobre espaço geográfico, montanhoso e seco, para atender a algum dos seus

interesses geopolíticos. Na atualidade, o Afeganistão é um importante ponto estra-

tégico ao sul da Ásia Central, formada por ex-repúblicas soviéticas (Cazaquistão,

Uzbequistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Quirquistão), ricas em reservas petro-

líferas.

Texto Complementar
A Saga dos Curdos18
Há cerca de 5.000 anos, tribos de pastores se estabeleceram em uma região montanho-
sa da porção setentrional do Oriente Médio, localizada de forma mais ou menos equi-
distante dos mares Mediterrâneo, Negro, Cáspio e Golfo Pérsico. Permaneceram nessa
região e absorveram influências culturais – o islamismo, por exemplo – dos povos que
ao longo do tempo dominaram a região. Essa é a origem dos curdos.
Atualmente dispersos por uma vasta área do Oriente Médio que abrange regiões de cinco
países – Turquia, Iraque, Irã, Síria e Armênia –, os curdos se constituem não só na mais
18
Fonte: Revista Clube Mundo – 2016.

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numerosa minoria da região como também no maior grupo étnico do mundo que não
possui um território nacional próprio. Culturalmente, eles estão na encruzilhada dos mun-
dos árabe, turco e persa.
O que eles denominam de Curdistão, ou
seja, o país dos curdos, não tem limites
precisos, mas se estende desde as monta-
nhas Zagros no Irã, envolvendo também o
norte do Iraque, a porção setentrional da
Síria e a Turquia Oriental. De maneira ge-
ral é uma região montanhosa com mais de
500.000 km2, parcialmente drenada pelos
rios Tigre e Eufrates.
O número exato de curdos é motivo de
controvérsias. Algumas fontes falam em 27
e outras indicam o total de 36 milhões. Isso
se deve ao fato de que governos dos paí-
ses que os abrigam produzirem estatísticas
nem sempre confiáveis. Cerca de metade
dos curdos presentes no Oriente Médio
estão na Turquia onde representam apro-
ximadamente 20% da população do país.
Eles perfazem também 20% da população
do Iraque, 8% da população da Síria, 7%
do contingente demográfico do Irã e pouco mais de 1% dos habitantes da Armênia.
Os curdos não falam uma única língua e nem sequer professam uma religião comum,
ainda que uma parcela considerável deles seja adepta do islamismo sunita. Generica-
mente, os curdos podem ser enquadrados em três categorias: os das montanhas, os das
planícies e os das cidades. Os primeiros vivem basicamente do pastoreio e do comércio
“informal” que ignora as fronteiras nacionais estabelecidas. Essas áreas montanhosas
abrigam mais de trinta tribos, cujas rivalidades tradicionais muitas vezes se sobrepuse-
ram às lutas por autonomia. Quanto aos curdos das cidades, eles estão representados
basicamente pelos centros urbanos do Iraque, ligados à indústria e prospecção do pe-
tróleo.
Os anseios de um Curdistão independente ganharam força ao final da Primeira Guerra
Mundial (1914-1918), quando se imaginava que o país dos curdos surgiria com o fim do
Império Otomano que dominou a região por séculos. Ao final do conflito, o presidente
dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, apresentou um plano de paz de 14 pontos, sendo
que o 12º deles tratava de uma nação curda. O Tratado de Sèvres (1920) previa auto-
nomia para os curdos, mas o de Lausanne (1923) pôs por terra essas aspirações.
A partir de então, por inúmeras vezes os curdos se revoltaram, mas invariavelmente fo-
ram reprimidos pelos governos dos países aos quais estavam submetidos, especialmen-
te na Turquia e no Iraque, situação que deu origem a organizações curdas que optaram,

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inclusive, pela luta armada, como foi o caso do Partido dos Trabalhadores Curdos (PKK,
na sigla em inglês), criado em 1984 na Turquia, mas que atua também a partir do lado
iraquiano da fronteira comum. Por inúmeras vezes, o governo turco atacou bases do
PKK em território do Iraque. Depois de décadas de luta, em março de 2013, a organiza-
ção decretou um cessar fogo unilateral com o governo turco.
No Iraque, por décadas, os curdos sofreram com a violenta e sistemática repressão
por parte do governo do país. A situação começou a mudar ao final da Guerra do Golfo
(1991) quando por decisão da ONU, o norte do Iraque foi isolado para proteger os cur-
dos do ditador iraquiano Saddam Hussein. Isso ensejou com que os curdos conquistas-
sem substancial autonomia regional.
Em 2003, quando os Estados Unidos invadiram o Iraque, os curdos tiveram um papel
importante na derrubada do regime de Saddam Hussein. Em 2005, com a eleição de um
governo de transição, os curdos passaram assumir postos chave na nova administração,
inclusive a presidência do país, e têm procurado manter sua influência no governo e
preservar a autonomia de seu território no contexto de um Iraque federalista.
Todavia, a criação de um Curdistão independente é uma utopia. Nenhum dos países que
possuem populações curdas abriria mão da soberania de seus territórios. Além disso,
um Curdistão independente que abrangesse as tradicionais áreas de povoamento curdo
seria excepcionalmente rico em recursos hídricos – as nascentes do Tigre e do Eufrates
estão no sudeste da Turquia – e em petróleo, por conta das importantes jazidas do norte
do Iraque.

1.10. Os Conflitos na Caxemira

Questão grave e de extrema importância na geopolítica regional do sul asiático

é a disputa pelo território de Caxemira. Situada ao norte da Índia, junto à fronteira

com a China, a Índia e o Afeganistão, a Caxemira é um território estratégico que

dá acesso à Ásia Central. Em 1948, quando da independência do Paquistão (que

se separava da Índia), o governo indiano, aproveitando uma indecisão dos líderes

locais da região, invadiu e anexou a região de Jammu-Caxemira. O recém-instalado

governo paquistanês protestou, mas não tinha condições de reagir. Entretanto pro-

meteu represálias e nunca reconheceu a anexação, desejando de volta o território.

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Grande parte da população caxemirense também não aceita essa situação, pois

sendo de maioria muçulmana (quando os indianos são brâmanes), deseja a inde-

pendência ou o retorno ao Paquistão. Os dois países já guerrearam por três vezes

desde 1948 e a situação é tensa nas montanhas do Himalaia, que circundam o Vale

da Caxemira. Várias escaramuças já aconteceram nas montanhas, e, por vezes,

as animosidades aumentam a ponto de os governos dos dois países partirem para

a guerra aberta, como aconteceu em maio de 2002. O grande perigo que envolve

essa ameaça é a possibilidade do uso de arte fatos nucleares, que os dois países

desenvolveram ao longo dos últimos anos. Uma guerra nuclear seria um desastre

incomensurável, em uma região que possui uma das maiores concentrações po-

pulacionais da Terra. Além da questão da Caxemira, a Índia enfrenta a instabilida-

de política do Paquistão, país que dispõe, tal qual a Índia, de arsenal nuclear. Os

conflitos deflagrados no vizinho Afeganistão transportaram para o Paquistão gru-

pos fundamentalistas muçulmanos, bem como terroristas do grupo Al-Qaeda, que

ajudam a desestabilizar a política interna do Paquistão. Além disso, as chuvas de

monção de 2008, em volume absurdamente elevado, causaram grandes prejuízos

econômicos e humanos, desabrigando milhares de pessoas e gerando perdas das

quais o país levará anos para se recuperar.

1.11. A Primavera Árabe

Primavera Árabe é o nome dado à onda de protestos, revoltas e revoluções po-

pulares contra governos do mundo árabe. O movimento iniciou-se em dezembro

de 2010, na Tunísia, e rapidamente se alastrou por Estados situados no norte da

África e no Oriente Médio. Os primeiros passos deste “grito” por um ambiente mais

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democrático no Grande Oriente Médio, foram as revoluções populares que derru-

baram ditadores na Tunísia e no Egito. A queda de Zine al-Abidine Ben Ali, na Tuní-

sia, sinalizou uma virada histórica: pela primeira vez, um governante da região foi

deposto pela força do próprio povo. O fim do regime de Hosni Mubarak, no Egito,

o país mais influente e populoso do mundo árabe, contagiou de vez a região com a

perspectiva de que é possível contestar governos há décadas no poder.

A onda de protestos espalhou-se rapidamente, atingindo o Iêmen19, o Barein,

a Líbia e a Síria, sendo que a última até os dias atuais está submersa a uma onda

de violência e de fortes embates geopolíticos por conta da estruturação de um dos

mais fortes grupos terroristas da história, o Estado Islâmico, radicado no interior

do país referido. Nesses países, os governantes resistiram, com apoio de militares

e forças de segurança, e reprimiram com violência as manifestações. A Primavera

Árabe passou a redesenhar o mapa geopolítico da região. E prova desta lógica in-

terpretativa é o importante desdobramento é a aparente redução da influência dos

Estados Unidos, mesmo com os embates diretos promovidos pelos governos Oba-

ma e Trump contra o governo de Bachar al-Assad. Tradicionalmente, o país mantém

alianças com várias ditaduras árabes que reprimem o extremismo islâmico e asse-

guram a presença militar norte-americana no Oriente Médio, apesar de ter contri-

buído na formação do Estado Islâmico, conforme veremos mais à frente nesta aula.

Tais intervenções, sobretudo na Síria, no Egito e no Iêmen, pioraram, e muito,

a situação política e econômica destes países e tal ideia se reforça quando anali-

samos o surto de refugiados que são oriundos destas regiões. A Primavera Árabe

19
DICA DE FILME – DOCUMENTÁRIO GUERRAS SUJAS – Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=cOfEslIg2mw –
Acesso em 01 de fevereiro de 2018 às 14h35min.

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entrou em uma fase turbulenta e incerta, marcada por graves crises políticas, in-

surgência armada, intervenção militar externa e lutas sectárias. Após meses de

conflitos, dois outros ditadores perderam o poder: Muammar Kadafi, na Líbia, e Ali

Abdullah Saleh, no Iêmen. No fim de 2011, a maré de mudanças na região estava

em pleno curso. No Marrocos e na Jordânia, houve protestos menores, contidos por

meio de reformas políticas e sociais, ou seja, vislumbra-se sobre a possibilidade de

governos mais democráticos e menos violentos na região.

Como a região vive um espectro de instabilidade, novos atores passam buscar

espaço para serem protagonistas regionais. Alguns países buscam ampliar seu es-

paço de influência geopolítica. Um deles é a Arábia Saudita, a guardiã das monar-

quias sunitas do Golfo Pérsico e principal anteparo à influência dos xiitas liderados

pelo Irã, além de ser o maior produtor de petróleo do planeta e o principal aliado

econômico dos EUA na região. A monarquia saudita, a partir da queda de Mubarak,

no Egito, passa a questionar com mais força os trabalhos diplomáticos promovidos

pelos EUA no Oriente Médio. Um belo exemplo está na dinâmica do preço do barril

do petróleo a nível global quando a Arábia Saudita, com uma política bem agres-

siva, decidiu manter o elevado nível de produção do óleo, provocando, assim, a

queda do seu valor em nível global, o que comprometeu muitas economias a partir

de 2014. Sua prioridade externa é impedir a queda de regimes aliados, sobretudo

as monarquias sunitas do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) – Kwait, Emira-

dos Árabes Unidos, Barein, Catar e Omã (não sunita). Vale ressaltar que a postura

adotada por Barack Obama, ao flexibilizar as sanções contra o regime iraniano e

a sua produção nuclear, contraria os interesses de seu aliado, Arábia Saudita, que

tem no Irã um dos seus principias rivais na região.

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1.12. Terrorismo

A definição atual mais aceita na comunidade científica é de que o terrorismo é o

uso da violência por um grupo de uma determinada sociedade para inspirar o medo

através de ataques a civis e/ou alvos significativos, com o propósito de atrair aten-

ção e conseguir mudanças políticas. Historicamente, o termo”terrorismo” descrevia

a violência exercida pelo Estado contra cidadãos durante a Revolução Francesa.

Atualmente, terrorismo quer dizer o uso da violência por pequenos grupos para

atingir uma mudança política, todavia, a definição anterior pode ser aplicada com

objetivos de Estado ou de uma alguma civilização.

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Em geral, grupos terroristas raramente

tem o apoio abrangente da população e

não tem apoio de um elevado número

de países, pois suas ideias são radicais

e não interessam à comunidade interna-

cional. O objetivo basilar do terrorismo

gira em torno da tentativa de mobili-

zar ou influenciar mudanças, provocan-

do respostas drásticas que se comporta

como um catalisador para mudanças ou

enfraquecimento moral do oponente.

Fonte: Clube Mundo – Edição de Março de 2016.

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1.13. Importantes Conflitos que Merecem Atenção

Colômbia

Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e ELN (Exército de Liberta-

ção Nacional) – guerrilhas de esquerda surgidas na década de 1960, muito ativas

até 1980. Após esse período, perderam seu caráter ideológico e passaram a atuar

buscando desestabilizar o governo colombiano. Cobram ditos pedágios dos trafi-

cantes de drogas nas áreas que controlam – cerca de metade do território do país.

Como oposição a essas guerrilhas surgiram as AUC (Autodefesas Unidas da Colôm-

bia), grupos paramilitares de direita apoiados pelo exército colombiano.

