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A Paleontologia no Estado do Acre

Chapter · January 2015

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Edson Guilherme
Universidade Federal do Acre
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GEODIVERSIDADE DO
GEODIVERSIDADE DO
ESTADO DO ACRE
ESTADO DO ACRE

DO ACRE
PROGRAMA GEOLOGIA DO BRASIL
LEVANTAMENTO DA GEODIVERSIDADE
PROGRAMA GEOLOGIA DO BRASIL
LEVANTAMENTO DA GEODIVERSIDADE
Geodiversidade do Estado do Acre é um produto
concebido para oferecer aos diversos segmentos

GEODIVERSIDADE DO ESTADO
da sociedade acriana uma tradução do atual
conhecimento geocientífico da região, com vistas
ao planejamento, aplicação, gestão e uso adequado
do território. Destina-se a um público-alvo variado, SEDE
SGAN – Quadra 603 • Conj. J • Parte A – 1º andar
desde empresas de mineração, passando pela Brasília – DF • 70830-030
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Fax: 61 3225-3985
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Dotado de uma linguagem voltada para múltiplos Rio de Janeiro – RJ • 22290-255
Fone: 21 2295-5337 • 21 2295-5382
usuários, o mapa compartimenta o território acriano Fax: 21 2542-3647
em unidades geológico-ambientais, destacando suas Presidência
limitações e potencialidades frente a agricultura, Fone: 21 2295-5337 • 61 3322-5838
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obras civis, utilização dos recursos hídricos, fontes
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poluidoras, potencial mineral e geoturístico. Fone: 61 3223-1059 • 21 2295-8248
Fax: 61 3323-6600 • 21 2295-5804

Nesse sentido, com foco em fatores estratégicos Departamento de Gestão Territorial


Fone: 21 2295-6147 • Fax: 21 2295-8094
para a região, são destacadas Áreas de Relevante
Diretoria de Relações Institucionais
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e Geoturístico, Riscos Geológicos aos Futuros Fone: 21 2295-5837 • 61 3223-1166/1059
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físico, representando rico acervo de dados e Avenida André Araújo, 2160 - Aleixo
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responsável e ao desenvolvimento sustentável. 2015
2015

2015
10
A PALEONTOLOGIA NO
ESTADO DO ACRE
Jonas Pereira de Souza-Filho (jpdesouzafilho@hotmail.com)1
Edson Guilherme (guilherme.edson@uol.br)2

UFAC – Universidade Federal do Acre

SUMÁRIO

Caracterização Geral do Estado do Acre..............................................................147


Geografia.........................................................................................................147
Geologia..........................................................................................................147
Conceito de Paleontologia...................................................................................148
Pesquisas Paleontológicas no Estado do Acre .....................................................149
Importância dos Rios e das Estradas para A Paleontologia no
Estado do Acre.....................................................................................................149
A Idade dos Fósseis..............................................................................................150
Fósseis do Cretáceo.........................................................................................150
Formação Moa............................................................................................150
Principal Localidade Fossilífera e Fósseis Relacionados............................150
Fósseis do Mioceno Superior/Plioceno.............................................................151
Formação Solimões..................................................................................... 151
Principais Localidades Fossilíferas e Fósseis Relacionados.......................151
Fósseis do Plioceno/Pleistoceno ......................................................................153
Acre, Terra de Gigantes........................................................................................153
Considerações Paleoecológicas............................................................................155
Referências...........................................................................................................155
A PALEONTOLOGIA NO ESTADO DO ACRE

