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Revisão de Literatura

Análises de modelos: uma revisão


da literatura
Raul Couto Leal*, Leila Nilce Tanque*, Stella Angélica de Souza Gouveia**,
Elvira Gomes Carmadella***

Resumo entre si como a análise de Bolton. Houve


As análises de modelos são utilizadas roti- uma preferência pela literatura publicada
neiramente nos processos de diagnóstico sobre pesquisas realizadas em populações
e planejamento do tratamento ortodônti- diferentes daquelas que originaram os mé-
co, o objetivo deste trabalho é fazer uma todos descritos. Concluiu-se que os índices
avaliação das análises mais utilizadas atra- de Pont-Korkhaus devem ser considerados
vés de uma revisão da literatura publicada com reservas para utilização em pacien-
sobre as mesmas. São descritos métodos tes brasileiros. Há uma carência de estu-
que relacionam o tamanho dentário com o dos sobre a análise de Howes em amos-
tamanho das estruturas de suporte, como tras brasileiras. Os métodos de Moyers e
Índice de Pont, Korkhaus, Linder-Hart, Tanaka e Johnston mostraram, em geral,
Schwarz e Howes; métodos que relacio- discrepâncias para populações com ca-
nam o tamanho dos dentes e o espaço dis- racterísticas raciais diversas. A análise de
ponível durante a dentadura mista (análi- Bolton demonstrou eficácia, havendo uma
ses da dentadura mista), como análise de discussão sobre o real impacto das discre-
Moyers, Tanaka e Johnston, Nance, Tweed, pâncias de tamanho dentário na oclusão e
Huckaba e Watson e métodos que relacio- sobre as diferenças de proporção entre os
nam o tamanho das estruturas dentárias diversos grupos raciais.

Palavras-chave: Análises de modelos. Índice de Pont. Análises da dentadura mista.


Análise de Bolton.

* Especialistas em Ortodontia e Ortopedia facial da ABOM/RJ.


** Professora do curso de especialização em Ortodontia e Ortopedia facial da ABOM.
*** Ortodontista. Membro titular da Academia Brasileira de Odontologia, Fellow of the International College of Dentists.

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Raul Couto Leal, Leila Nilce Tanque, Stella Angélica de Souza Gouveia, Elvira Gomes Carmadella

IntRodução os ápices dos dentes totalmente formados. O tamanho desta área


Os modelos das arcadas dentárias são indispensáveis no diag- tem conseqüências importantes para a posição dos dentes nos ma-
nóstico e planejamento ortodôntico, sendo utilizados também xilares enquanto os mesmos ainda não emergiram, para o processo
para a avaliação do tratamento, controle de contenção e controle de transição entre decíduos e permanentes e para a situação final
pós-contenção. Medindo-se as estruturas reproduzidas, mudanças após o complemento e desenvolvimento da dentição.
contínuas no comprimento, largura e curvatura das arcadas podem Autores como Davis, Begole15 e De La Cruz et al.16 descrevem
ser avaliadas e quantificadas24,33. Através destas medidas podemos as alterações nas dimensões transversais e nas formas dos arcos
também relacionar o tamanho dentário com o tamanho das es- dentários como causas de instabilidade dos resultados obtidos pelo
truturas de suporte, relacionar o tamanho dos dentes e o espaço tratamento ortodôntico. Litle, Riedel e Artum35, no entanto, afirmam
disponível durante a dentadura mista (análise da dentadura mista), que a preservação da largura interarcos original não é garantia de
relacionar o tamanho de grupos dentários entre si e avaliar o ta- estabilidade. De acordo com McNamara Jr.37, quando se proporcio-
manho e a forma dos dentes individualmente. Estas análises são na um mecanismo de expansão das bases apicais, aumentando a
usualmente denominadas análises de modelos e devem constar em largura e o perímetro do arco, pode-se obter um aumento do es-
uma ficha inclusa na documentação de cada caso. paço para o alinhamento da dentição permanente. É claro que esta
Os modelos, normalmente confeccionados em gesso, devem expansão dos arcos não pode ser feita arbitrariamente, como tem
reproduzir além de todos os dentes, todas as bases apicais, a sutu- sido demonstrado por muitos estudos publicados a respeito. Tendo
ra palatina mediana e as inserções musculares. Devem ser obtidos em vista que a expansão do arco dentário é apenas uma das opções
com a observação cuidadosa dos preceitos da técnica, principal- terapêuticas para os problemas de discrepância entre perímetro do
mente no quesito armazenagem dos moldes, na maioria das vezes arco e tamanho dentário, nenhum tratamento deve ser planejado
feitos em alginato, material sujeito a grandes alterações dimensio- antes de se fazer uma análise completa dos modelos, do traçado
nais se o molde não for preenchido imediatamente. Devem tam- cefalométrico e de um exame clínico minucioso
bém possuir um acabamento que lhes confira um padrão estético e Diversos cálculos e tabelas têm sido formulados tentando relacio-
durabilidade. Recebem também uma conformação geométrica em nar o tamanho dos dentes com um tamanho ideal de arco alveolar,
suas bases, que permite a avaliação em três planos de referência visando possibilitar um melhor planejamento das expansões.
posicionados em uma angulação padrão. O plano da rafe média
palatina (sagital) permite a avaliação das discrepâncias transver- ÍndIce de Pont
sais, o plano da tuberosidade (parafrontal) é usado como referência Pont (1909, apud STIFTER57, 1958), através de estudos antropo-
para a análise das más posições dentárias ântero-posteriores e o métricos em arcos dentais de uma amostra de indivíduos bascos
plano oclusal (horizontal) permite a avaliação das más posições do sul da França, idealizou um método para determinar uma largu-
verticais3,9,13,50. ra ideal de arco, baseado na soma dos diâmetros mesiodistais das
Diversos pesquisadores contribuíram para o desenvolvimento coroas dos incisivos superiores. Afirmou que a medida apenas dos
de inúmeras análises de modelos. A discussão de todas as análises quatro incisivos simplificava o método e permitia utilizar os prin-
existentes ultrapassaria os limites do presente trabalho, optamos cípios de predição da largura dos arcos antes da erupção dos cani-
então por selecionar algumas entre as mais utilizadas para serem nos permanentes. Os maiores diâmetros mesiodistais dos incisivos
descritas e avaliadas por meio de uma revisão da literatura. eram obtidos com um paquímetro ou compasso de ponta seca e
transferidos para uma linha desenhada em uma ficha, depois so-
RevIsão da lIteRatuRa mados em milímetros e anotados. As larguras inter-pré-molares no
Relacionando o tamanho dentário com o tamanho das arco superior eram medidas no ponto mais central do sulco oclusal
estruturas de suporte dos primeiros pré-molares e no arco inferior no ponto de contato
Para uma correta adequação dos dentes nas bases apicais é mais vestibular entre primeiro e segundo pré-molares. As larguras
necessária uma relação favorável entre o tamanho das mesmas inter-molares no arco superior eram medidas nas fossas centrais
e o tamanho dentário. Van der Linden34 afirmou que a área api- dos primeiros molares (Fig. 1) e no arco inferior na parte mais alta
cal varia de acordo com a fase do desenvolvimento do indivíduo. das cúspides médio-vestibulares dos primeiros molares (Fig. 2).
Na dentadura decídua ela é formada pela região onde se localizam Ao dividir a média combinada dos diâmetros mesiodistais dos
os ápices dos dentes decíduos e as partes dos permanentes em for- incisivos superiores pela média da largura inter-pré-molares en-
mação. Na dentadura mista, consiste da região onde se situam as controu uma proporção constante de 80 e ao fazer o mesmo cál-
raízes dos dentes decíduos e permanentes e as partes em formação culo para a largura intermolares encontrou a proporção de 64 para
dos dentes não erupcionados. Na fase adulta é a região onde estão um arco dentário ideal. Foram elaboradas fórmulas, a partir destas