Irlanda do Norte

Os problemas na Irlanda do Norte são consequência de uma longa história de

conflitos entre católicos (irlandeses) e protestantes (ingleses). Os católicos, majori-

tários na República da Irlanda, mas minoritários na Irlanda do Norte (Ulster), reivin-

dicam a separação do Ulster em relação ao Reino Unido. Para combater o domínio

britânico, formou-se o IRA (Irish Republican Army/Exército Republicano Irlandês) –

grupo que se notabilizou por uma série de atentados terroristas. Um acordo de paz

foi assinado em 1998, porém a situação ainda é relativamente tensa.20

Espanha (Bascos)

O “País Basco” localiza-se entre Espanha e França. Os bascos são um povo com

língua de origem desconhecida e cultura tradicional. Durante a ditadura de Francis-

co Franco (1939-1975), os bascos foram proibidos de ensinar sua língua (euskera)

nas escolas da região e de usar a bandeira com as cores do País Basco. Em 1959,

20
DICA DE MÚSICA – SUNDAY BLOOD SUNDAY – U2. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=_y0AfXC1Dhc –
Acesso em 29 de janeiro de 2018.

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foi criado o ETA (Euskadi ta Askatasuna), responsável por inúmeros atentados ter-

roristas, que reivindica a independência do “país basco”. A partir da redemocratiza-

ção do país, o ETA perdeu a credibilidade e o apoio popular.

Estado Islâmico

Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) – em inglês, Islamic State in Iraq

and Syria (ISIS) – é atualmente também conhecido como Estado Islâmico (EI).

Esse grupo surgiu depois da invasão dos Estados Unidos e seus aliados ao Iraque,

como sobreviventes da Al-Qaeda no país, então liderada por Abu Musab al Zarqawi.

Depois da morte de Al Zarqawi, em um ataque dos Estados Unidos em 2006, mem-

bros da Al-Qaeda fundaram o Estado Islâmico do Iraque (ISI).

Agora entenda o estado islâmico!

O que é o Estado Islâmico? É um grupo extremista islâmico sunita que ganha

força após a Primavera Árabe e a eclosão da Guerra Civil na Síria, conquistando ter-

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ritório neste país e também no Iraque, local de origem da organização. Seu projeto
visa estabelecer um Califado Islâmico. Através de táticas terroristas, fundamentado
como um exército que combate abertamente e agindo com muita força em outros
centros geopolíticos de destaque, como na França e na Bélgica, além das regiões
circunvizinhas como o Egito.
Qual o objetivo do EI? Construir um estado islâmico sunita sob um regime
radical de retorno aos limites fronteiriços do antigo Império Otomano. Suas princi-
pais metas são:
1. controle de territórios do Iraque e da Síria;
2. possibilidade de avançar para outros países como Jordânia e Arábia Saudita
no futuro.
E o califado? As fronteiras que separam o Iraque da Síria ainda estão no papel,
mas, na prática, não existem mais. Em junho de 2014, os militantes deram um
passo à frente: mudaram o nome do grupo para apenas “Estado Islâmico” e decla-
raram a fundação de um califado sunita. O califado é um sistema político que surgiu
no Oriente Médio, após a morte do profeta Maomé, entre os muçulmanos sunitas.
O Estado é controlado pelo califa – o “sucessor” do profeta – que detém poderes
políticos e religiosos. Esse sistema funcionou, em diferentes formas, até a Primeira
Guerra Mundial e o fim do califado Otomano, quando as potências europeias rede-
senharam as fronteiras de países como Iraque e Síria
O Estado Islâmico tem sua origem na Al-Qaeda do Iraque (AQI). O grupo ficou
enfraquecido e sem recursos depois que os Estados Unidos derrubaram o ditador
Saddam Hussein e declararam seu partido ilegal em 2003, marginalizando os suni-
tas como um todo. Em 2011, a AQI recebeu apoio financeiro para entrar na guerra
civil Síria ao lado dos rebeldes, apoiados pelo Ocidente. Ainda em 2011, os EUA re-

tiraram suas tropas do Iraque, abrindo espaço para a criação do grupo, que adotou

o nome Estado Islâmico do Iraque e Levante em 2013.

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De onde vem os recursos do Estado Islâmico? Antes de se chamar Estado

Islâmico do Iraque do Levante, o grupo recebeu apoio financeiro para entrar na

guerra civil síria contra Bashar Al-Assad. Atualmente, o grupo controla um grande

território entre o Iraque e a Síria e se tornou praticamente autossuficiente, agindo

verdadeiramente como um Estado. As principais fontes dos recursos do EI são a

cobrança de impostos nas áreas que domina, o roubo de bancos, contrabando de

petróleo e a cobrança de resgates por cidadãos de outros países. Hoje em dia, o

grupo recebe pouco financiamento externo, justamente por contrariar diversos se-

tores da comunidade internacional.

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Agora, falemos sobre os dados sobre o estado islâmico

Quantos combatentes fazem parte do EI?

Estimativas de organizações de Direitos Humanos no Oriente Médio afirmam

que o EI tem mais de 50 mil de combatentes do grupo na Síria. No Iraque, segun-

do Ahmad al-Sharifi, da Universidade de Bagdá, o EI possui entre 8 mil e 10 mil

combatentes.

Quais são os territórios controlados pelo EI? O Estado Islâmico está pre-

sente 25% da Síria e 40% do Iraque e controla apenas uma pequena parte desses

territórios.

Posicionamento dos Estados Unidos? O Presidente Obama anunciou que irá

proteger Bagdá somente se o atual Governo de Malik for substituído. O Governo de

Obama atribui à Malik a incompetência em formar um governo de inclusão dos di-

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versos grupos étnicos iraquianos e sw favorecer somente os xiitas. Malik mostra-se

resistente, provavelmente inspirado por Assad na Síria. Os EUA limitaram sua ação

para ataques aéreos na região norte para evitar o avanço do E.I. no Curdistão, seu

aliado. Enquanto, na Síria, os EUA se posicionam a favor dos rebeldes que lutam

para derrubar Assad em uma guerra civil que já deixou mais de 200.000 mortos, e,

pelo visto, não irão barrar o avanço do E.I. na região.

Consequências? Enquanto Assad consegue impedir o avanço do E.I. na Síria,

há indícios que o grupo se direciona rumo ao Líbano, onde tem como inimigo o gru-

po xiita Hezbollah. No Iraque, a situação é mais crítica pela falta de uma integração

dos grupos étnicos e seus diferentes interesses. O perigo é o de que o Iraque seja

dividido em três partes: a região dominada pelos sunitas E.I. (Noroeste), o Cur-

distão que incluí Curdos, Cristãos e Yazidi (Norte), a região de Malik, na qual inclui

Bagdá e outras cidades onde vivem a maioria dos Xiitas Iraquianos (Centro e Sul).

Boko Haram21

21
Disponível em https://www.marilia.unesp.br/Home/Extensao/observatoriodeconflitosinternacionais/a-nigeria-e-o-boko-
-haram.pdf - Acesso em 31 de janeiro de 2018 às 23h39min.

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O grupo surgiu influenciado pela antiga organização muçulmana Maitatsine, que

nasceu na década de 1980, com uma atitude agressiva contra a influência ocidental

e às autoridades governamentais, tentando impor uma ideologia religiosa à Nigé-

ria, país mais populoso da África. O Boko Haram, além de se apropriar das ideias

do Maitatsine, estabeleceu ligação com a Al-Qaeda e com outros grupos jihadistas

africanos. Seu principal objetivo é criar um estado islâmico na Nigéria, e, para isso,

procura fazer com que seus seguidores acreditem que esta seria a solução para

a corrupção e a má governança no país, defendendo nesta lógica o nacionalismo

ultraconservador islâmico. O Boko Haram surgiu em 2002 a partir da liderança de

Mohamed Ali que convenceu outros grupos muçulmanos a se juntarem a ele e vive-

rem como uma comunidade separatista sob a ideologia islâmica. Até hoje conhecido

também como Talibã Nigeriano por conta de suas violentas e bem definidas ações

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Texto Complementar
Que Perigo Traz a Aliança entre Estado Islâmico e Boko Haram?
A aliança significa uma nova “porta de entrada” para o jihadismo. Ou seja, aqueles que
estão dispostos a lutar em prol dos extremistas islâmicos têm agora a opção de ir para
o norte da Nigéria. O porta-voz do EI, Abu Mohadmed Al-Adnani, classificou a aliança
como “uma nova porta para emigrar à Terra do Islã e do combate”. Anunciou que o ca-
lifado, o sistema de governo organizado em torno de um califa por meio do qual o EI
pretende apagar as fronteiras atuais e redesenhar os mapas, passará a se estender até
a África Ocidental22.

22
Disponível em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/03/150317_boko_haram_ei_alianca_lgb - Acesso em 30
de janeiro de 2018 às 22h32min.

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Al-Shabab

Fundada em 2006, a organização extremista mata civis de forma deliberada

para combater o “inimigo externo” e impor uma versão radical do Islã na Somá-

lia. A criação do Al-Shabab se mistura com a história recente da Somália. Após a

queda da ditadura militar de Siad Barre, em 1991, o país se dividiu em diversos

territórios comandados por cortes islâmicas. A guerra civil se instaurou na região

até uma aliança entre as cortes, batizada de União das Cortes Islâmicas (UIC), ser

fundada para controlar a capital Mogadíscio, em 2006. A UIC, acendeu o alerta dos

Estados Unidos, que, preocupados com a possibilidade de a região se transformar

em um terreno fértil para a Al-Qaeda, apoiaram uma intervenção militar das tropas

da Etiópia em favor de um governo de transição. Antes, o Al-Shabab era um braço

armado da UIC, porém recrutou cerca de 2.000 homens neste período e passou a

agir de forma independente.

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O Al-Shabab passou a agir de duas formas: espalhava medo na população e

adotava uma segunda estratégia: oferecia segurança e alguns serviços sociais.

Com isto, conseguiram alcançar alguma legitimidade com os somalis ao defender

a nação dos intrusos estrangeiros, que seriam as forças da Etiópia e da Missão da

União Africana na Somália (Amisom). Antes de atacar o shopping em Nairóbi, o

grupo matou 74 pessoas que assistiam à final da Copa do Mundo em Uganda, em

2010, e chegou a ser responsabilizado por 48 atentados no Quênia. A principal in-

tenção dos terroristas é coagir os governos da região, principalmente o queniano,

a interromper o suporte militar dado às forças etíopes e da Amisom. O Al-Shabab

está menor, mas muito mais radical. Ele ainda é capaz de conduzir ataques terro-

ristas de proporção devastadora, como o que ocorreu no ano passado na capital

Somali.

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RESUMO

A aula de hoje retratou fundamentalmente as bases dos conflitos na atual con-

juntura geopolítica do planeta. Podemos identificar na atual conjuntura global que

os maiores conflitos giram em das temáticas seguintes:

• reivindicações nacionalistas;

• contestações de fronteiras;

• instabilidade política;

• disputas de áreas de influência;

• religião;

• diferenças socioeconômicas;

• ações terroristas;

• arsenais bélicos.

Apesar das diferentes etnias que ocupam esta região, existem elementos que

lhes dão uma identidade comum, como a língua árabe e a religião islâmica, profes-

sada por algumas sociedades.

Com o desmembramento do Império Otomano, nem todos os países tiveram

sua independência reconhecida, como foi o caso do Iraque e da Palestina, que fi-

caram sob a tutela da Inglaterra, o que de fato estruturou a constituição de um

barril de pólvora pronto para explodir na região. Prova desta instabilidade geopo-

lítica na região é o embate violento entre judeus e palestinos. De acordo com a

história, os judeus acreditam que têm direitos sobre a área conhecida como “Terra

Prometida”, pois seus antepassados, os hebreus, habitavam a região até a invasão

romana. Entretanto, os palestinos ocupavam essa região desde a expansão árabe,

passando pelo Império Otomano e pelo Mandato Britânico. É importante recordar

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que os judeus sofreram a diáspora (dispersão) e ficaram dispersos pelo mundo.

Fundamentou-se inicialmente a análise empírica das condicionantes formadoras

dos conflitos árabe-israelenses, desde o processo de formação do sionismo político

de Theodor Herlz até os mais recentes conflitos na região da Faixa de Gaza e da

Cisjordânia, entre as organizações palestinas, como o Hamas e o Al-Fatah versus o

Estado de Israel. Visto que este imbróglio parece ser interminável, abordamos tam-

bém a influência do escopo de conflitos supracitados com problemas do Hezbollah

no Líbano, dentre outros.

Outro tópico de abordagem importante para o entendimento das questões re-

lacionadas ao Oriente Médio versa sobre a Revolução Iraniana, seu impacto na

economia global, com o 2º choque do petróleo e a consequente guerra entre o Irã

e seu vizinho Iraque. Esse confronto começa em setembro de 1980 com a inva-

são do Irã e a destruição de Khorramshar, e o pretexto é o repúdio, pelo governo

iraquiano, ao Acordo de Argel (1975), que define os limites dos dois países no

Chatt-el-Arab, canal de acesso do Iraque ao golfo Pérsico. O novo regime iraniano

apoia o separatismo dos curdos no norte do Iraque e convoca os xiitas iraquianos a

rebelarem-se contra o governo sunita de Saddam. Há pouco avanço nas frentes de

luta, mas o conflito deixa 1 milhão de mortos ao terminar em 1988.

Trabalhamos ainda o importante conflito intitulado Guerra do Golfo, que pode

ser dividido em dois momentos: em 1991, conflito militar ocorrido inicialmente

entre o Kuwait e o Iraque, com participação determinante de uma coalizão lidera-

da pelos EUA; e, 2003, sob a justificativa de que o governo de Saddam produzia

armas de destruição em massa e financiava grupos terroristas contra os aliados

dos EUA na região. A Guerra do Golfo introduz recursos tecnológicos sofisticados,

tanto no campo bélico como em seu acompanhamento pelo resto do planeta, por

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isso, é reconhecida com a primeira guerra globalizada do planeta. A TV transmite o

ataque a Bagdá ao vivo, e informações instantâneas sobre o desenrolar da guerra

espalham-se por todo o mundo. A propaganda norte-americana anuncia o emprego

de ataques cirúrgicos, que conseguiriam acertar o alvo militar sem causar danos a

civis próximos.