CARACTERIZAÇÃO GERAL Geologia


DO ESTADO DO ACRE
A unidade geotectônica mais importante do estado é
O estado do Acre, incorporado ao território brasileiro a Bacia do Acre. De acordo com Duarte (2011), essa bacia
por meio de acordo internacional com a República da Bolí- apresenta um longo registro sedimentar com amostragem
via, situa-se na Amazônia Ocidental, caracterizando-se por em poços que atravessaram rochas depositadas desde o
baixa densidade demográfica e densa cobertura vegetal Carbonífero (não aflorante) até o recente.
equatorial, com dezenas de unidades de conservação e A Bacia do Acre, do tipo IS (KINGSTON; DISHROON;
preservação, além de inúmeras terras indígenas. Do ponto WILLIAMS, 1983), está situada no setor brasileiro da Bacia
de vista morfológico, a maior parte do espaço geográfico Marañon-Ucayali-Acre, cuja área total é de 905.000 km2
apresenta relativa uniformidade das unidades de relevo, (MILANI; THOMAZ FILHO, 2000), e integra o sistema de
excetuando-se a conhecida serra do Divisor, na fronteira bacias de antepaís retroarco da cordilheira dos Andes.
peruana, com altitudes entre 300 a 700 m. A Bacia do Acre possui diversas formações geológicas
Por se tratar de um estado pouco ocupado, onde (Figura 10.2). Segundo Bizzi et al. (2003, p. 61), “a Bacia do
predominam vias de acesso fluviais, não existe um mapea- Acre é a parte mais distal da cunha sedimentar cuja idade
mento geológico sistemático de seu território, limitando-se compreende o intervalo do Cretáceo ao Plioceno (FEIJÓ;
aos dados coletados em escalas menores, efetuados por SOUZA, 1994), preenchendo o domínio de antepaís da
instituições públicas. Bacia Marañon-Ucayali-Acre”.
Sua estrutura consiste do conjunto de falhas reversas
Geografia de direção norte-sul, da qual a mais importante é a Falha
Batã, que marca a terminação oriental da sequência sedi-
O estado do Acre possui um território de 164.221,36 mentar paleozoico-jurássica que se estende desde os Andes
km2, que correspondem a 16.422.136 ha. Sua extensão (MILANI; THOMAZ FILHO, 2000). O seu limite oriental
territorial é de 445 km no sentido norte-sul e 809 km entre com a Bacia do Solimões é o Arco de Iquitos. Os 6.000
seus extremos leste-oeste. Corresponde a 4% da Amazônia m de rochas sedimentares do Acre (MILANI; THOMAZ
Legal e a 1,9% do território nacional (ACRE, 2006). FILHO, 2000) estão distribuídos em quatro sequências:
Essa unidade federativa está situada entre as latitudes carbonífero-permiana, jurássica, cretácea e terciária (FEIJÓ;
07°07’S e 11°08’S e as longitudes 66°38’W e 74°00’W Gr no
sudoeste da Amazônia brasileira. É o ponto mais ocidental
do Brasil (marco 76 da fronteira Brasil-Peru pelo município
de Mâncio Lima). Limita-se ao norte com o estado do Ama-
zonas e, a leste, com o estado de Rondônia (Figura 10.1).
O Acre possui uma linha de fronteira internacional de
2.183 km, dividida ao sul e a leste com a Bolívia e ao sul e
ao oeste com o Peru. O rio Acre representa um importante
marco divisor entre o Brasil e as repúblicas vizinhas do Peru
e da Bolívia, estabelecendo, em grande parte, seu limite
internacional (ACRE, 2006) (Figura 10.1).

Figura 10.1 - Localização geográfica do estado do Acre. Figura 10.2 - Formações geológicas do estado do Acre.
Fonte: Elaborado pelos autores, 2013. Fonte: IBGE, 2010.

147
GEODIVERSIDADE do ESTADO DO ACRE

SOUZA, 1994). Supersequências correspondem a ciclos de No estado do Acre, os primeiros achados fósseis foram
segunda ordem, com duração entre 3 e 50 Ma (EMERY; coletados por expedicionários, que realizavam estudos
MYERS, 1996), que, de acordo com esses autores, podem esporádicos e casuais, sem aplicação de metodologia
ser causados por mudanças na taxa de subsidência da ba- adequada a esse tipo de pesquisa, bem como não havia
cia ou na taxa de soerguimento da área-fonte das rochas preocupação em entregar os exemplares coletados a estu-
sedimentares que a preenchem. diosos do assunto ou instituições oficializadas qualificadas
A supersequência carbonífero-permiana compre- para as análises. Basicamente, foram coletas com finalida-
ende as formações Apuí, composta de conglomerados des não paleontológicas, durante a execução de trabalhos
formando cunha clástica, Cruzeiro do Sul, contendo para estudos cartográficos, topográficos, delimitação de
carbonatos e evaporitos, e Rio do Moura, arenitos. Feijó e fronteiras, dentre outros.
Souza (1994) interpretaram o ambiente de sedimentação Segundo Rancy (1985), os primeiros fósseis relaciona-
dessas formações como inicialmente aluvial, passando dos ao atual estado do Acre foram coletados pelo geólogo
a nerítico. inglês William Chandless, no ano de 1886, em localidades
A supersequência jurássica é inteiramente composta não registradas de um trecho do rio Acre. O material cole-
pela Formação Juruá-Mirim, que contém arenitos e red tado foi entregue ao professor Louis Agassiz em Manaus,
beds intercalados com evaporitos e derrame de basalto no estado do Amazonas, que identificou peixes e, errone-
depositados em ambiente continental. amente, o réptil marinho Mousassaurus. Posteriormente,
Diversas formações compõem a supersequência esse material teve identificação retificada, pois se tratava
cretácea – Moa, Rio Azul, Divisor e Ramon (Figura 10.2) de material de crocodiliano continental.
–, compostas por arenitos, folhelhos e calcarenitos depo- Em alguns casos, pelo descaso científico, os fósseis
sitados em ambientes fluviolacustres na bacia de antepaís serviram para presentear autoridades estrangeiras, que os
(flexural) adjacente à cadeia andina (FEIJÓ; SOUZA, 1994). depositavam em coleções particulares (segundo relatos
Ainda durante esse episódio flexural, a supersequência pessoais), sem qualquer estudo, perdendo-se em prateleiras
terciária, representada pela Formação Solimões, depositou- empoeiradas.
-se em onlap contra o embasamento, possivelmente como Entretanto, a partir de 1983, com a criação do Labo-
consequência da deformação incaica na cordilheira dos ratório de Pesquisas Paleontológicas (LPP) da Universidade
Andes (RAMOS; ALEMÁN, 2000). As supersequências Federal do Acre (UFAC), foram feitos inúmeros achados de
cretácea e terciária somam mais de 3.000 m de espessura fragmentos fósseis, conchas e vegetais fósseis e importan-
(MILANI; ZALÁN, 1999). tes interpretações acerca da geologia da região; além disso,
as pesquisas na região foram impulsionadas em decorrência
CONCEITO DE PALEONTOLOGIA da frequência e sistematização das coletas em campo,
do trabalho de identificação e preparação dos fósseis em
O termo paleontologia foi utilizado pela primeira vez laboratório e da consequente divulgação dos resultados
na literatura geológica a partir do ano de 1834, como resul- em revistas científicas.
tado da conjunção das palavras gregas palaios = antigos, Muito do esforço para a crescente produção cien-
onto = ser, logos = estudos. Por outro lado, a palavra fóssil tífica tem sido despendido por pesquisadores do LPP e
originou-se do termo latino fossilis, que significa “extraído colaboradores, o que culminou na identificação de vários
da terra” (CARVALHO, 2010). grupos e espécies anteriormente conhecidas, bem como
de outras tantas novas para a ciência, principalmente de
PESQUISAS PALEONTOLÓGICAS NO vertebrados fósseis (NEGRI et al., 2010; PAULA COUTO,
ESTADO DO ACRE 1978; RANZI, 2000, 2008; RIFF et al., 2010; SIMPSON;
PAULA COUTO, 1981).
As pesquisas sistematizadas de geologia e de pale- Em 2013, o LPP comemorou 30 anos de sua criação.
ontologia ao longo de vários rios e cortes de estradas da Como resultado das coletas nas últimas décadas, o LPP pos-
região sul ocidental da Amazônia, mais particularmente sui em seu acervo mais de cinco mil peças de vertebrados
no estado do Acre, nas últimas décadas, resultaram em fósseis catalogadas (Figura 10.3).
localização e registro de vários sítios com potencial para a Os fósseis coletados são, em sua maioria, de vertebra-
exploração paleontológica. dos, reunidos em diferentes classes zoológicas, tais como
Todavia, até há pouco tempo, o conhecimento sobre peixes, répteis, aves e mamíferos. Entretanto, predominam
a fauna fóssil da Amazônia brasileira, sobretudo na Bacia quantitativamente os achados de répteis e de mamíferos,
do Acre, baseava-se em coletas e informações do final do sendo os répteis em maior quantidade e, dentre eles, os
século XIX e princípio do século XX. crocodilianos com supremacia.
Naquele período, quase sempre coletados aleatoria- Uma parte desse material encontra-se devidamente
mente, os achados fósseis não traziam maiores informações exposta em um pequeno museu no próprio LPP/UFAC,
sobre procedência e dados geológicos, o que dificultava aberto à visitação pública, com frequência regular de alunos
tanto os estudos quanto as conclusões. da rede de ensino público e privado (Figura 10.4).

