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Resumo
Eu sei que muitos vão dizer que falar de cotas e consciência negra é
pregar um racismo ás avessas... Dizer que isso é coisa de quem não
tem mais o que dizer nem o que escrever. Provavelmente dirão que
isso é coisa de gente que se sente inferior e quer se exaltar... Coisa
de negro...
Alguns se sentem ofendidos com tanta exaltação. Até feriado os
negros têm! Quem raios é esse tal de Zumbi? E como se não
bastasse tem lei que determina o ensino da história da África,
estatuto de Igualdade Racial, leis e estudos que defendem a
titularidade de terras, que criminaliza a intolerância religiosa...
Provavelmente dirão que consciência negra é balela porque estão
convictos que é ficção alguém ser discriminado pela cor... Certamente
quem pensa assim nunca foi humilhado, desrespeitado, ofendido por
simplesmente não ter a pele clara. Nunca viu ninguém mudar de
calçada porque se aproxima, nunca foi mal atendido num restaurante,
num bar, numa loja, numa repartição pública.
Quem se ofende, provavelmente não precisou explicar para ninguém
que não era a babá ou o motorista dos próprios filhos, não precisou
mostrar o documento do veículo e o RG para provar que era seu, não
apanhou confundido com o ladrão do próprio carro e nunca foi
desrespeitado por cultuar seus ancestrais.
Provavelmente também nunca recebeu olhar de incredulidade
quando apresentado por seu ofício ou seu título, não teve o desprazer
de lhe ser indicado o elevador de serviço nem ouvir quando atende a
porta de sua própria casa: “seu patrão ou sua patroa tá aí”?
E essas são só algumas histórias que ouvi de gente querida e
maravilhosa cujo “defeito” é não ter nascido de pele clara. Sei de
tantas....já vi tanta maldade em forma de preconceito...Mas, da minha
vivência sei que negritude, consciência está para além da cor da
pele... Sei que sou a somatória de tudo isso e, portanto, tenho muito
respeito por tudo que se relaciona com o resgate da dignidade a
quem um dia foi negado o direito da escolha do ir e vir.
E para os que questionam, ironizam ou fazem piada com o feriado do
20 de novembro: este país deve a muitos povos, em especial, ao
povo negro, a formação da sua riqueza e da sua cultura. Se, do ponto
de vista biológico reconhecemos que A RAÇA É HUMANA,
reconhecer, historicamente, a dívida com os negros na história desse
país é ter mais que consciência. É fazer justiça. E que dia Nacional
da Consciência Negra colabore para que todos e todas reflitam
aonde. (Acesso em: http://www.recantodasletras.com.br)
http://www.infoescola.com/sociologia/estereotipo/ )
https://www.youtube.com/watch?v=LWBodKwuHCM,
http://www.recantodasletras.com.br)
https://www.youtube.com/watch?v7Einzy4ph6w.
http://programas/entretenimento/novelas/sinha-moca-2-versao/trama-principal.htm)
https://www.youtube.com/watch?v=xfHdXhYq7uc".
BUZO, Alessandro. Pelas Periferias do Brasil. Vol.4, Curadoria Alessandro Buzo,
ação educativa, Ed. Blogger Suburbano Convicto, São Paulo SP ; 2010.
VALENTE, Ana Lucia E.F. Ser negro no Brasil hoje. São Paulo: Moderna, 1987.