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LO DIM

DIP
DIP

DIM

FiGuRA 1 - Valores utilizados no Índice de Pont- FiGuRA 2 - Valores utilizados no Índice de Pont-
Korkhaus para o arco superior. Korkhaus para o arco inferior.

medidas, que buscavam prever a largura ideal do arco dentário su- oclusão normal não apresentaram correlação com os valores da ta-
perior: seria multiplicada a soma dos diâmetros mesiodistais dos bela, levando à conclusão de que não se deve presumir que todo caso
incisivos (SI) por 100 e o resultado dividido por 80 para se obter deve ser guiado pelos valores encontrados no índice de Pont para se
a largura inter-pré-molares e por 64 para a largura inter-molares. obter sucesso, entretanto os valores poderiam ser um objetivo quan-
A partir dessas duas fórmulas foi construída uma tabela de valores do se estiver trabalhando próximo ao ideal. Foi observado ainda que
que ficou conhecida como índice de Pont. Os valores desta tabela os pontos utilizados para medir-se a largura inter-pré-molares na
são acrescidos de 1 ou 2mm visando compensar as recidivas que maxila eram mais difíceis de se localizar que aqueles na mandíbula e
ocorrem após o tratamento ortodôntico. Pont frisou que sua pes- que estas duas medidas não foram iguais, como era de se esperar.
quisa era feita exclusivamente em indivíduos franceses e que seria Bimler5 utilizou os valores de Pont e Korkhaus para montar uma
de grande valia se colegas seus verificassem a aplicação do índice análise em gráfico do desenvolvimento das alterações dimensio-
em outras raças. nais das arcadas durante o tratamento. Os valores são descritos em
Korkhaus (apud MARTINS, LIMA39,1997) e Linder-Hart (apud milímetros e se observa uma curva de reação individual ao trata-
SCHWARZ54, 1965) sugeriram modificações para adaptar a tabela mento, a qual deverá se aproximar das medidas ideais. Afirma tam-
aos indivíduos com padrões mesofaciais, propondo valores de 84 e bém que os valores dos índices de Pont e Korkhaus representam
65 onde os valores de Pont eram 80 e 64 em um estudo realizado apenas referências para comparação com as medidas apresentadas
com uma amostra de indivíduos romenos (Tab. 1). Também inclui- pelos pacientes e não objetivos a serem alcançados.
ram a medida LO ou comprimento do arco anterior. Joondeph, Riedel e Moore30 aplicaram o índice de Pont em 20 in-
Schwarz54 também contestou a validade da tabela afirmando divíduos tratados ortodonticamente sem extração e com 10 anos pós
que a mesma não levava em consideração o tipo facial, uma vez contenção. As medidas foram feitas nos modelos pré-tratamento,
que a amostra estudada por Pont era de indivíduos com faces lar- pós-tratamento e com dez anos após a remoção da contenção. Foi
gas e padrão braquifacial e corrigiu a tabela no intuito de adequá- encontrada uma correlação pobre entre a soma dos diâmetros dos
la ao padrão facial do paciente (Tab. 2). incisivos e as larguras finais inter-pré-molares e inter-molares. Uma
Chateau12 concorda com os valores estabelecidos por Pont melhor correlação foi encontrada entre a largura maxilar original e a
para o tratamento ortodôntico, confirmando o aumento de 2mm largura do arco 10 anos pós-contenção. Alta correlação foi encontra-
nas distâncias inter-pré-molares e inter-molares visando as adap- da entre as medidas pós-tratamento e as de 10 anos pós-contenção.
tações após o período de contenção. Realizou também medidas Concluíram que a relação entre as medidas dos incisivos e as largu-
relacionando o perímetro dentário dos 14 dentes (PD) acrescidos ras inter-pré-molares e inter-molares não tem valor para determinar
dos terceiros molares, quando existentes (espaço requerido total), a largura final do arco nestas áreas. A largura do arco mandibular e
perímetro dentário final, com o perímetro ósseo habitável final PHF a largura intercaninos, como se apresentam na má oclusão original,
ou PO (espaço disponível final) acrescido do crescimento na super- são guias de tratamento mais racionais para a largura final dos arcos
fície alveolar na tuberosidade distal. maxilar e mandibular em comparação com o índice de Pont.
Stifter57 realizou um estudo em 48 modelos de arcadas com Oliveira, Negra e Aguiar46 realizaram medidas em 111 modelos
oclusão ideal e normal de indivíduos americanos. Foi encontrada de indíviduos brasileiros brancos, negros e mulatos; com oclusão
uma correlação maior entre o diâmetro dos dentes anteriores e a normal e ausência de tratamento ortodôntico. Não foi encontrada
largura dos arcos nos modelos com oclusão ideal. Os modelos de diferença estatisticamente significante entre os valores da tabela

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TAbELA 1 - Valores de Korkhaus e Linder-Hart. TAbELA 2 - Valores modificados por Schwarz54 de acordo com os tipos faciais.
2112 4-4 6-6 2112 4-4 meso 4-4 braqui 6-6 meso 6-6 braqui
27 32 41,5 27 33 34 41 42,5
27,5 32,5 42,3 27,5 33,5 34,5 41,5 43
28 33 43 28 34 35 42 43,5
28,5 33,5 43,8 28,5 34,5 36 42,5 44,5
29 34 44,5 29 35 36,5 43,5 45,5
29,5 34,7 45,3 29,5 35,5 37 44 46
30 35,5 46 30 36 38 45 47
30,5 36 46,8 30,5 36,5 38,5 45,5 47,5
31 36,5 47,5 31 37 39 46,5 48,5
31,5 37 48,5 31,5 37,5 39,5 47,5 49,5
32 37,5 49 32 38 40 48 50
32,5 38,2 50 32,5 38,5 41 48,5 50,5
33 39 51 33 39 41,5 49 51,5
33,5 39,5 51,5 33,5 39,5 42 50 52,5
34 40 52,5 34 40 42,5 50,5 53
34,5 40,5 53 34,5 40,5 43 51 54
35 41,2 54 35 41 44 52 55
35,5 42 54,5 35,5 41,5 44,5 53 56
36 42,5 55,5 36 42 45 53,5 56,5

