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MD

DC

Revisão
Matemática Discreta
Funções

Cardinalidade
Conjuntos
Enumerabilidade

Conjunto de
Cantor
Prof.ª Dr.ª Diane Castonguay
Bibliografia Prof. Me. Julliano R. Nascimento

{diane, julliano}@inf.ufg.br

Instituto de Informática
Universidade Federal de Goiás

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O que é um conjunto?
MD

DC Definição
Revisão
Um conjunto é uma coleção de objetos, sem repetição e não
Conjuntos ordenada.
Relações

Funções

Cardinalidade Observação
Enumerabilidade Um objeto pertence ou não a um conjunto.
Conjunto de
Cantor Um objeto só pertence uma vez.
Bibliografia Não importa a ordem dos objetos.

Notação
~ 2 {|, }, ~, }
⇤ 62 {|, }, ~, }
{⇡, 2, 3, ⇡} = {2, 3, ⇡} = {3, 2, ⇡}

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Conjuntos Importantes
MD

DC Definições
Revisão
O conjunto vazio é o conjunto que não possui elementos,
Conjuntos
Relações
denotado por ;.
Funções N = {0, 1, 2, 3, . . .}, o conjunto dos números naturais.
Cardinalidade
N⇤ = N {0} = {1, 2, 3, . . .}, o conjunto dos números
Enumerabilidade
naturais exceto o zero.
Conjunto de
Cantor Z = {. . . , 2, 1, 0, 1, 2, . . .}, o conjunto dos números
Bibliografia
inteiros.
Z+ = {1, 2, 3, . . .}, o conjunto dos números inteiros
positivos.
Q = { pq | p 2 Z, q 2 Z e q 6= 0}, o conjunto dos números
racionais.
R, o conjunto dos números reais.

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MD

DC Definição
Revisão
Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que A é um subconjunto
Conjuntos
Relações
de B (ou A está contido em B, ou B contém A) se todo
Funções elemento de A é um elemento de B.
Cardinalidade

Enumerabilidade Notação
Conjunto de
Cantor
A✓B
Bibliografia
Observação
Seja A um conjunto. Então:
; ✓ A.
A ✓ A.
x 2 A , {x} ✓ A.

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Criando conjuntos a partir de outros
MD

DC
Definição: Conjunto Potência
Revisão
Conjuntos Seja A um conjunto. O conjunto potência de A, denotado por
Relações

Funções
2A , é o conjunto formado de todos os subconjuntos de A.
Cardinalidade

Enumerabilidade Observação
Conjunto de
Cantor Observamos que 2A = {X | X ✓ A}.
Bibliografia

Exemplo
Consideramos A = {0, 1}. Então, 2A = {;, {0}, {1}, A}.
Seja B = {~, ⇡, c}. Então
2B = {;, {~}, {⇡}, {c}, {~, ⇡}, {~, c}, {⇡, c}, B}.

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Produto Cartesiano
MD

DC Definição
Revisão
Sejam A e B dois conjuntos.
Conjuntos O produto cartesiano de A por B é o conjunto de todos os
Relações

Funções
pares ordenados formados de um elemento de A e depois de um
Cardinalidade elemento de B
Enumerabilidade

Conjunto de Notação
Cantor

Bibliografia
A ⇥ B = {(a, b) | a 2 A, b 2 B}

Exemplo
Consideramos os conjuntos A = {0, 1} e B = {?, ⇤, ⇡}.
O produto cartesiano de A por B é o conjunto

A ⇥ B = {(0, ?), (0, ⇤), (0, ⇡), (1, ?), (1, ⇤), (1, ⇡)}

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Relações
MD
Definição
DC
Sejam A e B dois conjuntos.
Revisão
Conjuntos
Relações
Dizemos que R é uma relação de A para B se R ✓ A ⇥ B.
Funções Dizemos que R é uma relação sobre A se R ✓ A ⇥ A.
Cardinalidade

