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Santo André – SP
2020
Vitor Martins Menezes
Santo André – SP
2020
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.
Agradeço minha orientadora, Profa. Dra. Patrícia da Silva Sessa. Por sua
orientação sempre presente. Pela paciência, ajuda e compreensão nas dificuldades
por mim enfrentadas e naqueles momentos mais difíceis da trajetória acadêmica.
Por todo carinho e respeito em cada mensagem, email, encontro, reunião e
conversa. Por toda contribuição e correção feita no trabalho. Por sua preocupação
em nos fazer entender o que é uma “pesquisa” e a sua importância social. Me faltam
palavras para lhe agradecer e demonstrar sua importância na minha trajetória.
Patrícia, eu não poderia ter pedido orientadora melhor!
(Albert Einstein)
- RESUMO -
O presente estudo se insere numa perspectiva de pesquisa qualitativa, que aborda quatro
grandes temáticas: “ensino de astronomia”, “alfabetização científica”, “modelos no ensino de
ciências” e “práticas epistêmicas”. Nosso principal objetivo de pesquisa é identificar quais
são as práticas epistêmicas mobilizadas pelos estudantes durante uma sequência didática
(SD) de astronomia e analisar como elas se relacionam com as atividades e principais
etapas desta SD e com a construção de modelos. Para tanto, em uma das etapas
metodológicas, desenvolvemos uma sequência didática de astronomia cujo o tema central
foi a “Lua” e temáticas relacionadas a esse astro (fases da Lua, eclipses e História das
Ciências). Aplicamos essa sequência durante aulas de Ciências do 8º ano em uma escola
particular localizada na cidade de Arujá-SP. Os dados analisados nesta pesquisa têm
origem na coleta de dados realizada durante essa aplicação, que ocorreu por meio de
gravações de áudio e vídeo, observação participante, diário de campo e produções escritas
dos alunos. A partir das análises, delimitamos a ocorrência de episódios, organizados a
partir das três primeiras aulas da sequência, onde o foco principal foram as “fases da Lua”.
As gravações audiovisuais foram transcritas e as produções escritas escaneadas, para que
a partir disso fizéssemos a interpretação e categorização das práticas epistêmicas
mobilizadas pelos estudantes nessas situações. Para tal, elaboramos, a partir dos dados
coletados e dos referenciais teóricos da área, nosso próprio conjunto de práticas
epistêmicas, acompanhado de descritores para as mesmas. Verificamos que certas práticas
são mobilizadas mais vezes em determinada etapa da SD, enquanto que outras começam a
ser mobilizadas apenas quando determinada atividade se inicia. Nesse contexto, nossos
resultados indicam relações entre a construção de modelos, a mobilização de práticas e as
etapas e atividades em desenvolvimento da SD, sendo possível perceber que algumas
atividades e/ou etapas da sequência estimulam e incentivam o trabalho de certas práticas
epistêmicas em detrimento de outras. Nossos resultados também revelam, brevemente,
algumas concepções dos estudantes a respeito do fenômeno das fases da Lua.
The present study is part of a qualitative research perspective, which addresses four major
themes: “astronomy education”, “scientific literacy”, “models in science education” and
“epistemic practices”. Our main research objective is to identify which epistemic practices are
mobilized by students during a didactic sequence (DS) of astronomy and analyze how they
are related to the activities and main stages of this DS and to the construction of models. For
that, in one of the methodological stages, we developed a didactic sequence of astronomy
whose central theme was the “Moon” and themes related to this celestial star (phases of the
Moon, eclipses and History of Sciences). We applied this sequence during 8th grade science
classes at a private school located in the city of Arujá-SP. The data analyzed in this research
originates from the data collection performed during this application, which occurred through
audio and video recordings, participant observation, field diary and students' written
productions. From the analysis, we delimited the occurrence of episodes, organized from the
first three classes of the sequence, where the main focus was the “phases of the Moon”. The
audiovisual recordings were transcribed and the written productions scanned, so we could,
from that, interpret and categorize the epistemic practices mobilized by students in these
situations. To this end, we developed, based on the data collected and the theoretical
references of the area, our own set of epistemic practices, accompanied by descriptors for
them. We found that certain practices are mobilized more often at a certain stage of DS,
while others begin to be mobilized only when a certain activity begins. Therefore, our results
indicate relationships between the construction of models, the mobilization of practices and
the stages and activities in development of DS, being possible to perceive that some
activities and/or stages of the sequence stimulate and encourage the work of certain
epistemic practices in detriment of others. Our results also reveal, briefly, some students'
conceptions about the phenomenon of the phases of the Moon.
Quadro 11: Mapeamento de origem dos dados produzidos para pesquisa em cada uma
das aulas da sequência didática em astronomia............................................... 83
Quadro 12: Modelo de quadro utilizado para a apresentação dos dados, transcrições e
algumas análises na pesquisa........................................................................... 85
Quadro 13: Normas e sinais adotados para a transcrição. Retirado e adaptado de Preti
(1999)................................................................................................................ 85
Quadro 14: Mapeamento das aulas analisadas em episódios............................................. 88
Quadro 17 Práticas Epistêmicas totais identificados ao longo dos episódios e das 100
produções escritas.............................................................................................
Quadro 18: Transcrição e categorização dos turnos 153 a 156 do episódio 3 (Aula 2)....... 102
Quadro 19: Transcrição e categorização dos turnos 270 a 277 do episódio 4 (Aula 2)....... 103
Quadro 20: Transcrição e categorização dos turnos 384 a 387 do episódio 7 (Aula 3)....... 103
Quadro 21: Transcrição e categorização dos turnos 10 a 16 do episódio 1 (Aula 1)........... 106
Quadro 22: Transcrição e categorização dos turnos 27 a 33 do episódio 1 (Aula 1)........... 107
Quadro 23: Transcrição e categorização dos turnos 70 a 72 do episódio 2 (Aula 1)........... 108
Quadro 24: Transcrição e categorização dos turnos 89 e 90 do episódio 2 (Aula 1)........... 110
Quadro 25: Transcrição e categorização dos turnos 134 e 135 do episódio 3 (Aula 2)....... 111
Quadro 26: Transcrição e categorização dos turnos 184 a 190 do episódio 3 (Aula 3)....... 111
Quadro 27: Transcrição e categorização dos turnos 440 a 446 do episódio 7 (Aula 3)....... 112
Quadro 28: Transcrição e categorização dos turnos 22 a 24 do episódio 1 (Aula 1)........... 114
Quadro 29: Transcrição e categorização dos turnos 75 e 76 do episódio 2 (Aula 1)........... 114
Quadro 30: Transcrição e categorização dos turnos 131 a 133 do episódio 3 (Aula 2)....... 116
Quadro 31: Transcrição e categorização dos turnos 477 a 482 do episódio 7 (Aula 3)....... 116
Quadro 32: Transcrição e categorização do turnos 240 do episódio 3 (Aula 2)................... 117
Quadro 33: Transcrição e categorização do turno 322 do episódio 6 (Aula 3)..................... 117
Quadro 34: Transcrição e categorização dos turnos 345 e 346 do episódio 7 (Aula 3)....... 118
Quadro 35: Transcrição e categorização dos turnos 365 e 366 do episódio 7 (Aula 3)....... 118
Quadro 36: Transcrição e categorização dos turnos 138 e 139 do episódio 3 (Aula 2)....... 119
Quadro 37: Transcrição e categorização dos turnos 422 e 423 do episódio 7 (Aula 3)....... 120
Quadro 38: Transcrição e categorização dos turnos 79 e 80 do episódio 2 (Aula 1)........... 120
Quadro 39: Transcrição e categorização dos turnos 98 a 100 do episódio 2 (Aula 1)......... 123
Quadro 40: Transcrição e categorização dos turnos 91 e 92 do episódio 2 (Aula 1)........... 124
Quadro 41: Transcrição e categorização dos turnos 155 e 156 do episódio 3 (Aula 2)....... 125
Quadro 42: Transcrição e categorização dos turnos 311 a 314 do episódio 6 (Aula 3)....... 125
Quadro 43: Transcrição e categorização dos turnos 342 a 344 do episódio 7 (Aula 3)....... 126
Quadro 44: Transcrição e categorização dos turnos 145 a 148 do episódio 3 (Aula 2)....... 127
Quadro 45: Transcrição e categorização dos turnos 199 a 202 do episódio 3 (Aula 2)....... 127
Quadro 46: Transcrição e categorização dos turnos 129 e 130 do episódio 3 (Aula 2)....... 128
Quadro 47: Transcrição e categorização dos turnos 293 a 302 do episódio 5 (Aula 3)....... 128
Quadro 48: Transcrição e categorização dos turnos 407 a 410 do episódio 7 (Aula 3)....... 129
Quadro 49: Transcrição e categorização dos turnos 427 a 432 do episódio 7 (Aula 3)....... 130
Quadro 50: Transcrição e categorização dos turnos 311 a 316 do episódio 6 (Aula 3)....... 131
Quadro 51: Transcrição e categorização do turno 439 do episódio 7 (Aula 3)..................... 132
Quadro 52: Transcrição e categorização dos turnos 335 e 336 do episódio 6 (Aula 3)....... 133
Quadro 53: Transcrição e categorização dos turnos 473 e 474 do episódio 7 (Aula 3)....... 133
Quadro 54: Práticas Epistêmicas identificadas e quantificadas em cada um dos sete 135
episódios (via transcrições)................................................................................
Quadro 55: Transcrição e categorização dos turnos 266 a 269 do episódio 4 (Aula 2)....... 142
Quadro 56: Práticas Epistêmicas identificadas e quantificadas nas produções escritas 1 151
de cada um dos quatro grupos..........................................................................
Quadro 57: Prática Epistêmica identificada nas produções escritas 2 de cada um dos 154
estudantes..........................................................................................................
- Lista de Apêndices -
Antecedentes da Pesquisa.................................................................................. 19
Introdução............................................................................................................. 22
1.1. A Lua.................................................................................................... 31
Referências........................................................................................................... 169
Apêndices............................................................................................................. 176
Apêndice 1: A sequência didática em astronomia elaborada para a
pesquisa...................................................................................................... 176
- Antecedentes da Pesquisa -
Julgo que meu primeiro contato com a astronomia se deu de uma maneira um
tanto quanto peculiar. Aconteceu devido a um interesse e gosto de infância (quando
eu tinha por volta dos 11 anos) por OVNI’s (Objetos Voadores Não Identificados).
Lembro que eu adorava assistir vídeos e ler coisas sobre esse assunto na internet.
Uma vez, conversando com meu tio, comentei com ele sobre esse meu interesse em
OVNI’s e possibilidades de vida em outros locais do universo e como essa
deveria/poderia ser. Ele, então, sugeriu que eu pesquisasse algumas coisas sobre
“astronomia” na internet, pois provavelmente eu iria gostar. Foi paixão à primeira
vista. Aos poucos fui deixando essa questão dos OVNI’s de lado, e comecei a
estudar sobre alguns temas de astronomia, na época de maneira bem introdutória,
mas sempre com muito entusiasmo, por ser algo que eu começava a gostar cada
vez mais. Esse mesmo tio também me presenteou com DVD’s da versão clássica da
série “Cosmos” (de Carl Sagan), algo que fez com que eu me apaixonasse ainda
mais pela astronomia (e por temas das ciências de maneira geral). Ainda na época
da escola, cheguei a fazer um curso sobre astronomia na Escola Municipal de
Astrofísica de São Paulo (EMA-SP), onde pude aprender de maneira mais
sintetizada alguns assuntos. Dos OVNI’s à astronomia, meu interesse pelo céu
sempre foi grande, e desde então, esse gosto só aumentou. Creio que meu gosto
por livros e filmes com essas temáticas espaciais (principalmente os de ficção
científica) também acabaram me motivando em conhecer mais sobre essa área.
- Introdução -
cada campo (por exemplo: botânica, zoologia, ecologia, etc.); ou seja, tais práticas
podem ser variáveis (GEROLIN, SILVA, 2017; KELLY, LICONA, 2018).
- CAPÍTULO 1 -
Ensino de Astronomia
Além disso, Langhi (2009) aponta que a astronomia pode promover um papel
motivador tanto para os alunos, como para os professores, uma vez que:
(...) ao tocar neste assunto, a maioria dos jovens costuma desencadear uma
enxurrada de perguntas sobre buracos negros, origem do universo, vida
extraterrestre, tecnologia aeroespacial, etc.. Este entusiasmo abre a
oportunidade para o professor trabalhar, de modo interdisciplinar, as demais
matérias escolares. Além do aspecto motivacional, a astronomia assume
um papel diferenciador, que a pode distinguir das outras ciências,
conferindo-lhe um certo grau “popularizável”, favorecendo a cultura
científica, uma vez que o seu laboratório é natural e gratuito, estando o céu
à disposição de todos, facilitando a execução de atividades ao ar livre e que
não exigem materiais custosos (LANGHI, 2009, p. 8).
atual da arte”, justamente para termos uma base a respeito disso e para traçarmos
um melhor panorama a respeito das pesquisas da área. Para essa reflexão inicial,
consideramos e selecionamos alguns trabalhos publicados que discutem como é a
produção científica na área de ensino e educação em astronomia.
5
http://www.btdea.ufscar.br/
30
Figura 1: Distribuição anual de teses e dissertações sobre Educação em Astronomia, entre 1973 e
2018. Retirado do site Banco de Teses e Dissertações sobre Educação em Astronomia da UFSCAR.
1.1. A Lua
Pelo fato da sequência didática desenvolvida para essa pesquisa ter tido
como foco principal a Lua e suas fases, destinamos esse tópico justamente para
falar a respeito desse astro.
A B
C D
Figura 2: Algumas representações e usos da Lua ao longo da história em diferentes contextos: (A)
Selenografia (mapa lunar) publicado em 1610 por Galileu (imagem retirada de Haddad, 2014); (B)
Mapa lunar desenhado em 1610 por Thomas Harriot (imagem retirada de Haddad, 2014); (C) A Lua
em notícia veiculada em 1910 em periódico brasileiro (imagem retirada de Menezes, 2017); e (D) A
Lua do filme “Viagem à Lua” (imagem retirada de Júnior, 2018).