de Pont e os da amostra. Foram encontradas diferenças nas lar- os traçados cefalométricos de Ricketts (índice VERT) e McNamara
guras inter-pré-molares e inter-molares para a mesma soma de para avaliar o tipo facial da amostra. Também confrontaram os re-
diâmetros de incisivos, provavelmente originadas da variação dos sultados com as modificações propostas por Korkhaus, Linder-Hart
tipos faciais. Foi encontrada diferença estatisticamente significante e Schwarz. Concluíram que não houve correlação significante en-
quando se comparou os valores dos índices de indivíduos masculi- tre o índice de Pont e os valores obtidos pelas mensurações feitas.
nos e femininos, sendo os destes mais elevados. A média do índice Comparando os mesmos valores com os das correções efetuadas no
foi 82,7 ± 1,20 para a largura inter-pré-molares e 63,8 ± 1,42 para índice de Pont por Korkhaus, Linder-Hart e Schwarz, também não
a largura inter-molares. foram detectadas correlações estatisticamente significantes. Não se
Moyers40 afirmou que o índice de Pont é de pouca valia se em- considerou válida a aplicação deste índice ou de suas correções para
pregado isoladamente e de maneira indiscriminada; sendo, na me- pacientes brasileiros, desde que apresentem características seme-
lhor das hipóteses, um guia muito rudimentar de pouco uso num lhantes às da amostra avaliada no estudo (padrão mesofacial), e foi
plano de tratamento racional. proposta a correção das proporções constantes para 85,8 no cálculo
Oliveira45 avaliou 79 indivíduos brasileiros, leucodermas, na fai- da largura inter-pré-molares e 67 no cálculo da largura inter-mola-
xa etária de 12 a 17 anos, de ambos os gêneros, que apresentavam res superiores, para o arco ideal, na amostra objeto do estudo.
ausência de apinhamento, oclusão normal e nunca haviam se sub- Kanashiro e Vigorito31 compararam os padrões médios das
metido a tratamento ortodôntico. Concluiu que os valores obtidos medidas transversais das arcadas dentárias superior e inferior nos
através da correlação entre os diâmetros inter-molares e inter-pré- diversos tipos faciais em 90 modelos de indivíduos brasileiros, de
molares superiores e inferiores foram 0,90 e 0,89 indicando uma ambos os gêneros, leucodermas, com má oclusão Classe II, divisão
correlação alta. Através da aplicação de médias aritméticas obteve- 1 de Angle, com idades de 11 anos e 4 meses a 17 anos. Os tipos fa-
se o índice de 67 e 87 para os índices de molares e pré-molares. En- ciais foram definidos segundo a análise cefalométrica de Ricketts
controu-se valores semelhantes aos de Pont para os comprimentos (índice VERT). Praticamente não se encontrou diferença estatisti-
das arcadas e a largura relativamente mais estreita camente significante entre os tipos facias, com exceção das medi-
Martins e Lima39 relacionaram as medidas do índice de Pont com das inter-segundos molares na arcada superior e inter-primeiros
os tipos faciais em 66 indivíduos brasileiros, leucodermas, portado- molares na arcada inferior, que se mostraram maiores no tipo bra-
res de oclusão normal e não tratados ortodonticamente. Utilizaram quifacial em relação ao tipo dolicofacial. O grupo mesofacial e do-

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licofacial masculino apresentou medidas maiores que o feminino. das bases apicais postulando que, numa dentição normal, a largura
Não houve dimorfismo sexual entre o grupo braquifacial. da maxila na área de primeiros pré-molares deveria ser 43% da
Carmadella10 fez cópias eletrônicas milimetradas dos modelos, soma dos diâmetros mésio-distais de todos os dentes do arco a
com imagem de 1:1 onde analisou as arcadas dentárias nos três partir dos primeiros molares superiores, incluindo estes. Esta soma
planos: o plano médio sagital, no meio da rafe palatina, utilizando seria o material dentário (MD). A largura do osso basal apical deve-
os pontos anatômicos nos incisivos, primeiros pré-molares e pri- ria ser 44% do valor do material dentário.
meiros molares na dentição permanente e pontos nos primeiros A largura do arco medida na região de primeiros pré-mola-
molares decíduos na dentição mista, o plano da tuberosidade distal res foi chamada de diâmetro pré-molar (DPM) e medida a partir
para o estudo ântero-posterior e o plano oclusal para o estudo do da ponta das cúspides vestibulares dos primeiros pré-molares.
plano da maxila e da mandíbula com a curva de Spee; utilizando A largura do arco basal pré-molar (LABPM) é medida na região
cópias digitais dos modelos, que segundo a autora permitem me- dos ápices dos primeiros pré-molares distalmente à bossa canina
nos erros do operador. Na análise da simetria das arcadas dentárias, e corresponde à região onde há a junção do corpo da maxila com
comparou um hemiarco com o outro, tendo como meta a igualda- o processo alveolar (Fig. 3). O comprimento do arco basal (CAB) é
de, isto é, que a área do lado direito dividida pela do lado esquerdo medido na linha média a partir dos limites anteriores estimados da
fosse igual a um; quando o objetivo não é atingido, verifica-se o base apical (ponto A projetado), até uma perpendicular tangente às
grau de distorção em percentual. Depois do tratamento dento-ma- faces distais dos primeiros molares (Fig. 4).
xilo-facial a operação é repetida para avaliação dos resultados. As proporções são obtidas dividindo-se os valores encontra-
Ursi et al.61 avaliaram os tamanhos dentários e as dimensões dos para DPM, LABPM e CAB pela soma do material dentário MD.
dos arcos dentários, relativos ao índice de Pont em uma amostra Quando LABPM/MD for 44% significa que a base apical é suficiente.
de 119 modelos de pacientes brasileiros, dos gêneros feminino e Quando LABPM/MD estiver entre 44% e 37% a adequação da base
masculino, leucodermas, com más oclusões Classe I e II de Angle e apical é questionável podendo haver dificuldades para finalizar-se
com apinhamento inferior a 3mm. Concluíram que o diâmetro das o caso. Quando LABPM/MD for 37% ou menos há forte indício de
coroas dos incisivos superiores no grupo de Classe II são maiores que serão necessárias extrações para se efetuar o tratamento.
no gênero masculino do que no feminino. Já no grupo de Classe Se LABPM for maior que DPM é sinal de que a expansão do arco
I não foram encontradas diferenças significativas em relação ao poderá ser feita com sucesso.
gênero. No gênero masculino a largura do arco também foi maior, Stiffter57, em seu estudo com 48 modelos de oclusão normal
para ambas as relações molares (pré-molares e molares). Os valo- e ideal, encontrou 29 casos com a medida LABPM/MD menor que
res reais foram sistematicamente maiores do que os previstos por 44%, 25 casos com a medida maior que 44% e nenhum caso me-
Pont. Não se recomendando a utilização do Índice de Pont como nor que 37%. A média encontrada foi 43,43% com um desvio de
método soberano para a identificação de padrões de normalidade 2,74. Não havendo diferença entre os modelos de oclusão ideal e
ou não, nas dimensões transversais de um arco dentário, em pa- normal.
cientes apresentando más oclusões de Classe I e II. Moyers40 afirmou que a análise de Howes é útil no tratamen-
to de pacientes com suspeitas de deficiências na base apical e na
análIse de Howes decisão entre extração de dentes, expansão do arco dentário ou
Howes (1960, apud MOYERS40, 1991) desenvolveu sua análise expansão rápida da maxila.