Enumerabilidade
Exemplos
Conjunto de
Cantor
; é uma relação de A para B.
Bibliografia
A ⇥ B é uma relação de A para B.
Se X ✓ A e Y ✓ B
então X ⇥ Y é uma relação de A para B.
idA = {(a, b) 2 A ⇥ A | a = b} é uma relação sobre A.
Div = {(a, b) 2 Z ⇥ Z | a|b} é uma relação sobre Z.
 = {(a, b) 2 Z ⇥ Z | a  b}.
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Função
MD

DC

Revisão

Funções
Injetora
Sobrejetora
Bijeção
Inversa
Composição

Cardinalidade

Enumerabilidade

Conjunto de
Cantor

Bibliografia

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De onde vem, para onde vai
MD
Definições
DC
Seja f uma relação.
Revisão
O domínio de f é o conjunto
Funções
Injetora
Sobrejetora
Domf = {a | 9b; (a, b) 2 f }
Bijeção
Inversa A imagem de f é o conjunto
Composição

Cardinalidade
Imf = {b | 9a; (a, b) 2 f }
Enumerabilidade

Conjunto de Exemplos
Cantor

Bibliografia
f = {(1, 3); (2, 3); (3, 2); (3, 4)},
Domf = {1, 2, 3}, Imf = {2, 3, 4}.
g = {(1, 3), (2, 3), (3, 2), (4, 4)},
Domg = {1, 2, 3, 4}, Img = {2, 3, 4}.
h = {(1, 3), (2, 1), (3, 2), (4, 4)},
Domh = {1, 2, 3, 4} = Imh.
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Função
MD

DC Definição
Revisão Seja f uma relação de A para B.
Funções Dizemos que f é uma função de A para B quando satisfaz:
Injetora
Sobrejetora
Bijeção
se (a, b), (a, c) 2 f então b = c.
Inversa
Composição se a 2 A, então 9b 2 B tal que (a, b) 2 f , ou seja
Cardinalidade Domf = A.
Enumerabilidade

Conjunto de
Cantor Notação
Bibliografia - Denotamos por f : A ! B uma função de A para B.
- Para cada a 2 A, existe um único b 2 B tal que (a, b) 2 f .
Denotamos este elemento b por f (a) (f de a). Neste caso,
dizemos que f (a) é definido.
- Imf pode ser denotada também por f (A).

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Função
MD
Exemplos
DC
idA é uma função sobre A definida por idA (x) = x.
Revisão
Em geral, A ⇥ A não é uma função.
Funções
Injetora Div|N não é uma função.
Sobrejetora
Bijeção
Inversa f = {(1, 3), (2, 3), (3, 2), (3, 4)} não é uma função.
Composição

Cardinalidade
g = {(1, 3), (2, 3), (3, 2), (4, 4)} é uma função sobre
Enumerabilidade {1, 2, 3, 4}.
Conjunto de h = {(1, 3), (2, 1), (3, 2), (4, 4)} é uma função sobre
Cantor

Bibliografia
{1, 2, 3, 4}.
A relação f = {(x, y) 2 R ⇥ R | xy = 1} é uma função de
R⇤ para R definida por f (x) = 1/x.
A relação g = {(x, y) 2 R ⇥ R | xy = 0} não é função.
A relação h = g \ (R⇤ ⇥ R) é uma função de R⇤ para R.
Observe que h é definida por h(x) = 0.
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Função de Escolha
MD
Definição
DC
Seja B um conjunto, P ✓ 2B e A 2 P. Dizemos que
Revisão

Funções f :P!B
Injetora
Sobrejetora
Bijeção
Inversa é uma função de escolha quando:
Composição

Cardinalidade
f (A) 2 A, 8A 2 P
Enumerabilidade

Conjunto de
Cantor Observação
Bibliografia
;2
/P

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Função de Escolha
MD
Definição
DC
Seja B um conjunto, P ✓ 2B e A 2 P. Dizemos que
Revisão

Funções f :P!B
Injetora
Sobrejetora
Bijeção
Inversa é uma função de escolha quando:
Composição

Cardinalidade
f (A) 2 A, 8A 2 P
Enumerabilidade

Conjunto de
Cantor Exemplos (1/3)
Bibliografia
A função f : P ! B definida por

A1 7 ! 2
A2 7 ! 4
A3 7 ! 2

é uma função de escolha.


