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0712201301
Cordeiro RC, Freitas LA de, Azevedo EB de et al. Musicoterapia como modalidade terapêutica…
ARTIGO ORIGINAL
MUSICOTERAPIA COMO MODALIDADE TERAPÊUTICA COMPLEMENTAR PARA
USUÁRIOS EM SITUAÇÃO DE SOFRIMENTO PSÍQUICO
MUSIC THERAPY AS AN ADDITIONAL THERAPEUTIC MODALITY FOR USERS IN SITUATION
OF PSYCHIC SUFFERING
MUSICOTERAPIA COMO UNA MODALIDAD TERAPÉUTICA ADICIONAL PARA USUARIOS EN SITUACIÓN
DE SUFRIMIENTO PSÍQUICO
Liliane Alves de Freitas1, Elisângela Braga de Azevedo2, Lorena de Farias Pimentel Costa3, Renata Cavalcanti
Cordeiro4, Geane Silva5, Maria de Oliveira Ferreira Filha6
RESUMO
Objetivo: identificar a eficácia da musicoterapia como modalidade terapêutica complementar para os
usuários em situação de sofrimento psíquico. Método: estudo exploratório, descritivo e qualitativo, realizado
no Centro de Atenção Psicossocial do de Campina Grande/PB/Brasil, com dois usuários integrantes da “Banda
Doidos por Forró” e três familiares. O material empírico foi analisado de acordo com a Análise de conteúdo,
após a aprovação do projeto de pesquisa, protocolo nº 0085.0.405.000-11. Resultados: tanto os usuários
quanto os familiares acreditam que a música tenha influenciado e melhorado a qualidade de vida, a
autonomia e a autoestima dos usuários, proporcionando de forma positiva a inclusão deles nos espaços
comunitários, bem como, a interação familiar. Conclusão: percebeu-se que práticas de cuidados inovadoras
são essenciais na contemporaneidade e tais iniciativas, têm melhorado de forma satisfatória a qualidade de
vida dos usuários e promovido avanços na atenção psicossocial. Descritores: Saúde Mental; Musicoterapia;
Serviços de Saúde Mental.
ABSTRACT
Objective: to identify the effectiveness of music therapy as a complementary treatment modality for users in
psychological distress. Method: exploratory, descriptive and qualitative research at the Center for
Psychosocial Care of Campina Grande/PB/Brazil, with two users of the group “Band Crazy for Forró” and three
family members. The empirical material was analyzed according to content analysis, following approval of the
research project, Protocol nº 0085.0.405.000-11. Results: both users and the family believe that music has
influenced and improved the quality of life, autonomy and self-esteem of users, providing positively their
inclusion in community spaces, as well as family interaction. Conclusion: it was realized that innovative care
practices are essential in contemporary and such initiatives have improved satisfactorily the quality of life of
users and promoted advances in psychosocial care. Descriptors: Mental Health; Music Therapy; Mental Health
Services.
RESUMEN
Objetivo: determinar la efectividad de la musicoterapia como una modalidad de tratamiento complementario
para los usuarios de los trastornos psicológicos. Método: estudio exploratorio, descriptivo y cualitativo en el
Centro de Atención Psicosocial de Campina Grande/Paraíba/Brasil, con dos miembros de la los usuarios de
“Algo pasa con Banda Forro" y tres miembros de la familia. El material empírico fue analizado mediante
análisis de contenido, a raíz de la aprobación del proyecto de investigación, el Protocolo nº 0085.0.405.000-
11. Resultados: los usuarios y los familiares creen que la música ha influenciado y ha mejorado la calidad de
vida, la autonomía y la autoestima de los usuarios, proporcionando positivamente su inclusión en los espacios
comunitarios, así como la interacción familiar. Conclusión: se dio cuenta de que las prácticas de cuidado
innovadoras son esenciales en las iniciativas actuales y como han mejorado satisfactoriamente la calidad de
vida de los usuarios y los avances promovidos en la atención psicosocial. Descriptores: Salud Mental; Terapia
Musical; Servicios de Salud Mental.