LABPM
DPM

CAB
DPM

FiGuRA 3 - Valores utilizados na análise de Ho- FiGuRA 4 - Valores da análise de Howes, o ponto
wes. posterior aos incisivos corresponde ao ponto A
estimado.

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RelacIonando o tamanHo dos dentes e o riores e pela borda incisal dos dentes anteriores, o fio é retificado e
esPaço dIsPonÍvel duRante a dentaduRa mIsta a medida feita em milímetros (Fig. 6).
(análIse da dentaduRa mIsta) - Com uma régua milimetrada ! exível contornada na forma do
A fase da dentadura mista é extremamente dinâmica e sujeita arco e colocada da mesma maneira que o fio de latão (Fig. 7).
a perturbações no seu desenvolvimento normal, tais como perdas - Usando um paquímetro ou compasso de ponta seca pode-se
precoces de dentes decíduos e/ou perdas de estrutura dentária por medir da face mesial do molar permanente até a mesial do canino
cárie, resultando em diminuição do perímetro do arco e diminuição decíduo e depois da face distal do incisivo lateral até a face mesial
do espaço para o correto alinhamento dos dentes permanentes. do incisivo central. O procedimento é feito nos dois lados do arco e
As análises da dentadura mista são auxiliares valiosos nos tra- os valores somados14,20,36 (Fig. 8A, B).
tamentos ortodônticos preventivos e interceptivos. Através delas O diâmetro mesiodistal dos dentes é medido com um paquí-
podemos predizer qual será o diâmetro mesiodistal de caninos e metro ou um compasso de ponta seca para calcular-se o espaço
pré-molares permanentes antes de sua irrupção e avaliar se, após a requerido26.
exfoliação dos dentes decíduos, haverá ou não espaço suficiente no As análises mais utilizadas dividem-se em dois grupos: aquelas
arco para acomodação destes dentes, a partir dos espaços providos que utilizam tabelas e aquelas que utilizam radiografias para avaliar
naturalmente (espaços primatas, diastemas e espaço livre de Nance o tamanho dos dentes não erupcionados. O uso de tabelas torna o
e do espaço gerado através do crescimento dos arcos e por mudan- procedimento mais simples e rápido e a utilização de radiografias
ças nas inclinações dos dentes permanentes. Tornando-se possível apesar de ser mais trabalhosa fornece resultados mais acurados30,40.
o planejamento das estratégias de tratamento mais adequadas para
cada caso, visando minimizar problemas posteriores como apinha- utIlIzando tabelas
mentos ou desvios na erupção dos dentes permanentes1,19,20,22,38. análise de moyers
Relacionam-se os seguintes elementos passíveis de avaliação: Moyers40 forneceu uma tabela de proporções para a avalia-
- Espaço presente: é o valor da medida do espaço ósseo em ção do tamanho dentário derivada do tamanho de alguns dentes
milímetros, sobre a crista alveolar a partir da mesial dos primeiros permanentes já erupcionados, justificando seu método afirmando
molares inferiores permanentes. que o mesmo possui um erro sistemático mínimo e que a variação
- Espaço requerido: é o valor em milímetros que resulta da desses erros é conhecida, pode ser feito com segurança tanto pelo
soma dos diâmetros mesiodistais dos elementos dentários perma- iniciante quanto pelo especialista, não exige muito tempo, pode ser
nentes situados entre as mesiais dos primeiros molares inferiores feito tanto em modelos quanto na boca e pode ser utilizado em
permanentes. ambos os arcos dentários.
- Discrepância de modelo: é a diferença algébrica entre os va- Os incisivos inferiores foram escolhidos como padrão para as
lores do espaço presente e do espaço requerido, que poderá ser medidas dos dentes inferiores e superiores porque irrompem mais
positiva, nula ou negativa42,48,54. cedo na dentadura mista e apresentam menos variações de tama-
Diversos materiais (Fig. 5) e métodos são utilizados para a ob- nho e forma que os incisivos superiores.
tenção do espaço presente tais como: Mede-se com um paquímetro o diâmetro mésiodistal dos
- Através de um fio de latão estendido da mesial do primeiro quatro incisivos inferiores e anota-se em uma ficha (Quadro 1),
molar permanente direito até a mesial do molar permanente es- transfere-se a soma dos incisivos central e lateral direitos para o
querdo passando sobre as cúspides vestibulares dos dentes poste- modelo colocando-se o paquímetro na linha média e marcando-se

FiGuRA 5 - Material utilizado na análise da den- FiGuRA 6 - Espaço presente medido com um fio
tadura mista. de latão.

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A b
FiGuRA 7 - Espaço presente medido com uma FiGuRA 8 - A) Espaço presente posterior medido com um compasso de ponta seca. b) Espaço presente
régua flexível. anterior medido com o compasso de ponta seca.

dente 42 41 31 32 Paula e Almeida47, em uma pesquisa com uma amostra de 45


largura mesiodistal indivíduos brasileiros de ambos os gêneros, média de idade de 8
largura total (SI) inf.
anos e 5 meses e sem distinção de raça, não encontraram diferen-
ça estatisticamente significante entre os gêneros. Concluíram que
Arco inferior Arco superior
o método de Moyers tende a fazer uma sobreestimativa quando
Espaço disponível direito esquerdo direito esquerdo
após o alinhamento comparado com outros métodos de avaliação e com medidas obti-
dos incisivos das através de radiografias cefalométricas de 45°.
Espaço requerido Oliveira, Pinzan e Henriques43 aplicaram a análise de Moyers
Diferença em 38 pares de modelos de indivíduos brasileiros leucodermas com
Discrepância/arco idade variando de 11 anos e 2 meses a 16 anos e 8 meses. Os jovens
apresentavam todos os dentes permanentes irrompidos e ausência
quAdRo 1 - Ficha para análises da dentadura mista utilizando-se tabelas50.
de cáries, restaurações ou qualquer anomalia de forma dentária,
também não apresentavam discrepância de tamanho dentário de
o espaço que os dentes alinhados ocuparão no arco, o mesmo deve Bolton. Concluiu-se que a tabela de Moyers pode ser utilizada com
ser feito para o lado esquerdo (Fig. 9). A distância deste ponto em a predição de 75%, com certa tolerância em brasileiros, ou seja,
ambos os lados até a superfície mesial do primeiro molar perma- com este nível de probabilidade obtem-se uma previsão do tama-
nente é o espaço disponível (positivo ou negativo) para o canino nho de pré-molares e caninos com uma margem de segurança.
e os dois pré-molares e para qualquer ajuste do molar após os Jaroonthan e Godfrey28 realizaram um estudo com 430 jovens
incisivos terem sido alinhados. Repete-se o procedimento para o tailandeses de ambos os gêneros, com idade média de 15 anos
arco superior40,50. e encontraram dimorfismo sexual para as medidas de tamanho
Para se prever o tamanho de caninos e pré-molares e verificar dentário nesta população, com o gênero masculino apresentando
se o espaço será suficiente, utiliza-se uma tabela de probabilidades medidas maiores. Os valores obtidos para diâmetros de caninos e
em que a soma dos incisivos fornece valores num índice de con- pré-molares desaconselham o uso das tabelas de Moyers para in-
fiabilidade de 5% a 95%. Aconselha-se, para clínicos experientes, divíduos desta etnia (Fig. 9).
a utilização da predição de 50% e para aqueles com pouca expe- Cecílio e Vigorito11 avaliaram 188 modelos de indivíduos brasilei-
riência a predição de 75%. Para o arco superior o procedimento é ros leucodermas com idade variando entre 11 e 18 anos. A amostra
o mesmo utilizando-se outra tabela e deve ser considerada a cor- apresentava dentes permanentes totalmente erupcionados, ausên-
reção da sobressaliência quando medir-se o espaço ocupado pelos cia de cáries, fraturas, restaurações, elementos protéticos, desgastes
incisivos alinhados (Tab. 3). incluídos no tratamento e ausência de anomalias dentárias. Utiliza-
Galvão et al.18 aplicaram o método de Moyers em 301 crian- ram a predição de 75%. Concluíram que houve diferença estatisti-
ças entre 7 e 12 anos, de ambos os gêneros, e encontraram maior camente significante em todos os níveis de probabilidade, entre as
falta de espaço nos quadrantes e arcos superiores, provavelmente predições da somatória de caninos e pré-molares superiores e infe-
devido à perda de estrutura dentária por cárie ou perda precoce de riores para o grupo masculino e feminino da análise de Moyers e os
dentes decíduos. Não houve dimorfismo sexual significativo. encontrados nesta pesquisa, observaram dimorfismo sexual para o

