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Bolsista: José Antonio Kazienko Sallet

Resumo do cap.1 “Trabalho, sociedade e valor” do livro “Economia


Política, uma Introdução Crítica” de José Paulo Netto Braz

Para o autor, o trabalho não é somente um tema ou elemento teórico na Economia


Política, é uma referência ao modo de ser dos homens em meio a sociedade, o ponto
central do fenômeno humano social. Segundo Braz, esse trabalho é a transformação de
materiais naturais em produtos que atendam as necessidades humanas, ou seja, a
condição material de existência e reprodução da sociedade.
O que foi definido como trabalho, segundo o livro, advém de uma necessidade
biologicamente estabelecida, ou seja, as necessidades de sobrevivência comuns entre os
animais, por exemplo, o joão-de-barro nasce “programado” para construir sua casa, as
abelhas nascem “programadas” para construir colmeias e recolher pólen etc.
Com o decorrer do tempo o trabalho humano rompeu o padrão natural das
atividade animais, houve a necessidade do uso de instrumentos sobre a matéria natural.
O trabalho saiu das determinações genéticas e demandou o aprendizado de habilidades,
através de repetições e experimentações. As necessidades atendidas pelo trabalho
passaram de um elenco limitado para o desenvolvimento quase sem limites de novas
necessidades.
Entrando no conceito do surgimento do ser social, o autor afirma que através dele,
os homens transformaram o trabalho em algo diverso da natureza, mas sem deixar de
participar da natureza. Sem perder sua base orgânica/natural uma espécie da natureza
constituiu-se como espécie humana.
Esse desenvolvimento humano sobressai as estruturas naturais, sobressai a
naturalidade do homem. O desenvolvimento do ser social não suprime, do homem, a sua
naturalidade. O desenvolvimento do ser social faz com que ela perca, cada vez mais, a
força de determinar o comportamento humano: quanto mais o homem se humaniza,
quanto mais se torna ser social, tanto menos o ser natural é determinante em sua vida.
Devido ao fato dos homens ciarem objetivações que transcendem o universo do
trabalho, estão incluídos na categoria teórica de práxis, que envolve seu modelo de
trabalho, ou seja, inclui todas as objetivações humanas. Para esse enquadramento se
observam-se alguns pontos, a práxis voltada ao controle e exploração da natureza, onde
se enquadra o trabalho, o homem é o sujeito e a natureza é o objeto; a práxis voltada ao
comportamento e ação dos homens, neste caso o homem é o sujeito e objeto, se
enquadrando a educação e política; os produtos e obras resultantes da práxis podem
objetivar-se materialmente e/ou idealmente.
Em relação a práxis, o autor explica, ela pode produzir objetivações que se
apresentam aos homens não como sua criação, mas ao contrário, como algo que lhes é
estranho e opressivo. Em determinadas condições histórico-sociais, os produtos do
trabalho e da imaginação humanos deixam de se mostrar como objetivações que
expressam a humanidade dos homens, aparecem mesmo como algo que passa a
controlá-los como um poder que lhes é superior. Entre os homens e suas obras, a relação
real, que é a relação entre o criador e criatura, aparece invertida, a criatura passa a
dominar o criador. Essa inversão caracteriza o fenômeno histórico da alienação.

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