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Análises de Modelos - Uma Revisão Da Literatura
Análises de Modelos - Uma Revisão Da Literatura
LO DIM
DIP
DIP
DIM
FiGuRA 1 - Valores utilizados no Índice de Pont- FiGuRA 2 - Valores utilizados no Índice de Pont-
Korkhaus para o arco superior. Korkhaus para o arco inferior.
medidas, que buscavam prever a largura ideal do arco dentário su- oclusão normal não apresentaram correlação com os valores da ta-
perior: seria multiplicada a soma dos diâmetros mesiodistais dos bela, levando à conclusão de que não se deve presumir que todo caso
incisivos (SI) por 100 e o resultado dividido por 80 para se obter deve ser guiado pelos valores encontrados no índice de Pont para se
a largura inter-pré-molares e por 64 para a largura inter-molares. obter sucesso, entretanto os valores poderiam ser um objetivo quan-
A partir dessas duas fórmulas foi construída uma tabela de valores do se estiver trabalhando próximo ao ideal. Foi observado ainda que
que ficou conhecida como índice de Pont. Os valores desta tabela os pontos utilizados para medir-se a largura inter-pré-molares na
são acrescidos de 1 ou 2mm visando compensar as recidivas que maxila eram mais difíceis de se localizar que aqueles na mandíbula e
ocorrem após o tratamento ortodôntico. Pont frisou que sua pes- que estas duas medidas não foram iguais, como era de se esperar.
quisa era feita exclusivamente em indivíduos franceses e que seria Bimler5 utilizou os valores de Pont e Korkhaus para montar uma
de grande valia se colegas seus verificassem a aplicação do índice análise em gráfico do desenvolvimento das alterações dimensio-
em outras raças. nais das arcadas durante o tratamento. Os valores são descritos em
Korkhaus (apud MARTINS, LIMA39,1997) e Linder-Hart (apud milímetros e se observa uma curva de reação individual ao trata-
SCHWARZ54, 1965) sugeriram modificações para adaptar a tabela mento, a qual deverá se aproximar das medidas ideais. Afirma tam-
aos indivíduos com padrões mesofaciais, propondo valores de 84 e bém que os valores dos índices de Pont e Korkhaus representam
65 onde os valores de Pont eram 80 e 64 em um estudo realizado apenas referências para comparação com as medidas apresentadas
com uma amostra de indivíduos romenos (Tab. 1). Também inclui- pelos pacientes e não objetivos a serem alcançados.
ram a medida LO ou comprimento do arco anterior. Joondeph, Riedel e Moore30 aplicaram o índice de Pont em 20 in-
Schwarz54 também contestou a validade da tabela afirmando divíduos tratados ortodonticamente sem extração e com 10 anos pós
que a mesma não levava em consideração o tipo facial, uma vez contenção. As medidas foram feitas nos modelos pré-tratamento,
que a amostra estudada por Pont era de indivíduos com faces lar- pós-tratamento e com dez anos após a remoção da contenção. Foi
gas e padrão braquifacial e corrigiu a tabela no intuito de adequá- encontrada uma correlação pobre entre a soma dos diâmetros dos
la ao padrão facial do paciente (Tab. 2). incisivos e as larguras finais inter-pré-molares e inter-molares. Uma
Chateau12 concorda com os valores estabelecidos por Pont melhor correlação foi encontrada entre a largura maxilar original e a
para o tratamento ortodôntico, confirmando o aumento de 2mm largura do arco 10 anos pós-contenção. Alta correlação foi encontra-
nas distâncias inter-pré-molares e inter-molares visando as adap- da entre as medidas pós-tratamento e as de 10 anos pós-contenção.
tações após o período de contenção. Realizou também medidas Concluíram que a relação entre as medidas dos incisivos e as largu-
relacionando o perímetro dentário dos 14 dentes (PD) acrescidos ras inter-pré-molares e inter-molares não tem valor para determinar
dos terceiros molares, quando existentes (espaço requerido total), a largura final do arco nestas áreas. A largura do arco mandibular e
perímetro dentário final, com o perímetro ósseo habitável final PHF a largura intercaninos, como se apresentam na má oclusão original,
ou PO (espaço disponível final) acrescido do crescimento na super- são guias de tratamento mais racionais para a largura final dos arcos
fície alveolar na tuberosidade distal. maxilar e mandibular em comparação com o índice de Pont.