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ção em pacientes desta origem em que a equação para os den-


tes superiores seria: Y = 8,2 + 0,6. (X) e para dentes inferiores:
Y = 7,5 + 0,6. (X), sendo X a soma dos quatro incisivos inferiores,
valor multiplicado por 0,6 e Y a medida estimada para canino e
pré-molares em um quadrante.
Camacho, Piquero e Isasi8 realizaram um estudo comparando a
tabela de Moyers ao nível de 50% nas medidas compreendidas entre
espaço
19mm e 26,5mm, por considerar estas mais freqüentes em pacientes,
p/ 3,4 e 5 com os valores preconizados por Tanaka e Johnston. Ao comparar
os dois métodos, foi observado que não há diferença significativa
entre ambos, no entanto, consideraram o método de Tanaka e Jo-
espaço
p/ 1 e 2 hnston mais apropriado por utilizar valores físicos e não necessitar
de tabelas.
FiGuRA 9 - Espaço disponível segundo Moyers. Jaroonthan e Godfrey28, em seu estudo com 430 jovens tailan-
deses, encontraram as seguintes equações: Y = 11,87 + 0,47 . (X)
tamanho dentário na amostra estudada, sendo os valores masculi- para dentes superiores e Y = 10,30 + 0,50 . (X), havendo correlação
nos maiores que os femininos para todos os dentes e que com vistas entre as medidas obtidas e as equações de Tanaka e Johnston, mas
a um diagnóstico preciso, torna-se precária a validade do emprego sugerindo que a diversidade de etnias da amostra estudada pode
da análise de Moyers na predição das dimensões de caninos e pré- limitar a eficácia das predições.
molares para pacientes leucodermas brasileiros.
utIlIzando RadIogRafIas
análise de tanaka e Johnston Nance (apudMcNAMARA JR.37) preconizou que o espaço reque-
Tanaka e Johnston58 analisaram 506 modelos de pacientes or- rido deve ser obtido através da soma da medida real dos quatro
todônticos americanos, leucodermas e com idade inferior a 20 anos incisivos já irrompidos com a medida dos caninos e pré-molares
e elaboraram um método para a predição do tamanho de caninos inferiores obtidas através de uma radiografia. O espaço presente no
e pré-molares. arco é calculado medindo-se os dentes com o compasso de ponta
Somam-se os diâmetros mesiodistais dos incisivos inferiores e seca ou utilizando-se o método do fio de latão. Subtrai-se 3,4mm
divide-se o resultado por dois. Ao valor obtido somam-se 10,5mm desta medida, espaço perdido durante a migração mesial dos pri-
para predizer o tamanho de caninos e pré-molares inferiores e meiros molares permanentes ou Lee-way space, que segundo Oli-
11mm para predizer o tamanho de caninos e pré-molares superio- veira e Patrício44 deve ser obtido individualmente por apresentar
res. O nível de confiabilidade da predição é de 75%. grande variação. Comparando-se estes dois valores pode-se verifi-
Berthold et al.4 avaliaram 52 modelos de pacientes brasileiros, car se a discrepância de modelo é nula, positiva ou negativa.
leucodermas, com idade variando de 17 a 22 anos, de ambos os Tweed60 também propôs que o cálculo da discrepância de modelo
gêneros. Encontraram maior variação das medidas no gênero fe- seja feito medindo o diâmetro mesiodistal de caninos e pré-molares
minino. Não houve diferença estatisticamente significante entre os não irrompidos diretamente nas radiografias periapicais. Para cor-
valores reais e os previstos, com exceção da arcada inferior do gêne- rigir a ampliação da imagem, sugeriu medir o diâmetro mesiodistal
ro feminino, que apresentou o valor real menor que o valor previsto, dos molares decíduos na imagem radiográfica e compará-los com
o que segundo o autor não deve acarretar nenhum prejuízo clínico. aqueles obtidos diretamente dos dentes do paciente. Se a ampliação
Lee-Chan et al.32 aplicaram o método em 201 modelos de in- for desprezível, pode-se assumir que as medidas feitas para caninos
divíduos americanos de ascendência asiática, com idade máxima e pré-molares serão confiáveis. Atualmente a Fundação Charles H.
de 21 anos e que apresentavam dentes permanentes totalmente Tweed preconiza a análise total de espaço, onde são avaliadas as
erupcionados, ausência de cáries, fraturas, restaurações e anoma- áreas anterior (incisivos e caninos), média (pré-molares e 1os molares)
lias dentárias. e posterior (2os e 3os molares), calculando-se a discrepância para cada
Foram encontradas diferenças estatísticamente significantes área e avaliando-se também a curva de Spee2.
entre os resultados obtidos e os previstos pelo método de Ta- Huckaba27 e Watson62 preconizam a utilização de radiografias
naka e Johnston para dentes superiores e inferiores, indicando periapicais para avaliar o tamanho dos dentes permanentes em
que o mesmo não é confiável quando aplicado em populações de casos limítrofes onde se necessita de um resultado mais acurado.
origem asiática. Propõe-se uma correção do método para aplica- Propõem um método simples e eficiente para anular o efeito da