Na parte final da aula, o objetivo foi que o concurseiro observe a transformação

das relações geopolíticas fundamentadas após o ataque de 11 de setembro nos

EUA, tanto no pentágono como no World Trade Center. Tais ataques promoveram

o desenvolvimento da Guerra ao terror, desígnio do que costumamos chamar de

Doutrina Bush, e a propagação do combate ao Eixo do Mal, países que “apoia-

vam” práticas voltadas ao terror. Em decorrência deste acontecimento é possível

perceber como que o terrorismo se propagou pelo planeta, ou seja, se globalizou.

Além disso, uma série de eventos (Guerra do Afeganistão II, Guerra do Iraque e

Primavera Árabe), movimentos de insurgência (separatismos, nacionalismos etc.)

e movimentos populacionais passaram a ser uma regra nas comunidades de origem

islâmica.

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QUESTÕES DE CONCURSO

1. (QUESTÃO INÉDITA) O Oriente Médio é uma das áreas mais conflituosas do


planeta, sempre tendo como pano de fundo a questão étnico-cultural. Com relação
aos conflitos verificados nas últimas décadas, envolvendo poder, território e recur-
sos naturais nessa área, julgue os itens em (C) ou (E).
O Brasil faz parte Organização dos Países Árabes Exportadores de Petróleo (OPEP),
que reúne os maiores produtores mundiais, que cancelou a exportação de petróleo
para países que apoiaram Israel na Guerra do Yom Kippur, contra Egito e Síria. O
preço do produto ficou quatro vezes maior, gerando a crise do Petróleo, dividida em
duas partes, 1973 e 1978.

2. (QUESTÃO INÉDITA) O Oriente Médio é uma das áreas mais conflituosas do


planeta, sempre tendo como pano de fundo a questão étnico-cultural. Com relação
aos conflitos verificados nas últimas décadas, envolvendo poder, território e recur-
sos naturais nessa área, julgue os itens em (C) ou (E).
A ofensiva anglo-americana contra o Iraque em 2003, sob o pretexto de que o país
árabe desenvolvia armas de destruição em massa (químicas e biológicas), levou a
prisão e posterior execução do líder Saddam Hussein. No entanto, as suspeitas do
governo norte-americanos não se confirmaram, pois nenhuma arma de destruição
em massa foi encontrada.

3. (QUESTÃO INÉDITA) O Oriente Médio é uma das áreas mais conflituosas do


planeta, sempre tendo como pano de fundo a questão étnico-cultural. Com relação
aos conflitos verificados nas últimas décadas, envolvendo poder, território e recur-
sos naturais nessa área, julgue os itens em (C) ou (E).
Os Curdos correspondem a um povo sem pátria, que luta através de um movimento
pacífico de cunho separatista, reivindicando um território independente do Iraque.

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4. (QUESTÃO INÉDITA) O Oriente Médio é uma das áreas mais conflituosas do

planeta, sempre tendo como pano de fundo a questão étnico-cultural. Com relação

aos conflitos verificados nas últimas décadas, envolvendo poder, território e recur-

sos naturais nessa área, julgue os itens em (C) ou (E).

Aproximadamente 65% das reservas mundiais de petróleo estão localizadas no

Oriente Médio, com destaque para a Arábia Saudita, que é a maior produtora do

planeta e o Iraque, berço de conflitos geopolíticos que marcaram o início das déca-

das de 1990 e 2000, com as Guerras do Golfo I e II, respectivamente.

5. (QUESTÃO INÉDITA)

A ecologia pluralista da comunicação: conectividade, mobilidade, ubiqui-

dade.

Durante mais de três quartos do século XX, de um lado, o texto escrito mantinha-

-se como detentor dos valores da ciência, do conhecimento e do saber, enquanto,

de outro lado, os meios de informação e entretenimento, marcados pela explosão

do som e da imagem, tomavam crescentemente conta da paisagem cultural. Entre

ambos, a arte mantinha sua sabedoria sobre o reino da sensibilidade. O advento

da web e da linguagem que nela circula, a hipermídia, trouxe, entretanto, intensas

transformações nessa distribuição de papeis e funções culturais. Tudo começou a

misturar-se.
Lúcia Santaella. São Paulo: Paulus, 2010, p. 64 (com adaptações).

Os acontecimentos e a mobilização nas ruas do Egito e em especial na Praça Tahrir,

desde a eclosão da Primavera Árabe, são frutos das intensas transformações nas

funções culturais gerados pelo acesso à internet e a propagação global das atroci-

dades ditatoriais dos eventos ocorridos no mundo árabe na última década.

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6. (QUESTÃO INÉDITA)

A ecologia pluralista da comunicação: conectividade, mobilidade, ubiqui-

dade.

Durante mais de três quartos do século XX, de um lado, o texto escrito mantinha-

-se como detentor dos valores da ciência, do conhecimento e do saber, enquanto,

de outro lado, os meios de informação e entretenimento, marcados pela explosão

do som e da imagem, tomavam crescentemente conta da paisagem cultural. Entre

ambos, a arte mantinha sua sabedoria sobre o reino da sensibilidade. O advento

da web e da linguagem que nela circula, a hipermídia, trouxe, entretanto, intensas

transformações nessa distribuição de papeis e funções culturais. Tudo começou a

misturar-se.
Lúcia Santaella. São Paulo: Paulus, 2010, p. 64 (com adaptações).

O acesso à informação, direito fundamental de qualquer sistema democrático foi

importante fator para a ruptura com o status quo vigente, sendo inegável que o uso

da internet tenha contribuído para desencadear o processo de mudança na região.

Para as questões 7 e 8, considere o seguinte texto:

A dialética contemporânea entre a tecnologia e a humanidade: o ho-

mem escravo da sua própria criação

A tecnologia surgiu com o escopo de proporcionar a transformação da realidade

vigente. Desde a descoberta do fogo, da escrita, passando pela criação da prensa

móvel, de armas e de instrumentos que permitiram a expansão marítima, até atin-

gir seu apogeu com a Revolução Industrial, provocando profundas metamorfoses

no processo produtivo, ela tinha como finalidade auxiliar a vida das pessoas. No

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entanto, é notório que apesar desses visíveis benefícios, o processo tecnológico,

a fim de sustentar e consolidar os pilares do atual sistema econômico perde seu

intento inicial e acaba por conceber É partindo dessa premissa, que destacamos o

caráter dialético da tecnologia, por de um lado aquinhoar a humanidade e conco-

mitante tornar o homem cada vez mais aos indivíduos a alienação e dependência

necessária para a manutenção da lógica consumista do capitalismo dependente/

escravo de sua própria criação.

É bastante perceptível, hodiernamente, que a tecnologia, em especial os

smartphones, invadiu o corpo e a alma do ser humano e sequestrou o seu com-

portamento de forma a corromper as relações sociais, comprometer o desem-

penho acadêmico e profissional do cidadão, interferir em seu senso crítico e o

cegar com seus aplicativos capazes de controlar de um extremo a outro da vida

humana.

Em um século no qual não há a necessidade de se olhar para o céu para saber a

fase da lua, onde a qualidade das experiências se esvai e as pessoas se conhecem

cada vez menos é indispensável o alerta e o apelo quanto à busca pelo equilíbrio

social.

Muitos dos problemas permanecem porque os participantes passivos e ativos

não têm quem os ouça, possuem frágeis laços de amizades que só podem ser for-

talecidos com a conversa pessoal, com a troca de experiências, com a percepção

de que existe realmente alguém por perto.

São, de fato, incríveis e conquistadoras as artimanhas da tecnologia, no entanto

é preciso domá-las com sabedoria para que o último fôlego de vida tenha bagagem

suficiente para transformar a próxima geração.


Disponível em: http://samyrgalindo.jusbrasil.com.br/artigos/161326073/a-dialetica-contemporanea-en-
tre-a-tecnologia-e-a-humanidade-o-homem-escravo-da-sua-propria-criacao – ADAPTADO. Acesso em
22/05/2015.

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7. (QUESTÃO INÉDITA) Ser refém de sua própria criação fez o homem perder a sua

humanidade. Nos conflitos árabe-israelenses o retrato da globalização da perver-

sidade fica nítido em um episódio que envolve diferenças que amplificam o hiato,

ou o abismo, de desenvolvimento tecnológico entre os grupos, na construção de

armas que aniquilam o inimigo.

Tal afirmação refere-se à

a) Guerra da Síria, que reflete a revolta dos árabes palestinos contra a ocupação

da nascente do Rio Jordão, importante recurso natural, em uma região que convive

com escassez de chuva.

b) Guerra de Suez, em que árabes palestinos que residem no Egito confrontam o

exército israelense contra a ocupação do canal, que possui extrema importância

comercial na região.

c) Revolução Islâmica, conhecida como o Dia do Perdão, na qual palestinos con-

frontaram o exército israelense com paus e pedras, deixando clara a revolta contra

a presença israelense.

d) Primeira Intifada, também conhecida como “revolta das pedras”, que foi uma

manifestação da população palestina contra a ocupação de territórios por Israel.

e) Revolta dos Excluídos, representada por palestinos que perderam suas casas na

guerra e que confrontam com o exército israelense na luta pelos seus direitos.

8. (QUESTÃO INÉDITA) Os avanços tecnológicos permitiram o advento da 3ª Re-

volução Industrial pós 2ª GM. Tais progressos permitiram o desenvolvimento dos

meios de comunicação que possibilitaram a difusão “in loco” dos mais diversos

conflitos existentes no planeta, sobretudo no Oriente Médio, de onde temos as pri-

meiras transmissões ao vivo de um conflito, a Guerra Irã-Iraque (1980-1988).

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9. (QUESTÃO INÉDITA)

Sentimento do mundo

Tenho apenas duas mãos

e o sentimento do mundo,

mas estou cheio de escravos,

minhas lembranças escorrem

e o corpo transige

na confluência do amor.

Quando me levantar, o céu

estará morto e saqueado,

eu mesmo estarei morto,

morto meu desejo, morto

o pântano sem acordes.

Os camaradas não disseram

que havia uma guerra

e era necessário

trazer fogo e alimento.

Sinto-me disperso,

anterior a fronteiras,

humildemente vos peço

que me perdoeis.

Quando os corpos passarem,

eu ficarei sozinho

desfiando a recordação

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do sineiro, da viúva e do microcopista

que habitavam a barraca

e não foram encontrados

ao amanhecer.

Esse amanhecer

mais noite que a noite.


Carlos Drummond de Andrade
Disponível em http://vamosfalarsobrelivros.blogspot.com.br/2013/08/sentimento-do-mundo-carlos-drum-
mond-de.html – Acesso 08 de jun. 2015

A leitura da 3ª estrofe da Obra da Carlos Drummond de Andrade pode estar corre-

lacionada a um conflito territorial por ampliação de fronteiras no Oriente Médio. Tal

disputa é de sumária importância para o entendimento da formação do terrorismo

na região e pode caracterizado pela eclosão da Guerra do Afeganistão, ataque pro-

movido pelos E. U. A, após os ataques ao World Trade Center, em 2001.

10. (QUESTÃO INÉDITA) Os termos Camaradas, guerras e fronteiras, presentes na

3ª estrofe, envolvem questões geopolíticas extraordinárias durante o período de

Guerra Fria, sobretudo no Oriente Médio. O grave conflito entre Israel (aliado dos

EUA) e Síria (aliado da URSS), pode ser citado como exemplo, por conta da disputa

pelo domínio do maior reservatório de água da região, as Colinas de Golã.

Essa disputa envolve entre judeus e árabes e além de um contexto religioso, essa

disputa historicamente é:

a) Econômica, pois desde a dissolução do Império Turco Otomano os árabes con-

quistaram as rotas comerciais mais importantes para o escoamento da produção

de gás natural, principalmente com a ascensão do Estado Islâmico, que abastece

em sua totalidade a Europa, dificultando as relações macroeconômicas desta região

com o resto do mundo.

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b) Territorial e expansionista de Israel, o que já levou a várias guerras como Guer-

ra da Independência, Suez, dos Seis Dias e de Yom Kippur, além da expansão dos

acampamentos israelenses na Cisjordânia e a consequente construção do chamado

“Muro da Vergonha”, além dos mais diversos ataques ao Hamas na Faixa de Gaza,

geradores da morte de mais de dois mil civis no ano de 2014.

c) Étnica e cultural, promovendo uma nova revolução cultural no Oriente Médio

vinculada aos princípios da religião judaica, que representam a maior parte dos

povos da região e por conta disso foram favorecidos pelo Plano de Partilha da ONU

com o maior território.

d) Petrolífera entre árabes e judeus, com a finalidade de se controlar a Organiza-

ção dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), já que a Arábia Saudita é inimiga

história dos EUA, desde a criação da Al-Qaeda, liderada por Osama Bin Laden e

Ariel Sharon.

e) Social e econômica, já que esta área apresenta grandes recursos minerais, a

exemplo da bauxita e de pedras preciosas, já que esta região está nas bordas de

placas tectônicas que formam naquela região grandes cadeias montanhosas que

definem os leitos dos Rios Jordão e Tigre/Eufrates.