A partir disso, é possível perceber que além de ser um astro visível a olho nu
em diversas situações (tanto durante o dia, como durante a noite), também vem
sendo um objeto de estudo e de explorações a partir das mais diferentes
perspectivas; mostrando, assim, ser um astro que desperta a atenção e a
curiosidade.
Uma resposta simples para essa pergunta poderia ser: a explicação dos
aspectos da fase lunar se deve ao modo como os raios solares atingem a Lua de
acordo com o nosso ponto de vista, ou seja, é proveniente da variação da posição
relativa da Lua, do Sol e da Terra. Dessa forma, a percentagem iluminada da Lua
que enxergamos é definida pela posição relativa entre o observador e o astro. Com
isso, podemos dizer que o fenômeno de formação das fases Lua ocorre devido à
posição relativa dos astros do sistema Sol-Terra-Lua e também, é claro, devido a
iluminação solar (IACHEL, LANGHI, SCALVI, 2008; LANGHI, 2016; MOURÃO,
2016).
6
Meridiano é um círculo imaginário na esfera celeste que passa pelos polos.
35
Rodrigues e Silva (2013) apontam que três dessas ideias trazem como foco
que a Lua é um corpo estático que pode ser ocultada pela Terra ou Sol e que pode
assumir diferentes formas. Essas ideias estiveram presentes em mais de 50% dos
alunos entrevistados. As autoras ainda indicam que os alunos tiveram dificuldade em
explicar as fases da Lua, sendo que alguns alunos disseram que as fases são
consequência da distância Terra-Lua (Lua perto da Terra é a fase cheia, e as outras
fases acontecem em decorrência do afastamento do astro com relação a Terra) e
outros que são consequências da sombra que a Terra ou o Sol faz sobre a Lua.
acontecimentos terrestres que você julga que ocorrem devido à Lua?” (DARROZ et
al., 2013).
50% dos entrevistados afirmaram que tinham o hábito de olhar para a Lua
diariamente, sendo que a maior parte dos entrevistados que disseram observar
sempre a Lua fazem parte dos grupos I e III (Estudantes do ensino médio e
Acadêmicos formandos em ensino superior, respectivamente). Além disso, 55% dos
entrevistados afirmaram que a Lua é o satélite natural da Terra. Também foi
percebido, em todos os grupos, alguns componentes que interpretam a Lua de
maneira equivocada, como por exemplo, dizendo que a Lua é um pequeno planeta,
que a Lua tem luz própria, que ela só pode ser visualizada durante a noite, etc.
(DARROZ et al., 2013).
7
Ao longo do trabalho, Darroz et al. (2013) discute algumas dessas crenças, trazendo tanto as
transcrições das entrevistas, como outros trabalhos que “desmentem” ou dão subsídios para algumas
dessas concepções.
38
Além disso, também foi constatado que alguns estudantes têm mais facilidade
em desenhar o fenômeno do que explicá-lo em palavras e vice versa; e que existe a
falta de hábito dos alunos em observar a natureza (por exemplo: observar que a Lua
e o Sol podem estar visível ao mesmo tempo no céu) (IACHEL, LANGHI, SCALVI,
2008).
Na pesquisa foi percebido que apenas 10,3% dos alunos sabem o nome e a
sequências das ‘principais’ fases da Lua. E quanto ao horário em que a Lua pode
ser observada, os pesquisadores mapearam as respostas dos alunos em algumas
características/categorias gerais, como por exemplo: “Lua somente ao anoitecer” e
“Lua não é iluminada pelo Sol durante o dia”; percebendo-se, assim, alguns
equívocos nas respostas dadas pelos estudantes (KITZBERGER, BARTELMEBS,
ROSA, 2019).
O modelo foi avaliado por dois alunos cegos, sendo que um deles disse que o
modelo estava de acordo com o que ele se lembrava das fases da Lua (esse
estudante perdeu a visão aos 25 anos) e outra aluna (cega de nascença) enfatizou
que agora sim havia compreendido a mudança de fase, ressaltando ainda, que ela
achava que o tamanho da Lua mudava nas fases, crescendo e diminuindo
41
A B
C
Figura 4: Alguns recursos didáticos sobre as fases da Lua apresentados e discutidos em trabalhos
da área de ensino de astronomia: (A) Recurso, produzido em impressora 3D, para alunos com
deficiência visual, mas que também pode ser utilizado com alunos videntes (Retirado de
Marranghello, Ferreira e Bastos (2018)); (B) Recurso que simula o sistema Terra-Lua (Retirado de
Martins e Langhi, (2012)); (C) Modelo da “caixa das fases da Lua”, na parte superior direita da
imagem também podemos perceber algumas formas de como a bolinha de isopor (Lua) é vista nesse
recurso (Retirado de Saraiva et al., 2007).
43
- CAPÍTULO 2 -
Alfabetização Científica
Esses eixos são importantes pois apresentam uma base necessária a ser
considerada por educadores no momento em que vão elaborar e planejar aulas e
atividades que visem a Alfabetização Científica (SASSERON, 2008).
Sasseron (2018) aponta que propostas didáticas que são elaboradas tendo
como base esses três eixos estruturantes devem ser capazes de promover o início
da Alfabetização Científica, pois:
(...) terão criado oportunidades para trabalhar problemas envolvendo a
sociedade e o ambiente, discutindo, concomitantemente, os fenômenos do
mundo natural associados, a construção do entendimento sobre estes
fenômenos e os empreendimentos gerados a partir de tal conhecimento
(SASSERON, 2008, p. 65-66).
⇒ Metodologias científicas.
⇒ Natureza das ciências.
Eixo 2
Compreensão da natureza das ⇒ Produção do conhecimento científico.
ciências e dos fatores éticos e ⇒ Influências sociais, humanas, políticas
políticos que circundam sua prática na produção e investigação científica.
⇒ Ética nas ciências.
fornecendo, então, elementos para que possamos dizer que a AC está em processo
de desenvolvimento entre eles (SASSERON, 2008). Nas palavras de Sasseron
(2008), os “indicadores têm a função de nos mostrar se e como estas habilidades
estão sendo trabalhadas” (p. 67).
- CAPÍTULO 3 -
Modelos no Ensino de Ciências
O conhecimento científico é constituído por teorias, que são, por sua vez,
estruturadas por modelos (PINHEIRO, PIETROCOLA, ALVES-FILHO, 1999).
Contudo, podemos considerar “modelos” como um termo polissêmico, apresentando
diferentes definições, a depender do autor considerado. Silva (2011) apresenta um
interessante apanhado histórico e explicações a respeito desse termo, considerando
diferentes perspectivas.
Silva (2011) também afirma que os modelos científicos devem ser entendidos
como idealizações da realidade, e não a própria realidade, afinal, sempre vão existir
elementos da realidade que fogem ao modelo e a sua teoria subjacente. Assim
sendo, apenas alguns aspectos da realidade são representados pelos modelos.
Silva (2011), por sua vez, indica que, segundo o ponto de vista de Mario
Bunge, existem dois tipos de objetos-modelo: “conceitual” (ou científico) e “figurativo,
material ou concreto” (ou didático). Ambos são considerados como representações
conceituais de alguma coisa, ou fato real, ou algo imaginado a respeito do que se
está estudando. A principal diferença entre eles é que o objeto-modelo conceitual
não necessita ter uma representação figurativa para existir, uma vez que apresenta
um forte apelo na propriedade teórica e conceitual, mais do que em sua capacidade
psicológica ou estética. Assim, uma vez que nem sempre é possível representar a
realidade através de coisas visíveis e objetos familiares, são esses tipos de objetos-
modelo que de fato são importantes para as atividades científicas.
pelos alunos, por exemplo. Assim, esses modelos acabam sendo ensinados e
aprendidos de maneira mais fácil (CUPANI, PIETROCOLA, 2002).
8
Ferreira, Alencoão e Vasconcelos (2015) apontam que modelação é a estratégia que suporta a
utilização de modelos em aula, e que consiste em uma atividade de simulação de um acontecimento
real.
56
- CAPÍTULO 4 -
As Práticas Epistêmicas
9
Por “problemas práticos” entendemos qualquer atividade que demande do estudante responder
questões, formular hipóteses, resolver ou propor um problema, etc.; e não apenas atividades ditas
experimentais (ARAÚJO, MORTIMER, 2009).
59
Atividades sociais
relacionadas ao Práticas epistêmicas
conhecimento
1. Problematizando
2. Elaborando hipóteses
3. Planejando investigação
4. Construindo dados
5. Utilizando conceitos para interpretar dados
Produção do conhecimento 6. Articulando conhecimento observacional e
conceitual
7. Lidando com situação anômala ou problemática
8. Considerando diferentes fontes de dados
9. Checando entendimento
10. Concluindo
1. Argumentando
2. Narrando
3. Descrevendo
4. Explicando
5. Classificando
Comunicação do 6. Exemplificando
conhecimento 7. Definido
8. Generalizando
9. Apresentando ideias (opiniões) próprias
10. Negociando explicações
11. Usando linguagem representacional
12. Usando analogias e metáforas
1. Complementando ideias
2. Contrapondo ideias
Avaliação do conhecimento 3. Criticando outras declarações
4. Usando dados para avaliar teorias
5. Avaliando a consistências dos dados
61
Essa categorização realizada por Araújo (2008) serviu de base para Silva
(2015), em sua tese de doutorado, no momento da identificação das práticas
epistêmicas presentes em relatórios de estudantes utilizados em sua pesquisa.
Contudo, como já apontado, as pesquisas estão sujeitas a diferentes variáveis, e
conforme realizava tais identificações, Silva (2015) verificou que algumas das
categorias da literatura utilizada não estavam presentes em seus dados, assim como
existiam características em seus dados que as categorias pré-estabelecidas não
davam conta de evidenciar. Dessa forma, Silva (2015) elaborou uma rubrica, com
base na literatura e em seus dados, para evidenciar e verificar as práticas
epistêmicas a partir dos relatórios científicos, ilustrando as categorias de análise
dessas práticas.
19. Avaliar a consistência dos dados Pondera a validade dos dados obtidos.
Justifica
Explica Contraposição
Pede avaliação
64
Instância
Quando os alunos negociam uma explicação
social de a) Negociando explicações. entre eles ou com o professor, com o
comunicação objetivo de atingir um consenso.
- CAPÍTULO 5 -
Conjunto Metodológico
com as turmas de 8º ano. Ainda nessa etapa foi feita a coleta de dados, através do
trabalho de campo, observação participante, diário de campo, gravações e registros
escritos dos alunos.
A coleta de dados da pesquisa foi feita em uma escola particular que oferece
o ensino regular e técnico, localizada no município de Arujá-SP. A aplicação da
sequência de aulas foi feita durante o horário regular de aula, durante algumas aulas
10
da disciplina intitulada “Complementos de Ciências” . Por sua vez, as turmas nas
quais a sequência foi aplicada, são turmas do 8º ano dos anos finais do ensino
fundamental. Adotamos esse critério quanto a turma, pois na Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) a temática sobre Fases da Lua está sugerida para ser abordada
no 8º ano.
Como dito, na BNCC a temática Fases da Lua está sugerida para o 8º ano,
mais especificamente na unidade temática “Terra e Universo”, dentro do eixo de
objetos de conhecimento intitulado de “Sistema Sol, Terra e Lua - Clima”. A temática
escolhida, por sua vez, aparece como sendo uma das habilidades desse ‘objeto de
conhecimento’ citado anteriormente, estando codificada da seguinte forma no
documento:
10
Essa escola adota um material escolar na qual desde o 6º ano a grade curricular já apresenta as
disciplinas de Física, Química e Biologia. Além dessas três, uma outra disciplina relacionada às
Ciências da Natureza também aparece na grade: Complementos de Ciências. Essa última não
apresenta um conteúdo programático definido, ficando a critério do professor a organização dos
temas, aulas e atividades a serem trabalhadas.
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Vale ressaltar que essa temática também aparece como sendo sugerida para
ser trabalhada no 5º ano.
UNIDADE OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICA CONHECIMENTO
Como dito, a sequência foi desenvolvida com alunos do 8º ano, sendo essa
turma composta por 13 alunos. Todos os alunos participaram da realização da
sequência de aulas, contudo, três desses estudantes não tiveram seu registro em
vídeo/áudio autorizado pelos pais e responsáveis, sendo assim, imagens desses
alunos não foram registradas e capturadas pela filmadora. Esse caso, bem como a
nossa solução, será mais bem explicada nos próximos tópicos.
GRUPO CODINOME
Sirius
Grupo 1
Bellatrix
Deneb
Grupo 2 Acrux
Betelgeuse
Alnitak
Grupo 3 Alnilam
Mintaka
Rigel
Grupo 4
Antares
73
Regulus
Grupo 5
(Estudantes sem TCLE, ou seja, com Canopus
imagens não capturadas e áudios não
registrados)
Aldebaran
Com exceção dos três alunos do grupo 5, todos os demais foram autorizados
pelos seus responsáveis a participarem da pesquisa. Antes das aulas da sequência
ser iniciada o professor conversou com os alunos a respeito da pesquisa, discutindo,
também, a importância das pesquisas acadêmicas. Nesses momentos, o professor
também explicitou sobre o que se tratava e como seria realizada essa pesquisa.
um ambiente escolar, entendemos que existe toda uma logística particular a parte a
ser considerada e pensada quando a coleta de dados é feita diretamente nesse
ambiente.
Yin (2010) aponta que coletar dados para pesquisa qualitativa normalmente
implica em interagir com as situações reais de vida e as pessoas envolvidas nessas
situações. Isso tudo se torna parte do ambiente de campo. Assim como já dito, o
trabalho de campo fará parte de nossa coleta de dados. Ao estudar as práticas
epistêmicas é importante que se observe, também, as interações entre os alunos e
as interações entre aluno-professor, para que se possa ter uma melhor noção sobre
a mobilização dessas práticas; levando em consideração, também, o contexto
dessas produções, uma vez que estamos considerando os ambientes de campo
como as situações da vida real (YIN, 2010). O trabalho de campo pode auxiliar
nesse processo, além de permitir uma aproximação do pesquisador com a realidade
sobre a qual se está pesquisando, ajudando, também, a estabelecer uma interação
com o meio e os participantes da pesquisa, construindo um conhecimento empírico
importante para o estudo (MINAYO, 2009).