R Clin Ortodon Dental Press, Maringá, v. 5, n. 1 - fev./mar. 2006 71


Análises de modelos: uma revisão da literatura

TAbELA 3 - Probabilidade para predição do tamanho de caninos e pré-molares não-erupcionados segundo Moyers*.
A) Caninos e pré-molares inferiores.
HOMENS
21/12 19,5 20,0 20,5 21,0 21,5 22,0 22,5 23,0 23,5 24 24,5 25 25,5
95% 21,6 21,8 22,0 22,2 22,4 22,6 22,8 23,0 23,2 23,5 23,7 23,9 24,2
85% 20,8 21,0 21,2 21,4 21,6 21,9 22,1 22,3 22,5 22,7 23,0 23,2 23,4
75% 20,4 20,6 20,8 21,0 21,2 21,4 21,6 21,9 22,1 22,3 22,5 22,8 23,0
65% 20,0 20,2 20,4 20,6 20,9 21,1 21,3 21,5 21,8 22,0 22,2 22,4 22,7
50% 19,5 19,7 20,0 20,2 20,4 20,6 20,9 21,1 21,3 21,5 21,7 22,0 22,2

MULHERES
21/12 19,5 20,0 20,5 21,0 21,5 22,0 22,5 23,0 23,5 24 24,5 25 25,5
95% 20,8 21,0 21,2 21,5 21,7 22,0 22,2 22,5 22,7 23,0 23,3 23,6 23,9
85% 20,0 20,3 20,5 20,7 21,0 21,2 21,5 21,8 22,0 22,3 22,6 22,8 23,1
75% 19,6 19,8 20,1 20,3 20,6 20,8 21,1 21,3 21,6 21,9 22,1 22,4 22,7
65% 19,2 19,5 19,7 20,0 20,2 20,5 20,7 21,0 21,3 21,5 21,8 22,1 22,3
50% 18,7 19,0 19,2 19,5 19,8 20,0 20,3 20,5 20,8 21,1 21,3 21,6 21,8

b) Caninos e pré-molares superiores.


HOMENS
21/12 19,5 20,0 20,5 21,0 21,5 22,0 22,5 23,0 23,5 24 24,5 25 25,5
95% 21,2 21,4 21,6 21,9 22,1 22,3 22,6 22,8 23,1 23,4 23,6 23,9 24,1
85% 20,6 20,9 21,1 21,3 21,6 21,8 22,1 22,3 22,6 22,8 23,1 23,3 23,6
75% 20,3 20,5 20,8 21,0 21,3 21,5 21,8 22,0 22,3 22,5 22,8 23,0 23,3
65% 20,0 20,3 20,5 20,8 21,0 21,3 21,5 21,8 22,0 22,3 22,5 22,8 23,0
50% 19,7 19,9 20,2 20,4 20,7 20,9 21,2 21,5 21,7 22,0 22,2 22,5 22,7

MULHERES
21/12 19,5 20,0 20,5 21,0 21,5 22,0 22,5 23,0 23,5 24 24,5 25 25,5
95% 21,4 21,6 21,7 21,8 21,9 22,0 22,2 22,3 22,5 22,6 22,8 22,9 23,1
85% 20,8 20,9 21,0 21,1 21,3 21,4 21,5 21,7 21,8 22,0 22,1 22,3 22,4
75% 20,4 20,5 20,6 20,8 20,9 21,0 21,2 21,3 21,5 21,6 21,8 21,9 22,1
65% 20,1 20,2 20,3 20,5 20,6 20,7 20,9 21,0 21,2 21,3 21,4 21,6 21,7
50% 19,6 19,8 19,9 20,1 20,2 20,3 20,5 20,6 20,8 20,9 21,0 21,2 21,3

*o valor dos quatro incisivos é achado na 1a linha de cada tabela, o valor para caninos e pré-molares encontra-se na coluna vertical de acordo com o nível de
probabilidade escolhido (os valores de 5% a 35% não foram computados por não terem sido utilizados em nenhum trabalho da literatura consultada).

ampliação das imagens radiográficas que devem ser isentas de ro- RelacIonando o tamanHo de gRuPos dentáRIos
tações e sobreposições dos pontos de contato. entRe sI
Mede-se o diâmetro do dente decíduo na imagem radiográ- Para um correto alinhamento e uma perfeita intercuspidação
fica (Y´) e o diâmetro do seu sucessor permanente subjacente dos elementos dentários dos arcos maxilar e mandibular faz-se ne-
na mesma película (X´). Mede-se o dente decíduo real na boca cessário que o tamanho dos dentes seja compatível, o que muitas
ou no modelo de estudo (Y). Pode-se então calcular o tama- vezes não ocorre. As discrepâncias de tamanho dos dentes podem
nho real (X) do dente permanente através de uma regra de três: ocorrer em alguns elementos maiores que a média do indivíduo
X = X´x Y: Y´. ou num somatório de pequenas alterações em todos os dentes do

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Raul Couto Leal, Leila Nilce Tanque, Stella Angélica de Souza Gouveia, Elvira Gomes Carmadella

arco, mas geralmente ocasionando transtornos na obtenção de uma rial dentário. Comparando-se o cálculo de 12 e de 6 dentes pode-se
oclusão precisa. Se o excesso ocorrer nos dentes superiores pode-se também localizar se a discrepância está situada apenas na região
tender para uma maior sobremordida e sobressaliência, se ocorrer anterior, apenas na posterior ou distribuída por todo o arco.
nos dentes inferiores tende-se para uma relação topo-a-topo. Stifter57 reproduziu o estudo de Bolton em indivíduos portado-
res de oclusão ideal e normal e encontrou resultados similares.
análIse de bolton Wilhelm e Araújo63 analisaram 195 modelos de pacientes brasi-
Bolton6,7 publicou uma análise proveniente do estudo de 55 leiros apresentando más oclusões de Classe I ou Classe II, 1a divisão
indivíduos portadores de oclusões consideradas excelentes cujo de Angle, e encontraram incidência da discrepância de Bolton em
objetivo era permitir ao ortodontista uma avaliação das discrepân- todos os casos, sendo que em 36% dos mesmos o excesso ultrapas-
cias de tamanho dentário e sua localização, prevendo a possibili- sava 2mm. Havendo 61,02% de casos com excesso somente no arco
dade de se alcançar um engrenamento dentário satisfatório. Caso inferior, 17,44% com excesso somente no arco superior e 21,54%
não haja discrepância de tamanho dentário entre os arcos superior com excesso em ambos os arcos, variando quanto à localização ser
e inferior, o prognóstico da oclusão final é favorável. Se houverem anterior ou total. Não foram encontradas diferenças significativas
discrepâncias, o profissional já saberá de antemão que talvez seja entre os dois grupos de má oclusão nem dimorfismo sexual.
necessária a utilização de procedimentos visando compensar as al- Freeman, Maskeroni e Lewis17 pesquisaram 157 pacientes or-
terações, tais como desgastes interproximais nos casos de excesso todônticos de etnias diversas, aplicando a análise de tamanho
de tamanho ou acréscimo, através de procedimentos de dentiste- dentário de Bolton. A análise do diâmetro dos 12 dentes variou
ria, nos elementos com deficiência de tamanho. de 82,8 a 99,4, com uma média de 91,3, e a análise dos 6 dentes
Segundo Rocha e Vigorito53, compensações nas inclinações anteriores revelou uma variação de 68,4 até 87,9, com uma média
dentárias, nas dimensões da sobremordida e sobressaliência podem de 77,9. Concluíram que um grande número de pacientes que se
compensar tais discrepâncias sem a necessidade de desgastes ou apresentam para tratamento ortodôntico possuem discrepâncias
aumento das coroas clínicas dos dentes. de tamanho dentário, 13,5% na avaliação com 12 dentes e 30,6%
Ramos et al.51 observaram que, em casos onde vai se promover
uma compensação através da inclinação dentária para mascarar TAbELA 4 - Análise de Bolton das discrepâncias de tamanho dentário.
uma desarmonia suave de bases apicais, pode-se também com-
12 max 12 mand 12 max 12 mand 12 max 12 mand
pensar a discrepância de Bolton. Numa mandíbula retroposta, se
86 77,6 94 85,8 103 94
o excesso dentário for mandibular, os incisivos serão protruídos
86 78,5 95 86,7 104 95
e pode-se evitar os desgastes interproximais. O mesmo ocorrerá
87 79,4 96 87,6 105 95,9
na deficiência maxilar e excesso de massa dentária superior, que
também seria compensada pela protrusão dos incisivos. 88 80,3 97 88,6 106 96,8

