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FICHAMENTO
Segundo estudo realizado por Somekh e Gaspar (2012), os proprietários de terra e outros
investidores imobiliários têm um grande poder na configuração do crescimento urbano. No
entanto, esse sistema também traz consequências negativas, incluindo endividamento e
consequentemente as inadimplências. O fenômeno do subprime nos EUA é um exemplo dessas
consequências negativas. O capitalismo rentista tem um prelo alto, que é pago por aqueles que
são prejudicados por suas práticas irracionalistas e voltadas para a plutocracia dirigente.
Estudo realizados por Somekh e Gaspar (2012), aborda que grandes projetos urbanos
absorvem enormes quantias de recursos financeiros e muitas vezes enfrentam dificuldades
durante crises econômicas. Grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014 no Brasil,
também são usados como catalisadores de investimentos e reformas urbanas, mas muitas vezes
deixam um legado de elefantes brancos e dívidas, beneficiando apenas a parcela mais rica da
população. Dessa maneira os grandes projetos urbanos favorecem o escoamento do excedente
e tem que lidar com a ocorrência de crises econômicas.
Nessa mesma perspectiva o autor, relata que a valorização do solo urbano é uma
conveniência privada que surge de um processo coletivo, a urbanização. No entanto, sem uma
intervenção do setor público para recuperar parte dessa valorização, os proprietários dos
imóveis são os únicos a se beneficiar. O solo, subsolo e espaço aéreo urbano são avaliados pelo
seu valor de mercado, mas a função social da propriedade da terra muitas vezes entra em
conflito com a propriedade privada.
Na visão de Somekh e Gaspar (2012), o Estado mudou muito nas últimas três décadas.
Atualmente divide sua jurisdição com outras instituições, algumas ainda em processo de
formação estabelecendo-se como fundamental para os interesses do capital, fornecendo as pré-
condições territoriais e bens coletivos essenciais para a consolidação empresarial em outras
escalas. A intervenção do Estado na formulação e implementação de projetos urbanos é crucial.
Soluções efetivas para problemas urbanos dependem do envolvimento dos atores locais, da
sociedade civil e de diversas esferas governamentais. É necessário contar com instâncias
regulatórias nas diversas esferas para evitar efeitos deletérios.