Yin (2010) afirma que a essência de realizar uma observação participante (ser
um observador participante) exige a combinação das variantes “observar” e
“participar”, ou seja, é preciso ter alguma participação e alguma observação, sem
negligenciar por completa nenhuma das duas. Minayo (2009) aponta que, por
interferir no contexto, o observador participante (pesquisador), modifica esse
contexto, e ao mesmo tempo, é modificado pessoalmente pelo mesmo. Essa
77
pesquisa, ele não irá se tornar um “nativo” do local (MARQUES, 2016). O autor
ainda aponta que:
A “observação participante” não significa transformar-se em “nativo”, mas
sim tentar colocar-se no lugar do outro, no seu ambiente social natural,
buscando apreender a imponderabilidade da vida real, como diria
Malinowski. Nesse processo, o pesquisador deve incansavelmente buscar
articular teoria e prática. Deve, diuturnamente, olhar para si próprio e
questionar-se sobre como e sobre o que está fazendo (MARQUES, 2016, p.
283).
2006); algo que poderemos fazer em alguns momentos, já que lançaremos mãos de
outras formas de coleta de dados, como por exemplo, o diário de campo. Dessa
forma, quando necessário, se pode complementar os registros audiovisuais com os
registros de campo, ou vice e versa.
onde esses três alunos sentaram ao longo das aulas. A filmadora foi posta e
direcionada de tal modo que essa região indicada da sala não fosse capturada.
Figura 6: Mapa do laboratório/sala onde as aulas foram desenvolvidas, com indicação do local onde
os alunos sem TCLE sentavam (sem a captura de imagens pela filmadora). Esquema representativo
fora de escala de tamanho e distância.
Aula 1 Produção Escrita 1 - Ideias para resolução do problema sobre as fases da Lua.
Aula 2 -
Aula 6 -
Quadro 11: Mapeamento de origem dos dados produzidos para pesquisa em cada uma das aulas da
sequência didática em astronomia.
Aula na sequência elaborada Dados produzidos para pesquisa
Quadro 12: Modelo de quadro utilizado para a apresentação dos dados, transcrições e
algumas análises na pesquisa.
Aula XX
Episódio
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
Para fazer tais transcrições foi necessário adotarmos alguns sinais, que
registram algumas características do discurso oral dos participantes, permitindo uma
melhor imersão do leitor nos dados. Neste trabalho adotaremos as normas de
transcrição proposta por Preti (1999). No quadro a seguir apresentamos essas
normas; com os sinais para se referir a certas ocorrências e alguns exemplos de
cada caso.
Quadro 13: Normas e sinais adotados para a transcrição. Retirado e adaptado de Preti
(1999).
e o Banco… Central…
Interrogação ?
certo?
Comentários descritivos do
((minúscula)) ((tossiu))
transcritor
Para fazer nossas análises precisamos agrupar nossos dados. Com relação
ao conjunto de dados que se refere as interações discursivas estabelecidas durante
as aulas, fizemos tal agrupamento a partir de episódios, ou seja, para nossas
análises delimitamos o conjunto de alguns episódios, ou seja, unidades de análise.
Cada episódio se caracteriza por um ser um conjunto de interações com um tema
determinado e significados distintos (SESSA, 2013). Mortimer et al. (2005)
consideram que:
(...) um episódio é definido como um conjunto coerente de ações e
significados produzidos pelos participantes em interação, que tem um início
e fim claros e que pode ser facilmente discernido dos eventos precedente e
subsequente (MORTIMER et al., 2005, p. 3).
87
Essas unidades apontadas pelos autores são unidades nas quais o tempo é
dividido na prática escolar e que normalmente já são previstas pelo professor em
seu planejamento. Quando são colocadas em prática, origina os episódios da vida
de sala de aula. São episódios construídos no fluxo das interações entres os
participantes e entre os participantes e os recursos disponíveis (livro, lousa, aparato
experimental, etc.), e podem ser previsíveis ou imprevisíveis. Eles podem acabar
coincidindo com as fases da atividade previamente planejada, contudo, como são
constituídos na própria interação entre os participantes, também apresentam certo
teor de imprevisibilidade (MORTIMER et al., 2005)
Podemos, ainda, dizer que a escolha dos episódios pode ser motivada pelo
interesse de pesquisa e do pesquisador, sendo sua delimitação um ato
interpretativo, entre pesquisador e material empírico, a partir de certos critérios
relacionados com o referencial teórico e com os objetivos da pesquisa (MARTINS,
2006).
Episódio 1
01 - 68
Problematização e Encaminhamentos iniciais.
Aula 1
Episódio 2
69 - 116
Comunicando como resolver o problema.
Episódio 3
121 - 261
Comunicação dos modelos feitos.
Aula 2
Episódio 4
262 - 289
Sistematizando ideias.
Episódio 5
290 - 308
Recapitulando atividades anteriores.
Episódio 6
Aula 3 309 - 340
Discutindo o texto.
Episódio 7
341 - 492
Sistematização e exposição do professor.
se tentar tirar dos dados o que de fato significam, e não impor uma interpretação
com base em teorias preexistentes” ou em visões preconcebidas.
O autor ainda indica que é comum se trabalhar com esses dois pontos de
vista, e completa dizendo que:
Essas duas abordagens à geração de códigos não são excludentes. A
maioria dos pesquisadores se movimenta entre as duas fontes de
inspiração durante sua análise. A possibilidade de construir códigos antes
ou de forma separada de um exame dos dados refletirá, até certo ponto, a
inclinação, o conhecimento e a sofisticação teórica do pesquisador. Se seu
projeto foi definido no contexto de um quadro teórico claro, é provável que
você tenha algumas ideias produtivas sobre os códigos potenciais
necessários. Isso não significa que eles venham a ser preservados intactos
durante o projeto, mas, pelo menos, oferece um ponto de partida para os
tipos de fenômenos que você quer procurar ao ler o texto. O truque aqui é
não se prender muito aos códigos iniciais construídos (GIBBS, 2009, p. 68).
epistêmicas utilizados e formulados por esses autores, os quais são utilizados para a
realização de análises e categorizações para seus trabalhos.
algum outro autor, durante sua pesquisa você pode ‘modificar’ a mesma, incluindo
alguma prática não prevista e excluindo alguma prática não identificada. Assim como
já citado anteriormente, isso pode acontecer, pois as pesquisas são feitas em
contextos diferentes e com campos disciplinares das ciências distintos, cada qual
com sua especificidade.
Fornecendo Demonstrando os
Concluindo
informação/evidência resultados
Questionando / Pedindo
Definindo/Conceituando Complementando ideias
informação
Recorrendo a diferentes
Contrapondo ideias Citando
ideias/conceitos
significado e um sentido, que não deve ser considerado como um ato isolado
(FRANCO, 2003).
Franco (2003) aponta que existem dois caminhos que podem ser seguidos
para a elaboração de categorias: “categorias criadas a priori” e “categorias que não
são definidas a priori”. No nosso trabalho estamos seguindo pelo caminho no qual as
categorias não são definidas a priori. Mas é importante ressaltar que, assim como já
apontado, se o caminho a ser seguido for o de categorias criadas a priori, é
interessante que o pesquisador não fique preso a essas categorias, já que podem
existir casos onde determinadas ações não se encaixam nessas categorias já
definidas.
- CAPÍTULO 6 -
Resultados e Discussões
mobilizações, para que o leitor possa melhor compreendê-las; e após isso partimos
para uma análise relacionando as mobilizações dessas práticas com os episódios da
sequência.
Quadro 17: Práticas Epistêmicas totais identificadas ao longo dos episódios e das produções
escritas. Legenda: SM - Selecionando materiais; PI - Planejando investigação; EH - Elaborando
hipótese; FP - Fazendo previsão; Opi - Opinando; PR - Propondo requisito; Nar - Narrando; Exp -
Explicando; IC - Identificando/Classificando; Con - Concluindo; FIE - Fornecendo
informação/evidência; DR - Demonstrando os resultados; DC - Definindo/Conceituando; QPI -
Questionando/Pedindo informação; Compl. Id. - Complementando ideias; Contr. Id. - Contrapondo
ideias; Cit - Citando; RDIC - Recorrendo a diferentes ideias/conceitos; Jus - Justificando; OD -
Ordenando os dados.
Quadro 18: Transcrição e categorização dos turnos 153 a 156 do episódio 3 (Aula 2).
Aula 02
Episódio 03
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
154 Deneb (G2) É::: aqui seria Lua nova, porque ela vai estar Identificando/Clas
totalmente atrás da Terra. sificando (2)
Fornecendo
informação/evidê
ncia (3)
Demonstrando os
resultados (3)
155 Professor A Lua nova… Conta pra quem não sabe, a Lua
nova como que ela fica.
156 Deneb (G2) A Lua nova é a Lua totalmente escura, não Identificando/Clas
aparece ela. Tem a Lua crescente que é mais ou sificando (2)
menos ela por aqui né. É, da Terra a noite da pra
ver ela bem clarinha aqui. Ai quando ela vai um Definindo/Conceit
pouquinho mais pra cá, fica… fica… minguante. Ai uando (2)
fica nova, ai quando vai pra frente é crescente de
Explicando (2)
novo. Ai quando ela vem pra frente da Terra, fica
um eclipse… um eclipse… o certo é solar ou Questionando/Pe
103
Quadro 19: Transcrição e categorização dos turnos 270 a 277 do episódio 4 (Aula 2).
Aula 02
Episódio 04
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
270 Professor Agora e se eu levar a Lua pra cá. É:: toda a Lua
está iluminada?
Quadro 20: Transcrição e categorização dos turnos 384 a 387 do episódio 7 (Aula 3).
Aula 03
Episódio 07
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
sificando (11)
387 Antares (G4) Não, é a imagem mesmo que está um pouquinho Identificando/Clas
pra baixo e a outra mais pra cima. sificando (13)
Esse exemplo entre os turnos 383 a 386 nos mostra que a prática
“identificando/classificando” pode ser mobilizada em diferentes situações, e não
apenas quando se refere às fases da Lua; uma vez que nessa situação a temática
que estava sendo abordada de forma mais específica era o movimento aparente do
céu.
11
Ao longo do próximo tópico desse capítulo discutimos com maiores detalhes tais produções
escritas.
105
Figura 7: Trechos das produções escritas 2 de alguns estudantes. Fonte: Dados da pesquisa.
16 Deneb (G2) Pra furar a bolinha com uma corda e segurar a Planejando
bolinha ((estudante faz movimentos com a mão, investigação (2)
indicando que está segurando a bolinha com a
corda))
Selecionando
materiais (2)
31 Mintaka (G3) Que vai ser a Lua, e aqui ((indicando com a mão o Planejando
local)) você coloca a luz do celular. Que ai vai investigação (3)
refletir.
Selecionando
materiais (2)
Propondo
requisito (1)
108
71 Bellatrix (G1) Seria uma bola de isopor que BRIlha. Teria que ser Propondo
bem brilhante. E tem que projetar na Lua, e vai requisito (3)
projetar tipo as fases da Lua em alguma tela.
Planejando
investigação (8)
Complementando
ideias (1)
72 Sirius (G1) A Terra que seria a bola de isopor média… A Lua Selecionando
que a gente ainda não pensou, se vai ser maior ou materiais (4)
menor… Ai glitter, tinta, pincéis, a base grossa de
isopor, e algo que gire pra maquete girar. Planejando
investigação (7)
90 Acrux (G2) Ta:: ok. Bom, eu vou falar um pouco do que Selecionando
seria::... do que o nosso grupo queria fazer. Por materiais (7)
exemplo, pegaria dois tipos de bola de isopor. Uma
maior e outra menor. E a maior seria a Terra e a Planejando
menor seria a Lua. E::: também a gente ia precisar investigação (10)
de uma lanterna pra fica::r… pra mostrar a rotação.
Propondo
E::::, é, é isso.
requisito (4)
111
Quadro 25: Transcrição e categorização dos turnos 134 e 135 do episódio 3 (Aula 2).
Aula 02
Episódio 03
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
134 Professor Então vocês acham que a causa das fases da Lua
então é o Sol?
Quadro 26: Transcrição e categorização dos turnos 184 a 190 do episódio 3 (Aula 3).
Aula 02
Episódio 03
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
184 Professor Tá, então fala ai pra gente, de acordo com essa
resolução que vocês fizeram, o que que causa
então as fases da Lua? Qual o motivo da Lua
apresentar diferentes fases?
Complementando
ideias (3)
Quadro 27: Transcrição e categorização dos turnos 440 a 446 do episódio 7 (Aula 3).
Aula 03
Episódio 07
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
Complementando
ideias (11)
445 Bellatrix (G1) Que atingem, de acordo com o nosso ponto de Concluindo (1)
vista.
Complementando
ideias (12)
446 Alnitak (G3) Que atingem a Lua, ilumina e a gente vê da Terra. Concluindo (13)
Complementando
ideias (13)
24 Mintaka (G3) Por causa que o Sol se mexe, ai tipo, se o Sol Elaborando
estiver aqui ((fazendo gestos com as mãos)), só hipótese (1)
essa parte que vai parecer que está iluminada.
Fazendo previsão
(1)
76 Bellatrix (G1) Porque o Sol vai ta girando, a Lua vai ta girando. O Elaborando
Sol vai ta batendo na Lua, vai ta projetando… o hipótese (3)
que vai projetar pra nós vai ser tipo na Terra… faz
sentido. Fazendo previsão
(3)
Justificando (1)
Quadro 30: Transcrição e categorização dos turnos 131 a 133 do episódio 3 (Aula 2).
Aula 02
Episódio 03
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
131 Professor E por que que vocês fizeram dessa forma? O que
vocês pensaram?
133 Antares (G4) A gente penso::u assim… Primeiramente é simples Explicando (1)
que nem o Rigel falou, e de acordo com a
iluminação do Sol, por exemplo se ele ta Identificando/Clas
iluminando um pouquinho mais pro lado ela vai sificando (1)
ficar minguante, se ele ta… é:: mais um pouquinho
pro lado ela vai ficar crescente. Ai se ele ficar por Justificando (5)
exemplo um pouco mais ela vai brilhar toda, ai ela
vai ficar Lua cheia. Ai se ele ficar:::, por exemplo
totalmente assim na frente ai vai ficar Lua nova.
Quadro 31: Transcrição e categorização dos turnos 477 a 482 do episódio 7 (Aula 3).
Aula 03
Episódio 07
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
477 Professor Eclipses. Algum outro?... Então, por que então que
a gente não tem eclipse todo mês?
