Você está na página 1de 4

De acordo com o Código Florestal Brasileiro, que é a Lei nº 12.

651/2012, são consideradas


Áreas de Preservação Permanente (APPs) as seguintes áreas:

1. Nas margens dos cursos d'água: pistas marginais com largura mínima de 30 metros
para cursos d'água com menos de 10 metros de largura, sendo ampliada em 10 metros
para cada 10 metros adicionais de largura do curso d'água.

2. Nas nascentes e olhos d'água perenes: no raio mínimo de 50 metros ao redor da


nascente ou olho d'água perene.

3. Nas encostas ou partes destas com declividade superior a 45 graus: onde a vegetação
é fundamental para evitar riscos de flores e flores de terra.

4. No topo de morros, montes, montanhas e serras: em locais com altura mínima de 100
metros e inclinação média superior a 25 graus, cuja vegetação desempenha um papel
importante na conservação do solo e dos recursos hídricos.

5. Em restingas: faixa mínima de 300 metros, medida a partir da linha de preamar


máxima.

6. Em manguezais: faixa mínima de 100 metros, medida a partir da linha de preamar


máxima.

7. Nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em altitudes
superiores a 1.800 metros: nesses locais, a vegetação contribui para a estabilidade do
solo.

8. Nos arredores de lagoas e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de 100
metros, medida a partir da linha de preamar máxima.

Conforme o código florestal , lei federal 12.651/2012, as áreas urbanas consolidadas são?

De acordo com o Código Florestal Brasileiro, mais especificamente a Lei Federal nº


12.651/2012, as áreas urbanas consolidadas são aquelas que já possuíam ocupação até 22 de
julho de 2008, conforme os perímetros urbanos definidos pelos municípios. Essas áreas são
consideradas consolidadas porque já possuíam atividades urbanas, como construções,
infraestruturas e ocupação humana, antes da entrada em vigor da referida lei.

O artigo 3º, inciso VIII, do Código Florestal define como áreas urbanas consolidadas como:

"VIII - áreas urbanas consolidadas: áreas urbanas com ocupação antrópica anterior a 22 de
julho de 2008, caracterizadas pela edificação de imóveis, pela existência de infraestrutura
básica, pela oferta de serviços públicos e pela regularização fundiária."

De acordo com o Código Florestal, nas áreas urbanas, observe as seguintes diretrizes:

1. As Áreas de Preservação Permanente (APPs) existentes em áreas urbanas consolidadas


até 22 de julho de 2008 podem ser objeto de intervenção, desde que respeitadas
como restrições protegidas pela legislação municipal.

2. Áreas urbanas consolidadas são aquelas com ocupação urbana anterior a 22 de julho
de 2008, conforme critérios definidos pela legislação municipal.

3. É permitida a utilização de APPs em áreas urbanas consolidadas para construção de


moradias de interesse social, regularização fundiária e outras atividades de relevante
interesse social, desde que não haja alternativa técnica e locacional viável.
4. No entanto, é importante ressaltar que a legislação municipal deve estabelecer
normas específicas para a regularização e uso de áreas urbanas consolidadas, em
conformidade com as diretrizes do Código Florestal.

8. Do livro Guerra dos lugares de Rolnik (2015), um dos aspectos negativos dos programas de
habitação desenvolvidos pelo governo federal entre 2008 e 2014 foi a financeiração da
moradia. Discorra sobre como esse processo foi prejudicial para o cumprimento da função
social da cidade.

O livro "Guerra dos lugares" de Raquel Rolnik, publicado em 2015, aborda diversos aspectos
relacionados à política habitacional no Brasil, incluindo os programas incluídos pelo governo
federal entre 2008 e 2014. Um dos pontos apontados como negativos nesse período é a
financeirização da habitação, ou seja, a transformação da moradia em uma mercadoria sujeita
à lógica de mercado e especulação financeira.

