Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
l~~~NCIA
11111 LTDA.
Ruo Ve-rnotl,oga1hôes.66 - Tel.: 281-7495
ConsolaçóO • 20 710 Rio de Janeito. &mil
CLASSIFICAÇÃO -
ABORDAGEM PARA ESTUDANTES
DE BIBLIOTECONOMIA
DEREK LANGRIDGE
Esse é um livro completamente novo, elaborado de forma original.
.Descreve o papel da classificação em todas as esferas da vida,
assim como seu uso específico em biblioteconomia .
. Oerek Langridge é Conferencista Titular da School of Librarianship,
i Polytechnic of North London, e é considerado uma das maiores
autoridades nos problemas relacionados com a organização
, do conhecimento.
E'Sse trabalho é uma prova evidente desta afirmação e se tornará
uma introdução essencial ao assunto.
O autor dedicou esse livro à turma de mestrado de 1971 do
Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação do
Rio de Janeiro.
M~AºREQUIÃO
PIEDADE
~ f
~·~ ~~~~~ .
Introdução
à Teoria da
ClaSsificacão
•
J
Introdueão
• •
à Teoria da
Classifieaeão
'
M.A. Requião Piedade
Mestre em Biblioteconomia - 1880/UFRJ
Professora Titular de Catalogação e Classificação
da Universidade Santa Úrsula
Decana do Centro de Documentação e Letras
da Universidade Santa Úrsula
Bibliotecária da Assembléia Legislativa
do Estado do Rio de Janeiro
2~EDIÇAO
Revista e
Aumentada
Ili
EDITORA INTERCll:NCIA LTDA.
Copyright © 1977 by Maria Antonieta Requião Piedade
2'! Edição Revista e Aumentada, 1983
Rio de Janeiro, Brasil
I
A
l
l
.r C. i 2 O~
--""----.-,,,.-•~-.-~-'
lnterciência Arte
BIBLI oTE eA Composiçã? do_ Texto
~ ,..~ A
1
~-. - - •
1nterc1ênc1a
CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.
Bibliografia
7
1
;
1,
1.
\
1
1
1
1
1
•
1
"Um Sistema de Recuperação da Informação (SAI) é uma organização
para armazenar e tornar disponível a informação. Esta pode ser a definição de
uma biblioteca convencional, mas espera-se que um SRI explore a informação
de modo positivo e ofereça outros serviços, como pessoal capaz de avaliar a
informação antes de a passar ao consulente. Espera-se, também, que possua
um índice de assunto dos documentos existentes na coleção, sendo o índice o
equipamento físico que permite a recuperação de referências" (Cleverdon) 1 •
IÍ1dice é um nome genérico, que abrange catálogos, bibliografias, índices
de artigos de periódicos, índices de livros etc.
O registro de cada documento num índice inclui o cabeçalho (nome do
autor, cabeçalho de assunto, símbolo de classificação etc.), uma descrição
.do documento (autor, título, edição, editor, paginação etc.) e a localização do
'documento na coleção.
Os índices podem ser encabeçados e ordenados pelos autores, pelos tí·
tulos, pelos lugares de publicação etc., mas, freqüentemente, a idéia de re-
cuperação da informação está ligada à recuperação de documentos pelos as•
suntos de que tratam.
O ato de incluir o registro de·um documento num repositório de infor-
/ mações (índice) tem o.nome geral de indexar.
1ndexar abrange tarefas tais como identificação de um documento,
determinação do assunto de que trata e seleção dos termos a empregar para o
representar nos índices.
A linguagem empregada para descrever os assuntos dos documentos é
chamada linguagem de indexação, linguagem documentária, linguagem de in-
formação ou linguagem descri tora.
Há dois métodos fundamentais de indexar o tema de documentos:
( 1) indexação por palavra;
(2) indexação por conceito.
A indexação por palavra utiliza os mesmos termos empregados pelo
autor na apresentação das suas idéias, isto é, as palavras encontradas nos títu-
los ou nos textos dos documentos.
9
A palavra tangerina traduz uma determinada idéia, um dado conceito,
que também pode ser expresso pelas palavras mexerica, bergamota ou laranja-
cravo.
Uma indexação por palavras registrará os documentos pelos vocábulos
·utilizados pelos autores, indexará um documento sobre Tangerina e outro so-
bre Bergamota.
O exemplo típico de indexação por palavra é o índice KWIC, que utiliza
os títulos dos documentos.
Ao indexar empregando palavras encontradas no próprio documento,
usa-se uma linguagem natural (natural language), faz-se uma indexação por pa-
lavra.
A indexação por conceito pressupõe a análise do conteúdo temático do
documento (análise conceituai), a decisão sobre os conceitos presentes no tex-
to e a tradução do observado em linguagem apropriada, com a qual rotulam-se
os documentos e os seus registros bibliográficos.
Na indexação por conceito determinam-se os cabeçalhos a empregar,
distinguem-se homônimos, controlam-se sinônimos, prevêem-se ligações hie-
rárquicas e colaterais etc., emprega-se uma linguagem artificial ou umã lingua-
gem controlada.
As linguagens artificiaisr segundo o modo como apresentam os concei·
tos compostos, são divididtls em dois grandes grupos: pré-coordenadas e pós-
coordenadas.
Os sistemas que fazem a indexação à base de conceitos compostos, isto
é, assuntos que consistem em dois ou mais conceitos simples combinados, são
chamados sistemas pré-coordenados.
Nestes sistemas, os vários conceitos que compõem o assunto são coffibi-
nados no ato da indexaçâ'o para a formação dos cabeçalhos, sobre os quais os
documentos são descritos nos índices.
São deste tipo os índices baseados em listas de cabeçalhos de assunto e
sistemas de classificação.
Os sistemas pós-coordenados utilizam conceitos simples na ihdexação, e
a combinação ou coordenação de conceitos para obtenção de conceitos com·
postos é feita no momento da recuperação.
O exemplo clássico deste tipo de indexação é o sistema unitermo de
Mortimer Taube.
Na avaliação da ,eficiência de um serviço de recuperação da informação,
duas medidas estão diretamente ligadas aos seus índices, o coeficiente de re·
vocação e o coeficiente de precisão.
A habilidade de um SRI em recuperar documentos existentes na cole·
--\~ão é conhecida como sua capacidade de revocação (Recai/).
10
A revocação é a relação entre os documentos relevantes recuperados e o
número total de documentos relevantes sabidamente existentes na coleção.
Mede-se o coeficiente da revocação (recai/ ratio) pela fórmula
100 X R
e
100 X R
L
11
As bibliotecas especializadas procuram indexar mais detalhadamente,
indexando todos os assuntos que sabem ter interesse para seus usuários. Ouan·
dó um número relativamente alto de conceitos é indexado por documento,
pratica-se uma política de indexação em profundidade (depth indexing}.
Os índices alfabéticos dos livros procuram incluir todos os conceitos
neles tratados, indexando-os em grande profundidade.
Indexando em profundidade, a revocação será elevada, mas alguns do-
cumentos recuperados tratarão superficialmente do assunto e a pre~isão será
baixa.· ·
Trabalhando com baixo grau de exaustividade, indexando só pelos as-
suntos principais, a capacidade de revocação do sistema será baixa, mas todos
os documentos recuperados serão relevantes para o tema procurado, havendo,
portanto, alto grau de precisão.
A determinação do grau de exaustividade a ser aplicado à indexação é
uma decisão administrativa, uma política da biblioteca.
A especificidade é a exatidão com que os descritores utilizados repre·
sentam o conteúdo temático dos documentos.
A especificidade está na dependência da linguagem de indexação utili-
zada na compilação dos índices e dela deriva a precisão.
A Classificação Decimal Universal (Ed. abreviada) só apresenta o sím-
bolo 634.31 para Cultivo de Laranjas. Ao tentar a recuperação de documen-
tos sobre Cultivo de Tangerina, num índice que utilize a CDU, obteremos
documentos sobre outros tipos de laranjas, que não interessam à pesquisa. O
coeficiente de precisão será baixo, porque a linguagem de index~ção empre-
gada não foi suficientemente específica.
Nem sempre a especificidade é uma vantagem, pois dificulta a recupera-
ção de toda a documentação existente no -acervo sobre determinado assunto.
É possível que algum trabalho sobre Cultivo de Laranjas traga um capí-
tulo dedicado ao Cultivo de Tangerinas, mas, se a indexação não tiver atingido
o capítulo, se o grau de exaustividade na indexação tiver sido baixo, não será
revocado, mesmo que a linguagem de indexação permita a especificidade ne·
cessária.
Utilizando uma linguagem hierárquica, como a CDU, é fácil alargar a
pesquisa, procurando nos assuntos mais gerais, mas utilizando outras lin-
guagens de indexação, cabeçalhos de assunto, por exemplô, que não prevêem
remissivas ascendentes, isto não poderá ser feito automaticamente.
O coeficiente de revocação e o coeficiente de precisão estão estreita-
mente relacionados com a especificidade e a exaustividade. A exaustividade
aumenta a revocação e diminui a precisão. Maior especificidade leva a menor
revocação e a maior precisão.
12
Tesauros, listas de cabeçalhos de assunto e sistemas de classificação são
linguagens de indexação.
As linguagens de indexação possuem vocabulário e sintaxe.
O vocabulário é a coleção de termos de indexação utilizáveis para repre-
sentar Ó conteúdo temático dos documentos, que podem ser cabeçalhos de
assuntos, descritores ou símbolos de classificação.
Meadow2 define descritores como "às palavras de uma linguagem de
indexaçâ'o" e Lancaster 3 os vê como "os termos atribuídos por um indexador
a um documento para descrever seu assunto".
Os bibliotecários brasileiros geralmente reservam a palavra descritor pa-
ra os termos de indexação pertencentes a um tesauro.
Utilizaremos aqui a palavra descritor no sentido lato, seguindo Meadow
e Lancaster,
Símbolos de sistemas de classificação e cabeçalhos de assunto são des-
critores e os conjuntos de descritores dos tesauros e das listas de cabeçalhos
de assunto-ou a totalidade dos símbolos de classificação oferecidos por deter-
minado sistema de classificação constituem vocabulários de indexação.
Cada descritor constitui uma classe, reunindo os documentos que tra-
tam do conceito que representa.
A sintaxe, em linguagem de indexação, inclui o conjunto de artifícios
empregados para revelar as relações entre os conceitos e as regras para estabe·
lecer os descritores e determinar a ordem em que devem ser citados. Inclui os
elementos promotores da revocaçâ'o e da precisão,
Os elementos promotores da revocação são aqueles que levam a aumen-
tar o número de documentos de uma classe, alargando a definição do descri-
tor e reduzindo o tamanho do vocabulário, Pertencem a este grupo:
controle de sinônimos;
controle de quase-sinônimos;
agrupamento de várias formas de uma palavra (palavras com o mes-
mo radical, singular e plural etc.);
agrupamento de conceitos semelhantes ou relacionados;
elos hierárquicos.
Os elementos que promovem a precisão reduzem o tamanho das classes,
restringem a definição dos descritores e aumentam o tamanho do vocabulário.
São elementos de precisão:
- coordenação;
- distinção de homônimos;
ponderação;
elos (links);
papéis ou funções (roles).
13
"Uma linguagem de indexação que controla o vocabulário e tenta indi·
car as relações entre os termos deste vocabulário é dita estruturada" (Rams•
den) 4 •
Os sistemas de classificação, as listas de cabeçalhos de assunto e os te·
sauros são linguagens estruturadas.
Os sistemas de classificação são, basicamente, sistemas pré-coordenados,
são linguagens de indexação artificiais, variando quanto à especificidade que
possibilitam.
A Classificação Decimal Universal (CDU). por exemplo, permite, em
geral, maior especificidade do que a Classificação Decimal de Dewey (COO).
· Os sistemas de classificação agrupam conceitos semelhantes ou relacio·
nados, permitem, em maior ou menor escala, a coordenação de assuntos e
apresentam elos hierárquicos, mas separam os vários aspectos de um assunto,
os chamados assuntos relacionados dispersos. Reúnem os temas de uma
mesma disciplina, mas separam os fenômenos relacionados.
Os índices alfabéticos, que acompanham os sistemas de classificação,
reúnem os assuntos relacionados dispersos.
Os sistemas de classificação oferecem dois tipos de abordagem do as·
sunto:
(1). por disciplinas, através dos símbolos de classificação;
(2) por assuntos relacionados dispersos, por meio dos seus índices.
Sistemas de classificação que possuem símbolos expressivos, que indi·
cam a subordinação hierárquica dos conceitos, como a COO e a COU, faclli·
tam o alargamento das classes, mas aqueles que não possuem símbolos com
esta qualidade, como a Classificação da Biblioteca do Congresso, dificultam
esta tarefa.
Na escolha de uma linguagem de indexação, devem ser levados em con·
sideração a especificidade desejada, o tipo de símbolos oferecidos e as possi·
bilidadas de coordenação de conceitos e alargamento das classes que permite.
Ao decidir por determinado sistema, deve-se considerar as garantias de
atualizações futuras que oferece.
Um sistema pertencente a uma entidade oferece mais garantia de sobre-
vivência do que um sistema mantido por pessoa física.
Os sistemas de classificação são útilizados nos Serviços de Armazenagem
e Recuperação da Informação, ou Serviços de Recuperação da Informação,
com duas finalidades:
(1) ordenação dos próprios documentos pelos assuntos de que tratam;
(2) ordenação, nos índices, das referências bibliográficas ou das fichas
catalográficas que representam os documentos.
14
BIBLIOGRAFIA
* LANCASTER, F, W., lnformation retrieval systems: characterlstics, testing and evalua•
tlon. New York, J. Willey, 1968.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
15
2
2.1 CLASSIFICAR
16
Segundo Ranganathan classificar consiste em traduzir o nome dos as•
suntos dos documentos da linguagem natural para a linguagem artificial utili·
zada pelos sistemas de classificação bibliográfica.
A definição de Merrill, assim como a última de Sayers, representam bem
a acepção usual entre os bibliotecários da palavra classificar, isto é, o ato de
determinar o assunto de um documento e a arte de encontrar seu lugar num
determinado sistema de classificação.
A palavra classificar vem do latim e/assis, que designava os grupos em
que se dividia o povo romano. Foi cunhada por Zedler, em 1733, no Universal
Lexicon, combinando as palavras latinas classis e facere, para apresentar uma
divisão de apelações de Direito Civil e, só no fim do século XVIII, passou a
ser empregada para a ordenação das ciências 5 ,
2.2 CARACTERfSTJCA
17
A característica Pode ser natural oll artificial.
t natural, quando é inerente ou inseparável do objeto a classificar. t
artificial, quando é ocasional, acidental e variável.
Se dividirmos os Animais Racionais em Homens e Mulheres, teremos
tomado como característica o Sexo, que é uma característica natural, pois é
imutável, Inseparável, dos objetos a classificar.
Dividindo as Mulheres em Pesadas (gordas) e Leves (magras), teremos
tomado por caracter(stica o Peso, que, no caso, é ocasional e variável, sendo,
portantO, uma característica artfftcial.
Uma classificação artificial baseia-se em características superficiais e fá-
ceis de observar, mas que não representam relações verdadeiras e, por estara-
zão, é uma classificação menos perene ..
Uma classificação será tão mais natural quanto maior for o número dos
atributos e das qualidades imutáveis comuns aos membros de suas classes.
O emprego de uma característica deve ser consistente e exaustivo, antes
que outro principio de divisão possa ser empregado. Em outras palavras, deve·
se aplicar uma só característica de cada vez para subdividir todos os membros
de uma classe, sem omissão de nenhum deles, antes de pensar numa segunda
característica.
Pode-se classificar utilizando várias características, mas empregando
uma de cada vez e aplicando-a a todos os membros da classe.
Se resolvermos dividir uma coleção de livros tomando por característica
o Tamanho, não poderemos separá-los ao mesmo tempo pela Cor. Poderemos
empregar as duas características, porém uma depois da outra.
Se usarmos a característica Sexo par'a dividir os Animais Racionais, não
poderemos empregar, ao mesmo tempo, a caracter (stica Faixa Etária. A divi-
são correta seria:
Animais Racionais
Homens Mulheres
18
Literatura
2.3 CLASSE
2.4 CATEGORIAS
19
Aristóteles deu o nome de categorias ou predicáveis (depraedícare = atri•
buir) ãs classes gerais em que, segundo ele, podemos situar, ordenadamente, as
idéias que ten:ios das coisas e que constituem os dez gêneros supremos, as dez
essências mais gerais, e são:
Substância (homem, cachorro, pedra, casa etc.);
Qualidade (azul, virtuoso etc.);
Quantidade (grande, comprido, dois quilos etc.);
Relação (mais pesado, escravo, duplo, mais barulhento etc.);
Duração (ontem, 1970, de manhã etc.);
Lugar (aqui, Brasil, no pátio etc.);
Ação (correndo, cortando, falando etc.);
Paixão ou Sofrimento (derrotado, cortado etc.);
Maneira de ser (saudável, febril etc,);
Posição (horizontal, sentado etc.).
De acordo com Aristóteles, a Substância é a categoria básica, pois se in-
dagarmos o que é determinada coisa, a resposta será em termos de Substância
(homem, cavalo, pedra etc.). As outras categorias são decorrentes da Substân-
cia, pois se não houvesse o objeto não haveria cor ou tamanho, se não houves·
se o animal não haveria a febre, se não houvesse a faca não haveria o corte
nem o cortado.
Aristóteles considerou que ainda poderia agrupar estas dez categorias,
indicando melhor as últimas articulações, e as reduziu a três:
Substância;
- Modo;
- Relação.
Subst§ncia é o ser que existe.
Modo ou acldente é o que existe na Substância, os modos de ser da
substância.
Relação é o que liga um ser a outro.
As categorias aristotélicas são, segundo o Padre Leme e Lopes 8 , a base
das categorias gramaticais, assim:
- substantivo, sujeito substância;
- adjetivo qualitativo qualidade;
- adjetivo quantitativo quantidade;
pronome relativo, adjunto adnominal relação;
verbo na voz ativa ação;
verbo na voz passiva paixão;
advérbio de lugar lugar;
advérbio de tempo duração;
- advérbio de modo maneira de ser.
20
Exemplo:
O grande quantidade adjetivo quantitativo
cavalo substância substantivo
castanho qualidade adjetivo qualitativo
do cavaleiro relação adjunto adnominal
está ação verbo ativo
arreiado maneira de ser advérbio de modo
de manhã tempo advérbio de tempo
no pátio lugar advérbio de lugar.
21
pertence â categoria Personalidade em Agricultura ou em Botânica, mas per-
tence ã categoria Matéria, quando se trata da Indústria Têxtil.
Jesse Shera e Margaret Egan 2 sugerem as seguintes categorias: Agente,
Ação (Atol, Meio (Instrumental), Objeto da Ação, Tempo, Espaço e Produto.
Grolier9 preferiu categorias constantes (Tempo, Espaço e Ação) e cate·
gorias variáveis (Substâncias, Órgâ'os, Análise, Síntese, Propriedade, Forma e
Organização).
O C!assification Research Group (um grupo de estudiosos de classifica·
ção da Inglaterra, do qual fazem parte Mills, Foskett, Farradane, Vickery e
Langridge) apresentou uma nova versão do PMEST de Ranganathan, mais de·
talhada, empregando uma terminologia mais fácil de compreender, que ,parece
ser devida a Vickery.
As categorias do C!assification Research Group (CRG) são: Tipos de
Produto Final, Partes, Materiais, Propriedades, Processos, Operações, Agentes,
Espaço, Tempo, Forma de Apresentação.
A razão de ser do estudo do assunto a classificar é o seu produto final.
A pessoa educada é o produto final da Educação. O edifício é o produto final
da Edificação. A biblioteca é o produto final da Biblioteconomia.
Os tipos de produto final são os vários tipos do objeto da classificação.
Na Construção e na Arquitetura, são casas, escolas, hotéis, pontes etc. Na Bi•
blioteconomia, são bibliotecas públicas, bibliotecas escolares, bibliotecas uni·
versitárias etc.
As partes são as divisões do produto final. Na Construção, são cozinhas,
quartos, janelas, portas etc.
Os prndutos finais e as suas partes correspondem ã Personalidade de
Ranganathan e ã Substância de Aristóteles.
Materiais são os constituintes do produto final, ou de suas partes~ tais
como metal, madeira, pedra etc., mas também podem ser livros, discos, mapas
etc., que constituem a biblioteca.
Propriedades são as qualidades do produto final e das suas partes. O ter·
ro é um metal duro, a dureza é, pois, uma propriedade do ferro.
Processos são as ações ou reações das próprias coisas. Respiração, con-
densação são processos. Ém "ferro enferrujado", enferrujar é um processo do
ferro.
Operações são as ações sofridas pelas coisas, sfio as ações que irão criar o
produto final, oomo Planejar, Construir, Desenhar, Catalogar, Classificar etc.
Agentes são os responsáveis pelas ações, incluindo pessoas, instrumen-
tos, equipan:,entos etc,, que executam um processo ou uma operação. O pro·
fessor e o quadro-negro são agentes da Educação. O guindaste, o andaime e o
pedreiro sfio agentes na Construção.
22
O esJ)aço e o tempo têm as mesmas acepções usuais, o lugar onde se pas-
sou o fato e a época da sua realização.
Forma de apresentação corresponde ao tipo de documento - periódi-
cos, bibliografias, desenhos, mapas, maquetes,_filmes etc.
Em diferentes contextos, as coisas se enquadram de modo diverso nas
categorias. Um computador é um agente na compilação de bibliografias e um
tipo de produto final no estudo de máquinas automáticas. ,
Convém lembrar que nem todas as categorias estão, obrigatoriamente,
presentes em todos os assuntos.
23
Vejamos como isto acontece na classificaçâ'o seguinte:
Animais ( %"'''"'º' J
~---9.------+----,
l _Ç·,\>&(/V .u) Vertebrados Invertebrados
r,----~,-~f-·_c_11!_~,__º_,1_-~ ,
Mamíferos Aves Répteis etc, ( .9-::,'pt-0-':>)
24
Em substituição às palavras categoria, gênero e espécie Ranganathan
· oferece faceta, foco e isolado.
Ao examinarmos um assunto, devemos começar por estabelecer os con-
ceitos que encerra. "Os conceitos, nesta forma desorganizada, são, freqüente-
mente, chamados isolados, A soma total dos isolados resultantes da divisão de
um assunto por uma característica chama-se face.ta. Denominam-se focos os
isolados que compõem uma faceta, para distingui-los dos conceitos desorgani-
zados chamados isolados (Needham) 12 •
Facetas são manifestações das categorias fundamentais em cada campo
do conhecimento, reunindo conceitos que têm determinada característica em
comum.
A palavra faceta (facet) é empregada com acepção P.ouco segura nos vá-
rios livros de classificação.
Verifica-se que a palavra faceta às vezes é empregada no sentido aristo-
télico de categoria, para designar as categorias fundamentais, as classes gerais
de fenômenos ou os grandes grupos de fatos que podem ser constatados no
exame de um assunto. São facetas, neste sentido, os componentes do PMEST
de Ranganathan, quando empregadas nas expressões Faceta Personalidade,
· Faceta Energia etc.
Encontramos o termo com esta acepção em C/assificatlon and lndexing
in Sc/ence de B.C. Vickery 13 , quando afirma que a Classificação de Dois Pon-
tos apresenta, desde o princípio, uma divisão em facetas ou categorias, ou, na
seguinte frase de Lancaster 14 "Na base desta análise são determinadas as cate-
gorias principais ou 'facetas' do asSunto",
Faceta é empregada com o sentido de gênero, quando usada para repre-
sentar o conjunto de membros de uma mesma classe, como, por exemplo, a
Faceta Transporte, compreendendo Transporte Aéreo, Transporte Marítimo
e Transporte Terrestre.
Com este sentido, temos a definição de faceta apresentada por A.C.
Brown 15 • "Uma faceta é um grupo de isolados que têm alguma característica
em comum".
A palavra faceta é empregada indiretamente com o sentido de caracte-
rística, porque a base do agrupamento em classes resulta <la divisão por detér-
minada qualidade ou característica e, muitas vezes, o nome desta qualidade é
usado para designar a faceta.
Mills 10 diz que: "O primeiro problema ao dividir-se um assunto é: Qual
a característica a empregar? Desde que a aplicação de uma característica pro-
duz uma faceta, outro modo de expressar a pergunta é indagar quais as facetas
presentes num assunto -daí a expressão análise em facetas!'.
25
No exemplo seguinte
diz-se que a Faceta Cor compõe-se de branco, azul, amarelo e verde (focos) e
o princípio de divisão ou a característica usada foi a Cor,
Langridge 6 , utilizando uma terminologia precisa, diz: "usa-se Catego·
ria quando se refere ã estrutura geral de um sistema de classificação; faceta,
quando se refere ãs manifestações das categorias nas diferentes classes; e o
princípio usado para definir uma faceta é conhecido como característica da
divisão".
Outro termo ranganatiano é isolado {lso/ate).
Isolados são os vários conceitos presentes nos assuntos antes de serem
reunidos em facetas.·
"Um único componente (ingrediente) de um assunto composto e, tam-
bém, um termo genérico, que indica uma idéia isolada, um termo isolado e
um número isolado, manifestações de um isolado no plano Idéia, no plano
verbal e no plano notacional", é um isolado (Campbell).
O conceito Mármore é uma idéia isolada, no plano idéia, a palavra Már•
more representa o conceito isolado no plano verbal e o símbolo de Mármore
:--- 553.51 -, na Classificação Décimal de Dewey, é um Isolado, no plano no•
tacional. O conceito Mármore, a palavra Mármore e 553.61 são isolados, no
plano da idéia, no plano verbal e no plano notacional, respectivamente.
Emprega-se a palavra Isolado quando se refere isoladamente a um con·
ceita, mas, ao se tratar das subclasses de uma faceta, prefere-se a palavra Foco.
Os isolados, após serem agrupados em facetas, são denominados focos,
"Numa faceta cada membro ou subclasse é denominado foco" (Mills) 1º,
Os focos são, pois, as subdivisões de uma faceta e correspondem ãs espé-
cies de um gênero.
No exemplo ante_rior, Branco, Azul, Amarelo, Verde e Preto são os fo•
cos da Faceta Cor.
A palavra foco é trad~ção da palavra latina focus (singular focus, plural
toei). empregada por Ranganathan e utilizada pelos autores de língua inglesa,
vinda de focalizar a atenção em determinado tópico.
Na classificação bibliográfica, gêneros e espécies não são suficientes para
expressar todos os tipos de relacionamentos encontrados na literatura.
Encontramos relacionamentos outros que não aqueles entre gêneros e
suas e·spécies, como os existentes entre o todo e a parte, a açá'o e o agente ou
o paciente, a coisa e suas propriedades etc. A roda não é uma espécie de bici-
26
cleta, é uma parte; a destilaç[o é uma aç[o sofrida pelo petróleo; a tempera-
tura de 38 graus é uma propriedade dos cães; o pedreiro é. um agente da cons·
trução etc.
Ciências Puras
27
A Biblioteconomia antiga denominava as subdivisões resultantes da apli·
cação de uma mesma característica de assuntos correlatos.
(vegetais Animais
Fanerógamo, Criptógamos
(com flores) (sem flores)
1
1
v Ginos,
permos
Ang_inos•
permos
lalófitos Musc{neos 0-iptó-
gamos
(semen· (semen- Vascu,
te nua) te envol- lares
C,OM ~ t, f-_, 1 1 1) ~F vida pelo
fruto)
(JJ M ~r-f--Gf--J s Â{))
+ "''" r; r,; Sf"l) ~- r" 1 rJ, 1> v Y(J.s
Vegetal é um ser vivo, geralmente sem movimento, porém um anginos·
permo é um ser vivo, um vegetal, que possui flores e tem a semente envolta
pelo fruto. Exige-se, portanto, maior número de qualidades ou atributos a um
anginospermo do que a um vegetal. O conjunto de qualidades exigidas é a
compreensão ou complexidade da espécie anginospermo. O termo Anginos-
permo tem, portanto, maior compreensã'o do que o termo Vegetal.
O termo ~ftal inclui os Fanerógamos (Ginospermos e Anginosper•
mos) e os Cri~tó~aros (Talófitos, Musclneos e Criptógamos Vasculares). Está
claro que ~ng_"J11uito maior número de membros do que o termo Anginos•
28 --
permo. Diz-se que Vegetal é uma classe de í!1aior extensão do que Anginos-
*
permo.
Quanto maior é a compreensão, menor é a extensão de uma classe e
vice-versa.
2.10 MODULAÇÃO
29
As subdisciplinas são áreas de especialização das discipJinas fundamen·
tais, representando aplicações destas a grupos de fenômenos, tais como Eco-
nomia, Sociologia, Música, Zoologia, Botânica etc.
Fenômeno é tudo que é percebido pelos sentidos ou pela consciência,
tudo que se observa, Fenômenos são fatos de natureza moral, social ou f (sica,
isto é, coisas, ações, idéias, reações, agentes etc., estudados pelas várias disci·
plinas. Os fenômenos são os várlbs temas estudados pelas disciplinas e subdis·
ciplinas.
Os fenômenos podem ser entidades concretas, tais como Homem, Café,
Mar, Erosão, ou entidades abstratas, tais como Amor, Ódio, Beleza, Fé.
Os sistemas de classificação bibliográfica se baseiam em três conceitos
básicos: categorias, divisão lógica !gênero/espécie) e relacionamento.
Os sistemas tradicionais foram elaborados segundo o processo de divisão
lógica, incluindo neste desdobramento todos os tipos de relaclonamem,_.., com
poucas previsões possibilitando ligações entre conceitos de diferentes hierar·
quias, como as propiciadas pela CDU, por meio do sinal dois pontos.
Os sistemas modernos, os ditos sistemas em facetas, são elaQorados a
base de conceitos simples e dão grande preponderância aos relacionamentos,
atribuindo ao ato de classificar a tarefa de construir os símbolos de classifica-
ção pelo relacionamento de conceitos originários de diversas facetas.
Os bibliotecários empregam a palavra classificaçaõ para designar siste·
mas de classificação ou símbolos de classificação (descritores codificados),
Assim, dizem: a Classificação de Dewey, uma classificação facetada, a classifi·
caçâ'o de literatura alemã é 830,
Um sistema de classificação pode ser criado dedutiva ou indutivamente.
O método dedutivo parte do assunto geral, do todo, e o vai subdividin·
do nas partes componéntes. Parte-se de Animais para chegar aos Vertebrados
e Invertebrados.
A classificação indutiva toma inicialmente conhecimento dos fenôme·
nos e os vai reunindo suces$iVamente em classes maiores possuidoras das mes-
mas qualidades. Constata-se a existência e as caracter{sitcas dos pardais, coli·
bris, canários etc. e forma-se a classe de Pássaros.
;,,, Na classificação bibliográfica três ordens são objeto de estudo: a ordem
de apresentação das tabelas, a ordem de citação e a ordem de Intercalação.
30
Envolve a ordem das várias disciplinas, a ordem de precedência de cate·
gorias, gêneros (facetas) e espécies (focos).
A ordem das várias áreas do conhecimento ou das disciplinas depende,
em grande parte, de conjecturas filosóficas sobre o surgimento e a dependên·
eia das várias ciências. Dewey tirou a ordem das suas classes principais da in-
versão da classificação de Francis Bacon feita por William T. Harris. Ranga•
nathan reconheceu a necessidade de classes tradicionais, mas a interdisciplina-
ridade do conhecimento atual põe em evidência a desvantagem deste particio-
namento.
Brown procurou criar um sistema em que cada assunto tivesse uma úni~
ca localização, reunindo os aspectos teóricos e práticos na ciência em que sur-
ge inicialmente o conceito. Admitiu, ainda, que todo o conhecimento deriva
de quatro grupos fundamentais: Matéria e Força, Vida, Razão e Registro.
Bliss optoU p'or apresentar os asSuntos segundo o "consenso científico e
educacional", isto é, a ordem aceita pelos cientistas e professores, mas permi-
tiu as classificações alternativas.
Nos últimos anos vem crescendo o interesse pelo estudo da estrutura do _
conhecimen,o e a teoria de níveis de integração.
Ranganathan estabeleceu a ordem das categorias, o PMEST, e nove prin·
cípios para determinar a ordem de facetas (gêneros) e focos (espécies), que
reduziremos as sete seguinte:
1. Extensão decrescente (o mais geral precedendo o mais específico);
2. Concreção crescente (o mais abstrato precedendo o mais concreto};
3. Complexidade crescente (o mais simples precedendo o mais com·
plexo);
4. Ordem cronológica, incluindo a ordem evolutiva;
5. Ordem de proximidade;
6. Ordem tradicional;
7. Ordem alfabética (quando nenhuma das outras se impõe).
31
Estudando a lingü(stica, verificamos que apresenta a caracter(stica l(n•
gua !português, francês, inglês etc.) e a característica Problema Lingüístico
(etimologia, sintaxe, morfologia etc.).
Será necessário decidir qual das duas caracter(sticas - L(ngua ou Pro-
blema Lingüístico - será utilizada ·em primeiro lugar, qual o principio de divi•
são que será mais útil na subdivisão primeira do assunto lingü(stica.