Justificando (10)
Justificando (11)
Quadro 34: Transcrição e categorização dos turnos 345 e 346 do episódio 7 (Aula 3).
Aula 03
Episódio 07
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
346 Deneb (G2) Nos planetas também acontece isso né? Questionando/Pe
dindo informação
(4)
Quadro 35: Transcrição e categorização dos turnos 365 e 366 do episódio 7 (Aula 3).
Aula 03
Episódio 07
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
366 Deneb (G2) Por que que a Lua aparenta ser grande assim no Questionando/Pe
céu? dindo informação
(5)
Quadro 36: Transcrição e categorização dos turnos 138 e 139 do episódio 3 (Aula 2).
Aula 02
Episódio 03
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
139 Antares (G4) A lanterna a gente vai mostrar::, como se fosse a Explicando (1)
luz do Sol. Ó, por exemplo, se ela ta totalmente na
frente do Sol ela não vai iluminar. Se ela ta um Identificando/Clas
pouquinho mais pro lado, vai ficar a Lua sificando (1)
minguante. Se ela ta um pouquinho mais, a
Fornecendo
crescente. Aqui ó, Lua cheia ((enquanto fala, o
informação/evidê
estudante vai fazendo movimentos com os
ncia (1)
materiais utilizados, como as bolinhas de isopor e
lanterna do celular, utilizando os mesmos como Demonstrando os
recurso para sua explicação)). resultados (1)
120
Quadro 37: Transcrição e categorização dos turnos 422 e 423 do episódio 7 (Aula 3).
Aula 03
Episódio 07
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
423 Antares (G4) É os raios solares ( ) de acordo com a sombra da Explicando (7)
Terra, vai formar as fases da Lua, que nem o
Deneb disse. Concluindo (9)
Complementando
ideias (10)
80 Mintaka (G3) De::: tipo colocar uma bola de isopor que seria a Elaborando
Lu::a, e:: uma lanterna que seria o Sol. Ai se você hipótese (4)
mexer a lanterna, a Lua vai ficar nas fases dela. Se
colocar aqui:: vai ficar no eclipse. Desse lado Selecionando
121
Planejando
investigação (9)
teríamos outra fase. Ou seja, foram ‘prevendo’ as possíveis fases de acordo com a
movimentação das posições.
Quadro 39: Transcrição e categorização dos turnos 98 a 100 do episódio 2 (Aula 1).
Aula 01
Episódio 02
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
100 Rigel (G4) E uma ideia que eu tive era de botar não sei se Planejando
com ( ) claro. Mas de botar glitter, porque tipo investigação (12)
assim. Ou alguma coisa refletível, pra ficar mais
iluminado. Selecionando
materiais (9)
Propondo
requisito (5)
Dessa forma estão indicando que para que consigam realizar a atividade, as
representações dos astros devem ter tamanhos variados. Nesse trecho
exemplificado ainda podemos perceber a mobilização das práticas “selecionando
materiais” e “planejando investigação”.
91 Professor Por que que vocês acham que com essa atividade
a gente consegue prever e provar que as fases da
Lua são assim?
92 Acrux (G2) É::: porque ajudaria bastante, por exemplo, seria Opinando (4)
bem simples de entender
Quadro 41: Transcrição e categorização dos turnos 155 e 156 do episódio 3 (Aula 2).
Aula 02
Episódio 03
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
155 Professor A Lua nova… Conta pra quem não sabe, a Lua
nova como que ela fica.
156 Deneb (G2) A Lua nova é a Lua totalmente escura, não Identificando/Clas
aparece ela. Tem a Lua crescente que é mais ou sificando (2)
menos ela por aqui né. É, da Terra a noite da pra
ver ela bem clarinha aqui. Ai quando ela vai um Definindo/Conceit
pouquinho mais pra cá, fica… fica… minguante. Ai uando (2)
fica nova, ai quando vai pra frente é crescente de
Explicando (2)
novo. Ai quando ela vem pra frente da Terra, fica
um eclipse… um eclipse… o certo é solar ou Questionando/Pe
lunar? dindo informação
(1)
Quadro 42: Transcrição e categorização dos turnos 311 a 314 do episódio 6 (Aula 3).
Aula 03
Episódio 06
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
313 Professor Pera ai, pera ai, um de cada vez, senão eu não
entendo.
314 Antares (G4) ( ) os raios solares, e que também ela:: apresenta, Citando (1)
ela não apresenta apenas quatro configurações de
126
Quadro 43: Transcrição e categorização dos turnos 342 a 344 do episódio 7 (Aula 3).
Aula 03
Episódio 07
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
342 Deneb (G2) Perigeu é quando a Lua está mais perto da Terra. Definindo/Conceit
uando (5)
No quadro 35 (turnos de fala 138 e 139) já foi possível ver essas práticas
sendo mobilizadas, e a seguir apresentamos alguns outros exemplos de
mobilizações dessas práticas.
127
Quadro 44: Transcrição e categorização dos turnos 145 a 148 do episódio 3 (Aula 2).
Aula 02
Episódio 03
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
Demonstrando os
resultados (2)
Quadro 45: Transcrição e categorização dos turnos 199 a 202 do episódio 3 (Aula 2).
Aula 02
Episódio 03
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
200 Bellatrix (G1) Ta, aqui vai estar a Terra, dai aqui vai estar o Sol,
dai aqui vai estar a Lua.
202 Bellatrix (G1) A Lua ta aqui ó. O SOl tem que iluminar a Lua. Ai a Explicando (4)
lanterna vai estar aqui, a Lua vai ficar depois da
Terra, vai ficar iluminando a Lua, a Lua vai refletir Fornecendo
aqui, vai ficar girando o negócio e vai mostrar as informação/evidê
fases. ncia (5)
Demonstrando os
resultados (5)
128
Quadro 46: Transcrição e categorização dos turnos 129 e 130 do episódio 3 (Aula 2).
Aula 02
Episódio 03
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
130 Antares (G4) A gente primeiramente usou é::, uma plaquinha de Narrando (1)
isopor::, palito de churrasco e cola pritt...
Quadro 47: Transcrição e categorização dos turnos 293 a 302 do episódio 5 (Aula 3).
Aula 03
Episódio 05
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
295 Mintaka (G3) Criamos teorias para, porque apresenta as fases... Narrando (2)
Ordenando os
dados (1)
129
296 Alnitak (G3) Pra apresentar porque tem as fases. Narrando (3)
Complementando
ideias (4)
Ordenando os
dados (2)
Duas práticas foram identificadas três vezes cada, ambas apenas no discurso
oral: “contrapondo ideias” e “citando”. Consideramos como prática epistêmica
“contrapondo ideias” situações onde o estudante se contrapõe e discorda de
ideias e explicações dos outros, podendo apresentar críticas ou diferentes posições
referente àquele tema. Podemos perceber tal mobilização nos exemplos a seguir.
Quadro 48: Transcrição e categorização dos turnos 407 a 410 do episódio 7 (Aula 3).
Aula 03
Episódio 07
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
410 Deneb (G2) Não, 25. A cada vinte e cinco dias. Contrapondo
ideias (1)
Quadro 49: Transcrição e categorização dos turnos 427 a 432 do episódio 7 (Aula 3).
Aula 03
Episódio 07
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
432 Bellatrix (G1) É a aparência dos raios solares que atingem a Lua. Explicando (8)
Ai vai a Lua, a Terra e Sol. E do ponto de vista da
gente vai ter as fases. A sombra da Terra não tem Concluindo (10)
nada a ver.
Contrapondo
ideias (2)
No turno 410 notamos o aluno Deneb dizendo que a Lua tem 25 fases, a cada
vinte e cinco dias. Nos parece que o estudante tenha considerado que a cada dia,
mais ou menos, a Lua apresenta uma fase (talvez tenha partido da consideração de
131
que um mês tem 30 dias, e que a Lua teria uma fase a cada dia, aproximadamente).
Mesmo que a Lua não tenha apenas 25 fases ao total, já é uma concepção que não
leva em consideração que a Lua tenha apenas as suas 4 fases principais. Ou seja,
ela não considerou que a Lua só tem as quatro fases principais; considerou mais.
Quadro 50: Transcrição e categorização dos turnos 311 a 316 do episódio 6 (Aula 3).
Aula 03
Episódio 06
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
313 Professor Pera ai, pera ai, um de cada vez, senão eu não
entendo.
314 Antares (G4) ( ) os raios solares, e que também ela:: apresenta, Citando (1)
ela não apresenta apenas quatro configurações de
fases, mas apresenta variações diárias em sua Definindo/Conceit
aparência. uando (4)
316 Bellatrix (G1) É::, e pra gente ver as fases, não depende só da Citando (2)
Lua. É da Lua, da Terra e do Sol.
Complementando
ideias (6)
132
439 Bellatrix (G1) Não é a sombra da Terra a causadora das fases Citando (3)
da Lua. Tá escrito na folha, (finalmente).
Contrapondo
ideias (2)
Por fim, duas práticas epistêmicas foram mobilizadas duas vezes cada:
“recorrendo a diferentes ideias/conceitos” e “ordenando os dados”. Ambas as
práticas não foram identificadas nas produções escritas, tendo sidas mobilizadas
apenas pela fala dos alunos.
Quadro 52: Transcrição e categorização dos turnos 335 e 336 do episódio 6 (Aula 3).
Aula 03
Episódio 06
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
336 Deneb (G2) Ele é mais… Ele é mais cheio de cratera, porque a Recorrendo a
Lua também defende a Terra da maioria dos diferentes
meteoritos. ideias/conceitos
(1)
Quadro 53: Transcrição e categorização dos turnos 473 e 474 do episódio 7 (Aula 3).
Aula 03
Episódio 07
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
Quadro 54: Práticas Epistêmicas identificadas e quantificadas em cada um dos sete episódios (via
transcrições). Legenda: SM - Selecionando materiais; PI - Planejando investigação; EH - Elaborando
hipótese; FP - Fazendo previsão; Opi - Opinando; PR - Propondo requisito; Nar - Narrando; Exp -
Explicando; IC - Identificando/Classificando; Con - Concluindo; FIE - Fornecendo
informação/evidência; DR - Demonstrando os resultados; DC - Definindo/Conceituando; QPI -
Questionando/Pedindo informação; Compl. Id. - Complementando ideias; Contr. Id. - Contrapondo
ideias; Cit - Citando; RDIC - Recorrendo a diferentes ideias/conceitos; Jus - Justificando; OD -
Ordenando os dados.
Com uma primeira visão geral a partir da tabela anterior, já é possível notar
que em certos episódios o número de mobilizações de práticas epistêmicas é maior
do que em outros, isso se deve, também, a quantidade de turnos de fala em cada
um deles. Lembramos aqui que o episódio 1 congrega os turnos 01 à 68 (68 no
total), o episódio 2 os turnos 69 à 116 (48 no total), o episódio 3 os turnos 121 à 261
(141 no total), o episódio 4 os turnos 262 à 289 (28 no total), o episódio 5 os turnos
290 à 308 (19 no total), o episódio 6 os turnos 309 à 340 (32 no total) e o episódio 7
os turnos 341 à 492 (152 no total).
Enquanto que com relação aos episódios com mais variações (tipos) de
práticas epistêmicas sendo mobilizadas temos o episódio 7 com 12 diferentes tipos
de práticas sendo mobilizadas, o episódio 3 com 11 tipos de práticas mobilizadas e o
episódio 2 com 8.
Ainda tendo uma visão mais global sobre os dados da tabela anterior,
podemos retomar alguns resultados já apresentados anteriormente: as práticas
epistêmicas mais mobilizadas ao longo dos sete episódios, ou seja, as práticas mais
mobilizadas via discurso oral dos alunos. São elas: “identificando/classificando” (19
vezes); “concluindo” e “complementando ideias” (13 vezes cada); “planejando
investigação” (12 vezes); “justificando” (11 vezes); e “questionando/pedindo
informação” (10 vezes).
Para uma análise mais apurada e detalhada acerca desses dados, faz-se
necessário levarmos em consideração o contexto e as características de cada um
dos episódios. A partir disso, verificamos, inclusive, que algumas hipóteses que
tínhamos anteriormente se confirmaram com esses resultados.
Outra prática que também passou a ser mobilizada nesse momento foi a
“identificando/classificando” (essa prática já havia sido mobilizada na aula anterior,
mas apenas por meio da produção escrita 1 do grupo 4), como por exemplo, no
turno 133 quando o aluno Antares diz o seguinte: “(...) se ele [o Sol] está iluminando
um pouquinho mais pro lado, ela vai ficar minguante, se ele ta mais um pouquinho
pro lado ela vai ficar crescente. Ai se ele ficar, por exemplo, um pouco mais ela vai
brilhar toda, ai ela vai ficar Lua cheia”. Podemos notar, nesse trecho, o aluno
identificando/classificando três fases da Lua: minguante, crescente e cheia.
A prática “concluindo” também foi notada pela primeira vez nesse episódio 3.
Assim como já comentado anteriormente no trabalho, essa é uma prática que irá
tender a aparecer mais vezes após os alunos já terem passado por um processo.
Nesse caso, os alunos já haviam, nos episódios 1 e 2, pensado e planejado
maneiras de resolver a problematização proposta, e já haviam, no início da aula 2,
colocado em prática seus planejamentos, ou seja, construído seus modelos.
Entendemos que após todas essas etapas os alunos já vão ter condições de
começarem a expressar suas conclusões frente ao fenômeno em estudo. Tanto que
essa foi a prática mais identificada nesse episódio, com sete mobilizações.
Vale pontuar que ainda não havíamos percebido na fala dos alunos (e o
professor também não havia comentado ainda) sobre a Lua ter mais fases do que
apenas as quatro fases principais.
Essas outras três práticas foram todas mobilizadas no mesmo turno de fala.
Fizemos uma reflexão com relação a esse ponto, e para apresentá-lo, reproduzimos,
a seguir, o quadro com os turnos de fala 266 a 269, para uma melhor
contextualização de nossa reflexão.
Quadro 55: Transcrição e categorização dos turnos 266 a 269 do episódio 4 (Aula 2).