Para as questões 11, 12 e 13, considere os seguintes textos:

Texto V

As Revoluções Árabes e o Caso da Síria

“Inverno islâmico”? Conflitos confessionais? Repressão dos movimen-

tos pelo Exército na Síria e no Egito?


por: Alain Gresh – 3 de abril de 2012

O livro é um clássico. Escrito em 1965 pelo jornalista britânico Patrick Seale, The

struggle for Syria [A batalha pela Síria] conta a história do embate pós-Segunda

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Guerra Mundial pelo controle da Síria. A luta se inscrevia no contexto da Guerra Fria

que opunha os Estados Unidos à União Soviética e, ao mesmo tempo, no da “guerra

fria árabe”. O Egito de Gamal Abdel Nasser e a Arábia Saudita brigavam pela hege-

monia regional – até as montanhas do Iêmen, onde as tropas egípcias apoiavam a

jovem república contra as tribos reais armadas e financiadas por Riad. Da década

de 1950 até a guerra de 1967 contra Israel, a Síria era o cerne do equilíbrio – ou

desequilíbrio – regional, com golpes de Estado e juntas militares alternando-se em

Damasco. Também foi um dos centros do impetuoso alvoroço das décadas de 1950

e 1960, que clamava por independência política, desenvolvimento econômico e

uma ordem social mais justa e igualitária. Após a derrota árabe de 1967 em Isra-

el, o Oriente Médio mergulhou em uma estagnação que se prolongaria por quatro

décadas. Todos os regimes, republicanos ou monarquistas, renunciaram a qual-

quer reforma. Caracterizavam-se pelo autoritarismo, concentração de riquezas nas

mãos de um pequeno grupo ligado ao Estado e corrupção endêmica. Durante esse

período, as explosões populares expressavam de forma esporádica certo descon-

tentamento difuso gerado pelas questões geopolíticas enfrentadas pelos regimes,

divididos em função de seus alinhamentos com Estados Unidos e Israel. A vonta-

de de mudança e transformação social estava em segundo plano. O contorno das

alianças varia ao longo do tempo. Na Primeira Guerra do Golfo, em 1990-1991, a

Síria de Hafez al-Assad se aliou a Washington, enquanto a Jordânia do rei Hussein

apoiava Saddam Hussein. Às vésperas das revoluções árabes de 2011, a clivagem

opõe um campo pró-norte-americana (Egito e Arábia Saudita, sobretudo) e um

campo denominado “resistência” (Irã, Síria, Hamas na Palestina e Hezbollah no

Líbano). Damasco ocupa uma posição privilegiada, principalmente graças à aliança

com a república islâmica; uma aliança que em nada se abalou durante trinta anos,

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nem mesmo nos pontos de vista divergentes dos dois países em relação à paz com

Israel – rejeitada como princípio pelo Irã e aceitável para a Síria sob certas condi-

ções, em particular a restituição do Golã, ocupado pelo Estado judeu desde junho

de 1967.
Disponível em http://diplomatique.org.br/as-revolucoes-arabes-e-o-caso-da-siria/ – Acesso em 28 de abril
de 2017.

Texto VI

Na Síria, a guerra sem fim experimenta nova metamorfose

A intervenção russa salvou o regime de Assad e colocou-o na ofensiva, esten-

dendo um conflito sangrento que repercute por todo o Oriente Médio

A guerra que devasta a Síria há quase seis anos já deixou como saldo mais de

300 mil mortos, incontável número de feridos e milhões de deslocados internos ou

que buscaram refúgio em países vizinhos

e na Europa. Situado em região estraté-

gica do Oriente Médio, o território da Sí-

ria fez parte, no passado, dos impérios

persa, macedônico e romano, sediou a

capital do califado islâmico e, entre 1516

e 1918, esteve sob domínio do Império

Otomano. Tal como aparece nos mapas

atuais, a Síria é uma entidade política do

século XX, que se tornou independente

em 1946. País de maioria árabe, cerca de

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90%, tem como principal minoria a dos curdos (6%). Os muçulmanos sunitas são a

grande maioria da população, que possui também significativa minoria cristã. Cerca

de 12% dos sírios definem-se como alauítas, grupo que detém o poder desde 1970.

O ditador Bashar al-Assad, assim como seu pai Hafez al-Assad, que governou o país

entre 1970 a 2000, são integrantes desse grupo. A origem dos alauítas, que muitos

consideram como um ramo xiita, é anterior ao surgimento do Islã. Eles parecem

ter assimilado e interpretado de maneira peculiar os fundamentos do Islã. Comuni-

dade sem grande expressão durante séculos, assumiu posições-chave na estrutura

governamental após a independência. Desde 1970, a ditadura implantada pelo clã

Assad sustenta-se no poder com base no Partido Baath (laico e pan-arabista), nas

Forças Armadas (onde é grande presença alauíta nas posições de comando) e em

parcela das elites sunitas e cristãs da capital,

Damasco, e da segunda maior cidade, Aleppo.


Disponível em http://www.clubemundo.com.br/web/pdf/2016/mundo0616.pdf – Acesso em 28
de abril de 2017.

A partir da análise dos textos acima, julgue os itens abaixo:

11. (QUESTÃO INÉDITA) A guerra síria representa o maior desastre de política ex-

terna de Barack Obama, pois a hipótese de vitória dos rebeldes moderados saiu do

radar de possibilidades realistas.

12. (QUESTÃO INÉDITA) Irã e Turquia são as potências regionais mais atuantes no

teatro de guerra. Os iranianos, com seu apoio material e humano, figuram como

aliados essenciais para sobrevivência do regime de Assad. Já a Turquia oscilou de

uma posição inicial de apoio material aos rebeldes sírios, que incluiu alguma “sim-

patia tática” com os avanços do Estado Islâmico, até a posição atual, que prioriza

o combate ao nacionalismo curdo.

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13. (QUESTÃO INÉDITA) O regime de Assad recebeu o apoio militar direto de for-

ças da Guarda Republicana do Irã e de milícias de elite do partido xiita libanês Hez-

bollah. Os vários grupos rebeldes sírios, por seu lado, passaram a receber apoio

diplomático, ajuda financeira e material bélico da Arábia Saudita, do Qatar e da

Turquia.

Considere o seguinte texto para as questões 14 a 19.

”Permitam-me dizer que estou profundamente emocionado. Eu gostaria de sau-

dar cada um de vocês, que aqui vieram nesta noite para se manifestar contra a

violência e pela paz. Este governo, que eu tenho o privilégio de chefiar, com meu

amigo Shimon Peres, tomou a decisão de dar uma chance à paz – uma paz que

solucionará a maior parte dos problemas de Israel. Por 27 anos, tenho sido um sol-

dado. Enquanto não havia nenhuma chance para a paz, eu combati. Eu creio que,

hoje, existe uma chance para a paz, uma grande chance. Nós devemos aproveitá-

-la, por todos aqueles que aqui estão presentes, e por todos que estão ausentes, e

eles são numerosos. Sempre achei que a maioria do povo desejaria a paz e estaria

pronta a assumir os riscos por ela. Ao vir aqui esta noite, vocês mostram, junto

com muitos outros que não vieram, que o povo deseja sinceramente a paz e se

opõe à violência. A violência ataca a base da democracia israelense. Ela deve ser

condenada e isolada. Ela não é parte do Estado de Israel. Em uma democracia, po-

dem existir diferenças, mas a decisão final é feita através de eleições democráticas,

como aquelas de 1992, onde recebemos um mandato para fazer o que estamos

fazendo, e para continuar nesta direção. Eu gostaria de dizer que estou feliz pelo

fato de representantes de países com os quais vivemos em paz estarem presentes

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conosco nesta noite, e continuarão a estar. O Egito, a Jordânia e o Marrocos, que

nos abriram o caminho para a paz. Eu gostaria de saudar o senhor Presidente do

Egito, o Rei da Jordânia e o Rei do Marrocos, aqui representados nesta noite, por

terem sido parceiros na nossa estrada para a paz. Mas, mais que qualquer outra

coisa, após pouco mais de três anos deste governo, o povo israelense tem provado

que é possível fazer a paz, que a paz abre as portas a uma economia e a uma so-

ciedade melhor, que a paz não é apenas uma prioridade. A paz está entre nossas

prioridades, mas ela constitui também a aspiração do povo judeu, uma aspiração

sincera à paz. A paz tem seus inimigos que tentam nos atacar, para atropelar o

processo de paz. Eu gostaria de dizer sem titubeios que nós temos encontrado en-

tre os palestinos também um parceiro para a paz. A OLP, que era nossa inimiga,

e que parou de se envolver com o terrorismo. Sem parceiros para a paz, ela não

pode existir. Nós iremos exigir que eles cumpram a sua parte do trabalho, como nós

cumpriremos a nossa, pela paz, para que resolvamos o aspecto mais complexo do

conflito árabe-israelense, o mais longo, e o mais carregado de emoções: o conflito

israelense-palestino. Ele se agita num percurso pleno de dificuldades e de dor. Para

Israel, não há caminho que não seja dolorido. Mas a via da paz é preferível àquela

da guerra. Eu lhes digo isso, enquanto velho soldado, enquanto Ministro da Defesa

que conhece a dor das famílias dos soldados. Por eles, por nossos filhos, e no meu

caso, por meus netos, eu desejo que esse governo explore cada abertura, cada

ocasião, de promover e alcançar uma paz total. Mesmo com a Síria, a paz será pos-

sível. Esta manifestação deve enviar uma mensagem ao povo israelense, ao povo

judeu em todo o mundo, ao mundo árabe, e ao mundo inteiro: o povo israelense

deseja a paz, sustenta a paz. Por tudo isso, eu os saúdo.”

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Em setembro de 1993, o Estado de Israel (que aparece na ilustração a seguir) e a

OLP (Organização pela Libertação da Palestina – atual ANP – Autoridade Nacional

da Palestina), celebraram um acordo, em que se comprometem a iniciar um pro-

cesso de convivência pacífica entre seus dois povos.

Acerca das fundamentações do Acordo de Oslo e da análise das assertivas do dis-

curso de Yitzhak Rabin, julgue os itens abaixo:

14. (QUESTÃO INÉDITA) As tratativas de paz negociadas por Rabin e Arafat não

obtiveram êxito na medida em que radicais israelenses, do partido Likud, não con-

cordaram com a devolução da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, enquanto radicais

palestinos do grupo Hamas, em oposição aos moderados da Fatah, não reconhe-

cem a soberania israelense sobre o território da Palestina e reivindicam sua auto-

nomia plena.

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15. (QUESTÃO INÉDITA) A iniciativa de paz teve como opositores em Israel os lí-

deres trabalhistas Yitzhak Rabin e Shimon Peres, que não concordavam, à época,

com a autonomia palestina em Gaza.

16. (QUESTÃO INÉDITA) Os projetos de paz na região contavam com o apoio nor-

te-americano, idealizado pelo governo de George H. Bush, e a iniciativa judaico-pa-

lestina quem tinham como fundamento estratégico reduzir a influência de Saddam

Hussein no Oriente Médio.

17. (QUESTÃO INÉDITA) A assinatura do acordo levou o líder palestino Yasser Ara-

fat a se exilar na Tunísia, uma vez que este se mostrava contrário a qualquer ini-

ciativa concreta de paz na região, recebendo a oposição ferrenha do grupo político

dominante na região, o Al Fatah.

18. (QUESTÃO INÉDITA) A implantação de um Estado Palestino será realizada com

a devolução dos territórios árabes conquistados por Israel no sul do Líbano.

19. (QUESTÃO INÉDITA) A 1ª Intifada levou as autoridades israelenses e palesti-

nas a conversações. Em 1991 à Conferência de Madri, e em 1993 à assinatura do

chamado Acordo de Oslo, ratificado em 1994, denominado Acordo Árabe-Israelen-

se, que criou o Estado Palestino, na Faixa de Gaza e na cidade de Jericó, na Cisjor-

dânia, sob a liderança de Yasser Arafat.

20. (QUESTÃO INÉDITA) Em função da assinatura do Acordo de Oslo, o premiê Yit-

zhak Rabin foi assassinado por um radical de extrema direita em Israel em 1995.

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Minutos antes, ele havia participado de uma grande manifestação pela paz. Rabin

era acusado por adversários com Benjamin Netanyahu, então líder do Likud, de

trair a pátria.

21. (QUESTÃO INÉDITA) As crises do petróleo da década de 1970 exigiram um

novo pensar em torno de fontes energéticas alternativas ao petróleo. A segunda

crise, motivada pela Revolução Iraniana se materializou pelo poder da religiosidade

dos xiitas daquele país, sob o comando do aiatolá Khomeini.

Em relação à origem desse episódio que retirou o Irã do mercado internacional de

petróleo, marque a opção correta.

a) As tensões entre as potências da Guerra Fria contribuíram para a desestabiliza-

ção do governo do Xá Reza Pahlevi e consequentemente fortaleceu o movimento

nacionalista que exigia reformas econômicas no Irã.

b) A revolução questionava a presença dos Estados Unidos no Oriente Médio e suas

reformas sociais e econômicas transformaram o Irã em uma superpotência regional

sobre as nações árabes.

c) O alinhamento dos países árabes do Oriente Médio com Moscou serviu de jus-

tificativa para a revolução iraniana, sendo esta responsável pelo modelo de Estado

teocrático que se estabeleceu no Irã.

d) As reformas implantadas pelo Xá Reza Pahlevi, ocidentalizando a cultura irania-

na foram objeto de críticas entre os muçulmanos xiitas, que associavam o governo

de Pahlevi a um regime ditatorial e dependente dos Estados Unidos.

e) A revolução iraniana transformou o Irã em uma poderosa economia exportadora

de petróleo, porém perseguida pelas sanções norte-americanas até os dias atuais.