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Função de Escolha
MD
Definição
DC
Seja B um conjunto, P ✓ 2B e A 2 P. Dizemos que
Revisão

Funções f :P!B
Injetora
Sobrejetora
Bijeção
Inversa é uma função de escolha quando:
Composição

Cardinalidade
f (A) 2 A, 8A 2 P
Enumerabilidade

Conjunto de
Cantor Exemplos (2/3)
Bibliografia
A função g : P ! B definida por

A1 7 ! 2
A2 7 ! 3

é uma função de escolha.


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Função de Escolha
MD
Definição
DC
Seja B um conjunto, P ✓ 2B e A 2 P. Dizemos que
Revisão

Funções f :P!B
Injetora
Sobrejetora
Bijeção
Inversa é uma função de escolha quando:
Composição

Cardinalidade
f (A) 2 A, 8A 2 P
Enumerabilidade

Conjunto de
Cantor Exemplos (3/3)
Bibliografia
A função h : P ! B definida por

A1 7 ! 3
A2 7 ! 1
A3 7 ! 4

não é uma função de escolha.


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Injetora
MD

DC Definição
Revisão
Seja f uma função.
Funções
Dizemos que f é injetora quando
Injetora
Sobrejetora
se (a, y) 2 f e (b, y) 2 f , (ou seja se f (a) = f (b)) então a = b.
Bijeção
Inversa
Composição

Cardinalidade

Enumerabilidade
Exemplos (1/2)
Conjunto de idA é uma função injetora.
Cantor

Bibliografia
g = {(1, 3), (2, 3), (3, 2), (4, 4)} não é uma função injetora.
h = {(1, 3), (2, 1), (3, 2), (4, 4)} é uma função injetora.
A relação f = {(x, y) 2 R ⇥ R | xy = 1} é uma função
injetora.

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Injetora
MD

DC Definição
Revisão
Seja f uma função.
Funções
Dizemos que f é injetora quando
Injetora
Sobrejetora
se (a, y) 2 f e (b, y) 2 f , (ou seja se f (a) = f (b)) então a = b.
Bijeção
Inversa
Composição

Cardinalidade

Enumerabilidade
Exemplos (2/2)
Conjunto de A função de escolha e : P ! B
Cantor
definida por
Bibliografia

A1 7 ! 3
A2 7 ! 4
A3 7 ! 2

é uma função injetora.

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Função Injetora
MD
Exemplo
DC
Seja f : R ! R definida por f (x) = x + 1. Mostre que f é
Revisão
injetora.
Funções
Injetora
Sobrejetora Solução
Bijeção
Inversa
Composição
Sejam x, y 2 R tais que f (x) = f (y).
Cardinalidade Logo, x=x+0 (neutro)
Enumerabilidade
= x + (1 1)
Conjunto de
Cantor = (x + 1) 1 (associatividade)
Bibliografia
= (y + 1) 1 (hipótese)
= y + (1 1) (associatividade)
=y+0
=y (neutro)
Portanto, x = y.
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Função Injetora
MD

DC

Revisão Exemplo
Funções
Injetora Seja f : Z ! Z definida por f (x) = 3x + 4. Prove que f é
Sobrejetora
Bijeção injetora.
Inversa
Composição

Cardinalidade Solução
Enumerabilidade
Sejam x, y 2 Z tais que f (x) = f (y).
Conjunto de
Cantor Temos que 3x + 4 = 3y + 4.
Bibliografia Subtraindo 4 de ambos os membros, então 3x = 3y.
Dividindo ambos os membros por 3, obtemos que x = y.
Portanto, x = y.

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Função Injetora
MD

DC

Revisão

Funções
Injetora
Sobrejetora
Exemplo
Bijeção
Inversa Determine se a função f : Z ! Z definida por f (x) = x2 é
Composição

Cardinalidade
injetora.
Enumerabilidade

Conjunto de Solução
Cantor

Bibliografia
Não é injetora pois, f (1) = f ( 1) = 1, mas 1 6= 1.