Stifter57 realizou um estudo em 48 modelos de arcadas com Oliveira, Negra e Aguiar46 realizaram medidas em 111 modelos
oclusão ideal e normal de indivíduos americanos. Foi encontrada de indíviduos brasileiros brancos, negros e mulatos; com oclusão
uma correlação maior entre o diâmetro dos dentes anteriores e a normal e ausência de tratamento ortodôntico. Não foi encontrada
largura dos arcos nos modelos com oclusão ideal. Os modelos de diferença estatisticamente significante entre os valores da tabela
TAbELA 1 - Valores de Korkhaus e Linder-Hart. TAbELA 2 - Valores modificados por Schwarz54 de acordo com os tipos faciais.
2112 4-4 6-6 2112 4-4 meso 4-4 braqui 6-6 meso 6-6 braqui
27 32 41,5 27 33 34 41 42,5
27,5 32,5 42,3 27,5 33,5 34,5 41,5 43
28 33 43 28 34 35 42 43,5
28,5 33,5 43,8 28,5 34,5 36 42,5 44,5
29 34 44,5 29 35 36,5 43,5 45,5
29,5 34,7 45,3 29,5 35,5 37 44 46
30 35,5 46 30 36 38 45 47
30,5 36 46,8 30,5 36,5 38,5 45,5 47,5
31 36,5 47,5 31 37 39 46,5 48,5
31,5 37 48,5 31,5 37,5 39,5 47,5 49,5
32 37,5 49 32 38 40 48 50
32,5 38,2 50 32,5 38,5 41 48,5 50,5
33 39 51 33 39 41,5 49 51,5
33,5 39,5 51,5 33,5 39,5 42 50 52,5
34 40 52,5 34 40 42,5 50,5 53
34,5 40,5 53 34,5 40,5 43 51 54
35 41,2 54 35 41 44 52 55
35,5 42 54,5 35,5 41,5 44,5 53 56
36 42,5 55,5 36 42 45 53,5 56,5
de Pont e os da amostra. Foram encontradas diferenças nas lar- os traçados cefalométricos de Ricketts (índice VERT) e McNamara
guras inter-pré-molares e inter-molares para a mesma soma de para avaliar o tipo facial da amostra. Também confrontaram os re-
diâmetros de incisivos, provavelmente originadas da variação dos sultados com as modificações propostas por Korkhaus, Linder-Hart
tipos faciais. Foi encontrada diferença estatisticamente significante e Schwarz. Concluíram que não houve correlação significante en-
quando se comparou os valores dos índices de indivíduos masculi- tre o índice de Pont e os valores obtidos pelas mensurações feitas.
nos e femininos, sendo os destes mais elevados. A média do índice Comparando os mesmos valores com os das correções efetuadas no
foi 82,7 ± 1,20 para a largura inter-pré-molares e 63,8 ± 1,42 para índice de Pont por Korkhaus, Linder-Hart e Schwarz, também não
a largura inter-molares. foram detectadas correlações estatisticamente significantes. Não se
Moyers40 afirmou que o índice de Pont é de pouca valia se em- considerou válida a aplicação deste índice ou de suas correções para
pregado isoladamente e de maneira indiscriminada; sendo, na me- pacientes brasileiros, desde que apresentem características seme-
lhor das hipóteses, um guia muito rudimentar de pouco uso num lhantes às da amostra avaliada no estudo (padrão mesofacial), e foi
plano de tratamento racional. proposta a correção das proporções constantes para 85,8 no cálculo
Oliveira45 avaliou 79 indivíduos brasileiros, leucodermas, na fai- da largura inter-pré-molares e 67 no cálculo da largura inter-mola-
xa etária de 12 a 17 anos, de ambos os gêneros, que apresentavam res superiores, para o arco ideal, na amostra objeto do estudo.
