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Lei nº 9.

394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da
Educação Nacional) e suas alterações. pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um;
Art. 1º A educação abrange os processos VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
formativos que se desenvolvem na vida familiar, na condições do educando;
convivência humana, no trabalho, nas instituições VII - oferta de educação escolar regular para jovens
de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e e adultos, com características e modalidades
organizações da sociedade civil e nas adequadas às suas necessidades e
manifestações culturais. disponibilidades, garantindo-se aos que forem
trabalhadores as condições de acesso e
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao permanência na escola;
mundo do trabalho e à prática social. VIII - atendimento ao educando, em todas as
etapas da educação básica, por meio de programas
Art. 3º Princípios: suplementares de material didático-escolar,
I - igualdade de condições para o acesso e transporte, alimentação e assistência à saúde;
permanência na escola; IX – padrões mínimos de qualidade do ensino,
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e definidos como a variedade e a quantidade
divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao
III - pluralismo de idéias e de concepções desenvolvimento do processo de
pedagógicas; ensino-aprendizagem adequados à idade e
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; àsnecessidades específicas de cada estudante,
V - coexistência de instituições públicas e privadas inclusive mediante a provisão de mobiliário,
de ensino; equipamentos e materiais pedagógicos
VI - gratuidade do ensino público em apropriados;
estabelecimentos oficiais; X – vaga na escola pública de educação infantil ou
VII - valorização do profissional da educação de ensino fundamental mais próxima de sua
escolar; residência a toda criança a partir do dia em que
VIII - gestão democrática do ensino público, na completar 4 (quatro) anos de idade.
forma desta Lei e da legislação dos sistemas de XI – alfabetização plena e capacitação gradual para
ensino; a leitura ao longo da educação básica como
IX - garantia de padrão de qualidade; requisitos indispensáveis para a efetivação dos
X - valorização da experiência extra-escolar; direitos e objetivos de aprendizagem e para o
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho desenvolvimento dos indivíduos.
e as práticas sociais.
XII - consideração com a diversidade étnico-racial. Art. 4º-A. É assegurado atendimento educacional,
XIII - garantia do direito à educação e à durante o período de internação, ao aluno da
aprendizagem ao longo da vida. educação básica internado para tratamento de
XIV - respeito à diversidade humana, linguística, saúde em regime hospitalar ou domiciliar por tempo
cultural e identitária das pessoas surdas, prolongado, conforme dispuser o Poder Público em
surdo-cegas e com deficiência auditiva. regulamento, na esfera de sua competência
federativa.
Art. 4º dever do Estado:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 Art. 5º O acesso à educação básica obrigatória é
(quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão,
organizada da seguinte forma: pré-escola; ensino grupo de cidadãos, associação comunitária,
fundamental; ensino médio. organização sindical, entidade de classe ou outra
II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 legalmente constituída e, ainda, o Ministério
(cinco) anos de idade; Público, acionar o poder público para exigi-lo.
III - atendimento educacional especializado gratuito
aos educandos com deficiência, transtornos globais § 4º Comprovada a negligência da autoridade
do desenvolvimento e altas habilidades ou competente para garantir o oferecimento do ensino
superdotação, transversal a todos os níveis, etapas obrigatório, poderá ela ser imputada por crime de
e modalidades,preferencialmente na rede regular responsabilidade.
de ensino;
IV - acesso público e gratuito aos ensinos Art. 6º É dever dos pais ou responsáveis efetuar a
fundamental e médio para todos os que não os matrícula das crianças na educação básica a partir
concluíram na idade própria; dos 4 (quatro) anos de idade.
Art. 7º-A § 3º As instituições de ensino VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município a
implementarão progressivamente, no prazo de 2 relação dos alunos que apresentem quantidade de
(dois) anos, as providências e adaptações faltas acima de 30% (trinta por cento) do percentual
necessárias à adequação de seu funcionamento às permitido em lei;
medidas previstas neste artigo. IX - promover medidas de conscientização, de
prevenção e de combate a todos os tipos de
Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os violência,especialmente a intimidação sistemática
Municípios organizarão, em regime de colaboração, (bullying), no âmbito das escolas;
os respectivos sistemas de ensino. X - estabelecer ações destinadas a promover a
cultura de paz nas escolas.
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de: XI - promover ambiente escolar seguro, adotando
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e estratégias de prevenção e enfrentamento ao uso
instituições oficiais dos seus sistemas de ensino, ou dependência de drogas.
integrando-os às políticas e planos educacionais da
União e dos Estados; Art. 18. Os sistemas municipais de ensino
II - exercer ação redistributiva em relação às suas compreendem:
escolas; I - as instituições do ensino fundamental, médio e
III - baixar normas complementares para o seu de educação infantil mantidas pelo Poder Público
sistema de ensino; municipal;
IV - autorizar, credenciar e supervisionar os II - as instituições de educação infantil criadas e
estabelecimentos do seu sistema de ensino; mantidas pela iniciativa privada;
V - oferecer a educação infantil em creches e III – os órgãos municipais de educação.
pré-escolas, e, com prioridade, o ensino
fundamental, permitida a atuação em outros níveis Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes
de ensino somente quando estiverem atendidas níveis classificam-se nas seguintes categorias
plenamente as necessidades de sua área de administrativas:
competência e com recursos acima dos percentuais I - públicas, assim entendidas as criadas ou
mínimos vinculados pela Constituição Federal à incorporadas, mantidas e administradas pelo Poder
manutenção e desenvolvimento do ensino. Público;
VI - assumir o transporte escolar dos alunos da II - privadas, assim entendidas as mantidas e
rede municipal. administradas por pessoas físicas ou jurídicas de
direito privado.
Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, III - comunitárias, na forma da lei.
ainda, por se integrar ao sistema estadual de
ensino ou compor com ele um sistema único de Art. 21. A educação escolar compõe-se de:
educação básica. I - educação básica, formada pela educação
infantil, ensino fundamental e ensino médio;
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, II - educação superior.
respeitadas as normas comuns e as do seu sistema
de ensino, terão aincumbência de: Art. 22. A educação básica tem por finalidades
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica; desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação
II - administrar seu pessoal e seus recursos comum indispensável para o exercício da cidadania
materiais e financeiros; e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e em estudos posteriores.
horas-aula estabelecidas;
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de São objetivos precípuos da educação básica a
cada docente; alfabetização plena e a formação de leitores.
V - prover meios para a recuperação dos alunos de
menor rendimento; Art. 23. § 2º O calendário escolar deverá
VI - articular-se com as famílias e a comunidade, adequar-se às peculiaridades locais, inclusive
criando processos de integração da sociedade com climáticas e econômicas, a critério do respectivo
a escola; sistema de ensino, sem com isso reduzir o número
VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com de horas letivas previsto nesta Lei.
seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais,
sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem
como sobre a execução da proposta pedagógica da
escola;
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da § 2º A oferta de educação bilíngue de surdos terá
educação básica, tem como finalidade o início ao zero ano, na educação infantil, e se
desenvolvimento integral da criança de até 5 estenderá ao longo da vida.
(cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico,
intelectual e social, complementando a ação da Art. 68. Serão recursos públicos destinados à
família e da comunidade. educação os originários de:
I - receita de impostos próprios da União, dos
Art. 30. A educação infantil será oferecida em: Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
I - creches, ou entidades equivalentes, para II - receita de transferências constitucionais e
crianças de até três anos de idade; outras transferências;
II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 III - receita do salário-educação e de outras
(cinco) anos de idade. contribuições sociais;
IV - receita de incentivos fiscais;
Art. 31. A educação infantil será organizada de V - outros recursos previstos em lei.
acordo com as seguintes regras comuns:
I - avaliação mediante acompanhamento e registro
do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca
de promoção, mesmo para o acesso ao ensino menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal
fundamental; e os Municípios, vinte e cinco por cento, ou o que
II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) consta nas respectivas Constituições ou Leis
horas, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) Orgânicas, da receita resultante de impostos,
dias de trabalho educacional compreendidas as transferências constitucionais,
III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) na manutenção e desenvolvimento doensino
horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) público.
horas para a jornada integral;
IV - controle de frequência pela instituição de Art. 87. § 1º A União, no prazo de um ano a partir
educação pré-escolar, exigida a frequência mínima da publicação desta Lei, encaminhará, ao
de 60% (sessenta por cento) do total de horas; Congresso Nacional, o Plano Nacional de
V - expedição de documentação que permita Educação, com diretrizes e metas para os dez anos
atestar os processos de desenvolvimento e seguintes, em sintonia com a Declaração Mundial
aprendizagem da criança. sobre Educação para Todos.