148
A PALEONTOLOGIA NO ESTADO DO ACRE

No que se refere às barrancas, estas se tornam visíveis


apenas durante o período de estiagem na região (maio a
outubro), quando o nível das águas está baixo e elas po-
dem ser alcançadas por meio de pequenas e adequadas
embarcações, considerando que, em alguns trechos, os rios
ficam quase que intrafegáveis (Figura 10.5).

Figura 10.5 - Atividade de pesquisa no alto rio Acre, durante a


época de estiagem, quando as barrancas estão expostas
(Assis Brasil). Fotografia: Arquivo LPP, 2002.

Os principais afloramentos com registro e coleta


Figura 10.3 - Fósseis de vertebrados depositados no LPP/UFAC. fossilífera nos sedimentos cenozoicos da Formação
Fotografia: Autores, 2013. Solimões foram encontrados em barrancas ao longo de
vários rios que a cortam, como Purus, Juruá, Moa, Caeté,
Acre, Iaco etc. Nesse contexto, pela proximidade com
a instituição de pesquisa (UFAC), o rio Acre tem sido
o mais pesquisado e importante em relação à coleta
fossilífera (Figura 10.6).
O rio Acre, desde suas nascentes no Peru até a locali-
dade do Seringal Paraguaçu, atua como divisa internacional
entre Brasil e Peru e, desse ponto, até a cidade de Brasileia,
entre Brasil e Bolívia. A partir daí, adentra em território
brasileiro, percorrendo centenas de quiômetros até sua
desembocadura, na margem direita do rio Purus, na ci-
dade de Boca do Acre, Amazonas, expondo nesse trajeto
internacional e genuinamente brasileiro várias barrancas
com rico conteúdo fossilífero.
Nos demais rios e em cortes de estradas, outros
Figura 10.4 - Vista panorâmica da sala de exposição do LPP/UFAC. sítios paleontológicos, não menos importantes, estão
Fotografia: Autores, 2013. registrados. Desta feita, ao longo das estradas acreanas,
fundamentalmente da Rodovia BR-364, a mais importan-
IMPORTÂNCIA DOS RIOS E DAS ESTRADAS te ligação rodoviária do estado, que liga a capital, Rio
PARA A PALEONTOLOGIA NO Branco, à cidade de Cruzeiro do Sul, em um trajeto de
ESTADO DO ACRE 650 km, cortando vários outros municípios. Essa rodovia
corta do limite fronteiriço com o estado de Rondônia,
Em decorrência da exuberante floresta, com densa em sentido leste-oeste, 90% do território acreano e, a
cobertura vegetal e condições geológicas desfavoráveis, exemplo dos rios, deixa expostos numerosos barrancos
afloramentos tradicionais como ravinas, voçorocas, pedrei- com fósseis.
ras etc. são incomuns no Acre, o que impossibilita maior A partir do recente asfaltamento dessa rodovia, no
êxito na procura de material fóssil. Devido a tais condições, trecho compreendido entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul,
a maioria dos sítios estudados e onde foram coletados os é possível ter acesso às referidas barrancas durante o ano
fósseis acreanos localiza-se em barrancas expostas dos rios inteiro, sendo que, durante as chuvas, surgem as dificul-
e cortes de estradas. dades a elas relacionadas.