ausência de apinhamento, oclusão normal e nunca haviam se sub- Kanashiro e Vigorito31 compararam os padrões médios das
metido a tratamento ortodôntico. Concluiu que os valores obtidos medidas transversais das arcadas dentárias superior e inferior nos
através da correlação entre os diâmetros inter-molares e inter-pré- diversos tipos faciais em 90 modelos de indivíduos brasileiros, de
molares superiores e inferiores foram 0,90 e 0,89 indicando uma ambos os gêneros, leucodermas, com má oclusão Classe II, divisão
correlação alta. Através da aplicação de médias aritméticas obteve- 1 de Angle, com idades de 11 anos e 4 meses a 17 anos. Os tipos fa-
se o índice de 67 e 87 para os índices de molares e pré-molares. En- ciais foram definidos segundo a análise cefalométrica de Ricketts
controu-se valores semelhantes aos de Pont para os comprimentos (índice VERT). Praticamente não se encontrou diferença estatisti-
das arcadas e a largura relativamente mais estreita camente significante entre os tipos facias, com exceção das medi-
Martins e Lima39 relacionaram as medidas do índice de Pont com das inter-segundos molares na arcada superior e inter-primeiros
os tipos faciais em 66 indivíduos brasileiros, leucodermas, portado- molares na arcada inferior, que se mostraram maiores no tipo bra-
res de oclusão normal e não tratados ortodonticamente. Utilizaram quifacial em relação ao tipo dolicofacial. O grupo mesofacial e do-
licofacial masculino apresentou medidas maiores que o feminino. das bases apicais postulando que, numa dentição normal, a largura
Não houve dimorfismo sexual entre o grupo braquifacial. da maxila na área de primeiros pré-molares deveria ser 43% da
Carmadella10 fez cópias eletrônicas milimetradas dos modelos, soma dos diâmetros mésio-distais de todos os dentes do arco a
com imagem de 1:1 onde analisou as arcadas dentárias nos três partir dos primeiros molares superiores, incluindo estes. Esta soma
planos: o plano médio sagital, no meio da rafe palatina, utilizando seria o material dentário (MD). A largura do osso basal apical deve-
os pontos anatômicos nos incisivos, primeiros pré-molares e pri- ria ser 44% do valor do material dentário.
meiros molares na dentição permanente e pontos nos primeiros A largura do arco medida na região de primeiros pré-mola-
molares decíduos na dentição mista, o plano da tuberosidade distal res foi chamada de diâmetro pré-molar (DPM) e medida a partir
para o estudo ântero-posterior e o plano oclusal para o estudo do da ponta das cúspides vestibulares dos primeiros pré-molares.
plano da maxila e da mandíbula com a curva de Spee; utilizando A largura do arco basal pré-molar (LABPM) é medida na região
cópias digitais dos modelos, que segundo a autora permitem me- dos ápices dos primeiros pré-molares distalmente à bossa canina
nos erros do operador. Na análise da simetria das arcadas dentárias, e corresponde à região onde há a junção do corpo da maxila com
comparou um hemiarco com o outro, tendo como meta a igualda- o processo alveolar (Fig. 3). O comprimento do arco basal (CAB) é
de, isto é, que a área do lado direito dividida pela do lado esquerdo medido na linha média a partir dos limites anteriores estimados da
fosse igual a um; quando o objetivo não é atingido, verifica-se o base apical (ponto A projetado), até uma perpendicular tangente às
grau de distorção em percentual. Depois do tratamento dento-ma- faces distais dos primeiros molares (Fig. 4).
xilo-facial a operação é repetida para avaliação dos resultados. As proporções são obtidas dividindo-se os valores encontra-
Ursi et al.61 avaliaram os tamanhos dentários e as dimensões dos para DPM, LABPM e CAB pela soma do material dentário MD.
dos arcos dentários, relativos ao índice de Pont em uma amostra Quando LABPM/MD for 44% significa que a base apical é suficiente.
de 119 modelos de pacientes brasileiros, dos gêneros feminino e Quando LABPM/MD estiver entre 44% e 37% a adequação da base
masculino, leucodermas, com más oclusões Classe I e II de Angle e apical é questionável podendo haver dificuldades para finalizar-se
com apinhamento inferior a 3mm. Concluíram que o diâmetro das o caso. Quando LABPM/MD for 37% ou menos há forte indício de
coroas dos incisivos superiores no grupo de Classe II são maiores que serão necessárias extrações para se efetuar o tratamento.
no gênero masculino do que no feminino. Já no grupo de Classe Se LABPM for maior que DPM é sinal de que a expansão do arco
I não foram encontradas diferenças significativas em relação ao poderá ser feita com sucesso.