A decisão tomada resultará numa das classificações seguintes:
LINGÜISTICA
1
Etimo· Sin- Morfo· Etimo• Sin• Morfo• Etimo· Sin- Morfo-
logia taxe logia logla taxe logfa logia taxe logia
LINGÜISTICA
1
Pon. Franc,
1
lngf,
1
Pon.
1
Frene,
1 1
lngl, Port. Franc.
1
lngl,
32
No primeiro grupo, ficará reunido tudo sobre o tratamento de Discos
ou de Mapas, mas aparecerão separados os tipos de tratãmento, os processos
técnicos ..
No segundo grupo, citando antes o Processo Técnico, reuniremos tudo
sobre Catalogação e Classificação, mas separaremos a documentação sobre
cada uma das formas de documentos - Discos, Mapas etc.
As prinieiras preocupações dos bibliotecários corn a ordem de citação
surgiram no campo dos cabeçalhos-de-assunto.
Cutter, em 1876, no seu Rufes for a Printed Dictionary Catalog, pro·
curou estabelecer regras para a determinação da ordem de apresentação de
vários conceitos num cabeçalho composto. Segundo suas determinações, Tem·
po e Forma de Apresentação devem seguir o objeto de estudo e o Lugar segue
os temas das Ciêni:ias Puras e APiicadas, mas precede aqueles das Ciências So·
ciais.
Em 1911, Kayser, em Systematic lndexing, propôs a análise dos assun-
tos compostos em Concretos e Processos, determinando a precedência dos pri·
meiros aos segundos.
Mais modernamente, E. J. Coates (Subject Catalogues) sugeriu, basica-
mente, a ordem: Coisa - Parte - Material - Ação.
Ranganathan procurou estabelecer uma ordem geral de citação para as
categorias fundamentais, a ordem do PMEST (Personalidade, Matéria, Ener-
gia, Espaço e Tempo), que o autor descreve como sendo uma ordem que se
move do mais concreto para o mais abstrato.
Ranganathan, porém, não seguiu rigorosamente a ordem do PMEST,
pois admitiu a existência de mais de uma: das suas categorias, 9correndo suces-
sivamente ou voltando a aparecer depois de ter passado a outra categoria.
Reconhecendo a dificuldade, Ranganathan apresentou uma idéia mais
fundamental a que chamou de principio do mural (wa//-picture principie/, ex-
plicando que um quadro só pode ser pendurado se existir uma parede. 1: o
conceito da dependência. Um conceito que depende de outro deve segui-lo na
ordem de citação. A doença para existir precisa do corpo, o tratamento só
ocorre após a instalação da doença.
Apesar de ser o princípio mais útil já exposto, não é universalmente apli-
cável, pois há temas em que não se aplica.
Discute-se se será possível estabelecer uma ordem geral de citação, ad·
mitindo•se que esta possa variar de uma disciplina para outra e mesmo em
uma mesma disciplina em diferentes contextos.
O C/assification Research Group (CRG) aconselha como Ordem-Stan-
dard de Citação (Standard Citation Order): Produto Final, Partes, Materiais,
33
Propriedades, Processos, Operações, Agentes, Espaço, Tempo e Forma de
Apresentação.
A Classificação Decimal Universal apresenta uma ordem de citação ao
subdividir as classes e a completa determinando a ordem de aplicação das sub-
divisões auxiliares, a chamada "ordem horizontal", que é, basicamente, As·
sunto, Ponto de Vista, Lugar, Tempo, Forma e L/ngua.
2.16 ORDEM-DE-INTERCALAÇÃO
ORDEM-DE-CITAÇÃO ORDEM-DE-INTERCALAÇÃO
(ordem horizontal) (ordem vertical)
Assunto Assunto
Ponto de vista L/ngua
Lugar Forma
Raça Tempo
Tempo Raça
Forma Lugar
L/ngua Ponto de vista
34
2.16 CONCEITO E ASSUNTO
35
O Café, por exemplo, será tratado na Botânica {características da planta
e do fruto), na Agricultura (peculiaridades do seu cultivo), na Produção, na
Indústria e no Comércio. Essas várias localizações do tema Café numa classi•
ficação são consideradas assuntos relacionados dispersos.
Savage denominou relacionados dispersos (distríbuted relatives) os vá-
rios aspectos de um fenômeno disperso por diferentes disciplinas, num siste•
ma da classificação.
BIBLIOGRAFIA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
36
6. LANGRIDGE, O. Classificação: abordagem para estudantes de biblioteconomia.
Rio de Janeiro, lnterciência, 1977.
7. MILLS, J. The Universal Decimal Classification. New Brunswick, Graduate School
of Library Service, Rutgers lhe State University, 1964.
8. LOPES, F. L. Introdução A Filosofia. Rio de Janeiro, Agir, 1956.
9. GROLIER, E. êtude sur les catégories gémJrafes applicab/es aux classifications et
codifications documenraires. Paris, Unesco, 1962.
10. MILLS, J. A modem outline of library cfassification. London, Chapman & Hall,
1960,
11. CAMPOS, A. "A teoria das classificações anaUtico-sintáticas, ou facetadas e a sua
influência sobre a reforma da Classificação Decimal Universal (CDU). R. Bibliote-
con. Sras/lia, 3(1) :23-36, jan./jun. 1975.
12. NEEOHAM, C. D. Organizing know/edge in fibraries: an introduction to catalo-
guing and classification. London, A. Deutsch, 1964.
13. VICKERY, B. C. Classification and indexing in science. 3. ed. London, Butter-
worths, 1975.
14. LANCASTER, F. W. lnformation retrieval systems: characteristics, testing and
evaluation, New York, J. Wiley, 1963.
15. BROWN, A. G.; LANGRIOGE, D.; MILLS, J. An introduction to subject índex·
ing: a programmed text. Volume 1: Subject analysis and practical classification.
London, C. Bingley, 1976.
16. MARK, J. D. & TAYLOR, A. S. Um sistema de terminologia da documentação.
Rio de Janeiro. C.E.M.A., 1957.
17. SAYEAS, W. C. A manual of classification for líbrarians and bibliographers. Lon•
don, Grafton, 1955. ·
37
3
Estabelecida a ordem das classes e as possibilidades de combinação dos
assuntos, é indispensável a um sistema de classificação um método para indi-
car esta ordem e estas combinações, isto é, um código ou uma notação.
Notação é o conjunto de símbolos destinados a representar os termos
da classificação, traduzindo em linguagem codificada o assunto dos documen-
tos, e permitindo sua localização nas estantes, nos catálogos e nas tabelas de
classificação.
Uma boa notação não torna um sistema de classificação bom, mas a má
notação pode arruinar um bom sistema, já advertiu Henry Bliss. 1: um comple-
mento ao sistema de classificação, mas é indispensável à sua aplicação.
38
Esta terminologia não é adequada quando a notação inclui letras.
Os franceses e os portugueses preferem a palavra (ndice, que foi usada
por Laura Maia de Figueiredo e Edson Nery da Fonseca na tradução brasileira
2
do trabalho de E. Jacquemin •
Os bibliotecários empregam freqüentemente a palavra Classificação para
designar símbolo de classificação.
39
as fichas das obras sobre partidos políticos indicarem 329, Poderemos, ime·
diatamente, encontrar as obras sobre o assunto.
A notação oferece, ainda, símbolos que podem ser combinados com ou-
tros para indicar os assuntos complexos e compostos.
A notação pode, também, mostrar a subordinação e a relação entre os
assuntos, isto é, ser expressiva. Se tomarmos o número 327 (~olitica Exterior),
na Classificação de Dewey ou na CDU, saberemos, imediatamente, que é um
assunto de "Política" (32) e de "Ciêncis,s Sociais" (3) e que é relacionado
com 323 (Política Interna), Esta última finalidade é, atualmente, considerada
dispensável, pelos modernos teoristas de classificação bibliográfica.
Resumindo, podemos dizer que as funções ou finalidades da notação
são: o0 Qa'<'.-IQ,'<, •A:,~"(\'\eJ
1. traduzir em símbolos o assunto dos documentos;
2. localizar, através do índice, a posição de um conceito nas tabelas de
classificação;
3. indicar, no catálogo, onde se encontra determinado documento;
4. permitir a ordenação lógica dos documentos~ segundo o~ assuntos de
que tratam;
5. permitir a síntese;
6. mostra a hierarquia ou a estrutura do sistema de classificação.
3.4.1. Síntese
A combinação de símbolos de várias tabelas para a construção de núme-
ros de classificação denomina-se slntese.
Quase todos os sistemas de classificação praticam a síntese para formar
símbolos que representem os assuntos compostos ou complexos.
O símbolo 329.81, da Classificação de Dewey, apresenta uma síntese, is-
to é, com.bina 329 (Partidos Políticos) com 81 (notação de área para o Brasil).
A utilização do processo de síntese evita a necessidade de apresentar,
sob cada assunto, todas as subdivisões possíveis, o que representa uma econo-
mia incalculável na extensão das tabelas de classificação e aumenta a capaci-
dade do sistema de oferecer classificação detalhada, pois é praticamente im-
possível prever todas as subdivisões que irão ser necessárias.
Os sistemas de classificação em facetas fazem largo uso da síntese.
3.5.1 Ordem
3,6.2 Especificidade
41
3.5,3 Hospitalidade e Flexibilidade
42
Letras ou números decimais podem ser empregados em subdivisões em
cadeia mantendo a hierarquia, isto é, revelando perfeitamente a estrutura da
classificação, com expressividade.
A notação decimal é bem hospitaleira em cadeia, mas muito pouco em
fileira., pois só conta com nove subdivisões. Para aumentar a hospitalidade
em fileira, quando a notação é decimal, Ranganathan propôs o chamado prin-
cipio da oitava, isto é, a utilização, na divisão, dos algarismos de 1 a 8 e a
transformação do 9 em 91 até 98 e do 99 em 991 e assim sucessivamente.
Empregando o princípio da oitava para dividir a Filologia pela caracte-
rística Língua, teríamos os seguintes assuntos correlacionados ou, em outras
palavras, a faceta língua se comporia dos seguintes focos:
4 Filologia
41 Língua portuguesa 491 Língua finlandesa
42 Língua inglesa 492 Língua russa
43 Língua alemã 493 Língua norueguesa
44 Língua francesa 494 Língua irlandesa
45 Língua italiana 495 Língua flamenga
46 Língua espanhola 496 Língua africaander
47 Língua latina 497 Língua provençal
48 Língua grega 498 Língua sãnscrita
4991 Língua tupi.
Dewey empregou, em certos pontos da sua classificação, o princípio da i
oitava - é o que acontece quando reserva o número 9 para "outros" - mas o
fez inconsistentemente e não o formulou.
Outro meio para aumentar a hospitalidade em fileira é subdividir pela
centena ou pelo milhar em lugar da dezena, como a CDU faz em 329, que se
subdivide em:
329. 11
. 329.12
329.13
329.21
329.23
etc.
Na maioria dos casos, a notação decimal e, principalmente, a alfabética
será ·suficiente, se for feita uma divisão hierárquica perfeita, mas resultará em
números muito longos. Empregando uma notação mista -;-- letras, números de-
cimais ou não etc. -, poderemos obter símbolos que indiquem a hierarquia,
mas sejam relativamente curtos.
43
Alguns autores não distinguem entre hospitalidade e flexibilidade, mas
outros reservam flexibilidade ou expansibilidade para a capacidade da notação
de permitir a inserção de novos assuntos nos pontos adequados, sem alterar a
ordem existente.
A flexibilidade de uma notação, no sentido restrito de inclusão de no-
vos assuntos, pode exigir essa inclusã'o no infoio, no fim ou no meio de uma
seqüência, Nos dois primeiros casos, teremos o que se denomina extrapolação
e no terceiro uma interpolação.
A flexibilidade pode ser obtida:
1. deixando-se s/mbolos vagos. Apresenta, porém, o problema de não
ser poss(vel antecipar os pontos da classificação onde o desenvolvi-
mento do conhecimento levará ao aparecimento de novos assuntos.
Exemplo:
AB12 s/mbolosvagos;
AB16
AB17
2. utilizando caracteres de novo tipo (letras, números decimais etc.).
Exemplos:
353
354
354B novo assunto
355
347
347.1 novo assunto
348
AB13
AB13.2 novo assunto.
O segundo processo pode resultar em dar tratamento diferente a assun-
tos correlatos, levando-os ã posição de subdivisão, como é o caso dos números
seguintes, tirados do Oewey:
460 L/ngua espanhola
469 L/ngua portuguesa
469.9 Llngua galega.
Isto resulta em prejuízo da expressividade da notação.
As classificações, para obterem subdivisões perfeitas, utilizam, às vezes,
um indicador de faceta, isto é, empregam um caracter para indicar que está
sendo feita subdivisão ao assunto, segundo determinada característica.
44
'--./
!: h.--~,a~(j (\f:t,., f'i/V~(A/:\-"Y), " 1 t ~ 1 _,· />r";
O indicador de faceta poderá ser constituído de números, letras ou si-
nais gráficos reservados para esta finalidade.
Vários dos sisiemas tradicionais de classificação utilizaram o indicador
de faceta.
Dewey empregou o zero para indicar a faceta Forma e a CDU emprega
sinais gráficos tais como:
...
( ) para indicar a faceta Lugar
( =) para indicar a faceta Raça
para indicar a faceta Tempo
= para indicar a faceta .língua.
A classificação de Ranganathan utiliza vários sinais gráficos, como dois
pontos, ponto e vírgula, vírgula, apóstrofe, como indicadores de faceta.
Os membros do C/assificatjon .Research Group empregam, freqüente-
mente, letras maiúsculas para representar B;S facetas e letras minúsculas ou
números para representar as subdivisões, os focos, e, assim procedendo, não
necessitam do indicador de faceta.
Evitando-se o indicador de faceta diminui-se a extensão dos símbolos
de classificação.
Algumas vezes um documento apresenta uma relação entre focos de ·
uma mesma faceta, fato que se denomina relações intrafaceta. Para permitir a
combinação de focos de uma mesma faceta surge, algumas vezes, o indicador
de intrafaceta.
A hospitalidade da notação depende, também, em permitir a classifica•
ção alternativa, isto é, permitir a classificação de um mesmo assunto em vários
lugares.
A classificação alternativa pode ser relativa à localização ou ao trata-
mento.
Localização alternativa é a reserva de vários lugares no sistema de classi•
ficação para um mesmo assunto.
Tratamento alternativo significa que foram previstas várias ordens para
aplicação das características, isto é, podemos empregar várias fórmulas de fa-
ceta.
Na classificação de Dewey, podemos classificar biografia·em 920, ou no
assunto em que o biografado se destacou, empregando 092 (subdivisão stan•
dard), exemplificando localização alternativa. Exemplo:
Biografia de botânicos 925.B ou 580.92.
A CDU, se bem que apresente uma fórmula aconselhável, possibilita vá·
rias combinações ou fórmulas de faceta diferentes, para serem usadas a crité-
rio do usuário. Exemplo:
45
331.215(44)"1910'':663.2
331 .215:663.2(44) "191 O"
(44)331.215:663.2"191 O"
"1910"331.215:663.2(44).
Para a ordenação dos livros nas estantes, não é possível utilizar ao mes•
mo tempo várias fórmulas de faceta para um mesmo assunto, mas isto pode
ser feito nos catálogos, fazendo-se várias fichas para um mesmo assunto, em-
pregando várias combinações diferentes ou várias fórmulas de faceta dife-
rentes . .
Notação retroativa consiste na inversão da ordem normal dos caracteres,
isto é, na utilização das últimas letras ou números para os assuntos mais gerais
e dos primeiros para os assuntos mais específicos e para indicadores de faceta.
O surgimento de letra alfabeticamente anterior ã precedente indica a
modificação dá faceta, a subdivisão.
A notação deste último tipo exige grande engenhosidade que, acredita-
mos, só poderá ter sucesso em classificações especializadas.
46
A extensão dos símbolos de classificação está na razão inversa da base
da notação. Quanto maior for a base, mais curtos serão os símbolos.
Uma classificação hierárquica levará a símbolos mais longos do que uma
ordinal. Por outro lado, a classificação hierárquica possibilita símbolos mais
fáceis de guardar. Needham acha que o emprego da síntese leva à formação de
símbolos extensos.
Para obter-se símbolos de notação curtos, segundo Needham, é neces•
sário: ·
1. base grande;
2. destinação de números variáveis de símbolos básicos conforme a ex-
tensão do assunto;
3. desistir da expressividade;
4. não empregar a síntese.
S(mbolos de classificação longos são, todavia, muitas vezes necessários à
classificação detalhada, mas são, sem dúvida, um empecilho à memorização e
levam a erros na transcrição.
3.5.5 Mnemônica
Entende-se por mnemônica a qualidade da notação de utilizar, para re-
presentar vários assuntos relacionados, símbolos que possibilitem a associação
de idéias, facilitando a memorização.
As mnemônicas podem ser sistemáticas, quando o mesmo símbolo é uti-
lizado para representar idéias iguais ou semelhantes, que, pela associação, faci-
litam guardar e compreender. Dewey usou largamente este tipo de mnemôni-
ca. Exemplo:
440 Língua francesa
840 Literatura francesa
944 História da França
313.4 Estatística da França.
As mnemônicas_ literais aparecem quando, em notações alfabéticas, é
utilizada a letra, OI_J as letras, iniciais dos termos para símbolos da classifica-
ção. Exemplo:
A para Arte
AP para Pintura
AE para Escultura.
Esta qualidade só terá significado nos países que falam a 1/ngua em que foi
concebida a classificação.
Não há notação perfeita. O autor do sistema de classificação deve esco·
lher aquela que melhor se adapte ao seu público e à utilização que este faz da
notação.
47
"Elle/la notation/doit assumer ces fonctions avec élégance, de maniàre ã
ne pas être trop lourde pour l'utilisateur" (Vicke·ry) 4 •
BIBLIOGRAFIA
MILLS, J. A modem out/ine of líbrary classification. London, Chapman & Hall, 1960.
p. 37-52,
SA YERS, W. C. 8. Arr· introduction to 1/brary c/assif/cation. 9. ed. London, Grafton,
1955. p. 53-68.
- - . A manual of c/assification for 1/brar/ans and bibliographers. 3.ed. London, Graf.
ton, 1955. p, 69-74.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
48
4
O /ndice de um sistema de classificação é uma lista alfabética dos seus
termos e respectivos sinônimos, indicando os símbolos de classificação que
os representam.
O índice alfabético não indica qualquer documento que trate dos as•
suntos indexados, serve, tão somente, para indicar o símbolo de classificação
de determinado assunto.
Um sistema de classificação bibliográfica deve vir acompanhado de um
(ndice, que inclua todos os seus termos e respectivos sinônimos, para facili-
tar ao classificador a localização dos assuntos nas tabelas de classificação.
Uma biblioteca que utilize um catálogo sistemático necessita compilar
um índice para indicar aos usuários, partindo do dado qu~ conhecem - o
nome dos assuntos -, os símbolos que representam esses assuntos no catálogo.
Uma bibliografia em forma sistemática, isto é, trazendo os documentos
relacionados segundo s/mbolos de classificação, deve ser completada com um
índice alfabético dos assuntos.
A compilação de um índice para uma classificação tem, portanto, duas
finalidades:
1. localizar os assuntos nas tabelas do sistema de classificação;
2. localizar os assuntos em catálogos classificados ou em bibliografias
sistemáticas.
O /ndice alfabético ainda pode servir como guia das estantes, quando o
acervo é ordenado por um sistema de classificação.
Os sistemas de classificação não reúnem todos os aspectos de um mes-
mo assunto, porque pertencem, muitas vezes, a vários ramos do saber. CAFÉ,
por exemplo, é uma planta cujas características são tema da Botânica; existe
uma técnica para o seu cultivo, estudada em Agricultura; os aspectos comer-
ciais e industriais serão çlassificados em Comércio e em Tecnologia.
As funções do índice alfabético são:
1. traduzir a linguagem natural em símbolos de classificação;
2. reunir os assuntos relacionados dispersos, oferecendo como que
uma outra classificação, sob bases diferentes.
49
O índice ainda auxilia a manutenção da uniformidade e da consistência
no classificar, evitando classificações diferentes para um mesmo assunto.
Uma biblioteca poderá entregar à consulta dos usuários o índice impres-
so que acompanha o sistema de classificação, mas este recurso, além da im-
perfeição apresentada pela maioria dos índices impressos, terá, ainda, os se-
guintes inconvenientes:
1. incluirá assuntos sobre os quais a biblioteca não possui documenta-
ção, levando o usuário a buscas infrutíferas;
2. não estará atualizado em relação ã terminologia e não apresentará o
vocábulo empregado por determinado grupo de usuários;
3, não indicará os assuntos compostos por síntese ou por processos de
relacionamento.
Sayers divide os (ndices em dois tipos: específicos e relativos.
lndice especifico é aquele que só relaciona uma entrada para cada as-
sunto. Só poderá funcionar com sistemas de classificação que ofereçam uma
ónica localização para cada assunto.
O índice da Subject Classification de James Duff Brown é um exemplo
de índice específico, mas deixa de indicar as combinações feitas com auxílio
das "Categorical Tables",
Mills acha que um índice específico não é uma forma de índice, mas
sim um índice incompleto, pois nenhum sistema pode oferecer só uma loca-
lização para cada tema.
i'ndice relativo é aquele que indica para cada fenômeno todos os pontos
do sistema em que aparecem os seus vários aspectos.
O mais famoso índice relativo é o da Classificação Decimal de Dewey e
o próprio nome - índice relativo - deve-se a Melvil Dewey.
Este tipo de (ndice pressupõe entradas diretas para assuntos espec(fj.
cos, fazendo-as acompanhar de qualificativos, que indicam os vários aspectos
visualizados por cada símbolo de classificação. ·
A classificação de Dewey emprega margens diferentes para indicar a
subordinação dos assuntos. Ex.:
RENDA
Economia 331.2
Finanças 336
Impostos 336.24
Pessoas físicas 336.242
Pessoas jurídicas 336.243
Jesse Shera e Margaret Egan sugerem outro formato para as entradas do
índice:
50
BALNEÁRIOS 613.12 (Higiene)
725.75 (Arquitetura)
Outras disposições dos dizeres nas fichas são perfeitamente aceitáveis,
uma vez que não existe normalização neste setor.
Ranganathan sistematizou o processo de compilação de índices relati•
vos, criando o chamado lndíce em Cadeia, que, além de ser um método de
compilação sistemático e automático, ainda apresenta a vantagem de evitar
o esquecimento de entradas neces5'irias,
O processo de Ranganathan é considerado econômico, pelos autores
ingleses, porque, possibilitando evitar entradas múltiplas, reduz o número de
entradas para cada documento, sem diminuir a eficiência do catálogo ou da
bibliografia.
51
6. Não são indexados os termos encontrados nas tabelas que não se aplicam
ao assunto tratado no documento objeto da classificação, portanto não serão
indexados DIVERTIMENTOS e DESPORTOS, que não s/l'o relacionados com
MOSTEIROS.
7. Vamos indexar 338.85 (TRUSTES)
CADEIA
3 CIÊNCIAS SOCIAIS
3 ECONOMIA
8 PRODUÇÃO
.8 MONOPÓLIOS
5 TRUHES. CARTÉIS
RESULTADO DA INDEXAÇÃO
TRUSTES: MONOPÓLIOS: PRODUÇÃO: ECONOMIA 338.85
MONOPÓLIOS: PRODUÇÃO: ECONOMIA 338.8
PRODUÇÃO: ECONOMIA 338
ECONOMIA 33
CIÊNCIAS SOCIAIS 3
Não foi indexado CARTÉIS, porque o livro trata de TRUSTES,
8. Vamos indexar 546.22 (ENXOFRE)
CADEIA
5 CIÊNCIAS PURAS
4 OU!'MICA
6 OUIMICA INORGÂNICA
,2 METALÓIDES
2 ENXOFRE
RESULTADO DA INDEXAÇÃO
ENXOFRE: METALÓIDES: aui'MICA INORGÂNICA 546.22
METALÓIDES: aui'MICA INORGÂNICA 546.2
OUIMICÁ INORGÂNICA 546
OUl'MICA 54
CIÊNCIAS PURAS 5
9. Não é necessário incluir, como qualificativos, todos os elos superiores da
cadeia. É permitido suprimir aqueles que não fazem falta à boa compreensão
do contexto em que o assunto está sendo tratado. No exemplo acima não
foram incluídos CIÊNCIAS PURAS e QUIMICA.
Geralmente as grandes divisões do conhecimento não são necessárias,
porque o nome da disciplina já indica o grande ramo do conhecimento.
-10. Cada elo da cadeia só é indexado uma vez da mesma forma.
11. Vamos indexar 546.33 (SÓDIO)
CADEIA
5 CIÊNCIAS PURAS
4 OUIMICA
6 OUi'MICA INORGÂNICA
,3 METAIS
3 SÓDIO
52
RESULTADO DA INDEXAÇÃO
SÓDIO: METAIS: OU(MICA INORGÂNICA 546.33
METAIS: QU(MICA INORGÂNICA 546.3
Não há necessid~de de indexar novamente OUIMICA INORGÂNICA e
QUÍMICA, porque já foram indãxadas anteriormente.
Podem ser suprimidos qualificativos desnecessários, da( a supressão de OUfMICA
12. Vamos indexar 820-1 (POESIAS INGLESAS)
CADEIA
82 LITERATURA
O LITERATURA INGLESA
-1 POESIA
RESULTADO DA INDEXAÇÃO
POESIAS: LITERATURA INGLESA 82
LITERATURA INGLESA 820
LITERATURA 820-1
13. Vamos indexar 614.532 (CONTROLE HIGIÉNICO DA MALÁRIA)
CADEIA
6 CIENCIAS APLICADAS. TECNOLOGIA
1 MEDICINA
4 HIGIENE
,5 CONTROLE OE DOENÇAS INFECCIOSAS
3 DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS
2 MALÁRIA
RESULTADO DA INDEXAÇÃO
MALÁRIA: CONTROLE DE DOENÇAS INFECCIOSAS: HIGIENE:
MEDICINA 614.532
DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS:CONTROLE DE DOENÇAS
INFECCIOSAS: HIGIENE: MEDICINA 614,53
HIGIENE: MEDICINA 614
MEDICINA 61
CIENCIAS APLICADAS 6
Não foi indexado TECNOLOGIA, porque MEDICINA não se enquadra no
termo.
14. Não é obrigatório utilizar os termos encontrados na tabela, é possível
acrescentar sinônimos que lá não se encontram.
15. Vamos indexar 633.1 (CULTIVO DE ÇEREAIS)
CADEIA
6 CIÊNCIAS APLICADAS. TECNOLOGIA
3 AGRICULTURA
(633/635) PRODUTOS VEGETAIS
3 TIPOS DE CULTURA
1 CEREAIS. GRÃOS
RESULTADO DA INDEXAÇÃO
CEREAIS: CULTIVO: AGRICÚL TURA 633,1
GRÃOS: CULTIVO: AGRICULTURA 633.1
CULTIVOS: AGRICULTURA 633/635
53
CULTURAS:AGRICULTURA 633/635
LAVOURAS: AGRICULTURA 633/635
PLANTI\ÇÕES: AGRICULTURA 633/635
PRODUTOS VEGETAIS: AGRICULTURA 633/635
PRODUTOS AGRltOLAS:AGRICULTURA 633/635
AGRICULTURA 63
TECNOLOGIA 6
CIENCIAS APLICADAS já foi indexado anteriormente,
16, Indexam-se os assuntos mais específicos inclu(dos em símbolos de classi•
ficação mais gerais, indicando-se a classificação que receberam.
17. Vamos indexar CULTIVO DO ARROZ, para o qual não há símbolo es-
pecífico no sistema de classificação, que foi classificado em 633.1, tendo,
portanto, a mesma cadeia acima.
RESULTADO DA INDEXAÇÃO
ARROZ: CULTIVO: AGRICULTURA 633,1
RIZICULTURA 633.1
Os demais elos da cadeia já foram indexados,
·ª 5
MONOPÕLIO
TRUSTES. CARTÉIS
:622,3 MINÉRIOS
RESULTADO DA INDEXAÇÃO
MINÉRIOS: TRUSTES: PRODUÇÃO: ECONOMIA 338.85:622.3
Já foi indexado 338,85, portanto não necessitamos voltar a indexar os
elos superiores desta cadeia, ·
55
6 TAXAS DE IMPORTAÇÃO
Subdividir pela inercadoria de 000-999
:629.2~2 AUTOMÓVEIS DE PASSAGEIROS
RESULTADO DA INDEXAÇÃO
AUTOMÓVEIS: IMPOSTOS OE IMPORTAÇÃO:
ECONOMIA 336,266:629222
TAXAS wr IMPOSTOS
IMPOSTOS DE IMPORTAÇÃO: FINANÇAS PÚBLICAS:
ECONOMIA 336.266
IMPOSTOS ALFANDEGÁRIOS: FINANÇAS PÚBLICAS:
ECONOMIA 336.26
IMPOSTOS ADUANEIROS: FINANÇAS PÚBLICAS:
ECONOMIA 336,26
IMPOSTOS: FINANÇAS PÚBLICAS: ECONOMIA 336,2
FINANÇAS PÚBLICAS: ECONOMIA 336
ECONOMIA e Cll:NCIAS SOCIAIS já foram inc~exadas
56
ANIMAIS VERTEBRADOS: ZOOLOGIA 596/699
ZOOLOGIA 69
CIÊNCIAS PURAS já estd Indexado
29. Normalmente nâ'o são indexados as subdivisões de tempo, mas, excepcio•
nalmente, podem ser indexadas, quando têm nome. Ex.:
1DADE MÉDIA: EUROPA: EDUCAÇÃO 37 (4) "04/14"
30. Geralmente não são indexadas as subdivisões de forma, para as_ quais
sâ'o feitas remissivas gerais. Ex.:
REVISTAS
Procure pelo símbolo do assunto, seguido da subdivisão (05). Ex.: Revista
de Química 54 (061
31. Não existe formato normalizado para as entradas do índice alfabético.
Um formato possível será:
PRODUÇÃO: ECONOMIA
338
REVISÃO
1. Reproduz-se a cadeia de subdivisões do sistema de classificaçâ'o, desde a
classe geral até o símbolo que está sendo Indexado.
2. Suprimem-se os elos (níveis) hierárquicos errados (elos falsos) e criam-se
os elos necessários, mas não expressos pela notação.
3. Inicia-se a indexação.pela base da cadeia.
4. Indexam-se todos os níveis significativos da cadeia, partindo da base, até
atingir o ápice.
5. Não são indexados os elos falsos.
6. Não são indexados os elos improváveis de serem procurados (unthought
links).
7. Indexam-se diretamente os sinônimos, exceto quando este procedimento
acarretará muitas entradas duplicadas.
8. Indexam-se os assuntos mais específicos incluídos em símbolos de clas-
sificação mais gerais (extensão verbal).
57
9. Indexam-se só termos que representam assuntos dos documentos que es-
tão sendo catalogados. Não são indexados outros assuntos encontrados no
mesmo símbolo de classificação.
10. Tratam-se como subdivisões comuns os s/mbolos resultantes de relacio-
namento ou s(ntese.
11. Acrescentam-se qualificativos ã entrada, para precisar o contexto que está
sendo representado, mas os qualificativos devem ser:
a) tirados de níveis superiores da cadeia;
b) mantidos no mini mo necessário.
12. Indexa-se cada nível da cadeia, da mesma forma, só uma vez.
13. Não são indexadas as subdivisões de tempo, exceto quando têm nome.
14. As subdivisões de forma geralmente são objeto de remissivas gerais.
15. Deve-se procurar normalizar as entradas do lndice (uso de maiúsculas e
minúsculas, pontuação, emprego do singular ou do plural, disposição dos dize-
res na ficha, margens, etc.)
4.2 INDICE NUMÉRICO
O Indica alfabético do catálogo sistemático deve ser acompanhado por
um catálogo auxiliar, denominado por $hera de fndice numérico. Mills o
chama de "Authority File", Veiga e Jakobson preferem Indico de rubricas
e há quem o intitule de fndice do fndice.
O índice numérico é uma inversão do índice alfabético, destinada a
registrar as várias entradas feitas neste índice, remetendo para determinado
s/mbolo de classificação.
Cada símbolo de classificação incluído no índice alfabético dá origem a
uma ficha do índice numérico, na qual são registradas todas as entradas que
a ele remetem.
Caso tenham sido feitas, para o índice alfabético, as entradas seguintes
Ceifa: Equipamentos: Cereais: Agricultura 633.1-135
Ceifeiras: Cereais: Agricultura 633.1-135
Colheita: Equipamentos: Cereais: Agricultura 633.1-135
o (ndice numérico terá a seguinte composição:
633.1-135
Ceifa: Equipamentos: Cereais: Agricultura
Ceifeiras: Cereais: Agricultura
Colheita: Equipamentos: Cereais: Agricultura
58
O (ndice numérico facilita a revisão e a retirada de entradas existentes
no índice alfabético, quando ocorrem modífícações na classificação ou quan-
00 a biblioteca deixa de possuir documentos sobre determinado assunto.
BIBLIOGRAFIA
59
5
5.1 TIPOS DE SISTEMAS
60
6.1.1 Classificações Filosóficas
61
!
1
Arvore de Porfírio
Substância
Corpórea incorpórea
animada inanimada
sensível insensível
racional irracional
62
Ciências Reais (ciências das coisas)
Geometria
Aritmética
Astronomia
Música.