149
GEODIVERSIDADE do ESTADO DO ACRE

Figura 10.6 - Localização dos principais sítios fossilíferos investigados pelo LPP/UFAC. Fonte: Elaborado pelos autores, 2013.
Nota: 1 – Patos, 2 – Cavalcante, 3 – Cachoeira do Bandeira, 4 – Niterói, 5 – Lula, 6 – Talismã, 7 – Morro do Careca; 8 – Rio Moa.

IDADE DOS FÓSSEIS Devido às dificuldades de acesso e de afloramentos


registrados, paleontologicamente a região do alto rio Moa
Muito embora, no geral, na Bacia do Acre aflorem é ainda pouco explorada, sendo alcançada apenas com a
sedimentos de idades que variam do Pré-Cambriano ao utilização de embarcações e de uma logística que envolva
recente, os fósseis coletados na Bacia do Acre, têm sido instituições de pesquisas com experiência em atividades
datados em três idades distintas: Cretáceo Superior (60 na região. A existência de uma reserva na área – Parque
Ma); Mioceno Superior/Plioceno (entre 8 e 5 Ma); Plioceno/ Nacional da Serra do Divisor – requer, com antecedência,
Pleistoceno (entre 2 Ma a 10 mil anos). autorização para acesso e pesquisa. Os fósseis até então
coletados foram encontrados in situ (LATRUBESSE et al.,
Fósseis do Cretáceo 1994).

Embora ainda sejam raros os achados, os fósseis dessa Principal localidade fossilífera e fósseis relacionados:
idade encontram-se na borda oeste da Bacia do Acre, na
região do alto rio Moa, na serra do Divisor. Em sua maioria, - Sítio Rio Moa: Serra do Divisor (vide figuras 10.6 e
são fósseis de vertebrados marinhos encontrados em con- 10.7).
glomerados atribuídos à Formação Moa, na serra do Divisor, Data: Descoberto pela equipe do LPP em 1991.
extremo oeste do Acre (BRITO; NEGRI; BOCQUENTIN, 1994;
Descrição: Exposição formada por arenito compacto,
LATRUBESSE et al., 1994) (Figura 10.7).
muito oxidado, de cor pardo-amarelado, pertencente
à Formação Moa – Cretáceo Superior (LATRUBESSE et
Formação Moa
al., 1994).
É constituída de arenitos claros, com intercalações Material encontrado: Dentes de tubarões e raias
de argilitos róseos e escuros, calcários e conglomerados (Hybodontidae, Sclerorhynchidae) (BRITO et al., 1994).
(LATRUBESSE et al., 1994; PETRI; FÚLFARO, 1988) (vide Referências: BRITO et al. (1994); LATRUBESSE et al.
Figura 10.2). (1994).

150
A PALEONTOLOGIA NO ESTADO DO ACRE

Embora tenham sido coletados fósseis vegetais (tron-


cos e folhas) (MACHADO et al., 2012) e de invertebrados
(WESSELINGH et al., 2006), predominam os achados
de vertebrados, representados por peixes, répteis, aves e
mamíferos.
O estado de preservação do material fóssil comumente
se apresenta razoável, muito embora não se encontrem
esqueletos completos e/ou articulados. Apesar de raros, são
encontrados crânio e mandíbulas articuladas (por exemplo,
jacarés). A maioria do material coletado está in situ, mas,
em diversas localidades, é possível encontrar fósseis rolados
(transportados) nas margens dos rios.

Principais localidades fossilíferas e fósseis relacionados:


Figura 10.7 - Expedição ao rio Moa, realizada em 1994, à procura
de afloramentos do Cretáceo. Fotografia: Arquivo LPP/UFAC, 1994.
- Sítio Patos (Acre 6 = LACM 4611 de Frailey, 1986)
(vide figura 10.6).
Fósseis do Mioceno Superior/Plioceno Data: Descoberto na década de 1970. Esse sítio foi
explorado em 1985, em uma expedição conjunta da
Os fósseis registrados na região sul-ocidental da Ama- equipe do Laboratório de Pesquisas Paleontológicas
zônia, abrangendo o estado do Acre e sul do estado do da UFAC e o Los Angeles County Museum. Nos anos
Amazonas, foram coletados em sedimentos cenozoicos da seguintes, diversas outras expedições do LPP foram
Formação Solimões. São resultantes de pesquisas realizadas realizadas nessa localidade.
na Rodovia BR-364 e nos rios Purus, Caeté, Iaco e Acre. Descrição: Conglomerado de matriz argilosa e seixos
de idade miocênica encontrados no leito e nas margens
Formação Solimões do alto rio Acre, no município de Assis Brasil, fronteira
com o Peru (FRAILEY, 1986).
A Formação Solimões é de idade cenozoica e de am- Coordenadas geográficas: 10°56’15”S e 69°55’41”W.
biente fluviolacustre (vide figura 10.2). Estende-se por mais Material encontrado: invertebrados, fragmentos de
de 80% do estado, constituindo-se na formação geológica peixes, répteis (crocodilianos e quelônios), aves e ma-
mais significativa do Acre e, por consequência, a unidade míferos (Primates, Rodentia).
litoestratigráfica com maior quantidade e diversidade pa- Referências: BAYÁ; BOCQUENTIN, 1997; COZZUOL et
leofaunística (HOORN; WESSELINGH, 2010). al., 2006; FRAILEY, 1986; KAY; COZZUOL, 2006; KAY;
Essa formação é rica em fósseis, principalmente de FRAILEY, 1993; LATRUBESSE et al., 2010; SILVA; SOUZA-
vertebrados (GUILHERME; BOCQUENTIN-VILLANUEVA; -FILHO, 2001; SOUZA-FILHO, 1993.
PORTO, 2011; LATRUBESSE et al., 1997; MIURA, 1972;
NEGRI et al., 2010; RIFF et al., 2010; SANTOS, 1974; SOUZA- - Sítio Cavalcante (Acre 1 = LACM 4418 de Frailey,
-FILHO; GUILHERME, 2007, 2011). 1986) (vide figuras 10.6 e 10.8).
Entretanto, a sua amplitude tem gerado duvidosas Data: Sítio explorado em 1985, em uma expedição
interpretações, sobretudo em seu entendimento geológico. conjunta da equipe do Laboratório de Pesquisas Pale-
Nesse sentido, há opiniões contrastantes sobre três de seus ontológicas da UFAC e o Los Angeles County Museum.
aspectos fundamentais: ambiente de sedimentação, divisão Nos anos seguintes, diversas outras expedições do LPP
litoestratigráfica e cronologia. Atualmente, um dos pontos foram realizadas nessa localidade.
mais discutidos está relacionado à origem da sedimenta- Descrição: Localizado na margem esquerda do alto rio
ção que compõe a Formação Solimões, principalmente, Acre, no município de Assis Brasil. Trata-se de um aflora-
a partir de Rässänen et al. (1995), que propuseram uma mento composto por argila e siltito branco-avermelhado
origem marinha para uma sequência sedimentar no oeste de idade miocênica.
da Região Amazônica no estado do Acre. Coordenadas geográficas: 10°55’00”S e 69°50’00”W.
Hoorn (1996) refuta tais afirmações, considerando, Material encontrado: Fragmentos de peixes, répteis
principalmente, a restrição da área estudada e o material (crocodilianos – Alligatoridae, Nettosuchidae, Gavialidae
fóssil apresentado, claramente de ambiente terrestre e de e quelônios) e mamíferos (Toxodontidae, Edentata e
água doce. Litopterna).
Os achados fósseis de vertebrados aquáticos e ter- Referências: BOCQUENTIN; SILVA, 1994; BOCQUEN-
restres do Neógeno do estado do Acre apontam para um TIN-VILLANUEVA; SANTOS; NEGRI, 1991; FRAILEY,
ambiente continental, com rios meandrantes e diversos 1986; OLIVEIRA; SOUZA-FILHO, 2001; SANTOS; RANCY;
lagos associados com lâmina d’água variável. FERIGOLO, 1993; SILVA; SOUZA-FILHO, 2001.

151
GEODIVERSIDADE do ESTADO DO ACRE

- Sítio Niterói, rio Acre (vide figuras 10.6 e 10.10).


Data: Descoberto em 1987 por uma equipe conjunta do
LPP e do Museu Goeldi. Localiza-se na margem direita
do rio Acre, aproximadamente a 20 km a montante de
Rio Branco, capital do estado.
Descrição: Formado por sedimentos argilosos, de colo-
ração avermelhada, pertencentes ao Mioceno superior
da Formação Solimões.
Coordenadas geográficas: 10°14’00”S e 67°82’00”W.
Material encontrado: Invertebrados (Biválvia, Os-
tracode, Crustácea), fragmentos de peixes (Doradidae,
Potamotrygonidae, Pimelodiade), répteis (quelônios
– Stupendemys, Chelus e crocodilianos – Alligatoridae,
Nettosuchidae e Gavialidae), aves (Anhingidae) e mamí-
feros (Toxodontidae, Neoepiblemidae, Edentata).
Referências: BOCQUENTIN; GUILHERME, 1999; BO-
CQUENTIN; GUILHERME; NEGRI, 2001; BOCQUENTIN-
Figura 10.8 - Vista geral do sítio Cavalcante (alto rio Acre). -VILLANUEVA; SOUZA-FILHO; NEGRI, 1990; MONES;
Fotografia: Arquivo LPP/UFAC, 2002. Nota: A seta indica o TOLEDO, 1989; NEGRI; FERIGOLO, 1999; NEGRI; FERIGO-
afloramento em que os fósseis são encontrados. LO, 2004; OLIVEIRA; SILVA; RODRIGUES; BOCQUENTIN,
1997; OLIVEIRA; SOUZA-FILHO, 2001; SOUZA-FILHO,
- Sítio Cachoeira do Bandeira, rio Acre (vide figuras 1991; SOUZA-FILHO, 1993; SOUZA-FILHO, 1998;
10.6 e 10.9). SOUZA-FILHO; BOCQUENTIN-VILLANUEVA, 1989;
Data: Descoberto pela equipe do RADAMBRASIL (1976). SOUZA-FILHO; BOCQUENTIN, 1991; SOUZA-FILHO;
É objeto de exploração contínua por parte do LPP em BOCQUENTIN; SILVA, 1993.
diversas expedições desde 1994 até o presente (MELO
et al., 1998).
Descrição: sedimentos conglomeráticos e síltico-argi-
losos localizados no leito e na margem esquerda do rio
Acre, entre as cidades de Brasileia e Assis Brasil (Acre).
Coordenadas geográficas: 10°56’21”S e 69°20’37”W.
Material encontrado: Invertebrados, fragmentos de
peixes (Doradidae, Potamotrygonidae, Pimelodiade,
entre outros), répteis (quelônios – Stupendemys – e
crocodilianos – ), aves (Anhingidae) e mamíferos (To-
xodontidae, Neoepiblemidae).
Referências: AGUILERA et al., 2008; ALVARENGA;
GUILHERME, 2003; BOCQUENTIN-VILLANUEVA; GUI-
LHERME, 1997; GAYET et al., 2003; LATRUBESSE et al.,
2010; MELO et al., 1998. Figura 10.10 - Equipe do LPP em atividade de coleta de fósseis no
sítio Niterói (margem direita do rio Acre; Senador Guiomard).
Fotografia: Arquivo LPP/UFAC, 1993.