Aula 02
Episódio 04
Tur- Sujeito (Grupo) Interações orais
no
Transcrição Prática
Epistêmica
Explicando (5)
Justificando (8)
Dessa forma, para dizerem essa frase eles precisaram ter uma noção geral
sobre os diversos aspectos envolvidos com relação a Lua ser ‘cheia’. Desde a
interpretação do esquema apresentado, até a interpretação adequada do que se
trata o termo “Lua cheia”. Entendemos que essas práticas se relacionaram de forma
intrínseca nesse ponto, e para ilustrar isso elaboramos a figura a seguir.
144
Por fim, pontuamos que o episódio 4 é marcado por ser um episódio com
várias perguntas do professor, que acabaram por influenciar a mobilização de
práticas epistêmicas que se relacionam com os tipos de perguntas e
contextualizações feitas pelo docente. Isso nos mostra, mais uma vez, que as
características principais das atividades feitas em dado momento da aula, oportuniza
a mobilização de certas práticas em detrimento de outras.
gente fez, o que vocês lembram que a gente fez lá nas duas primeiras aulas?”. E
algumas respostas dos alunos foram: “a gente fez experimentos né” (Alnitak; turno
300) e “a gente usou bola de isopor” (Alnitak; turno 305). Após esse episódio a
prática “narrando” não foi identificada mais vezes em nossos dados.
Além disso, como a pergunta inicial do professor (sobre o que tinham feito
nas aulas passadas) foi lançada para a turma toda, já era esperado que diversos
estudantes falassem e que, em alguns momentos, eles complementassem as falas e
as ideias de seus colegas, algo visto duas vezes com a mobilização da prática
“complementando ideias”. Podemos perceber isso no turno 306 quando o aluno
Deneb diz o seguinte: “Glitter, tinta, isopor”. Nessa situação, ele estava
complementando o que o estudante Alnitak havia falado anteriormente; no caso, que
eles haviam usado bola de isopor. Percebemos, então, que Deneb complementou a
ideia de seu colega, se referindo a outros materiais utilizados na aula passada.
gerais que foram trabalhados acerca das fases da Lua e algumas outras
informações ainda não abordadas até então. Ao longo de sua fala o professor
buscou a participação dos estudantes, lançando perguntas aos mesmos.
questionou os alunos sobre qual seria, então, a causa da Lua ter diferentes fases,
alguns alunos comentaram que seria devido à sombra da Terra. Bellatrix não
concordou com essa resposta, contrapondo-se a ela. Para tal, ela se referiu
claramente ao texto que tinha sido lido anteriormente naquela aula, dizendo o
seguinte: “Não é a sombra da Terra a causadora das fases da Lua. Tá escrito na
folha [o texto]” (turno 439). Além disso, a aluna apresentou a seguinte explicação
para o motivo da Lua ter diferentes fases: “É a aparência dos raios solares que
atingem a Lua. Ai vai a Lua, a Terra e Sol. E do ponto de vista da gente vai ter as
fases. A sombra da Terra não tem nada a ver” (turno 432).
Ao longo de sua fala o professor foi lançando diversas questões aos alunos, e
alguns desses questionamentos eram mais diretos, como por exemplo: nessa
imagem, a Lua aparenta estar em qual fase? Assim sendo, a prática epistêmica
“identificando/classificando” foi mobilizada diversas vezes (9 vezes). Nesses
momentos, mesmo as respostas dos alunos sendo mais diretas e curtas (as vezes
simplesmente dizendo o nome da fase principal: nova, crescente, minguante ou
cheia), para que eles respondessem tais perguntas dessa forma era necessário o
trabalho de algumas habilidades (principalmente a observação e a interpretação),
para que a prática epistêmica fosse, então, mobilizada. Era necessário que eles
observassem, por exemplo, o desenho apresentado, interpretasse o mesmo
(exemplo: observando qual porcentagem da Lua estava iluminado), para que, assim,
identificasse/classificasse a Lua em alguma de suas fases principais.
buscando a participação dos mesmos. Como eles já haviam passados por atividades
e situações diversas até então, e com as novas informações apresentadas, os
alunos conseguiram participar constantemente da aula, respondendo diversas das
perguntas do docente, mobilizando práticas como “explicando”, “justificando”,
“concluindo”, identificando/classificando”, etc.. Dado as características do episódio,
aquelas práticas epistêmicas mais relacionadas com o planejamento e metodologias
(exemplo: “selecionando materiais”) não foram mobilizadas nesse episódio 7.
Quadro 56: Práticas Epistêmicas identificadas e quantificadas nas produções escritas 1 de cada um
dos quatro grupos. Legenda: SM - Selecionando materiais; PI - Planejando investigação; EH -
Elaborando hipótese; FP - Fazendo previsão; Opi - Opinando; PR - Propondo requisito; Nar -
Narrando; Exp - Explicando; IC - Identificando/Classificando; Con - Concluindo; FIE - Fornecendo
informação/evidência; DR - Demonstrando os resultados; DC - Definindo/Conceituando; QPI -
Questionando/Pedindo informação; Compl. Id. - Complementando ideias; Contr. Id. - Contrapondo
ideias; Cit - Citando; RDIC - Recorrendo a diferentes ideias/conceitos; Jus - Justificando; OD -
Ordenando os dados.
grupos só indicam quais materiais querem utilizar na próxima aula, enquanto que
outros também explicam como vão usar esses materiais, fornecendo maiores
detalhes em suas descrições.
Dessa forma podemos perceber que mesmo que a atividade tenha tido um
objetivo marcante, ela também permitiu que os estudantes mobilizassem práticas
epistêmicas que não eram previstas para esse momento em questão.
Figura 9: Enunciado da atividade feita pelos alunos, que originou a produção escrita 2. Fora de
escala de tamanho e distância.
12
Já havia sido comentado que a Lua, na verdade, apresenta diversas fases, e não apenas quatro.
Mas nessa atividade fizemos uma sistematização, levando em conta as quatro fases/momentos
principais.
154
Quadro 57: Prática Epistêmica identificada nas produções escritas 2 de cada um dos estudantes.
Com a tabela anterior percebemos que a única prática epistêmica que foi
mobilizada ao longo da produção escrita 2 foi a “identificando/classificando”. Devido
as características dessa atividade, já era esperado que o principal tipo de ação
trabalhada pelos alunos nessa produção fosse algo relacionado com essa prática,
uma vez que era necessário classificar a fase da Lua nas marcações indicadas.
Para resolver a atividade, o aluno precisava, também, entender o esquema
desenhado, identificando o local de onde parte a luz solar e qual a relação da Terra
com o lado visível e iluminado da Lua.
Essa foi uma atividade com um objetivo bem marcante, ainda mais do que a
produção escrita 1. Esse pode ter sido um dos motivos dos alunos mobilizarem
155
Dessa forma, a partir dessas análises sobre quando tais práticas epistêmicas
são mobilizadas ao longo da sequência didática como um todo (discurso oral +
produções escritas), percebemos que as características e as atividades feitas em
cada um dos momentos/episódios que se estabelecem em uma aula, acabam
influenciando e oportunizando a mobilização de certas práticas epistêmicas em
detrimento de outras, uma vez que diferentes ações são requisitadas nesses
momentos. Essa percepção pode, inclusive, ser levada em consideração no
momento de elaboração de uma sequência didática pelo professor.
Por fim, ainda que não seja o objetivo principal desse trabalho, entendemos
ser importante, mesmo que brevemente, tecer alguns comentários e relações entre
os episódios de nossa sequência com os eixos estruturantes da alfabetização
científica (AC), já que nossa sequência didática tem como um de seus pilares os
fundamentos gerais da AC.
A partir dos modelos feitos pelos alunos foi possível notar que, com exceção
dos cálculos, essas funções foram contempladas e trabalhadas; sendo que as
funções explicativas e preditivas foram as mais presentes, corroborando com o que
também é indicado por Drouin (1988 apud PINHEIRO, PIETROCOLA, ALVES-
FILHO, 1999), quando é dito que as funções explicativas e preditivas são as mais
presentes e relevantes nos modelos.
o que eles haviam feito na prática para resolver o problema inicial, como fizeram,
porque fizeram, etc.; ou seja, explicaram os modelos feitos. Ao longo dessas
comunicações o professor também foi lançando algumas perguntas aos alunos.
A partir disso, algumas explicações eram feitas pelos alunos, como, por
exemplo, no turno 133 quando o aluno Antares diz o seguinte: “(...) de acordo com a
iluminação do Sol, por exemplo, se ele ta iluminando um pouquinho mais pro lado
ela vai ficar minguante, se ela ta mais um pouquinho pro lado ela vai ficar crescente
(...)”. Durante sua fala o aluno indicava aspectos de seu modelo. Após isso o
professor pergunta “Então vocês acham que a causa das fases da Lua é o Sol?”, e
Rigel responde: “O movimento do Sol”.
Além desse caso, a partir dos modelos feitos, também percebemos outras
explicações dos alunos, como no turno 152 quando o aluno Deneb diz: “Ela [Lua]
gira em volta da Terra e dependendo do lugar onde ela está tem diferentes fases”.
Nessa fala percebemos que o estudante atribui a causa das fases da Lua as
diferentes posições em que esse astro se encontra. Na continuidade de sua
explicação, o estudante movimenta seu modelo (as bolinhas de isopor), indicando
que as fases nova, crescente e minguante acontecem quando a Lua está em
diferentes locais. Por fim, no turno 166 o estudante conclui que a causa das fases
lunares são “as posições da Lua referente a luz do Sol e referente a Terra”.
Enquanto que Bellatrix no turno 202 diz: “O Sol tem que iluminar a Lua. Ai a
lanterna vai estar aqui, a Lua vai ficar depois da Terra, vai ficar iluminando a Lua, a
Lua vai refletir aqui, vai ficar girando o negócio [o Sol] e vai mostrar as fases”. Essa
estudante faz parte do grupo 1, o qual, mais a frente, concluiu que as fases da Lua
são por causa do Sol e da Lua, sendo que o Sol ilumina a Lua.
Entendemos que nossa pesquisa também vai ao encontro com o que autores
da área vêm discutindo com relação a modelização no ensino de ciências,
principalmente no que tange a formulação e a elaboração de explicações, hipóteses,
previsões e compreensões, tais como discutido por Pinheiro, Pietrocola, Alves-Filho
(1999) e Ferreira, Alencoão e Vasconcelos (2015).
162
- Considerações Finais -
Ainda com relação as concepções dos estudantes acerca das fases da Lua,
foi possível notar que algumas delas desenvolvidas pelos alunos analisados aqui
nessa pesquisa são semelhantes as concepções encontradas por outros trabalhos
da área.
Ao final de toda pesquisa é sempre importante refletirmos sobre o que foi feito
e o que poderia ter sido feito de diferente, algo que buscamos fazer no término
dessa dissertação. Assim, aos que optarem utilizar nossa pesquisa como referência
ou para ampliar os estudos aqui postos, sugerimos que seja identificada as
concepções prévias, sobre as fases da Lua, dos alunos participantes da pesquisa e
disponibilizar maior tempo para o feedback dos estudantes ao longo das aulas,
mesmo que para isso, seja necessário acrescentar uma aula a mais na sequência
didática. Entendemos que essas mudanças podem fornecer um maior
aprofundamento nos estudos e um melhor entendimento acerca de certas ações dos
estudantes ao longo das aulas, ajudando em uma melhor identificação e
caracterização das práticas epistêmicas mobilizadas.
Por fim, gostaríamos de elencar alguns desafios que podem ser encontrados
ao se fazer a pesquisa de campo no ambiente escolar. Ao longo da realização de
nossa pesquisa no ambiente escolar nos deparamos com algumas situações
imprevistas, e devido a isso nem todas as atividades planejadas inicialmente para a
nossa sequência didática foram feitas. Apenas a título de ilustração: em algumas
aulas foi necessário ceder alguns minutos para os estudantes finalizarem a prova
que estavam fazendo na aula anterior; e em outro momento, os estudantes
168
solicitaram alguns minutos para que pudessem finalizar a filmagem de um vídeo que
estavam fazendo em homenagem aos professores.
- Referências -
ANDRÉ, Marli E. D. A.. A pesquisa no cotidiano escolar. In: FAZENDA, Ivani (org.).
Metodologia da pesquisa educacional. 12º Edição. São Paulo: Cortez, 2010.
BATISTA, Arian Rodrigues; SILVA, Agenor Pina da; SOUZA, Pedro. Análise do perfil
dos pesquisadores que publicam trabalhos do Encontro Nacional de Pesquisa em
Educação em Ciências (ENPEC) sobre o Ensino de Astronomia. In: Anais do XXII
Simpósio Nacional de Ensino de Física (SNEF 2017), São Carlos, janeiro, 2017.
BOSCOV, Isabela. A Lua nos filmes: esse obscuro objeto do desejo. Veja, 12 de
julho de 2019. Disponível em: https://veja.abril.com.br/cultura/a-lua-nos-filmes-esse-
obscuro-objeto-do-desejo/>.
DARROZ, Luiz Marcelo; PÉREZ, Carlos Ariel Samudio; ROSA, Cleci Werner da;
HEINECK, Renato. Propiciando aprendizagem significativa para alunos do sexto ano
do ensino fundamental: Um estudo sobre as fases da Lua. In: Revista Latino-
Americana de Educação em Astronomia (RELEA), n. 13, 2012.
DARROZ, Luiz Marcelo; ROSA, Cleci Teresinha Werner da; VIZZOTTO, Patrick
Alves; ROSA, Álvaro Becker da. As fases da Lua e os acontecimentos terrestres: A
crença de diferentes níveis de instrução. In: Revista Latino-Americana de
Educação em Astronomia (RELEA), n. 16, 2013.
JÚNIOR, Nelson Silva. A Lua no cinema de George Méliès. In: SILVA, Josie Agatha
Parrilha da; NARDI, Roberto; NEVES, Marcos Cesar Danhoni (Orgs.). Arte e ciência
na Lua: Percursos na interdisciplinaridade. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2018.
p. 117-130.
KELLY, Gregory J.; LICONA, Peter. Epistemic practices and science education. In:
M.R. Matthews (ed.), History, Philosophy and Science Teaching, Science:
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MOURA, Breno Arsioli. O que é natureza da Ciência e qual sua relação com a
História e Filosofia da Ciência?. In: Revista Brasileira de História da Ciência. Rio
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NASCIMENTO, Luiza Cristina Silva do; BEZERRA, Raissa Souza; ALMEIDA, Lúcia
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Carpe Diem: Revista Cultura e Científica do UNIFACEX, v. 13, n. 1, 2015.