63
Deste sistema, sofreram influência, entre outras, as classificações biblio·
gráficas de Harris (1870), Dewey (1876), Classificação Decimal Universal
(1905) e Classificação da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.
Até chegarmos ao século XIX, encontramos ocupados com classificação
das ciências o francês Descartes (1596-1650), os ingleses Hobbes (1588-1679)
e Locke (1632-1704) e o alemão Leibnitz (1646-1715).
No século XIX, as classificações tomam um cunho mais positivo, funda·
montando-se na natureza dos fenômenos. Surgem as obras de Bentham (1748·
1832), Coleridge, Hegel (1770-1831), Ampere (1775-1836), Comte (1798-
1857), Stuart Mil! (1806-1873), Spencer (1820-1903) e Wundt (1832-1920).
As mais importantes classificações deste período são as de Augusto Comte e
Wundt.
Augusto Comte dividiu as ciências em: abstratas (fundamentais) e con-
cretas (derivadas). As abstratas estudando as leis gerais, independente,dos se•
res concretos em que se realizam, e as concretas estudando estes seres, consi-
derados em sua complexibilidade concreta. COfl1te parte das ciências mais sim•
pies, abstratas e independentes, para as mais complexas e dependentes, divi-
dindo-as em:
Matemática Química
Astronomia Biologia
Física Sociologia
e uma sétima ciência suprema, a Moral.
Wilhelm Max Wundt, filósofo alemão, apresentou a seguinte classificação:
Ciências formais (que tratam de relações abstratas)
Ciências reais
Ciências da natureza
fenomenológicas
genéticas
sistemáticas
Ciências do espfrito
fenomenológicas
genéticas
sistemáticas.
65
a estrutura do conhecimento como os especialistas em cada campo o vêem.
Nâ'o haverá, geralmente, nenhuma inconsistência entre os padrões de conheci·
mento como os homens o sabem e como sobre eles escrevem".
"Em geral, quanto mais próxima uma classificaçâ'o chega da verdadeira
ordem das ciências e quanto mais próxima se mantém dela, melhor será o sis•
tema e mais longa será sua existência" (E. C. Richardson)'".
"Acredito que o autor de um sistema para ordenação de livros terá mais
probabilidade de produzir um trabalho de valor permanente se tiver sempre
em mente uma classificação do conhecimento" (C. A. Cutter),
"Deve-se ter claro em mente que a classificação do conhecimento deve
ser a base da classificação de livros; que a última obedece em geral às mesmas
leis, segue a mesma seqüência ... Uma classificação de livros, nâ'o posso repe-
tir mais enfaticamente, é uma classificação do conhecimento" (Berwick Sayers).
"A distinção feita tâ'o freqüentemente entre classificação do conheci-
mento e classificação de livros nâ'o deve nos levar a conclusões negativas ...
Há, ·na verdade, dois tipos de classificação, de um lado a lógica, natural e cien-
tifica, de outro lado a prática, arbitrária e utilitária;_,~•• na classificação de bi-
bliotecas, devemos unir estas duas, as duas final ida~ devem ser combinadas"
(H. E. Bliss). , ·
Nem a classificação filosófica, nem a classificação cientifica "é remota·
mente adequada para classificar a vasta variedade de informações apresentada
na literatura e a classificação bibliográfica constitui um tipo bem diferente de
clássificação do conhecimento" (J, Mills).
"O melhor pensamento atualmente acredita que uma classificação bi·
bliográfica é idêntica a uma classificação do conhecimento, com alguns ajus-
tes, devidos ao modo pelo qual os assuntos são apresentados em livros, mas
considera que devemos procurar outros princípios, além daqueles próprios das
classificações científicas e lógicas, pois "classificações científicas de fenôme-
nos naturais, baseadas em relações gênero/espécie são só uma parte da classifi·
cação bibliográfica. Há muitas outras relações nos assuntos dos documentos,
relações da parte com o todo, da propriedade com seu possuidor, da ação com
seu paciente ou agente, e assim por diante" {Langridge) 4 •
As classificações bibliográficas, em virtude das características próprias
aos documentos, além das divisões do cónhecimento, exigem:
1. uma classe que reúna as obras sobre todos os assuntos, subdividida
pela forma do documento;
2. subdivisões de torma, aplicáveis aos vários assuntos;
3. uma notação, isto é, um conjunto de s(mbolos para representarem os
assuntos e permitir a ordenação lógica dos documentos;
4. um índice, para facilitar a consulta.
66
Segundo o modo de apresentação dos assuntos, a estrutura da classifica-
ção, as classificações bibliográficas podem ser: enumerativas, analltico-sintéti·
cas ou semi-enumerativas.
As classificações enumerativas procuram indicar 1odos os assuntos e to-
das as combinações possíveis entre eles e apresentar os símbolos que os repre-
sentam prontos para serem empregados.
As classificações analítico-sintéticas apresentam listas dos conceitos (fa•
cetas), acompanhadas de símbolos, e deixam· ao classificador a tarefa de com-
binar os símbolos para representar os assuntos compostos. São também deno·
minadas classificações em facetas ou classificações facetadas (faceted classifi-
cation}.
Classificações semi-enumerativas são aquelas que recorrem em parte à
síntese (combinação de símbolos) para a construção dos símbolos destinados
a representar os assuntos compostos, mas outras vezes apresentam símbolos
prontos para estes assuntos.
Todas as classificações bibliográficas gerais existentes são enumerativas
ou semi-enumerativas, com exceção da Classificação de Dois Pontos (Co/on
C/assification} de Ran'ganathan, que é analítico-sintética ou facetada.
Note-se, entretanto, que nenhum dos sistemas, exceto o de Rider, é to·
talmente enumerativo, todos recorrem em maior ou menor escala à síntese,
mas os sistemas classificados como semi-enumerativos apresentam maior em-
prego da síntese e melhor análise dos assuntos.
A maioria dos autores sobre Biblioteconomia considera os sistemas de
Oewey e da Library of Congress como enumerativos, mas a Classificação Deci•
mal Universal. valendo-se em maior escala da síntese e apres~ntando a possibi-
lidade de relacionamento de assuntos, é enquadrada como sistema semi-enu•
merativo.
Ranganathan 5 distingue cinco tipos de sistemas de classificações biblio-
gráficas:
1. sistemas enumerativos;
2. sistemas quase-enumerativos;
3. sistemas quase-facetados;
4. sistemas rigidamente facetados;
5. sistemas livremente facetados ou analítico-sintéticos.
67
comuns. São exemplos deste tipo, a Classificação Decimal de Dewey e a Sub-
ject C/assification, de J. D. Brown.
Os sistemas quase-facetados compõem-se de tab~las enumerativas de
assuntos, completadas por tabelas de subdivisões comuns e tabelas de subdivi-
sões especiais. Fazem parte deste grupo a Classificação Decimal Universal e a
Bibliographic C/assification, de H. E. Bliss.
Os sistemas rigidamente facetados são constitu (dos de tabelas contendo
assuntos básicos, tabelas de subdivisões comuns, tabelas auxiliares especiais e
determinações rígidas sobre a seqüência em que devem ser combinados os vá-
rios conceitos (fórmula-de-facetas).
Os sistemas livremente facetados ou analítico-sintéticos apresentam as
mesmas partes que o tipo anterior, mas não determinam a ordem para a com•
binação dos vários conceitos, passando esta combinação a ser guiada por prin-
cípios, possibilitando ao classificador criar novas subdivisões, segundo normas
estabelecidas.
Na opinião de Ranganathan, a Co/on C/assification foi rigidamente face-
tada até a 3~ edição (1950), mas passou à livremente facetada ou analítico-
sintética nas edições posteriores.
As classificações tradicionais, os sistemas hierárquicos e enumerativos,
constituem uma grande árvore do conhecimento e o distribuem em gêneros e
espécies, conforme os predicáveis de Porfírio. Reconhecem as categorias' aris·
totélicas, mas não fazem delas um emprego deliberado, conscientà e constan-
te. Apresentam, às vezes, segundo Vickery, divisões confusas e inconsistentes
e, segundo Mills, aplicam as características sem a necessária firmeza, o que'r8-
sulta em análise defeituosa dos assuntos e em enumeração parcial dos assuntos
compostos.
Grolier, em La C/assification et /e C/assement (Prob/emes de Documen-
tation de Bibliotheques et d'Archives), divid~ as classificações em dois tipos:
1. lineares, hierárquicas ou de classes entrosadas;
2. de coordenadas múltiplas.
No primeiro grupo, temos classificações perfeitas na hierarquia e na es-
colha da característica, porém em desacord9 com a apresentação das idéias
em documentos.
No segundo grupo, estão incluídas as classificações que procuram dis-
tinguir os diferentes pontos de vista, sob os quais se apresentam as idéias, e
formar símbolos de classificação pela combinação de símbolos simples, re-
presentativos de diferentes pontos de vista.
A divisão de Grolier corresponde à distinção entre classificações enume-
rativas e sintéticas.
Richardson 1 considera que as classificações podem ser:
68
1. lógicas, partindo dos assuntos mais complexos para os mais simples;
2. geométricas, de acordo com a posição das coisas no espaço;
3. cronológicas, de acordo com a posição das coisas no tempo;
4. genéticas, de acordo com a origem 1 a raça ou as "fam li ias";
5. históricas, combinando posição no espaço, tempo e origem;
6. evolutivas, partindo do assunto simples para o composto;
7. dinâmicas, conforme a força;
8. alfabéticas, de acordo com a ordem alfabética dos termos;
9. matemática, de acordo com a ordem numérica dos símbolos.
5.2 HISTÓRIA
69
As bibliotecas medievais mantinham os livros ordenados por tamanho,
ou em ordem alfabética pelo nome dos autores ou, ainda, em ordem cronoló·
gica.
Sabe-se que o regulamento da biblioteca da Universidade de Oxford, de
1431, estabelecia que os livros sobre as sete a, tes liberais e as três filosofias
fossem conservados separados nas estantes. Seria, então, uma ordenação se-
gundo o trivi um e o quadrívium, a que já nos referimos, quando tratamos de
classificações filosóficas.
Aldus Manutius, editor veneziano, ao publicar, em 1498, o seu catálogo
intitulado Libri Graeci lmpressi, empregou uma classificação rudimentar divi-
dindo-o em:
Gramática
Poética Filosofia
Lógica Escrituras Sagradas. ·
Em 1545-48, Konrad von Gesner, sábio e naturalista suíço, publicou a
célebre Bibliotheca Universalis, uma bibliografia universal, cuja segunda Parte,
denominada Pandectarum sive Partitionum- Universatium Conradi G~sneri Li-
gurini Libri XXI, comumente chamada Pandectarum, ordenando os livros se-
gundo uma classificação considerada por Edward Edwards como a primeira
classificação bibliográfica (Memoires of Libraries. Treubner, 1859).
O sistema de Gesner, baseado no trivium e no quadrívium, considerava a
Filosofia com.o representando a totalidade do conhecimento e apresentava 21
subdivisões, com a seguinte hierarquia:
FILOSOFIA
Ciências Preparatórias Ornamentais
Necessárias 10. Adivinhação e Mágica
Sermoniais 11. Geografia
1. Gramática e Filologia 12. História
2. Dialética 13. Artes Mecânicas
3. Retórica Substanciais
4. Poética 14. Filosofia Natural
15. Metafísica
Matemática 16. Moral
5. Aritmética 17. Economia
6. Geometria, Ótica etc. 18. Polltica Civil e Militar
7. Música 19. Jurisprudência
8. Astronomia 20. Medicina
9. Astrologia 21. Teologia Cristã.
Gabriel Naudé, em sua Bibliothecae Cordesianae Ca/atogus (Paris, 1643),
apresentou um esquema de classificação simples, dividindo as obras em:
70
Teologia Cronologia Direito Canônico
Medicina História Filosofia
Bibliografia Arte Militar Política
Jurisprudência Literatura.
Na mesma época, surgiu na França o chamado Sistema Francis ou Siste•
ma dos livreiros de Paris, cuja autoria é discutível, sendo atribuído ao jesuíta
Jea~ Garnier, ao livreiro Gabriel Martin, que o utilizou em inúmeros catálogos
publicados entre 1705 e 1761, e, com maior convicção, a Ismael Bouilliau,
compilador da Bibliotheca Thuana (1679).
Outros livreiros utilizaram e modificaram o Sistema Francês, como
Prosper Marchand e Guillaume de Bure, mas a principal adaptação foi feita
por Jacques Charles Brunet, para o Manuel du Libraire et d'Amateur de Livres
(Paris, 1810), cujas principais classes são
Teologia Ciências e Artes
Jurisprudência Belas Artes
História
O sistema de Brunet apresentou uma notação mista e complexa, combi·
nando algarismos arábicos e romanos, letras maiúsculas e minúsculas.
Este sistema foi a classificação européia que maior influência exerceu
no continente e serviu de base às classificações utilizadas na Biblioteca Naclo·
nal de Paris, na Biblioteca de Sainte Geneviêve (Paris) e no British Museum
(Londres).
No fim do século XVIII, Diderot e d'Alembert utilizaram a classificação
de Francis Bacon ( 1605) para a Encyclopédie ou Dictionnaire Raisonné des
Sciences, des Arts et des Métiers (1780·82).
A Alemanha foi fértil em sistemas de classificação, os quais, no entre·
tanto, não transpuseram suas fronteiras. Arnim Graesel, em seu Handbuch der
Bibliothekslehre ( 1902), elogia os sistemas de Otto Hartwig (1888) e de Schutz
e Hufeland ( 1785-1800).
Na Itália, destacaram-se os sistemas de Natale Battezzati (Nuova Siste·
ma di Catalogo Bibliographico, Milão, 1871) e G. Bonazzi, que combinou os
sistemas de Hartwig e Dewey, em seu Schema di Catalogo Sistematico per le
Biblioteche (Parma, 1890).
Nathaniel Shurtleff propôs, em seu trabalho A Decimal System for the
Arrangement and Administration of Libraries (Boston, 1856). a utilização de
números-decimais para numerar estantes (não para livros), o que já havia sido
feito na França, por La Croix du Maine, em 1582, e pela biblioteca de Glas•
gow, em 1790.
É nos Estados Unidos que surge a primeira classificação bibliográfica de
grande importância universal, devido ã sua influência em outras classificações
71
e à sua permanência, a Decimal C/assification de Melvil Dewey (1851-1931),
publicada pela primeira vez anonimamente, sob o título: A Classification and
Subject lndex for Cata!oguing and Arranging of Books and Pamphets of a Li-
brary (Amhersts, Mass., 1876). Dewey inspirou-se na divisão do conhecimen-
to humano preconiz~da por William Torrey Harris, utilizada na biblioteca da
escola pública de St. Louis (EEUU) desde 1870, baseada na inversão da clas-
sificação de Bacon.
Apresentamos, a seguir, o quadro das principais divisões das classifica•
ções de Bacon, Harris e Dewey:
/
Harris dividiu o conhecimento em 100 divisões, em ordem aritmética e
com distribuição irregular de números para as diferentes classes.
72
O quadro seguinte aprésenta as classes principais e a notação que lhes
foi atribuída por Harris.
Filosofia 2-5
Religião 6-16
Ciências Sociais 17-31
Filologia 32-34
Ciências 1 + 35-31
Tecnologia 52-63
Belas Artes 64-65
Literatura 66-78
História 79-97
Diversos 98-100
O sistema de Dewey foi o primeiro a utilizar números decimais para
símbolos de classificação aplicáveis aos próprios documentos, o primeiro a
empregar largamente divisões paralelas (principalmente em 400, 800 e 900) e
parece ter sido o primeiro a empregar o princ(pio de divisão por transferência,
expressão empregada por Grolier para designar subdivisões do tipo "divida co-
mo" de Dewey.
Já foram publicadas 19 edições da classificação de Dewey, que vem sen-
. do constantemente ampliada e atualizada e é, ainda hoje, a mais adotada nas
bibliotecas de todo o mundo.
Charles Ammi Cutter, outro bibliotecário norte-americano, especial-
mente famoso por seus trabalhos Rufes for a Dictionary Cata/og e Author
Marks, insatisfeito com a notação decimal da classificação de Dewey, apresen-
tou um sistema denominado Expansive C/assification (Boston, 1891-93), no
qual os assuntos são representados por letras.
Cutter utilizou pela primeira vez, num sistema de classificação, as sub-
divisões comuns de forma e geográfic;as.
A Expansive C/assification constitui-se, na verdade, de seis sistemas de
classificação completos e um sétimo deixado por terminar. É baseada na
inversão da classificação de Bacon e influenciou a Classificação da Biblioteca
do Congresso dos Estados Unidos.
Em 1899, quando a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos já pos-'
suía cerca de dois milhões de volumes, tomaram a decisão de criar um novo
sistema de classificação para ser utilizado por essa entidade. Partindo do co-
nhecimento como é apresentado nos livros foi criado um grande sistema de
classificação bibliográfica e iniciada a sua publicação em 1901. Este sistema,
devido, talvez, à falta de boas explicações sobre seu manejo, ficou, durante
certo tempo, restrito à Biblioteca do Congresso, mas, modernamente, sua
aceitação vem aumentando ao ponto de, hoje, ser largamente utilizada nas
73
grandes bibliotecas universitárias americanas; mas sua aplicação fora dos Esta·
dos Unidos é bem limitada.
O segundo sistema de classificação bibliográfica em importância univer·
sal é a Classificação Decimal Universal, devida a Paul Otlet e Henri de La Fon-
taine, publicada pelo Instituto Internacional de Bibliografia, hoje Federação
1nternacional de Documentação, em 1905. Originado do sistema de Dewey,
é um sistema hierárquico, com base filosófica, mas no qual, graças à utiliza•
ção de sinais gráficos, diz•se que surge a tentativa de classificação em facetas,
· cujo primeiro emprego consciente apareceu na Classificação de Dois Pontos,
da autoria de Ranganathan.
James Duff Brown (1816-1914), célebre pela introdução do livre acesso
às estantes nas bibliotecas públicas inglesas, com a primeira experiência feita
na C/erkenwe/1 Public Librarv, é o autor do único sistema de classificação ge·
ral importante da Inglaterra. Em 1890, Brown, em colaboração com John
Henry Ouinn, publicou o Quinn-Brown System. Posteriormente, em 1898,
apresentou um sistema mais aprimorado denominado Adjustable C/assifica-
tion e, em 1906, divulgou o seu importante sistema de classificação, a Subject
C/assification.
Não teve a aceitação da Classificação Decimal de Dewey e a sua utiliza-
ção ficou circunscrita às bibliotecas públicas inglesas pequenas ou médias,
tendendo, devido à falta de atualização - a última edição é de 1939 - a desa-
parecer.
Henry Evelyn Bliss (1870-1955), bibliotecário do College of the Ciry of
New York, elaborou um sistema de classificação que intitulou Bibliographic
C/assification, publicado pela primeira vez no Library Journal, em 1912, e em
última edição (terceira) em 1940-53. A classificação de Bliss é apontada como
perfeita no desenvolvimento, quanto ao escalonamento e à subdivisão dos as-
suntos, mas não sendo muito empregada, tendendo a desaparecer, apesar da
nova revisão feita sob a responsabilidade do Prof. Jack Mills.
O último grande sistema de classificação bibliográfica geral a surgir foi a
Classificação de Dois Pontos de Shiyali Ramamrita Ranganathan (1892-1972),
bibliotecário indiano, publicado pela primeira vez em 1933 (última edição de
1960). A classificação de Ranganathan é a primeira inteiramente sintética, em
que os assuntos são apresentados em listas de facetas e cabe ao classificador
construir os números de classificação, segundo uma fórmula apresentada no
início da classe.
Ranganathan obrigou a uma reformulação das idéias de classificação.
Tem adeptos fervorosos, principalmente entre os teoristas de classificação da
1nglaterra, e críticos severos, mas seu sistema de classificação é muito pouco
empregado, mesmo na fndia.
74
Em 1961, Fremont Rider apresentou uma nova classificação a que inti-
tulou: lnternationa/ C/ass/fication (Middletown, Conn., 1961). 1: uma classi-
ficação geral do tipo enumerativo, preocupada em oferecer símbolos de clas-
sificação curtos e utilizando letras. Segundo o Manual of C/assification de B.
Sayers (4~ ed.), responde à opinião corrente entre os bibliotecários america-
nos, que advogam classificações pouco detalhadas para bibliotecas gerais, com
símbolos de classificação curtos, apoiados em catálogos e índices detalhados,
e que acreditam que os sistemas sintéticos ainda não estão inteiramente pro·
vados como satisfatórios.
· O Classification Research Group (CRG), da Inglaterra, que data de
1952, do qual fazem parte D. J. Foskett, Barbara Kyle, B. C. Vickery, Derek
Langridge, J, E. L. Farradane, Jack Mills e E. J. Coates, fortemente influen-
ciado por Ranganathan, pretende elaborar um sistema de classificação enciclo-
pédico, em facetas, mas, até agora, só produziu sistemas de classificação espe-
cializados, como o de Vickery, para a ciência do solo, e os de D. J. Foskett
para Food technology e Container manufacture.
Albert Cim, em Le Livre (Paris, 1907), citando Albert Maire, encontra
150 sistemas de classificação diretamente ligados à ordenação de documentos.
Hoje, o número de sistemas de classificação bibliográfica existentes deve ser
muito maior.
Richardson' relaciona 161 sistemas de classificação, desde Platão até
Barthel, em 1910.
A Case Western Reserve University mantém uma coleção de sistemas de
classificação.
Grolier 6 reconhece uma evolução rápida, depois da última guerra, nos
métodos de pesquisa da informação, que leva a transformações nas estruturas
das classificações ou das codificações documentárias, tais como a decomposi-
ção dos assuntos complexos em fatores simples, a passagem das classificações
fortemente hierárquicas para as fracamente hierárquicas e a compreensão da
necessidade de indicar não s6 os assuntos, mas, também, as várias possíveis re·
lações entre eles.
Estas experiências levaram à criação de vários sistemas de classificação
especializados, mas ainda não chegaram à elaboração de uma classificação ge-
ral do conhecimento. Até aqui nem mesmo há acordo universal sobre a sele-
ção das classes principais e Foskett admite que este consenso possa ser atin-
gido em decorrência da teoria dos níveis de integração.
A teoria dos níveis de integração admite que o mundo das coisas evolui
do simples para o complexo pelo acúmulo de propriedades e que, em uma su-
cessão de n(veis, as agregações atingem novos graus de complexidade, tornan-
do-se novos todos, até atingirem as agregações que constituem as ciências.
75
Os átomos combinam-se para constituir as moléculas - unidades de
novo nível de complexidade. As moléculas combinam-se para formar a·s mas-
sas, que constituem formas orgânicas e inorgânicas. A série inorgânica produz
os minerais {Mineralogia). que se constituem nas matérias da superfície terres-
tre (Geologia) e, mais adiante, criam as características e as configurações com
forma (Geografia Física), as matérias e os processos da atmosfera (Meteorolo-
gia), as estrelas, os planetas e outros fenômenos galátlcos (Astronomia).
No documento básico 2.3, preparado por Abner Vicentini, para o
Encontro de Professores de Classificação (Brasília, 1968), foi recomendada
a divisão da história das classificações bibliográficas segundo a proposta de
Ranganathan, no discurso inaugural da Conferência de Elsinore 7 , acrescida de
um item relativo às classificações, da antigüidade até 1875.
Segundo o esquema sugerido, a história das classificações bibliográficas
deve ser dividida em:
1. Da antigüidade até 1875;
2. Período pré-facetado (1876-1896);
3. Transição para o período facetado (1897-1932);
4. Período facetado (1933-1975);
4.1 Período de facetas restritas (1933-1949);
4.2 Período de facetas não-restritas (1950-1956);
4.3 Período de relatividade_(1957-1975);
4.3.1 Período de Dorking ou Período de Postulada e Princípios (1957-
1964);
4.3.2 Período de Ensinore ou Período de Planejamento Cooperativo
(1965-1975).
BIBLIOGRAFIA
76
REFER~NCIAS BIBLIOGRÁFICAS
77
6
Os sistemas de classificação bibliográfica mais conhecidos, como a Clas-
sificação Decimal Universal e a Classificação Decimal de Dewey, seguem os
predicáveis de Porfírio, partem do geral para o espedfico, dividindo o conhe-
cimento consecutivamente por diversas características, tomando por modelo a
Árvore de Porfírio.
As antigas teorias de classificação pressupunham que qualquer área do
conhecimento poderia ser subdividida em classes sucessivas, cada uma m8is es-
pecifica do que a anterior, pelo relacionamento gênero/espécie.
Investigações mais profundas, devidas especialmente a Ranganathan e
ao Classification Resear.ch Group, mostraram que as subdivisões podem origi-
nar-se de diferentes tipos de relacionamentos, tais como gênero/espécie,
todo/parte, propriedade/possuidor, ação/paciente ou agente etc.
Examinando os termos químicos "álcool", "l(quido", volátil", "com·
bustão", "análise", verifica-se que o primeiro é um tipo de substância, o segun-
do é um estado da substância, o terceiro é uma propriedade da substância, o
quarto uma reação e o quinto uma operação efetuada com a substância.
A literatura sobre Aves apresenta estudos sobre espécies de aves (par-
dais, sabiás, canários etc.), partes das aves {plumagem, asas, bico etc.), alimen•
tação das aves (alpiste, farelo, milho etc.), distribuição geográfica das aves
(aves da Amazônia, da Patagônia, do Alasca etc.), operações com aves (cria-
ção, ·caça etc.) etc.
Nota-se no exemplo acima que todos os grupos de temas apresentadós
entre parênteses têm relacionamento com o assunto central (Aves), mas rela•
cionamentos de tipos diferentes.
A necessidade de criar sistemas de classificação que permitissem combi-
nar estas variadas relações, para representar exatamente o assunto dos do·
cumentos, levou à constatação de que as classificações bibliográficàs não po·
d iam seguir só os predicáveis de Porf írio, deviam originar-se de subdivisões em
9tegorlas, mais próximas das teorias de Aristóteles.
78
Surgiu, então, um novo tipo de classificação bibliográfica, idealizado
por Ranganathan, conhecido como Classificação em Facetas, Classificação
Facetada ou, ainda, Classificação Analítico-Sintética.
Estes sistemas são constitu {dos de listas de termos representando con-
ceitos, com o mesmo tipo de relacionamento com o objeto da classificação,
denominadas facetas, combináveis no ato de classificar, para traduzir devida-
mente o tema dos documentos.
Uma classificação de Aves, baseada no exemplo anterior, apresentaria a
seguinte tabela:
AVES
A Pela Distribuição Geográfica
a Amazônia
b Alasca
c Patagônia
Utilizando a tabela acima, que foi provida de notação, podem ser com•
binadas os diversos focos, das diferentes facetas, para obter símbolos de clas-
sificação tais como:
Sabiás da Amazônia DcAa
Plumagem dos Canários DaCc
Plumagem dos Canários da Amazônia DaCcAa
Alpiste para Alimentação de Canários DaBa
Influência da Alpiste na Plumagem dos Canários DaCcBa
79
Food Technology, por D. J. Foskett;
Ocupation Safety and Hea/th Scheme, por D. J, Foskett;
Office Management, por J. Mills;
Soil Science, por B. C. Vickery;
Astronomy, por B. C. Vickery;
Nuclear Energy Devices, por B. C. Vickery e J. R. Smith;
Cranfield C/assification for Aeronautics and Allied Subjects, por B. C.
Vickery e Farradane.
80
TERMOS DEFINIÇÕES CATEGORIAS
81
Distribuindo os termos acima pelas facetas encontradas, teremos:
Faceta Nível de Escolaridade
Primária
Secundária
Su()erior
Faceta Método de Ensino
Audiovisual
Instrução Programada
Faceta Disciplina Lecionada
Geografia
Matemática
Examinando os títulos seguintes, com vistas à construção de uma classi-
ficação facetada de Edificações,
1. Plantas de Escolas
2. Janelas de Alumínio para Hospitais
3. Corrosão do Ferro provocada pela Água
4. Construção de Casas de Madeira, nas Regiões Rurais do Brasil, no
Século XX .
5. Planejamento de Cozinhas para Hospitais
6. Durabilidade do Concreto
7. Treinamento de Operários para Construção Civil
8. Utilização de Andaimes nas Construções,
selecionam-se os seguintes termos: plantas, escolas, janelas, alumínio, hospj-
tais, ferro, água, construção, corrosão, casas, madeira, regiões ri.Jrais, Bíasil,
século XX, planejamento, cozinhas, durabilidade, concreto, treinamento, ope-
rários, andaimes.
Após definir cada um destes termos, para saber o que significam, prosse-
gue-se distribuindo-os pelas categorias do CRG, assim:
82
ESPAÇO TEMPO FORMA DE APRESENTAÇÃO
Regiões Rurais Século XX Plantas
Brasil
B3
3. Princípio da posteridade na evolução (Principie of later-;n evolution):
Segue•se a ordem da evolução, principalmente nas Ciências Biológi·
cas. Ex.: O Homem virá depois dos Protozoários.
4. Princípio da posteridade no tempo (Principie of /ater in time):
Segue-se a ordem cronológica, incluindo-se nesta ordem operações
que, necessariamente, são realizadas uma após a outra. Ex.: Fabrica·
ção - Embalagem - Armazenagem - Distribuição - Consumo.
5. Princípio da contigüidade espacial (Principie of spatia/ contiguity):
As áreas g~ográficas devem ser ordenadas de acordo com a proximi-
dade. Ex.: Brasil ao lado do Uruguai, Paraguai e Argentina.
6. Cânone de consistência na seqüência (Canon of consistent sequence):
Quando os mesmos temas surgem em mais de um ponto da classifica·
ção devem ser ordenados do mesmo modo.
7. Princípio da seqüência canônica (Principie of canonical sequence):
Quando não há outro princípio a seguir, prefere·se a ordem tradicio•
nal. Ex.: Europa, Ásia, África, América e Oceania, se não for aplica·
do o princípio da contigüidade espacial, é a ordem tradicional de no·
mear os continentes.
8. Princípio da complexidade crescente (Principie of increasing comple-
xity):
Os temas mais simples devem vir antes dos mais complexos. Ex.:
Aritmética deve preceder a Álgebra.
Quando nenhum dos cânones e princípios precedentes pode ser aplica-
do, Ranganathan aconselha recorrer às Cinco Leis da Biblioteconomia, de sua
autoria, que procuram levar a seqüência mais adequada aos usuários.
As Cinco Leis da Biblioteconomia determinam que a biblioteca deve
servir exatamente, exaustivamente e rapidamente ao leitor, com o menor es·
forço e o menor desperdício de recursos humanos.
Estabelecida a ordem de citação das subfacetas, procede-se a ordenação
dos focos, orientando-se pelos mesmos princípios e cânones, mas, não haven-
do uma seqüência recomendável, pode·se seguir a ordem alfabética.
Prosseguindo na elaboração de um sistema de classificação, a fim de
obter uma tabela que parta do geral para o específico, invertem-se todas as fa.
cetas e subfacetas (mas não é alterada a ordem dos focos), isto é, a última
subfaceta passa ao primeiro lugar, a penúltima ao segundo e assim sucessiva•
mente, até que a primeira faceta seja a última de todas. A isto é dado o nome
de Princlpio da inversão.
Pronta a seqüência das tabelas, passa-se à escolha e à atribuição de uma
notação, sendo indispensável que permita a combinação de focos e possibilite
acréscimos posteriores. Geralmente os membros do CRG empregam notações
84
alfabéticas, não expressivas, reservando as letras maiúsculas para as facetas e
as minúsculas para os focos.
É importante a escolha de uma boa notação, pois, já foi dito, uma boa
notação não faz um bom sistema, mas pode tornar mau um bom sistema.
Muitos dos assuntos encontrados na literatura são compostos ou com·
plexos, são agregados de conceitos simples, que devem ser combinados na
classificação facetada para obtenção de símbolos de classificação, que repre·
sentem a totalidade do tema do documento.
As classificações facetadas devem estabelecer a ordem de apresentação
dos conceitos na formação dos símbolos de classificação, devem determinar a
ordem de citação, assim como, determinar a ordem de intercalação (filing ar-
der}, que indicará o modo de intercalar os documentos e as entradas nos catá·
logos e bibliografias.
Geralmente, a ordem de citação, na composição do símbolo de classifi-
cação para determinado documento, é inversa à ordem da tabela, isto é, come·
ça-se a nomear os conceitos do fim da tabela para o seu princípio.
Um sistema de classificação bibliográfica não está completo sem um
(ndice e, provavelmente, um índice em cadeia.
Resumindo, as etapas da elaboração de um sistema de classificação face·
tada são as seguintes:
1. Definição e delimitação do assunto a classificar;
2. Exame da literatura do assunto e seleção da terminologia encontrada;
3, Exame e seleção da terminologia do assunto apresentada em outras
fontes, tais como tesauros, sistemas de classificação, tratados do as-
sunto;
4. Definição dos termos selecionados;
5. Análise dos·termos e distribuição pelas categorias;
6. Análise dos termos incluídos em cada categoria para reconhecimen·
to das subfacetas e agrupamento dos conceitos relacionados;
7. Ordenação das facetas e subfacetas;
8. Ordenação dos focos;
9, Inversão, para obtenção da seqüência definitiva das tabelas de clas-
sificação;
10. Atribuição de notação;
11. Determinação da ordem de citação e ordem de intercalação;
12. Compilação do índice.
85
BIBLIOGRAFIA
86
Melvil Dewey (10/12/1851-26/12/1931), cujo verdadeiro nome era Mel•
ville Louis Kossuth Dewey, bibliotecário norte-americano, criou, em 1876, o
sistema de classificação bibliográfico mais utilizado e mais conhecido em todo
o mundo.