Art. 58. Entende-se por educação especial, para os Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA –
efeitos desta Lei, a modalidade de educação Lei nº 8.069/90.
escolar oferecida preferencialmente na rede regular
de ensino, para educandos com deficiência, Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta
transtornos globais do desenvolvimento e altas Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos,
habilidades ou superdotação. eadolescente aquela entre doze e dezoito anos de
idade.
§ 3º A oferta de educação especial, nos termos do
caput deste artigo, tem início na educação infantil e [...] aplica-se excepcionalmente este Estatuto às
estende-se ao longo da vida. pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.

Art. 60-A. Entende-se por educação bilíngue de Art. 4º É dever da família, da comunidade, da
surdos, para os efeitos desta Lei, a modalidade de sociedade em geral e do poder público assegurar,
educação escolar oferecida em Língua Brasileira de com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
Sinais (Libras), como primeira língua, e em referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
português escrito, como segunda língua, em educação, ao esporte, ao lazer, à
escolas bilíngues de surdos, classes bilíngues de profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
surdos, escolas comuns ou em polos de educação respeito, à liberdade e à convivência familiar e
bilíngue de surdos, para educandos surdos, comunitária.
surdo-cegos, com deficiência auditiva sinalizantes,
surdos com altas habilidades ou superdotação ou A garantia de prioridade compreende:
com outras deficiências associadas, optantes pela a) primazia de receber proteção e socorro em
modalidade de educação bilíngue de surdos. quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços
públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou
políticas sociais públicas; punitiva aplicada com o uso da força física sobre a
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas criança ou oadolescente que resulte em:
áreas relacionadas com a proteção à infância e à a) sofrimento físico; ou
juventude. b) lesão;

§3º A atenção odontológica à criança terá função II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou
educativa protetiva e será prestada, inicialmente, forma cruel de tratamento em relação à criança ou
antes de o bebê nascer, por meio de ao adolescente que:
aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no a) humilhe; ou
sexto e no décimo segundo anos de vida, com b) ameace gravemente; ou
orientações sobre saúde bucal. c) ridicularize.

Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família
liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas ampliada, os responsáveis, os agentes públicos
humanas em processo de desenvolvimento e como executores de medidas socioeducativas ou
sujeitos de direitos civis, humanos e sociais qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças
garantidos na Constituição e nas leis. e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou
protegê-los que utilizarem castigo físico ou
Art. 16. O direito à liberdade compreende os tratamento cruel ou degradante como formas de
seguintes aspectos: correção, disciplina, educação ou qualquer outro
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras
comunitários, ressalvadas as restrições legais; sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão
II - opinião e expressão; aplicadas de acordo com a gravidade do caso:
III - crença e culto religioso;
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; I - encaminhamento a programa oficial ou
V - participar da vida familiar e comunitária, sem comunitário de proteção à família;
discriminação; II - encaminhamento a tratamento psicológico ou
VI - participar da vida política, na forma da lei; psiquiátrico;
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação. III - encaminhamento a cursos ou programas de
orientação;
Art. 17. O direito ao respeito consiste na IV - obrigação de encaminhar a criança a
inviolabilidade da integridade física, psíquica e tratamento especializado;
moral da criança e doadolescente, abrangendo a V - advertência;
preservação da imagem, da identidade, da VI - garantia de tratamento de saúde especializado
autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos à vítima.
espaços e objetos pessoais.
Art. 25. Entende-se por família natural a
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da comunidade formada pelos pais ou qualquer deles
criança e do adolescente, pondo-os a salvo de e seus descendentes.
qualquer tratamento desumano, violento,
aterrorizante, vexatório ou constrangedor. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela
que se estende para além da unidade pais e filhos
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito ou da unidade do casal, formada por parentes
de ser educados e cuidados sem o uso de castigo próximos com os quais a criança ou adolescente
físico ou tratamento cruel ou degradante, como convive e mantém vínculos de afinidade e
formas de correção, disciplina, educação ou afetividade.
qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos
integrantes da família ampliada, pelos Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à
responsáveis, pelos agentes públicos executores educação, visando ao pleno desenvolvimento de
de medidas socioeducativas ou por qualquer sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania
pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, e qualificação para o trabalho,
educá-los ou protegê-los. assegurando-se-lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e
permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, b) a criança ou o adolescente menor de 16
podendo recorrer às instâncias (dezesseis) anos estiver acompanhado:
escolares superiores; 1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro
IV - direito de organização e participação em grau, comprovado documentalmente o
entidades estudantis; parentesco;
V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de 2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo
sua residência, garantindo-se vagas no mesmo pai, mãe ou responsável.
estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos
etapa ou ciclo de ensino da educação básica. pais ou responsável, conceder autorização válida
por dois anos.
É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do
processo pedagógico, bem como participar da Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a
definição das propostas educacionais. autorização é dispensável, se a criança ou
adolescente:
Art. 54 § 3º Compete ao poder público recensear os I - estiver acompanhado de ambos os pais ou
educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a responsável;
chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado
pela frequência à escola. expressamente pelo outro através de documento
com firma reconhecida.
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de
matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial,
ensino. nenhuma criança ou adolescente nascido em
território nacional poderá sair do País em
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao companhia de estrangeiro residente ou domiciliado
adolescente de: no exterior.
I - armas, munições e explosivos;
II - bebidas alcoólicas; Art. 92 § 7º Quando se tratar de criança de 0 (zero)
III - produtos cujos componentes possam causar a 3 (três) anos em acolhimento institucional,
dependência física ou psíquica ainda que por dar-se-á especial atenção à atuação de educadores
utilização indevida; de referência estáveis e qualitativamente
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto significativos, às rotinas específicas e ao
aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam atendimento das necessidades básicas, incluindo
incapazes de provocar qualquer dano físico em as de afeto como prioritárias.
caso de utilização indevida;
V - revistas e publicações a que alude o art. 78; Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes. abriguem ou recepcionem crianças e adolescentes,
ainda que em caráter temporário, devem ter, em
Art. 78. As revistas e publicações contendo material seus quadros, profissionais capacitados a
impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar
deverão ser comercializadas em embalagem suspeitas ou ocorrências de maus-tratos.
lacrada, com a advertência de seu conteúdo.
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente são aplicáveis sempre que os direitos
adolescente em hotel, motel, pensão ou reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou
estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou violados:
acompanhado pelos pais ou responsável. I - por ação ou omissão da sociedade ou do
Estado;
Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou
16 (dezesseis) anos poderá viajar para fora da responsável;
comarca onde reside desacompanhado dos pais ou III - em razão de sua conduta.
dos responsáveis sem expressa autorização
judicial. Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta
descrita como crime ou contravenção penal.
§ 1º A autorização não será exigida quando:
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores
criança ou do adolescente menor de 16 (dezesseis) de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas
anos,se na mesma unidade da Federação, ou nesta Lei.
incluída na mesma região metropolitana;
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser IV - encaminhamento a cursos ou programas de
considerada a idade do adolescente à data do fato. orientação;
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança acompanhar sua freqüência e aproveitamento
corresponderão as medidas previstas no art. 101. escolar;
VI - obrigação de encaminhar a criança ou
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses adolescente a tratamento especializado;
previstas no art. 98, a autoridade competente VII - advertência;
poderá determinar,dentre outras, as seguintes VIII - perda da guarda;
medidas: IX - destituição da tutela;
I - encaminhamento aos pais ou responsável, X - suspensão ou destituição do poder familiar
mediante termo de responsabilidade;
II - orientação, apoio e acompanhamento Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos,
temporários; opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou
III - matrícula e frequência obrigatórias em responsável, a autoridade judiciária poderá
estabelecimento oficial de ensino fundamental; determinar, como medida cautelar, o afastamento
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou do agressor da moradia comum.
comunitários de proteção, apoio e promoção da
família, da criança e do adolescente; Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou autônomo, não jurisdicional, encarregado pela
psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de da criança e do adolescente
auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
toxicômanos; Art. 132. Em cada Município e em cada Região
VII - acolhimento institucional; Administrativa do Distrito Federal haverá, no
VIII - inclusão em programa de acolhimento mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão
familiar; integrante da administração pública local, composto
IX - colocação em família substituta. de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população
local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação recondução por novos processos de escolha.
verbal, que será reduzida a termo e assinada.
Art. 133. Para a candidatura a membro do
Art. 117. A prestação de serviços comunitários Conselho Tutelar [...] requisitos:
consiste na realização de tarefas gratuitas de I - reconhecida idoneidade moral;
interesse geral, por período não excedente a seis II - idade superior a vinte e um anos;
meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, III - residir no município.
escolas e outros estabelecimentos congêneres,
bem como em programas comunitários ou Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o
governamentais. local, dia e horário de funcionamento do Conselho
Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos
As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões respectivos membros, aos quais é assegurado o
do adolescente, devendo ser cumpridas durante direito a:
jornada máxima de oito horas semanais, aos I - cobertura previdenciária;
sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas
modo a não prejudicar a frequência à escola ou à de 1/3 (um terço) do valor da remuneração mensal;
jornada normal de trabalho. III - licença-maternidade;
IV - licença-paternidade;
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou V - gratificação natalina.
responsável:
I - encaminhamento a serviços e programas oficiais Art. 139. O processo para a escolha dos membros
ou comunitários de proteção, apoio e promoção da do Conselho Tutelar será estabelecido em lei
família municipal e realizado sob a responsabilidade do
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e Adolescente, e a fiscalização do Ministério Público.
toxicômanos;
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou
psiquiátrico;
§ 1º O processo de escolha dos membros do Art. 3º
Conselho Tutelar ocorrerá em data unificada em I - acessibilidade: possibilidade e condição de
todo o território nacional a cada 4 (quatro) anos, no alcance para utilização, com segurança e
primeiro domingo do mês de outubro do ano autonomia, de espaços,mobiliários, equipamentos
subsequente ao da eleição presidencial. urbanos, edificações, transportes, informação e
§ 2º A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no comunicação, inclusive seus sistemas e
dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo tecnologias, bem como de outros serviços e
de escolha. instalações abertos ao público, de uso público ou
§ 3º No processo de escolha dos membros do privados de uso coletivo,tanto na zona urbana
Conselho Tutelar, é vedado ao candidato doar, como na rural, por pessoa com deficiência ou com
oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou mobilidade reduzida;
vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive
brindes de pequeno valor. II - desenho universal: concepção de produtos,
ambientes, programas e serviços a serem usados
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo por todas as pessoas, sem necessidade de
Conselho marido e mulher, ascendentes e adaptação ou de projeto específico, incluindo os
descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, recursos de tecnologia assistiva;
cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho,
padrasto ou madrasta e enteado. III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos,
equipamentos, dispositivos, recursos,
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração metodologias,estratégias, práticas e serviços que
de sua proposta orçamentária, prever recursos para objetivem promover a funcionalidade, relacionada à
manutenção de equipe interprofissional, destinada atividade e à participação da pessoa com
a assessorar a Justiça da Infância e da Juventude. deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à
sua autonomia, independência, qualidade de vida e
Art. 226 § 2º Nos casos de violência doméstica e inclusão social;
familiar contra a criança e o adolescente, é vedada
a aplicação de penas de cesta básica ou de outras IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude
de prestação pecuniária, bem como a substituição ou comportamento que limite ou impeça a
de pena que implique o pagamento isolado de participação social da pessoa, bem como o gozo, a
multa. fruição e o exercício de seus direitos à
acessibilidade, à liberdade de movimento e de
Lei nº 13.146/2015 - Lei Brasileira de Inclusão da expressão, à comunicação, ao acesso à
Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa informação, à compreensão, à circulação com
com Deficiência). segurança, entre outros, classificadas em:

Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e
que tem impedimento de longo prazo de natureza nos espaços públicos e privados abertos ao público
física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em ou de uso coletivo;
interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos
sua participação plena e efetiva na sociedade em edifícios públicos e privados;
igualdade de condições com as demais pessoas. c) barreiras nos transportes: as existentes nos
sistemas e meios de transportes;
§ 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, d) barreiras nas comunicações e na informação:
será biopsicossocial, realizada por equipe qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
multiprofissional e interdisciplinar e considerará: comportamento que dificulte ou impossibilite a
I- os impedimentos nas funções e nas estruturas do expressão ou o recebimento de mensagens e de
corpo; informações por intermédio de sistemas de
II - os fatores socioambientais, psicológicos e comunicação e de tecnologia da informação;
pessoais; e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos
III - a limitação no desempenho de atividades; e que impeçam ou prejudiquem a participação social
IV - a restrição de participação. da pessoa com deficiência em igualdade de
condições e oportunidades com as demais
§ 2º O Poder Executivo criará instrumentos para pessoas;
avaliação da deficiência. f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou
impedem o acesso da pessoa com deficiência às
tecnologias;
V - comunicação: forma de interação dos cidadãos não dispõem de condições de
que abrange, entre outras opções, as línguas, autossustentabilidade e com vínculos familiares
inclusive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a fragilizados ou rompidos;
visualização de textos, o Braille, o sistema de
sinalização ou de comunicação tátil, os caracteres XI - moradia para a vida independente da pessoa
ampliados, os dispositivos multimídia, assim como com deficiência: moradia com estruturas
a linguagem simples, escrita e oral, os sistemas adequadas capazes de proporcionar serviços de
auditivos e os meios de voz digitalizados e os apoio coletivos e individualizados que respeitem e
modos, meios e formatos aumentativos e ampliem o grau de autonomia de jovens e adultos
alternativos de comunicação, incluindo as com deficiência;
tecnologias da informação e das comunicações;
XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não da
VI - adaptações razoáveis: adaptações, família, que, com ou sem remuneração, assiste ou
modificações e ajustes necessários e adequados presta cuidados básicos e essenciais à pessoa com
que não acarretem ônus desproporcional e deficiência no exercício de suas atividades diárias,
indevido, quando requeridos em cada caso, a fim excluídas as técnicas ou os procedimentos
de assegurar que a pessoa com deficiência possa identificados com profissões legalmente
gozar ou exercer, em igualdade de condições e estabelecidas;
oportunidades com as demais pessoas, todos os
direitos e liberdades fundamentais; XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que
exerce atividades de alimentação, higiene e
VII - elemento de urbanização: quaisquer locomoção do estudante com deficiência e atua em
componentes de obras de urbanização, tais como todas as atividades escolares nas quais se fizer
os referentes à pavimentação, saneamento, necessária, em todos os níveis e modalidades de
encanamento para esgotos, distribuição de energia ensino, em instituições públicas e privadas,
elétrica e de gás, iluminação pública,serviços de excluídas as técnicas ou os procedimentos
comunicação, abastecimento e distribuição de identificados com profissões legalmente
água, paisagismo e os que materializam as estabelecidas;
indicações do planejamento urbanístico;
XIV - acompanhante: aquele que acompanha a
VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos pessoa com deficiência, podendo ou não
existentes nas vias e nos espaços públicos, desempenhar as funções de atendente pessoal.
superpostos ou adicionados aos elementos de
urbanização ou de edificação, de forma que sua Art. 5º [...] são considerados especialmente
modificação ou seu traslado não provoque vulneráveis a criança, o adolescente, a mulher e o
alterações substanciais nesses elementos, tais idoso, com deficiência.
como semáforos, postes de sinalização e similares,
terminais e pontos de acesso coletivo às Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade
telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos, civil da pessoa, inclusive para:
marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros I - casar-se e constituir união estável;
de natureza análoga; II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III - exercer o direito de decidir sobre o número de
IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que filhos e de ter acesso a informações adequadas
tenha, por qualquer motivo, dificuldade de sobre reprodução e planejamento familiar;
movimentação,permanente ou temporária, gerando IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a
redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da esterilização compulsória;
coordenação motora ou dapercepção, incluindo V - exercer o direito à família e à convivência
idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de familiar e comunitária; e
colo e obeso; VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e
à adoção, como adotante ou adotando, em
X - residências inclusivas: unidades de oferta do igualdade de oportunidades com as demais
Serviço de Acolhimento do Sistema Único de pessoas.
Assistência Social(Suas) localizadas em áreas
residenciais da comunidade, com estruturas
adequadas, que possam contar com apoio
psicossocial para o atendimento das necessidades
da pessoa acolhida, destinadas a jovens e adultos
com deficiência,em situação de dependência, que
Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a usabilidade pedagógica de recursos de tecnologia
receber atendimento prioritário, sobretudo com a assistiva;
finalidade de: VIII - participação dos estudantes com deficiência e
I - proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; de suas famílias nas diversas instâncias de atuação
II - atendimento em todas as instituições e serviços da comunidade escolar;
de atendimento ao público; IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o
III - disponibilização de recursos, tanto humanos desenvolvimento dos aspectos linguísticos,
quanto tecnológicos, que garantam atendimento em culturais,vocacionais e profissionais, levando-se em
igualdade de condições com as demais pessoas; conta o talento, a criatividade, as habilidades e os
IV - disponibilização de pontos de parada, estações interesses do estudante com deficiência;
e terminais acessíveis de transporte coletivo de X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas
passageiros e garantia de segurança no embarque pelos programas de formação inicial e continuada
e no desembarque; de professores e oferta de formação continuada
V - acesso a informações e disponibilização de para o atendimento educacional especializado;