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Sobrejetora
MD

DC Definição
Revisão Seja f : A ! B uma função.
Funções Dizemos que f é sobrejetora quando para cada b 2 B, existe
Injetora
Sobrejetora a 2 A tal que f (a) = b, ou seja Imf = B.
Bijeção
Inversa
Composição

Cardinalidade

Enumerabilidade Exemplos (1/2)


Conjunto de
Cantor
idA é uma função sobrejetora.
Bibliografia g = {(1, 3), (2, 3), (3, 2), (4, 4)} não é uma função
sobrejetora.
h = {(1, 3), (2, 1), (3, 2), (4, 4)} é uma função sobrejetora.
A relação f = {(x, y) 2 R ⇥ R t. q. xy = 1} não é uma
função sobrejetora.

21 / 92

Sobrejetora
MD

DC Definição
Revisão Seja f : A ! B uma função.
Funções Dizemos que f é sobrejetora quando para cada b 2 B, existe
Injetora
Sobrejetora a 2 A tal que f (a) = b, ou seja Imf = B.
Bijeção
Inversa
Composição

Cardinalidade

Enumerabilidade Exemplos (2/2)


Conjunto de
Cantor A função de escolha e : P ! B
Bibliografia definida por

e = {(A1 , 3), (A2 , 1), (A3 , 2),


(A4 , 4), (A5 , 5)}

é uma função sobrejetora.

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Função sobrejetora
MD

DC
Exemplo
Revisão

Funções
Seja a função f : Z ! Z definida por f (x) = x + 1. Mostre
Injetora
Sobrejetora
que f é sobrejetora.
Bijeção
Inversa
Composição
Solução
Cardinalidade

Enumerabilidade Seja b 2 Z.
Conjunto de Consideramos ~ = b 1 2 Z.
Cantor
Temos que
Bibliografia

f (~) = ~ + 1 = (b 1) + 1 = b

Portanto, f (~) = b.

23 / 92

Função sobrejetora
MD

DC
Exemplo
Revisão
Seja f : Q ! Q dada por f (x) = 3x + 4. Prove que f é
Funções
Injetora sobrejetora.
Sobrejetora
Bijeção
Inversa
Composição Solução
Cardinalidade
Seja b 2 Q.
Enumerabilidade

Conjunto de
Consideramos ~ = 13 (b 4) 2 Q.
Cantor Note que
Bibliografia
1
f (~) = 3(~) + 4 = 3( (b 4)) + 4 = b 4+4=b
3
Portanto, f (~) = b.

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Função sobrejetora
MD

DC

Revisão

Funções
Injetora
Sobrejetora
Exemplo
Bijeção
Inversa A função f : Z ! Z definida por f (x) = x2 é sobrejetora?
Composição

Cardinalidade

Enumerabilidade Solução
Conjunto de
Cantor
Note que não há número inteiro x com x2 = 1. Logo, f não é
Bibliografia sobrejetora.

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Bijeção
MD
Definição
DC
Seja f : A ! B uma função.
Revisão Dizemos que f é uma bijeção, ou é uma função bijetora se ela é
Funções
Injetora
injetora e sobrejetora.
Sobrejetora
Bijeção
Inversa
Composição
Exemplos
Cardinalidade idA é uma função bijetora.
Enumerabilidade
A função f : Q ! Q definida por f (x) = 3x + 4 é uma
Conjunto de
Cantor função bijetora.
Bibliografia
h = {(1, 3), (2, 1), (3, 2), (4, 4)} é uma função bijetora.
Seja B um conjunto e P = {{x} | x 2 B}.
A função de escolha
f : P ! B dada por
{x} 7 ! x é bijetora.
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Funções
MD
Exemplo
DC
Seja f : R+ ! R+ dada por f (x) = x2 . A função f é bijetora?
Revisão

Funções
Injetora Solução
Sobrejetora
Bijeção
Inversa Sejam x, y 2 R+ tais que f (x) = f (y).
Composição
Então x2 = y 2 .
Cardinalidade
Note que p p
Enumerabilidade