gênero. No gênero masculino a largura do arco também foi maior, Stiffter57, em seu estudo com 48 modelos de oclusão normal
para ambas as relações molares (pré-molares e molares). Os valo- e ideal, encontrou 29 casos com a medida LABPM/MD menor que
res reais foram sistematicamente maiores do que os previstos por 44%, 25 casos com a medida maior que 44% e nenhum caso me-
Pont. Não se recomendando a utilização do Índice de Pont como nor que 37%. A média encontrada foi 43,43% com um desvio de
método soberano para a identificação de padrões de normalidade 2,74. Não havendo diferença entre os modelos de oclusão ideal e
ou não, nas dimensões transversais de um arco dentário, em pa- normal.
cientes apresentando más oclusões de Classe I e II. Moyers40 afirmou que a análise de Howes é útil no tratamen-
to de pacientes com suspeitas de deficiências na base apical e na
análIse de Howes decisão entre extração de dentes, expansão do arco dentário ou
Howes (1960, apud MOYERS40, 1991) desenvolveu sua análise expansão rápida da maxila.
LABPM
DPM
CAB
DPM
FiGuRA 3 - Valores utilizados na análise de Ho- FiGuRA 4 - Valores da análise de Howes, o ponto
wes. posterior aos incisivos corresponde ao ponto A
estimado.
RelacIonando o tamanHo dos dentes e o riores e pela borda incisal dos dentes anteriores, o fio é retificado e
esPaço dIsPonÍvel duRante a dentaduRa mIsta a medida feita em milímetros (Fig. 6).
(análIse da dentaduRa mIsta) - Com uma régua milimetrada ! exível contornada na forma do
A fase da dentadura mista é extremamente dinâmica e sujeita arco e colocada da mesma maneira que o fio de latão (Fig. 7).
a perturbações no seu desenvolvimento normal, tais como perdas - Usando um paquímetro ou compasso de ponta seca pode-se
precoces de dentes decíduos e/ou perdas de estrutura dentária por medir da face mesial do molar permanente até a mesial do canino
cárie, resultando em diminuição do perímetro do arco e diminuição decíduo e depois da face distal do incisivo lateral até a face mesial
do espaço para o correto alinhamento dos dentes permanentes. do incisivo central. O procedimento é feito nos dois lados do arco e
As análises da dentadura mista são auxiliares valiosos nos tra- os valores somados14,20,36 (Fig. 8A, B).
tamentos ortodônticos preventivos e interceptivos. Através delas O diâmetro mesiodistal dos dentes é medido com um paquí-
podemos predizer qual será o diâmetro mesiodistal de caninos e metro ou um compasso de ponta seca para calcular-se o espaço
pré-molares permanentes antes de sua irrupção e avaliar se, após a requerido26.
exfoliação dos dentes decíduos, haverá ou não espaço suficiente no As análises mais utilizadas dividem-se em dois grupos: aquelas
arco para acomodação destes dentes, a partir dos espaços providos que utilizam tabelas e aquelas que utilizam radiografias para avaliar
naturalmente (espaços primatas, diastemas e espaço livre de Nance o tamanho dos dentes não erupcionados. O uso de tabelas torna o
e do espaço gerado através do crescimento dos arcos e por mudan- procedimento mais simples e rápido e a utilização de radiografias
ças nas inclinações dos dentes permanentes. Tornando-se possível apesar de ser mais trabalhosa fornece resultados mais acurados30,40.
o planejamento das estratégias de tratamento mais adequadas para
cada caso, visando minimizar problemas posteriores como apinha- utIlIzando tabelas
mentos ou desvios na erupção dos dentes permanentes1,19,20,22,38. análise de moyers
Relacionam-se os seguintes elementos passíveis de avaliação: Moyers40 forneceu uma tabela de proporções para a avalia-
- Espaço presente: é o valor da medida do espaço ósseo em ção do tamanho dentário derivada do tamanho de alguns dentes
milímetros, sobre a crista alveolar a partir da mesial dos primeiros permanentes já erupcionados, justificando seu método afirmando
molares inferiores permanentes. que o mesmo possui um erro sistemático mínimo e que a variação
- Espaço requerido: é o valor em milímetros que resulta da desses erros é conhecida, pode ser feito com segurança tanto pelo
soma dos diâmetros mesiodistais dos elementos dentários perma- iniciante quanto pelo especialista, não exige muito tempo, pode ser
nentes situados entre as mesiais dos primeiros molares inferiores feito tanto em modelos quanto na boca e pode ser utilizado em
permanentes. ambos os arcos dentários.