A financeirização da moradia traz consigo diversas consequências prejudiciais para o


cumprimento da função social da cidade. Vejamos algumas delas:

Aumento dos preços da moradia: Quando a moradia é tratada como uma mercadoria sujeita
às leis de oferta e demanda, ocorre a valorização especulativa dos imóveis. Isso leva a um
aumento significativo dos preços, tornando a moradia inacessível para uma parcela
significativa da população de baixa renda, que não possui condições de arcar com os valores
elevados.

Expulsão e segregação socioespacial: Com o aumento dos preços da moradia nas áreas
urbanas mais valorizadas, ocorre a expulsão das pessoas de baixa renda para as periferias e
áreas de menor infraestrutura. Isso resulta na formação de bolsões de pobreza e na
emergência da segregação socioespacial, agravando as desigualdades e comprometendo a
diversidade e a integração urbana.

Especulação imobiliária: A financeirização da moradia incentiva a especulação imobiliária, ou


seja, a compra de imóveis com o objetivo de obter lucro por meio da sua valorização futura.
Isso acaba privilegiando investidores e especuladores em detrimento das necessidades
habitacionais da população e do uso adequado do espaço urbano para fins sociais.

Fragilização dos programas de habitação social: Com a predominância da lógica financeira na


moradia, há uma tendência de enfraquecimento dos programas habitacionais voltados para a
população de baixa renda. A prioridade passa a ser a promoção de incentivos fiscais e
financeiros para a construção de empreendimentos imobiliários de alto padrão, em vez de
garantir o acesso à moradia digna para aqueles que mais precisam.

RESUMO

Entre 2008 e 2014, o governo federal implementou programas habitacionais críticos por sua
abordagem baseada na financeirização da moradia. Isso transformou a moradia em uma
mercadoria sujeita à especulação financeira e aumentou os preços, tornando-a inacessível
para a população de baixa. Essa abordagem também resultou na expulsão dessas células para
áreas periféricas com menor infraestrutura, agravando a segregação socioespacial. Além disso,
incentivou a especulação imobiliária em detrimento das necessidades habitacionais da
população. Os programas habitacionais voltados para a população de baixa renda foram
enfraquecidos, comprometendo o acesso à moradia digna. Essa abordagem prejudicou o
cumprimento da função social da cidade, que busca garantir o acesso à moradia adequada e
construir cidades mais justas e igualitárias.

9. De acordo com rolnik (2015) em seu livro ''guerra dos lugares'' uma das maiores
vantagens competitivas do brasil para acelerar o processo tardio de industrialização
nas décadas de 60 e 70 foi a espoliação urbana, modelo de inserção urbanística dos
trabalhadores na cidade que havia sido descrito por kowarick (2000). A partir do
conhecimento desse processo descrito pelos dois autores, discorra sobre 3
consequências negativas para a qualidade de vida nas cidades

1. Expansão desordenada e precária: A espoliação urbana promoveu a ocupação


descontrolada e precária das periferias urbanas, sem infraestrutura adequada, como
acesso a serviços básicos, transporte público e equipamentos de saúde e educação.
Essa expansão desordenada resultou em condições de vida precárias e falta de
qualidade de vida para os trabalhadores urbanos.

2. Segregação socioespacial: A inserção dos trabalhadores nas cidades, muitas vezes,


ocorria por meio da ocupação de áreas periféricas e de baixo valor imobiliário. Isso
resultou em uma forte segregação socioespacial, com a concentração de pobres de
baixa renda em áreas carentes de infraestrutura e serviços, enquanto as áreas mais
valorizadas eram destinadas aos segmentos mais privilegiados da sociedade. Essa
segregação limita o acesso a oportunidades e desigualdades perpétuas
socioeconômicas.

3. Carências em habitação e saneamento: O modelo de inserção urbanística dos


trabalhadores na cidade não foi acompanhado por políticas efetivas de habitação e
saneamento básico. A falta de moradia digna, de acesso a água potável, coleta de
esgoto e outros serviços básicos de saneamento afetou a qualidade de vida das
pessoas, confiante para a formação de favelas, loteamentos irregulares e condições
precárias de vida.