recursos de comunicação acessíveis; XI - formação e disponibilização de professores
VI - recebimento de restituição de imposto de para o atendimento educacional especializado, de
renda; tradutores e intérpretes da Libras, de guias
VII - tramitação processual e procedimentos intérpretes e de profissionais de apoio;
judiciais e administrativos em que for parte ou XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille
interessada, em todos os atos e diligências. e de uso de recursos de tecnologia assistiva, de
forma a ampliar habilidades funcionais dos
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, estudantes, promovendo sua autonomia e
desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e participação;
avaliar: XIII - acesso à educação superior e à educação
I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis profissional e tecnológica em igualdade de
e modalidades, bem como o aprendizado ao longo oportunidades e condições com as demais
de toda a vida; pessoas;
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em
visando a garantir condições de acesso, cursos de nível superior e de educação profissional
permanência, participação e aprendizagem, por técnica e tecnológica, de temas relacionados à
meio da oferta de serviços e de recursos de pessoa com deficiência nos respectivos campos de
acessibilidade que eliminem as barreiras e conhecimento;
promovam a inclusão plena; XV - acesso da pessoa com deficiência, em
III - projeto pedagógico que institucionalize o igualdade de condições, a jogos e a atividades
atendimento educacional especializado, assim recreativas, esportivas e de lazer, no sistema
como os demais serviços e adaptações razoáveis, escolar;
para atender às características dos estudantes com XVI - acessibilidade para todos os estudantes,
deficiência e garantir o seu pleno acesso ao trabalhadores da educação e demais integrantes da
currículo em condições de igualdade, promovendo comunidade escolar às edificações, aos ambientes
a conquista e o exercício de sua autonomia; e às atividades concernentes a todas as
IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como modalidades, etapas e níveis de ensino;
primeira língua e na modalidade escrita da língua XVII - oferta de profissionais de apoio escolar;
portuguesa como segunda língua, em escolas e XVIII - articulação intersetorial na implementação
classes bilíngues e em escolas inclusivas; de políticas públicas.
V - adoção de medidas individualizadas e coletivas
em ambientes que maximizem o desenvolvimento Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e
acadêmico e social dos estudantes com deficiência, permanência nos cursos oferecidos pelas
favorecendo o acesso, a permanência, a instituições de ensino superior e de educação
participação e a aprendizagem em instituições de profissional e tecnológica, públicas e privadas,
ensino; devem ser adotadas as seguintes medidas:
VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de I - atendimento preferencial à pessoa com
novos métodos e técnicas pedagógicas, de deficiência nas dependências das Instituições de
materiais didáticos,de equipamentos e de recursos Ensino Superior (IES) e nos serviços;
de tecnologia assistiva; II - disponibilização de formulário de inscrição de
VII - planejamento de estudo de caso, de exames com campos específicos para que o
elaboração de plano de atendimento educacional candidato com deficiência informe os recursos de
especializado, de organização de recursos e acessibilidade e de tecnologia assistiva necessários
serviços de acessibilidade e de disponibilização e para sua participação;
III - disponibilização de provas em formatos Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à
acessíveis para atendimento às necessidades pessoa com deficiência ou com mobilidade
específicas do candidato com deficiência; reduzida viver de forma independente e exercer
IV - disponibilização de recursos de acessibilidade seus direitos de cidadania e de participação social.
e de tecnologia assistiva adequados, previamente
solicitados e escolhidos pelo candidato com Art. 68 § 1º Nos editais de compras de livros,
deficiência; inclusive para o abastecimento ou a atualização de
V - dilação de tempo, conforme demanda acervos de bibliotecas em todos os níveis e
apresentada pelo candidato com deficiência, tanto modalidades de educação e de bibliotecas
na realização de exame para seleção quanto nas públicas, o poder público deverá adotar cláusulas
atividades acadêmicas, mediante prévia solicitação de impedimento à participação de editoras que não
e comprovação da necessidade; ofertem sua produção também em formatos
VI - adoção de critérios de avaliação das provas acessíveis.
escritas, discursivas ou de redação que considerem
a singularidade linguística da pessoa com § 2º Consideram-se formatos acessíveis os
deficiência, no domínio da modalidade escrita da arquivos digitais que possam ser reconhecidos e
língua portuguesa; acessados por softwares leitores de telas ou outras
VII - tradução completa do edital e de suas tecnologias assistivas que vierem a substituí-los,
retificações em Libras. permitindo leitura com voz sintetizada, ampliação
de caracteres, diferentes contrastes e impressão
Art. 42. A pessoa com deficiência tem direito à em Braille.
cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em
igualdade de oportunidades com as demais § 3º O poder público deve estimular e apoiar a
pessoas, sendo-lhe garantido o acesso: adaptação e a produção de artigos científicos em
I - a bens culturais em formato acessível; formato acessível, inclusive em Libras.
II - a programas de televisão, cinema, teatro e
outras atividades culturais e desportivas em Art. 75. O poder público desenvolverá plano
formato acessível; e específico de medidas, a ser renovado em cada
III - a monumentos e locais de importância cultural período de 4 (quatro) anos,[...].
e a espaços que ofereçam serviços ou eventos
culturais e esportivos. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo
qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2
Art. 44 § 3º Os espaços e assentos a que se refere (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha
este artigo devem situar-se em locais que garantam vínculos e que gozem de sua confiança, para
a acomodação de,no mínimo, 1 (um) prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos
acompanhante da pessoa com deficiência ou com da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e
mobilidade reduzida, resguardado o direito de se informações necessários para que possa exercer
acomodar proximamente a grupo familiar e sua capacidade.
comunitário.
§ 2º O pedido de tomada de decisão apoiada será
Art. 46 § 1º Para fins de acessibilidade aos serviços requerido pela pessoa a ser apoiada[...].
de transporte coletivo terrestre, aquaviário e aéreo,
em todas as jurisdições, consideram-se como § 4º A decisão tomada por pessoa apoiada terá
integrantes desses serviços os veículos, os validade e efeitos sobre terceiros, sem restrições,
terminais, as estações, os pontos de parada, o desde que esteja inserida nos limites do apoio
sistema viário e a prestação do serviço. acordado.