1
Enfermeiran Faculdade de Ciências Médicas. Campina Grande (PB) Brasil. E-mail: lilianealvesdefreitas@hotmail.com; 2Enfermeira,
Doutoranda em Enfermagem, Programa de Pós-Graduação/Universidade Federal da Paraíba/PPGENF/UFPB. Professora, Faculdade de
Ciências Médicas de Campina Grande-PB Campina Grande (PB) Brasil. E-mail: E-mail: elisaaz@terra.com.br; 3Enfermeira, Mestranda em
Enfermagem, Programa de Pós-Graduação/Universidade Federal da Paraíba/PPGENF/UFPB. João Pessoa (PB), Brasil. E-mail:
lorenafarias@outlook.com; 4Enfermeira, Mestranda em Enfermagem, Programa de Pós-Graduação/Universidade Federal da
Paraíba/PPGENF/UFPB. João Pessoa (PB), Brasil. E-mail: renata__cc@hotmail.com; 5Acadêmica de Enfermagem, Faculdade de Ciência
Médicas de Campina Grande – PB. Campina Grande (PB) Brasil. E-mail: geanearts@hotmail.com; 6Enfermeira, Professora Doutora em
Enfermagem, Universidade Federal da Paraíba/UFPB. E-mail: marfilha@yahoo.com
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Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(12):6725-31, dez., 2013 6725
ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.2950-23586-1-ED.0712201301
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psíquico? Assim, este estudo teve como obtenção de parecer favorável do Comitê de
objetivo identificar a eficácia da Ética em Pesquisa com Seres Humanos do
musicoterapia como modalidade terapêutica Centro de Ensino Superior e Desenvolvimento
complementar para os usuários em situação (CEP/CESED), obedecendo aos preceitos da
de sofrimento psíquico. Resolução do Conselho Nacional de Saúde
n.º196/96, tendo sido aprovado em
MÉTODO
30/09/2011, sob o protocolo nº
Estudo exploratório, descritivo de 0085.0.405.000-11.
abordagem qualitativa, realizado em um CAPS RESULTADOS E DISCUSSÃO
do município de Campina Grande/PB/Brasil,
no período de outubro de 2011, com os Frente às mudanças na forma de cuidado
integrantes da banda denominada “Doidos por aos portadores de sofrimento psíquico devido
Forró”, tendo sua amostra sido composta por à Reforma Psiquiátrica, os CAPS utilizam
dois usuários participantes da banda e três estratégias de enfrentamento e reinserção
familiares destes. O tamanho da amostra social por meio da criação e execução de
justifica-se, uma vez que, o número de oficinas terapêuticas, esta é a principal forma
participantes da banda se constitui apenas de de tratamento oferecido pelo serviço
três usuários e, nesse caso, um dos substitutivo, que torna-se um importante
participantes não foi localizado pelo dispositivo clínico para auxílio à equipe
pesquisador no período da pesquisa. multiprofissional na execução do
8
Como critérios de inclusão, para os usuários tratamento.
foram utilizados: 1) estar cadastrado no CAPS Tendo em vista a importância desta
e ser participante da “banda doidos por forró” modalidade terapêutica e com intuito de
há pelo menos 6 meses; 2) ser maior de 18 responder aos objetivos propostos, foi possível
anos de idade; 3) estar em condições psíquicas perceber que a musicoterapia representa um
para responder à entrevista; 4) aceitar novo modelo de cuidado aos usuários que
participar da pesquisa de forma voluntária apresentam algum tipo de sofrimento
No caso dos familiares, os critérios foram: psíquico. Tal prática tem ajudado no que diz
1) Ser familiar do participante da banda e que respeito à interação, à reintegração social,
estes tivessem contato com o usuário antes, e resgatando a autonomia, autoestima e a
durante sua participação na banda “Doidos melhoria do bem-estar físico e mental. Assim,
por forró”; 2) ser maior de 18 anos; 3) fez-se necessária a construção de categorias
aceitaram participar da pesquisa para melhor se trabalhar a temática.