- Sítio Talismã, rio Purus (figuras 10.6 e 10.11).


Data: O local foi encontrado pela equipe do LPP no final
da década de 1980. Desde então, foi visitado inúmeras
vezes durante a década de 1990 até o ano de 2002.
Descrição: Localizado na margem direita do rio Purus,
no estado do Amazonas. É formado por argila e siltito de
cor branco-avermelhada, com veios de gipsita e calcita.
Coordenadas geográficas: 08°48’22”S e 68°48’12”W.
Material encontrado: Invertebrados, fragmentos de pei-
xes, répteis (quelônios – Stupendemys –, lagartos e cobras
– Tupinambis sp. Eunectes sp. e crocodilianos – Alligatoridae,
Figura 10.9 - Vista panorâmica do sítio Cachoeira do Bandeira
(margem esquerda do rio Acre, entre Assis Brasil e Brasileia). Nettosuchidae e Gavialidae), aves (Anhingidae) e mamíferos
Fotografia: Arquivo LPP/UFAC, 2000. (Toxodontidae, Neoepiblemidae, Edentata, Primates).

152
A PALEONTOLOGIA NO ESTADO DO ACRE

Referências: BERGQVIST; RIBEIRO; BOCQUENTIN- Material encontrado: Invertebrados (Biválvia e


-VILLANUEVA, 1998; BOCQUENTIN; GUILHERME; NEGRI, Crustácea), fragmentos de peixes (Dipnoi, Characidae,
2001; HSIOU; ALBINO, 2009; HSIOU; ALBINO; FERIGOLO, Erythrinidae), répteis (quelônios –Stupendemys – e cro-
2009; LATRUBESSE et al., 2010; SANTOS; RANCY; FERIGO- codilianos – Alligatoridae, Nettosuchidae e Gavialidae),
LO, 1993; SOUZA-FILHO, 1993. aves e mamíferos (Neoepiblemidae, Edentata).
Referências: BOCQUENTIN; MELO, 2006; LATRUBESSE
et al., 2010; SOUZA-FILHO; GUILHERME, 2007, 2011.

- Sítio Lula (vide figuras 10.6 e 10.13).


Data: Descoberto na década de 1980. Foi visitado diversas
vezes pela equipe do LPP até o final da década de 1990. Nos
dias atuais, uma grande parcela do afloramento foi remo-
vida em decorrência do asfaltamento da Rodovia BR-364.
Descrição: Localizado em ambas as margens da BR-
364, no município de Sena Madureira. O sítio é formado
de argila branco-avermelhada e siltito.
Coordenadas geográficas: 09º01’23”S e 68º48’
21,00”W.
Material encontrado: Invertebrados (Biválvia e Crus-
tácea), fragmentos de peixes, répteis (quelônios e cro-
codilianos – Alligatoridae, Nettosuchidae e Gavialidae)
e mamíferos (Neoepiblemidae, Edentata, Rodentia).
Figura 10.11 - Vista geral do sítio Talismã (rio Purus, AM). Referências: RICHTER, 1989; SOUZA-FILHO, 1987;
Fotografia: Arquivo LPP/UFAC, 1991. SOUZA-FILHO; BOCQUENTIN; SILVA, 1993.

- Sítio Morro do Careca, Rodovia BR-364 (vide figuras


10.6 e 10.12).
Data: Descoberto pela equipe do LPP no final da déca-
da de 1990. Objeto de visitas frequentes desde então
pela equipe do LPP de Rio Branco e pela equipe do
Laboratório de Paleontologia do Campus Floresta em
Cruzeiro do Sul.
Descrição: Exposição localizada em ambas as margens
da BR-364, entre as cidades de Feijó e Tarauacá. É for-
mado por uma sequência de argila avermelhada e siltito
com veios de gipsita.
Coordenadas geográficas: 08°10’32.1”S e 70°29’
04.1”W.