Desde cedo Dewey demonstrou um interesse especial pela educação, Es-
tudou em sua cidade natal, Adams, Estado de Nova York, no Adams Center e
aos 17 anos obteve um certificado que o habilitava a lecionar. Resolveu, po-
rém, continuar os estudos e, em 1872, matriculou-se no Amherst College, em
Amherst, Estado de Massachusetts, considerado na época como uma excelen-
te escola de professores, onde se graduou em 1874.
Filho de famflia de poucas posses precisou trabalhar para se manter e,
em 1872, conseguiu um emprego de assistente na biblioteca do Amherst Col·
lege.
Considerando que a organização da biblioteca da escola não era satisfa·
tória, começou a estudar e a corresponder-se com bibliotecários, além de visi-
tar cerca de 50 bibliotecas.
Aos 22 anos (1873) apresentou à diretoria da biblioteca do Amherst
College um plano para sua reorganização, especialmente no tocante à ordena·
ção dos_livros nas estantes, segundo um esquema de classificação por ele ima-
ginado, que passou a ser aplicado na biblioteca a partir de 1873.
Dewey não foi o primeiro a dividir os livros de uma biblioteca por as-
sunto, mas foi o primeiro a atribuir s(mbolos de classificação aos próprios li·
vros. Até então algumas bibliotecas separavam estantes para grandes assuntos
e nelas reuniam os livros pertinentes, ordenando-os por tamanho ou por or:
dem de aquisição.
Também não foi o primeiro a empregar números decimais em bibliote·
cas. Lacroix du Maine já os havia utilizado em 1583, na organização da biblio·
teca de Henrique 11, rei de França, mas a idéia de Maine era criar uma bi-
blioteca de 10000 volumes, conservados em 100 estantes, contendo 100
livros cada.
87
Em 1856 Nathaniel Shurtleff publicou A decimal system for arrange-
ment and administration of libraries (Boston, 1856), mas ainda sugerindo
uma ordenação decimal de estantes, mantendo os livros em localização fixa ..
Dewey estudou as classificações do conhecimento feitas por Aristóteles,
Bacon, Locke e outros filósofos e confessou ter sofrido influência das classi-
ficações de Natale Battezzati (Nuovo sistema de catalogo bibliografico gene-
rale. Milanno, 1871) e Jacob Schwartz (1879), mas certamente deve ter toma-
do conhecimento da classificação elaborada por William Torrey Harris (1870)
para o catálogo da Saint Louis Public School Library, pois as suas classes prin·
cipais são visivelmente semelhantes às de Harris. Harris utilizou uma inversão
do sistema de Francis Bacon, filósofo inglês, apresentada no Advanced of
learning, em 1605. No capítulo 6 apresentamos uma comparação entre as
classes de Bacon, Harris e Dewey.
Em 1876, aos 25 anos de idade, Dewey publicou anonimamente A clas-
sification and subject índex for cataloguing and arranging the books and pam-
phlets of a library (Amherst, 1876).
Tratava-se de um folheto com 42 páginas, sendo 12 de introdução, 12
de tabelas e 18 de índice, apresentando o conhecimento humano dividido em
cerca de 1 000 classes, número considerado muito elevado na época.
A aparição do seu trabalho foi aplaudida na Conferência de Bibliotecá-
rios, realizada em Filadelfia em 1876.
O índice relativo, anexado por Dewey ao seu sistema de classificação,
também foi uma inovação, pois não constava dos sistemas existentes na épo·
ca. Parece mesmo que Dewey inicialmente deu uma importância muito gran-
de ao índice, considerando que, através dele, qualquer pessoa seria capaz de
classificar.
O célebre título Decimal C/assification and re/ative índex só surgiu ·na
2~ edição, publicada em 1885, trazendo então o nome do seu autor. ·
A partir da 16~ edição o título da obra mudou para Dewey decimal
classification (DDC), em português conhecido como Classificação Decimal
de Dewey (COO).
Dewey não tirou vantagem financeira do seu trabalho, pois sempre in·
vestiu o lucro na publicação de novas edições.
Até a 10~ edição (1919) os direitos autorais foram tirados em nome de
Dewey ou do Library Bureau, uma organização criada por ele. Em 1924 os
direitos autorais passaram à Lake Placid Club Education Foundation, orga-
nização sem fins lucrativos, sob a condição de que os lucros fossem investi·
dos na revisão, publicação e divulgação do sistema. Em 1961 a fundação
transferiu os direitos autorais para a Forest Press, uma sua subsidiária.
88
Existe uma explicação muito interessante para a ordem das classes prin-
cipais do sistema de Dewey: O homem começou a pensar e a procurar uma ex-
plicação para a sua existência, e assim surgiu a Filosofia; incapaz de desvendar
o mistério imaginou a existência de um ser supremo que o havia criado, surge
a Religião; multiplicando-se o homem passa a viver em sociedade e vêm as
Ciências Sociais; sente necessidade de se comunicar com os companheiros e
cria as línguas; passa então a investigar os segredos da natureza e temos as
Ciências Puras; de posse destes conhecimentos procura deles tirar proveito,
aparecendo as Ciências Aplicadas; e, agora, já se sentindo capaz de criar, dá
origem às Artes e à Literatura; finalmente encontramos' a História que conta
como tudo se passou.
Freqüentemente são apontados dois defeitos na ordem das classes prin-
cipais escolhidas por Dewey, a separação das Ciências Sociais da História e a
distância entre as Línguas e a Literatura.
No fim do século, Dewey autorizou o Instituto Internacional de Biblio-
grafia, _hoje Federação Internacional de Documentação, a expandir o seu siste-
ma, trabalho que resultou na Classificação Decimal Universal (CDU).
As atividades de Dewey no campo da Biblioteconomia incluem também
sua participação na fundação, em Filadelfia, em 1876, da American Library
Association (A.LA.), na qual se registrou como o sócio nC/ 1 e da qual foi se•
cretário durante quinze anos, tesoureiro três vezes e presidente duas vezes.
Ainda em 1876 foram fundadas a Spelling Reform Association e o
American Metric Bureau e Dewey foi secretário das duas organizações.
Seu entusiasmo pela ortografia simplificada o levou a adotá-la no seu
sistema de classificação e só nas edições mais recentes esta orientação foi mu•
dada. A 18ª edição ainda traz a introdução escrita pelÕ próprio Dewey para
a 12~ edição ( 1926), usando a ortografia de sua preferência.
Dewey participou também do lançamento do Library journal, cujo pri•
meiro número, de setembro de 1876, traz um artigo seu sobre a profissão de
bibliotecário.
Em 1883 aceitou o emprego de bibliotecário-chefe do Columbia Colle•
ge, hoje Universidade de Columbia, na cidade de Nova York, onde foi criado,
em 1887 o primeiro curso de Biblioteconomia.
Como a diretoria do Columbia College era contra a entrada de mulheres
nos seus cursos e as primeiras turmas para a Biblioteconomia constituíam-se
primordialmente de mulheres, o curso foi transferido, em 1889, para a cidade
de Albany, capital do Estado de Nova York, quando Dewey se mudou para
esta cidade, onde ocupou os cargos de bibliotecário e secretário do Conselho
Universitário da Universidade de Nova York.
89
Durante sua permanência na cidade de Nova York, Dewey incentivou,
em 18_85, a criação do New York Library Club, uma associação de bibliotecá·
rios responsável pela publicação de um catálogo coletivo cJ_q_s periódicos das
bibliotecas da cidade, publicado pelo Columbia College.
A Dewey se deve ainda a criação, em 1888, da Children's L.ibrary Asso-
ciation, em Nova York, e a criação de bibliotecas ambulantes, em 1892.
Durante sua permanência em Albany, Dewey criou o Lake Placid Club,
um clube de recreio nas montanhas Adirondack, inicialmente uma espécie de
pequeno hotel e depois um conjunto de casas, lojas e áreas de lazer.
Deste empreendimento se originou a Lake Placid Club Education Foun-
dation, que em 1933 incorporou a Forest Press.
7.1 EDIÇÕES
90
Examinaremos, a seguir, as principais características das últimas 8 edi•
ções.
12• 11927) e 13• 11932) edições 11 vol. cada) -Trazem, na classe 800,
Literatura, subdivisões para os principais autores de cada literatura. Incluem a
Tabela de Biscoe e a Tabela de Olin para subdivisões de tempo e subdivisões
de biografias coletivas, tabelas estas que vinham sendo incluídas desde a 7-J
edição e desapareceram nas edições posteriores.
14• edição (1942) (2 vols. em 1, paginação continua) - Muito detalha-
da. Inclui 5 tabelas suplementares: 1) assuntos que podem ser subdivididos
geograficamente; 2) expansão das divisões de forma; 3) tabela Para Iínguas e
literaturas; 4) extensão para subdividir Filologia; 5) Botânica taxonômica.
15<;1 edição (1951, com uma nova tiragem revista e com novo índice,
publicada em 1952) (1 vol.) - A primeira edição totalmente revista em 40
anos, preocupou-se em se adaptar a bibliotecas gerais até 200000 volumes, eli•
minando expansões excessivamente detalhadas, só necessárias às bibliotecas
especializadas ou às grandes bibliotecas gerais. As divisões de forma (form di·
visions) estão mais detalhadas. O sistema sugere o uso de letras para prefixar
símbolos de Literatura, permitindo assim a individualização das várias litera-
turas nacionais que utilizam a mesma língua, como a literatura portuguesa e a
br~sileira. A classe 800 não mais traz símbolos de classificação para os princi·
pais autores de cada literatura. Desaparecem as tabelas suplementares da 14,J
edição.
Esta edição desagradou a muitos bibliotecários, especialm1mte pela re·
dução do detalhamento. Mills considera que ela foi um fracasso.
Desta edição foi feita uma tradução para o espanhol - Sistema de clasi-
ficación decimal. .. traduccion dei ingles de la 15{1 edición revisada por Norah
Albanell Maccoll. Lake Placid Club, Fores! Press, 1955, com as seguintes
adaptações: 1) adaptação da classe 200 à religião católica; 2) adaptação da
classe 340 ao direito romano; 3) a Iingua espanhola, 860, passa a ser o mode·
lo para subdivisão das demais línguas, tomando o lugar da língua inglesa, 420;
4) a literatura espanhola, 860, substitui as literaturas inglesa e norte-america-
na, 81 O e 820, como padrão para o desenvolvimento das demais literaturas; 5)
foram reduzidas as subdivisões regionais para os Estados Unidos, na classe 900.
16ê edição ( 1958, 2 vols., paginação contínua) - Volta a política de
classificação detalhada. Foram completamente revistas as classes de Química
Orgânica e Química Inorgânica.
17{1 edição ( 1965, 2 vais., paginação contínua) - Revisão completa das
classes de Psicologia e Direito. As "Form divisions", muito expandidas, pas-
sam a ser denominadas "standard subdivisions" (s.s.). O símbolo 04, Essays,
das Subdivisões Standard é deixado vago. Surge a Tabela de Áreas, trazendo
91
subdivisões geográficas, incluindo subdivisões físicas, económicas, políticas,
blocos pollticos e localidades extraterrestres. O primeiro i'ndice não agradou
aos usuários e a Forest Press providenciou uma segunda versão revista, enca-
dernada com lombada preta, para diferenciá-la do primeiro índice, totalmen-
te verde.
18~ edição ( 1971, 3 vols., paginação contínua) - Revisão completa da
Matemática e grande ampliação da classe 340, Direito. Estabelece que as ta·
belas gerais ou principais passarão a se denominar "schedules" e as tabelas
auxiliares "tables". O sistema apresenta 7 tabelas auxiliares: 1) subdivisões
standard; 2) tabela de áreas; 3) subdivisões para literaturas individuais; 4)
subdivisões para línguas individuais; 5) grupos raciais, étnicos e nacionais;
6) 1ínguas; 7) pessoas. Traz um glossário da terminologia usada no sistema.
A subdivisão standard 04 volta a aparecer com o significado de "general
special", isto é, subdivisões gerais, porém específicas de determinado assunto,
impressas nas próprias classes a que se destinam.
A 18~ edição apareceu também em tradução para o francês, em 1974.
19~ edição (3 vols., paginação independente em cada volume) - Prepa·
rada por computador por fotocomposição. Revisão profunda de: 1) 301, So-
ciologia, que passou a ocupar 301-307; 2) 329, Partidos Políticos, que passou
a ser incluído em 324, Processo Político; 3) modificação das subdivisões de
área para o Reino Unido. Também a classe 020, Biblioteconomia, foi revista.
As subdivisões de área para a América do Sul e Central foram ampliadas, in·
cluindo hoje símbolos para subdivisões dos países, como os estados do Brasil.
Apresenta um total de 29528 classes, sem contar as possíveis construções de
números de classificação subdividindo um número por outro ou acrescentan·
do símbolos tirados das tabelas auxiliares. Traz um glossário das palavras téc-
nicas utilizadas no trabalho.
Com 7 tabelas auxiliares e inúmeras tabelas para subdivisão de grupos
de números, semelhantes às tabelas analíticas especiais da COU, cujo empre·
go é orientado por asteriscos e.alocados junto aos termos, o sistema,vem, des-
de a 16~ edição, tendendo para o tipo sintético e, no dizer de Custer, para a
facetação.
Benjamin A. Custer foi o editor das últimas quatro edições.
A Forest Press publicou, em 1980, uma edição em espanhol, Sistema de
classificación decimal, em 3 volumes, baseada na 18~ edição e com os acrésci•
mos da 19~.
92
logo após a nova edição desenvolvida. A 11.;t edição abreviada, baseada na 19.;t
edição completa, foi publicada em 1979, com 2516 classes. Nota-se que, en·
quanto as edições desenvolvidas são cada vez mais detalhadas, as edições abre-
viadas tendem a ser cada vez mais abreviadas.
93
320 Ciência Política
330 Economia
340 Direito
350 Administração Pública
360 Patologia e Serviços Sociais
370 Educação
380 Comércio. Comunicações. Transportes
390 Costumes e Folclore
*
500 CIÊNCIAS PURAS
510 Matemática
520 Astronomia e Ciências Afins
530 Física
540 Química
550 Ciências da Terra e de Outros Mundos
560 Paleontologia
570 Ciências da Vida
580 Ciências Botânicas
590 Ciências Zoológicas.
Cada uma das divisões se subdivide em 9 seções (sections), em um total
de cerca de 1 000 seções. Exemplos:
380 COMÉRCIO. COMUNICAÇÕES. TRANSPORTES
381 Comércio Interno
382 Comércio Internacional
383 Comunicação Postal
384 Outros Sistemas de Comunicação
385 Transporte Ferroviário
386 Transporte por Águas Internas
387 Transporte por Água, Ar e Espaço
388 Transporte por Terra
389 Metrologia e Padronização
*
530 FISICA
531 Mecânica
532 Mecânica dos Fluidos
533 Mecânica dos Gases
534 Som e Vibrações Relacionadas
535 Luz Visível e Parafótica
94
536 Calor
537 Eletricidade e Eletrônica
538 Magnetismo
539 Física Moderna.
Cada uma das seções pode ser subdividada em 9 subdivisões menores, e
assim sucessivamente. Exemplos:
300 CIÊNCIAS SOCIAIS
380 Comércio
382 Comércio Internacional
382.4 Serviços e Mercadorias Específicas
382.41 Produtos Agrícolas
*
500 CIÊNCIAS APLICADAS
510 Matemática
513 Aritmética
513.2 Operações Aritméticas
513.26 Frações
*
600 TECNOLOGIA (CIÊNCIAS APLICADAS)
610 Medicina
617 Cirurgia
617.5 Cirurgia' Regional
617.52 Garganta e Pescoço
617.539 Pescoço
617.5395 Glândulas Tiróide e Paratiróide
Em algumas classes, para evitar à repetição de subdivisões, o sistema
orienta para o aproveitamento de subdivisões localizadas em outros pontos do
sistema. Exemplos:
300 CIÊNCIAS SOCIAIS
380 Comércio
380.14 Serviços e Mercadorias Específicas
380.141 Produtos Agrícolas
Acrescente a 380.141 os números que seguem 63 em 633-
638. Ex.: Arroz 380.141318.
Isto significa que, para se classificar o comércio de determinado produ•
to agrícola, se deve procurar o produto entre 633 e 638 (Agricultura) e
acrescentar os números seguintes a 63.ao número 380.141. Exemplos:
95
633.1 Cereais
633.11 Trigo
634 Frutas
634.3 Frutas Cítricas
634.31 Laranjas
Comércio de cereais 380.14131
Comércio de trigo 380.141311
Comércio de frutas 380.1414
Comércio de frutas cítricas 380.14143
Comércio de laranjas 380.141431
200 RELIGIÃO
250 Igrejas Cristãs Locais e Ordens Religiosas Cristãs
252 Textos de Sermões
252.01 .. 09 Segundo as denominações e seitas específicas
Acrescente a 252.0 os números que seguem 28 em 281-289.
Ex.: Sermões Anglicanos 252.03.
Deve-se procurar entre 281 e 289 a religião responsável pelo sermão e
acrescentar os números que vêm depois de 28 ao número base 252.0. Exem·
pios:
280 DENOMINAÇÕES E SEITAS DA IGREJA CRISTÃ
282 Igreja Católica Romana
283 Igreja Anglicana
286 Igreja Batista
286.3 Igreja Batista do Sétimo Dia
Sermões da Igreja Católica Romana 252.02
Sermões da Igreja Anglicana 252.03
Sermões da Igreja Batista 252.06
Sermões da lg. Batista do Sétimo Dia 252.063.
Este tipo de orientação se repete muito freqüentemente, mas sempre o
sistema utiliza a mesma explicação, as mesmas palavras: "Add to 252.0 the
numbers following 28 in 281-289, e.g. Anglican sermons 252.03".
Outra forma de subdividir determinado símbolo de classificação por
subdivisões que servem a vários símbolos é explicada pelo sistema colocando
um asterisco junto ao termo e, ao pé da página, orientando sobre onde pro·
curar as subdivisões. Exemplos:
617.741 • Glaucoma
Pé de página:
• Acrescente como instruído em 617
96
617 CIRURGIA E TÓPICOS RELACIONADOS
Acrescente a cada subdivisão identificada com um como se
segue:
001-008 Subdivisões standard
01 Complicações e sequelas cirúrgicas
026 Emergências
Complicações na cirurgia de glaucoma 617.74101
Emergência na cirurgia de glaucoma 617.741026
598.1 • Répteis
Pé de página:
• Acrescente como está instru ido em 592•599
529-599 é um cabeçalho centrado, que não deve ser usado para classifi•
cação, serve tão somente para indicar grupos de classes afins. Esses cabeçalhos
são sempre marcados por uma seta na margem.
97
368.1-368.8 é um cabeçalho centrado, que serve para agrupar classes se-
melhantes, mas não deve ser utilizado na classificação.
Em 368.1-368.8, localizado logo antes do número 368.1, encontramos:
►
368.1-368.8 TIPOS ESPECÍFICOS OE SEGUROS
Acrescente a cada divisão identificada com um ~ como se se-
gue:
001-009 Subdivisões standard
01 Princípios gerais
Acrescente a 01 os números que seguem
368.01 em 368.011-368.0lô. Ex.: Segu-
radora 012.
368 SEGUROS
368.01 Princípios gerais
368.011 Prêmios, taxas
368.014 Reclamações. Pedidos de pagamento
Prêmios de seguros de vida 368.32011
Reclamação de pagto. de seg. de vida 369.32014.
SUBDIVISÕES STANDARD
-03 Dicionários, enciclopédias, concordâncias
-05 Periódicos
-063 Organizações temporárias (congressos, conferências etc.)
-07153 Aulas pelo rádio e televisão
-072 Pesquisas
-077 Estudo e ensino programado
-09 Tratamento histórico e geográfico
624 ENGENHARIA CIVIL
512 ÁLGEBRA
336.24 IMPOSTO DE RENDA
634.37 CULTIVO DE FIGOS
Dicionário de engenharia civil 624.03
Revista de álgebra 512.05
Anais de congresso sobre imp. de renda 336.24063
Aulas pelo rádio sobre cultivo de figos 634.3707153
Livro programado sobre a Classificação
de Dewey 025.43077
História da álgebra 512.09
99
Quando o número que representa o assunto do documento, o número
encontrado na tabela principal, termina em zero, cortam•se os zeros finais an·
tes de anexar os números das subdivisões standard. Exemplos:
100 FILOSOFIA
103 Dicionário de Filosofia
150 PSICOLOGIA
150.5 Revista de Psicologia
500 CIÊNCIAS PURAS
507 .153 Aulas pela televisão sobre Ciências Puras
720 ARQUITETURA
720.63 Congresso de arquitetos.
O problema na aplicação das s.s. é que, para alguns símbolos de classifi·
cação, o sistema determina o emprego de dois, três ou mesmo quatro zeros, o
que exige muita atenção. Esta exigência é feita de dois modos: 1) usando a
nota "Use 300.1 ·300.9 for standard subdivisions", sob o símbolo de classif i•
cação de determinado assunto, nas tabelas principais; 2) apresentando relacio·
nadas as subdivisões standa.rd sob o símbolo de classificação de dete"rminado
assunto, nas tabelas principais.
O segundo modo ocorre quando o sistema precisar dar orientações ex•
tras sobre determinada subdivisão standard. Exemp!0s:
300 CIÊNCIAS SOCIAIS
Use 300.1-300.9 para as subdivisões standard.
Dicionário de Ciências Sociais 300.3
Revista de Ciências Sociais 300.5
336.2 IMPOSTOS E TAXAS
Use 336.2001-336.2009 para as subdivisões standard.
Congresso sobre impostos 33!,.20063
Revista sobre impostos 336.2005
Dicionário de impostos 336.2003
350 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Use 350.0001-350.0009 para as subdivisões standard.
Revista de administração pública 350.0005
Pesquisas sobre administração pública 350.00072
320 CIÊNCIA POLl'rlCA
.01 Filosofia e teoria
.02-.08 Outras subdivisões standard
.09 Tratamento histórico e geográfico da Ciência Política co•
100
mo disciplina. Classifique o tratamento histórico e geo·
gráfico da situação e das condições políticas em 320.9
História da Ciência Política 320.09
Dicionário de Política 320.03
Revista de Política 320.05
Sempre que não há qualquer orientação sobre o emprego das s.s., deve·
se seguir a regra geral, isto é, usar um só zero.
As subdivisões standard também apresentam símbolos para períodos
históricos. Os símbolos -0901 a -0905 permitem subdividir por séculos ou dé-
cadas e podem ser acrescentados a qualquer assunto. Exemplos:
A agricultura no século XX 630.904
As migrações internacionais entre 1970 e 1980 325.09047
O uso de diferentes números de zeros não é um simples capricho de
Oewey, ocorre quando um número menor de zeros foi reservado para outro
tipo de subdivisão. Assim sendo, ao colocar menos zeros do que o determi-
nado para as subdivisões standard, o documento ficará classificado em outra
coisa, erradamente classificado, portanto.
Para ter certeza de que se está usando o número certo de zeros para as
subdivisões standard, recomenda-se ler as notas sob os símbolos de classifi·
cação, nas tabelas principais, e examinar as subdivisões do assunto, até chegar
a um desdobramento temático, uma subdivisão do assunto propriamente dita.
A subdivisão standard 09 é talvez a mais•perigosa, pois freqüentemente o sis-
tema fez outras previsões para subdivisão geográfica, como no exemplo ante·
rior, para Condições e Situação Política, que foi remetido para 320.9.
101
-154 desertos
-163 oceano Atlântico
-1693 rios
-1717 bloco comunista
-1724 baixo grau de desenvolvimento econômico
-1732 regiões urbanas
-1734 regiões rurais.
Começando com 3, temos os países e povos do mundo antigo (Assíria,
Caldéia, Babilônia, Império Romano etc.).
O mundo moderno ocupa os números que começam com os algarismos
de 4 a 9. Inicialmente a COO divide o mundo em continentes e nestes coloca
os países, sob os quais aparecem suas regiões, estados ou províncias, municí-
pios e cidades.
Os continentes foram apresentados na seguinte ordem:
-4 EUROPA
-5 ÁSIA
-6 ÁFRICA
-7 AMÉRICA DO NORTE E CENTRAL
-8 AMÉRICA DO SUL
-9 OUTRAS PARTES
Em cada continente estão relacionados os palses e suas subdivisões.
Exemplos:
-8 AMÉRICA 00 SUL
-81 Brasil
-813 Região nordeste
-8131 Ceará
-8132 Rio Grande do Norte
-82 Argentina
-824 Províncias noroeste
-8243 Tucumán
-8245 Catamarca .
.4 EUROPA
.44 França e Mônaco
-441 Noroeste. Região da Bretanha
-4411 Departamento de Finistêre
.45 Itália e territórios adjacerítes
-451 Região noroeste, Região do Piemonte
-4518 Região da Ligúria
-45182 Província de Gênova
102
Nem todos os países são igualmente detalhados. Foram desdobrados
conforme a importância que lhes conferiu o comitê revisor do sistema.
Naturalmente o país mais favorecido é os Estados Unidos, que ocupa os
símbolos -73 a -79.
-7 AMÉRICA DO NORTE
-73 E1tados Unidos
-74 Nordeste. Nova Inglaterra e ·estados do médio Atlântico
-747 Estado de Nova York
-7471 Cidade de Nova York (Ilha de Manhattan)
-7472 Outras partes da área metropolitana de Nova York
-74721 Long lsland
A tabela de áreas pode ser aplicada a qualquer símbolo de classificação,
desde que se anteponha à subdivisão de área a subdivisão standard 09, na se-
guinte ordem de citação: símbolo do assunto (tirado das tabelas principais),
09 (subdivisão standard), subdivisão de área. Exemplos:
A ordem beneditina no Brasil 255.10981
(255.1 ordem beneditina, 09 s.s., 81 número de área para o Brasil)
Navegação no mar Mediterrâneo 387.091638
(387 transporte oceânico, 09 s.s., 1638 número de área para o Medi·
terrâneo).
É preciso, porém, não esquecer que este 09 é uma subdivisão standard
e, como tal, pode exigir mais de um zero para a ligação. Exemplos:
Impostos e taxas no Brasil 336.200981
(336.2 impostos e taxas, 009 s.s., B1 número de área para o Brasil)
Direito brasileiro 340.0981
(34 Direito, 009 s.s., 81 Brasil)
Existem, poréffi, assuntos para os quais o sistema previu um símbolo
específico para as subdivisões geográficas, e neste caso elas não devem ser fei-
tas com o emprego da subdivisão standard 09. Estes símbolos específicos para
divisão geográfica são de dois tipos:
1) símbolos terminados em 9 aos quais é suficiente acrescentar a nota-
ç~o de área. Exemplos:
199 FILOSOFIA DE OUTROS PAISES
Acrescente a notação de área 4-9 da tabela 2 ao número bá-
sico 199.
Filosofia no Brasil 199.81
071-079 TRATAMENTO GEOGRÁFICO DOS JORNAIS E DO
JORNALISMO
103
078 Na Escandinávia
079 Em outras áreas geográficas
Acrescente a notação de área 1-9 da Tabela 2 ao nú-
mero básico 079.
Jornais da Argentina 079.82.
2} símbolos terminados em 1-9, 3-9 ou 4-9, que são os algarismos ini-
ciais dos símbolm da tabela de áreas. Exemplos:
309 CONDIÇÕES E SITUAÇÃO SOCIAL
309.11-.19 Tratamento geográfico
Acrescente a no\ação de área 1-9 da Tabela 2 ao
número básico 309.1.
Condições sociais nos países subdesenvolvidos 309.11724
Condições sociais no Brasil 309.181
104
327.3-.9 POLITICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS ENTRE NA-
ÇÕES ESPEC(F ICAS
Acrescente a notação de área 3-9 da Tabela 2 ao número
básico 327; então, para as relações entre esta nação e ou-
tra, acrescente O e ao resultado aplique a notação de área
1-9 da Tabela 2.
Sob 327 .3-.9 há, também, uma explicação sobre a área geográfica que
deve vir primeiro. Manda o sistema que se dê prioridade na notação ã nação
enfatizada, mas, se a ênfase for a mesma, dê prioridade a que vem primeiro na
seqüência das notações de área, porém, se preferir, dê prioridade à nação que
exige maior ênfase no local em que está sendo feita a classificação. Exemplos:
Relações entre a França e o Brasil 327.81044
Relações entre os Estados Unidos e a França 327.44073.
Tratamento semelhante vamos encontrar em tratados bilaterais
341.0266 TRATADOS BILATERAIS
Acrescente a notação de área 3-9 da Tabela 2 ao nú-
mero básico 341.0266; então acrescente O e novamen-
te a noiação de área 3-9 da Tabela 2.
Dê prioridade à notação do país que vem antes na se-
qüência das notações de áreas. Se preferir, dê priorida-
de à notação do país que requer ênfase local. Exem-
plos:
Tratados entre a Itália e a França 341.026644045
Tratado entre os Estados Unidos e o Brasil 341.026681073
105.
O esporte do esqui nas montanhas da Suíça 796.93091430494
(796.93 esqui, 09 s.s., 143 montanhas, O símbolo de ligação, 494 Suíça)
Sob o cabeçalho centrad'o 3·9, da Tabela 2, encontramos a seguinte ex•
plicação:
Se desejar, acrescente a cada número como se segue:
009 Tratamento Regional
Acrescente a 009 ·os números que seguem -1 em , 11-19
desta tabela. Ex.: Zona Tórrida da Ásia -50093; rios da
França -44009693.
O salmão dos rios dos Estados Unidos 597.550973009693 •.,
(597.55 salmão, 09 s.s., 73 Estados Unidos, 009 símbolo de ligação,
693 rios, retirado o 1 inicial)
Condições sociais nas ilhas da Itália 309.14500942
(309.1 condições sociais, 45 ltál_ia, 009 símbolo de ligação, 42 ilhas, re·
tirado o 1 inicial)
O esporte do esqui nas montanhas da Suíça 796.930949400943
(796.93 esqui, 09 s.s., 494 Suíça, 43 montanhas, sem o 1 inicial!.
Caberá ao bibliotecário decidir, em cada caso, como será melhor agru-
par os documentos.
Um assunto subdividido por área poderá ser subdividido por período,
Neste caso a subdivisão por período é tirada da história do pa(s, na classe 900.
Exemplos:
O boxe no Brasil, no século XX 796.83098106
(796.83 boxe, 09 s.s., 81 Brasil, 06 século XX, tirado da história do
Brasil no século XX, que é 981.06)
Aquecimento na Argentina, no século XX 697 .0098206
(697 aquecimento, 009 s.s., 82 Argentina, 06 século XX na história
da Argentina, em 982.06)
O parlamento da Grã-Bretanha durante a 2~ Guerra Mundial328.42084
(328 parlamento, 42 Grã-Bretanha, 084 período, tirado de 942.084,
que é a história da Grã Bretanha de 1936 a 1945).
106
minada literatura e a ele acrescentar as subdivisões da Tabela 3, Subdivisões
de Literaturas Específicas. Na primeira etapa é necessário atenção para tomar
o número básico da literatura que, quando termina em zero, é constituído só
dos algarismos precedentes. Exemplos:
810 LITERATURA NORTE-AMERICANA EM INGL~S
Número básico: 81
820 LITERATURA OAS LINGUAS INGLESA E ANGLO-SAXÓNICA
Número básico para o inglês: 82
830 LITERATURAS DAS LfNGÚAS GERMÂNICAS (TEUTÔNICAS).
LITERATURA ALEMÃ
Número básico para o alemão: 83
860 LITERATURAS DAS LINGUAS ESPANHOLA E PORTUGUESA
Número básico para o espanhol: 86
869 LITERATURA PORTUGUESA
TABELAS DE PERfODOS
Para o Brasil
1 Período de formação, 1500-175Q
2 Período de transformação, 1750-1830
3 Período de crescimento autônomo, 1830-1921
4 Século XX
107
Para Portugal
1 Período primitivo até 1500
2 Séculos XVI a XVIII, 1500-180ÇI
3 Século XIX, 1800-1900
4 Século XX
41 Período inicial, 1900-1945
42 Período posterior, 1945-
Na Tabela 3 temos subdivisões como:
-01-07 Subdivisõesstandard
-08 COLEÇÕES
-0800)-08009 Coleções por períodos espec(ficos
-0801 Coleções apresentando características
especiais
-08012 Realismo e naturalismo
-0808 Coleções para ou por grupos raciais, ét·
nicas, nacionais
-09 HISTÓRIA, DESCRIÇÃO, APRECIA-
ÇÃO CRITICA
-09001-09009 Períodos
-1 POESIA
-1001-1007 Subdivisões standard
-1008 Coleções de poesias por autores de di-
versos per íodas
-102-108 Tipos específicos de poesias
-103 Épica
-11-19 Por períodos específicos
-2 DRAMA
-3 FICÇÃO
-301 Contos
-308 Tipos específicos de ficção
-3087 Aventuras
-30872 Mistério e suspense
-31-39 Por períodos específicos
Unindo os números da Tabela 3 a símbolos da classe principal 800 ob-
têm-se classificações para as obras literárias e sobre literatura, como as seguin-
tes:
Coleção de obras literárias norte-americanas 810.8
Coleção de obras literárias espanholas 860.8
História da literatura inglesa 820.9
108
História da literatura portuguesa 869.09
Coleção de poesias inglesas 821.008
Coleção de poesias brasileiras B869.1008
O Velho e o mar de Hemingway 813
Gabriela, cravo e canela de Jorge Amado B869.3
Hamlet de Shakespeare 822
Os Lusíadas de Camões 869.103
Os 3 potquinhos de Agatha Christie 823.087
História da literatura portuguesa no século XVI 11 869.0902
Drama inglês.do século XX 822.91
O romance policial inglês 823.087.