voluntariamente. Musicoterapia como instrumento de
Como instrumento de coleta do material cuidado e de resgate da autoestima e
empírico foi utilizado um roteiro de entrevista
autonomia
semiestruturada, coletada através do uso de
A música tem poder de proporcionar
um aparelho de Mídia Player (MP3).
reações emocionais no indivíduo que refletem
Após a apresentação dos objetivos da
na melhora aos acometimentos biológicos com
pesquisa, do método de produção do material
reflexo intenso nas reações psicológicas,
empírico, dos aspectos éticos e diante do
proporcionando, aumento significativo na
aceite verbal dos sujeitos, foi-lhes entregue o
qualidade de vida e promoção de vínculos de
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,
sociabilidade.9
para leitura e assinatura. Deu-se início, então,
Esta, tem se inserido como um dos
a coleta do material empírico, a partir da
principais aspectos da arte, contribuindo
realização das entrevistas semiestruturadas de
decisivamente no processo de cuidar, visto
caráter individual. Estas foram gravadas e
que a mistura de ritmos e sons proporciona o
transcritas na íntegra.
bem-estar, a dignidade, autoestima,
As entrevistas receberam uma numeração,
autonomia e reintegração social do indivíduo.4
para que fossem identificadas e para que se
A partir dessa categoria temática,
pudesse trabalhar de maneira mais organizada
emergiram duas subcategorias, as quais se
e sistematizada. Os usuários foram
descrevem:
identificados pela letra U, e o familiar pela
letra F, seguido do número da entrevista. Melhoria da Autoestima
O material empírico foi analisado através Não se pode negar que a autoestima tem
da análise do conteúdo do tipo categorial relevância indispensável para a qualidade de
temático proposta por Bardin7. O mesmo foi vida, considerando que ela é um dos principais
apresentado em forma de categorias e construtores da personalidade humana, pois
subcategorias temáticas e coletado após a serve como estimulante para que as pessoas
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realizem suas atividades, tanto pessoais como agradáveis e descontraídos, o que favorece a
sociais. minimização dos efeitos deletérios da
A autoestima é considerada como a forma doença.11
que o indivíduo se enxerga frente a si mesmo Contudo, Bergold e Alvim12 acreditam que a
ou aos outros, e consequentemente, interfere escuta das músicas que se relacionam ao
de forma positiva ou negativa na forma em cotidiano traz aos usuários a lembrança
que a pessoa lida com o ambiente e as positiva, fazendo-os esquecer dos
dificuldades que este ambiente possa pensamentos negativos, evitando situações
proporcionar, deste modo, tem relação íntima que se relacionam à ansiedade.
com a saúde mental e estado de bem-estar Com isso, percebeu-se que a inclusão da
psicológico e social.10 música, enquanto modalidade terapêutica dos
Dessa forma, as falas dos usuários e CAPS, e como expressão artística, vem se
familiares revelaram que a exposição à música tornando um meio seguro de cuidado,
foi avaliada como instrumento de cuidado e demonstrando seu grande potencial de
como facilitadora da relação entre terapeuta- promover o relaxamento e o equilíbrio do
usuário. Percebeu-se que esta possibilitou corpo e da mente, por atuar como uma
estimular os usuários a se expressar, tecnologia leve de cuidado efetiva.