Figura 10.13 - Exposição do sítio fossilífero Lula (rodovia BR-364;


Sena Madureira). Fotografia: Arquivo LPP/UFAC, 1987.

Fósseis do Plioceno/Pleistoceno

Os fósseis pliopleistocênicos têm sido encontrados


mais frequentemente na região do rio Juruá, área interme-
diária entre a serra do Moa e a porção sul-ocidental do Acre.
Predominam achados da megafauna e pequenos roedores.
Segundo Ranzi (2008), a maioria dos fósseis coletados
na região do alto Juruá é solta e fragmentada, o que faz
com que sejam facilmente carreados rios abaixo pela força
Figura 10.12 - Vista panorâmica do sítio fossilífero Morro do
da correnteza e depositados longe do afloramento da ma-
Careca (margem direita da rodovia BR-364; Feijó). triz original, o que prejudica sua identificação e localização
Fotografia: Arquivo LPP/UFAC, 2003. dos sítios com material in situ.

153
GEODIVERSIDADE do ESTADO DO ACRE

ACRE, TERRA DE GIGANTES (Figura 10.18). No ambiente em que o Purussaurus viveu


também havia aves gigantes representadas por anhingas
Os estudos paleontológicos realizados por pesqui- e enormes roedores semiaquáticos como Phoberomys e
sadores e colaboradores da Universidade Federal do Acre
têm revelado abundante e diversificada fauna fóssil, com
destaque para achados de animais gigantescos, principal-
mente crocodilianos e tartarugas, que, comparados a seus
“parentes” atuais, mais parecem monstruosas criaturas.
Alguns, por seu tamanho, lembram os dinossauros do
Jurássico, como o crocodiliano Purussaurus brasiliensis (Fi-
guras 10.14 e 10.15), que superava 12 m de comprimento
total; provavelmente, ele teria sido um predador tão feroz
quanto o Tyranossaurus Rex, muito embora o Purussaurus
tenha vivido em uma época geológica mais recente, no
caso, o Mioceno.
Durante o Mioceno, o gigante Purussaurus habitou
rios e lagos com outros crocodilianos gigantes, como
mourassuquídeos e gavialídeos (Figura 10.16), e com as
Figura 10.16 - Crânio de Hesperogavialis, um gigantesco
não menos gigantescas tartarugas Podocnemys (Figura crocodiliano gavialídeo que viveu no Acre há aproximadamente
10.17) e Stupendemys e o matamatá do gênero Chelus. oito milhões de anos. Fotografia: Autores, 2013.
Coabitou ainda com o peixe da família Acregoliathidae, um
dos maiores já conhecidos, superando em tamanho o atual
pirarucu, além da piramboia gigante Lepidosiren megalos

Figura 10.17 - Carapaça de enorme tartaruga do gênero


Podocnemis encontrada no alto rio Acre (Assis Brasil).
Fotografia: Autores, 2013.
Figura 10.14 - Purussaurus brasiliensis – vista lateral (cópia a partir
do fóssil original). Fotografia: Autores, 2013.

Figura 10.18 - Piramboia gigante (Lepidosiren megalos).


Fotografia: Autores, 2013.
Figura 10.15 - Purussaurus brasiliensis – vista frontal (cópia a Nota: Reconstituição em tamanho natural, a partir das dimensões
partir do fóssil original). Fotografia: Autores, 2013. das placas dentárias.

154
A PALEONTOLOGIA NO ESTADO DO ACRE

Neoepiblema. Certamente, muitos desses animais faziam A extinção dessa fauna de gigantes parece estar rela-
parte da dieta alimentar dos crocodilianos que habitavam cionada a profundas mudanças climáticas que resultaram
os grandes lagos de água doce da região onde hoje é o em diminuição do volume de água, falta de alimentação e,
estado do Acre. por consequência, competição e lutas corporais.
Durante o Pleistoceno, o estado do Acre, a exemplo
de outras partes da América do Sul, foi habitado por uma REFERÊNCIAS
megafauna em um cenário paisagístico dominado por sava-
nas e preguiças gigantes (Megatherium), mastodontes, toxo- ACRE. Governo do Estado do Acre. Programa Estadual de
dontes, macrauquênias, dentre outros grandes mamíferos. Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Acre.
As questões relacionadas à evolução, distribuição geo- Zoneamento ecológico-econômico do Acre fase
gráfica, ecologia e extinção da megafauna pleistocênica estão II: documento síntese – escala 1:250.000. Rio Branco:
documentadas em artigos e revistas especializadas no assunto. SEMA, 2006. 354 p.
Entretanto, a fauna gigante do Mioceno do Acre, no
que tange à sua evolução e paleoecologia, precisa ser mais AGUILERA, O.; BOCQUENTIN, J.; LUNDBERG, J.G.;
bem estudada e compreendida. Ainda permanecem sem MACIENTE, A. A new cajaro catfish (Siluriformes:
resposta diversas questões, tais como: “O que favoreceu Pimelodidae: Phractocephalus) from the late Miocene
o gigantismo das espécies e a sua diversidade? Quais os of southwestern Amazonia and its relationship to
motivos que levaram à sua extinção?”. Phractocephalus nassi of the Urumaco formation.
Todavia, pelo volume de fósseis encontrados e por sua Paläeontologische Zeitschrift, v. 82, n. 2, p. 231-245,
supremacia, é inegável que a Bacia do Acre foi berço dos 2008.
maiores crocodilianos e tartarugas já registrados até hoje
em todo o planeta. ALVARENGA, H.M.F.; GUILHERME, E. The anhingas (Aves:
Portanto, é preciso reafirmar, pois a questão ainda é Anhingidae) from the upper Tertiary (Miocene-Pliocene)
muito omissa, que o Purussaurus foi o maior crocodiliano of southwestern Amazonia. Journal of Vertebrate
jamais conhecido no planeta. Embora seus achados este- Paleontology, v. 23, n. 3, p. 614-621, 2003.
jam relacionados a países como Argentina, Peru, Bolívia,
Venezuela e Brasil, é no estado do Acre que está registra- BAYÁ, E.M.; BOCQUENTIN, J. Uma mandíbula
do o maior número de achados, os mais completos e de de Trigodon sp. nov. (Mammalia, Notoungulata,
maiores dimensões. Toxodontidae) no Neógeno do alto rio Acre, estado do
Acre, fronteira Brasil-Peru. Geociências, v. 2, n. 6, p.
CONSIDERAÇÕES PALEOECOLÓGICAS 39-43, dez. 1997.