Art. 47 § 1º As vagas a que se refere o caput deste Lei nº 10.639/03 – História e Cultura
artigo devem equivaler a 2% (dois por cento) do Afro-Brasileira.
total, garantida, no mínimo, 1 (uma) vaga
devidamente sinalizada e com as especificações de "Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino
desenho e traçado de acordo com as normas fundamental e médio, oficiais e particulares,
técnicas vigentes de acessibilidade. torna-se obrigatório o ensino sobre História e
Cultura Afro-Brasileira.
Lei 11.645/2008 – História e Cultura nacionalidade, dentre outras) e a qualidade da
Afro-Brasileira e Indígena. educação;
e) a educação em direitos humanos deve ser um
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino dos eixos fundamentais da educação básica e
fundamental e de ensino médio, públicos e permear o currículo, a formação inicial e continuada
privados, torna-se obrigatório o estudo da história e dos profissionais da educação, o projeto político
cultura afro-brasileira e indígena. pedagógico da escola, os materiais
didático-pedagógicos, o modelo de gestão e a
§ 1º conteúdo programático [...] estudo da história avaliação;
da África e dos africanos, a luta dos negros e dos f) a prática escolar deve ser orientada para a
povos indígenas no Brasil, a cultura negra e educação em direitos humanos, assegurando o seu
indígena brasileira e o negro e o índio na formação caráter transversal e a relação dialógica entre os
da sociedade nacional, resgatando as suas diversos atores sociais.
contribuições nas áreas social, econômica e
política, pertinentes à história do Brasil Ações programáticas:
1. Propor a inserção da educação em direitos
§ 2º [...] ministrados no âmbito de todo o currículo humanos nas diretrizes curriculares da educação
escolar, em especial nas áreas de educação básica;
artística e de literatura e história brasileiras. 2. integrar os objetivos da educação em direitos
humanos aos conteúdos, recursos, metodologias e
Plano Nacional de Educação em Direitos formas de avaliação dos sistemas de ensino;
Humanos – 2007. 3. estimular junto aos profissionais da educação
básica, suas entidades de classe e associações, a
A educação em direitos humanos deve ser reflexão teórico-metodológica acerca da educação
promovida em três dimensões: em direitos humanos;
a) conhecimentos e habilidades: compreender os 4. desenvolver uma pedagogia participativa que
direitos humanos e os mecanismos existentes para inclua conhecimentos, análises críticas e
a sua proteção, assim como incentivar o exercício habilidades para promover os direitos humanos;
de habilidades na vida cotidiana; 5. incentivar a utilização de mecanismos que
b) valores, atitudes e comportamentos: desenvolver assegurem o respeito aos direitos humanos e sua
valores e fortalecer atitudes e comportamentos que prática nos sistemas de ensino;
respeitem os direitos humanos; 6. construir parcerias com os diversos membros da
c) ações: desencadear atividades para a promoção, comunidade escolar na implementação da
defesa e reparação das violações aos direitos educação em direitos humanos;
humanos. 7. tornar a educação em direitos humanos um
elemento relevante para a vida dos(as) alunos(as)
São princípios norteadores da educação em e dos(as) trabalhadores(as) da educação,
direitos humanos na educação básica: envolvendo-os(as) em um diálogo sobre maneiras
a) a educação deve ter a função de desenvolver de aplicar os direitos humanos em sua prática
uma cultura de direitos humanos em todos os cotidiana;
espaços sociais; 8. promover a inserção da educação em direitos
b) a escola, como espaço privilegiado para a humanos nos processos de formação inicial e
construção e consolidação da cultura de direitos continuada dos(as) trabalhadores(as) em
humanos, deve assegurar que os objetivos e as educação, nas redes de ensino e nas unidades de
práticas a serem adotados sejam coerentes com os internação e atendimento de adolescentes em
valores e princípios da educação em direitos cumprimento de medidas socioeducativas,
humanos; incluindo, dentre outros(as), docentes,
c) a educação em direitos humanos, por seu não-docentes, gestores (as) e leigos(as);
caráter coletivo, democrático e participativo, deve 9. fomentar a inclusão, no currículo escolar, das
ocorrer em espaços marcados pelo entendimento temáticas relativas a gênero, identidade de gênero,
mútuo, respeito e responsabilidade; d) a educação raça e etnia, religião, orientação sexual, pessoas
em direitos humanos deve estruturar-se na com deficiências, entre outros, bem como todas as
diversidade cultural e ambiental, garantindo a formas de discriminação e violações de direitos,
cidadania, o acesso ao ensino, permanência e assegurando a formação continuada dos(as)
conclusão, a eqüidade (étnico-racial, religiosa, trabalhadores(as) da educação para lidar
cultural, territorial, físico-individual, geracional, de criticamente com esses temas;
gênero, de orientação sexual, de opção política, de
10. apoiar a implementação de projetos culturais e 22. fomentar a criação de uma área específica de
educativos de enfrentamento a todas as formas de direitos humanos, com funcionamento integrado,
discriminação e violações de direitos no ambiente nas bibliotecas públicas;
escolar; 23. propor a edição de textos de referência e
11. favorecer a inclusão da educação em direitos bibliografia comentada, revistas, gibis, filmes e
humanos nos projetos político- pedagógicos das outros materiais multimídia em educação em
escolas, adotando as práticas pedagógicas direitos humanos;
democráticas presentes no cotidiano; 24. incentivar estudos e pesquisas sobre as
12. apoiar a implementação de experiências de violações dos direitos humanos no sistema de
interação da escola com a comunidade, que ensino e outros temas relevantes para desenvolver
contribuam para a formação da cidadania em uma uma cultura de paz e cidadania;
perspectiva crítica dos direitos humanos; 13. 25. propor ações fundamentadas em princípios de
incentivar a elaboração de programas e projetos convivência, para que se construa uma escola livre
pedagógicos, em articulação com a rede de de preconceitos, violência, abuso sexual,
assistência e proteção social, tendo em vista intimidação e punição corporal, incluindo
prevenir e enfrentar as diversas formas de procedimentos para a resolução de conflitos e
violência; modos de lidar com a violência e perseguições ou
14. apoiar expressões culturais cidadãs presentes intimidações, por meio de processos participativos
nas artes e nos esportes, originadas nas diversas e democráticos;
formações étnicas de nossa sociedade; 26. apoiar ações de educação em direitos humanos
15. favorecer a valorização das expressões relacionadas ao esporte e lazer, com o objetivo de
culturais regionais e locais pelos projetos elevar os índices de participação da população, o
político-pedagógicos das escolas; compromisso com a qualidade e a universalização
16. dar apoio ao desenvolvimento de políticas do acesso às práticas do acervo popular e erudito
públicas destinadas a promover e garantir a da cultura corporal; 27. promover pesquisas, em
educação em direitos humanos às comunidades âmbito nacional, envolvendo as secretarias
quilombolas e aos povos indígenas, bem como às estaduais e municipais de educação, os conselhos
populações das áreas rurais e ribeirinhas, estaduais, a UNDIME e o CONSED sobre
assegurando condições de ensino e aprendizagem experiências de educação em direitos humanos na
adequadas e específicas aos educadores e educação básica.
educandos;
17. incentivar a organização estudantil por meio de Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN's):
grêmios, associações, observatórios, grupos de orientações didáticas, natureza, objetivos e
trabalhos entre outros, como forma de conteúdos propostos.
aprendizagem dos princípios dos direitos humanos,
da ética, da convivência e da participação Natureza:
democrática na escola e na sociedade; 18. Para compreender a natureza dos Parâmetros
estimular o fortalecimento dos Conselhos Escolares Curriculares Nacionais, é necessário situá-los em
como potenciais agentes promotores da educação relação a quatro níveis de concretização curricular
em direitos humanos no âmbito da escola; considerando a estrutura do sistema educacional
19. apoiar a elaboração de programas e projetos de brasileiro. Tais níveis não representam etapas
educação em direitos humanos nas unidades de sequenciais, mas sim amplitudes distintas da
atendimento e internação de adolescentes que elaboração de propostas curriculares, com
cumprem medidas socioeducativas, para estes e responsabilidades diferentes, que devem buscar
suas famílias; uma integração e, ao mesmo tempo, autonomia.
20. promover e garantir a elaboração e a Os Parâmetros Curriculares Nacionais constituem o
implementação de programas educativos que primeiro nível de concretização curricular. [...] Têm
assegurem, no sistema penitenciário, processos de como função subsidiar a elaboração ou a revisão
formação na perspectiva crítica dos direitos curricular dos Estados e Municípios, dialogando
humanos, com a inclusão de atividades com as propostas e experiências já existentes,