- Discrepância de modelo: é a diferença algébrica entre os va- Os incisivos inferiores foram escolhidos como padrão para as
lores do espaço presente e do espaço requerido, que poderá ser medidas dos dentes inferiores e superiores porque irrompem mais
positiva, nula ou negativa42,48,54. cedo na dentadura mista e apresentam menos variações de tama-
Diversos materiais (Fig. 5) e métodos são utilizados para a ob- nho e forma que os incisivos superiores.
tenção do espaço presente tais como: Mede-se com um paquímetro o diâmetro mésiodistal dos
- Através de um fio de latão estendido da mesial do primeiro quatro incisivos inferiores e anota-se em uma ficha (Quadro 1),
molar permanente direito até a mesial do molar permanente es- transfere-se a soma dos incisivos central e lateral direitos para o
querdo passando sobre as cúspides vestibulares dos dentes poste- modelo colocando-se o paquímetro na linha média e marcando-se
FiGuRA 5 - Material utilizado na análise da den- FiGuRA 6 - Espaço presente medido com um fio
tadura mista. de latão.
A b
FiGuRA 7 - Espaço presente medido com uma FiGuRA 8 - A) Espaço presente posterior medido com um compasso de ponta seca. b) Espaço presente
régua flexível. anterior medido com o compasso de ponta seca.
TAbELA 3 - Probabilidade para predição do tamanho de caninos e pré-molares não-erupcionados segundo Moyers*.
A) Caninos e pré-molares inferiores.
HOMENS
21/12 19,5 20,0 20,5 21,0 21,5 22,0 22,5 23,0 23,5 24 24,5 25 25,5
95% 21,6 21,8 22,0 22,2 22,4 22,6 22,8 23,0 23,2 23,5 23,7 23,9 24,2
85% 20,8 21,0 21,2 21,4 21,6 21,9 22,1 22,3 22,5 22,7 23,0 23,2 23,4
75% 20,4 20,6 20,8 21,0 21,2 21,4 21,6 21,9 22,1 22,3 22,5 22,8 23,0
65% 20,0 20,2 20,4 20,6 20,9 21,1 21,3 21,5 21,8 22,0 22,2 22,4 22,7
50% 19,5 19,7 20,0 20,2 20,4 20,6 20,9 21,1 21,3 21,5 21,7 22,0 22,2
MULHERES
21/12 19,5 20,0 20,5 21,0 21,5 22,0 22,5 23,0 23,5 24 24,5 25 25,5
95% 20,8 21,0 21,2 21,5 21,7 22,0 22,2 22,5 22,7 23,0 23,3 23,6 23,9
85% 20,0 20,3 20,5 20,7 21,0 21,2 21,5 21,8 22,0 22,3 22,6 22,8 23,1
75% 19,6 19,8 20,1 20,3 20,6 20,8 21,1 21,3 21,6 21,9 22,1 22,4 22,7
65% 19,2 19,5 19,7 20,0 20,2 20,5 20,7 21,0 21,3 21,5 21,8 22,1 22,3
50% 18,7 19,0 19,2 19,5 19,8 20,0 20,3 20,5 20,8 21,1 21,3 21,6 21,8
MULHERES
21/12 19,5 20,0 20,5 21,0 21,5 22,0 22,5 23,0 23,5 24 24,5 25 25,5
95% 21,4 21,6 21,7 21,8 21,9 22,0 22,2 22,3 22,5 22,6 22,8 22,9 23,1
85% 20,8 20,9 21,0 21,1 21,3 21,4 21,5 21,7 21,8 22,0 22,1 22,3 22,4
75% 20,4 20,5 20,6 20,8 20,9 21,0 21,2 21,3 21,5 21,6 21,8 21,9 22,1
65% 20,1 20,2 20,3 20,5 20,6 20,7 20,9 21,0 21,2 21,3 21,4 21,6 21,7
50% 19,6 19,8 19,9 20,1 20,2 20,3 20,5 20,6 20,8 20,9 21,0 21,2 21,3
*o valor dos quatro incisivos é achado na 1a linha de cada tabela, o valor para caninos e pré-molares encontra-se na coluna vertical de acordo com o nível de
probabilidade escolhido (os valores de 5% a 35% não foram computados por não terem sido utilizados em nenhum trabalho da literatura consultada).
