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SÃO PAULO
2022
CONSTRUÇÃO DE UM MUNDO SOLARPUNK NO AUDIOVISUAL BRASILEIRO:
UM ESTUDO DE CASO DA ANIMAÇÃO “FIRMINA”
BANCA EXAMINADORA
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Prof. Orientador Tiago Eugenio dos Santos
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Prof(a) Convidado
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Prof(a) Convidado
Resumo
Palavras-chave
Solarpunk, Sustentabilidade, Audiovisual, Animação, Firmina, Direção de arte,
Diegese, Worldbuilding, Construção de mundo, Futurista, Estética, São Paulo, Paulistano,
Brasileiro, Diversidade.
1.Introdução
2.Solarpunk
1
“is an aesthetic, philosophical, and activist movement”
2
“Solarpunk is a movement in speculative fiction, art, fashion, and activism that seeks to answer
and embody the question “what does a sustainable civilization look like, and how can we get
there?”
3
“Solarpunk is at once a vision of the future, a thoughtful provocation, a way of living, and a set of
achievable proposals to get there.”
4
“Solarpunk emphasizes environmental sustainability and social justice.”
O solarpunk é um subgênero de ficção que provém das narrativas ecológicas, com
partes literárias bastante gráficas e imagéticas. E se originou tanto da luta pela conscientização
mundial do papel do ser humano na destruição do meio-ambiente, como “na necessidade de
restauração e sustentabilidade das comunidades com base em velhos costumes, princípios
espirituais, necessidades básicas do ser-humano, mas também de vanguarda”. (FORTUNA,
2021, pág. 11)
O termo Solarpunk foi criado no dia 27 de maio de 2008 pelo blog “Republic of the
Bees” enquanto a primeira publicação a se autodeclarar solarpunk foi a antologia brasileira de
2013 “Solarpunk – Histórias ecológicas e fantasias em um mundo sustentável”. (REINA-
ROZO, 2021, pág.50)
Reina-Rozo também descreve o papel crucial que a construção colaborativa através de
espaços online teve e ainda tem no movimento.
Além disso, o solarpunk é “um movimento cuja origem, discussão e expansão pertence
maioritariamente à blogosfera” e “Não é evidente uma origem dos princípios do solarpunk,
enquanto linguagem, antes configuram uma multiplicidade de textos na blogosfera,
compilações de discussões e debates.” (FORTUNA, 2021, pág. 9 e 14)
ethos de tomar os problemas pelas próprias mãos” (FORTUNA, 2021, pág. 11)
dia a dia fossem influenciadas pela tecnologia com base na energia renovável, de
como esta contrasta com uma sociedade ainda presa na ilusão de um mundo
a vida concreta das pessoas, as suas inter-relações e o espaço à sua volta, a comida, a
Em relação à arquitetura e urbanismo da cidade, o que fazia mais sentido com a nossa
proposta de sustentabilidade era que São Paulo tivesse sido adaptada utilizando o que já existe
nela, ao invés de descartar uma cidade inteira para reconstruí-la. Para isso, pesquisamos várias
possibilidades que o mundo real já nos oferece, desde a despoluição de rios, passando por
energia renovável, vegetação, retrofit, arquitetura sustentável, revitalização de espaços
públicos, entre outros. Durante toda esta pesquisa, uma pergunta norteava nossos esforços:
como tornar algo sustentável?
Assim, descobrimos que não existe um molde definitivo de sustentabilidade. O que é a
melhor escolha sustentável para um contexto, não vai ser em outro. A sustentabilidade acontece
quando se faz um levantamento das informações pertinentes e, a partir delas, fazem-se escolhas
que balanceiem durabilidade, baixo impacto natural e utilidade. Por exemplo, um material pode
ser considerado “ecológico”, mas em uma situação em que ao longo do tempo a manutenção
de um objeto feito deste material acabe gerando impactos piores ao meio-ambiente do que se
o objeto tivesse sido feito de um material menos “ecológico”, porém mais durável, não é uma
situação sustentável de verdade.
Desta forma, decidimos que as construções de São Paulo seriam revitalizadas, passando
por processos de retrofit que otimizassem a iluminação e ventilação naturais (o que gera mais
conforto e menos gasto de energia), aumentassem as áreas verdes (com jardins verticais e nos
telhados, além de mais árvores no entorno) e formas renováveis de gerar energia, sobre as quais
posteriormente abordaremos mais a fundo. Isso pode ser observado na cena em que es jovens
estão revitalizando a favela.
Também pensamos nos espaços urbanos públicos. Pesquisamos sobre como se criam
praças sustentáveis, como otimizar a iluminação em espaços públicos, sobre acessibilidade e,
novamente, sobre como a geração de energia sustentável (que ainda será abordada em mais
detalhe) se relaciona a estes espaços. Utilizamos estes aprendizados na criação das áreas
públicas, como pode ser observado na cena com o grupo de idosos. Os chãos regulares e
inobstruídos, as rampas e o espaço entre os objetos facilitam a mobilidade das pessoas. O rio
está limpo e saudável, com as margens reflorestadas. A cidade e a natureza não são dois
conceitos inimigos, mas se mesclam e se fortalecem mutuamente.
Retornando ao assunto de natureza, as árvores e plantas do curta são plantas reais que
podem ser encontradas com facilidade em São Paulo. Isso contribui com o nosso ideal de criar
um solarpunk dentro do recorte paulistano.
Fonte: Autoria Própria
A grande exceção são as árvores mágicas da cena final. Elas não são uma árvore de
verdade, mas sim uma mistura dos diversos tipos de Ipês (árvore nacional que realmente pode
ser encontrada em todo o país, porém cada tipo de ipê se restringe a regiões específicas).
Escolhemos o Ipê por ele ser característico do país, mas também pela beleza e pelo aspecto
magico de quando a copa da árvore é composta apenas por flores, não folhas. Decidimos que
os ipês mágicos seriam rosas e roxos para criar uma impressão de sobrenatural e diferenciá-los
das árvores comuns.
Fonte: Autoria Própria
Porém estas não são as únicas tecnologias que podem ser encontradas em “Firmina”.
Um aspecto importante do solarpunk é a tecnologia em uma relação positiva com o mundo
natural.
Na cena da revitalização da favela, os jovens utilizam tanto a magia quanto a tecnologia
em sua tarefa.
4. Considerações Finais
Referências
Reina-Rozo, J. (2021). Art, energy, and technology: the Solarpunk movement. International
Journal of Engineering, Social Justice and Peace, 8 (1), p. 47-60,
https://doi.org/10.24908/ijesjp.v8i1.14292.