profissionalizantes, artísticas, esportivas e de lazer incentivando a discussão pedagógica interna das
para a população prisional; escolas e a elaboração de projetos educativos,
21. dar apoio técnico e financeiro às experiências assim como servir de material de reflexão para a
de formação de estudantes como agentes prática de professores.
promotores de direitos humanos em uma
perspectiva crítica;
Os Parâmetros Curriculares Nacionais estão Os Parâmetros Curriculares Nacionais propõem
situados historicamente — não são princípios uma mudança de enfoque em relação aos
atemporais. Sua validade depende de estarem em conteúdos curriculares: ao invés de um ensino em
consonância com a realidade social, necessitando, que o conteúdo seja visto como fim em si mesmo, o
portanto, de um processo periódico de avaliação e que se propõe é um ensino em que o conteúdo seja
revisão, a ser coordenado pelo MEC. visto como meio para que os alunos desenvolvam
O segundo nível de concretização diz respeito às as capacidades que lhes permitam produzir e
propostas curriculares dos Estados e Municípios. usufruir dos bens culturais, sociais e econômicos.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais poderão ser
utilizados como recurso para adaptações ou A tendência predominante na abordagem de
elaborações curriculares realizadas pelas conteúdos na educação escolar se assenta no
Secretarias de Educação, em um processo definido binômio transmissão-incorporação, considerando a
pelos responsáveis em cada local. incorporação de conteúdos pelo aluno como a
O terceiro nível de concretização refere-se à finalidade essencial do ensino.
elaboração da proposta curricular de cada
instituição escolar, contextualizada na discussão de Neste documento, os conteúdos são abordados em
seu projeto educativo. Entende-se por projeto três grandes categorias: conteúdos conceituais,
educativo a expressão da identidade de cada que envolvem fatos e princípios; conteúdos
escola em um processo dinâmico de discussão, procedimentais e conteúdos atitudinais, que
reflexão e elaboração contínua. envolvem a abordagem de valores, normas e
O quarto nível de concretização curricular é o atitudes.
momento da realização da programação das
atividades de ensino e aprendizagem na sala de Conteúdos conceituais referem-se à construção
aula. ativa das capacidades intelectuais para operar com
símbolos, ideias, imagens e representações que
Os Parâmetros Curriculares Nacionais estão permitem organizar a realidade.
organizados em ciclos de dois anos, mais pela A memorização não deve ser entendida como
limitação conjuntural em que estão inseridos do que processo mecânico, mas antes como recurso que
por justificativas pedagógicas. Da forma como torna o aluno capaz de representar informações de
estão aqui organizados, os ciclos não trazem maneira genérica — memória significativa — para
incompatibilidade com a atual estrutura do ensino poder relacioná-las com outros conteúdos.
fundamental. Assim, o primeiro ciclo se refere às
primeira e segunda séries; o segundo ciclo, à Os procedimentos expressam um saber fazer, que
terceira e à quarta séries; e assim envolve tomar decisões e realizar uma série de
subseqüentemente para as outras quatro séries. ações, de forma ordenada e não aleatória, para
atingir uma meta. Assim, os conteúdos
Os objetivos propostos nos Parâmetros procedimentais sempre estão presentes nos
Curriculares Nacionais concretizam as intenções projetos de ensino, pois uma pesquisa, um
educativas em termos de capacidades que devem experimento, um resumo, uma maquete, são
ser desenvolvidas pelos alunos ao longo da proposições de ações presentes nas salas de aula.
escolaridade. [...] os objetivos se definem em Já os conteúdos atitudinais permeiam todo o
termos de capacidades de ordem cognitiva, física, conhecimento escolar. A escola é um contexto
afetiva, de relação interpessoal e inserção social, socializador, gerador de atitudes relativas ao
ética e estética, tendo em vista uma formação conhecimento, ao professor, aos colegas, às
ampla. disciplinas, às tarefas e à sociedade.
Para o tratamento didático dos conteúdos é preciso
As capacidades expressas nos Objetivos dos considerar também o estabelecimento de relações
Parâmetros Curriculares Nacionais são propostas internas ao bloco e entre blocos.
como referenciais gerais e demandam adequações
a serem realizadas nos níveis de concretização A conquista dos objetivos propostos para o ensino
curricular das secretarias estaduais e municipais, fundamental depende de uma prática educativa que
bem como das escolas, a fim de atender às tenha como eixo a formação de um cidadão
demandas específicas de cada localidade. Essa autônomo e participativo. Nessa medida, os
adequação pode ser feita mediante a redefinição de Parâmetros Curriculares Nacionais incluem
graduações e o reequacionamento de prioridades, orientações didáticas, que são subsídios à reflexão
desenvolvendo alguns aspectos e acrescentando sobre como ensinar.
outros que não estejam explícitos.
No texto que se segue, são apontados alguns Outro fator que interfere na disponibilidade do aluno
tópicos sobre didática considerados essenciais pela para a aprendizagem é a unidade entre escola,
maioria dos profissionais em educação: autonomia; sociedade e cultura, o que exige trabalho com
diversidade; interação e cooperação; objetos socioculturais do cotidiano extra-escolar.
disponibilidade para a aprendizagem; organização
do tempo; organização do espaço; e seleção de A consideração do tempo como variável que
material. interfere na construção da autonomia permite ao
professor criar situações em que o aluno possa
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais a progressivamente controlar a realização de suas
autonomia é tomada ao mesmo tempo como atividades. Por meio de erros e acertos, o aluno
capacidade a ser desenvolvida pelos alunos e toma consciência de suas possibilidades e constrói
como princípio didático geral, orientador das mecanismos de auto-regulação que possibilitam
práticas pedagógicas. [...] A autonomia refere-se à decidir como alocar seu tempo. [...] Outra questão
capacidade de posicionar-se, elaborar projetos relevante é o horário escolar, que deve obedecer
pessoais e participar enunciativa e ao tempo mínimo estabelecido pela legislação
cooperativamente de projetos coletivos, ter vigente para cada uma das áreas de aprendizagem
discernimento, organizar-se em função de metas do currículo.
eleitas, governar-se, participar da gestão de ações
coletivas, estabelecer critérios e eleger princípios Em um espaço que expresse o trabalho proposto
éticos, etc. nos Parâmetros Curriculares Nacionais é preciso
O desenvolvimento da autonomia depende de que as carteiras sejam móveis, que as crianças
suportes materiais, intelectuais e emocionais. tenham acesso aos materiais de uso frequente, as
É importante salientar que a autonomia não é um paredes sejam utilizadas para exposição de
estado psicológico geral que, uma vez atingido, trabalhos individuais ou coletivos, desenhos,
esteja garantido para qualquer situação. murais. Nessa organização é preciso considerar a
possibilidade de os alunos assumirem a
É importante ressaltar que a construção da responsabilidade pela decoração, ordem e limpeza
autonomia não se confunde com atitudes de da classe. Quando o espaço é tratado dessa
independência. maneira, passa a ser objeto de aprendizagem e
Para corresponder aos propósitos explicitados respeito, o que somente ocorrerá por meio de
nestes parâmetros, a educação escolar deve investimentos sistemáticos ao longo da
considerar a diversidade dos alunos como escolaridade. É importante salientar que o espaço
elemento essencial a ser tratado para a melhoria da de aprendizagem não se restringe à escola, sendo
qualidade de ensino e aprendizagem. necessário propor atividades que ocorram fora
Concluindo, a atenção à diversidade é um princípio dela.
comprometido com a eqüidade, ou seja, com o
direito de todos os alunos realizarem as Todo material é fonte de informação, mas nenhum
aprendizagens fundamentais para seu deve ser utilizado com exclusividade. É importante
desenvolvimento e socialização. haver diversidade de materiais para que os
conteúdos possam ser tratados da maneira mais
Um dos objetivos da educação escolar é que os ampla possível.
alunos aprendam a assumir a palavra enunciada e
a conviver em grupo de maneira produtiva e Plano Nacional de Educação (Lei nº
cooperativa. [...] A afetividade, o grau de aceitação 13.005/2014).
ou rejeição, a competitividade e o ritmo de
produção estabelecidos em um grupo interferem Art. 2º São diretrizes do PNE:
diretamente na produção do trabalho. Em síntese, a
disponibilidade cognitiva e emocional dos alunos
I - erradicação do analfabetismo ;
para a aprendizagem é fator essencial para que
haja uma interação cooperativa, sem depreciação
do colega por sua eventual falta de informação ou II - universalização do atendimento escolar;
incompreensão.
III - superação das desigualdades
A aprendizagem significativa depende de uma educacionais, com ênfase na promoção da
motivação intrínseca, isto é, o aluno precisa tomar cidadania e na erradicação de todas as formas de
para si a necessidade e a vontade de aprender. discriminação;