Conjunto de
x = |x| = x2 = y 2 = |y| = y
Cantor

Bibliografia
Portanto, x = y.
Seja b 2 R+ . p
Consideramos ~ = b 2 R+ .
Observe que p
f (~) = (~)2 = ( b)2 = b
Portanto, f (~) = b.
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Funções
MD

DC

Revisão

Funções
Injetora
Exemplo
Sobrejetora
Bijeção
Inversa Seja f : [0, 1] ! (0, 1) definida por
Composição 8
Cardinalidade >
<1/2, se x = 0,
Enumerabilidade f (x) = 1/(n + 2), se x = 1/n, n 2 N⇤ ,
Conjunto de >
:
Cantor x, se x 6= 0, 1/n, n 2 N⇤ .
Bibliografia
Mostre que f é bijetora.

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Funções
MD
Exemplo
DC
Seja f : [0, 1] ! (0, 1) definida por
Revisão
8
>
<1/2, se x = 0,
Funções
Injetora f (x) = 1/(n + 2), se x = 1/n, n 2 N⇤ ,
Sobrejetora
Bijeção
>
:
Inversa x, se x 6= 0, 1/n, n 2 N⇤ .
Composição

Cardinalidade Mostre que f é bijetora.


Enumerabilidade

Conjunto de Esboço da Solução (1/3)


Cantor

Bibliografia
Primeiro mostramos que f ([0, 1]) ✓ (0, 1). Seja x 2 [0, 1].
Caso 1: x = 0, f (0) = 1/2 2 (0, 1).
Caso 2: x = 1/n, n 2 N⇤ , f (x) = 1/(n + 2).
Como n > 0, temos que n + 2 > 2 > 1.
Dividindo a desigualdade 0 < 1 < n + 2 por n + 2, temos
0 < 1/(n + 2) < 1.
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Funções
MD
Exemplo
DC
Seja f : [0, 1] ! (0, 1) definida por
Revisão
8
>
<1/2, se x = 0,
Funções
Injetora f (x) = 1/(n + 2), se x = 1/n, n 2 N⇤ ,
Sobrejetora
Bijeção
>
:
Inversa x, se x 6= 0, 1/n, n 2 N⇤ .
Composição

Cardinalidade Mostre que f é bijetora.


Enumerabilidade

Conjunto de Esboço da Solução (2/3)


Cantor

Bibliografia
Agora mostramos que f é injetora.
Observe que
f (0) = 1/2 6= 1/(n + 2) = f (1/n), 8n 2 N⇤ e
f (1/n) = 1/(n + 2) 6= 1/(m + 2) = f (1/m), 8m, n 2 N⇤ ,
m 6= n.
Seja x 6= 0, 1/n, 8n 2 N⇤ . Temos que
f (x) = x 6= 1/m, 8m 2 N⇤ .
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Funções
MD
Exemplo
DC
Seja f : [0, 1] ! (0, 1) definida por
Revisão
8
>
<1/2, se x = 0,
Funções
Injetora f (x) = 1/(n + 2), se x = 1/n, n 2 N⇤ ,
Sobrejetora
Bijeção
>
:
Inversa x, se x 6= 0, 1/n, n 2 N⇤ .
Composição

Cardinalidade Mostre que f é bijetora.


Enumerabilidade

Conjunto de Esboço da Solução (3/3)


Cantor

Bibliografia
Agora mostramos que f é sobrejetora. Seja x 2 (0, 1).
Logo, x 6= 0, e temos dois casos: x = 1/n, para algum n 2 N⇤
ou não.
Caso 1: x = 1/n. Como x 6= 1, n 2.
Se n = 2, f (0) = 1/2 = 1/n.
Senão f (1/(n 2)) = 1/(n 2 + 2) = 1/n.
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Funções
MD

DC
Exemplo
Seja f : [0, 1] ! (0, 1) definida por
Revisão 8
Funções >
<1/2, se x = 0,
Injetora
Sobrejetora f (x) = 1/(n + 2), se x = 1/n, n 2 N⇤ ,
Bijeção >
:
Inversa
Composição
x, se x 6= 0, 1/n, n 2 N⇤ .
Cardinalidade Mostre que f é bijetora.
Enumerabilidade

Conjunto de
Cantor Esboço da Solução (3/3)
Bibliografia
Agora mostramos que f é sobrejetora. Seja x 2 (0, 1).
Logo, x 6= 0, e temos dois casos: x = 1/n, para algum n 2 N⇤
ou não.
Caso 2: x 6= 1/n.
f (x) = x.