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22. (QUESTÃO INÉDITA) Observe.

http://iraxiraque.blogspot.com.br/2011/07/blog-post_7006.html

O conflito representado a partir da imagem decorreu

a) das desconfianças do líder iraquiano, Saddam Hussein, diante das pretensões

do Aiatolá Khomeini em ampliar o domínio iraniano sobre a região do Chatt el Arab.

b) da pressão norte-americana sobre o governo teocrático iraniano para capturar

o líder iraquiano durante a campanha militar no Kuwait.

c) de um lado da política expansionista iraquiana sobre as fronteiras iranianas, e,

de outro, das pretensões xiitas do Aiatolá para a exportação do Islã revolucionário.

d) do apoio norte-americano à teocracia iraniana para freiar o ambicionismo de

Saddam Hussein sobre o petróleo da região.

e) da desordem política e econômica que se estabeleceu no Irã durante a revolu-

ção, que motivou o Iraque para suas reivindicações sobre o Chatt el Arabe e terri-

tório kuwaitiano.

23. (QUESTÃO INÉDITA) Leia o texto

“Pelo menos 11 pessoas morreram em ataque ao leste de Bagdá. Mais de 30

pessoas ficaram feridas”.

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Da France Presse

Onze pessoas morreram nesta segunda-feira em um atentado suicida contra uma

mesquita xiita ao leste de Bagdá, anunciaram fontes médicas e as forças de segu-

rança.

O atentado, que também deixou 32 feridos, aconteceu três dias depois de um ata-

que que deixou 70 mortos em uma mesquita sunita ao nordeste da capital, o que

aumentou a tensão religiosa e provocou confrontos entre sunitas e xiitas.

Mapa


http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/08/atentado-suicida-contra-mesquita-xiita-deixa-mor-
tos-no-iraque.html Com adaptações.

No mapa, identifica-se o país noticiado pelo número

a) 2

b) 4

c) 5

d) 7

e) 3

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24. (QUESTÃO INÉDITA) Leia o texto

Os protestos nessa revolução iniciaram-se em janeiro de 2011, com o objetivo de

derrubar o então ditador Hosni Mubarak, o que foi concretizado em menos de um

mês. Os rebeldes foram profundamente influenciados por outra revolução realizada

em um país próximo, que derrubou o então ditador Zine El Abidini Ben Ali, que se

encontrava há 24 anos no poder.


http://exercicios.brasilescola.com/exercicios-geografia/exercicios-sobre-primavera-Arabe.htm

No Egito, a Primavera Árabe contribuiu para

a) a realização de eleições diretas, responsáveis pela condução ao governo de

Mohamed Mursi, integrante da irmandade muçulmana, que ao tentar impor uma

política baseada na Sharia acabou por ser destituído do poder.

b) o restabelecimento da Irmandade Muçulmana ao poder e a instituição de um

regime político teocrático no país segundo os preceitos da Sharia.

c) a participação dos grupos extremistas na composição governamental, Jihad is-

lâmica, que neutralizaram o poder dos militares no país.

d) a valorização do secularismo em substituição aos preceitos corânicos, a fim de

reestabelecer as liberdades individuais.

e) a satisfação da juventude com o fim das restrições anteriormente impostas pela

ditadura de Hosni Mubarack.

25. (QUESTÃO INÉDITA) Ao final da década de 1980, o governo iraquiano respon-

sabilizava o Kuwait pela baixa dos preços do petróleo. O Iraque de Saddam enfren-

tava problemas financeiros advindos da guerra conta o Irã. Ao invadir o Kuwait, em

1989, o governo iraquiano

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a) pressionava as Nações Unidas para a criação de um Estado Palestino e por isso

se recusava retirar suas tropas do território kuwaitiano.

b) intentava um novo choque do petróleo ao mesmo tempo em que buscava apoio

no mundo árabe contra o imperialismo ocidental.

c) resgatava o ideal do Pan-arabismo, uma vez que cooptava forças com os demais

países árabes que eram membros da OPEP.

d) ampliava sua hegemonia geopolítica regional com a apropriação dos poços de

petróleo do Kuwait, e controlava a região do Chatt el Arab, considerada por Saddam

uma província de Bagdá.

e) superava seu deficit financeiro abatendo a dívida com o governo kuwaitiano e

firmava seu status de potência regional no Oriente Médio em substituição ao Egito

e ao Irã.

26. (QUESTÃO INÉDITA) Analise as charges

A Primavera Árabe.

http://historiacao.com.br/profiles/blogs/e-a-pol-cia-t-usando-bala-de-borracha

http://www.juniao.com.br/?attachment_id=783

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A partir do conteúdo expresso nas charges marque a opção correta sobre o tema
em destaque.
a) Durante a Primavera Árabe as redes sociais permitiram a difusão de um ideal
político consistente que intimidava os regimes repressores e enfraqueciam as dita-
duras.
b) As facilidades de acesso às redes sociais entre os segmentos da população com
baixo grau de instrução serviram para divulgar um sentimento de liberdade e apre-
ço pela democracia.
c) No Egito a vitória da Irmandade Muçulmana a partir da deposição do presidente
eleito Mohamed Mursi conduziu o país a um regime democrático.
d) Apesar das manifestações populares pelo fim dos regimes ditatoriais, em alguns
casos, o poder político foi mantido entre os militares que por sua vez representam
os interesses internacionais nos países do mundo árabe.
e) As estruturas de poder derrubadas por ocasião da Primavera Árabe foram eli-
minadas e seus representantes depostos foram eliminados do cenário político do
mundo árabe.

27. (QUESTÃO INÉDITA) Analise

GUERRA AO TERROR
Filme – “O grande herói” – baseado em fatos reais,
quando quatro membros do esquadrão especial
SEAL são designados para capturar ou matar
um líder talibã no Afeganistão.

Texto: Você pode morrer pelo seu país. Eu vou viver pelo meu.
http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cultura/cinema/noticia/2014/03/14/a-guerra-ao-terror-e-
-tema-do-longa-o-grande-heroi-121381.php

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Sobre o tema marque a alternativa correta.

a) Desprovido de teor ideológico o texto desvaloriza a capacidade de resistência do

soldado norte-americano em ação, independente das dificuldades encontradas para

combater o terrorismo internacional.

b) A ação dos SEALs no Afeganistão, imediata aos atentados de 11 de setembro se

justificava pela noção de guerra preventiva adotada pela Doutrina Bush.

c) Para o governo Bush à semelhança do governo de Bagdá, os Talibãs desenvol-

viam armas de destruição em massa e, dessa forma era preciso impedi-los a fim de

que tais artefatos não chegassem ao poder dos terroristas internacionais.

d) Na segunda fase da Guerra ao Terror o Iraque se destacava como potência belige-

rante que ameaçava o mundo ocidental pela posse de armas de destruição em massa.

e) Logo após o episódio de 11 de setembro de 2001 a identificação dos responsá-

veis pelos atos terroristas se norteou pela teoria do sistema terrorista internacio-

nal, que levou os Estados Unidos ao Afeganistão para capturar Osama Bin Laden e

derrubar o extremismo islâmico Talibã.

28. (QUESTÃO INÉDITA) Analise o contexto.

Parede em Paris em 2009. Tradução livre: A cura vitoriosa para a merda judaica é Auschwitz.
http://www.geografiaparatodos.com.br/index.php?pag=capitulo_2_conflitos_etnico_nacionalis-
tas_e_separatismo
Acesso em 04/09/2017

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O cenário em questão expressa a essência do pensamento:


a) sionista
b) antissionista
c) antissemita
d) pan-arabista
e) islamo-extremista

29. (QUESTÃO INÉDITA) Analise o mapa ao lado.
Os limites da Palestina sofreram várias modificações ao longo do
século XX. O mapa em questão revela linhas de fronteiras decor-
rentes do (a):
a) Plano de Partilha
b) Guerra de Independência de Israel
c) Guerra do Canal de Suez
d) Guerra dos Seis Dias
https://descomplica.
e) Guerra do Yom Kippur com.br/blog/historia/
resumo-questao-pales-
tina/
Acesso em 04/09/2017
30. (QUESTÃO INÉDITA) Leia o texto.
Nakba é uma palavra árabe que significa “catástrofe” ou “desastre”. O que foi esta
“catástrofe”, i.e. Nakba, que aconteceu em 1920? Antes da Primeira Guerra Mun-
dial, toda a área denominada Levante – o que hoje é Israel, os territórios ocupados,
a Jordânia, o Líbano e a Síria – fazia parte do Império Otomano. Em 1919, com a
derrota da Turquia e seus aliados pelas forças de coligação, em especial as podero-

sas França e Grã-Bretanha, dividiram o espaço entre si: a Grã-Bretanha toma pos-

se da região denominada Palestina pelos romanos, além do que hoje é a Jordânia;

e a França passou a controlar a área que hoje contém o Líbano e a Síria.


https://pt.wikipedia.org/wiki/Nakba Acesso em 04/09/2017

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Dois elementos envolvidos na discussão relativa à questão palestina presentes no

texto são identificados como:

a) Declaração Balfour e Kibutzim.

b) Sionismo e Mandato Britânico.

c) Plano de Partilha da Palestina e Declaração de Independência de Israel.

d) Acordo de Sykes-Picot e Diáspora palestiniana.

e) Pan-Arabismo e Guerra Civil libanesa.

31. (QUESTÃO INÉDITA) Entre os vários eventos ocorridos no conflito entre Israel

e Palestina, se destacaram duas guerras árabe-israelenses: a Guerra dos Seis Dias

(1967) e a Guerra do Yom Kippur (1973). Esses conflitos representaram, respecti-

vamente:

a) a anexação por parte de Israel de vários territórios dos países árabes circundan-

tes e a posterior tentativa desses países de reaverem as suas áreas.

b) o ataque deliberado dos palestinos contra os territórios israelenses e a interven-

ção militar estadunidense na região.

c) a resposta militar da Liga Árabe à criação do Estado de Israel pela ONU e a ofen-

siva militar israelense para retomar sua soberania territorial.

d) o combate inicial realizado entre Israel e Egito pelo Canal de Suez e a tentativa

dos palestinos de agruparem para si a posse desse estratégico ponto de disputa.

e) o início da diáspora palestina em direção à Jordânia e ao Líbano e a retomada

da Península do Sinai e da Faixa de Gaza pelo árabe.

32. (UNESP) Após os atentados de 11 de setembro de 2001, o governo dos Estados

Unidos da América aprovou uma série de medidas com o objetivo de proteger os

cidadãos americanos da ameaça representada pelo terrorismo internacional. Entre

as medidas adotadas pelo governo norte-americano estão:

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a) a realização de acordos de cooperação militar e tecnológica com países aliados

no combate ao terrorismo internacional e a prisão imediata de árabes e muçulma-

nos que residissem nos Estados Unidos.

b) a realização de ataques preventivos a países suspeitos de sediarem terroristas

e a restrição da liberdade e dos direitos civis de suspeitos de associação com o

terrorismo.

c) a concessão de apoio logístico e financeiro a países que, autonomamente, pu-

dessem combater grupos terroristas em seus territórios e a preservação dos direi-

tos civis de suspeitos de associação com o terrorismo, que residissem dentro ou

fora dos Estados Unidos.

d) a realização de ataques preventivos a países suspeitos de sediarem grupos ter-

roristas e a flexibilização do ingresso nos Estados Unidos de pessoas oriundas de

qualquer região do mundo.

e) a realização de acordos de cooperação militar e tecnológica com países sus-

peitos de sediarem grupos terroristas e a preservação dos princípios de liberdade

individual e autonomia dos povos.

33. (FGV/SP) Ibrahim Boubacar Keita prestou juramento nesta quarta-feira (4/9)

em Bamaco como presidente de Mali para um mandato de cinco anos, em uma

cerimônia na qual prometeu garantir a unidade do país, sacudido por 18 meses de

crise político-militar.
Disponível em: <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ mundo/2013/09/04/interna_
mundo,386223/ibrahim-boubacar- keita-presta-juramento-como-novo-presidente-de-mali.
shtml>.

Tendo em vista os eventos que marcaram a crise político-militar à qual se refere a

reportagem, analise as seguintes afirmações:

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I – Fundamentalistas islâmicos suspeitos de ligação com a Al-Qaeda deram um

golpe de Estado e impuseram suas leis religiosas em todo o território mali-

nês, desencadeando conflitos com a população cristã.

II – Separatistas tuaregues e fundamentalistas islâmicos suspeitos de ligação

com a Al-Qaeda assumiram o controle sobre o norte do país, desencadeando

conflitos que levaram à deposição do presidente eleito.

III – A pedido do governo malinês e com o aval do Conselho de Segurança da

ONU, a França interveio no Mali e atacou as forças insurgentes, que recua-

ram de suas posições. Está correto o que se afirma em:

a) I, apenas.

b) II, apenas.

c) III, apenas.

d) II e III, apenas.

e) II e III.

34. (QUESTÃO INÉDITA) Malala Yousafzai é uma jovem paquistanesa que comoveu

o mundo com sua coragem e determinação para enfrentar os radicais islâmicos,

tendo sofrido um atentado que quase lhe custou a vida. Assinale a alternativa cor-

reta sobre Malala Yousafzai e sua luta.

a) Ela defende o fim da obrigatoriedade de as mulheres muçulmanas cobrirem o

rosto com véus.

b) Malala luta pelo direito das mulheres muçulmanas de fazerem aborto quando

desejarem.

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c) Entre os pontos defendidos por Malala, está o fim da ocupação americana no

Iraque.

d) Ela luta pelo direito de as meninas muçulmanas irem às escolas.

e) Malala defende o casamento gay na sociedade muçulmana.

