DEPARTAMENTO DE ARTES E VISUAIS DISCIPLINA HISTÓRIA DA ARTE MODERNA
Jamille Marin Coletto
O movimento futurista se desenvolveu no início do século XX na Itália, a
partir do Manifesto Futurista escrito por Filippo Marinett. Foi um movimento que se colocava contra o tradicionalismo e glorificava a industrialização, a máquina, a técnica, a ciência, a velocidade, uma política exterior agressiva e a guerra. Foi uma das formas de arte mais politizadas do século XX, e se aliou com o fascismo.
O filme “Congresso Futurista”, dirigido e roteirizado por Ari Folman,
inspirado na obra de mesmo nome de Stanistaw Lem, narra a trama de uma atriz, Robin Wright, que apesar de já ter sido bastante famosa, vive um momento de decadência de sua carreira. Convencida por seu agente e por um executivo de uma produtora de cinema, ela assina um contrato que permite que a escaneie e criem uma atriz digital, abdicando de sua carreira, em troca de uma fortuna.
O filme traz para reflexões a questão de como a indústria cinematográfica,
e todas as indústrias em geral, se importam apenas com os seus lucros em detrimento do bem estar social. Também desenvolve uma crítica ao abuso da tecnologia, em contraponto ao movimento futurista – que glorificava a tecnologia –, onde as pessoas criam uma realidade ilusória, para saciar seus desejos vazios, fugindo da realidade com a qual não conseguem viver; essa tecnologia acaba por engolir a consciência das pessoas, que se tornam alienados a próprias existência.
Essas são reflexões muito atuais na contemporaneidade, onde as
pessoas se perdem numa realidade inventada e não sabem mais o que é verdadeiro ou falso; também podemos perceber a problemática da fuga da realidade por meio da tecnologia e de entorpecentes; além disso essa grande passividade das pessoas perante os problemas atuais, onde se espera que a tecnologia salve a todos, criando milagres para salvar o meio ambiente ou acabar com a fome mundial, por exemplo, sem que seja necessário uma mudança de hábitos e percepções coletiva sob o ambiente em que vivemos.