O registro, na Formação Solimões, de camadas se- BERGQVIST, L.P.; RIBEIRO, A.M.; BOCQUENTIN-
dimentares de um ambiente fluvial com fósseis de verte- VILLANUEVA, J. Primatas, roedores e liptoternas do Mio-
brados semelhantes às espécies existentes nos dias atuais, Plioceno da Amazônia sul-ocidental (formação Solimões,
levou a que Santos (1974) considerasse que, no passado bacia do Acre). Geologia Colombiana, v. 23, p. 9-29,
geológico, houve predominância de um ambiente fluvio- 1998.
lacustre parecido com o encontrado atualmente na região.
A partir de estudos realizados na Formação Solimões, BIZZI, L.A.; SCHOBBENHAUS, C.; VIDOTTI, R.M.;
no estado do Acre, Scherer e Souza-Filho (1997) e Latrubes- GONÇALVES, J.H. (Org.). Geologia, tectônica e
se et al. (2010) complementam que, durante o Neógeno, o recursos minerais do Brasil: texto, mapas & SIG.
ambiente se constituía por um sistema fluvial meandrante Brasília, DF: CPRM, 2003. 692 p.
com inúmeros corpos lacustres associados.
Souza-Filho (1987) identificou uma interação dos rios BOCQUENTIN, J.; GUILHERME, E. As preguiças
com os corpos lacustres e concluiu haver grandes variações Mylodontinae (Mammalia, Xenarthra, Mylodontidae) do
na lâmina d’água nesses ambientes aquosos. Apesar de tais Neógeno do sítio Niterói, Acre, Brasil. Acta Geologica
variações não terem sido quantificadas ou mensuradas, a Leopoldensia, v. 22, p. 57-67, 1999.
dimensão e a profundidade dos rios e dos lagos miocênicos
do Acre pretérito não podem ser comparadas àquelas atual- BOCQUENTIN, J.; GUILHERME, E.; NEGRI, F.R. Duas
mente observadas na região em que a fauna, principalmente espécies do gênero Chelus (Pleurodira, Chelidae) no
a aquática, raramente chega a impressionar pelo tamanho. Mioceno Superior-Plioceno da Amazônia sul-ocidental.
Rios e lagos miocênicos da Bacia do Acre deveriam Revista Universidade Guarulhos. Série Geociências,
ter sido tão grandes, profundos e variados quanto a sua v. 6, n. 6, p. 50-55, ago.2001.
capacidade de proporcionar condições à vida e à convi-
vência de várias criaturas de tamanho descomunal em um BOCQUENTIN, J.; MELO, J. Stupendemys souzai sp.
mesmo ambiente. nov. (Pleurodira, Podocnemididae) from the Miocene-

155
GEODIVERSIDADE do ESTADO DO ACRE

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A PALEONTOLOGIA NO ESTADO DO ACRE

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GEODIVERSIDADE do ESTADO DO ACRE

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GEODIVERSIDADE DO
GEODIVERSIDADE DO
ESTADO DO ACRE
ESTADO DO ACRE

DO ACRE
PROGRAMA GEOLOGIA DO BRASIL
LEVANTAMENTO DA GEODIVERSIDADE
PROGRAMA GEOLOGIA DO BRASIL
LEVANTAMENTO DA GEODIVERSIDADE
Geodiversidade do Estado do Acre é um produto
concebido para oferecer aos diversos segmentos

GEODIVERSIDADE DO ESTADO
da sociedade acriana uma tradução do atual
conhecimento geocientífico da região, com vistas
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do território. Destina-se a um público-alvo variado, SEDE
SGAN – Quadra 603 • Conj. J • Parte A – 1º andar
desde empresas de mineração, passando pela Brasília – DF • 70830-030
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limitações e potencialidades frente a agricultura, Fone: 21 2295-5337 • 61 3322-5838
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Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial
poluidoras, potencial mineral e geoturístico. Fone: 61 3223-1059 • 21 2295-8248
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responsável e ao desenvolvimento sustentável. 2015
2015

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