ampliação das imagens radiográficas que devem ser isentas de ro- RelacIonando o tamanHo de gRuPos dentáRIos
tações e sobreposições dos pontos de contato. entRe sI
Mede-se o diâmetro do dente decíduo na imagem radiográ- Para um correto alinhamento e uma perfeita intercuspidação
fica (Y´) e o diâmetro do seu sucessor permanente subjacente dos elementos dentários dos arcos maxilar e mandibular faz-se ne-
na mesma película (X´). Mede-se o dente decíduo real na boca cessário que o tamanho dos dentes seja compatível, o que muitas
ou no modelo de estudo (Y). Pode-se então calcular o tama- vezes não ocorre. As discrepâncias de tamanho dos dentes podem
nho real (X) do dente permanente através de uma regra de três: ocorrer em alguns elementos maiores que a média do indivíduo
X = X´x Y: Y´. ou num somatório de pequenas alterações em todos os dentes do
arco, mas geralmente ocasionando transtornos na obtenção de uma rial dentário. Comparando-se o cálculo de 12 e de 6 dentes pode-se
oclusão precisa. Se o excesso ocorrer nos dentes superiores pode-se também localizar se a discrepância está situada apenas na região
tender para uma maior sobremordida e sobressaliência, se ocorrer anterior, apenas na posterior ou distribuída por todo o arco.
nos dentes inferiores tende-se para uma relação topo-a-topo. Stifter57 reproduziu o estudo de Bolton em indivíduos portado-
res de oclusão ideal e normal e encontrou resultados similares.
análIse de bolton Wilhelm e Araújo63 analisaram 195 modelos de pacientes brasi-
Bolton6,7 publicou uma análise proveniente do estudo de 55 leiros apresentando más oclusões de Classe I ou Classe II, 1a divisão
indivíduos portadores de oclusões consideradas excelentes cujo de Angle, e encontraram incidência da discrepância de Bolton em
objetivo era permitir ao ortodontista uma avaliação das discrepân- todos os casos, sendo que em 36% dos mesmos o excesso ultrapas-
cias de tamanho dentário e sua localização, prevendo a possibili- sava 2mm. Havendo 61,02% de casos com excesso somente no arco
dade de se alcançar um engrenamento dentário satisfatório. Caso inferior, 17,44% com excesso somente no arco superior e 21,54%
não haja discrepância de tamanho dentário entre os arcos superior com excesso em ambos os arcos, variando quanto à localização ser
e inferior, o prognóstico da oclusão final é favorável. Se houverem anterior ou total. Não foram encontradas diferenças significativas
discrepâncias, o profissional já saberá de antemão que talvez seja entre os dois grupos de má oclusão nem dimorfismo sexual.
necessária a utilização de procedimentos visando compensar as al- Freeman, Maskeroni e Lewis17 pesquisaram 157 pacientes or-
terações, tais como desgastes interproximais nos casos de excesso todônticos de etnias diversas, aplicando a análise de tamanho
de tamanho ou acréscimo, através de procedimentos de dentiste- dentário de Bolton. A análise do diâmetro dos 12 dentes variou
ria, nos elementos com deficiência de tamanho. de 82,8 a 99,4, com uma média de 91,3, e a análise dos 6 dentes
Segundo Rocha e Vigorito53, compensações nas inclinações anteriores revelou uma variação de 68,4 até 87,9, com uma média
dentárias, nas dimensões da sobremordida e sobressaliência podem de 77,9. Concluíram que um grande número de pacientes que se
compensar tais discrepâncias sem a necessidade de desgastes ou apresentam para tratamento ortodôntico possuem discrepâncias
aumento das coroas clínicas dos dentes. de tamanho dentário, 13,5% na avaliação com 12 dentes e 30,6%
Ramos et al.51 observaram que, em casos onde vai se promover
uma compensação através da inclinação dentária para mascarar TAbELA 4 - Análise de Bolton das discrepâncias de tamanho dentário.