IV - melhoria da qualidade da educação;


V - formação para o trabalho e para a evolução no cumprimento das metas estabelecidas
cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos no Anexo desta Lei, com informações organizadas
em que se fundamenta a sociedade; por ente federado e consolidadas em âmbito
nacional, tendo como referência os estudos e as
VI - promoção do princípio da gestão pesquisas de que trata o art. 4º , sem prejuízo de
democrática da educação pública; outras fontes e informações relevantes.

VII - promoção humanística, científica, Art. 6º A União promoverá a realização de


cultural e tecnológica do País; pelo menos 2 (duas) conferências nacionais de
educação até o final do decênio, precedidas de
conferências distrital, municipais e estaduais,
VIII - estabelecimento de meta de aplicação
articuladas e coordenadas pelo Fórum Nacional de
de recursos públicos em educação como proporção
Educação, instituído nesta Lei, no âmbito do
do Produto Interno Bruto - PIB, que assegure
Ministério da Educação.
atendimento às necessidades de expansão, com
padrão de qualidade e equidade;
Art. 7º A União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios atuarão em regime de
IX - valorização dos (as) profissionais da
colaboração, visando ao alcance das metas e à
educação;
implementação das estratégias objeto deste Plano.

X - promoção dos princípios do respeito aos


Art. 11. O Sistema Nacional de Avaliação da
direitos humanos, à diversidade e à
Educação Básica, coordenado pela União, em
sustentabilidade socioambiental.
colaboração com os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios, constituirá fonte de informação para
Art. 4º As metas previstas no Anexo desta a avaliação da qualidade da educação básica e
Lei deverão ter como referência a Pesquisa para a orientação das políticas públicas desse nível
Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD, o de ensino.
censo demográfico e os censos nacionais da
educação básica e superior mais atualizados,
§ 1º O sistema de avaliação a que se refere
disponíveis na data da publicação desta Lei.
o caput produzirá, no máximo a cada 2 (dois) anos:

Parágrafo único. O poder público buscará


I - indicadores de rendimento escolar,
ampliar o escopo das pesquisas com fins
referentes ao desempenho dos (as) estudantes
estatísticos de forma a incluir informação detalhada
apurado em exames nacionais de avaliação, com
sobre o perfil das populações de 4 (quatro) a 17
participação de pelo menos 80% (oitenta por cento)
(dezessete) anos com deficiência.
dos (as) alunos (as) de cada ano escolar
periodicamente avaliado em cada escola, e aos
Art. 5º A execução do PNE e o cumprimento dados pertinentes apurados pelo censo escolar da
de suas metas serão objeto de monitoramento educação básica;
contínuo e de avaliações periódicas, realizados
pelas seguintes instâncias:
II - indicadores de avaliação institucional,
relativos a características como o perfil do alunado
I - Ministério da Educação - MEC; e do corpo dos (as) profissionais da educação, as
relações entre dimensão do corpo docente, do
II - Comissão de Educação da Câmara dos corpo técnico e do corpo discente, a infraestrutura
Deputados e Comissão de Educação, Cultura e das escolas, os recursos pedagógicos disponíveis e
Esporte do Senado Federal; os processos da gestão, entre outras relevantes.

III - Conselho Nacional de Educação - CNE; § 2º A elaboração e a divulgação de índices


para avaliação da qualidade, como o Índice de
IV - Fórum Nacional de Educação. Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB, que
agreguem os indicadores mencionados no inciso I
do § 1º não elidem a obrigatoriedade de
§ 2º A cada 2 (dois) anos, ao longo do
divulgação, em separado, de cada um deles.
período de vigência deste PNE, o Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira - INEP publicará estudos para aferir a
§ 3º Os indicadores mencionados no § 1º IX – valorização dos profissionais de educação;
serão estimados por etapa, estabelecimento de X – difusão dos princípios da equidade e do
ensino, rede escolar, unidade da Federação e em respeito à diversidade;
nível agregado nacional, sendo amplamente XI – fortalecimento da gestão democrática da
divulgados, ressalvada a publicação de resultados educação e dos princípios que a fundamentam.
individuais e indicadores por turma, que fica
admitida exclusivamente para a comunidade do Art. 3º – O Plano Plurianual, as Diretrizes
respectivo estabelecimento e para o órgão gestor Orçamentárias e os Orçamentos anuais do
da respectiva rede. Município deverão ser formulados de modo a
assegurar a consignação de dotações
§ 4º Cabem ao Inep a elaboração e o orçamentárias compatíveis com as diretrizes, metas
cálculo do Ideb e dos indicadores referidos no § 1º . e estratégias do Plano Municipal de Educação.

Art. 4º – Para o monitoramento, controle e


§ 5º A avaliação de desempenho dos (as)
avaliação pretendidos nas metas e diretrizes
estudantes em exames, referida no inciso I do § 1º ,
instituídas pelo Plano Municipal de Educação, o
poderá ser diretamente realizada pela União ou,
Poder Executivo deverá produzir relatório de
mediante acordo de cooperação, pelos Estados e
avaliação dos indicadores fixados nesta Lei, a cada
pelo Distrito Federal, nos respectivos sistemas de
4 (quatro) anos.
ensino e de seus Municípios, caso mantenham
sistemas próprios de avaliação do rendimento
Parágrafo Único – Caberá ao Poder Executivo
escolar, assegurada a compatibilidade
produzir sistema de controle e acompanhamento,
metodológica entre esses sistemas e o nacional,
contínuo, para monitoramento, controle e avaliação
especialmente no que se refere às escalas de
das metas aprovadas.
proficiência e ao calendário de aplicação.

Art. 13. O poder público deverá instituir, em


lei específica, contados 2 (dois) anos da publicação
desta Lei, o Sistema Nacional de Educação,
responsável pela articulação entre os sistemas de
ensino, em regime de colaboração, para efetivação
das diretrizes, metas e estratégias do Plano
Nacional de Educação.

PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE


PETRÓPOLIS:

Art. 2 º – São diretrizes do Plano Municipal de


Educação:
I – erradicação do analfabetismo;
II – universalização do atendimento escolar;
III – superação das desigualdades educacionais,
com ênfase na promoção da cidadania e na
erradicação de todas as formas de discriminação;
IV – melhoria da qualidade de ensino;
V – formação para o trabalho e para a cidadania,
com ênfase nos valores morais e éticos em que se
fundamenta a sociedade;
VI – promoção da educação em direitos humanos,
à diversidade e à sustentabilidade socioambiental;
VII – promoção humanística, cultural, científica e
tecnológica do Município;
VIII – estabelecimento de meta de aplicação de
recursos públicos em educação, resultantes da
receita de impostos, compreendida a proveniente
de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino fundamental, da
educação infantil e da educação inclusiva;

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