Na realidade, as possibilidades de subdivisão permitidas pela Tabela 3
vão muito além da prática das bibliotecas. Poucas são as que dividem as pró·
prias obras literárias por período ou pelo estilo do texto. Geralmente as bi·
bliotecas limitam-se a indicar o gênero literário, como no exemplo de Hamlet.
109
Juntando o símbolo da classe principal com o da Tabela 4 obtêm-se
classificações como:
Entonação do inglês 421.6
Entonação do alemão 431.6
Entonação do espanhol 461.6
Entonação do bretão 491.686
Gramática inglesa 425
Gramática sânscrita 491.25
Gramática bretã 491.685.
110
7 ,3,5 Grupos Raciais, Étnicos, Nacionais
7 .3.6 Línguas
111
Exemplo:
030 ENCICLOPÉDIAS GERAIS
036 Em espanhol ou português
Acrescente a notação de Línguas 61-69, da Tabela 6,
ao número básico 03
Enciclopédia Barsa 036.9
TABELA4
-82 Abordagem estrutural da expressão
-824 Para aqueles cuja língua materna é diferente
Acrescente a notação de Línguas 2·9, da Tabela 6,
ao número básico -824
Livro para brasileiros aprenderem inglês, trazendo gramática, vocabulá-
rio e leituras selecionadas 428.2469
Livro para norte-americanos aprenderem francês (gramática, vocabulá-
rio e leituras) 448.2421
7 .3. 7 Pessoas
112
7.4 INOICE
7.5 ATUALIZAÇÃO
A atualização da COO é feita por novas edições freqüentes, atualmente
a intervalos de 7 anos. Entre uma edição e outra as alterações são publicadas
no Dewey decimal c/assification, additions, notes and decisions, que sai a inter-
valos irregulares e é distribufdo, a pedido, pela Forest Press.
Ourante certo tempo, um símbolo de classificaçã'o descartado levava 25
anos para ser utilizado novamente com outro significado. Hoje ele não é usa-
do em duas edições sucessivas, já podendo aparecer na terceira com nova de-
signação. Excepcionalmente este período pode ser reduzido. Os símbolo~ de
113
classificação fora de uso são impressos nas tabelas entre colchetes e acompa-
nhados da nota "Number discontinued; class in .. ," (Número descontinuado;
classifique em ....
BIBLIOGRAFIA
1
- - . Manual of classification for /ibrarians and blbliographers. 3. ed. rev. London,
Grafton, 1955. p. 111-26.
SEALOCK, R. B. & LEHNUS, O. L. Evolución de la internacionalización dei Sistema De-
cimal de Classificación de Oewey. ln CONFERÊNCIA BRASILEIRA DE CLASSI-
FICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA, Rio de Janeiro, 1976. Anais. Rio de Janeiro, IBICT,
1979, V. 1, p, 10-9,
SILVA, Cléa C. C. R. da Oewey decimal classlfication and relativa i_ndex. (recensão! R.
Bibliotecon. Brasf/ia, 1(1):88-9, jan./jun, 1973.
•TAIT, J. -A. Dewey Decimal Classification: a vigorous nonagenarlan. Library review,
23(6):227,29, Summer 1972.
VANN, S. K. The Oewey Decimal Classification. ln CLASS/FICATJÓN in the 1970's.
London, C. Bingley, 1972. p. 87-122.
WYNAR, B. S. lntroductlon to cataloging snd c/assification. 6. ed. Llttleton Librarles
Unlimited, 1980. p. 406-28.
114
8
A história da Classificação Decimal Universal inicia-se no ano de 1892,
quando dois ilustres belgas, o advogado Paul Otlet (1868-1944) e o professor
e político Henri La Fontaine (1853-1943), aproximados pelo interesse biblio-
gráfico que tinham em comum, compreendendo a necessidade de melhorar a
organização para controlar a bibliografia, resolveram fundar, em casa de Otlet,
em Bruxelas, o Office lnternatiànal de Bib/iographie, com a finalidade de or-
ganizar uma bibliografia universal, que intitularam de Repertoire Bib/iogra•
phique Uníversel.
Planejaram o controle por assunto, que lhes parecia responder melhor às
necessidades dos pesquisadores. Decidiram compilar a bibliografia em fichas
7,5 X 12,5cm - o que já significava uma inovação na Europa, mais habitua-
da então ao catálogo em forma de livro - ordenadas segundo um sistema de
classificação.
Começaram a compilação do repertório recortando as referências do Ca-
talogue of Printed Books do British Museum e montando-as em fichas.
Iniciados os trabalhos, verificaram a necessidade da bibliografia ser
levantada com a cooperação internacional e, apoiados pelo Governo belga,
convocaram a primeira Conferência Internacional de Bibliografia, reunida em
Bruxelas, em 1895, com a presença de nomes ilustres da bibliografia interna-
cional.
Como subsídio à Conferência classificaram, em seis semanas, pela
CLASSIFICAÇÃO DECIMAL DE DEWEY (5~ ediçâ'o, 1894), as 400.000 fi-
chas, então, existentes no REPERTOIRE BIBLIOGRAPHIOUE UNIVERSEL.
Os delegados à Conferência resolveram fundar o INSTITUTO INTER-
NACIONAL DE BIBLIOGRAFIA (11B) constituído de -sócios individuais,
com as seguintes atribuições:
1. compilar um Repertório Bibliográfico Universal, formando uma bi-
bliografia em fichas, por autor e assunto, de toda literatura mundial;
2. aperfeiçoar e unificar os métodos bibliográficos;
3. organizar a cooperação bibliográfica internacional;
4. trabalhar pelo aperfeiçoamento da indústria do livro.
115
Após a Conferência de 1895, o Governo belga, pelo "Arreté Royal" de
12 de setembro de 1895, resolveu subvencionar os trabalhos do Office Inter•
national de Bibliographie, que passou a funcionar como órgão executivo das
tarefas determinadas pelo Instituto Internacional de Bibliografia, tendo obri·
gação de publicar a 8ibliographia Universalis (coleção de bibliografias periódi•
casl, parte impressa do Repertório Bibliográfico Universal.
A fim de compilar o inventaire c/assé du monde, era necessária uma
classificação muito detalhada. Depois de examinar todos os sistemas de classi-
ficação existentes, o 1nstituto resolveu expandir a classificação de Oewey, ba-
seando a escolha nas caracter(sticas da sua notação decimal, que pode ser con-
siderada uma linguagem internacional das comunicações eruditas e permite
subdivisões ilimitadas, sem modificação da posição dos números já existentes.
O sistema de Dewey (6~ edição, 1899 com 9400 divisões) foi completa•
mente reescrito por um grupo de especialistas, orientados pelo Instituto. Cada
classe foi examinada, revista, atualizada e desdobrada.
Em 1905, foi publicada a primeira edição do novo sistema, contendo
33000 subdivisões e 40000 entradas no índice. Recebeu o título de Manuel
du Répertoire Bibliographique Universel, pois destinava-se a servir de manual
de trabalho para a compilação do Repertório Bibliográfico Universal.
Esta edição, bem como a reimpressão de 1907, traz uma longa introdu-
ção; onde aparece um detalhado estudo da organização do Repertório, em
forma de catálogo sistemático, seguida das tabelas de cla.ssificação.
A nova classificação, conhecida no passado como Classificação de Bru-
xelas, é hoje citada como CDU, isto é, Classificação Decimal Universal.
Empregando a CDU, foi compilado o Repertório Bibliográfico (Univer•
sall, uma bibliografia geral, incluindo, nas palavras do Instituto, as publica-
ções de todos os tempos (universal), de todos os países (internacional) e rela·
tiva a todos os assuntos (enciclopédica).
O Repertório, em fichas, constava de:
1. uma bibliografia por autor;
2. uma relação dos periódicos pelos seus títulos;
3. uma bibliografia da literatura universal pelo título das obras;
4. uma bibliografia por assunto, classificada pela CDU;
5. uma bibliografia classificada, ordenada pelos símbolos geográficos
representando a origem;
6. um fndice da classificação, em ordem alfabética.
116
do das soas instalações para dar lugar a uma exposição internacional. Também
não são encontradas menções ao Office lntemational de Bibliographie, que
deve ter deixado de existir.
Ordenado pela CDU, constituindo parte da Bibliographia Uníversalís,
foram publicadas várias bibliografias especializadas, como a Bibliographia
Physíologíca, a Bib/íographía Zoologica e a Bíbliographía Anatomica, editadas
pelo Concílio Bibliográfico de Zurique.
Durante o período de 1905 a 1914, o Instituto Internacional de Biblio-
grafia cresceu lentamente. La Fontaine ganhou, em 1913, p Prêmio Nobel da
Paz e doou-o ao Instituto, pondo fim às dificuldades financeiras.
A Guerra Mundial de 1914 •1B interrompeu as atividades do Instituto e
o contato internacional só se restabeleceu em 1920.
Otlet e La Fontaine mais uma vez trabalharam intensamente, reorgani•
zando a entidade, já agora na base de associação de organizações científicas e
de documentação, nacionais e internacionais.
Em 1923, criou-se uma comissão internacional para reorganizar o lnsti·
tuto, que instalou sua Secretaria, provisoriamente, em Deventer, na Holanda.
Em 1925, reiniciaram-se os trabalhos e, em 1927-33, surgiu a 2~ edição
da classificação sob o título C/assification Decimale Universel/e; Tables de
Classification pour les Biblíographíes, Biblíotheques, Archives, Administra-
tions, Publications, Brevets, Musées et Ensembles d'Objets pour toutes les
Especes de Oocumentation en Général et pour les Col/ections de tóut Nature,
em 3 volumes, geralmente encadernados em 2, contendo 40000 subdivisões e
66000 entradas no índice.
Na preparação da 2~ edição da CDU trabalharam cerca de 40 especialis-
tas sob a direção de Otlet e La Fontaine, que coordenaram os trabalhos das
classes de Humanidades, e do engenheiro Fritz Donker Ouyvis (1894-1961) -
mais tarde secretário geral da FIO - responsável pela parte de Ciências e Tec·
nologia.
Em 1934, foi iniciada a publicação da 3~ edição, em alemão, sob o títu•
lo de Dezímalklassification, completada em 1953, que é a última edição de-
senvolvida completa existente até hoje.
Em 1931, por recomendação do Congresso Mundial de Documentação
Universal, celebrado em Paris em 1930, a entidade passou a denominar~se lns·
tituto Internacional de Documentação. Em 1937, durante o 4Ç Congresso
Universal de Documentação, realizado em Londres, considerando-se o caráter
federativo da entidade, esta teve o seu nome alterado para Federação Interna·
cionalde Documentação (FIO).
Pela nova organização, cada país tem uma entidade como sua represen·
tante oficial junto à FIO. O Brasil é representado pelo Instituto Brasileiro de
117
Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). sucessor do Instituto Brasileiro
de Bibliografia e Documentação (IBBD).
Entre as instituições nacionais representantes junto à FID>merecem es-
pecial menção: o Centro de Documentação Ciéntífica do Instituto de Alta
Cultura (Portugal), o Instituto Nacional de Racionalización dei Trabájo (Es•
panha), a British Standards Institution (1 nglaterra). o Deutscher Nmmenaus• .
schuss (Alemanha Ocidental) e o lstituto di Studi sulla Ricerca e sulla Docu-
mentazione do Consiglio Nazionale délle Recerche (Itália).
A direção geral da F ID e os representantes dos países associados reú-
nem-se anualmente. A 26~ Reunião realizou-se no Rio de Janeiro, em 1960.
A FID possui uma comissão Latino-Americana, dita FID/CLA, respon-
sável pela divulgação da FID e da CDU na América Latina.
Cabe ã Comissão Central de Classificação (FID/CCC), órgão da FID do
qual fazem parte os editores das várias edições da CDU, o controle da classili·
cação e de sua publicação.
Fill e Schuchmann, no prefácio da edição média alemã, afirmam que o
número de utilizadores da CDU em todo o mundo ultrapassa a casa de 10000.
Em 1899, o sábio brasileiro Juliano Moreira filiou-se ao Instituto Inter-
nacional de Bibliografia e, em 1900, foi a vez de Oswaldo Cruz.
Uma das primeiras publicações sobre a CDU deve-se ao engenheiro pau-
lista Vitor Alves da Silva Freire, que publicou em 1901 a obra intitulada A
Bibliographia Universal e a Classificação Decimal (São Paulo, Gerke, 1901).
Rodolfo Garcia, diretór da Biblioteca Nacional de 1932 a 1945, apre-
sentou ao Instituto Histórico um trabalho sobre IIB, a CDU e a Classificação
de Dewey intitulado Sistemas de Classificação: da Classificação Decimal e suas
Vantagens, publicado no Diário Oficial de 28/10/1914, reeditado pela Asso-
ciação Brasileira de Bibliotecários em 1969.
Por inspiração de Manuel Cícero Peregrino da. Silva, diretor da Bibliote-
ca Nacional do Rio de Janeiro de 1900 a 1915, e de 1919 a 1921, o Governo
Federal criou, ao decretar o regulamento da Biblioteca Nacional, em 1911 (De-
creto 8.835, de 11/6/1911) o SERVIÇO DE BIBLIOGRAFIA E DOCUMEN-
TAÇÃO, com atribuições semelhantes ãs do II_B, no campo da documentação
brasileira, a saber:
1. organizar segundo o sistema de classificação decimal e por meio de
fichas, o repertório bibliográfico brasileiro, como cOntribuição ao re·
pertório bibliográfico universal, compreendendo as obras editadas no
pa{s e aquelas de autores nacionais impressas no estrangeiro, ou iné-
ditas, bem como as obras de autores estrangeiros, qlle se ocuparam
do Brasil, incluindo artigos de periódicos ou escritos de qualquer na·
tureza;
118
2. imprimir suas fichas para serem expostas à venda, ou permutadas por
fichas de repertório estrangeiro;
3. adquirir um exemplar de cada uma das fichas que constituem os re·
· pert6rios estrangeiros;
4. cooperar na organização do repertório enciclopédico universal do I IB;
5. organizar um catálogo coletivo das bibliotecas brasileiras;
6. oferecer ao público o uso dos repertórios e do catálogo coletivo.
Ainda durante a administração de Manuel Cícero Peregrino, de 1919 a
1921, o Boletim Bibliográfico da Biblioteca Nacional apareceu ordenado pela
CDU.
Três importantes bibliotecas brasileiras - a Biblioteca do ltamaraty, a
Biblioteca do Instituto Oswaldo Cruz e a Biblioteca da Câmara dos Deputados
- bem cedo .adotaram a CDU e, ainda hoje, são classificadas por esse sistema.
Durante alguns anos, o sistema da CDU ficou esquecido e substituído
pela classificação de Dewey, em nossas bibliotecas.
Em 1953, Herbert Cabians, enviado pela UNESCO, fez uma série de pa-
lestras nos Cursos da Biblioteca Nacional e impressionou vivamente os nossos
bibliotecários relatando os trabalhos da FID e as vantagens da CDU.
No ano seguinte, em 1954, recebemos a visita do Dr. Zeferino Ferreira
Paulo, do Centro de Documentação Científica, do Instituto de Alta Cultura
de Portugal, que aqui fez uma série de conferências sobre documentação na
Europa, e ministrou, mais tarde, um curso sobre a CDU na Biblioteca da Câ·
mara dos Deputados, exaltando, sempre, as vantagens desse sistema de elas·
silicação.
Com a criação do IBBD, em 1954, sua filiação à FID, em 1955, e a or-
ganização, em 1958, da Comissão da Classificação Decimal Universal (então
IBBD/CDU, hoje IBICT/CDU), restabeleceu-se o interesse pelo sistema no
Brasil.
Atualmente a CDU, largamente utilizada em nosso país, em bibliotecas,
bibliografias, catálogos etc., é ensinada em todas as escolas de Bibliotecono·
mia e já existem vários trabalhos em português sobre o sistema como os livros
de Noêmia Lentino, Lia Frota, Abner Vicentini e Regina Oliveira.
O maior problema dos usuários do sistema é a aquisição de tabelas, ge-
ralmente esgotadas, e a sua atualização, devido à dificuldade de obtenção das
publicações necessárias.
8.1 EDIÇÕES
Existem cinco típos de edição da CDU, a saber:
1. edições desenvolvidas;
119
2. edições médias;
3. edições abreviad~s_;
4. edições conden~adas; .
5. edições especiais.
120
Tabelas auxiliares 62/66
3
5
Nona edição, em português, publicada em conjunto pelo Centro de
Documentação Científica do Instituto de Alta Cultura (l'ortugal) e IBICT. Já
foram impressas, a partir de 1961, as seguintes classes:
o Generalidades (Portugal, 19611
1 Filosofia (Brasil, 1963)
2 Religião (Brasil, 1963)
3/308 Sociologia. Sociografia (Brasil, 1977)
32 Política (Brasil, 1976)
347 Direito Civil (Brasil, 1977)
37 Educação. Eosino. Lazer (Brasil, 1976)
39 Etnologia. Etnografia. Usos e Costumes. Folclore (Brasil,
1977)
55 Geologia e Geofísica (Brasil, 1977)
8 Lingüística e Literatura (Brasil, 1976)
Podem ser encontradas mimeografadas as classes 61 e 7.
Além destas estão em curso de publicação edições em pólàco, russo,
húngaro, tcheco, italiano, servo-croata e eslaveno.
121
so, rumeno, servo-croata, sueco, norueguês, polaco, húngaro, filandês e japo•
nês. Estas edições trazem 10% da edição desenvolvida. A edição em língua
portuguesa foi publicada em Portugal e tem como editores o Centro de Do·
cumentação Científica do Instituto Alta Cultura e o IBBD. Existe, também,
uma edição abreviada trilíngüe (1958) em alemão, inglês e francês. Nesta edi•
ção, os símbolos de classificação aparecem nas tabelas acompanhados de
termos nas três línguas e há três índices, um em cada uma das línguas.
122
Cada classe principal constitui um décimo da unidade, simbolizado por
frações decimais (O, 1; 0,2; 0,3 etc.), mas tendo suprimidos o zero e a vírgula
iniciais, continuando-se, porém, a tratar os símbolos como números decimais.
O conhecimento aparece inicialmente dividido nas seguintes classes
principais:
o Generalidades
1 Filosofia
2 Religião. Teologia
3 Ciências Sociais
5 Ciências Puras
6 Ciências Aplicadas
7 Belas Artes. Divertimentos. Desportos
·8 Filologia e Literatura
9 Geografia. Biografia. História.
Até 1964 (P Note 800), existia uma classe 4 (Filologia), mas a FID de·
terminou sua transferência para a classe 8, reunindo-a à Literatura, ficando a
classe 4 para posterior utilizaçã~. ·
Cada uma das classes principais é subdividida em 1O classes, repartindo-
se por elas os assuntos que a compõem, sendo a primeira re·servada aos temas
gerais e as 9 seguintes destinadas a assuntos específicos. Exemplo:
5 CIÊNCIAS PURAS
50 Princípios Gerais
51 Matemática
52 Astronomia. Geodesia
53 Física
54 Química. Cristàlogtafia. Mineralogia
55 Geologia e Ciências Afins. Meteorologia
56 Paleontologia
57 Ciências Biológicas
58 Botânica
59 Zoologia.
Estas divisões são novamente subdivididas em 9 classes específicas e
uma classe geral. Exemplos:
51 MATEMÁTICA
510 Princípios Gerais
511 Aritmética. Teoria dos Números
512 Álgebra
513 Geometria
514 Trigonometria. Poligonometria
123
515 Geometria Descritiva. Projeções. Perspectiva
516 Geometria Analítica. Coordenadas
517 Análise Matemática
518 Processos Gráficos de Cálculo. Jogos Matemáticos
519 Análise Combinatória. Cálculo das Probabilidades.
Assim procedendo sucessivamente, cada subdivisão de uma certa ordem
dará origem a até dez subdivisões da ordem seguinte, permitindo, conforme as
necessidades, subdivisões indefinidas. Exemplo:
6 CIÊNCIAS APLICADAS
62 Engenharia
621 Engenharia Mecânica
621.3 Engenharia Elétrica
621.39 Telecomunicações
621.394 Telegrafia
621.394.7 Instalações e Redes Telegráficas
621.394.73 Linhas Telegráficas.
Assim foram compostas as tabelas principais, constituindo üm mapa do
conhecimento humano, apresentando os seus desdobramentos, desde os as-
suntos mais gerais aos mais específicos.
Para facilitar a leitura, a CDU separa por ponto cada grupo de três alga-
rismos, inovando quanto à notação de Oewey, que só utilizava um ponto de-
pois do térêeiro algarismo. Exemplo:
801.631.2 Filologia - Métrica - Medidas Métricas - Pausas.
Classificar um documento pela CDU consiste, inicialmente, em localizar
seu assunto nas tabelas principais e atribuir-lhe o símbolo reservado pelo siste-
ma para o assunto.
A localização de um assunto nas tabelas principais pode ser feita deduti-
vamente, partindo-se da classe geral até atingir a subdivisão procurada, ou pes-
quisando-se o assunto específico no índice e, uma vez descoberto o seu sím-
bolo de classificação, conferindo-o na tabela, examinando suas ligações hie-
rárquicas, a fim de ter certeza de haver encontrado o correto enquadramento
do tema a classificar.
124
rentes conceitos, para descrever assuntos compos\os ou complexos e documen·
tos compósitos.
Existem três sinais de ligação ou assbciação:
+ mais
/ barra oblíqua
dois pontos.
Estes sinais só podem ligar símbolos da mesma natureza, isto é, núme·
ros principais a outros números principais, números de lugar a números de lu-
gar, uma data a outra etc.
125
331.812/.814 Trabalho Noturno, aos Domingos e em Horas-Extras
624.078.1 /.3 Conexões Rebitadas, Aparafusadas e Soldadas.
Encontra-se, algumas vezes, o emprego do sinal mais para ligar conceitos
representados por s(mbolos consecutivos, quando não são m.ais de dois. Exem-
plo:
53+54 Física e Ou ímica
Parece mais aconselhável, mesmo nestes casos, utilizar a barra.
8.3.3 DOIS PDNTOS. O sinal dois pontos, sinal de relaçfo, é empregado quan·
do um documento trata do relacionamento entre dois ou mais conceitos.
Exemplos:
51 :52 Aplicações da Matemática na Astronomia
336.223 :633. 73 Imposto de Consumo sobre o Café
840:869.0 Influência da Literatura Francesa na Literatura Por-
tuguesa
31 :338:633.73 Estatística da Produção do Café.
É possível aparecerem vários sinais num mesmo símbolo de classifica-
ção. Exemplos:
56/57+59 Paleontologia, Antropologia e Zoologia
31 :338:633.73/.74 Estatística da Produçfo de Café e Cacau
338:634.51 +634.53 Produção de Nozes e Castanhas
A CDU, criada para organização de catálogos sistemáticos e bibliogra·
fias, onde é possível a existência de várias entradas para um mesmo documen-
to, não determina a ordem em que devem ser apresentados os símbolos liga-
dos pelos sinais mais ou dois pontos, pois aconselha a duplicação de entradas.
Assim:
51 :52 e 52:51
840:869.0 e 869.0:820
51+53 e 53+51.
A duplicação de entradas é simples, quando se trata só de dois símbolos
de classificação, mas torna-se difícil e mesmo impossível, quando este número
é mais elevado, pois a permutação de 3 símbolos levará a 6 entradas, a de 4
símbolos a 24 entradas, a de 5 símbolos a 120 entradas, e assim por diante.
Exemplos:
31 :382.63 382:31 :63 63:31 :382
31 :63:382 382:63:31 63:382:31
126
Combinações com a presença de todos os elementos são, talvez, viáveis.
Significarão tantas entradas quantos forem os elementos. Exemplos:
31 :382:63
382:31 :63
63:31 :382.
Atê agora não há uma orientac;Eo oficial da F 1D sobre o número de en·
tradas que precisam ser feitas.
Alguns professores, como Jack Mills, consideram que, empregando o ín·
dice em cadeia, é possível evitar a multiplicidade de entradas, fazer uma única
entrada para símbolos de classificação compostos e deixar ao índice o encargo
de levar o consulente ãs demais classificações.
A CDU ainda utiliza mais três sinais - colchetes, dois pontos duplos e
apóstrofo - para ligar símbolos tirados das tabelas principais.
127
Foskett diz que esta apllcaçã'o fo I abandonada.
2. ~orno símbolo subagrupador (_algebric su~-grouper ou subgrouping
s1gnl, para tornar mais claro o tipo de relacionamento existente entre
vários conceitos ligados pelos símbolos+ ou : .
Um símbolo como 373.5+378 :355.27 pode estar representando as Re,
lações entre a Educação Secundária e a Universitária com o Recrutamento Mi-
litar ou a Educação Secundária e as Relações entre a Educação Universitária e
o Recrutamento Militar. Para obter uma classificação mais precisa, pode-se es-
crever (373.6+378]:355.27 para representar o primeiro assunto e, para repre-
sentar o segundo assunto, 373.5+[378:355.27].
Para tornar claro que os Impostos são relativos ao Café e ao Mate, pode
ser empregado 336.2:(633.73+633. 77], em lugar de 336.2:633.73+ô33.77.
Na prática, é possível suprimir um dos colchetes. Exemplo:
633. 73+633. 77]338.
Perreaut utilizou o seguinte exemplo:
017.11(94);6.05] Catálogo coletivo Australiano de Periódicos Cientí-
ficos.
Nos suplementos à CDU, encontramos os exemplos seguintes:
622+669)(4851 Mineração e Metalurgia na Suécia
622+669)(485):31 Estatística (combinada) da Mineração e Me,
talurgia na Suécia
31 :[622+669](485).
Um exemplo mais complexo foi apresentado por Wellisch e é:
[[05:32]:[07:8]](72) Periódicos Políticos e Jornalismo Literário
na Itália,
Na realidade, a utilização dos colchetes com esta última finalidade é
freqüentemente, um preciosismo na classificação, pois a diferença na interpre~
tação dos símbolos causa poucas alterações.
O colchete também foi usado para fixar a posição de um símbolo, não
havendo necessidade de·entrada pelo segundo símbolo, mas para isto existe
hoje o sinal dois pontos duplos. .
Encontramos sugestões do emprego de parênteses duplos _ (( )) _ em
substituição aos colchetes, quando, utí!izando máquinas de escrever, que nor•
malmente não trazem este sinal, mas não parece acons.elhável.
8.3.6 DOIS PONTOS DUPLOS. Os dois pontos duplos podem ser empregados
como sinal de fixação da ordem (arder fixing sign), com a mesma finalidade
128
atribuída no item 3 ao sinal colchetes, para indicar que não há necessidade de
ser feita entrada, Invertendo o símbolo de classificação. Exemplo:
38::633.73
8,3,10 RETIC~NCIAS. Reticências são usadas para dal:s extremas, quando não
podem ser precisadas. Exemplo:
" .. ./1964"
130
Exemplo:
19Arist6teles
3. abreviar os prenomes, quando não houver possibilidade de confusão
entre personagens. Exemplo:
830Goethe, J. W.
4. representar por iniciais os sobrenomes incluídos após a vfrgula·da in·
versão. Exemplo:
869.0(811 Rego, J. L. do
5. empregar s6 os títulos para os nobres mais conhi!cidos por esta for•
ma. Exemplo:
92Rio Branco, Barão do
6. entrar os monarcas pelos prenomes em português (conforme o
AACR), seguidos do auxiliar de lugar e do ordinal (ver classé 9 da
Ed. Desenv. Alem§). Exemplos:
Pedro(81)11
Luís(44)XV
7. representar os nomes de entidades por iniciais. Exemplo:
061.2(1001 :002FID
8. apresentar o título de obras literárias na forma original. Exemplo:
840Hugo, V. 7 La femme de 30 ans
9. dar em português ou, excepcionalmente, optar pela forma latina, os
nomes científicos, os nomes de objetos, produtos, plantas, animais,
planetas etc. Exemplo:
597 .536Hippocampus.
131
Os analíticos especiais, com ,01/.09 representam aspectos, atividades,
processos, operações, instalações, equipamentos etc.
Exemplo 1
Em 22 (Blblia), encontra-se uma tabela analítica especial, destinada à
subdivisão da Bíblia, suas partes e livros, como veremos a seguir.
Tabela Principal ·· Tabela Analítica Especial
22 Blblia .01 Introdução. Iniciação .
221 Antigo Testamento 1nterpretação
222 Livros Históricos .011 Cânon
,1 Pentateuco .012 Inspiração
.11 Gêneses .02 Análise e Sinopse. Har-
.5 Reis monias, Paralelismo
223 Livros Poéticos .03 IÍldice. Tabelas, Glossários,
,9 Cântico dos Cânticos Concordâncias
226 Evangelhos .05 Traduções
226.4 São Lucas. .07 Comentários
Aplicando as tabelas acima, teremos:
22,03 Concordância da Blblia
221.03 Concordância do Antigo Testamento
222.6.03 Concordância dos Livros dos Reis
222.1,05 Tradução do Pentateuco
226,07 Comentários aos Evangelhos
223.9.012 Inspiração dos Cânticos dos Cânticos.
Exemplo 2
Na classe 8, encontramos uma tabela analítica especial, destinada à sub-
divis§o das diversas Iínguas, 802/809. Vejamos o seu emprego,
Tabela Principal Tabela Analítica Especial
802 Llnguas Ocidentais -087 Dialetos
802.0 Inglês -1 Ortografia
803.0 Alem§o -14 Sistemas e Reformas
803.97 Sueco Ortográficas
806,90 Português -19 Pontuação
809.162 Irlandês ·2 Partes do Discurso
809,27 Árabe -22 Substantivos
809,51 Chinês ·26 Verbos
·5. Gramática
132
Aplicando as tabelas acima, poderemos ter:
802.0-087 Dialetos do Inglês
806.0-087 Dialetos do Espanhol
806.90-14 Reforma Ortográfica do Português
809.162-5 Gramática do Irlandês
802.0·5 Gramática Inglesa.
Existem ainda duas tabelas analíticas especiais, aplicáveis a todo o siste·
ma, convertidas a auxiliares comuns, apresentadas ao lado destes nas edições
médias; são as tabelas de Materiais e de Pessoas e Características Pessoais.
Exemplos:
797.2-032.25 Natação em Água Doce
343.71-053.6 Furtos Cometidos por Adolescentes
7 .071-055.3 Artistas Homossexuais. 1
133
.003 Ponto de vista econômico e financeiro
.004 Ponto de vista da utilização e funcionamento
.005 Ponto de vista da instalação e equipamento
.006 Ponto de vista do local e situação espacial
.007 Ponto de vista do pessoal
.008 Ponto de vista da organização
.009 Ponto de vista moral e social.
Çombinando os números auxiliares comuns de ponto de vista com os
símbolos das tabelas principais, obtêm-se classificações, como as seguintes:
663.2.008 Administração de Indústria de Vinhos
622.007 A Mão-de-Obra nas Minas
330.85.000.282 As Doutrinas Marxista-Leninista Vistas por
Católicos.
134
(6) África
(7) América do Norte e Central
(8) América do Sul
(9) Oceania.
Subordinados ao número do continente, cada pais recebeu um símbolo
próprio. Exemplos:
(439) Hungria
(549) Paquistão Ocidental
(63) Etiópia
(73) Estados Unidos
(81) Brasil
(94) Austrália.
Alguns países possuem números próprios para seus estados, províncias,
regiões, munlclpios etc. Exemplos:
(773) Estado de Illinois
(817) Região Centro-Oeste do Brasil
(817.2) Estado de Mato Grosso
(817.21) Munic/plo de Cuiabá.
Os estados, municípios etc. que não possuem símbolo próprio podem
ser indicados pelo ácréscimo do seu nome ao símbolo da divisão geográfica
que os contém. Exemplo:
(816.12Campinas)
135
342.4(44:81) 1nfluêncla da Constltulçâ'o Francesa na Brasi•
leira
378(44+469+81) Ensino Superior na França, em Portugal e
no Brasil
382(71 :81) Comércio do Canadá com o Brasil
382(71/72) Comércio Externo do Canadá e do México
com Diversos Pa (ses
342.4(410+44) Constituições da Grâ'·Bretanha e da França
_799. 1 (282.272. 7) Esporte da Pesca no Rio Mississlpl.
Não existe uma ordem para a apresentaçâ'o dos símbolos ligados por +
ou : , pois devem ser feitas várias entradas. Exemplos:
327(81 :44) Relações Políticas entre o Brasil e a França
327(44:81)
329(41 o+ 73) Partidos Políticos da Grã-Bretanha e dos Es-
329(73+410) tados Unidos
136
(=1.81) Brasileiros
(=1.352) Assírios.