PRETI, Dino (org.). Análise de textos orais. 4ª Edição. São Paulo: Humanitas
Publicações FFLCH/USP, 1999.
RODRIGUES, Talissa Cristini Tavares; SILVA, Ana Maria Marques da. As ideias dos
alunos sobre o formato da Terra e as fases da Lua. In: V Encontro de Ensino de
Física - RS, Porto Alegre, 2013.
SARAIVA, Maria de Fátima O.; AMADOR, Cláudio B.; KEMPER, Érico; GOULART,
Paulo; MULLER, Angela. As fases da Lua numa caixa de papelão. In: Revista
Latino-Americana de Educação em Astronomia (RELEA), n. 4, 2007.
VASQUES, Luiz Felipe. Nossos Astros na Ficção Científica: A Lua. Planeta Rio, 10
de maio de 2019. Disponível em: <http://planeta.rio/nossos-astros-na-ficcao-
cientifica-a-lua/>.
- Apêndices -
Apêndice 1
A sequência didática em astronomia elaborada para a pesquisa
AULA 7 Essa aula será destinada para que possa ser feita uma
Avaliação da avaliação final da sequência. Alguns pontos que podem
sequência ser levados em conta para essa avaliação são: Fases da
Lua, Eclipses, História das Ciências, entre outras.
Para essa avaliação os alunos irão apresentar as
produções de suas HQs, solicitada em aulas anteriores.
182
Apêndice 2
Texto formal de sistematização do conteúdo sobre as fases da Lua
Fases da Lua
O aspecto da Lua se modifica diariamente, mas afinal, como ocorrem as fases da
Lua?
Uma resposta simples para essa pergunta poderia ser: a explicação do aspecto da fusa
lunar se deve ao modo como os raios solares atingem a Lua de acordo com o nosso ponto
de vista, ou seja, é proveniente da variação da posição relativa da Lua, do Sol e da Terra.
Deste modo, não é a sombra da Terra a causadora das fases da Lua, como se a Terra
estivesse lançando sua sombra sobre a parte escura da Lua. Essas fases se reproduzem
num ciclo de aproximadamente 29 dias e meio.
Mas é importante pontuarmos que a Lua não apresenta apenas quatro configurações de
fases, mas apresenta alterações diárias em sua aparência. Podemos até mesmo dizer que
as quatro fases mais conhecidas (Lua Cheia, Quarto Crescente, Lua Nova e Quarto
Minguante) são meros instantes.
Quando a Lua está entre a Terra e o Sol, diz-se que ela se encontra em conjunção. Tem-se,
então, a Lua Nova, quando a Lua é “invisível” e nasce às seis horas da manhã e passa pelo
meridiano ao meio-dia. A próxima ‘fase’ da Lua recebe o nome de Quarto Crescente, seu
aspecto é de um semicírculo. Nessa fase a Lua nasce ao meio-dia e passa pelo meridiano
às 18 horas. Alguns dias depois a Lua se encontra em oposição, estando na fase de Lua
Cheia; tendo, então, o aspecto de um globo luminoso visível durante toda a noite (nasce por
volta de 18 horas). A próxima fase corresponde a de Quarto Minguante, apresentando o
aspecto de um semicírculo, quando nasce à meia-noite e passa pelo meridiano às horas da
manhã.
Essas variações diárias na aparência da Lua pode ser visualizada no Calendário Lunar 2019
disponível ao final do texto. Nesse calendário você pode verificar como a aparência das
fases da Lua se altera a cada dia do ano. Lembrando que as quatro fases mais conhecidas
são instantes, ou seja, momentos rápidos. Esse calendário está disponível no site:
https://www.galeriadometeorito.com/2012/10/calendario-lunar.html .
A Lua possui sempre a mesma face voltada para a Terra, ou seja, não é possível enxergar o
lado oposto da Lua, a não ser que alguma missão espacial seja enviada para lá e a
fotografe, o que, de fato, ocorreu. Normalmente, este “lado oculto” é popularmente chamado
de “lado escuro” da Lua, como se esta face permanecesse eternamente em escuridão. No
entanto, a Lua só não recebe luz solar em sua “face oculta” quando ocorre a Lua Cheia, pois
a metade iluminada da Lua está completamente voltada para a Terra (a outra metade é a
face “oculta” - no sentido de sermos incapazes de a observarmos). Em outros dias do mês,
não de Lua Cheia, a face oculta recebe luz solar normalmente; não sendo assim, “escura”.
Outra informação importante é: a Lua nasce cerca de 50 minutos mais tarde a cada
dia, devido ao seu movimento em torno da Terra. Podemos perceber sua mudança de
posição na prática: observe a Lua em um dia e anote as estrelas mais brilhantes que estão
próximas a ela. No dia seguinte, no mesmo horário, encontre essas estrelas de referência e
veja onde a Lua foi parar.
Texto retirado e adaptado dos livros “Aprendendo a ler o céu: Pequeno guia prático para a
Astronomia Observacional” (Rodolfo Langhi) e “O Livro de Ouro do Universo” (Ronaldo Rogério
de Freitas Mourão).
183
(OBS: Foi usado um calendário de 2019, pois aplicamos a sequência nesse ano. Caso essa
atividade seja aplicada em outros anos, aconselhamos a atualização do calendário para o
respectivo ano).
184
Apêndice 3
Aplicação do conhecimento sobre as fases da Lua
Apêndice 4
Texto “À sombra dos britânicos” (publicado na revista Fapesp)
Principais membros das expedições que foram ao Ceará (a partir do 3º da esq.): o norte-americano
Wise, o brasileiro Morize e os britânicos Davidson e Crommelin
(Acervo do Observatório Nacional)
ON, “Morize queria demonstrar aos pesquisadores estrangeiros a competência científica dos
brasileiros, assim como da instituição da qual era o diretor”.
Várias placas de vidro foram tiradas sucessivamente pelos brasileiros a partir de câmeras
acopladas aos telescópios, registrando o Sol e a posição das estrelas próximas à sua borda.
Algumas delas foram resgatadas e restauradas por pesquisadores do ON em 2015. As
placas, que medem 24 centímetros (cm) por 18, e 9 cm por 12, são cobertas por uma
emulsão com sais de prata sensíveis à luz. Foram encontradas em caixas na biblioteca do
ON. Após a restauração, elas foram digitalizadas e disponibilizadas na internet.
“Infelizmente, nada se concluiu das imagens produzidas pelos brasileiros”, destaca Veiga. A
astronomia era um campo incipiente no Brasil àquela época. “Não houve condições de
extrair nenhuma informação relevante das placas produzidas, de modo que a participação
brasileira acabou se restringindo ao apoio logístico à equipe inglesa e alguns levantamentos
climáticos”, comenta o pesquisador.
A outra equipe que acompanhou o eclipse em Sobral era formada pelos cientistas Daniel
Maynard Wise e Andrew Thomson, do Departamento de Magnetismo Terrestre do Instituto
Carnegie, em Washington, nos Estados Unidos. Eles estudaram efeitos do eclipse no campo
magnético da Terra e a eletricidade atmosférica.
Texto de autoria de Rodrigo de Oliveira Andrade, publicado na Revista FAPESP; edição 278, abril
2019. Disponível em http://revistapesquisa.fapesp.br/2019/04/15/a-sombra-dos-britanicos/.
187
Apêndice 5
Aplicação do conhecimento sobre os Eclipses
Apêndice 6
Texto “As diferentes selenografias”
A “Lua dos astrônomos” têm um forte objetivo de convencer o leitor de que a Lua tem relevo,
e contradizer a teoria que esse satélite tinha uma superfície lisa. As imagens a seguir
mostram os mapas lunares de Galileu e de Harriot.
189
À esquerda, mapa lunar publicado por Galileu em 1610, ressaltando a tridimensionalidade. À direita, mapa da
Lua desenhado por Thomas Harriot em 1610.
Essas diferenças apresentadas na tabela anterior, também são vistas nas Luas de
Michael Florent Van Langren e Cristoforo Borri. Apesar de terem divergências em suas
representações desse satélite, ambos queriam reconhecimento pelos seus métodos de
determinação de longitude (algo de suma importância naquela época). No caso de Borri,
esse método nada têm a ver com a Lua.
O mapa lunar de Borri, publicado na Collecta astronomica, valoriza a tridimensionalidade
topográfica, sem toponímia e com preocupações fundamentalmente cosmológicas. Com
isso, ele pretende demonstrar que o corpo desse astro não é homogêneo, possui diversas
depressões e elevações, e que as “manchas” são causadas devido a iluminação solar sobre
a superfície acidentada. Ele ainda informa que a Lua representada foi vista em Coimbra em
18 de julho de 1627, através de um “tubo óptico”.
Tanto o mapa lunar, como o texto do livro em que o mesmo foi publicado, reforçam o
interesse cosmológico de Borri, que queria reconhecimento como astrônomo de primeiro
calibre pela Companhia de Jesus e pela República das Letras e a distinção de ser
reconhecido como um dos primeiros jesuítas a abraçar a teoria da fluidez celeste.
Já Van Langren, que também queria obter apoio e reconhecimento ao seu próprio método
de determinação de longitudes, não teve uma educação escolar comparável a de Borri, e
aprendeu o ofício de cartógrafo com seu pai. Sua proposta para a determinação da
longitude era por meio da medida da distância angular entre a Lua e as estrelas. Esse
método exigia um mapeamento preciso de pontos brilhantes na face lunar, algo que
despertou particular interesse do rei Filipe IV, particularmente na ideia que o cartógrafo
então já tinha de que os pontos brilhantes da face lunar deveriam receber nomes. O rei até
enviou uma carta à infanta Isabel C. Eugênio (governadora dos Países Baixos Espanhóis),
recomendando que ela patrocinasse o projeto de Van Langren, dizendo para que as coisas
saíssem da “forma mais conveniente à minha grandeza, que eu poderei usar para dar nome
às ditas estrelas”. Desse método de Van Langren para determinar a longitude que “nasce” a
sua carta lunar.
Esses pontos luminosos que serviriam de referência para o cálculo da longitude nada mais
são do que o resultado da luz solar refletindo com diferentes intensidades nos acidentes da
superfície da Lua. Contudo, essa origem pouco importa para Van Langren, afinal, o que ele
deseja é mapear suas posições e identificá-las; sendo assim, sua linguagem visual é bem
diferente da usada por Borri e por outros selenógrafos de tradição galileana.
Algo importante de se destacar é a toponímia de seu mapa, que não atende apenas aos
seus objetivos com a longitude. Afinal, quem vive do mecenato tem um imperativo muito
maior, mais premente e sempre inatingível: agradar, e agradar sempre, e dessa forma, Van
190
Langren projeta, na face da Lua, uma “geopolítica europeia fantástica”, criando, assim, 325
topônimos. Em sua Lua, há lugar para nomes das mais variadas pessoas, como por
exemplo: papas, rei Filipe IV, infanta Isabel, grandes secretários, astrônomos, entre outros;
além de um rol de virtudes morais.
A seguir temos os mapas lunares de Borri e Van Langren.
À esquerda, a Lua de Cristoforo Borri (publicada em 1631); onde as letras correspondem a indicações
topográficas. À direita, a carta selenográfica de Van Langren, publicada em 1645, com diversas inserções de
texto e toponímia detalhada.
Para a infelicidade de Van Langren, outras toponímias foram criadas, projetando novos
nomes e “outras Europas” na Lua; demonstrando, assim, diferentes interesses, a depender
do contexto em que o mapa foi criado e elaborado. Borri, por sua vez, não foi mais feliz, já
que também veio a morrer sem ter conquistado o espaço e reconhecimento que pretendia.
Texto retirado e adaptado do capítulo “Um império de outro mundo: a Lua dos Áustrias e a Lua
dos astrônomos”, de autoria de Thomás A.S. Haddad, presente no livro “Formas do Império…”.
GLOSSÁRIO
⇒ Toponímia: estudo linguístico e histórico da origem dos nomes de lugar.
⇒ Mecenas: indivíduo rico que ‘protege’ artistas, homens de letras ou de ciências,
proporcionando recursos financeiros, ou que patrocina, de modo geral um campo do saber
ou das artes (Mecenatos = ‘proteção’ dada às letras, ciências e artes, concedida por
pessoas ricas, os mecenas).
191
Apêndice 7
Texto “Os eclipses em diferentes culturas ao longo do tempo”
No século XVIII, o explorador espanhol Dom G. Juan descreve o comportamento dos peruanos
durante o eclipse. Os cantos, as danças, os tambores e o uivar dos cachorros que apanhavam tinham
por objetivo provocar a fuga do animal maléfico que eles acreditavam estar devorando o Sol.
Texto retirado e adaptado do livro “O Livro de Ouro do Universo”, de autoria de Ronaldo Rogério
de Freitas Mourão.
Apêndice 8
História em Quadrinhos “Jeff e Kelly descobrindo as diferentes formas de se ver a Lua”
194
195
Apêndice 9
Transcrições das Aulas 1, 2 e 3 da sequência
Antes dessas conversas iniciais, o professor iniciou a aula separando os estudantes em seus
respectivos grupos, e trazendo a problematização a ser trabalhada nessa e nas próximas aulas, bem
como os direcionamentos das atividades a serem feitas na aula de hoje. De maneira geral, a
problematização foi a seguinte: “Por que a Lua apresenta diferentes fases? O que causa e como
acontece essas diferentes fases da Lua?”. Sendo que para a aula de hoje (19/09/2019) o desafio dos
alunos seria discutir e pensar como resolver esse problema.
Diante disso, foi entregue, para cada grupo, uma folha com as seguintes orientações: “Na aula de
hoje: Discutir e pensar como resolver esse problema. O que e como podemos fazer para apresentar e
demonstrar que a Lua apresenta diferentes fases, bem como demonstrar a causa dessas diferentes
fases? Afinal, não podemos sair da Terra para ver o que de fato acontece. Então, como, aqui da
sala/escola, podemos fazer para resolver, responder e entender de maneira mais clara e visível essa
questão? Existem materiais, recursos ou outra situação que podemos utilizar para tal? Como? Boa
investigação!!!”.