uma desarmonia suave de bases apicais, pode-se também com-
12 max 12 mand 12 max 12 mand 12 max 12 mand
pensar a discrepância de Bolton. Numa mandíbula retroposta, se
86 77,6 94 85,8 103 94
o excesso dentário for mandibular, os incisivos serão protruídos
86 78,5 95 86,7 104 95
e pode-se evitar os desgastes interproximais. O mesmo ocorrerá
87 79,4 96 87,6 105 95,9
na deficiência maxilar e excesso de massa dentária superior, que
também seria compensada pela protrusão dos incisivos. 88 80,3 97 88,6 106 96,8
A análise em si consiste na soma do diâmetro dos 12 dentes 89 81,3 98 89,5 107 97,8
inferiores que é dividida pela soma do diâmetro dos 12 dentes su- 90 82,1 99 90,4 108 98,6
periores e multiplicada por 100. A proporção média obtida através 91 83,1 100 91,3 109 99,5
desta fórmula para uma boa oclusão, bem como uma relação ideal 92 84 101 92,2 110 100,4
de sobremordida e sobressaliência é de 91,3. Se a proporção exce- 93 84,9 102 93,1
der este valor, a discrepância se deve a um excesso de estrutura no 6 max 6 mand 6 max 6 mand 6 max 6 mand
arco inferior. Se a proporção for menor que 91,3, a discrepância se 40 30,9 45,5 35,1 51 39,4
deve a um excesso de estrutura no arco superior. Uma proporção 40,5 31,3 46 35,5 51,5 39,8
similar é feita para os seis dentes anteriores sendo o valor ideal
41 31,7 46,5 35,9 52 40,1
77,2, mantendo-se os mesmos padrões da fórmula anterior para as
41,5 32 47 36,3 52,5 40,5
arcadas superior e inferior. Halazonetis23 considera que, em arcos
42 32,4 47,5 36,7 53 40,9
com a curvatura incisal mais acentuada e bordos incisais mais es-
42,5 32,8 48 37,1 53,5 41,3
pessos, a proporção deveria ser menor que 77,2.
43 33,2 48,5 37,4 54 41,7
Para quantificar a discrepância, após localizar em qual arco
está o problema, procura-se na tabela 4 o valor correspondente 43,5 33,6 49 37,8 54,5 42,1
ao diâmetro do arco sem excesso, seja ele superior ou inferior, e 44 34 49,5 38,2 55 42,5
ao lado estará o valor ideal para o arco oposto, a diferença entre a 44,5 34,4 50 38,6
medida ideal e a do paciente será a quantidade excessiva de mate- 45 34,7 50,5 39
na avaliação com 6 dentes na amostra pesquisada. A análise de (8mm), 3 variações de curvas de Spee com 0,3 a 6mm e oclusões
Bolton é então aconselhada como uma rotina no diagnóstico com diversos tipos de extrações de pré-molares. Comparando-se as
ortodôntico. medidas, não foi encontrada diferença significativa entre os valores
Rocha e Vigorito53 utilizaram a análise de Bolton em 40 indi- obtidos a partir dos modelos de gesso e dos de resina epóxica. Con-
víduos brasileiros leucodermas de ambos os gêneros, com idades cluiu-se que discrepâncias pequenas causam problemas pequenos
variando de 12 a 17 anos, encontrando um índice centesimal de na oclusão e que até numa discrepância severa pode-se encontrar
91,08 para as medidas dos 12 dentes e 77,93 para as medidas dos 6 uma relação molar de Classe I e uma sobremordida e sobressaliên-
dentes. Houve diferença estatisticamente significante para as me- cia razoáveis. Curvas de Spee excessivas (6mm) criaram os piores
didas com 6 dentes. Não foi encontrada correlação entre o índice resultados nos setups. O tratamento com extrações afetou pouco
centesimal dos 12 dentes inferiores e superiores em relação à so- a oclusão final, enquanto a discrepância máxima não ultrapassava
bremordida e sobressaliência. 2mm. O resultado final demonstra que a discrepância de tamanho
Nie e Lin41 compararam a presença de discrepâncias de tama- dentário parece ter um efeito limitado sobre a oclusão.