Nações que possu·em ·naturais de div~rsas origens podem tê-los especifi·
cados pelo acréscimo do símbolo da raça original ao símbolo da nacionalida-
de. Exemplos:
(=1.494=30) Suíços Alemães
(=1.81=50) Brasileiros de Origem Italiana.
Pode-se utilizar o mesmo tipo de síntese para representar habitantes de
determinadas regiões fisiográficas. Exemplo:
{=1.211) Habitantes de Regiões Polares.
Encontram-se também símbolos para mestiços, mulatos, povos coloniais,
cosmopolitas etc.
Empregando auxiliares de raça obtêm-se classificações, tais como:
342.81 (=96) Direito Eleitoral Aplicado a Negros
331.051 (=924) Trabalhadores Israelitas
398.332.42(=924) Celebração do Ano Novo Israelita
169.9(=951) Psicologia da Raça Chinesa.
Certos temas, como costumes e asp,ctos psicológicos e antropológicos
pertencem à raça.
O símbolo' de nacionalidade só será usado quando necessário, quando o
símbolo de lugar não expresse perfeitamente o tema do documeato.
Os símbolos de raça e nacionalidade só devem ser empregados quando
for necessário especificar estes dois fatores, mas, na maioria dos casos, aplica-
se o símbolo de lugar.
8,6,4 TEMPO. I; possível indicar o século, a década, o ano, o mês, o dia, ases-
tações etc. quando o assunto do documento o exige. Estas indicações apare-
cem entre aspas. .
O período anterior a Cristo e a Era Cristã,_de modo geral, são indicados
pelos .símbolos "-" e "+", respectivamente.
As datas anteriores à Era Critâ' são sempre precedidas pelo sinal - (me-
nos). Exemplo:
"-0372" Ano 372 antes de Cristo.
Indicam-se os séculos empregando sempre dois algarismos, entre aspas,
escolhendo-se os dois primeiros algarismos empregados para escrever os anos
do século. Exemplo:
"03" Século IV (anos 300 a 399)
137
"-02" Século 111 (antes de Cristo)
"14" Século XV (anos 1400 a 1499)
"19" Século XX (anos 1900 a ·1999),
As décadas são indicadas pelos primeiros três algarismos. Exemplos:
"180" Década de 1800 a 1809
"193" Década de 1930 (anos 1930 a 1939)
"197" Década de 1970 (anos 1970a 1979),
Os anos são sempre representados por quatro algarismos, Exemplos:
"1900" Ano de 1900
"1977" Ano de 1977
"0469" Ano 469 da Era Cristã
"'..-0090" Ano 90 antes de Cristo.
P.ode·se Indicar determinado dia, utilizando sempre dois algarismos para
os meses e dois algarismos para os dias. Exemplos:
"1822.09.07" 7 de Setembro de 1822
"1900.12.25" 25 de Dezembro de 1900.
Pode-se precisar determinado segundo, indicando ano, mês, dia, hora,
minuto e segundo, utilizando-se dois algarismos para os últimos três. Deixa-se
um espaço separando a data da hora. Exemplos:
"1975.12.31 .23.08.05" Vinte e três horas, oito minutos e cinco se·
gundos do dia 31 de dezembro de 1975.
Quando se deseja indicar um período, empregam-se as datas extremas
unidas pela barra oblíqua. Exemplos:
"04/14" Idade Média (Do século V ao século XV)
"1930/1945" Entre os a·_ ,s de 1930 e 1945 (Época Getulista)
"193/194" Décadas de 1930e 1940 (de 1930a 1949).
Quando uma das datas-limite é incerta, podP. ser substituída por reticên·
cias. Exemplo:
". , ./1950" Antes de 1950.
138
"414.221" Noturno
"54-03" Trimestral
"342, 7" Domingo.
Os auxiliares de tempo não são empregados isoladamente, servem para
precisar a classificação do assunto do documento, datando os fatos relatados,
sem ligação com a data da publicação. Exemplos,.
981 "15/17" História do Brasil nos Séculos XVI, XVII e XVI 11
981 ".1822/1889" História do Brasil-Império
338:633.73"1976" Produção de Café em 1976.
139
(0:094) Sob a Forma de Obra Rara
(0:820-3) Sob a Forma de Romance de Literatura Inglesa.
Esses slmbolos servem para classificações como as seguintes:
92Fouché(0:830-3) Biografia ·de Fouché sob a Forma de Romance
da Literatura Alemã
54(0:091) Manuscrito .sobre Ou (mica
343.614(0:82-1) Poesia sobre Suicídio.
As Tabelas de Auxiliares Comuns de Forma possuem subdivisões anal/·
ticas especiais, aplicáveis aos seus s/mbolos. Exemplos:
54(088.8.072) Explicações sobre Patentes no Campo da Quí-
mica
30(038.074) Aditamentos à Dicionário de Sociologia.
8.6.6 LINGUA. A língua em que está escrito o documento pode ser indicada,
empregando-se o auxiliar comum da 1/ngua. Este é formado substituindo-se o
80 inicial, da classe principal 8, pelo sinal igual. Exemplos:
806.0 Llngua Espanhola =60 Auxiliar para Espanhol
803.959 Llngua Irlandesa =395.!')· Auxiliar para Irlandês
806.90 Língua Portuguesa =690 Auxiliar para Português
Em alguns pontos da classificação, a subdivisão por língua é indispensá·
vel, mas na maioria dos casos não é necessária, pois o texto da referência bi-
bliográfica já esclarece a Iíngua do documento.
Tratando-se de publicação em mais de uma língua é possível mencionar
o fato. Exemplo:
54(038)=20=30=40 Dicionário de Química em Inglês, Alemão e
Francês.
Geralmente os auxiliares de língua, nestes casos, são apresentados na ar•
dem numérica crescente.
A fim de indicar a língua da qual foi feita uma tradução pode-se usar o
slmbolo =03, seguido do símbolo da língua em questão. Exemplos:
7=03.690 Obras sobre Arte Traduzida do Português
7=03.40=82 Obra sobre Arte em Russo, Traduzida do Fran-
cês.
140
i
1
pregada para indicar os materiais de que são feitas as coisas, e a tabela de pes·
soas, para especificar características individuais.
8.8 fNDICES
141
As edições médias e abreviada_s aparecem acompanhadas de índices ge•
rais e a edição abreviada trilingüe apresenta três índices, um em cada uma das
línguas das tabelas. Em geral os índices da CDU não são bons.
142
seis volumes, reunindo as modificações divulgadas no Erg8nzungen e nas séries
1 a 5 das Extensions and Corrections to the UDC. Seguiu-se, e'!' 1976, o
Cumu/ated UDC Supplement, 1965-1975 (5 vols.), incluindo as alterações
propostas entre 1965 e 1975 (séries 6 a 9 nQ 1).
As edições desenvolvidas podem ser atualizadas acrescentando as modi-
ficações encontradas nos Cumulated UDC Supplements, até 1975 e Exten-
sions and Corrections posteriores.
As edições abreviadas são atualizadas até 1968 pelo 10 Years Supp/e-
ment to Abridged UCO Editions, 1958-1968, mas ainda está em aberto o
problema de atualização destas edições após 1968, bem como a atualização
das·edições médias.
Cada edição da CDU, ao ser publicada, aparece atualizada até uma data
próxim11 a de sua publicação. A edição média em Iíngua portuguesa, publicada
em 1976, está atualizada até a Série 8, nQ 2, propostas autorizadas até junho
de 1972.
Ultimamente as publicações trazem esta informação, mas nem sempre
foi assim.
BARBOSA, Alice P. Tear/a e práaca dos sistemas de classificação biblio_9ráfica. Rio d:,.
Janeiro, IBBD, 1969, p. 385-421.
CAMPOS, Astério. A teoria das classificações analítico-sintáticas ou facetadas, e a sua
influência sobre a reforma da Classificação Decimal Universal (CDU),. R. Bibliote•
con. Brasília, 3(1):23-36, 1975. '
OUBUC, R. La C/assification Décima/e Universelle. Nouv. éd. rev. et augm, Paris, Gau-
thier•Villars, 1965.
---·. Exercices programmés sur la C/assification Décima/e Universelle. Paris; Gauthier-
. Villars, 1970,
FOSKETT, A. C. A âbordagem temática da informação, São Paulo, Pol(gono, 1973. p.
233-50.
- - - . The Universal Decimal Classification. L~ndon, C. Blngley, 1973.
FROTA, Lia M. A. & CAVALCANTI, Myrtila·G. CDU; exercícios com instrução progra•
mada. Rio de Janeiro, 1974.
GUIDE to the Universal Decimal Classification (UOC). London, British Standards lnsti·
tutioi,, 1963.
JACOUEMIN, E.A Classificação Decimal Universal (Có,UJ. Rio de Janeiro, 1880, 1960.
KYLE, B, & VICKERY, B. C. La C/assification Dkimale UniverseJ/e; tendances actuel•
las. ·Paris, Unesco, 1961.
LENTINO, Noêmia. Guia teórico, prático e comparado dos principais sistemas de c/assifi·
cação bibliográfica. São Paulo, Polígono, 1971, p. 209· 73.
LLOYO, G. A. Universal Oecima1·c1acification, ln CLASSIFICATION in the 1970's.
London, C. Bingley, 1972, p, 145-65.
MI LLS, J. A modem outline of library classlfications. London, Chap'man & Hall, 191:0.
p. 74-88,
- - - . 1;he Universal Decimal C/assification. New Brunswick, Rutgers, The StatP. Ur:i•
versity, 1964.
OHMAN, E. fodices alfabéticos da Classificação Decimal Universal. Cí6ncia da lnfnrma•
ção, 2(21:169-74, 1973,
OLIVEIRA, Regina M. S. de. Classificação Decimal Universal. BrS..Sma, Instituto Nacio-
nal do Livro, 1980.
PERREAULT, J. M.An introduction to UDC. London,,C. Bingley, 1969.
--·- . Towards a theory for UDC. London, C. Bingh:!.y, 1969.
SAYERS, W. C, 8. An inttoduction to library c/assification. 9.ed. Lo.ndon, Grafton
1955, p. 135-47.
--.- . A manual of classific.a(iOI} for libratians and blbliographers. 3. ed. ,ev. London,
Grafton, 1955. p. 127-40.
VICENTINI, Abner L. C. & CAMPOS, AstériÔ t. ~/çlies programadas de Classificação
Decimal Universal, Brasma, VIPA, 1974.
WELLISCH, H. The Universal Decim,[!I Classiflcation,: a programmed instruction co1,rse.
College Park, School of Library and lnformation Services, Univei"sity of Maryland,
1970. .
146
9
Charles Ammi Cutter (1837-1903), um dos maiores bibliotecários nor•
te-americanos, distinguiu-se por seus trabalhos, tanto no campo da cataloga·
ção como da classificação.
Foi autor do segundo código de catalogação norte-americano, o Rufes
for a Dictionary Cata/og (4~ ed. Wash. U. S. Govt. Print. Off., 1904). publica•
do inicialmente em 1876, obra a que ainda recorrem os estudiosos de catalo-
gação, reeditada em 1967 pela Library Association, e foi o criador do catá-
logo-dicionário, utilizado pela primeira vez na biblioteca do Boston Athe•
naeum.
Compilou as tabelas para individualizar autores, preservando a ordem
alfabética, os números de Cutter, utilizadas na formação de números de cha•
mada, usadas nas bibliotecas brasileiras, geralmente na versão de Kate San-
born. Criou um sistema de classificação, denominado Expansive Classification
(Classificação Expansiva), após a publicação da classificação de Dewey, em
1876, que não aprovou, especialmente devido à notação decimal, sobre a
qual afirmou: "Sua notação não permite a minuciosa classificação que a expe-
riência me ensinou ser necessária às nossas bibliotecas. Não gostei (e não gos·
to) da classificação de Dewey". ·
A Classificação Expan·siva consiste em sete classificações, cada uma mais
minuciosa do que a precedente; a primeira muito geral, a segunda menos ge-
ral, a terceira ainda menos e assim sucessivamente até a sétima classificação,
que é bem detalhada.
Segundo Cutter, sua classificação é "aplicável a coleções de todos os ta·
manhas, da biblioteca municipal, no seu primitivo estágio, à biblioteca nacio-.
nal, com milhões de volumes",
A idéia era aplicar a primeira classificação ao iniciar-se a coleção, passar
ã segunda -quando esta crescesse um pouco, seguir para a terceira ao aumentar
o acervo, e assim sucessivamente, até que tosse necessária a utilização da sé·
tima classificação.
A publicação do sétimo sistema, que estava sendo elaborado com o au•
xflio de. espeGialistas nos vários assuntos, não foi completada, devido à morte
146
de Cutter e a do seu sobrinho, William Parker Cutter, que havia tentado com•
pletar o trabalho, após a morte do tio.
O titulo da classificação - Classificação Expansiva - deve-se à possibi·
lidade do sistema se expandir à proporção que a biblioteca cresce.
Cutter não justificou a ordem das suas classes principais, mas alguns es-
tudiosos, reportados por Sayers, a explicam do seguinte modo: partindo do
caos, representado pelas Obras Gerais (A). presumindo-se a existência do Ho-
mem, este toma êonsciência da sua própria existência e desenvolve sua mente
criando a Filosofia (B); interroga-se sobre sua origem e a resposta encontrada
é a existência de um Deus, surgindo a Religião (BR); interessa-se pela sua vida
como indivíduo aparecendo a Biografia (E); examina o meio em que vive,
dando origem à História (F) e à Geografia (G); estuda suas relações com os
companheiros e temos as Ciências Sociais (H-K}; volta sua atenção para as for-
ças que governam a natureza, surgindo as Ciências (L-0); preocupa-se com os
meios de subsistência e surgem as Artes Úteis (R-U}; e, por último, atinge o
estágio de criar e aparecem as Belas Artes (W) e sua expressão máxima, a li·
teratura (Y).
Cutter considerou seu sistema como evolucionista e afirmou: "A Clas-
sificação Expansiva segue sempre a idéia evolucionista da História Natural, co-
locando as partes de cada assunto na ordem em que esta teoria indica para o
seu aparecimento na natureza. A Ciência progride da molécula para o "mo-
lar", dos números para o espaço, da matéria e força para a matéria e vida; a
Botânica vai dos criptógamo~ aos fanerógamos; a Zoologia vai dos protozoá-·
rios aos primatas, finalizando com a Antropologia. A arte do livro segue a his-
tória do livro da sua produção (autoria, redação, impressão e encadernação),
passando pela distribuição (publicação e venda). armazenagem e utilização nas
bibliotecas públicas e particulares para finalizar na sua descrição, isto é,
Bibliografia, dividida em geral, nacional, especializ;o(.J e seletiva. A Economia
também segue uma ordem natural: população, produção, distribuição das
coisas produzidas, distribuição dos retornos, propriedade e consumo. As Belas
Artes são distribuídas em àrteS de sólidos - Paisagismo, Arquitetura, Escult_u•
ra, Modelagem -, artes dos planos - Pintura, Gravura etc. - e artes mistas,
artes menores e semi-industriais".
"Exemplo semelhante de lógica, ou se preferido, de ordem natural,
são: a colocação pa Bíblia entre o Judaísmo - ao qual pertence a primeira
parte, o Velho Testamento - e o Cristianismo, cujos livros sagrados formam a
segunda parte. Há muitas destas transições, algumas delas, pelo menos, novas
em classificação. Não são meros engenhos do agrado do idealizador, têm um
certo· valor prático, pois reúnem livros que podem ser desejados ao mesmo
tempo."
147
A classificação de Cutter influenciou os criadores da Classificação da Bi•
blioteca do Congresso dos Estados Unidos, cujas classes principais seguem, em
parte, a ordem apresentada na Classificação Expansiva.
Em 1931, segundo Sayers, a Classificação Expansiva estava sendo usada
por cerca de cem bibliotecas nos Estados Unidos, mas tende a cair etn desuso,
devido à falta de atualização.
9,1 EDIÇÕES
148
L Ciências e Artes (úteis e belas) L Ciências Físicas
M História Natural
a Medicina
R Artes Úteis
V Recreação, Jogos, Esportes,
Teatro, Música
X Língua W Belas Artes
y Literatura Y Literatura
YF Ficção YF Ficção
A partir da quinta classificação ficaram constituídas definitivamente as
classes principais, que são as seguintes:
A Obras Gerais
B Filosofia
BR Religião
C Religiões Judaica e Cristã
D História Eclesiástica
E Biografia
F História
G Geografia e Viagens
H Ciências Sociais
1 Sociologia
J Governo e Política
K Legislação. Direito
L Ciências em Geral
M História Natural em Geral. Geologia. Biologia
N Botânica
0-P Zoo!ogia. Antropologia
a Medicina
R Artes Úteis
S Engenharia e Edificação
T Manufaturas
U Artes Defensivas e Preservativas
V Artes Recreativas. Esportes. Teatro. Música
W Belas Artes
X Língua
Y Literatura
YF Ficção
Z Arte do Livro
Como os símbolos de um mesmo assunto nem sempre são iguais nas se•
te classificações, exigindo modificações ao passar de um sistema para outro, é
149
desaconselhável iniciar pela primeira classificação, se bem que Cutter tenha
declarado que "todas as obras mais gerais não exigem alteração . . , só as obràs
sobre assuntos mais específicos, e nem todas elas, precisam ser modificadas a
cada avanço da classificação". Mas é ainda Cutter quem aconselha: "Sempre
classifique além do seu acervo de livros e, sou tentado a dizer, que quanto
mais avançado melhor''.
150
Exemplos de aplicação:
HE Enciclopédia de Ciências Sociais
GP Periódico de Geografia.
A fim de evitar a confusão entre as subdivisões próprias aos assuntos e
as subdivisões de forma, os símbolos para estas subdivisões foram mudados,
na sétima classificação, para números, precedidos de ponto, como segue:
.1 Teoria. Filosofia
.2 Bibliografia
.3 Biografia
.4 História
.5 Dicionários. Enciclopédias
.6 Anuários. Listas
.7 Periódicos
.8 Sociedades
.9 Coleções.
Exemplos de aplicação:
RTU.4 História do Telégrafo
F45.7 Periódico sobre História da Inglaterra.
9.4 ÍNDICES
Existe um índice relativo comu·m aos seis primeiros sistemas, que tem a
seguinte aparência:
Plantas L
Cartas de Baralho .L
Arte da Comunicação L·
Apelações (direito) H
O primeiro símbolo representa o assunto na primeira classificação. Os
s(mbolos seguintes indicam as classificações do assunto nos outros sistemas,
indicada a classificação em que OGorreu a modificação pelo número que acom-
panha o símbolo.
Examinando o segundo exemplo, verificamos que Cartas de Baralho
tem o símbolo L no primeiro sistema; o símbolo V no segundo, terceiro e
quarto; o símbolo VM.no quinto e o símbolo VN no sexto.
As classes publicadas da sétima classificação trazem seus próprios índi·
ces; estava projetado um índice geral, que não foi divulgado.
Não foi feita atualização ou correção à Classificação de Cutter.
151
BIBLIOGRAFIA
BARBOSA, Ali~ ··p, T-aorla e prática dos sistemas de classlf/caçio b/bliogrlflca. Rio de
Janelro, IBBD, 1969. p.101-12.
Bl.lS',, H. E. The organizatlon of knowledge ln librarles and the approach to books. 2.
ed. rev. and partly rewrltten. New York, H. Wilson, 1939. p. 230-40.
SAYERS, W, C. B. An lntroductlon to library classlflcatlon. London, Grafton, 1965. p.
93-99.
- - - . A manual of c/osslf/catlon for llbrarlans and blbllographen. 3. ed. London. Graf-
ton, 1965. p. 141-50.
152
10
I
A Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos foi criada por ato de
1800 e instalada com uma coleção de 740 livros encomendados à Inglaterra,
que chegaram a Washington em 1B01.
No princípio, os livros eram ordenados por tamanho (fólios, quartos, ·
oitavos etc.), mas em 1B12 já estavam divid.idos em 18 classes, segundo o sis·
tema empregado pela Benjamin Franklin's library Company of Filadelphia,
baseado nas classificações de Francis Bacon, com a adaptação de Diderot e
d'Alembert.
Em 1814, ocorreu um incêndio no Capitólio, edifício do Congresso
Americano, e a maior parte da coleção foi destruída.
Em 1815, o Congresso adquiriu a coleção do ex-Presidente Thomas Jef-
ferson, com 6487 volumes, que constituem o fundo do acervo atual. A cole·
ção de Jefferson chegou a Washington classificada por um sistema criado pelo
próprio Jefferson, baseado nas classificações de Francis Bacon e d'Alembert,
constando de 44 classes, sistema que, com modificações, foi utilizado até o
fim do século XIX.
Em 1887, foi iniciada a construção de um novo edifício para a Biblio-
teca, inaugurado em 1897, quando à coleção já atingia cerca' de um milhão de
volumes.
Há algum tempo estava patente que a classificação em uso não era a
mais adequada. John Russell Young, diretor da entidade, ordenou a ·James
Hanson e Charles Martel, chefes da catalogação e da classificação, que éstu•
dassem a possibilidade da adoção de um novo sistema de classificação.
Hanson e Martel examinaram os sistemas de Melvll Dewey (Decimal
C/assification) e de Charles Ammi Cutter (Expansive C/assification) e o siste-
ma alemão de Otto .Hartwlg, empr89"<10 na Universidade de Haíle, chegando à
conclusã'o que era melhor criar um novo sistema: A criação desse novo sistema
foi trabalho de vários espe<:lalistas e classificadores que, individ.ualmente ou·
em grupo, prepararam separadamente cada classe, sob uma direção central,
m.as com consid.erável independência, seguindo as bases delineadas por Han·
son e Marte!, que tomaram por gula a Classificação Expansiva de Cutter,
153
introduzindo grandes modificações, especialmente quanto à notação. lni·
cialmente. foi feito um esquema de cada classe e, aplicado na Biblioteca, que
se foi modificando e expandindo, conforme as exigências da celeção. Assim,
a extensão de cada classe, isto é, sua maior ou menor especificidade dependeu
do acervo da Biblioteca do Congresso.
O desenvolvimento do sistema depende ainda, em grande parte, da cole·
ção existente na biblioteca nacional dos Estados Unidos, mas, nos últimos
anos, em decorrência dos programas de catalogação cooperativa e da utiliza-
ção da Classificação da Biblioteca do Congresso por muitas outras bibliotecas,
as alterações passaram a depender de preocupações mais gerais. Esse sistema,
originário do conhecimento como apresentado nos livros da Biblioteca do
Congresso, baseia-se, pois, na garantia literária. Sayers o considera um sistema
utilitário, sem base filosófica, mas, sendo originário do conhecimento escrito
e sendo este uma expressão da ordem natural, procurada pelas classificações fi·
losóficas, "esta distinção é superficial, desde que só o conhecimento expresso
pode ser classificado e quanto mais próximo está da ordem da natureza maior
é sua verdade objetiva e seu sucesso em aumentar nosso poder ~obre a nature-
za", diz D. J. Foskett.
O sistema da Biblioteca do Congresso é muito detalhado, podendo ser
considerado como uma série de classificações especializadas, bastante enume·
rativo, mas que recorre ã síntese, quando aplica suas inúmeras tabelas auxi-
liares.
10.1 EDIÇÕES
164
A apresentação de cada classe geralmente consta das seguintes partes:
1. prefácio, consistindo de pequeno histórico e breves explicações sobre
o conteúdo da classe;
2. sinopse, contendo as principais divisões da classe;
3. outl/ne, apresentando um quadro mais detalhado das principais divi-
sões da classe;
4. tabelas principais;
5. tabelas auxiliares;
6. índice;
7. adições e modificações.
156
As letras I, O, W, X e Y não foram utilizadas até hoje. A letra W é usada
pela Natlona/ Llbrary of Medicine para sua classificaçffo especializada em Me-
dicina, podendo, uma biblioteca especializada, adotar esta ciasslficação para
Mediei.na e a.Classificação da Biblioteca do Congresso para os demais assuntos.
A ordem das classes principais segue de perto a Classificação Expansiva
de Cutter; a maior alteração é a inserçffo de Belas Artes, Música e Literatura
entre as Ciências Sociais e as Ciências Exatas.
Essas classes podem ser divididas nos seguintes grupos:
A Obras Gerais e Poligrafia
. B-P Humanidades e Ciências Sociais
O-V Ciência e Tecnologia
Z Bibliografia e Biblioteconomia.
A maioria das classes principais (exceçffo das classes E, F e Z) é divi-
dida em grandes assuntos, ou subdisciplinas, representados por duas letras
maiúsculas. Exemplos:
CIÊNCIAS SOCIAIS BELAS ARTES
H Geral N Geral
HA Estatística NA Arquitetura
HB Teoria Econômica NB Escultura
HC História e Condições Econômicas NC Artes Gráficas
HI: Transportes e Comunicações NO Pintura
HF Comércio NE Gravura
156
205 Particular Congresses. By date, Latin Moneiary Union
207 Reports
209 General Works. History etc.
216 Dictionaries
219 Statistics, Handbooks, Tables etc., oi the money, coins etc. oi ali
countries.
A distribuição das subdivisões de cada classe segue um esquema, chama·
do "Os sete pontos de Martel" (Martel's Seven Points), que pode ser ligeira-
mente alterado de uma classe para outra. Esse esquema é o seguinte:
1. Subdivisões gerais de forma_: periódicos, sociedades, coleções, dicio-
nários etc.;
2. Teoria e Filosofia;
3. História;
4. Tratados e obras gerais;
5. Legislação, relações e relações com o Estado;
6. Estudo e ensino;
7. Assuntos específicos ou subdivisões do assunto, do geral ao especial.
A notação utiliza, ainda, quandç necessário, os chamado.s "números de
Cutter" e subdivisões decimais. Exemplo:
HD4905.5 Trabalho em tempo de guerra
HF5549.5.J6 Administração do pessoal Vob ana/ysis)
CN25.R7 Roma. Museo Capitolino
As tabelas de classificação apresentam classificações alternativas, que
podem ser usadas por outras bibliotecas, acompanhadas de remissivas para o
ponto onde a Biblioteca do Congresso classifica o tema. As classificações al-
ternativas aparecem entre parênteses. Exemplo:
HM(31) Relações da Sociologia com a Religião, ver BL60
HD(9711) Indústria e comércio de aviões, ver T,L521 -.530, 724 etc.
O exemplo acima significa que a Biblioteca do Congresso classifica ''.Re·
lações da Sociologia com a Religião" em BL60, mas o símbolo HM31 poderá
ser usado por outra Biblioteca, se o desejar. O mesmo ocorre com HD(9711).
Segue-se um extrato da classe CR, Heráldica, demonstrando a disposi·
ção dos temas da classe, a subdivisão alfabética e as classificações alternativas.
HERALDRY
Heraldry combined with genealogy classed with CS.
CR
Periodicals. Societies.
157
Côllected works.
4 Several authors.
5 1ndividual authors.
7 Congresses, conventions etc.
9 Exhibitions.
11 Directories. Encyclopedias.
Science, t~chnique, theory etc.
History, see CR151-159.
General works.
19 To 1800.
1801-
21 Treatises.
23 Manuais.
27 Minar. Pamphlets etc.
General special. Special aspects, relations etc.
29 Symbolism.
31 Heraldry and art, architeoture etc.
33 Heraldry and literature.
Heraldry in Shakespeare, Scott etc.
Prefer the special author ln PR, PQ etc.
e, g, PR3069,H4 for Shakespeare.
Special.
41 Special branches, charges etc., A-2.
e. g. Chess, collar, counter-charge, crest, crqsses.
Printers' marks, see 2235-236.
(43) Armorial bindings and bookplates, see 2266-276 and 2993-996
(45) Armorial china, see NK4374.
Freqüentemente encontra-se nas tabelas a indicação de símbolos in·
cluindo vários números, ligados por traço de união, para representação de um
mesmo assunto. Significa que os símbolos devem ser desdobrados, conforme
determir:tado em tabela auxiliar específica, para obtenção de um único. núme-
ro, pois não existem símbolos de classificação ligados por hífen na Classifica-
ção da Biblioteca do Congresso.
158
Há cinco tipos de tabelas auxiliares:
1. subdivisões de forma;
2. subdivisões geográficas;
3, subdivisões cronológicas;
4. subdivisões de assuntos espec/ficos;
5. subdivisões combinadas.
São freqüentes as tabelas auxiliares que combinam vários tipos de subdi-
visões, tais como subdivisões geográficas combinadas com subdivisões de for-
ma e cronológicas.
As tabelas auxiliares aparecem no início do grupo de números aos quais
são aplicáveis, no fim da classe ou no fim do vÔlume. Freqüentemente reme·
tem dos símbolos de classificação, nas tabelas principais, para o pé da página,
onde está a informação sobre a localização da tabela auxiliar.
A aplicação dessas tabelas é feita pelo encaixe, ou desdobramento, dos
números reservados ao assunto nas tabelas principais, conforme determinado
nas tabelas auxiliares. Apresentamos, a seguir, alguns exemplos de aplicação
de tabelas auxiliares.
Exemplo 1
MUSEUMS
MUSEOGRAPHY-AND MUSEOLOGY
Cf. N400-490; OH61-71; T391-999.
AM
Periodicals, societies, collections etc.
4 Early works (to 1800).
5 General treatises.
7 General special.
Educational aspects, relations etc,
8 Children's museums.
9 Minor. Pamphlets etc.
Museography.
10-99 By country
Under each country (Three numbers):
( 1) General.
{2) States, provinces etc.
(3) Cities, towns etc,
Under each country (Two numbers):
(1) .A 1 Periodlcals, Societles .
.A2 General .
.A3-Z Provinces etc.
159
(2) Cities, towns etc.
Under each country (One number):
(1) .A2 General.
(2) .A3-2 Local.
10· Arnerica.
. 11-13 linited States .
21-22 British America. Canada.
23-24 Mexico.
63 Norway.
Procedendo ao encaixe, teremOs;
AM11' .Museografia nos EEUU - em geral
AM12 Museografia nos EEUU - estados
AM13 · Museografia nos EEUU - cidades
AM23.A1 ·Museografia no México - periódico
AM23,A2 ·Museografia no México - em geral
AM23.P8 Museografia no México - na Província de Puebla
AM24 Museografia no México - cidades
AM63.A2 Museografia na Noruega - em geral
AM63.08 Museografia na Noruega - Oslo
Exemplo 2
Tabela principal
JN CONSTITUCIONAL HISTORY
ltaly
5201 Periodicals
JN Manuais
5203 Nonofficial
5204 Officiál
Collections (Constitutions·etc.)
'5208 General collections
Special constitutions, see period.
Constitutional history
5211 Comprehensive works
5213 Compends
5215 Miscellany
By period.
5221 Early to French Revolution (ca. 1793)
5223 Earliest to 768/843 (Charlemagne, Treaty of
Verdun)
5225 Northern ltaly (Langobardia)
160
6227 Southern ltaly
6231 768/843 toca. 1208 (ltaly and the Empire)
5235 Ca. 1268 toca. 1495 (Development of cltystates)
5240 Ca. 1495 toca. 1793 (Foreign influence)
Special states and region
Under each:
(1) General
(2) 769/843 to ca. 1268
(3) ca. 1268 to ca. 1495
(4) ca. 1495 toca. 1793
6261-5254 Piedmont. Savoy
6266-5259 Liguria: Genoa
Desdobrando, teremos os seguintes símbolos de classificação:
JN5266 História constitucional de Gênova - em geral
JN5257 História constitucional de Gênova - entre 769 e 1268
JN6258 História constitucional de Gênova - entre 1268 e 1495
JN5259 História constitucional de Gênova - entre 1495 e 1793
Exemplo 3
Tabela principal (extrato)
HD ECONOMIC HISTORY HD
INDUSTRIES (OTHER THAN AGRICULTURAL)
General works.
By country. see HC.
General companies.
9603 Unlted States.
9605 Other countries, A-Z.
Mineral industries.•
Public documents and official statistics in TN.
9506 General works.
lnc!udlng metais ln general.
Metal industries.
9510-9529 lron and steel.
HD 9529.T6, Timplate.
9536 Gold and silver.
9539 Other nonferrous metais, A-Z.
e. g.. A 1-3, General, 1. e., Copper, lead ·and tln etc.;
.A6· 7, Aluminum; .A82-83, Antimony; B7 -8, Bass.
161
9540-9559 Coai.
lncludlng fuel ln general,
9560-9579 Petroleum.
lncludlng motor fuel ln general.
HD 9679.G3·6, Gasollne; N3-6, Naphtha.
9580 Pipe lines.
9585 Other minerais, A-2.
e. g. .A64-66, Asbestos; .A68-7, Asphalt; F4-43, Feldspar.
9590-9600 Clay industries.
162
Para proceder ao desdobramento, verifica-se primeiro quantos algaris•
mos foram reservados para a indústria desejada, a fim de decidir sobre a apli-
cação das Tabelas A ou B acima.
Os s/mbolos para a Indústria do Petróleo são HD9560-9579, contando
com 20 números, aplica-se, portanto, a Tabela A.
Desdobrando, teremos:
HD9560 Indústria do Petróleo - em geral
HD9560.1 Indústria do Petróleo - em geral - Periódicos
HD9560.6 Indústria do Petróleo - em geral - Política
HD9561 Indústria do Petróleo - nos EEUU - Coleções
HD9566 Indústria do Petróleo - nos EEUU - Política
HD9571 Indústria do Petróleo - na Grã-Bretanha
HD9571.6 Indústria do Petróleo - na Grã-Bretanha - Política
HD9572 Indústria do Petróleo - na França
HD9572.6 Indústria do Petróleo - na França - Política
HD9573 Indústria do Petróleo - na Alemanha.