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Função inversa
MD

DC

Revisão Pergunta
Funções
Injetora
Seja f : A ! B uma função.
Sobrejetora
Bijeção
Quando a relação f 1 é uma função de B para A?
Inversa
Composição

Cardinalidade Observação
Enumerabilidade
Seja f uma relação.
Conjunto de
Cantor
1
Bibliografia Domf = Imf
e
1
Imf = Domf

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Para a inversa ser uma função de B para A


MD

DC
Teorema
Revisão

Funções
Seja f : A ! B uma função.
Injetora
Sobrejetora
A relação inversa f 1 é uma função de B para A.
Bijeção
Inversa
(f 1 : B ! A) se e somente se f é bijetora.
Composição

Cardinalidade

Enumerabilidade
Exemplos
Conjunto de h = {(1, 3), (2, 1), (3, 2), (4, 4)} é uma função bijetora e
Cantor
h 1 = {(1, 2), (2, 3), (3, 1), (4, 4)}.
Bibliografia
idA é uma função bijetora e idA1 = idA .
A função f : Q ! Q definida por f (x) = 3x + 4 é uma
função bijetora e f 1 é definida por f 1 (x) = (x 4)/3.

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Composição de função
MD

DC Definição
Revisão Sejam f : A ! B e g : B ! C funções. Então, a relação g f
Funções é uma função de A para C definida por (g f )(x) = g(f (x)).
Injetora
Sobrejetora
Bijeção
Inversa
Composição
Exemplos
Cardinalidade Consideramos f : Q ! Q e g : Q ! Q definidas por
Enumerabilidade f (x) = x2 e g(x) = x + 1. Então, temos que
Conjunto de
Cantor
(f g)(x) = (x + 1)2 = x2 + 2x + 1 e
Bibliografia (g f )(x) = x2 + 1.
Consideramos f : Q ! Q e g : Q ! Q definidas por
f (x) = x2 + x e g(x) = 3x + 1. Então, temos que
(f g)(x) = (3x + 1)2 + 3x + 1 = 9x2 + 9x + 2 e
(g f )(x) = 3(x2 + x) + 1 = 3x2 + 3x + 1

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Algumas propriedades
MD

DC

Revisão

Funções
Injetora Proposição
Sobrejetora
Bijeção
Inversa
Seja f : A ! B uma função.
Composição
1 se f é bijetora então f f 1 = idB e f 1 f = idA
Cardinalidade

Enumerabilidade 2 se existe g : B ! A uma função tal que f g = idB e


Conjunto de
Cantor
g f = idA então f é bijetora e f 1 = g.
Bibliografia 3 f idA = f = idB f.

36 / 92
Algumas propriedades
MD

DC

Revisão
Proposição
Funções
Injetora
Sobrejetora Sejam f : A ! B e g : B ! C funções.
Bijeção
Inversa
Composição Se g f é injetora então f é injetora.
Cardinalidade
Se g f é sobrejetora então g é sobrejetora.
Enumerabilidade

Conjunto de
Se g f é bijetora então f é injetora e g é sobrejetora.
Cantor
Se f e g são injetoras então g f é injetora.
Bibliografia
Se f e g são sobrejetoras então g f é sobrejetora.
Se f e g são bijetoras então g f é bijetora.