Aula 01
8 Professor Oi?!
197
16 Deneb Pra furar a bolinha com uma corda e segurar a bolinha → Planejando
(G2) ((estudante faz movimentos com a mão, indicando que investigação (2)
está segurando a bolinha com a corda))
24 Mintaka Por causa que o Sol se mexe, ai tipo, se o Sol estiver → Elaborando
(G3) aqui ((fazendo gestos com as mãos)), só essa parte que hipótese (1)
vai parecer que está iluminada.
198
→ Fazendo
previsão (1)
28 Alnitak Hum::::::
(G3)
31 Mintaka Que vai ser a Lua, e aqui ((indicando com a mão o → Planejando
(G3) local)) você coloca a luz do celular. Que ai vai refletir. investigação (3)
→ Selecionando
materiais (2)
35 Alnitak A experiência...
(G3)
199
48 Professor Um Sol, uma Lua e uma Terra. E como é que seria essa
maquete?
49 Bellatrix Dai vai girando o Sol… dai a Lua também vai girando… → Planejando
(G1) Tem que ser uma maquete tecnológica. Dai o Sol vai investigação (5)
virando... → Propondo
requisito (2)
55 Professor Ta, CERto, ficou legal a ideia. Mas que materiais vocês
usariam?
→ Selecionando
materiais (3)
66 Bellatrix Que bolinha de isopor menina. Tem que ser uma coisa
(G1) linda.
Após as conversas e discussões iniciais entre os estudantes em seus próprios grupos, o professor
solicitou que cada um dos grupos anotassem em uma folha como eles achavam que seria possível
resolver o problema proposto, bem como os materiais que os mesmos usariam para tal resolução.
Após essa etapa de sistematização escrita, o professor solicitou a atenção de todos os grupos. Dessa
forma, cada grupo apresentou suas ideias e propostas para a resolução do problema para toda a
sala; ocorrendo, assim, uma espécie de compartilhamento e sistematização de ideias.
Aula 01
71 Bellatrix Seria uma bola de isopor que BRIlha. Teria que ser → Propondo
(G1) bem brilhante. E tem que projetar na Lua, e vai projetar requisito (3)
tipo as fases da Lua em alguma tela.
202
→ Planejando
investigação (8)
→
Complementando
ideias (1)
72 Sirius A Terra que seria a bola de isopor média… A Lua que a → Selecionando
(G1) gente ainda não pensou, se vai ser maior ou menor… materiais (4)
Ai glitter, tinta, pincéis, a base grossa de isopor, e algo
que gire pra maquete girar. → Planejando
investigação (7)
74 Bellatrix Porque vai ficar mais bonito… E vai da pra ver:: melhor. → Elaborando
(G1) Porque vai ta uma projeção bonita, e vai da pra hipótese (3)
visualizar melhor. É um trabalho tipo de sombras.
→ Justificando (1)
76 Bellatrix Porque o Sol vai ta girando, a Lua vai ta girando. O Sol → Elaborando
(G1) vai ta batendo na Lua, vai ta projetando… o que vai hipótese (3)
projetar pra nós vai ser tipo na Terra… faz sentido.
→ Fazendo
previsão (3)
→ Justificando (1)
79 Professor Conta ai pra gente, esquece que o celular está ai, olha
só pra mim e conta o que vocês pensaram.
80 Mintaka De::: tipo colocar uma bola de isopor que seria a Lu::a, → Elaborando
(G3) e:: uma lanterna que seria o Sol. Ai se você mexer a hipótese (4)
lanterna, a Lua vai ficar nas fases dela. Se colocar
aqui:: vai ficar no eclipse. Desse lado minguante. Desse → Selecionando
lado crescente eu acho. E aqui na frente seria Lua materiais (5)
cheia.
→ Fazendo
previsão (4)
→ Planejando
investigação (9)
84 Mintaka Sim, porque:: o Sol teoricamente:: estaria igual ele fi::ca → Elaborando
(G3) pra gente. hipótese (4)
→ Justificando (2)
86 Mintaka Sim.
(G3)
88 Professor Ta, uma lanterna que seria o Sol e um isopor pra Lua.
Beleza. Pode continuar escrevendo ai ((professor
indicando que o grupo poderia continuar fazendo suas
anotações na folha)).
90 Acrux Ta:: ok. Bom, eu vou falar um pouco do que seria::... do → Selecionando
(G2) que o nosso grupo queria fazer. Por exemplo, pegaria materiais (7)
dois tipos de bola de isopor. Uma maior e outra menor.
E a maior seria a Terra e a menor seria a Lua. E::: → Planejando
também a gente ia precisar de uma lanterna pra investigação (10)
fica::r… pra mostrar a rotação. E::::, é, é isso.
→ Propondo
requisito (4)
91 Professor Por que que vocês acham que com essa atividade a
gente consegue prever e provar que as fases da Lua
são assim?
92 Acrux É::: porque ajudaria bastante, por exemplo, seria bem → Opinando (4)
(G2) simples de entender
93 Betelgeus Porque vai ficar o Sol, a Lua e a Terra. E vai ficar a luz → Elaborando
e (G2) do Sol, e a Terra faz a sombra na Lua e vai mostrar as hipótese (5)
fases.
→ Fazendo
previsão (5)
204
→ Justificando (3)
94 Professor Ta… Então vai ter relação com sombra também. Certo.
Beleza.
95 Professor Vamos ver a dupla dinâmica aqui agora. Bate palma pra
eles agora ((todos os alunos batem uma palma para a
dupla de colegas)). Vai lá, conta ai pra gente.
100 Rigel (G4) E uma ideia que eu tive era de botar não sei se com ( ) → Planejando
claro. Mas de botar glitter, porque tipo assim. Ou investigação (12)
alguma coisa refletível, pra ficar mais iluminado.
→ Selecionando
materiais (9)
→ Propondo
requisito (5)
102 Professor Legal, a ideia é boa. E por que que vocês acham que
com essa atividade a gente vai conseguir provar que as
fases da Lua é por isso?
Após esses turnos de fala, o professor deixou que os alunos terminassem de anotar suas
ideias em uma folha. Após isso, os grupos entregaram seus registros e a aula foi finalizada.
Aula 02
119 Professor Isso, ta bom até ai. Então a nossa ideia era ver…
Tentar descobrir o que e como causa as fases da
Lua né. Algumas pessoas já até sabiam, mas o
desafio era como a gente pode resolver isso,
como a gente pode demonstrar isso né. E ai vocês
anotaram pra mim lá no papel, alguns materiais
que vocês achavam que daria pra gente
eventualmente explicar isso. Então eu trouxe aqui.
E ai a ideia é o que… eu vou entregar os
materiais, e vocês com esses materiais que vocês
tinham falado né, que achavam que daria pra
fazer essa explicação, vocês vão ai entre vocês de
novo, tentar fazer algum esquema pra tentar ver
se realmente dá. Ou seja, vocês vão tentar com
esses materiais explicar como acontece as fases
da Lua. Então eu vou deixar um tempo pra vocês,
com esses materiais tentarem resolver o
problema, e depois a gente faz uma retomada
geral de novo, tá? ((professor começa a distribuir
os materiais para os grupos))
Após esses turnos de fala os estudantes, em seus respectivos grupos, discutirem e tentaram
resolver o problema proposto. Além dos materiais solicitados na aula anterior, os grupos também
tinham a disposição alguns outros materiais trazidos pelo professor, os quais os mesmos também
utilizaram. Conforme resolviam a problematização, o professor passava de grupo em grupo, para
verificar se os estudantes haviam entendido o que deveriam fazer naquele momento.
Esse momento não foi transcrito, uma vez que o áudio captado pela filmadora não permite
uma diferenciação de vozes num momento onde todos os alunos da sala estão falando em seus
grupos; ficando, assim, impossibilitado a realização da transcrição em um momento da aula como
esse, onde os grupos estão conversando entre si.
Apesar de não ser possível realizar a transcrição desses momentos, pelas imagens
capturadas pela filmadora podemos concluir que os grupos estavam conversando e discutindo
questões relacionadas ao tema da aula e da problematização, com poucos casos onde a conversa
era sobre um tema sem relação com a aula. Pelas imagens podemos perceber que os alunos
estavam ativamente tentando resolver o problema proposto, realizando alguns testes com os
207
materiais disponíveis. Algumas poucas falas que conseguimos identificar nesse trecho também
evidenciam isso.
Após algum tempo, o professor solicitou a atenção dos alunos, para que pudesse ser feita um
compartilhamento de ideias e uma sistematização final da atividade. A partir desse momento
retomamos a transcrição:
Aula 02
130 Antares A gente primeiramente usou é::, uma plaquinha de → Narrando (1)
(G4) isopor::, palito de churrasco e cola pritt...
131 Professor E por que que vocês fizeram dessa forma? O que
vocês pensaram?
133 Antares A gente penso::u assim… Primeiramente é simples que → Explicando (1)
(G4) nem o Rigel falou, e de acordo com a iluminação do
Sol, por exemplo se ele ta iluminando um pouquinho
mais pro lado ela vai ficar minguante, se ele ta… é:: →
mais um pouquinho pro lado ela vai ficar crescente. Ai Identificando/Classif
se ele ficar por exemplo um pouco mais ela vai brilhar icando (1)
toda, ai ela vai ficar Lua cheia. Ai se ele ficar:::, por
exemplo totalmente assim na frente ai vai ficar Lua
→ Justificando (5)
nova.
134 Professor Então vocês acham que a causa das fases da Lua
então é o Sol?
139 Antares A lanterna a gente vai mostrar::, como se fosse a luz do → Explicando (1)
(G4) Sol. Ó, por exemplo, se ela ta totalmente na frente do →
Sol ela não vai iluminar. Se ela ta um pouquinho mais Identificando/Classif
pro lado, vai ficar a Lua minguante. Se ela ta um icando (1)
pouquinho mais, a crescente. Aqui ó, Lua cheia
((enquanto fala, o estudante vai fazendo movimentos → Fornecendo
com os materiais utilizados, como as bolinhas de isopor informação/evidênci
e lanterna do celular, utilizando os mesmos como a (1)
recurso para sua explicação)). → Demonstrando
os resultados (1)
209
143 Professor Certo… Só uma pergunta que eu vou fazer pra vocês e
vou fazer para os demais também. Vocês acham que
tem alguma fase, alguma parte da Lua que nunca
recebe a luz solar?
152 Deneb A gente esqueceu de incluir alguns materiais, só que → Explicando (2)
(G2) basicamente isso aqui né. É:: aqui, essa é a Terra,
essa é a Lua. Ela gira em volta da Terra, e::
dependendo do lugar onde ela ta tem diferentes fases.
Tipo, se o Sol fosse aquela luz ali, é::, deixa eu ver,
empresta aqui.
210
154 Deneb É::: aqui seria Lua nova, porque ela vai estar totalmente →
(G2) atrás da Terra. Identificando/Classif
icando (2)
→ Fornecendo
informação/evidênci
a (3)
→ Demonstrando
os resultados (3)
155 Professor A Lua nova… Conta pra quem não sabe, a Lua nova
como que ela fica.
157 Professor Assim? Existe os dois. Qual que você acha que é?
158 Deneb Eu acho que o solar, o lunar é do outro lado. Quando a → Opinando (6)
(G2) Terra...
162 Deneb Ah::, na minha opinião sim. Toda vez que ela ta na → Opinando (6)
(G2) frente da Terra, quando o Sol ta batendo na Terra e a → Explicando (2)
Lua ta na frente da luz do Sol, acontece o eclipse
166 Deneb Ah bom, ah… As posições da LuA referente a luz do → Concluindo (2)
(G2) Sol e referente a Terra.
167 Professor Certo, legal. Vocês querem apagar a luz também pra
mostrar alguma coisa?
174 Professor É, porque não da pra gente soltar ela aqui né, senão
ela cai. Legal, bacana… A gente já retoma ai também.
Vamos lá pro grupo aqui ó que fugiu aqui ((risos da
sala)). Já vão apagar a luz já? Só antes de apagar
conta pra gente o que vocês fizeram, e ai a gente
apaga. Vai lá, conta ai pra gente… Sem vergonha, todo
mundo conhece vocês.
175 Alnitak Essa aqui é a Lua, esse daqui é o Sol, ai o Sol ele vai → Explicando (3)
(G3) iluminar a Lua, a parte que ele ta iluminando é a parte
que a gente vai enxergar da Terra e a que ta escura é a
que a gente não ta enxergando da Terra.
178 Professor Tá, só pra gente ter uma ideia. E por que que vocês
fizeram dessa forma? Por que vocês acharam que
assim daria pra demonstrar?
179 Alnitak Porque ia representar as fases da Lua né, de acordo → Explicando (3)
(G3) com a iluminação do Sol. → Justificando (6)
180 Professor Tá. Quer que apague a luz pra vocês mostrarem?...
Apaga ai pra mim a luz por favor… Vai lá, mostra ai pra
gente as fases da Lua.
212
181 Mintaka Aqui seria minguante... eu acho, não sei se da pra ver →
(G3) de lá… Aqui eu acho que é a decrescente. Identificando/Classif
icando (3)
→ Fornecendo
informação/evidênci
a (4)
→ Demonstrando
os resultados (4)
184 Professor Tá, então fala ai pra gente, de acordo com essa
resolução que vocês fizeram, o que que causa então as
fases da Lua? Qual o motivo da Lua apresentar
diferentes fases?
191 Professor Nas fases. Certo, beleza. Querem falar mais alguma
coisa por enquanto?
200 Bellatrix Ta, aqui vai estar a Terra, dai aqui vai estar o Sol, dai
(G1) aqui vai estar a Lua.
202 Bellatrix A Lua ta aqui ó. O SOl tem que iluminar a Lua. Ai a → Explicando (4)
(G1) lanterna vai estar aqui, a Lua vai ficar depois da Terra,
→ Fornecendo
vai ficar iluminando a Lua, a Lua vai refletir aqui, vai
informação/evidênci
ficar girando o negócio e vai mostrar as fases. a (5)
→ Demonstrando
os resultados (5)
208 Bellatrix É.
(G1)
211 Professor Mostra ai pra gente. Só pra gente ver como que ficaria.
214
214 Bellatrix Não sei se eles vão conseguir ver né… Amiga segura a
(G1) (Lua).
