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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
FACULDADE DE GEOGRAFIA E CARTOGRAFIA

Geografia Agrária

Discente: Matheus Gabriel dos Santos Cunha


Turma: 315 (Noite)
Matrícula: 202108440023

Docente: Prof. Dr. João


Nahum

Belém
2023
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O Mundo Rural como um Espaço de Vida.

Primeira parte.

A propriedade da terra
na agricultura brasileira.

“Capital e propriedade fundiária na agricultura brasileira”

A autora inicia as ideias que serão debatidas dissertando acerca das


ddiscussões que giram em torno da ideia capitalista, evidenciando, que o mesmo, logo,
o capitalismo, não pode ser negado em todo o decorrer das décadas como peça
fundamental para produção e reprodução de realidades no cénario fundiario brasileiro.
As relações nos campos, tais como as relações agrárias são pertinentes no
Brasil desde o período colonial, que surge através do imperialismo europeu, logo
trazendo as ideias capitalistas dessa região, onde a economia baseava-se na questão
agrícola, logo, na produção que tinha como objetivo o mercado exportador, para isso
utilizava-se da mão de obra escrava, nesse contexto, no Brasil não foi diferente, uma
vez que as primeiras monoculturas latifundiárias mantiveram-se através da escravidão
de negros e indígenas. Nesse viés, fica explicito que para se compreender toda a
questão agrária e as relações fundiárias no Brasil, precisa-se partir da ideia da ocupação
de terras
Nesse sentindo, ela explícita que a ideia capitalista, que é discutida na obra, não
relaciona-se apenas nos primórdios dos processos de industrialização, entretanto,
começa-se a enxergar tal relação desde o fim da propriedade feudal e o começo da ideia
de propriedade privada, cujo se tem direito integral sobre a terra adquirida, onde o direito
à terra, que antes pertencia ao camponês, no exercício da agricultura familiar, passa a
ser dado para quem tem capital para adquiri-la, nesse contexto, o camponês deixa de ter
acesso e direito a essa terra.
Nessa perspectiva, a autora expõe que o capital adentra a agricultura, para isso,
contextualiza com a ascensão da renda fundiária capitalista, nesse sentido, capital
herdará de uma classe que por proveniência histórica e modos de produção e
organização, detém o domínio da terra, enquanto propriedade, porém a mesma não é a
produtora do capital. Entretanto, essa propriedade irá estabelecer condições para a
aplicação de capital para a produção agrícola.
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Nessa análise, a partir da parcela de produção de mais-valia, que será


determinada por aquele de detém a propriedade sobre a terra, haverá uma super
exploração dessa terra, no contexto de produção capitalista, esse processo torna-se um
resultado das relações sociais, nas quais se leva a cabo a exploração da terra, segundo
Karl Marx.
Além disso, o texto explicíta que existe uma diferenciação, a partir do princípio
de Marx, que segundo ele, aquela que representa o sobrelucro a partir de diferenças na
fertilidade do solo ou na sua localização em relação ao mercado demonina-se como
renda diferencial I, quanto a ocasião da renda diferencial II, advém do investimento de
um capital mais produtivo.
Para ele, em sua percepção na determinação da renda diferencial I, a condição
do uso da terra, equanto propriedade, está atrelada, diretamente, a natureza econômica,
no avanço químico e mecânico da produção em que uma vez modificado, irá resultar em
solos menos rentáveis quanto a sua fertilidade. E por conta disso, elementos
introduzidos na composição do solo poderão transformá-lo em menos ou mais fértil,
afetando, diretamente, sua lucrabilidade.
O que diz respeito à renda diferencial II, sua principal característica é em que
propriedades com extensão territorial igualitária, com níveis diferentes de fertilidade e
capital investido, poderão gerar diferentes resultados na produção. Nessa análise, o
capital que estiver a priori dessa condição poderá reproduzir o sobrelucro, quanto ao que
não estiver, obterá da sua produção um lucro médio, em consequência do processo de
monetização de terras.
Partindo dessas ideias, entende-se que a renda fundiária capitalista, partirá do
contexto do proprietário de terras na criação de produção, quanto ao processo de
acumulação e reprodução deste capital. Em que se cria, por sua vez, o componente
principal nesse monopólio entre o capital e o proprietário, em outras palavras, resulta em
uma organização e divisão desta mais-valia produzida.
Para que se entenda a natureza da propriedade da terra no Brasil faz-se
necessario compreender a sua evolução no processo de efetivação do capitalismo no
Brasil, a princípio o processo de produção é constituído pelas relações escravistas, nesse
sentido o capitalismo começa a tomar forma, se por um lado lhe falta sua primazia ,que é
o capital propriamente dito, por outro lado lhe falta as relações capitalistas em escala
global, nesse viés, a terra surge em primeiro momento como objeto de doação, ou
simples elemento de ocupação não é uma mercadoria que possui um valor específico,
entretanto, a partir da promulgação da Lei de Terras em 1850, ocorre uma generalização
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de caráter mercantil da terr, é a partir desse momento em que a terra começa a ter uma
expressão monetária, no contexto histórico aquele que se torna proprietário da terra não
apenas a detém mas torna-se, também, proprietário de todos os recursos presentes no
processo produtivo, tantos escravos, como os meios de produções agrícolas
Enquanto a terra significava apenas objeto de produção a sua apropriação
significava apenas um processo de controle de um “elemento da natureza” que era
fundamental para a produção, nesse sentido, a ideia que se tem é que o dirigente da
produção investe numa terra que não pertence a ninguém. A apropriação do elemento
natural terra aparece como uma condição para a realização do lucro no empreendimento
global, nesse viés, até mesmo Quando a terra começa a ter fins lucrativos, principalmente
após a Lei de Terrase 1850, o seu significado ainda tem conotações particulares, nesse
sentido, a partir desse momento a aquisição de terra implica no desembolso de um
capital específico para a sua aquisição.
Nesse sentindo a terra passa a ter um valor, ou seja, para que o indivíduo queira
produzir, o mesmo precisa desembolsar um valor para adquirir aquela terra, desse modo,
para que o mesmo possa recuperar o valor investido será necessário incorporar o valor
pago pela sua propriedade, logo a terra, em seus custos de produção, juntamente com
os meios que são peças participantes dessa produção, entretanto, isso dependerá da
questão dos preços de mercado, caso o mesmo não consiga fazer essa anexação do
valor, a propriedade da terra iria perder sua importância econômica e voltaria a se tornar
um simples elemento da natureza, o que acarretaria no fim da produção fundiária, nessa
perspectiva, a margem de lucro vai depender do preço que se coloca no produto dentro
do mercado, onde esse valor é condicionado a partir de considerações externas.
Portanto, a propriedade fundiária torna-se o elemento central, do qual se efetua a
dominação indireta do capital na agricultura, nesse sentido, a propriedade fundiária é
uma forma de Apropriação d outras formas de subtrabalhos, que são atreladas a mais
valia, logo ao trabalho excedente não remunerado, geram aspectos capitalistas no setor.

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