35. (QUESTÃO INÉDITA) Analise o mapa a se-

guir:

Essa região é conhecida pelos conflitos étnicos

entre árabes palestinos e judeus.

Essa disputa envolve, além de um contexto reli-

gioso, uma disputa:

a) econômica pela liderança da produção do gás

natural, bem como a construção de gasodutos

para abastecer toda a Europa.

b) étnica e cultural, promovendo uma nova re-

volução cultural no Oriente Médio vinculada aos

princípios da religião judaica.

c) petrolífera entre árabes e judeus, com a fina-

lidade de se controlar a Organização dos Países

Exportadores de Petróleo (OPEP).

d) social e econômica, já que esta área apre-

senta grandes recursos minerais, a exemplo da

bauxita e de pedras preciosas.

e) territorial e expansionista de Israel, o que já levou a várias guerras como a dos

Seis Dias e de Yom Kippur.

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36. (QUESTÃO INÉDITA) Analise o mapa a seguir:

Disponível em: <http://pessoas.hsw.uol.com.br/historia-israel1.htm>. Acesso em 05 set.2012.

Israel, após o reconhecimento pela ONU como um Estado independente, iniciou

uma política expansionista pelo território do Oriente Médio, que possibilitou a eclo-

são de vários conflitos.

Entre eles, cabe ressaltar a Guerra dos Seis Dias, que resultou na ocupação dos

territórios

a) da Cisjordânia, Faixa de Gaza, Curdistão, Arábia Saudita.

b) da Cisjordânia, Faixa de Gaza, Egito, Irã.

c) da Cisjordânia, Faixa de Gaza, Sinai, Colinas de Golã.

d) da Jordânia, Faixa de Gaza, Canal de Suez, Colinas de Golã.

e) do Líbano, Arábia Saudita, Sinai, Síria.

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37. (QUESTÃO INÉDITA) Analise a figura a seguir:

Disponível em: <http://www.geek.com.br/users/1309/albums/1429/assets/11764>. Acesso em


05 set. 2012.

Essa imagem retrata um importante episódio na Guerra entre Israel e Palestina.

Tal acontecimento refere-se à

a) guerra da Síria, que reflete a revolta dos árabes palestinos contra a ocupação

da nascente do Rio Jordão, importante recurso natural, em uma região que convive

com escassez de chuva.

b) guerra de Suez, em que árabes palestinos que residem no Egito confrontam o

exército israelense contra a ocupação do canal, que possui extrema importância

comercial na região.

c) primeira Intifada, também conhecida como “revolta das pedras”, que foi uma

manifestação da população palestina contra a ocupação de territórios por Israel.

d) revolta de Yom Kippur, conhecida como o Dia do Perdão, na qual palestinos con-

frontaram o exército israelense com paus e pedras, deixando claro a revolta contra

a presença israelense.

e) revolta dos Excluídos, representada por palestinos que perderam suas casas na

guerra e que confrontam com o exército israelense na luta pelos seus direitos.

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38. (QUESTÃO INÉDITA) Analise as charges a seguir:

Fonte: <http://www.felipex.com.br/ch_nao_guerra14.htm>. Acesso em: 30 de maio. 2017.

O Iraque entrou na alça de mira de George W. Bush após os atentados de 11 de

setembro. Em janeiro de 2002, quando bombas estadunidenses ainda caíam sobre

o Afeganistão, o discurso sobre o Estado da União de Bush definiu os contornos da

segunda fase da “guerra ao terror”. O foco, agora, passava a ser Estados suspeitos

de desenvolverem programas de armas de destruição em massa: Iraque, Irã e Co-

reia do Norte – na linguagem pueril de Bush, integrantes do “eixo do mal”. Alguns

meses depois, a Doutrina Bush adquiriu forma definitiva, com a proclamação de

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seu suposto direito de promover “ataques preventivos” contra esses Estados. A

Guerra do Iraque, iniciada em março de 2003 pelos Estados Unidos, foi sem a anu-

ência do Conselho de Segurança da ONU e com o veto da França, Rússia e China.

Dentre os vários motivos da Guerra do Iraque, podemos destacar que os EUA ti-

nham interesse em

a) ajudar a população contra o governo ditatorial de Saddam Hussein, visto que

o país era marcado pelo financiamento de grupos rebeldes jihadistas, tais como

Al-Qaeda e Estado Islâmico, que comprometiam o ideário de protetor da ordem

pacífica global norte-americana promovida com a Doutrina do “The Big Stick”.

b) apoiar o Irã num processo expansionista no Oriente Médio, processo deflagrado

a partir da revolução iraniana em 1979, que colocou na mesma frente geopolítica

os Xiitas e os norte-americanos, com o objetivo de enfraquecer as políticas de au-

todeterminação cultural promovida pelo regime autoritário de Saddam Hussein.

c) combater Saddam Hussein em prol dos Curdos, já que o presidente iraquiano,

não cumpriu os acordos firmados na declaração universal dos direitos humanos, de

preservação do respeito às diversidades étnicas, caracterizando na região um forte

genocídio.

d) controlar as jazidas petrolíferas do Iraque, sendo que o presidente George W.

Bush escolheu o país supracitado, pois o Golfo Pérsico concentra as reservas estra-

tégicas de petróleo do planeta, com o Iraque controlando cerca de 10% – menos,

apenas, que o parceiro estratégico dos EUA, a Arábia Saudita. O controle geopolíti-

co sobre as fontes estratégicas de suprimento de petróleo é uma prioridade abso-

luta para os Estados Unidos.

e) tornar o Iraque mais democrático e populista, já que o objetivo dos governos de

Ronald Reagan e George H. Bush, era o de fortalecer os Estados nacionais, sobre-

tudo, no que tange à economia, meta fundamental, do sistema neoliberal.

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39. (QUESTÃO INÉDITA) Observe o mapa abaixo:

Após a Independência da Índia (1947), a região passou a ser disputada por hin-

dus e muçulmanos. A solução parecia ter sido encontrada com a formação de dois

países: Índia, de maioria hindu, e Paquistão, de maioria muçulmana. Porém, a paz

não veio; o conflito ressurgiu com muito mais violência. O alvo passou a ser então a

Caxemira, região de maioria muçulmana sob domínio da Índia. No pós-Guerra Fria,

o conflito da Caxemira assume uma importância internacional. Entre os diversos

confrontos civis e militares existentes no mundo atual, o conflito pela posse sobre

o território referido merece destaque, por envolver países importantes da Ásia. Co-

mente os problemas relacionados à Caxemira.

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40. (QUESTÃO INÉDITA) O mapa abaixo mostra uma das regiões mais conflituosas

da África do início do século XXI, o chamado “Chifre da África”. Observe-o a seguir:

Sua observação permite dizer que


a) trata-se de uma região de enorme complexidade geográfica, com grande quan-
tidade de países e povos de diferentes etnias que se desentendem com frequência.
b) ) sua importância estratégica se perdeu, com a obsolescência do Canal de Suez.
c) a diversidade étnica é pequena, pois a região é habitada apenas pelos povos
negroides sudaneses.
d) a Somália é o país mais importante, em função de sua homogeneidade étnica,
o que lhe dá grande estabilidade.

e) após 1990, a Somália e a Eritreia se tornaram independentes da Etiópia, fazen-

do do Chifre da África a região mais estável do continente.

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GABARITO

1. E 25. b

2. C 26. d

3. E 27. e

4. C 28. c

5. C 29. a

6. C 30. d

7. d 31. a

8. E 32. b

9. E 33. d

10. b 34. d

11. C 35. e

12. C 36. c

13. C 37. c

14. C 38. d

15. E 39. Questão discursiva

16. E 40. a

17. E

18. E

19. C

20. C

21. d

22. c

23. b

24. a

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QUESTÕES COMENTADAS

21. (QUESTÃO INÉDITA) As crises do petróleo da década de 1970 exigiram um

novo pensar em torno de fontes energéticas alternativas ao petróleo. A segunda

crise, motivada pela Revolução Iraniana se materializou pelo poder da religiosidade

dos xiitas daquele país, sob o comando do aiatolá Khomeini.

Em relação à origem desse episódio que retirou o Irã do mercado internacional de

petróleo, marque a opção correta.

a) As tensões entre as potências da Guerra Fria contribuíram para a desestabiliza-

ção do governo do Xá Reza Pahlevi e consequentemente fortaleceu o movimento

nacionalista que exigia reformas econômicas no Irã.

b) A revolução questionava a presença dos Estados Unidos no Oriente Médio e suas

reformas sociais e econômicas transformaram o Irã em uma superpotência regional

sobre as nações árabes.

c) O alinhamento dos países árabes do Oriente Médio com Moscou serviu de jus-

tificativa para a revolução iraniana, sendo esta responsável pelo modelo de Estado

teocrático que se estabeleceu no Irã.

d) As reformas implantadas pelo Xá Reza Pahlevi, ocidentalizando a cultura irania-

na foram objeto de críticas entre os muçulmanos xiitas, que associavam o governo

de Pahlevi a um regime ditatorial e dependente dos Estados Unidos.

e) A revolução iraniana transformou o Irã em uma poderosa economia exportadora

de petróleo, porém perseguida pelas sanções norte-americanas até os dias atuais.

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Letra d.

Com a instabilidade política interna que se constituiu no Irã após revolução islâ-

mica, o país deixou de atuar no mercado exportador de petróleo, o que reduziu a

oferta desse recurso energético e consequentemente determinou novos aumentos

no preço do barril. Com a deposição do ditador Xá Reza Pahlevi, o cenário político

do Irã foi controlado pelos xiitas apoiadores do aiatolá Khomeini. Até a organização

do setor petrolífero desta nação, o barril de petróleo atingiu o estratosférico preço

de US$ 80,00.

22. (QUESTÃO INÉDITA) Observe.

http://iraxiraque.blogspot.com.br/2011/07/blog-post_7006.html

O conflito representado a partir da imagem decorreu

a) das desconfianças do líder iraquiano, Saddam Hussein, diante das pretensões

do Aiatolá Khomeini em ampliar o domínio iraniano sobre a região do Chatt el Arab.

b) da pressão norte-americana sobre o governo teocrático iraniano para capturar

o líder iraquiano durante a campanha militar no Kuwait.

c) de um lado da política expansionista iraquiana sobre as fronteiras iranianas, e,

de outro, das pretensões xiitas do Aiatolá para a exportação do Islã revolucionário.

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d) do apoio norte-americano à teocracia iraniana para freiar o ambicionismo de

Saddam Hussein sobre o petróleo da região.

e) da desordem política e econômica que se estabeleceu no Irã durante a revolu-

ção, que motivou o Iraque para suas reivindicações sobre o Chatt el Arabe e terri-

tório kuwaitiano.

Letra c.

A consolidação do governo do Aiatolá Khomeini veio a representar uma ameaça aos

interesses políticos e econômicos dos Estados Unidos e do Iraque, seu país vizi-

nho. Tal oposição iniciou-se quando o próprio governo iraniano decidiu cortar suas

relações diplomáticas e econômicas com os Estados Unidos. Com isso, o governo

norte-americano perdia um de seus mais importantes aliados e fornecedores de

petróleo em todo Oriente Médio. Mediante tal impasse, os EUA passaram a estreitar

relações com o Iraque visando a deflagração de uma guerra que pudesse derrubar

o regime islâmico iraniano. Na época, Saddam Hussein usou de uma injustificada

disputa pelo controle do canal de Chatt-el-Arab, por onde ambos os países reali-

zavam o escoamento de seus produtos. Mediante a negativa iraniana em ceder os

territórios, Saddam decidiu invadir o espaço iraniano e destruir uma das maiores

refinarias do mundo.

23. (QUESTÃO INÉDITA) Leia o texto

“Pelo menos 11 pessoas morreram em ataque ao leste de Bagdá. Mais de 30

pessoas ficaram feridas”.

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Da France Presse

Onze pessoas morreram nesta segunda-feira em um atentado suicida contra

uma mesquita xiita ao leste de Bagdá, anunciaram fontes médicas e as forças de

segurança.

O atentado, que também deixou 32 feridos, aconteceu três dias depois de um

ataque que deixou 70 mortos em uma mesquita sunita ao nordeste da capital, o

que aumentou a tensão religiosa e provocou confrontos entre sunitas e xiitas.

Mapa

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/08/atentado-suicida-contra-mesquita-xiita-deixa-mor-
tos-no-iraque.html Com adaptações.

No mapa, identifica-se o país noticiado pelo número

a) 2

b) 4

c) 5

d) 7

e) 3

Letra b.

O país em questão é o Iraque e o episódio destacado pela notícia envolve a ação

de grupos insurgentes contra o governo xiita que se estabeleceu no país a partir da

invasão norte-americana que derrubou o governo sunita de Saddam Hussein.

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24. (QUESTÃO INÉDITA) Leia o texto

Os protestos nessa revolução iniciaram-se em janeiro de 2011, com o objetivo de

derrubar o então ditador Hosni Mubarak, o que foi concretizado em menos de um

mês. Os rebeldes foram profundamente influenciados por outra revolução realizada

em um país próximo, que derrubou o então ditador Zine El Abidini Ben Ali, que se

encontrava há 24 anos no poder.


http://exercicios.brasilescola.com/exercicios-geografia/exercicios-sobre-primavera-Arabe.htm

No Egito, a Primavera Árabe contribuiu para

a) a realização de eleições diretas, responsáveis pela condução ao governo de

Mohamed Mursi, integrante da irmandade muçulmana, que ao tentar impor uma

política baseada na Sharia acabou por ser destituído do poder.

b) o restabelecimento da Irmandade Muçulmana ao poder e a instituição de um

regime político teocrático no país segundo os preceitos da Sharia.

c) a participação dos grupos extremistas na composição governamental, Jihad is-

lâmica, que neutralizaram o poder dos militares no país.

d) a valorização do secularismo em substituição aos preceitos corânicos, a fim de

reestabelecer as liberdades individuais.

e) a satisfação da juventude com o fim das restrições anteriormente impostas pela

ditadura de Hosni Mubarack.