Os símbolos para a Indústria de Olaria são HD9590-9600, contando 11
números; deve-se aplicar a Tabela 8.
Desdobrando, teremos:
HD9590 Indústria de Olaria - em geral
HD9590.6 Indústria de Olaria - em geral - Política
HD9591 Indústria de Olaria - nos EEUU
HD9591.6 Indústria de Olaria - nos EEUU - Política
HD9592 Indústria de Olaria - na Grã-Bretanha
HD9592.6 1ndústria de Olaria - na Grã-Bretanha - Política
HD9593 Indústria de Olaria - na França
HD9593.6 Indústria de Olaria - na França - Política
HD9594 1ndústria de Olaria - na Alemanha.
Exemplo 4
HD ECONOMIC HISTORY HD
Labor. By country.
8101-8942 Other countries. Table VIII*, modified.
ln connection with H08465, compare· H07887 -7889 and
HX279.
Under each:
20 nos. 10 nos. 5 nos.
* For Table VIII, see 627-632. Add country number in Table to 8100.
163
Documents.
(1) ( 1) (1) General.
Department of labor.
e. g, "Mlnlttêra du travall",
.A~3 Serial publlcatlons, ln
order of priority of
first issue .
. A4•9 Special bureaus.
Legislatlve documents.
,B1 ·4 House.
Serial.
Special .
.B5·8 Senate.
Serial.
Special.
.e Commisslons. By date .
(2) State.
(_3) (2) (2) Associatlons and periodicals.
To lnclude non•tachnlcal reportt
of mechanlct lnstltutes, Gewer-
bevarelne etc, Technlcal publlca•
tions, ln T.
., " "' ,v V VI
,.,.,
vu VIII ,X X
1400)
'" '"°'
1100) 11301
111 ''°''
1 "' 1
141
Amerie-a
li; 41
12001
12: 51
1
16: 10)
18401
(10; 201
{420)
16; 10)
00001
{5; 101
li
2 ' 3 3
1
3 NouhAme,iq 2
1
,_, 2 21
3
• •, s
•
s Unltt<IStattt 3 31
8 Nonheaitun
INtw Engtandl
A1lantie
"
',
6
9
li
13
11
"" "
13
21
Soulh !Oulf t1eJ
céntral
SI
"
71
8
" 20
" Uke reg!on !S1.
Law,enee Vallayl
Mi•siuippi Yairev
81
IO
"
19
23
26
29
33
andWe!I
Southweu houth
81
IOI
oi M1"S!OU•i aod
Wfll oi lhe Miuh-
srppl Rivtd
J1 t,tru-~u arui lll
21
"' 31
164
., R<Xky Mountalnt
,. "
27
35
38
"
49
Smes,A,Wl$ttp.
5371
Ci1ie1. A·2 t'" p.
8
9 11,20 1-10
131
1-10 141
15 ,; ., 53
5391
ea~. British NA 7-10 10 11.20 1-10 1.10 161
16 31 44
11.A1•5
" Multo
Smes,A,2
li 12
,.
21 li li 181
11.A6,2
18
33
35
37
" "
48
49
61
69
Central Amerka
8rifüh Hondu,a1
Cena Rita
13.Al-5
,.
l3.A6·2
31
.,
38 "26
1.6
19
171
181
19
.,., .,
31 21 191
"" "
39 62 Guatemala 15 61
" 201
·~
20 15 Hondu,ai 15 61
21 11 Niurag,.,a 17 . 71 "
81
31
.,
36
211
216
"
22,5
23
42
43,6
44
" .,
61
62
79
81
P~CamlZone
Salvador
18
18,6
19
81
86
,i
71
78
81
45,5
46
221
226
231
li Ili IV V VI VII VIII IX X
Vemos que foi, ordenada a aplicaçlo da Tabela VII 1, das "Tables of Geo•
graphical Dlvislons" (págs. 627-632). para o desdobramento de H08101-8942
- Trabalho. Por pais - para obtenção do símbolo de classlficaçã'o procurado.
Combinando os números compreendidos entre 8101 -8942 com os en•
contrados na Tabela V111, teremos:
HD8111 México
HD8121 América Central
HD8126 Honduras Sri~nicas
HD8131 Costa Rica
10.4 NÚMEROS-DE-CUTTER
166
de forma, cronológicas ou regionais, são listados nas tabelas principais ou au-
xiliares. Ilustram este tipo de emprego as seguintes classificações:
HJ PUBLIC FINANCE
275 States collectively
lncluding Federal grants-in-aid
By region (covering severa! states)
Under each:
General works. History
.A1 General
.A3 Early to 1865/70
.A5·Z3 1865/70-
.Z4·9 0rganization and administration
HE TRANSPORTATION ANO COMMUNICATION
Water transpor!
564 Associations of ship owners
. A1 General works. History etc .
. A2 lnternational .
United States
.A3 National associations
.A4 Local, A·Z
e. g .. A4N5 New York. Shlp Owners•
A~oclatlon of the State of r,Jew York
Other countries
Subdivided like United States, .A3•4
.83-4 Canada and British America
.C3•4 Spanish America. South America
.E3-4 Europa '
.F3-4 Asia
.H3•4 Africa
.K3-4 Australia and Pacific
167
, Lakes region and Old Northwest;
.A2-W, States.
HD ECONOMIC HISTORY
7651-7780 Industrial hygiene. By country. Table Vl
Under each:
4 nos. 1 no.
11) .Al-5 Collections
12) .A6-25 General works
13) .27 By state, A-2
(4) .28 By place (City,
town etc.), A-2.
HD ECONOMIC HISTORY HD
Corporations.
By country.
United States.
Law and legislation - Continued.
2781 Special topics, A-Z., ·
e. g, .C3 · Capitalization .
. P3 Paten.ts .
.S7 Stockholders.
,S8. Minority rights.
2783 Conferences .
.A3 By date .
.A5-2 Permanent organizations. By name.
2785 History.
2791 Description.
2795 Policy.
General companies, see HD 9503-9505.
2798 By state, A-W.
168
2807-2930 Other countries. Table v•, modified.
Under each:
4 nos. 1 no.
(1) Oocuments:
.A1-19 Serial .
.A2 Special. By date.
(2) .A3 Laws.
(3) .A5-27 History.
(4) Policy.
(4.5) .28 Local, A-2.
Note 1. For Australia and Paciflc use:
HO 2927 Australla,
2928 By state, A-z.
2929 Hawaii.
2930 Other Paclflc islands, A-Z.
- Note 2. Under cquntrles where local dlvlslons tstates,
provinces, departments etc.} are not provlded
for in the-Table subarrange:
( 1) Documents. l 1
'
(2) Laws, et., as follows:
.A 1-39 National, Federal etc .
.A4-Z State; Provincial etc.
Na maioria dos casos, os números-de-Cutter alfabetadores são formados
pela letra inicial do nome, seguido de um ou mais algarismos decimais, tirados
da seguinte tabela:
1. Depois da letra inicial S
para a segunda letra: a eh e hi mop t u
use o número: 2 3 4 5 6 7-8. 9;
2. Depois de outras consoantes iniciais
para a segunda letra: a e i o r u
use o número: 3 4 5 6 7 8;
3. Depois de vogal inicial
para a segunda letra: b d lm n p r st
use o número: 2 3 4 5 6 7 8.
Para as letras que não foram incluídas na tabela acima, empregam-se os
números anteriores ou seguintes àqueles indicados pela ordem alfabética.
Dependendo da necessidade, decorrente do emprego anterior ou da uti·
lizaçá'o a ser feita, pode-se desobedecer à tabela acima, usando outros algaris-
mos ou expandindo o número-de-Cutter para dois ou mais algarismos.
169
Os exemplos seguintes, encontrados na classe H, ilustram o emprego da
tabela acima:
.P4 Pensions .N3 Napoles
.C3 Capitalization ,N4 New Orleans
.J6 Job analysls · .T4 Texas
.S7 Stockholders .A4 Alaska .
O emprego desta tab_ela é bastante irregular, pois, dependendo da utili·
zação feita anteriormente pela Biblioteca do Congresso, os números-de-Cutter
podem apresentar resultados que discordam do normalmente esperado da
aplicação da tabela alfabetadora acima.
Assim é que se encontram na classe H os seguintes exemplos:
,Ili lnterest .N5 New York
.A5 Amortization .B7 Boston
.M7 Mongolism .C2 Canada.
O número•de-Cutter pode ser expandido, utilizando-se mais de um alga-
rismo, quando a ocorrência de vários temas iniciados pela mesma letra o exi-
ge. Em HD9999, encontramos os seguintes exemplos:
,S4 ·scientlfic apparatus .S914 Sponges
,S47 Sewing machlnes .S92 Sporting goods
.S54 Skates .S93 Stoves
.S7 Soap .S972 Surgical lnstruments
Muitas vezes, utilizando-se os números-de-Cutter para subdividir geogra-
ficamente, com o intuito de reunir a documentação, os caracteres são tirados
de uma subdivisão geográfica maior, que contém aquela a especificar. Exem-
plos:
HJ70 French colonies
.16 French Indochina
.18 Annam
.183 Cambodja
.185 Cochin China
.187 Tonking and Laos.
Algumas classes trázem, no fim, listas alfabéticas de países, esiados e ci-
dades dos Estados Unidos, condados ingleses e cidades de arte acompanhadas
dos respectivos números-de-Cutter. Margaret Mann chamou-as f/oating tab/es
(tabelas flutuantes), porque aparecem, quase idênticas, em várias classes. A
classe H traz as quatro primeiras destas listas.
Como já deve ter sido notado, pelos extratos apresentados, há casos em
que o símbolo de classificação. utiliza mais de um número-de-Cutter. Em
170
HD7651- 7780 ou em HD2780, vê-se o emprego de dois números-de-Cutter,
que resultarão em classificações, tais como:
HD7685.Z8.R4 Higiene Industrial em Recite
HD2780.G4.T4 Demanda Judicial entre a General Motors e o Estado
do Texas
HG9343.B7 .A8 Seguro-Acidente no Brasil, pela Atlantic Boa Vista.
Convém lembrar que os números-de-Cutter aqui apresentados são parte
integrante do símbolo de classificação.
A Biblioteca do Congresso utiliza a mesma tabela para formar números•
de-autor, quando construindo números-de-chamada, que aparecem na· base
das suas fichas, separados da classificação por um ponto.
10.5 fNDICE
171
BIBLIOGRAFIA
172
11
James Duff Brown (1862-1914), bibliotecário inglês, considerado como
o Dewey da Inglaterra, foi dos primeiros ingleses a escrever livros sobre Biblio·
teconomla e o criador do único sistema de classificação geral desse pais. Des•
tacou-se em sua pátria especialmente por ter sido o primeiro a Introduzir o
livre acesso às estantes, na C/erkenwe/1 Pub/ic Library, em 1888, medida que
suscitou grandes controvérsias na época.
Em 1894, apresentou à reunião da Library Association, em Belfast, o
Quinn-Brown System, um sistema de classificação bibliográfica, elaborado em
colaboração com John Henry Quinn. ·
Em 1897, publicou uma versão ampliada deste sistema, denominada
Adjustab/e C/assification, mas que, como o anterior, pecava por falta de flexi-
bilidade.
· Talvez incentivado pelas criticas feitas na Inglaterra à Classificação De·
cima! de Dewey, acusada de parcialidade em relação aos assuntos americanos,
Brown· construiu a Subject C/assification, publicada pela primeira vez em
1906, com segunda edição em 1914 (reimpressa em 1926) e terceira edição
em 1939, já então sob a revisão de James Douglas Stewart.
A Subject Classification (Classificaçio de Assuntos), segundo Howard
Phillips e Jack Mills, é utilizada em cerca de 40 bibliotecas Inglesas, porém,
mais recentemente, D. J. Foskett considera-a como "um esquema que q~ase
caiu em desuso" e A. C. Foskett informa que a falta de atualização levou a
uma "mudança gradativa, hoje conclu Ida, para a CD".
O sistema pode estar em desuso, mas, segundo D. J. · Foskett e A. C,
Foskett, continua merecendo ser estudado, devido às concepções teóricas,
que fazem de Brown um precursor das teorias modernas de classificação.
Brown pretendeu criar um sistema de classificação, em que cada assunto
tivesse uma única localização, em que os vários aspectos teóricos e práticos de
um mesmo tema ficassem reunidos.
Na introdução do seu sistema, afirma "Estou inclinado a pensar que, na
classificação de livros, o assunto constante ou concreto deve ser preferido aos
aspectos mais gerais ou ocasionais".
173
Para Brown, todo conhecimento envolve dois fatores - "material" e
"finalidade" -, cujas combinações formam os assuntos. Procurou subordinar
· todas as "finalidades" ao "material", de modo a s6 existir uma única classi•
ficação,_ uma únicá localização nas tabelas para cada conceito concreto. Plan-
tas, animais, países, bibliotecas, restaurantes, estradas, pontes etc. são os con•
eretos de Brown e todos os aspectos destes assuntos ficam reunidos num mes•
m~ ponto, na classe em que se originam. A Rosa pode ser estudada sob o
ponto de vista da Botânica, da Floricultura, da Decoração, do Simbolismo, da
Geografia etc., mas todos os seus aspectos estarão reunidos num único lugar,
na classe de Botânica, aquela em que tem origem a Rosa. Assim é que, sob o
"material", Estradas de Fe_rro, na classe de Ciências F(sicas, são reunidos to·
tos os aspectos do assunto, as "finalidades", tais como Economia, Engenharia
Ferroviária, Ti-ansporte por Ferrovia, Administraçâ'o de Ferrovias et~.
O resultado deste modo de proceder resulta em muitas classes apresen•
tarem só os problemas gerais, enquanto as aplicações passaram a outros pon-
tos do sistema, ao lado dos "concretos", que lhes dão substância. Assim, em
Agricultura serão encontrado~ s6 os temas gerais, tais como irrigação, drena·
gem, semeadura, colheita etc., mas o cultivb de plantas específicas ficará em
Botânica.
Needham questiona este modo de proceder, achando que dispersa as-.
suntos de interesse do usuário. Na sua opinião, um administrador de estrad~-
de ferro estará mais interessado nos aspectos administrativos de outros meios
de transporte do que em Engenharia Ferroviária; um zoólogo não terá iriteres-
se no aproveitamento econômico dos animais.
A distribuição dos assuntos pretendida por Brown aproxima-se da téc-
nica de cabeçalhos de assunto, assemelhando-se à teoria de Kaiser sobre con-
cretos e processos.
A tentativa de Brown de reunir os "materiais" é uma tendência encon-
trada nos classifistas modernos.
A seqüência das classes na Subject C/assification também difere dos de-
mais sistemas baseados em Bacon. Brown afirmou desprezar "as convenções,
distinções e agrupamentos arbitrários, em lugar de científicos, e ordenar cada
classe em ordem sistemática de precedência científica, tanto quanto possível".
Admitiu que toda forma de conhecimento deriva de um dos quatro
grandes grupos ou princípios fundamentais: Matéria.e Força, Vida, Razão e
Registro, na ordem em que surgiram no Universo. Primeiro surgiram a Maté-
ria e a Força, que geraram a Vida, esta produziu a Razão, que deu origem ao
Registro dos fatos.
Segundo esta teoria, as ciências aparecem agrupadas do seguinte modo:
174
Matéria e Força
Ciências Físicas
Vida
Ciências Biológicas
Etnologia e Medicina
Biologia Econômica. Artes Domésticas
Razão
Filosofia e Religião
Ciências Sociais e Políticas
Registro
Língua e Literatura
Gêneros Literários
História e Geografia
Biografia.
Pretendeu colocar as subdivisões das classes principais em ordem evolu-
tiva, segundo a "progressão científica", apresentando as ciências puras acom-
panhadas de suas aplicações e seguidas por outras ciências puras, com elas re-
lacionadas. Assim, a Engenharia evolui da Física, a Mineralogia, a Metalurgia e_
a Mineração seguem a Geologia, mas nem sempre o sistema foi coerente, pois
a Botânica não leva à Agricultura.
As subdivisões das classes principais também apresentam um agrupa•
manto bem pessoal, como a inclusão da Música entre as Ciências Físicas, jun-
to ao Som e â Acústica, e a colocados dos Esportes na Medicina.
Outra inovação é a composição da classe Generalidades, que nos outros
sistemas inclui obras sobre todos os assuntos, mas no sistema de Brown tem
uma acepção mais larga, incluindo, além dos assuntos gerais, temas relaciona•
dos à Educação, Lógica, Matemática etc., que contribuem para muitas ciên-
cias.
Artes gráficas e plásticas (registros pictóricos) foram incluídos em Gene-
ralidades, segundo o autor, por falta de hospitalidade da notação do grupo
Registro.
Na classe Geografia e História são relacionados todos os países, acompa-
nhados de subdivisões para períodos ("regnal numbers"), mas a classificação é
completada empregando-se a Tabela Categórica,
Brown, ?P explicar as classes principais, Justificou a composição da clas-
se Generalidades do seguinte modo: "As divisões desta classe compreendem a
maioria das regras, métodos e fatores de aplicação geral, que qualificam ou
penetram todos os ramos das ciências, das indústrias e dos estudos humanos.
São universais e interpenetrantes e não podem, logicamente, ser incluídos
como peculiares ou originários de outras classes gerais".
175
A Subject C/assifícatlon é relativamente pouco enumerativa e faz largo
emprego da síntese, como recomendam as teorias de classificação atuais.
176
400 MATEMÁTICA
401 Aritmética
402 Numeração e notação
403 Números arábicos
404 Números romanos
1: permitido combinar símbolos de classes para representar assuntos
compostos, quando se trata de aspectos do assunto que não constam da Ta-
bela Categórica. Exemplo:
8530L 116 Greve em Estradas de Ferro.
Quando é preciso utilizar dois símbolos de uma mesma classe, emprega-
se o sinal mais ligando-os, sem repetir a letra inicial. Exemplo:
C20o+300 Calor e Som.
Emprega-se a barra oblíqua na representação de documentos que in-
cluem vários temas representados nas tabelas por símbolos consecutivos.
Exemplo:
U555/569 História e Geografia de Norfolk e Suffolk
A barra oblíqua também serve para a anexação de símbolos da Tabela
de Número Alfabetadores, que veremos adiante.
A notação não procura ser expressiva, mas é relativamente breve. Não é
bem flexível, não permitindo a fácil inclusão de novos assuntos, devido ao
emprego de números na ordem aritmética, ficando na dependência dos nú-
meros deixados vagos.
Brown sugeriu a possibilidade de empregar, no futuro, números deci-
mais, dificultada, porém, pelo emprego do ponto como indicador da Tabela
Categórica. O quarto algarismo seria decimal, enquanto os três primeiros são
números inteiros.
Não existe tabela auxiliar para subdivisão geográfica, mas os símbolos
das classes principais de Geografia e História (0-W), além de servirem como
local para reunião das obras sobre estes assuntos, podem ser anexados a ou-
tros assuntos para subdividi-los geograficamente. Exemplos:
E427 Orquídeas L900 Finanças
E427W720 Orquídeas do Brasil L900W710 Finanças da Venezuela
E427W728 Orquídeas do Amazonas L900W705 Finanças da Colômbia.
1: permitido abreviar o símbolo geográfico, quando utilizado.como sub•
divisão.geográfica, reduzindo-o à letra e a um ou dois algarismos. Exemplos:
L900W71 Finanças da Venezuela
L900P3 Finanças do Japão.
177
· Também não existe tabela auxiliar para subdivisão por língua, mas esta_
pode ser feita pelo acréscimo do símbolo da língua do texto, na classe M
(Língua e Literatura), ao símbolo dÓ assunto, Exemplo:
L800M520 Obra sobre Comércio em Língua Inglesa,
178
O livro de Alice Príncipe Barbosa traz uma reprodução completa da Ta·
bela Categórica.
TABELA DE DATAS. O sistema traz uma Date Table (Tabela de Datas),
na qual os anos são representados por duas letras minúsculas, desde 1450 até
.1950, como mostra o extrato seguinte:
A.D. A.D. A.D. A.D.
1450 ªª 1502 ca 1520 cs 1602 fw
1451 ab 1503 cb 1521 ct 1603 fx
1462 ac 1504 CC 1622 cu 1939 sy
1453 ad 1505 cd 1523 CV 1945 tb
1454 ae 1506 ce 1524 cw 1950 tg
179
11.3 INDICE
180
BIBLIOGRAFIA
BARBOSA, Alice P. Teoria e prAtlca dos sistemas de c/miflcaç6o blb/iográflca. Alo de.
Janeiro, IBBD, 1969. p. 113-42.
MILLS, J. A modem ou,tllns of/lbrary c/assification, London, Chapman & Hall, 1960. p,
103-16.
NEEDHAM, C. O. Organlzing know/edge ln librarles. London, A. Oe.utsch, 1964. p. 114-
19.
SAYERS, W. C. 8. An introduction to library classification. London, Grafton, 1955, p.
149-51.
- - . A manual of classification for librarians and bibliographers. 3. ed. London, Graf,
ton, 1955. p. 175-86.
181
12
Henry Evelyn Bliss nasceu na cidade de Nova lbrque, em 1870, e mor-·
reu em Palnfield, Nova Jersey, em 1955.
Estudou no CtÍl/ege of the City of New York (hoje City College), onde
exerceu o cargo de bibliotecário de 1891 a 1940, quando se aposentou.
Dedicou-se ao estudo de classificação, assunto sobre o qual passou a
publicar artigos nas revistas especializadas americanas desde 1902.
Em 1910, publicou, no LÍbrary'Journal (Vol. 35, p. 351-358), um es-
boço d'e um sistema de classlficaçãc;,.bibliográfico; que vinha aplicando em
sua Biblioteca desde 1908, sob o Htulo A Modem C/assification of libraries,
wlth Simple Notation, Mnemon/cs and Alternatlves. Em 1929, publicou The
Organizat/on of Knowledge and the System of t!Je Sciences, no qual estuda
os problemas gerais de classificação e.examina detalh.adamente os vários sis-
temas de classificação filosóficos, desde a antigüidade até o século XIX, espe-
cia.lmente os sistemas de Augusto Comte, Herbert Spencer e Wundt. Em 1933,
apresentou The Organization of Know/edge in libraries, onde estuda os pro-
blemas de classlflcação nas bibliotecas e alguns dos grandes sistemas de classi-
ficação bibliogrilfica. Em 1935, apareceu A System of Bibliographic C/assifi-
cat/on, versão condensada do seu sistema de classificação, que, após revisão,
foi reeditado em 1936, O sistema definitivo saiu entre 1940 e 1953, em qua-
tro volumes, editados pela H. W. Wilson Co., como A Bibliographic C/assifica-
tion Extended by Systematic Auxiliary Schedules for Composite Specifica-
tion and Notation, conhecido como Bibliographic Classification (Classificação
Bibliográfica).
A Bib/iographic C/assification é apontada como um sistema que apre-
senta um dos melhores desenvolvimentos de classes encontrado em classifi-
cações bibliográficas.
. Segundo afirma J. D. Foskett, "a ordem das classes de Bliss foi acolhida
com os maiores aplausos pelos especialistas e considerada como superior ãque•
la apresentada pela maioria dos outros esquemas de classificação"
182
Bliss procurou apresentar os assuntos segundo o "consenso científico e
educacional", isto é, a ordem científica e pedagógica de estudo dos assuntos,
a ordem dos. conceitos geralmente aceita pelos especialistas.
Como o conhecimento é ensinado, estudado e aplicado em blocos, ele o
dividiu nos campos de especialização seguidos pelo ensino e pela prática.
No entender de Bliss, esta ordem é relativamente estáyel e tende a se
tornar mais estável à proporção que o conhecimento se torna mais estabeleci•
do e detalhado. Na realidade isto não parece acontecer, pois o conhecimento
cresce, modifica-se e reestrutura-se constantemente, e qualquer sistema se de·
satualiza rapidamente.
Bliss considerava a ordem das,classes principais como uma das mais im•
portantes qualidades de um sistema de classificação. Esposava a opinião de
muitos filósofos, especialmente Augusto Comte, Spencer e Pstwald; da depen·
dência das Ciências Naturais e assim expressou seu pensamento: "Uma exigên·
eia muito importante é que as Ciências Naturais sejam distribuídas em ordem
de especialização, cada ciência sendo independente e coordenada com as
outras ciências afins, mas subordinada àquela ciência da qual depende, para
conceitos e princípios, e da qual deriva pela especialização. Assim, a Química
segue a Física, a qual recorre para a explicação dos fenômenos químicos, e é
seguida pela Astronomia, que necessita, para as investigações dos astros, de
conhecimentos derivados da Física e da Química; segue-se a Geologia, que
estuda só um astro, a Terra, e é, portanto, uma especializaÇãoda Astronomia",
.O autor estabeleceu três princípios para a ordenação das classes:
1. co•localização (col/ocation), isto é, a localização dos assuntos relacio·
nadas próximos uns dos outros, assim a Psicologia (1) ficou entre a Medicina
(HM) e a Educação (J), dois campos com que se relaciona;
2. gradação por especialização (gradation in specialization), isto é, a
ordem de dependência das ciências, como a apresentada acima, que partindo
da Física atinge a Geologia;
3. extensão decrescente (decreasing extension), isto é, a subordinação
do especial ao geral.
Nem sempre Bliss conseguiu compatibilizar seus três princípios, assim é
que a Educação não está subordinada às Ciências Sociais e a Geologia está lon·
ge da Física:
Uma característica do sistema é a possibilidade de classificações alterna·
tivas .(alterna tive /ocations), que permitem a classificação de um mesmo assun•
to em vários pontos do sistema, resolvendo assim a· toCalização dos conceitos
para os quais não há completo acordo, consenso, entre os estudiosos.
As localizações alternativas podem ser de dois tipos: localizações alter·
nativas e tratamentos alternativos.
183
Assim, o Direito Internacional pode ficar em Direito ou em Ciência Po-
lítica; temas de Agricultura podem ser localizados em Botanica ou em Agri-
cultura; biografias Individuais podem ser classificadas no assunto em que se
distinguiram os biografados ou reunidas num só lugar; o mesmo tratamento
pode ser dado à legislação especializada, reunida num ponto ou dispersa pelos
assuntos de que trata; a Literatura pode ser ordena.da de vários modos.
Na opinião de A. C. Foskett, "embora reconhecendo certas formas de
síntese (especificação composta), Bliss era hostil à idéia de análise e síntese
completa, formulada por Ranganathan. Assim, o seu esquema pode ser enca-
rado como a última das grandes classificações enumerativas, apesar de conter
tabelas sistemáticas".
Segundo Mills, a Bibliographic C/assification é utilizada em cerca de 90
bibliotecas, quase todas da Comunidade Britânica.
12.1 EDIÇÕES
J!l4
A Filosofia e Ciência Geral (incluindo as Ciências Fundamentais,
aplicáveis em outros campos - Matemática, Estatística);
'B/D Ciências Físicas (Física, Química, Astronomia, Geografia Física
etc. e a tecnologia e indústrias a elas relacionadas);
E/G Ciências da Vida (Biologia, Botânica, Zoologia);
H/1 Ciências do Homem (Antropologia, Medicina, Psicologia);
J/2 Ciências Sociais (as originárias da Sociedade, isto é, Educaçã'o,
História, Economia, Religião, Política, Direito, Artes, Filologia e
Literatura),
185
W Phllology: Linguistics and Languages other than lndo-European
X lndo-European Philology, Languages and Literaturas
Y English or other Language and Literatura; and Literatura in gene-
ral, Rhetoric, Oratory, Dramatics etc,
Z Bibliography, Bibliography, and Libraries,
186
Apresentamos a seguir um extrato das Classes Numéricas Anteriores.
187
NUMERAL SUBDIVISIDNS DF ANY CLASS
OR SECTION
Reference books
2 Bibliography
3 History, Scope, Relations
4 Biography
5 Documents
6 Periodicals
7 Miscellanea (selections and collections)
8 Study of the Subject, Books about it
. 9 Antiquated or Superseded Books or other materiais.
Aplicando-se a Tabela 1 a símbolos tirados das tabelas principais, ob-
têm-se classificações como as seguintes:.
F6 Periódicos de Botânica
AL2 Bibliografia da Lógica
BOR1 Dicionário de Rádio
VDT6 ·Revista de Decoração
VDYW3 História do Papel de Parede.
As subdivisões geográficas (Tabela 2) são representadas por ietras mi·
núsculas, acrescentadas aos s·(mbolos dos assuntos. Segue-se em extrato desta
tabela.
Schedule 2
For Geographical Subdivision
a America c Latin America
North America ca Mexico and Central America
ªª
b United States cb Mexico
bb New England cj Souih America
bbc Massachússetts _cp Brasil.
1B8
. Para subdivisão por língua, pode ser utilizada a Tabela 3, na qual as vá-
rias línguas são representadas por letras maiúsculas. Exemplos:
,F representa Língua Francesa
,G representa Língua Espanhola
,H· representa Língua Portuguesa
,M representa Língua Inglesa.
12.4 ÍNDICE
189
12.5 ORDEM DE CITAÇÃO
190
. BIBLIOGRAFIA
191
13
Shiyali Ramamrita Ranganathan nasceu em 1892, na,cidade de Shiyali,
estado de Madras, e morreu em 1972, em Bangalore, fndia. Cursou a Hindu
High School, ein Shiyali, e o Christian College, da Universidade de Madras,
onde obteve o grau de mestre em Matemática, em 1916. No ano seguinte, di-
plomou-se na Saidapet Teachers' College, também em Madras.
Lecionou Matemática no Government College, em Madras, de 1917 a
1920, e foi professor assistente da mesma disciplina no Presidency College, de
1920 a 1923.
Em 1924, foi nomeado bibliotecário da Madras University Library e
enviado à Inglaterra para estágio no British Museum.
Orientado pelo Diretor do British Museum, passou a estudar na School
of Librarianship da Universidade de Londres, onde se interessou principal-
mente por Classificação e Administração de Bibliotecas. Nessa escola foi alu•
no de Berwick Sayers, que o aconselhou a ler muito sobre Biblioteconomia,
estagiar em biblioteca pública e visitar diferentes tipos de bibliotecas.
Ranganathan dedicou-se à leitura de obras de Biblioteconomia, estagiou
na Croydon Public Libraries e visitou diversas bibliotecas da Grã-Bretanha.
Foi nesta· época que resolveu criar um novo sistema de-classificação bi·
bliográfica, após verificar ser a Classificação Decimal de Dewey largamente
empregada, mas freqüentemente adaptada e modificapa. Iniciou então o esbo-
ço do seu sistema de classificação, mas, convencido da necessidade de modifi·
car os princípios básicos de classificação bibliográfica, concebeu a idéia de
uma-classificação analítico-sintética.
Em 1925, voltou à (ndia, onde assumiu a direção da Madras University
library, iniciando o desenvolvimento e a aplicação do novo sistema de cla~si•
ficação, que havia idealizado.
Fundou a Madras library Association e, em 1928, ministrou o primeiro
curso de Biblioteçonomia do seu país, para cerca de mil professores, levando
a criação da Madras Summer Schoo/ of Library Science, onde lecionou cerca
de vinte anos.
192
Passou, mais tarde, à Benares Hindu University, como chefe da Bibliote-
ca e professor de Biblioteconomia e, entre 1947 e 1955, trabalhou na Univer-
sidade de Deli, lecionando Biblioteconomia, onde recebeu o título de Doutor
e "Pai da Biblioteconomia da (ndia".
Fez conferências na Inglaterra, nos Estados Unidos e no Japão. Partici-
pou dos trabalhos da Federação Internacional de Documentação (FID). foi
seu vice-presidente e fundou a FID/CA, depois FID/CR, comitê de pesquisa
sobre classificação. Foi membro da Comissão Central de Classificação da FID
(FID/CCC). do lnternational Committee of Library Experts, das Nações Uni-
das e do lnternational Bibliographical Committee, da Unesco.
Ranganathan escreveu cerca de 50 livros e 1 500 artigos sobre todos os
campos da Biblioteconomia, criou uma terminologia nova para classificação
bibliográfica, que vem sendo largamente empregada, formulou o "princípio
da oitava", empregado em alguns pontos da Classificação Decimal Universal,
sugeriu o processo de compilação de índice para sistemas de classificação, de-
nominado índice em cadeia, muito em voga atualmente, e foi o primeiro au-
tor a empregar sistematicamente a análise em facetas em sistema de classifi-
cação, que deu orige~ às classificações facetadas modernas. Entre as suas
obras destacam-se: Colon (Çlassification, Prolegomena to Library Classifica-
tion, Classification: Fundamental and Procedure, Classified Catalogue Code,
Headings and Canons, Library Administration.
O seu mais importante trabalho é, sem dúvida, a Colon Classification,
chamada em português de Classificação de Dois Pontos.
Palmer disse que a Co/on C/assification "é um sistema que tem futuro,
não necessariamente no sentido de que seja provável a sua adoção em larga es-
cala, mas no sentido de que será o germe de futuros sistemas, que ofereçam
esperança de superar a produção de conhecimentos, que cresce diariamente''
("A Short lntroduction to Colon". The Library World, Vai. 51, 1949).