Essas consequências evidenciam como a espoliação urbana, como modelo de inserção


urbanística dos trabalhadores na cidade, teve efeitos negativos na qualidade de vida das
pessoas, gerando desigualdades, segregação socioespacial e falta de infraestrutura adequada
nas periferias urbanas. Esses problemas são desafios que ainda precisam ser enfrentados para
promover cidades mais justas e inclusivas.

1. Legitimação de Posse: Refere-se ao processo legal por qualquer pessoa que ocupa um
terreno de forma irregular busca obter o reconhecimento e a garantia de seus direitos
sobre a propriedade. Geralmente, é necessário verificar a posse mansa, gestante e
ininterrupta por um determinado período, conforme previsto na legislação aplicável.

2. Legitimação Fundiária: Envolve o processo de regularização de áreas ocupadas de


forma irregular, em geral, com a finalidade de proporcionar moradia para a população
de baixa renda. É um conjunto de medidas jurídicas e administrativas que buscam
verificar a ocupação e garantir o acesso à propriedade formal para os ocupantes.

3. Legitimação Urbanística: Diz respeito à regularização de áreas urbanas consolidadas


que não atendem aos parâmetros estabelecidos pela legislação urbanística. Envolve a
evolução das construções existentes às normas vigentes, bem como a garantia de
infraestrutura adequada para a área, como acesso a serviços básicos, como água,
energia, esgoto e transporte.

4. Demarcação Urbanística: Refere-se ao processo de delimitação e identificação


espacial das áreas urbanas, definindo seus limites e características. É importante para
a gestão territorial, o ordenamento urbano e o planejamento das cidades, permitindo
a identificação e controle das áreas destinadas a diferentes usos, como residencial,
comercial, industrial, áreas verdes, entre outros.
5. Demarcação Fundiária: Envolve o processo de delimitação física e legal dos limites de
uma propriedade ou terreno, com base em levantamentos topográficos, documentos
e registros públicos. A demarcação fundiária é fundamental para garantir a segurança
jurídica da propriedade, evitar conflitos e possibilitar o acesso a direitos, como crédito,
regularização e transferência de propriedade.

Reurb-E e Reurb-S são dois instrumentos legais de regularização fundiária previstos na Lei
Federal nº 13.465/2017, que estabelece normas gerais sobre regularização fundiária urbana no
Brasil.

1. Reurb-E (Regularização Fundiária de Interesse Específico): O Reurb-E é um


instrumento voltado para a regularização de núcleos urbanos informais ocupados por
era de baixa renda que possuíam especificidades socioeconômicas, culturais e
territoriais. Ele busca promover a regularização fundiária e urbanística desses núcleos,
garantindo o acesso à terra e à moradia digna para a população de baixa renda, além
de prover a infraestrutura necessária para a melhoria das condições de vida.

O Reurb-E envolve ações como a identificação e cadastro dos ocupantes, a delimitação das
áreas ocupadas, a realização de melhorias urbanísticas e a regularização documental das
propriedades. É um processo que requer a participação e o envolvimento dos moradores, do
poder público e de outros atores sociais.

2. Reurb-S (Regularização Fundiária de Interesse Social): O Reurb-S é um instrumento


destinado à regularização fundiária de áreas urbanas ocupadas por pobres de baixa
renda, independentemente de suas características específicas. Ele tem como objetivo
a regularização fundiária e urbanística dessas áreas, visando à segurança jurídica da
posse e à melhoria das condições de vida dos ocupantes.

O Reurb-S também envolve a identificação e o cadastro dos ocupantes, a delimitação das áreas
ocupadas, a realização de melhorias urbanísticas e a regularização documental das
propriedades. É um processo que busca a inclusão social, a regularização fundiária e a
promoção de direitos, como o acesso a serviços básicos e infraestrutura adequada.

Ambos os instrumentos, Reurb-E e Reurb-S, têm como objetivo principal promover a inclusão
social, a regularização fundiária e a melhoria das condições de vida nas áreas urbanas
ocupadas por pobres de baixa renda. No entanto, diferem-se pela abordagem específica do
Reurb-E para núcleos com características particulares, enquanto o Reurb-S abrange áreas
ocupadas por pobres de baixa renda em geral.

Você também pode gostar