Letra a.

Em 3 de julho, após manifestações em massa exigindo a saída do presidente um

ano depois de sua eleição, o exército derruba Morsi e anuncia eleições antecipadas.

Morsi é preso “preventivamente” no Ministério da Defesa, enquanto sua equipe de

governo é mantida presa em um prédio militar.

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25. (QUESTÃO INÉDITA) Ao final da década de 1980, o governo iraquiano respon-

sabilizava o Kuwait pela baixa dos preços do petróleo. O Iraque de Saddam enfren-

tava problemas financeiros advindos da guerra conta o Irã. Ao invadir o Kuwait, em

1989, o governo iraquiano

a) pressionava as Nações Unidas para a criação de um Estado Palestino e por isso

se recusava retirar suas tropas do território kuwaitiano.

b) intentava um novo choque do petróleo ao mesmo tempo em que buscava apoio

no mundo árabe contra o imperialismo ocidental.

c) resgatava o ideal do Pan-arabismo, uma vez que cooptava forças com os demais

países árabes que eram membros da OPEP.

d) ampliava sua hegemonia geopolítica regional com a apropriação dos poços de

petróleo do Kuwait, e controlava a região do Chatt el Arab, considerada por Saddam

uma província de Bagdá.

e) superava seu deficit financeiro abatendo a dívida com o governo kuwaitiano e

firmava seu status de potência regional no Oriente Médio em substituição ao Egito

e ao Irã.

Letra b.

O conflito com o Irã trouxe graves problemas financeiros para o Iraque, governado

por Saddam Hussein. Mesmo com o apoio norte-americano, o Iraque enfrentava

nas décadas de 80 e 90 uma séria crise que se aprofundou em função da baixa dos

preços do petróleo. O governo iraquiano responsabilizava o Kuwait pelo problema,

afirmando que o país vendera cotas de petróleo superiores às estabelecidas pela

OPEP (Organização dos Países Produtores e Exportadores de Petróleo) e, por essa

razão, invadiu o Kuwait. Vários países do Ocidente que compravam regularmente

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petróleo do Kuwait passaram a temer um acirramento das tensões na região, o que

poderia comprometer o abastecimento do produto e elevar seus preços. Pressiona-

da pelos Estados Unidos e pela Inglaterra, a ONU estabeleceu um prazo para que o

Iraque se retirasse do Kuwait, ao que Saddam Hussein respondeu que só cumpriria

a exigência da ONU caso uma outra decisão da instituição fosse cumprida: a criação

do Estado Palestino. Dessa forma, Hussein procurava aliados entre os árabes para

enfrentar as potências ocidentais. O plano do governante iraquiano, porém, fracas-

sou e ele ficou isolado para enfrentar as tropas que se deslocaram para a região.

26. (QUESTÃO INÉDITA) Analise as charges

A Primavera Árabe

http://historiacao.com.br/profiles/blogs/e-a-pol-cia-t-usando-bala-de-borracha

http://www.juniao.com.br/?attachment_id=783

A partir do conteúdo expresso nas charges marque a opção correta sobre o tema

em destaque.

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a) Durante a Primavera Árabe as redes sociais permitiram a difusão de um ideal

político consistente que intimidava os regimes repressores e enfraqueciam as dita-

duras.

b) As facilidades de acesso às redes sociais entre os segmentos da população com

baixo grau de instrução serviram para divulgar um sentimento de liberdade e apre-

ço pela democracia.

c) No Egito a vitória da Irmandade Muçulmana a partir da deposição do presidente

eleito Mohamed Mursi conduziu o país a um regime democrático.

d) Apesar das manifestações populares pelo fim dos regimes ditatoriais, em alguns

casos, o poder político foi mantido entre os militares que por sua vez representam

os interesses internacionais nos países do mundo árabe.

e) As estruturas de poder derrubadas por ocasião da Primavera Árabe foram eli-

minadas e seus representantes depostos foram eliminados do cenário político do

mundo árabe.

Letra d.

Crise econômica; falta de democracia; elevadas taxas de desemprego; alto custo

dos alimentos; necessidades de melhores condições de vida e o estopim: o jovem

Mohamed Bouazizi sustentava sua família com a venda de frutas, teve seus produ-

tos confiscados pela polícia por se recusar a pagar propina. A revolta – autoimo-

lação ateou fogo ao próprio corpo. O episódio fomentou a revolta popular que se

espraiou por vários países do mundo árabe.

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27. (QUESTÃO INÉDITA) Analise

GUERRA AO TERROR

Filme – “O grande herói” – baseado em fatos reais, quando quatro membros do

esquadrão especial SEAL, são designados para capturar ou matar um líder talibã

no Afeganistão.

Texto: Você pode morrer pelo seu país. Eu vou viver pelo meu.
http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cultura/cinema/noticia/2014/03/14/a-guerra-ao-terror-e-
-tema-do-longa-o-grande-heroi-121381.php

Sobre o tema marque a alternativa correta.

a) Desprovido de teor ideológico o texto desvaloriza a capacidade de resistência do

soldado norte-americano em ação, independente das dificuldades encontradas para

combater o terrorismo internacional.

b) A ação dos SEALs no Afeganistão, imediata aos atentados de 11 de setembro se

justificava pela noção de guerra preventiva adotada pela Doutrina Bush.

c) Para o governo Bush à semelhança do governo de Bagdá, os Talibãs desenvol-

viam armas de destruição em massa e, dessa forma era preciso impedi-los a fim de

que tais artefatos não chegassem ao poder dos terroristas internacionais.

d) Na segunda fase da Guerra ao Terror o Iraque se destacava como potência be-

ligerante que ameaçava o mundo ocidental pela posse de armas de destruição em

massa.

e) Logo após o episódio de 11 de setembro de 2001 a identificação dos responsá-

veis pelos atos terroristas se norteou pela teoria do sistema terrorista internacio-

nal, que levou os Estados Unidos ao Afeganistão para capturar Osama Bin Laden e

derrubar o extremismo islâmico Talibã.

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Letra e.

A guerra é o confronto entre as forças em armas de Estados beligerantes. Os ata-

ques de 11 de setembro não foram “atos de guerra”, mas atentados terroristas, ou

seja, ações políticas cometidas por organizações ou indivíduos contra alvos civis ou

militares desarmados. A sua identificação com atos de guerra exige uma operação

ideológica tortuosa, que se baseia na teoria do “sistema terrorista”, a qual foi difun-

dida após o dia 11 de setembro. Essa teoria propõe que as organizações do terror

participam de um sistema internacional mais amplo, cujos pilares são diversos Es-

tados. Os “Estados terroristas”, além de fornecer apoio financeiro e logístico para o

terror, desempenhariam funções cruciais na formulação estratégica e na coordena-

ção das campanhas de atentados.

28. (QUESTÃO INÉDITA) Analise o contexto.

Parede em Paris em 2009. Tradução livre: A cura vitoriosa para a merda judaica é Auschwitz.
http://www.geografiaparatodos.com.br/index.php?pag=capitulo_2_conflitos_etnico_nacionalis-
tas_e_separatismo
Acesso em 04/09/2017

O cenário em questão expressa a essência do pensamento:

a) sionista

b) antissionista

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c) antissemita

d) pan-arabista

e) islamo-extremista

Letra c.

Antissemitismo é o preconceito ou hostilidade contra judeus base-

ada em ódio contra seu histórico étnico, cultural e/ou religioso. Na

sua forma mais extrema, atribui aos judeus uma posição excep-

cional entre todas as outras civilizações, difamando-os como um

grupo inferior e negando que eles sejam parte da(s) nação(ões) em que residem.

A pessoa que defende este ponto de vista é chamada de “antissemita”.

29. (QUESTÃO INÉDITA) Analise o mapa ao lado.

Os limites da Palestina sofreram várias modificações ao longo do século XX. O

mapa em questão revela linhas de fronteiras decorrentes do (a):

a) Plano de Partilha

b) Guerra de Independência de Israel

c) Guerra do Canal de Suez

d) Guerra dos Seis Dias

e) Guerra do Yom Kippur

Letra a.

Pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial, em maio de 1947, a ONU, a pe-

dido do Reino Unido, criou o UNSCOP (United Nations Special Committee on Pales-

tine), para elaborar o plano de partição da área do Mandato Britânico da Palestina.

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O plano consistia na partição da banda ocidental do território em dois Estados – um

judeu e outro árabe –, ficando as áreas de Jerusalém e Belém sob controle interna-

cional. 53% do território seriam atribuídos aos 700 mil judeus, e 47% aos 1 milhão

e 400 mil árabes sendo que, destes, 900 mil imigraram durante o início do século

XX e 500 mil viviam no local (antes desse acontecimento, judeus provenientes da

Europa Ocidental e do norte da África também já haviam imigrado a Palestina se

juntando a outros poucos milhares de judeus que viviam historicamente ali, ante-

riormente à publicação dos Livros Brancos, e que haviam comprado 65% das ter-

ras daquela região, do antigo mandato turco-otomano, por isso essa proporção de

terras).

30. (QUESTÃO INÉDITA) Leia o texto.

Nakba é uma palavra árabe que significa “catástrofe” ou “desastre”. O que foi esta

“catástrofe”, i.e. Nakba, que aconteceu em 1920? Antes da Primeira Guerra Mun-

dial, toda a área denominada Levante – o que hoje é Israel, os territórios ocupados,

a Jordânia, o Líbano e a Síria – fazia parte do Império Otomano. Em 1919, com a

derrota da Turquia e seus aliados pelas forças de coligação, em especial as podero-

sas França e Grã-Bretanha, dividiram o espaço entre si: a Grã-Bretanha toma pos-

se da região denominada Palestina pelos romanos, além do que hoje é a Jordânia;

e a França passou a controlar a área que hoje contém o Líbano e a Síria.


https://pt.wikipedia.org/wiki/Nakba Acesso em 04/09/2017

Dois elementos envolvidos na discussão relativa à questão palestina presentes no

texto são identificados como:

a) Declaração Balfour e Kibutzim.

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b) Sionismo e Mandato Britânico.

c) Plano de Partilha da Palestina e Declaração de Independência de Israel.

d) Acordo de Sykes-Picot e Diáspora palestiniana.

e) Pan-Arabismo e Guerra Civil libanesa.

Letra d.

Acordo de Sykes-Picot foi um ajuste secreto entre os governos do Reino Unido e

da França que definiu as suas respectivas esferas de influência no Oriente Médio,

considerando-se a hipótese de derrota do Império Otomano na Primeira Guerra

Mundial. O acordo estabeleceu limites que ainda permanecem na maior parte da

fronteira comum entre a Síria e o Iraque. Nakba foi o êxodo palestino de 1948,

quando, pelo menos, 711.000 árabes palestinos, segundo dados da ONU, fugiram

ou foram expulsos de seus lares, em razão da guerra civil de 1947-1948 e da Guer-

ra Árabe-Israelense de 1948.

31. (QUESTÃO INÉDITA) Entre os vários eventos ocorridos no conflito entre Israel

e Palestina, se destacaram duas guerras árabe-israelenses: a Guerra dos Seis Dias

(1967) e a Guerra do Yom Kippur (1973). Esses conflitos representaram, respecti-

vamente:

a) a anexação por parte de Israel de vários territórios dos países árabes circundan-

tes e a posterior tentativa desses países de reaverem as suas áreas.

b) o ataque deliberado dos palestinos contra os territórios israelenses e a interven-

ção militar estadunidense na região.

c) a resposta militar da Liga Árabe à criação do Estado de Israel pela ONU e a ofen-

siva militar israelense para retomar sua soberania territorial.

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d) o combate inicial realizado entre Israel e Egito pelo Canal de Suez e a tentativa

dos palestinos de agruparem para si a posse desse estratégico ponto de disputa.

e) o início da diáspora palestina em direção à Jordânia e ao Líbano e a retomada

da Península do Sinai e da Faixa de Gaza pelo árabe.

Letra a.

A Guerra dos Seis Dias revelou a superioridade israelense e representou um duro

golpe no Nasserismo, que inicia seu declínio interno e externo, com perda de pres-

tígio no mundo árabe. Aumento territorial de Israel que poderia, a partir disso, bar-

ganhar a devolução parcial dos territórios conquistados em troca do reconhecimen-

to diplomático do mundo árabe. Guerra do Yom Kippur (1973) foi uma tentativa

dos países árabes (Egito e a Síria) para reaver os territórios perdidos(Sinai, Faixa

de Gaza e Colinas de Golã) na Guerra dos Seis Dias contra Israel. Egito e Síria che-

gam a reconquistar parte de seus antigos territórios, mas os israelenses lançam a

contraofensiva e os expulsa com uma grande quantidade de armamentos enviados

pelos Estados Unidos.

32. (UNESP) Após os atentados de 11 de setembro de 2001, o governo dos Estados

Unidos da América aprovou uma série de medidas com o objetivo de proteger os

cidadãos americanos da ameaça representada pelo terrorismo internacional. Entre

as medidas adotadas pelo governo norte-americano estão:

a) a realização de acordos de cooperação militar e tecnológica com países aliados

no combate ao terrorismo internacional e a prisão imediata de árabes e muçulma-

nos que residissem nos Estados Unidos.