A Colon é empregada em bibliote~s da (ndia, mas não vem sendo utili•
zada fora daquele país. Seu estudo, porém, é importante devido à influência
que exerce sobre os estudiosos e autores de classificações, especialmente os
membros do C/assification Research Group da Inglaterra, que advogam as
classificações facetadas.
13.1 EDIÇÕES
193
em Pro/egomena to Library Classification (1937), mas que, no dizerdeSayers,
ainda continuaram muito originais.
Ranganathan planejou que sua classificação, a piÍrtir da. 6{1 edição, pas-
sasse a aparecer em duas versões: a primeira, dita Basic C/assification, rnenos
detalhada, destinada à classificação de macro thougth (macropensamento),
isto é, assuntos encontrados nos livros de bibliotecas gerais, escolares e uni·
versitárias; a segunda, chamada Depth C/assification, mais detalhada, destina-
da à classificação de micro thought (micropensamento), apresentado especial-
mente em artigos de periódicos.
Em 1960, saiu a Co/on C/assification, 6'/ ed, Basic C/assification;,, mas a
segunda parte ainda não foi publicada, exceção de algumas partes divulgadas
em periódicos.
A primeira parte da 6~ edição foi reimpressa em 1963, em um só volu-
me, dividido nas três partes seguintes: Rufes, Schedu/es of C/assification e
Schedu/es of C/assics and Sacred Books, with Special Names.
Estas partes são precedidas pelo prefácio, introdução e a "Annexure",
um adendo, contendo correções e modificações introduzidas no sistema, após
a publicação da primeira impressão da 6~ edição ( 1960). A primeira parte,
com o título "Rules" (Regras}, explica as classes e traz exemplos, A segunda
parte, "Schedules of Classification" (Tabelas de Classificação), traz, como o
nome diz, as tabelas de classificação e os índices. A terceira parte, ,.Schedules
oi Classics and Sacred Books, with Special Names" (Tabelas de Livros Clássi•
cose Sagrados, com Nomes Especificas), traz a classificação de obras clássicas
e sagradas, na quase totalidade obras orientais.
Cada uma das três partes tem numeração independente, precedida. pelos
números 1, 2 e 3, resultando em paginações, tais como 1. 1, 1.2, 1.3; 2.1, 2.2,
2.3; 3.1, 3.2, 3.3.
A numeração dos capítulos da primeira e da segunda partes foi feita de
tal modo que é, quase sempre, paralela. O capítulo B da primeira parte expli-
ca o capítulo B da segunda parte (classe B Matemática); o capítulo C da pri-
meira parte explica o capítulo C da segunda parte (classe C, Física), e assim
por diante.
A última edição apresenta erros tipográficos e omissões, que dificultam
o trabalho daqueles que se iniciam no sistema. l: o que acontece com a fórmu-
la-de-faceta D[P], [2P] [P2): [E], que deveria ser D[P], [P2]: [E) [2P], e com
a faceta Personalidade da classe de Lingüística, que só pode ser descoberta pe-
los exemplos encontrados no capítulo P das "Rules",
194
13.2 ESTRUTURA E NOTAÇÃO
MAIN CLASSES
z Generalities LX Pharmacology
1 Universal Knowledge M Useful Arts
2 Library Science t; Spiritual Experiences
and Mysticism
3 MZ Humanities and Social
Sciences
4 Jornalism MZA Humanities
A Natural Sciences N
AZ Mathematical Sciences NX Literature and Linguistics
B Mathematics o Literatura
BZ Physical Sciences p Linguistics
C Phisics o Religion
D Engineering R Philosophy
E Chemistry s Psychology
F T echnology ~ Social Sciences
G Biology T Education
H Geology u Geography
HX Minning V History
Botany w Politics
J Agriculture X Economics
K Zoology y Sociology
195
KX Animal Husbandry YX Social Service
L Medicine z Law.
Um livro que trate dos assuntos representados pelos símbolos de H a L
deve ser classificado na classe G; os que tratam dos temas das classes B até M
devem ser enquadrados na classe A; e os sobre temas das classes T a Z devem
ir para a classe sigma.
As obras, que tratam de assuntos que não estão incluídos nos grupos aci-
ma, devem ser classificadas na classe de Generalidades.
Algumas classes principais são subdivididas em classes aceitas e homogê·
neas, mas que não representam divisão por característica definida, denominã-
das, por Ranganathan, de Canonical Classes, abreviadamente (CC), ou seja,
classes canônicas, classes convencionais.
A Matemática, cujo símbolo é 8, apresenta as seguintes classes canôni·
cas:
81 Aritmética
82 Álgebra
83 Analítica
84 Outros Métodos
85 Trigonometria
B6 Geometria
87 Mecânica
88 Físico-Matemática
89 Astronomia.
As classes principais e as classes canônicas são subdivididas em facetas,
agrupando assuntos que têm o mesmo tipo de relacionamento entre si e com a
classe principal. Cada faceta é conStituída pelo número necessário de subdivi-
sões, denominadas focos, cada uma acompanhada por algarismos arábicos de-
cimais, constituindo seu símbolo de classificação.
Todas as facetas são consideradas como manifestações de uma das cinco
categorias fundamentais de Ranganathan, o PMEST, explicado anteriormente.
As categorias fundamentais, chamadas facetas, são representadas, entre
colchetes, pelas seguintes siglas:
[PJ Personalidade
[M] Matéria
[E] Energia
[SJ Espaço
[T] Tempo.
A ordem de citação dos conceitos para formação dos símbolos de classi-
ficação dos assuntos compostos é, basicamente, a ordem do PMEST, mas um
196
assunto pode exigir a presença de uma mesma categoria mais de uma vez,
constituindo os leveis {níveis) e os rounds {ciclos).
Duas ou mais aparições seguidas de uma mesma categoria são chamadas
níveis e são indicadas pela sigla da categoria, seguida de um algarismo arábico
indicador da ordem. Assim, [P2] e [P3] são segundo e terceiro níveis da Perso•
nalidade; [E2] é segundo nível da Energia; e [M2] é o segundo nível da Maté-
ria. Às vezes, uma categoria precisa reaparecer depois do aparecimento de ca-
tegoria de outro tipo, isto é, por exemplo, a c.ategoria Personalidade pode vol-
tar a aparecer, depois de ter sido utilizada a categoria Energia, numa ordem de
citaçãÓ Personalidade-Energia-Personalidade.
Ranganathan denomina a nova aparição de uma categoria, depois de ter
sido introduzida categoria de outro tipo, de round (ciclo}. Podemos ter segun-
do ciclo de Personalidade, terceiro ciclo da Personalidade, segundo ciclo da
Energia etc.
Os ciclos são indicados na Colon C/ass!fication por um algarismo arábi-
co antes da letra indicativa da categoria. Exemplos:
[2P] segundo ciclo da Personalidade;
[3P] terceiro ciclo da Personalidade;
[2E] segundo ciclo da Energia.
T[P] : [E], [2P], [2P2], onde [2P2] se lê: "segundo nível do segundo ci-
clo da Personalidade."
Cada classe principal e cada classe canônica traz, no inicio, uma fórmu-
la•de-faceta, que determina a ordem em que os vários conceitos devem ser
apresentados na construção do símbolo de classificação. Em seguida, apare-
cem as várias relações de subdivisões de assunto (facetas e focos), representa·
das por algarismos do sistema decimal, que serão precedidos pelo símbolo da
classe e pelos sinais gráficos indicadores do tipo de categoria fundamental em
questão (Personalidade, Matéria, Energia etc.), ao ser composto o símbolo de
classificação.
A classificação é feita pela substituição das siglas indicadoras das catego-
rias, encontradas nas fórmulas-de-faceta, pelos números que correspondem ao
conceito desejado, tirados da relação dos focos, precedidos pelos sinais gráfi-
cos apropriados.
Os sinais gráficos introdutórios das categorias são os seguintes:
197
[PJ a primeira personalidade não exige indicador, mas as outras são
introduzidas por vírgula
[M] ponto e vírgula
[E] dois pontos
[SJ ponto
[T] apóstrofe.
Ao lançar seu sistema, Ranganathan só utilizou o sinal dois pontos para
introduzir qualquer uma das facetas, daí o nome do sistema, Co/on Classifica•
tion, pois a palavra "coion" em inglês significa dois pontos.
· Para classificar pela Colon, segue-se a rotina seguinte:
1. Examina-se o documento e. determina-se os conceitos presentes.
Exemplo:
Em Estudo do Peso Molecular do Carbono, encontram-se dois con·
ceitas - Peso Molecular e Carbono;
2. Localizam-se as classes principais (pág, 2.29 em diante) em que, pre·
suma-se, estejam enquadrados os conceitos a classificar, ou consulta-
se o índice (pág. 2.126 em diante), procurando pelo assunto especí•
fico, para descobrir a posição dos conceitos desejados no sistema. No
exemplo acima, localiza-se na classe de Química, ou através do índi·
ce, a posição no sistema de Carbono e Peso Molecular;
3. Localizada a classe principal, examina-se a fórmula-de-faceta. No
exemplo, constata-se que o assunto está enquadrado na classe E
(Química), com a seguinte fórmula-de-faceta: E[P] : [E] [2P];
4. Examinam-se os focos para situar os conceitos procurados. No exem-
plo, os conceitos desejados aparecem no "Foci in [PJ", em 140 e no
"Fac/ in [E] cum [2P]", em 14, como pode ser visto na reprodução
abaixo, Chapter E
CHEMISTRY
E[P] : [E] (2P] .
Foci in [PJ Foci in [E] cum [2P]
1 lnorganic Substance i General
10 Group O 11 Preparation
100 Helium 14 Atomic weight. Molecular
109 Radon (Rn) weight
11 Group 1 2 Physical chemistry
110 Hydrogen (H) 215 Valency
111 Sodium (Na) 218 Molecular structure
14 Group 4 22 Solucion
140 Carbon (C) 2201 Solubility.
198
5. Procede-se ã substituição das siglas da fórmula-de-faceta pelos símbo·
los de classificaçâ'o correspondentes aos conceitos a classificar.
Para o exemplo encontra-se: E140:14, onde,
E é o símbolo da classe principal, Química;
140 representa Carbono no "Foci in [P]";
é o indicador"{fe-faceta para Energia;
14 representa Peso Molecular no "Foci in [E] cum [2P]" (não há
necessidade de indicador-de-faceta para 2P, porque esta faceta
está combinada com a faceta Energia),
Segue-se um extrato da classe T (Educação).
Chapter T
EDUCATION
T[P] : [E] [2P], [2P2]
Foci in [PJ Foci in [E] cum [2P] Foci in [2P2]
1 Pre·secondary 1 Nomemclature 1 Audio-visual
13 Pre-school child 2 Curriculum 13 Audio
15 Elementary 3 Teaching Technique 133 Gramophone
2 Secondary 7 Case Study
3 Adult 97 Lecture Method
31 Literate
38 llliterate
4 University
199
E110:218 Estrutura Molecular do Hidrogênio;
T3 Educação de Adultos;
G 11 :3 Fisiologia Celular;
18311, 13, Raízes da Macieira.
Tente classificar os títulos seguintes e verifique se teve êxito, conferin•
do as suas respostas com aquelas que aparecem a seguir.
Classifique:
1. Currículo da Escola Secundária;
2. O Ensino através de Conferências na Universidade;
3. Solubilidade do Sódio;
4. Peso Atômico do Hélio.
Respostas:
1. T2:2;
2. T4:3,97;
3. E111:2201;
4. E100:14.
1: necessário examinar çuidadosamente toda a classe, porque, em algu-
mas delas, encontramos, mais adiante na tabela, subdivisões para um foco an•
teriormente apresentado.
Freqüentemente encontramos exemplos da aplicação de determinadas
facetas na própria tabela, precedidos pela palavra 11/ustrative.
A classe de Medicina exemplifica o que foi dito acima, pois, após rela-
cionados todos os "Foci in (E] cum (2P]" encontramos subdivisões para o fo.
co 4, Doenças, acompanhadas de exemplos, como pode ser visto no extrato
seguinte.
Chapter L
MEDICINE
L[P] : (E] [2P]
Foci in [PJ Foci in (E] cum (2P] For 4 Disease in [E]
Foci in [2P)
1 Basic and Preliminares 1 General
Regional '
11 Cell 2 Morphology · 11 Atropy
12 Tissue 3 Physiology 15 1nflammation
2 Digestive 4 Disease 2 Virus
System
25 Intestina 5 Public Health 5 Functional
Disorder
200
293 Pancreas 61 Vital Statistics 53 Complicated
Functioning
3 Circulatory 52 State Contrai 6 Nutrition
System
35 Blood 54 Prevention 7 Structural
37 Artery 56 Public Hygiene 71 Abnormality
4 Respiratory 7 Development 711 Size
System Ontogeny
45 Lung 8 Physical Fitness
(lllustrative)
L293:46 Diabetes
L71 :453 Epilepsy.
Nos exemplos apresentados na Colon, verificamos que devemos acres-
centar ao símbolo 4 (Doenças) símbolos indicativos do tipo de distúrbio:
Diabetes L293:46 - é uma doença do pâncreas ligada à nutrição.
Aneurisma é uma doença proveniente da dilatação de parede de
artéria e será classificada em L37:4711, em que:
L significa Medicina;
37 é o símbolo de Artéria, no "Foci in [PJ";
é indicador·de·faceta Energia;
4 representa Doença, no "Foci in [E] cum (2P]";
711 simboliza Tamanho Anormal, tirado do "Foci in (2P]" para o fo·
co 4 Doença.
t freqüente, também, o sistema determinar que dado assunto seja sub-
dividido como foi subdividida outra faceta da mesma classe ou de outra
classe.
A classe de Biblioteoonomia apresenta exemplo de utilização de subdi·
visões de outra classe. Vejamos
· Chapter 92
LIBRARY SCIENCE
.2[P]; [M] : [E] [2P]
Foci in [PJ Foci in (M]
13 National Sarne as Foci in [PJ for General ia
14 Region Bibliography
2, Local Foci in [E] cum [2P]
3 Academical 1 Book Selection
34 University 2 Organization
4 Business 5 Technical Treatment
201
48 Government Dept. 51 Classification
Dther by (SD) 55 Cataloguing
4(0) Religious 6 Circulation
4(X81) lnsurance 62 Lending
Chapter 9a
GENERALIA BIBLIOGRAPHY
a[P), [P2) [P3), [P4)
Foci in [PJ
1 By Mode of Productipn
12 Manuscript
14 Printed Book
17 Map
46 Periodical.
202
2. Titulo Completo (Fui/ Title). Título apresentando todas as idéias bá-
sicas e isoladas do documento, que é conseguido completando-se as
elipses do Título Bruto. Exemplo:
O Raio X no Tratamento das Doenças Causadas pelo Bacilo de Koch
(tuberculose) nos Pulmões, na lndia, em 1976;
3. Titulo Essencial (Kerne/1 Title). T(tulo Completo, excluídos os vocá-
bulos auxiliares e tendo os termos compostos substituídos por ter-
mos que representem suas idéias fundamentais. Exemplo:
Raio X - Tratamento - Doenças - Bacilo de Koch (tuberculose) -
Pulmões - Índia - 1976;
4. Titulo Analisado (Ana/ysed Title). Título Essencial, tendo cada um
dos seus termos acompanhado do símbolo indicativo da categoria da
qual a idéia é uma manifestação, bem como seus níveis e ciclos, esta-
belecidos segundo os Postulados de Classificação. Exemplo:
[3PJ Raio X - [2EJ Tratamento - (EJ Doenças - [2PJ Bacilo de
Koch (tuberculose) - [PJ Pulmões - [SJ Índia - [TJ 1976;
5. Titulo Transformado (Transformed Title). Título Analisado, tendo
os termos reordenados conforme os símbolos de análise a eles apen-
sos, e segundo a ordem estabelecida. Exemplo:
[PJ Pulmões - [EJ Doença - [2PJ Bacilo de Koch (tuberculose) -
(2EJ Tratamento - (3PJ Raio X - (SJ lndia - (TJ 1976;
· 6. Titulo em Termos Padrão (Title in Standard Terms). Título Trans-
formado, tendo os termos do Título Completo substituídos, quando
necêssário, pelos seus equivalentes encontrados nas tabelas de classi-
ficação. Exemplo:
(MC) Medicine - [PJ Lung - (EJ cum [2PJ Disease.
lnfection, Tuberculosis - [2EJ cum (3PJ Therapeutics, X-ray thera-
py - (SJ lndia - [TJ 1976;
7. Titulo em Slmbo/os de Facetas (Title in Facet Numbers). Título em
Termos Padrão, com seus termos substituídos pelos símbolos encon-
trados nas tabelas. Exemplo:
MC/L - [PJ/45 - (EJ cum [2PJ/421 - (2EJ cum [3PJ/6253 - (SJ/44
- [TJ/N76;
8. Slmbo/o de Classificação (C/ass Number), Conseguido retirando-se
os símbolos de análise e inserindo-se os símbolos de conexão apro-
priados. Exemplo:
L45:421 :6253.44'N76.
203
13.4 ARTIFIC:I0S
204
Esses mnemônicos são chamados também de seminal mnemonics ou un-
schedulêd mnemonics.
SUPERIMPOSITION DE VICE. Consiste em unir símbolos de focos para
criar novos focos, usando-se o hífen como símbolo de conexão-. Exemplo:
f
205
O88.594.Z Limpeza das Ruas de Zurich
. T.7324.M Educação na Cidade de Miami .
SUBDIVISÕES ORIENTADORAS. Aparecem no inicio da tabela geográ-
fica, em 19, trazendo subdivisões para os pontos cardeais. Podem ser usadas
diretamente, após o s/mbolo do assunto, para representar a posição no mun-
do. Exemplo:
Y:1.19O Civilizações dos Palses do Oriente Médio.
Podem, também, ser acrescentadas depois do símbolo de divisão políti•
ca, precedidas de ponto e excluído o algarismo 1, que representa o mundo.
Exemplos:
Y:351.7918.9S Folclore no Norte do Brasil
Na53.9G Arquitetura no Sul da França.
206
outros tipos, geralmente faceta Personalidade, e, assim sendo, sã'o precedidas
do indicador-de-faceta correspondente à faceta em questão.
A classe V (História) tem a seguinte apresentação:
Chapter V
HISTORY
V[PJ, [P2) : [E) [2P)' [TJ
"Focl in [PJ"
To be got by (GD).
Isto significa que o primeiro nível da Personalidade na classe de História
é formado com o auxílio do artifício geográfico, ou seja, por meio dos símbo-
los da tabela de Space /solate. Exemplos:
V7918 História do Brasil
V7913 História da Argentina .
V594 História da Suíça.
Os focos da faceta [PJ da classe de Direito, cujo símbolo é Z, também
são obtidos por meio do artifício geográfico, resultando em
Z7918 Direito Brasileiro
Z7913 Direito Argentino
Z594 Direito Suíço.
Note-se que nos exemplos acima não foi usado o ponto como indicador-
de-faceta geográfico, porque se trata de uma manifestação da faceta Personali·
dade e não da faceta Espaço.
SUBDIVISÕES CRONOLÓGICAS. A Colon pussui uma tabela para subdivi-
sões por datas, chamada Time /so/ate, cuja abreviatura é (TI), que aparece no
Cap. 3 (pág. 2.7) das tabelas.
O indicador-de-faceta para as subdivisões cronológicas é uma vírgula in-
vertida (inverted comma), representada aqui por um apóstrofo. Àté 1960, a
faceta Tempo era introduzida por um ponto, mas seu símbolo de conexão
foi trocado para vírgula Invertida, a fim de ficar diferente ·do símbolo de
conexão da faceta Espaço.
O sistema apresenta dois tipos de subdivisão cronológica, facetas [T) e
[T2).
Apresentamos a seguir um extrato da faceta [TJ.
Chapter 3
31 lsolate in [T) : Chronological Device
A Before 9999 BC E 1000 to 1099 AD
207
Al Eozoic J 1500 to 1599 AD
A2 Paleozoic L 1700 to 1799 AD
A3 Kesozoic M 1800 to 1899 AD
B 9999 to 1000 BC N 1900 to 1999 AD
c 999 to 1 BC x· 2800 to 2899 AD
D 1 to 999 AD YA 2900 to 2999 AD
As datas entre o ano 1 e o ano 999 da nossa era são represent~das pela
letra D, seguida pelos algarismos referentes ao ano, década e século. Exemplo:
D315 Ano 315 AD.
As datas anteriores à Era Cristã são formadas por meio mais elaborado,
chamado por Ranganathan de method of comp/ements, explicado no Cap. 3
das Regras.
A faceta [T2] apresentá outros tipos de divisões cronológicas, tais como
dia, estações do ano, condições meteorológicas etc., representadas por letras
minúsculas, algumas vezes acompanhadas de algarismos arábicos.
Segue-se esta tabela:
32 lsolate in [T2] : Feature Time
c Day-time n Season p Meteorological period
d Night nl Spring pl Dry
e Twilight n3 Summer p5 Wet
n5 Autumn p8 Snow
n7 Winter
208
NY2131 'd Jogo de Tênis à Noite
L44:453'N62'n7 Incidência de Asma no Inverno de 1962.
Em algum~s classes, como na classe de Literatura, a faceta Tempo é
utilizada como subdivisão da classe, considerada então como manifestação
de outro tipo de faceta, faceta Personalidade, pbr exemplo, e não como fa-
ceta Tempo, Nesses casos será precedida pelo indicador-de-faceta próprio à
faceta r·epresentada. Quando isto ocorre está previsto na f6rmula·de·faceta da
classe e aparece a instrução "Got by (CD)", que significa, subdividida pelo
Chrono/ogical Device.
No extrato da tabela ·para a classe de Literatura, apresentado a seguir,
encontramos ·o emprego do Chronologica/ Device.
Chapter O
LITERATURE
O[P], (P2] [P3], [P4]
Foci in [PJ Foci in [P2] Foci in [P3]
As the Language 1 Poetry To be got by (CD)
Division in 2 Drama
Chapter 5 3 Fiction, including
short stories
Exemplos de aplicação desta tabela:
0124,1,M Poesias Portuguesas do Século XIX
0122,3,N Romance Francês do Século XX.
Na classe N (Belas Artes), as subdivisões cronológicas foram empregadas
para formação do segundo nível da faceta Personalidade. Exemplos:
NA56 Arquitetura Britânica
NA561,D Arquitetura Britânica no Período Anglo-Saxão
NA561,J Arquitetura Britânica no Período Tudor.
209
A fim de permitir -a precedência da língua favorecida (favoured langua-
ge), aquela em que a Biblioteca possui maior número de documentos, geral-
mente a língua nacional, seu símbolo pode ser substitu(do por um traço. Con-
siderando-se português como língua favorecida, os exemplos acima passariam
a ter os seguintes sírtlbolos de classificação:
O• Literatura Portuguesa
P• Língua Portuguesa.
Os sfmbolos da Language /solate são, também, um dos elementos do
número-do-livro, que, juntamente com o número-de-classificação e o número-
da-coleção, formam o número-de-chamada projetado por,Ranganathan.
SUBDIVISÕES COMUNS. A Co_lon apresenta uma tabela de subdivisões
comuns, denominada Common /so/ate, abreviadamente (CI), incluindo sím-
bolos para especificação da forma de apresentação ou abordagem, como bi·
bliográfica, periódico, estatística, carta etc.
As (CI) são representadas por letras minúsculas, algumas vezes seguidas
de algarismos.
Há dois tipos de Common /so/ate - Anteriorizing Common /so/ates,
(ACI) e Posteriorizing Common /so/ates (PCI).
Ranganathan partiu da premissa de que certos documentos, tais como
bibliografias, enciclopédias, história, destinam-se ã primeira abordagern de um
assunto (Approach documents), e devem preceder os tratados sobre o assun-
to. Estes tipos de documentos constituem a lista de Anteriorizlng Common
/solates que mesmo acrescentadas no fim do símbolo de classificação, deter-
minam a precedência destes símbolos na intercalação.
Assim, a ordenação dos exemplos abaixo será como segue:
1. La Bibliografia de Medicina;
2. Lv História da Medicina;
3. L Tratado de Medicina.
As (ACI) são acrescentadas diretamente aos símbolos de classificação
do assunto, sem necessidade de indicador-de-faceta. Exemplo:
P124v História da Lingüfstica Portuguesa.
Podem ser empregados dois ou mais isolados (ACI) em sucessão. Exem-
pios:
Lma Bibliografia de Periódicos de Medicina;
As (ACI) são•apresentadas em três grupos distintos:
1. as aplicávCis antes da faceta Espaço;
2. as aplicáveis depois da faceta Espaço;
3. as aplicáveis após a faceta Tempo,
210
Algumas (ACI) admitem "facetas individualizantes", isto é, podem ser
subdivididas por Espaço e/ou Tempo, aqui considerados, às vezes, como mani-
festações da faceta Personalidade.
As tabelas trazem a indicaçâ'o destas sub.divisões e a f_grfj'lula-de-faceta
para sua aplicação, incluindo o indicador-de-faceta necessário à união dos sím-
bolos. É, porém, necessário recorrer ao Cap. 2 das Regras de Verificação do
significado das Facetas [PJ e [P2] no contexto destas subdivisões. Exemplos:
Z, 1227p7918,N75 Anais de Conferência Brasileira sobre Divórcio,
realizada em 1975.
Z,1227v.N História do Divórcio no Século XX
Z, 1227v73.M História do Divórcio nos Estados Unidos, no sé-
culo XIX.
Entre as (ACI) só a forma Estatística aparece em dois grupos, mas re-
presentada pelo mesmo símbolo. A primeira, no Item 22, destina-se a estatís·
ticas publicadas periodicamente e é subdivisível por Espaço e Tempo. Exem-
plo:
L:515.7918sN76 Estatística Periódica de Nascimento no Brasil para
1976.
A segunda estatística, no Item 23, destina-se a subdividir estatísticas
esporádicas e o símbolo aparece depois da subdivisão de Espaço e tempo.
Exemplos:
L:515'N76s Estatística de Nascimentos Ocorridos em 1976
L:515.7918'N76s Estatísticas de Nascimentos Ocorridos no Bras!l
em 1976
Damos a seguir um extrato da tabela de Anteriorizing Common /so/ates.
Chapter 2
Common lsolate
21. Anteriorizing Common lsolates (Applicable before Space facet)
Number Term Facet formula
a Bibliography a[T]
c Concordance
d Table
e Formula
f Atlas f[T]
k Cyclopaedia k[P], [P2]
rn Periodical m[P], [P2]
V History v[S], [T]
211
As Posteriorizing Common /so/ates, abreviadamente (PCI), também são
representadas por letras minúsculas, algumas vezes seguidas por algarismos, e
são acrescentadas após a faceta Espaço, mas exigem um símbolo de conexão,
que não é necessário nas (ACI). Exemplo:
2,b Profissão de Bibliotecário.
Aparecem divididas em dois grupos:
1. Posteriorizing common isolate: Energy common isolate
2. Posteriorizing common isolate: Personality common isolate.
As (PCI) exigem um símbolo de conexão, que será uma vírgula, quando
manifestação da faceta Personalidade, e dois pontos, quando representando a
faceta Energia.
Os focos do segundo grupo (Item 27) podem ser subdivididos confor·
me a fórmula-de-faceta apresentada na tabela e as explicações encontradas nas
Regras (pág. 1.48).
Nesses casos, a faceta Personalidade pode ser obtida por artifício alfabé·
tico ou cronológico e as facetas [P2], [E] e [T] são as mesmas da classe princi·
pai V (História). Exemplos:
B9.44,12,Kr · Relatório do Kodaikanal Observatory (fodia)
B,44,g,9N'N50 História da Sociedade de Matemática da (ndia até 1950.
Na pág. 2.28 aparece uma tabela para "Phase, lntra-facet ànd lntra-array
Re/ations", apresentando símbolos para os diversos tipos de relacionamento
entre os assuntos. Esses símbolos, no total de 15, são constituídos por letras
minúsculas, precedidas, no aplicar, por um zero.
Ranganathan reconhece cinco tipos de relacionamento entre assuntos:
1. General. Prelações de caráter geral, quando os símbolos são apresen·
tados na ordem das tabelas. Exemplo:
WOaX Relações entre Ciências Políticas e Economia.
2. Bias. Para assuntos tendenciosos, isto é, assuntos tratados com refe·
rência a outros assuntos, como, por exemplo, Psicologia para Biblio-
tecários, Estatística para Economistas. Nesses casos, o assunto trata·
do aparece em primeiro lugar e o assunto a que se destina~m a se-
guir, após o símbolo de relacionamento. Exemplo:
S0bL Psicologia para Médicos.
B33:520bC Introdução da Teoria Algébrica das Equações para Quí•
micos.
212
3. Comparison. Comparação entre assuntos, mencionando-se os símbo· ·
los dos assuntos comparados na ordem das tabelas. Exemplo:
COcE F (sica comparada à Ou/mica.
4. Difference. Diferença entre assuntos, aparecendo os s(mbolos dos as-
suntos na ordem das tabelas. Exemplo:
B850dCN2 Diferença entre Função das Ondas e Mecânica das On·
das.
5. Jnfluencing. Influência de um assunto em outro, quando o símbolo
do assunto influenciado aparece em primeiro lugar e o do influencia-
dor vem após o símbolo de relacionamento. Exemplo:
WOgU Influência da Geografia nas Ciências Políticas.
Ranganathan diferencia, também, entre:
1. Intra-Face/ Re/ations. Relações entre focos de uma mesma faceta.
Exemplos:
Z,40j5 Relações entre Danos e Crimes
B910m42:68 Comparação entre a Constituição da Terra e a de
Marte
Q60r4 Influência do Budismo no Cristianismo.
2. lntra-Array Re/ations. Relações entre focos de um mesmo assunto,
tacéta e fileira, quando as partes comuns dos símbolos de classifica-
ção podem ser eliminadas. Exemplos:
E:330v4 Comparação entre as Análises Quantitativa e Qualitativ,a,
Y310w5 Diferença entre Habitantes de Zonas Rurais e Habitan-·
tes de Cidades. '
3. Phase Re/ations. Relações entre focos tirados de diferentes classes
principais ou classes básicas. Exemplo:
OOgW691 Influência do Comunismo na Literatura.
13.7 INDICE
ENTRADAS INTERPRETAÇÕES
214
Nos símbolos de classificação mais complexos, os símbolos de conexão
seguem a seguinte ordem: O . : ; , -.
As anteriorizing common isolates determinam precedência. Exemplos:
234v T
234 T:3
234.7918 T4
234:51 T4.8918
234;46 T4:3
A atualização vem sendo feita por meio de novas edições, publicadas es-
paçadamente.
BIBLIOGRAFIA
BARBOSA, Alice ~, Teoria e prática dos slstqmas dfJ classificação bibliográfica. Rio de
Janeiro, IBBD, 1969. p, 163-94,
BATTY, C. O. An Jntroduction to Co/on Classiflcation. London, C. Blngley, 1966.
FOSKETT, A. C. A abordagem temática da Informação. São Paulo, Polígono, 1973. p.
264-83,
GOPINATH, M. A. The Colon Classlfication, ln CLASSJFICATION in the 1970's, Lon•
don, C. Blngley, 1972. p. 63-85. .
MILLS, J. A modem outline of library c/asslficatlon. London, _Chapman & Hall, 1960. p.
117-32.
SAYERS, W. C. a. An lntroduction to library classlficatíon, 9. ed, London, Grafton,
1955, p. 161-72.
- - . A manual oi c/asslflcation for librar/ans and bibllographerS. 3. ed, rev. London,
Grafton, 1955. p. 204-14,
VICENTINI, A. L. C. Ranganathan, filósofo da classlficaçã'o, cientista da Bibliotecono•
mia. Ciência da Informação, 1 (2):113-14, 1972,
215
14
CAPITULO 1
CAPITUL02
216
16. O que entende por sistema de classificação?
17. Qual é a distinção entre disciplina e fenômeno?
18. O que é ordem de intercalação?
19. Qual é a diferença entre assunto composto e assunto compósito?
20. O que é "princípio do mural"? '
CAPITUL03
CAPITUL04
CAPITULO 5
217
5. Qual a diferença entre sistemas de classificação enumerativos, semi·enu•
merativos e facetados?
6. O que entende por "trivium e quadrivium"?
7. Qual foi o filósofo que mais influenciou os sistemas de clássificação bi·
bliográfica? · ·
8. De onde derivou Francis Bacon as classes em que dividiu o conhecimen-
to humano?
9. Provavelmente Dewey aproveitou a ordem das classes principais criadas
por quem?
1O. O que é o Classification Research Group?
11. Quem é o autor da International Classification?
12. Como pode ser dividida a história das classificações bibliográficas?
CAPl'rULO 6
CAPl'rULO 7
218
CAPffULO 8
CAPl1ULO9
CAPl1ULO 10
219
3. Por que podemos dizer que o sistema possui autorização literária?
4. Qual a ordem de apresentação de cada volume?
5. O que entende por 7 pontos de Marte!?
6. Como é a notação?
7. Quais são os tipos de tabelas auxiliares? Servem a todo o sistema?
8. Como são os índices da classificação?
9. Que publicações podem servir de índice geral?
10. Qual o sistema de classificação bibliográfica que influenciou o sistema
da Library of Congress?
CAPITULO 11
CAPITULO 12
220
CAPITULO 13
221