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O uso do solo pode ser entendido por três processos:

Forma de ocupação do solo – como será utilizado as porções de terra da cidade,


tendo como usuários, o produtor e o consumidor, o primeiro seria o dono e possuidor
das terras, produzindo e movimentando capital. O segundo se dá na habitação dessas
porções, sendo tanto para bens como para serviços, assim como a manutenção da
terra.
As diferentes formas de ocupação conseguintes se darão por meio do mercado
capitalista, o qual orientará determinada sociedade a definir as utilizações dessas
porções de terras.

A autora ainda disserta sobre a existência do valor do solo e de seu contexto ao redor.
Devido a tendencia da privatização de áreas residenciais, o solo pode ser visto como
uma “mercadoria”, assim como também é apresentado como um meio de produzir
mercadorias. O solo então não teria um valor, mas a forma como ele será utilizado
para produção formaria seu valor, além do seu entorno, onde se valorizaria mais ao
ponto que a localização e infraestrutura é melhorada.

A localização do solo também promove consequentemente a configuração urbana,


uma vez que quem detém maior acumulo de capital tem o poder de escolher uma
localização privilegiada e central, restando aos pobres áreas isoladas e precárias,
onde o mercado imobiliário ainda não colocou suas mãos.

No terceiro capitulo, Fani traz que a valorização se dá pelo espaço, entendido como
produto, condição e meio do processo de produção as sociedade p.50. O espaço está
relacionado à interação do homem com a natureza, e o trabalho realizada na mesma.
“O modo de produção do espaço contém um modo de apropriação, que hoje está
associado à propriedade privada da terra” p.51

Outro ponto de vista apresentado no tópico “Dilema” é de que a terra não é


materialização ou produzida do trabalho humano, logo não tem valor, apesar de ainda
ser mercadoria. Esse, é determinado pelo trabalho exercido.

Fani traz no ponto de vista geograficamente e em função da privatização das porções


territoriais de que individualmente tem-se valor. Assim, o produto gerado pela terra
também é fruto do trabalho humano, mas a terra fisicamente em si não, ausentando-se
de valor até o ponto de ser valorizada através de sua privatização com funcionalidade,
seja residencial quanto produção material.
Sob essa ótica, pode-se dizer que a configuração urbana se forma pelo viés da
construção material da sociedade e a sua utilização, que acaba tornando a cidade
concentrada e hierarquizada, pela diversidades funcionalidades daquela área
construída.
O solo urbano então pode ser definido em detrimento da totalidade do espaço e as
relações entre os usuários. Dessa forma sua apropriação se dá no trabalho geral
contido naquele espaço e não da terra-matéria. Tendo então, seu valor atribuído é
expressado por sua localização, papel e grau de inter-relação com o espaço produzido
p.53. Portanto, o valor é determinado pelo fato de que o urbano se produz enquanto
condição geral do trabalho da sociedade (FANI, p.53)

No último tópico é discutido a “Integração” que aumenta a demanda, fazendo com que
se desenvolva uma reprodução do espaço urbano. “Ora utilizadas enquanto meio de
produção, ora incorporada ao universo de bens necessários à manutenção da vida”
p.53. Seu monopólio passa a ser fonte de renda no mercado capitalista ao realizar o
processo de valorização conferida pelo e ao proprietário.
O acesso a essas terras dependerá de sua hierarquização e divisão social no contexto
urbano.
A divisão do tipo de trabalho também impactará na divisão entre cidade e campo.
A valorização também se dá na manifestação do valor das parcelas, levando em conta
o contexto como a conjuntura nacional, aspectos políticos e sociais.
A função e inter-relação entre o todo influenciará no preço.

As redefinições das necessidades e funcionalidades, influenciam na opção de


moradia, pelas classes médias e altas. Isso confere diferentes valores e formas de
acesso, ocasionando consequentemente uma segregação espacial e social.

Os terrenos mais bem situados tem maior valor, e a medida que se distancia, nos
deparamos com áreas adensada mente populosa, ausentes de todo tipo de
infraestruturas, as periferias, com menor valor.
Como a cidade é uma construção antrópica, o solo urbano não é um bem ofertado a
ele, assim tem valor enquanto produto do trabalho humano, o que já não define a terra
rural que terá um fim econômico. A valorização desse solo é oriundo da localização do
terreno na totalidade da cidade p.55.

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