nho dentário entre grupos com diferentes más oclusões. A amostra Smith, Buschang e Watanabe55 aplicaram a análise de Bolton
se constituiu de 60 indivíduos com oclusão normal e 300 pacientes em 180 pacientes divididos em 3 grupos étnicos (latinos, negros
com más oclusões variadas. Foram divididos em 6 grupos, cada e brancos), cada grupo compondo-se de 30 mulheres e 30 ho-
grupo consistindo de 30 homens e 30 mulheres e nomeados do mens. Concluíram que diferenças significativas entre as relações
seguinte modo: Oclusão normal, Classe I com biprotrusão, Classe II gerais, anteriores e posteriores interarcos sugerem a necessidade
divisão 1, Classe II divisão 2, Classe III e Classe III cirúrgica. Não foi de valores diferenciados para cada população. Indivíduos brancos
encontrado dimorfismo sexual significante para nenhuma propor- mostraram a menor proporção geral (92,3%), seguidos pelos lati-
ção em nenhum grupo. Não foram encontradas diferenças signifi- nos (93,1%) e pelos negros (93,4%). Diferenças significativas entre
cativas entre as subcategorias de cada grupo de más oclusões, ou os gêneros foram encontradas, sendo que a proporção geral se
seja, entre oclusão normal e Classe I com biprotrusão, entre os dois aplica somente para as mulheres brancas, sendo desejáveis novas
tipos de Classe II e os dois tipos de Classe III. O estudo demonstrou proporções para os homens brancos. O relacionamento entre os
que o grupo Classe III apresentava uma tendência para um excesso tamanhos dos dentes maxilares e mandibulares são dependentes
de material dentário mandibular e o grupo Classe II a mesma ten- de raça, gênero e comprimento do segmento dos arcos. Quanto
dência para o excesso maxilar. Não houve uma prevalência maxilar maior o segmento do arco, maior a discrepância entre as propor-
ou mandibular no grupo Classe I. As maiores discrepâncias foram ções de Bolton e as proporções atuais. Os segundos pré-molares
encontradas no grupo Classe III, seguido pelo grupo Classe I e por inferiores, os incisivos centrais inferiores e os primeiros molares
último o grupo Classe II e as diferenças encontradas entre os gru- foram responsáveis pela maior parte da discrepância entre os ar-
pos foram significativas. cos, estes dentes deveriam ser examinados cuidadosamente quan-
Santoro et al.52 aplicaram a análise de Bolton em uma amos- do se suspeitar de uma discrepância de tamanho dentário.
tra de pacientes ortodônticos de origem latina (República Domi- Atualmente imagens digitalizadas tem sido usadas para avalia-
nicana), sendo 36 do gênero masculino e 18 do gênero feminino. ções das discrepâncias de tamanho dentário. Algumas vantagens
Foram encontrados valores de 91,3, semelhantes aos de Bolton têm sido consideradas para este novo tipo de documentação, tais
para as análises com 12 dentes. Para as análises com 6 dentes fo- como: ausência de despesa para armazenagem, facilidade para ar-
ram encontrados valores de 78,1, maiores que os de Bolton. Uma quivação e consulta, economia de tempo, facilidade no envio para
discrepância de tamanho dentário geral foi encontrada em 11% da terceiros e a impossibilidade dos modelos virtuais se quebrarem38.
amostra e uma discrepância anterior em 28% dos indivíduos. No entanto a situação destas novas tecnologias perante a legisla-
Heusdens, Dermaut e Verbeeck25 compararam as proporções ção vigente ainda não está definida.
encontradas por Bolton com estudos epidemiológicos obtidos em Tomassetti et al.59 avaliaram três análises de Bolton computa-
quatro publicações através do teste t e não encontraram diferenças dorizadas comparando-as com o método tradicional: 22 modelos
estatisticamente significantes, houve uma diferença para mais na (11 pré-tratamento e 11 pós-tratamento) foram avaliados. Os mo-
proporção dos dentes anteriores nos valores dos estudos epidemio- delos estavam em boas condições e não apresentavam mais do que
lógicos, talvez devido à grande variação morfológica da largura de 3mm de apinhamento em nenhum dos arcos. Utilizando um pa-
incisivos superiores. Criaram em laboratório, através de 30 modelos químetro os autores mediram os tamanhos dentários e realizaram
do mesmo indivíduo com oclusão ideal, em gesso e em resina epó- a análise de Bolton 3 vezes em cada grupo de modelos, os dados
xica montados em setup, diversos tipos de discrepâncias de tama- obtidos foram considerados como o padrão da pesquisa.
nho dentário, variando das mais suaves (2mm) até as mais severas Os modelos foram digitalizados e medidos primeiramente
KeY WOrDs: Analysis of dental arch models. Pont´s index. Mixed dentition analysis. Bolton´s analysis.