216 Bellatrix Tá. O Sol, dai vamos ficar mexendo e vai ficar → Explicando (4)
(G1) aparecendo na Lua que é pequetechica, e vai ficar
→ Fornecendo
refletindo na Terra, ai é isso, ai vai ter várias fases.
informação/evidênci
a (5)
→ Demonstrando
os resultados (5)
220 Bellatrix Porque a Lua vai ficar mexendo, o Sol vai ficar → Explicando (4)
(G1) mexendo. A Terra também mexe. Dai fica tudo → Concluindo (5)
mexendo e vai mostrando aqui.
→ Justificando (7)
221 Professor Tá. Eu lembro que na última aula vocês tinham falado
é… que tinha relação com sombras.
227 Professor Ah:: ta. Mas a sombra onde é a sombra? Ou não tem
sombra?
215
232 Bellatrix Por causa do Sol e da Lua. O Sol ilumina a Lua. → Concluindo (5)
(G1)
238 Bellatrix Não, tem a Terra que gira também, dai ela vai girando.
(G1) Ai ela gira e vai mostrar.
239 Professor Ta, beleza… Vamos ver aqui agora o trio… Trio parada
dura.
241 Professor A gente, a gente vai ver depois tá?... Vamos lá grupo…
O que que vocês fizeram, por que...
257 Professor Sempre que a Lua está na frente do Sol e a Terra tem
eclipse?
259 Professor Então por que nem sempre a gente tem eclipse?
261 Deneb ( ).
(G2)
262 Professor Certo. Essas coisas se tem o eclipse ou não a gente vai
discutir também nas próximas aulas. Mas também,
como vocês já devem ter percebido, tem relação com o
movimento que a Lua faz tá?. Então, só pra gente
sistematizar um pouco do que vocês falaram. Ó, o
grupo ai do Aldebaran mostrou, ficou bacana também a
maquete de vocês. É:::, e pelo o que eu percebi, então,
as causas é também devido ao movimento da Lua,
vocês falaram, e do Sol.
(G5)
270 Professor Agora e se eu levar a Lua pra cá. É:: toda a Lua está
iluminada?
280 Professor O meu esquerdo. Quem está aqui na Terra, está vendo
a Lua iluminada?
287 Professor Lua nova né? Aquela fase um pouco mais escura…
Acende ai pra mim Canopus, por favor, obrigado…
Então, dependendo… Complementando né.
Dependendo da posição que o Sol está, que a Lua
está, e de quem está vendo da Terra, vai estar nas
219
Aula 03
295 Mintaka Criamos teorias para, porque apresenta as fases... → Narrando (2)
(G3)
→ Ordenando os
220
dados (1)
→ Ordenando os
dados (2)
301 Professor E como que foi esses experimentos que vocês fizeram?
307 Vários ()
alunos
308 Professor Tá, então a gente fez algumas atividades pra tentar
221
Após esse momento inicial, os estudantes tiverem um tempo para ler o texto formal de
sistematização do conteúdo. Os alunos estavam sentados com seus grupos, mas cada estudante
recebeu uma cópia do texto, para facilitar a leitura. Durante esse momento não foi feita a transcrição,
uma vez que a filmadora não captava os áudios individuais em cada grupo. Além disso, os alunos se
concentraram na leitura do texto, sem muitas conversas durante esse momento.
Aula 03
312 Alguns ()
alunos
313 Professor Pera ai, pera ai, um de cada vez, senão eu não entendo.
314 Antares ( ) os raios solares, e que também ela:: apresenta, ela não → Citando (1)
(G4) apresenta apenas quatro configurações de fases, mas →
apresenta variações diárias em sua aparência. Definindo/Conceit
uando (4)
222
316 Bellatrix É::, e pra gente ver as fases, não depende só da Lua. É → Citando (2)
(G1) da Lua, da Terra e do Sol.
→
Complementando
ideias (6)
317 Professor Isso, é uma conjunção entre três coisas né. Uma junção
de três coisas… O que você ia falar Alnitak?
319 Professor É:::, a gente pode voltar, mas vocês entenderam esse
calendário aqui?
321 Professor É o aspecto que a Lua vai tendo em cada dia né.
323 Professor É uma linha imaginária que liga um polo ao outro. É::, não
existe assim né de verdade, é uma linha imaginária que
está no céu assim.
328 Bellatrix É.
(G1)
336 Deneb Ele é mais… Ele é mais cheio de cratera, porque a Lua → Recorrendo a
(G2) também defende a Terra da maioria dos meteoritos. diferentes
ideias/conceitos
(1)
339 Professor Mas esse lado é escuro? É certo falar que esse lado é
escuro?
340 Rigel ()
(G4)
341 Professor Tá, já vamos ver nas imagens aqui… Então a gente vai
retomar algumas coisas ai do texto com os slides tá.
Então o tema que a gente ta trabalhando e vocês leram
ai, é a Lua né, que é, acho que todo mundo já viu, mas
pra quem não viu então uma imagem bonitinha aqui né da
Lua. É o satélite natural da Terra, tem várias crateras ali e
tudo mais. Então, antes da gente chegar lá nas fases,
vamos só ver aqui algumas características gerais. É o
satélite natural da Terra, a Terra só tem um né. Tem
outros planetas ai, tipo Júpiter, Saturno que têm várias
Luas, vários satélites. A distÂNcia média da Lua pra Terra
é de 384 mil km, que é maios ou menos trinta vezes o
diâmetro da Terra, então é como se a gente colocasse
trinta Terras enfileiradas, e a gente chega onde está a
Lua, tá? Pra gente poder comparar. O perigeu, alguém
sabe o que é perigeu?
358 Rigel ()
(G4)
225
360 Rigel ()
(G4)
362 Antares A massa é diferente de peso Rigel. Você acha que eles →
(G4) colocaram a balança lá debaixo da Lua e pesaram ela? Definindo/Conceit
uando (6)
363 Professor Não, e aqui ó é sete vírgula trinta e cinco, vezes dez
elevado a vinte e dois; ou seja, tem muito zero na frente,
tá? É a notação científica.
364 Bellatrix Vinte e dois zero. (Eles não vão colocar um monte de zero →
(G1) lá). Complementando
ideias (8)
366 Deneb Por que que a Lua aparenta ser grande assim no céu? →
(G2) Questionando/Pe
dindo informação
(5)
367 Professor Ai é uma meio que… Quando ela está perto do horizonte
é porque a gente está comparando com outras coisas que
estão no horizonte, tipo um prédio, uma árvore, ai parece
ser grande. Mas:: é meio que uma ilusão de óptica, é
meio que uma ilusão de óptica… E eu falei que tem época
que ela pode estar mais perto e época que ela está mais
longe. Só que essa diferença, assim, visualmente pra
gente é pouco perceptível. Não é que quando ela está
mais perto ela está super grande e quando está mais
longe ela está super pequenininha. A diferença do
perigeu, de quando está mais perto, e do apogeu, de
quando está mais longe ó, é 12% menor só a aparência.
Tá vendo? Então visualmente se você não tem um
costume de olhar sempre pra Lua e ver o tamanho dela,
você nem percebe, nem da pra perceber.
226
368 Antares ()
(G4)
369 Professor É, mas mesmo assim né, é difícil ver. As vezes… A gente
pode, por exemplo, a gente consegue tapar a Lua com o
nosso dedão. A gente faz assim né ((professor faz um
sinal de ‘jóia’, com o polegar pra cima)) e olha pra Lua, a
gente tampa a Lua com o nosso dedão. Claro, porque ela
está longe né, mas nessa diferença ai de tamanho de
perigeu pra apogeu pouco a gente percebe. Apesar de ter
uma época em que ela está mais perto ou está mais
longe… Então certo, coloquei algumas características só
pra gente dar números a ela e ai eu coloco uma pergunta
aqui pra vocês. Se você olhar pro céu às 19h34 em
diferentes dias seguidos, por exemplo, se você olhar pro
céu às 19h34, olhar amanhã também às 19h34, depois de
amanhã… a Lua vai estar sempre no mesmo lugar?
372 Deneb ()
(G2)
377 Professor Em volta da Terra né… E será que ela vai estar em
lugares muito diferentes ou não?... Vai estar tipo::, mas
ainda vai ser visível?
384 Professor Só percebam uma coisa, vamos focar aqui nessa estrela
que é mais fácil, a estrela Antares. Vamos ver… Ela em si
muda de lugar?
390 Professor Porque a hora que eu fiz os slides era esse horário. Então
eu falei, vou colocar esse horário.
411 Professor 25? Vamos ver… Igual vocês leram ai no texto, tem
inúmeras fases né. Geralmente a gente define quatro né
principais. Que é a Lua nova...
412 Deneb ()
(G2)
413 Professor Que dá de uma fase para a outra? Já vamos ver quantos
dias são, já vou colocar aqui… Lua cheia e Lua
minguante. A gente chama de fases, mas na verdade até
o texto fala, são instantes né. Porque, por exemplo,
quando a Lua está de fato na fase cheia, ou seja, está
todo iluminada, um instante depois ela já não vai estar
100% cheia. É CLAro que essa percepção, visualmente
pra gente, é::, a gente não consegue identificar. Mas por
exemplo, atingiu o momento em que ela está cheia,
minutinhos depois ela já não está mais totalmente cheia,
porque vai ter uma parte aqui dela que já não está mais
iluminada. É claro, como eu falei, visualmente pra gente é
imperceptível tá. A gente chama de fases mas na verdade
são instantes, são momentos rápidos que a Lua tem.
230
Então só pra gente ter uma visão aqui maior né. A Lua
nova né. A Lua crescente, tem essa metade dela
iluminada. A Lua cheia. E a Lua quarto minguante né, que
é o outro lado, a outra metade iluminado. E essas outras
fases a gente não tem um nome pra essas outras fases,
essas inúmeras fases. Mas a gente pode classificar em
dois grandes grupos: o grupos das fases crescentes e o
das fases minguantes. Como assim ó. Da Lua nova, até a
Lua cheia, vai ser o momento em que ela está nas fases
crescentes.
417 Professor É muito mais do que 16, porque aqui é só um resumo né.
Aqui, entre essa fase aqui e essa aqui, vai ter várias
outras até ela mudar disso aqui pra isso. Então, cada
partezinha que vai começando a iluminar a gente pode ir
chamando de instantes diferentes, ou fases diferentes.
Então são várias, a gente coloca quatro porque são as
quatro mais fáceis da gente visualizar. Mas é importante
lembrar que são várias aparências... E ai chega na
pergunta que eu fiz lá no começo, que eu vou repetir
agora. Então qual é a causa dessas diferentes aparências
ou diferentes fases da Lua?
422 Professor Então pro Deneb é a sombra que a Terra produz na Lua.
Alguém tem outro palpite?
423 Antares É os raios solares ( ) de acordo com a sombra da Terra, → Explicando (7)
(G4) vai formar as fases da Lua, que nem o Deneb disse. → Concluindo (9)
→
Complementando
231
ideias (10)
425 Antares De acordo com os raios solares, é::, que o Sol vai refletir e → Explicando (7)
(G4) a Lua e a Terra, a sombra da Lua, da Lua não, da Terra, → Concluindo (9)
vai causar uma sombra, causando as fases da Lua, como
o Deneb disse.
432 Bellatrix É a aparência dos raios solares que atingem a Lua. Ai vai → Explicando (8)
(G1) a Lua, a Terra e Sol. E do ponto de vista da gente vai ter
→ Concluindo
as fases. A sombra da Terra não tem nada a ver. (10)
→ Contrapondo
ideias (2)
435 Professor Tá, vamos ver, vamos ver. Alguém quer dar algum outro
palpite do que causa as fases da Lua?
436 Rigel Acho que é só o Sol que bate na Lua. → Explicando (9)
(G4)
→ Concluindo
(11)
439 Bellatrix Não é a sombra da Terra a causadora das fases da Lua. → Citando (3)
(G1) Tá escrito na folha, (finalmente).
→ Contrapondo
ideias (2)
445 Bellatrix Que atingem, de acordo com o nosso ponto de vista. → Concluindo (1)
(G1) →
Complementando
ideias (12)
451 Professor Dali né? Isso mesmo. Porque vocês estão vendo o lado
que está iluminado. Isso mesmo… E ai o Deneb falou né
da periodicidade, ou seja, de uma fase da Lua até essa
fase acontecer de novo é geralmente 29 dias e meio.
454 Professor Não tem problema… Então, por exemplo, aconteceu uma
Lua nova agora. A próxima Lua nova só vai acontecer
daqui 29 dias e meio. Então tem uma periodicidade. OU,
aconteceu o quarto crescente agora, o próximo quarto
234
456 Professor Lua cheia né, porque esse lado todo está sendo
iluminado. Se a Terra está aqui então depende também
da posição que a pessoa que está vendo está, da posição
da Terra… E existe o lado escuro da Lua? Um lado que
nunca recebe luz? Levanta a mão quem acha que tem um
lado que nunca recebe luz.
458 Professor Não, segundo aqui… E quem acha que não existe esse
lado que nunca recebe luz solar?
462 Professor Existe algum lado aqui da Lua que nunca recebe luz?
467 Professor Mas aqui ó, esse lado não está recebendo luz?
469 Professor Aqui? Mas ele está recebendo luz aqui, agora.
471 Professor Mas ela está recebendo luz do outro lado do Sol, por isso
ela se apresenta assim pra gente.
477 Professor Eclipses. Algum outro?... Então, por que então que a
gente não tem eclipse todo mês?
484 Professor O solar não, porque ele pode danificar nossa visão… Ó,
rapidinho aqui, por que não é em toda Lua nova, ou seja,
sempre que a Lua está aqui que tem um eclipse? Se o Sol
está aqui, a Lua está aqui e a Terra está aqui.
489 Deneb Professor, a Lua não faz tipo uma espiral em volta da →
(G2) Terra assim? Questionando/Pe
dindo informação
(10)
492 Professor Não, menos essa, menos essa. E menos a porque não
tem eclipse todo mês… Então ó, é uma questão bem
facinho. Então eu falei aqui, a gente sistematizou um
pouco o que causa as fases da Lua, algumas
características gerais e aqui eu coloquei uma questão pra
vocês responderem, tá? Coloquem nome tá e tentem
responder ai pra mim.
Após isso, os estudantes tiveram um tempo para responder a questão proposta, referente a
atividade de “aplicação do conhecimento sobre as fases da Lua”. Os alunos responderam a atividade
de forma individual, e entregaram conforme finalizavam a mesma. Após isso, a aula foi encerrada.