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b) a realização de ataques preventivos a países suspeitos de sediarem terroristas

e a restrição da liberdade e dos direitos civis de suspeitos de associação com o

terrorismo.

c) a concessão de apoio logístico e financeiro a países que, autonomamente, pu-

dessem combater grupos terroristas em seus territórios e a preservação dos direi-

tos civis de suspeitos de associação com o terrorismo, que residissem dentro ou

fora dos Estados Unidos.

d) a realização de ataques preventivos a países suspeitos de sediarem grupos ter-

roristas e a flexibilização do ingresso nos Estados Unidos de pessoas oriundas de

qualquer região do mundo.

e) a realização de acordos de cooperação militar e tecnológica com países sus-

peitos de sediarem grupos terroristas e a preservação dos princípios de liberdade

individual e autonomia dos povos.

Letra b.

Como mencionado corretamente na letra b, após os atentados de 11 de setembro,

foi adotada a Doutrina Bush, cujos princípios incluíam os ataques preventivos, a

suspensão da Lei Ford, o monitoramento e a suspensão de direitos de suspeitos de

terrorismo.

a) Errada. Não ocorreram prisões de árabes residentes nos Estados Unidos.

c) Errada. Não houve a preservação dos direitos civis de suspeitos de terrorismo.

d) Errada. Adotou-se maior restrição à imigração.

e) Errada. Embasadas pelo princípio dos ataques preventivos da Doutrina Bush,

após o 11 de setembro, ocorreram as guerras do Afeganistão e do Iraque e aumen-

tou-se a pressão sobre a questão nuclear do Irã.

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33. (FGV/SP) Ibrahim Boubacar Keita prestou juramento nesta quarta-feira (4/9)

em Bamaco como presidente de Mali para um mandato de cinco anos, em uma

cerimônia na qual prometeu garantir a unidade do país, sacudido por 18 meses de

crise político-militar.
Disponível em: <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ mundo/2013/09/04/interna_
mundo,386223/ibrahim-boubacar- keita-presta-juramento-como-novo-presidente-de-mali.
shtml>.

Tendo em vista os eventos que marcaram a crise político-militar à qual se refere a

reportagem, analise as seguintes afirmações:

I – Fundamentalistas islâmicos suspeitos de ligação com a Al-Qaeda deram um

golpe de Estado e impuseram suas leis religiosas em todo o território mali-

nês, desencadeando conflitos com a população cristã.

II – Separatistas tuaregues e fundamentalistas islâmicos suspeitos de ligação

com a Al-Qaeda assumiram o controle sobre o norte do país, desencadeando

conflitos que levaram à deposição do presidente eleito.

III – A pedido do governo malinês e com o aval do Conselho de Segurança da

ONU, a França interveio no Mali e atacou as forças insurgentes, que recua-

ram de suas posições. Está correto o que se afirma em:

a) I, apenas.

b) II, apenas.

c) III, apenas.

d) II e III, apenas.

e) II e III.

Letra d.

I – Errada. A afirmação I está errada, uma vez que foram os militares que li-

deraram o golpe de Estado no Mali. A Al-Qaeda do Magreb Islâmico (grupo

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fundamentalista e terrorista atuante na região do Saara) atuava no norte do

país, onde praticava uma interpretação radical da lei islâmica, tendo a oposi-

ção de muçulmanos moderados. A crise política, o crescimento do fundamen-

talismo e o separatismo tuaregue motivaram a intervenção militar da França

com a autorização da ONU. Posteriormente, o quadro melhorou com a rea-

lização de eleições presidenciais e o enfraquecimento dos fundamentalistas.

34. (QUESTÃO INÉDITA) Malala Yousafzai é uma jovem paquistanesa que comoveu

o mundo com sua coragem e determinação para enfrentar os radicais islâmicos,

tendo sofrido um atentado que quase lhe custou a vida. Assinale a alternativa cor-

reta sobre Malala Yousafzai e sua luta.

a) Ela defende o fim da obrigatoriedade de as mulheres muçulmanas cobrirem o

rosto com véus.

b) Malala luta pelo direito das mulheres muçulmanas de fazerem aborto quando

desejarem.

c) Entre os pontos defendidos por Malala, está o fim da ocupação americana no

Iraque.

d) Ela luta pelo direito de as meninas muçulmanas irem às escolas.

e) Malala defende o casamento gay na sociedade muçulmana.

Letra d.

Como mencionado, Malala Yousafzai é uma ativista paquistanesa laureada pelo

Nobel, em razão de sua liderança pela defesa dos direitos das mulheres, e, es-

pecialmente, pelo acesso à educação em uma região do país ocupada pelo grupo

extremista Talibã.

As outras alternativas estão erradas, porque não correspondem à causa da ativista.

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35. (QUESTÃO INÉDITA) Analise o mapa a seguir:

Essa região é conhecida pelos conflitos étnicos entre árabes palestinos e judeus.

Essa disputa envolve, além de um contexto religio-

so, uma disputa:

a) econômica pela liderança da produção do gás

natural, bem como a construção de gasodutos

para abastecer toda a Europa.

b) étnica e cultural, promovendo uma nova revo-

lução cultural no Oriente Médio vinculada aos prin-

cípios da religião judaica.

c) petrolífera entre árabes e judeus, com a fina-

lidade de se controlar a Organização dos Países

Exportadores de Petróleo (OPEP).

d) social e econômica, já que esta área apresenta

grandes recursos minerais, a exemplo da bauxita

e de pedras preciosas.

e) territorial e expansionista de Israel, o que já

levou a várias guerras como a dos Seis Dias e de

Yom Kippur.

Letra e.

Conflitos entre Israel e Palestina são marcados por disputas territoriais, a exemplo

da Guerra dos Seis Dias (conquista dos territórios da Cisjordânia, Faixa de Gaza,

Sinai e Colinas de Golã) e a Guerra do Yom Kippur, uma revolta árabe contra os

territórios conquistados por Israel na Guerra dos Seis Dias.

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36. (QUESTÃO INÉDITA) Analise o mapa a seguir:

Disponível em: <http://pessoas.hsw.uol.com.br/historia-israel1.htm>. Acesso em 05 set.2012.

Israel, após o reconhecimento pela ONU como um Estado independente, iniciou

uma política expansionista pelo território do Oriente Médio, que possibilitou a eclo-

são de vários conflitos.

Entre eles, cabe ressaltar a Guerra dos Seis Dias, que resultou na ocupação dos

territórios

a) da Cisjordânia, Faixa de Gaza, Curdistão, Arábia Saudita.

b) da Cisjordânia, Faixa de Gaza, Egito, Irã.

c) da Cisjordânia, Faixa de Gaza, Sinai, Colinas de Golã.

d) da Jordânia, Faixa de Gaza, Canal de Suez, Colinas de Golã.

e) do Líbano, Arábia Saudita, Sinai, Síria.

Letra c.

Os territórios Cisjordânia, Faixa de Gaza, Sinai e Colinas de Golã foram ocupados

com a Guerra dos Seis Dias, que deu início a uma política expansionista do Estado

de Israel, expulsando os árabes palestinos dessa região.

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37. (QUESTÃO INÉDITA) Analise a figura a seguir:

Disponível em: <http://www.geek.com.br/users/1309/albums/1429/assets/11764>. Acesso em


05 set. 2012.

Essa imagem retrata um importante episódio na Guerra entre Israel e Palestina.

Tal acontecimento refere-se à

a) guerra da Síria, que reflete a revolta dos árabes palestinos contra a ocupação

da nascente do Rio Jordão, importante recurso natural, em uma região que convive

com escassez de chuva.

b) guerra de Suez, em que árabes palestinos que residem no Egito confrontam o

exército israelense contra a ocupação do canal, que possui extrema importância

comercial na região.

c) primeira Intifada, também conhecida como “revolta das pedras”, que foi uma

manifestação da população palestina contra a ocupação de territórios por Israel.

d) revolta de Yom Kippur, conhecida como o Dia do Perdão, na qual palestinos con-

frontaram o exército israelense com paus e pedras, deixando claro a revolta contra

a presença israelense.

e) revolta dos Excluídos, representada por palestinos que perderam suas casas na

guerra e que confrontam com o exército israelense na luta pelos seus direitos.

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Letra c.

A Primeira Intifada, também conhecida como Revolta das Pedras, foi uma manifes-

tação do povo árabe, com paus e pedras, contra o exército israelense.

38. (QUESTÃO INÉDITA) Analise as charges a seguir:

Fonte: <http://www.felipex.com.br/ch_nao_guerra14.htm>. Acesso em: 30 de maio. 2017.

O Iraque entrou na alça de mira de George W. Bush após os atentados de 11 de

setembro. Em janeiro de 2002, quando bombas estadunidenses ainda caíam sobre

o Afeganistão, o discurso sobre o Estado da União de Bush definiu os contornos da

segunda fase da “guerra ao terror”. O foco, agora, passava a ser Estados suspeitos

de desenvolverem programas de armas de destruição em massa: Iraque, Irã e Co-

reia do Norte – na linguagem pueril de Bush, integrantes do “eixo do mal”. Alguns

meses depois, a Doutrina Bush adquiriu forma definitiva, com a proclamação de

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seu suposto direito de promover “ataques preventivos” contra esses Estados. A

Guerra do Iraque, iniciada em março de 2003 pelos Estados Unidos, foi sem a anu-

ência do Conselho de Segurança da ONU e com o veto da França, Rússia e China.

Dentre os vários motivos da Guerra do Iraque, podemos destacar que os EUA ti-

nham interesse em

a) ajudar a população contra o governo ditatorial de Saddam Hussein, visto que

o país era marcado pelo financiamento de grupos rebeldes jihadistas, tais como

Al-Qaeda e Estado Islâmico, que comprometiam o ideário de protetor da ordem

pacífica global norte-americana promovida com a Doutrina do “The Big Stick”.

b) apoiar o Irã num processo expansionista no Oriente Médio, processo deflagrado

a partir da revolução iraniana em 1979, que colocou na mesma frente geopolítica

os Xiitas e os norte-americanos, com o objetivo de enfraquecer as políticas de au-

todeterminação cultural promovida pelo regime autoritário de Saddam Hussein.

c) combater Saddam Hussein em prol dos Curdos, já que o presidente iraquiano,

não cumpriu os acordos firmados na declaração universal dos direitos humanos, de

preservação do respeito às diversidades étnicas, caracterizando na região um forte

genocídio.

d) controlar as jazidas petrolíferas do Iraque, sendo que o presidente George W.

Bush escolheu o país supracitado, pois o Golfo Pérsico concentra as reservas estra-

tégicas de petróleo do planeta, com o Iraque controlando cerca de 10% – menos,

apenas, que o parceiro estratégico dos EUA, a Arábia Saudita. O controle geopolíti-

co sobre as fontes estratégicas de suprimento de petróleo é uma prioridade abso-

luta para os Estados Unidos.

e) tornar o Iraque mais democrático e populista, já que o objetivo dos governos de

Ronald Reagan e George H. Bush, era o de fortalecer os Estados nacionais, sobre-

tudo, no que tange à economia, meta fundamental, do sistema neoliberal.

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Letra d.

Os EUA tinham o interesse de controlar as jazidas petrolíferas do Iraque, o que era

dificultado por Saddam. Daí o empenho em tirá-lo do poder o acusando de produzir

armas de devastação em massa.

39. (QUESTÃO INÉDITA) Observe o mapa abaixo:

Após a Independência da Índia (1947), a região passou a ser disputada por hin-

dus e muçulmanos. A solução parecia ter sido encontrada com a formação de dois

países: Índia, de maioria hindu, e Paquistão, de maioria muçulmana. Porém, a paz

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não veio; o conflito ressurgiu com muito mais violência. O alvo passou a ser então a

Caxemira, região de maioria muçulmana sob domínio da Índia. No pós-Guerra Fria,

o conflito da Caxemira assume uma importância internacional. Entre os diversos

confrontos civis e militares existentes no mundo atual, o conflito pela posse sobre

o território referido merece destaque, por envolver países importantes da Ásia. Co-

mente os problemas relacionados à Caxemira.

Resposta discursiva: Área pertencente ao Paquistão, a Caxemira foi tomada pela

Índia em 1948. O Paquistão já tentou retomá-la pela força, gerando vários con-

flitos. Há movimentos separatistas dentro da própria área. A Índia e o Paquistão

disputam a região da Caxemira, do Norte da Índia, cuja população em sua maioria

é de origem islâmica e reivindica a autonomia desse território, com o apoio do Pa-

quistão.

40. (QUESTÃO INÉDITA) O mapa abaixo mos-

tra uma das regiões mais conflituosas da África

do início do século XXI, o chamado “Chifre da

África”. Observe-o a seguir:

Sua observação permite dizer que

a) trata-se de uma região de enorme comple-

xidade geográfica, com grande quantidade de

países e povos de diferentes etnias que se de-

sentendem com frequência.

b) sua importância estratégica se perdeu, com

a obsolescência do Canal de Suez.

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a) a diversidade étnica é pequena, pois a região é habitada apenas pelos povos

negroides sudaneses.

b) a Somália é o país mais importante, em função de sua homogeneidade étnica,

o que lhe dá grande estabilidade.

c) após 1990, a Somália e a Eritreia se tornaram independentes da Etiópia, fazen-

do do Chifre da África a região mais estável do continente.

Letra a.

O Chifre da África é uma região estratégica, cujos mares são atravessados por inú-

meras rotas marinhas que ligam a Europa com o Oriente. É uma região de grande

complexidade étnica, onde o processo de colonização levou a uma grande fragmen-

tação, deflagrando grandes conflitos, como os observados na Somália, país que se

fragmentou.

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