A análise em si consiste na soma do diâmetro dos 12 dentes 89 81,3 98 89,5 107 97,8
inferiores que é dividida pela soma do diâmetro dos 12 dentes su- 90 82,1 99 90,4 108 98,6
periores e multiplicada por 100. A proporção média obtida através 91 83,1 100 91,3 109 99,5
desta fórmula para uma boa oclusão, bem como uma relação ideal 92 84 101 92,2 110 100,4
de sobremordida e sobressaliência é de 91,3. Se a proporção exce- 93 84,9 102 93,1
der este valor, a discrepância se deve a um excesso de estrutura no 6 max 6 mand 6 max 6 mand 6 max 6 mand
arco inferior. Se a proporção for menor que 91,3, a discrepância se 40 30,9 45,5 35,1 51 39,4
deve a um excesso de estrutura no arco superior. Uma proporção 40,5 31,3 46 35,5 51,5 39,8
similar é feita para os seis dentes anteriores sendo o valor ideal
41 31,7 46,5 35,9 52 40,1
77,2, mantendo-se os mesmos padrões da fórmula anterior para as
41,5 32 47 36,3 52,5 40,5
arcadas superior e inferior. Halazonetis23 considera que, em arcos
42 32,4 47,5 36,7 53 40,9
com a curvatura incisal mais acentuada e bordos incisais mais es-
42,5 32,8 48 37,1 53,5 41,3
pessos, a proporção deveria ser menor que 77,2.
43 33,2 48,5 37,4 54 41,7
Para quantificar a discrepância, após localizar em qual arco
está o problema, procura-se na tabela 4 o valor correspondente 43,5 33,6 49 37,8 54,5 42,1

ao diâmetro do arco sem excesso, seja ele superior ou inferior, e 44 34 49,5 38,2 55 42,5

ao lado estará o valor ideal para o arco oposto, a diferença entre a 44,5 34,4 50 38,6
medida ideal e a do paciente será a quantidade excessiva de mate- 45 34,7 50,5 39

R Clin Ortodon Dental Press, Maringá, v. 5, n. 1 - fev./mar. 2006 73


Análises de modelos: uma revisão da literatura

na avaliação com 6 dentes na amostra pesquisada. A análise de (8mm), 3 variações de curvas de Spee com 0,3 a 6mm e oclusões
Bolton é então aconselhada como uma rotina no diagnóstico com diversos tipos de extrações de pré-molares. Comparando-se as
ortodôntico. medidas, não foi encontrada diferença significativa entre os valores
Rocha e Vigorito53 utilizaram a análise de Bolton em 40 indi- obtidos a partir dos modelos de gesso e dos de resina epóxica. Con-
víduos brasileiros leucodermas de ambos os gêneros, com idades cluiu-se que discrepâncias pequenas causam problemas pequenos
variando de 12 a 17 anos, encontrando um índice centesimal de na oclusão e que até numa discrepância severa pode-se encontrar
91,08 para as medidas dos 12 dentes e 77,93 para as medidas dos 6 uma relação molar de Classe I e uma sobremordida e sobressaliên-
dentes. Houve diferença estatisticamente significante para as me- cia razoáveis. Curvas de Spee excessivas (6mm) criaram os piores
didas com 6 dentes. Não foi encontrada correlação entre o índice resultados nos setups. O tratamento com extrações afetou pouco
centesimal dos 12 dentes inferiores e superiores em relação à so- a oclusão final, enquanto a discrepância máxima não ultrapassava
bremordida e sobressaliência. 2mm. O resultado final demonstra que a discrepância de tamanho
Nie e Lin41 compararam a presença de discrepâncias de tama- dentário parece ter um efeito limitado sobre a oclusão.
nho dentário entre grupos com diferentes más oclusões. A amostra Smith, Buschang e Watanabe55 aplicaram a análise de Bolton
se constituiu de 60 indivíduos com oclusão normal e 300 pacientes em 180 pacientes divididos em 3 grupos étnicos (latinos, negros
com más oclusões variadas. Foram divididos em 6 grupos, cada e brancos), cada grupo compondo-se de 30 mulheres e 30 ho-
grupo consistindo de 30 homens e 30 mulheres e nomeados do mens. Concluíram que diferenças significativas entre as relações
seguinte modo: Oclusão normal, Classe I com biprotrusão, Classe II gerais, anteriores e posteriores interarcos sugerem a necessidade
divisão 1, Classe II divisão 2, Classe III e Classe III cirúrgica. Não foi de valores diferenciados para cada população. Indivíduos brancos
encontrado dimorfismo sexual significante para nenhuma propor- mostraram a menor proporção geral (92,3%), seguidos pelos lati-
ção em nenhum grupo. Não foram encontradas diferenças signifi- nos (93,1%) e pelos negros (93,4%). Diferenças significativas entre
cativas entre as subcategorias de cada grupo de más oclusões, ou os gêneros foram encontradas, sendo que a proporção geral se
seja, entre oclusão normal e Classe I com biprotrusão, entre os dois aplica somente para as mulheres brancas, sendo desejáveis novas
tipos de Classe II e os dois tipos de Classe III. O estudo demonstrou proporções para os homens brancos. O relacionamento entre os
que o grupo Classe III apresentava uma tendência para um excesso tamanhos dos dentes maxilares e mandibulares são dependentes
de material dentário mandibular e o grupo Classe II a mesma ten- de raça, gênero e comprimento do segmento dos arcos. Quanto
dência para o excesso maxilar. Não houve uma prevalência maxilar maior o segmento do arco, maior a discrepância entre as propor-
ou mandibular no grupo Classe I. As maiores discrepâncias foram ções de Bolton e as proporções atuais. Os segundos pré-molares
encontradas no grupo Classe III, seguido pelo grupo Classe I e por inferiores, os incisivos centrais inferiores e os primeiros molares
último o grupo Classe II e as diferenças encontradas entre os gru- foram responsáveis pela maior parte da discrepância entre os ar-
pos foram significativas. cos, estes dentes deveriam ser examinados cuidadosamente quan-
Santoro et al.52 aplicaram a análise de Bolton em uma amos- do se suspeitar de uma discrepância de tamanho dentário.
tra de pacientes ortodônticos de origem latina (República Domi- Atualmente imagens digitalizadas tem sido usadas para avalia-
nicana), sendo 36 do gênero masculino e 18 do gênero feminino. ções das discrepâncias de tamanho dentário. Algumas vantagens
Foram encontrados valores de 91,3, semelhantes aos de Bolton têm sido consideradas para este novo tipo de documentação, tais
para as análises com 12 dentes. Para as análises com 6 dentes fo- como: ausência de despesa para armazenagem, facilidade para ar-
ram encontrados valores de 78,1, maiores que os de Bolton. Uma quivação e consulta, economia de tempo, facilidade no envio para
discrepância de tamanho dentário geral foi encontrada em 11% da terceiros e a impossibilidade dos modelos virtuais se quebrarem38.
amostra e uma discrepância anterior em 28% dos indivíduos. No entanto a situação destas novas tecnologias perante a legisla-
Heusdens, Dermaut e Verbeeck25 compararam as proporções ção vigente ainda não está definida.
encontradas por Bolton com estudos epidemiológicos obtidos em Tomassetti et al.59 avaliaram três análises de Bolton computa-
quatro publicações através do teste t e não encontraram diferenças dorizadas comparando-as com o método tradicional: 22 modelos
estatisticamente significantes, houve uma diferença para mais na (11 pré-tratamento e 11 pós-tratamento) foram avaliados. Os mo-
proporção dos dentes anteriores nos valores dos estudos epidemio- delos estavam em boas condições e não apresentavam mais do que
lógicos, talvez devido à grande variação morfológica da largura de 3mm de apinhamento em nenhum dos arcos. Utilizando um pa-
incisivos superiores. Criaram em laboratório, através de 30 modelos químetro os autores mediram os tamanhos dentários e realizaram
do mesmo indivíduo com oclusão ideal, em gesso e em resina epó- a análise de Bolton 3 vezes em cada grupo de modelos, os dados
xica montados em setup, diversos tipos de discrepâncias de tama- obtidos foram considerados como o padrão da pesquisa.
nho dentário, variando das mais suaves (2mm) até as mais severas Os modelos foram digitalizados e medidos primeiramente