comunicar, como se pode constatar nas falas Melhoria da autonomia
abaixo:
As terapias alternativas obtiveram
A banda é boa, muito boa. Eu toco em todo
destaque a nível nacional, por volta dos anos
lugar que me chamar. A importância da
de 1970, e desde então, tem-se observado no
banda é, é... eu gosto de tocar. [...]. Me
Brasil um crescente número de adeptos ao
ajuda muito, eu canto também, de vez em
quando dentro de casa, na escola assim, ligo processo de tratamento com métodos naturais
o radinho, [...], boto [música] pé de serra propostos pelas terapias alternativas.13
dentro do quarto do meu pai, eu gosto de Sendo assim, novas alternativas de projetos
forró, rapaz! (U.01). terapêutico no tocante a saúde mental
A minha vida mudou, eu só gosto de forró envolvem diretamente a música e acreditam
pra mim, toco forró, aquelas músicas, num no seu poder como transmissor de sentimentos
é?(U.01). e facilitador da expressividade, promovendo
Eu achava bom, que chegava lá tava todo autonomia e liberdade.14
mundo tocando, aquele pessoal dançando
Neste contexto, desatacamos os benefícios
[...], animado e ele animado tocando.
(F.02).
que a música proporciona frente às
necessidades integrais do ser humano, nos
Pra mim eu adorava, ele era mais alegre,
achava ele interessado, ele chegava lá em aspectos físicos, psicoemocionais, cognitivos e
casa, saía daqui vestido com aquelas roupas sociais15, o que mostra a fala a seguir:
que eles davam, que eram as fardas, e ele Sempre [...] quando tem estreia de banda,
dizia que ia passar na televisão. Ele ficava vamos tocar em tal lugar, ele fica tão
cheio de orgulho [...] (F.03). empolgado. Olhe, ele acorda cedinho, ele
Mudou pra melhor, eu acho que o trabalho toma banho, se ajeita, fica toda hora: já tá
[do CAPS ocorre] com muita alegria [...], na hora? Eu já posso ir? Olhe, tem que ter
porque eu acredito pela forma que ele é. cuidado se não vou perder, ele fica [...]
Antes ele era parado, aí depois encontrou muito ansioso, [...] ele se preocupa muito
aquela alegria (F.03). em não perder sua participação, é isso que
vejo. (F.01).
[...] pra ele é maravilhoso, é uma coisa que
ele adora, ele gosta de estar lá, se ele Corroborando com esse achado, Zimbarg6
pudesse, ele saía de manhã. É que eu não revela que a musicoterapia vem sendo
deixo, digo “não, lá é só à tarde, você só utilizada para recuperar as funções e
começa a fazer suas oficinas de duas horas”. desenvolver os potenciais do usuário, assim
(F.01). como melhora a integração pessoal, familiar e
De acordo com as falas acima, identificou- social e, consequentemente, a qualidade de
se que o envolvimento dos usuários com a vida e autonomia desses usuários.
música, tem ajudado no desenvolvimento da O familiar entrevistado revelou que a
sua autonomia e do sentimento de pertença participação dos usuários na banda “Doidos
social, pois através da realização desta por Forró” fortaleceu o vínculo entre eles,
atividade os usuários se sentem úteis e isso tendo em vista, este ser um fator que
tem possibilitado e aumentado da autoestima. proporcionou oportunidade de expressar seus
Esta, tem sido elevada através da sentimentos, de falar, tocar e de ser
expressão musical, e também, tem auxiliado escutado, despertando, de certa forma, sua
para o equilíbrio emocional do indivíduo, própria autonomia.
permitindo ao mesmo a vivência de momentos
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feliz, só fala nela [na banda] doidos por assistência de melhor qualidade, visto os
forró. Olhe, ele adora! (F.01). benefícios trazidos ao usuário, como: redução
As falas acima expõem o sentimento de da ansiedade, momentos de felicidade, de
realização advindo da participação na banda emoções positivas, e mais vontade de viver,
de música, o que tem influenciado na colaborando, assim, para reinserção social e
interação familiar, pois a progressão do reabilitação desses usuários, quebrando regras
usuário é percebida pela família, a qual e estigmas, mesmo com todos os avanços da
enxerga o potencial destes e passa valorizá-los Reforma Psiquiátrica.
