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RESUMO DO ARTIGO:
QUEM PRODUZ O ESPAÇO URBANO?
UBERLÂNDIA
2017
O espaço urbano capitalista é considerado um produto social que se
desenvolveu a partir de condutas acumuladas através do tempo e teve como
precursores os agentes sociais que produzem e consomem o espaço. Esses
agentes são tidos como concretos e utilizam ações complexas. As atuações desses
agentes englobam diversas atividades como: reorganização espacial, densificação
do uso solo, deterioração de certas áreas, renovação urbana, entre outros. Assim,
os agentes sociais que transformam as cidades são os proprietários dos meios de
produção, proprietários fundiários, promotores imobiliários, Estado e grupos sociais
excluídos.
Algumas ações devem ser consideradas conjuntamente a esses agentes. A
primeira consideração é que suas condutas ocorrem dentro de um marco jurídico, o
que faz com que não exista uma neutralidade de interesses. Outra questão é que as
diferenças de opiniões entre os proprietários dos meios de produção, proprietários
fundiários e promotores imobiliários são superadas pela apropriação de uma renda
da terra e, consequentemente unem esses três agentes. Por fim, as estratégias
desses agentes variam no tempo e espaço, sendo derivados tanto de causas
internas, quanto causas externas.
2- Os proprietários fundiários
Os agentes fundiários atuam na sociedade com o objetivo de adquirir a maior
renda (dinheiro) de suas propriedades. Assim, estão interessados somente no valor
de troca da terra, excluindo o valor de uso da propriedade. Outra ação desses
proprietários é intervir nas definições quanto ao uso do solo e no zoneamento
urbano, para se beneficiarem. No entanto, nem todos esses agentes conseguem
interferir nas leis.
Além disso, os proprietários fundiários tentam transformar uma terra rural em
urbana para que posteriormente consigam realizar a valorização fundiária. Essa
passagem é bastante complexa, pois depende dos diferenciais de habitação e terra,
direção em que esta passagem se verifica e das formas que ela assume.
Em relação à demanda de terra e habitação são submetidos pelo surgimento
de novas camadas sociais, na remuneração dos capitais que são investidos em
terras e operações imobiliárias e também são dependentes das politicas que o
Estado utiliza para a reprodução do capital. Os diferenciais de direção dependem da
estrutura agrária que pode valorizar ou não as terras fundiárias, das situações
ecológicas, presença de eixos de circulação e da destinação da terra em relação ao
seu uso. Por fim, o diferencial das formas está relacionado com o uso residencial da
terra, pode ser tanto para a urbanização de status, quanto para a urbanização
popular.
.
3- Promotores imobiliários
Os promotores imobiliários são formados por um conjunto de agentes que
podem realizar diversas atividades como a gestão de capital-dinheiro, conhecidos
como incorporadores, atuam no financiamento, no estudo técnico, na construção de
imóveis e na comercialização ou transformação do capital-mercadoria em capital-
dinheiro. Assim, essas atividades vão originar vários tipos de agentes imobiliários
que realizam diferentes funções.
As estratégias utilizadas por esses agentes nas sociedades capitalistas é
desenvolver/produzir habitações inovadoras para conseguirem elevar os preços dos
imóveis e com isso excluir as camadas populares. Para esses promotores só é
rentável construir habitações para camadas de baixa renda quando são
superocupadas por famílias ou pessoas solteiras que alugam um imóvel, se a
qualidade da moradia for péssima ou então quando há uma ausência de moradia e
os promotores eleva o preço nesses lugares. No entanto, em países do Terceiro
Mundo, esses agentes não tem interesse em construir habitações para essas
camadas pobres.
Assim, a ação dos promotores ocorre de forma desigual, propicia a
segregação residual e quando está relacionada com outros agentes a segregação é
ratificada.
4- O Estado
O Estado é outro agente social que transforma a cidade e, suas ações na
sociedade têm sido bastante complexas, pois ela é considerada uma variável tanto
no espaço quanto no tempo. Esse agente pode atuar de diversas formas, como
consumidor de espaço, proprietários fundiários, promotores, grandes empresas
industriais, entre outros. No entanto, suas atuações só são efetivas quando se
disponibiliza serviços públicos para a população. Essa ação, que deveria ser o
principal objetivo do Estado não ocorre efetivamente, pois o Estado tende a
privilegiar e criar alianças com segmentos de classes dominantes.
Assim, a principal atuação do Estado é desenvolver métodos para a
reprodução da sociedade capitalista, ou seja, criar condições para acumulação e
reprodução das classes sociais. Essa ação, no entanto, gera a segregação
residencial e a ratificação, ou seja, propicia a desigualdade entre os indivíduos.