74 R Clin Ortodon Dental Press, Maringá, v. 5, n. 1 - fev./mar. 2006


Raul Couto Leal, Leila Nilce Tanque, Stella Angélica de Souza Gouveia, Elvira Gomes Carmadella

através do programa QuickCeph Image Pro, o software calculou conclusão


a discrepância de Bolton. O segundo software utilizado foi o Ha- De acordo com a literatura consultada pode-se concluir que:
milton Arch Tooth System (HATS) que faz uso de paquímetros di- Os dados obtidos com a análise de modelos constituem uma par-
gitais conectados ao computador, os modelos foram medidos e a cela de informação indispensável para se chegar ao diagnóstico.
discrepância foi calculada. A última análise foi realizada através do O Índice de Pont deve ser considerado com reservas para apli-
software Orthocad, os modelos foram enviados ao CADENT Inc., as cação em pacientes brasileiros, principalmente devido à grande
imagens tridimensionais enviadas de volta aos autores através da variação de padrões raciais existente em nossa população. Desa-
Internet e as análises foram aplicadas. conselha-se a utilização dos valores obtidos como metas de tra-
Os dados foram comparados aplicando-se regressão linear e tamento, devendo funcionar como um parâmetro a mais no diag-
coeficientes de correlação Pearson (valores R). Não foram encontra- nóstico. Em geral foram encontradas, nas pesquisas, proporções
dos erros estatisticamente significantes comparando-se as análises divergentes daquelas relatadas na tabela de Pont e também nas
digitalizadas com as do método tradicional. Surgiram diferenças corrigidas por Korkhaus e Schwarz.
clinicamente significantes (maiores que 1,5mm) para cada método. A análise de Howes utiliza um maior número de dentes e per-
A análise HATS teve o maior grau de correlação (R = 0,885 para 12 mite uma individualização dos resultados. No entanto há uma
dentes e 0,825 para 6 dentes), seguida pelo OrthoCad (R = 0,715 e carência de estudos sobre esta análise quando utilizada em uma
0,574) e o QuickCeph (R = 0,432 e 0,439). O tempo dispendido em amostra de indivíduos brasileiros.
cada análise também foi avaliado, sendo o QuickCef o mais rápido Os métodos de Moyers e Tanaka e Johnston mostraram discre-
(1,85 min.), seguido pelo HATS (3,40 min.), OrthoCad (5,37 min.) e pâncias entre os valores previstos e os valores reais em populações
paquímetro (8,06 min.). com características raciais diferentes daquelas que originaram os
Os autores concluíram que as análises digitalizadas são os valores preconizados.
métodos mais rápidos para se medir a discrepância de tamanho Em casos onde é necessário um diagnóstico acurado, sugere-se
dentário de Bolton. A questão é o quanto elas são mais ou menos a utilização dos métodos onde se faz uso de radiografias.
acuradas em relação aos métodos tradicionais. Podendo-se esperar A análise de Bolton foi considerada eficaz, havendo uma dis-
que os avanços dos métodos computadorizados continuem até que cussão sobre o real impacto das discrepâncias de tamanho den-
eles se tornem tão confiáveis quanto o paquímetro. Sugerem tam- tário sobre a oclusão e sobre as diferenças de proporção entre os
bém que cada profissional deve aferir se estes métodos alternativos diversos grupos raciais. As análises digitais demonstraram fidedig-
são aceitáveis e efetivos de fato. nidade, ressaltando-se apenas que ainda são objeto de avaliação.

Analysis of dental arch models: a literature review


Abstract
The analysis of dental arch models are used routinely in the applied in different populations from the originals of the
diagnostic and treatment plan, the objective of this work is described methods. The index of Pont-Korkhaus must be
an evaluation of these analysis and a literature review. Are considered not safe for use in brazilian patients. It has a lack
described methods that relate the dental size with the size of studies on the analysis of Howes in brazilian samples.
of the basal structures, as Pont´s Index, Korkhaus, Linder- The methods of Moyers and Tanaka and Johnston shown
Hart Schwarz and Howes; methods that relate the size of discrepancies for populations with diverse racial features.
teeth and the available space during the mixed dentition The analysis of Bolton demonstrated to effectiveness,
(analyses of the mixed dentition), as analysis of Moyers, having a discussion on the real impact of the discrepancies
Tanaka and Johnston, Nance, Tweed, Huckaba and Watson of dental size in the occlusion and on the differences of
and methods that relate the size of the dental structures ratio between the several racial groups.
as the Bolton´s analysis. It had a preference for researches

KeY WOrDs: Analysis of dental arch models. Pont´s index. Mixed dentition analysis. Bolton´s analysis.

R Clin Ortodon Dental Press, Maringá, v. 5, n. 1 - fev./mar. 2006 75


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