mais, estimulando-os e auxiliando-os, mesmo A terapia com músicas tem oferecido aos
que inconscientemente, no resgate de sua usuários do CAPS que participaram deste
identidade, e assim, reintegrando-os de estudo, a oportunidade de uma vida digna e
maneira digna ao meio em que vivem. com qualidade diante da sociedade, por ser
A família é uma instituição social que vem uma estratégia de cuidado que interfere na
tendo sua estrutura modificada através da saúde desses indivíduos, mas também, nas
história, que, embora, haja possíveis relações familiares, pois ao participar da
conflitos, é única e predominante no que diz “Banda Doidos por Forró” os usuários se
respeito à ampliação da sociabilidade, sentiram úteis e independentes, capazes de
proporcionando às pessoas portadoras de tomar decisões e executar tarefas,
transtorno mental a afetividade e bem-estar aumentando assim, sua autonomia e
físico e mental. autoestima, a sensação de pertença social, o
Por isso, não se pode desvincular o alívio da dor, a descontração e inserção nos
indivíduo do meio em que está vivendo, uma espaços comunitários.
vez que a sua própria família seja capaz de Desse modo, espera-se que a liberdade e a
acautelar, aceitar e corrigir os problemas de autonomia pessoal sejam capazes de servir
saúde dele, da mesma forma que não se deve como fundamentos básicos e éticos que, uma
separar a doença da condição familiar. A vez explicados, poderão contribuir para novas
família serve como elo para ajudar, junto à mudanças nas práticas de cuidados, sendo
equipe de saúde, a promover a recuperação e preservados os padrões habituais da reforma
a reabilitação desses indivíduos que precisam psiquiátrica com mais práticas inovadoras,
de uma atenção toda especial.20 mudanças essas que consigam ir além dos
No entanto, a interação entre família e “muros manicomiais”.
usuário ainda é um pouco difícil, sendo Assim, através dos resultados desse estudo,
relevante que serviços de saúde mental foi possível identificar novos caminhos para as
invistam em novos métodos de cuidado que transformações sociais na saúde mental, os
facilitem esta relação, e ao mesmo tempo, quais poderão ajudar no aperfeiçoamento dos
aumentem a qualidade de vida destes profissionais que atuam no CAPS, na medida
indivíduos por proporcionar conforto em que direciona um olhar para a otimização
emocional, não só para os usuários como de novas práticas, além de servir como base
também para os familiares, para que eles de dados para pesquisas futuras, sendo
aprendam a conviver com as diferenças, no possível destacar a musicoterapia como
que diz respeito à doença mental.21 possibilitadora da melhoria da qualidade de
vida dos usuários.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
A assistência ao portador de sofrimento
psíquico antes da Reforma Psiquiátrica deu-se 1. Brasil. MS. Saúde Mental no SUS: Centro de
através de uma prática exploradora e Atenção Psicossocial. Brasília: MS; 2004.
excludente, portanto, a nova abordagem à 2. Amarante P (coord.). Loucos pela vida: a
Saúde Mental tem possibilitado, a este, ser trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil.
visto a partir de novos paradigmas em busca 2th ed. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2010.
da reabilitação psicossocial, através da 3. Camatta MW, Nasi C, Adamoli NA, Kantorski
consolidação de práticas inovadoras, as quais LP, Schneider JF. Avaliação de um Centro de
possibilitam o acesso dos usuários aos serviços Atenção Psicossocial: o olhar da família.
substitutivos de saúde mental e a sua Ciênc. saúde coletiva [Internet] 2011 Jan
reinserção. [cited 2013 Jan 10];16(11):4405-14. Available
Para isso, a musicoterapia mostrou-se from:
eficaz como instrumento de cuidado na saúde http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-
mental por fazer emergir o resgate da 81232011001200013&script=sci_arttext
autoestima, da autonomia e a melhoria na 4. Brasil. MS. Reforma Psiquiátrica e Política
reintegração familiar e social. Identificando de Saúde Mental no Brasil. Brasília; 2005.
assim, a partir desse projeto terapêutico uma
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(12):6725-31, dez., 2013 6730
ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.2950-23586-1-ED.0712201301
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