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Cardinalidade
MD
Definição
DC
Um conjunto finito é um conjunto que possui uma
Revisão
quantidade finita de elementos.
Funções

Cardinalidade
A cardinalidade de um conjunto finito é o valor desta
Enumerabilidade
quantidade. Denotamos por |A| a cardinalidade de A.
Conjunto de Um conjunto é dito infinito se não for finito.
Cantor

Bibliografia
Exemplo
Consideramos D = {x 2 Z | x|10}. Então, D é um
conjunto finito e |D| = 8
Consideramos C = {|, }, ~, }. Então, C é um conjunto
finito e |C| = 4.
O conjunto N é infinito.
|;| = 0.
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Cardinalidade
MD

DC Definição
Revisão Um conjunto finito é um conjunto que possui uma
Funções quantidade finita de elementos.
Cardinalidade
A cardinalidade de um conjunto finito é o valor desta
Enumerabilidade
quantidade. Denotamos por |A| a cardinalidade de A.
Conjunto de
Cantor
Um conjunto é dito infinito se não for finito.
Bibliografia

Observações
Cardinalidade de conjuntos finitos define uma relação de
equivalência.
Reflexiva: |A| = |A| para qualquer conjunto A.
Simétrica: Se |A| = |B|, então |B| = |A|.
Transitiva: Se |A| = |B| e |B| = |C|, então |A| = |C|.

39 / 92

Cardinalidade
MD

DC

Revisão Definição de conjunto infinito


Funções
Um conjunto é infinito se existe uma bijeção entre A e um
Cardinalidade
subconjunto próprio de A.
Enumerabilidade

Conjunto de
Cantor Finito versus Infinito
Bibliografia
Portanto, um conjunto A é um conjunto:
Finito se for possível representá-lo por extensão (listar
exaustivamente todos os seus elementos).
Infinito se for possível retirar alguns elementos de A e,
mesmo assim, estabelecer uma bijeção com A.

40 / 92
Conjuntos infinitos
MD

DC

Revisão
Exemplo 1
Funções

Cardinalidade
Existe uma bijeção entre N e N⇤ .
Enumerabilidade

Conjunto de Demonstração
Cantor

Bibliografia Considere a função f : N ! N⇤ definida por f (x) = x + 1.


Note que f é bijetora.

Conclusão
O conjunto N é infinito.

41 / 92

Conjuntos infinitos
MD
Observação
DC
Não existe uma bijeção entre N = {0, 1, 2, 3, . . . } e
Revisão N N⇤ = {0}. Mesmo assim o conjunto N é infinito.
Funções

Cardinalidade
Exercício
Enumerabilidade

Conjunto de
Tem uma bijeção entre (0, 1) e [0, 1], portanto o intevalo [0, 1]
Cantor é infinito.
Bibliografia

Dica
Utilize a função do slide 23:
Seja f : [0, 1] ! (0, 1) definida por
8
>
<1/2, se x = 0,
f (x) = 1/(n + 2), se x = 1/n, n 2 N⇤ ,
>
:
x, se x 6= 0, 1/n, n 2 N⇤ .
42 / 92
Cardinalidade
MD

DC
Cardinalidade de conjuntos finitos
Revisão
Se A = ;, então |A| = 0.
Funções

Cardinalidade
Senão existe uma bijeção entre A e o conjunto
Enumerabilidade
Jn = {1, 2, 3, . . . , n} para algum n 2 N⇤ e |A| = n.
Conjunto de
Cantor

Bibliografia
E a cardinalidade dos conjuntos infinitos?
Como saber se dois conjuntos têm a mesma cardinalidade?
Se os dois conjuntos forem finitos, basta contar a
quantidade de elementos de cada um e comparar se as
quantidades são iguais.
Mas, como comparar a cardinalidade de dois conjuntos
infinitos?

43 / 92

Cardinalidade
MD

DC

Definição
Revisão

Funções Dois conjuntos A e B têm a mesma cardinalidade se existe


Cardinalidade uma função bijetora f : A ! B.
Enumerabilidade Notação: |A| = |B|.
Conjunto de
Cantor

Bibliografia
Observações
Esta definição é válida para conjuntos finitos e infinitos.
Cardinalidade é uma relação de equivalência também para
conjuntos infinitos.

44 / 92
Cardinalidade
MD

DC

Definição
Revisão

Funções Dois conjuntos A e B têm a mesma cardinalidade se existe


Cardinalidade uma função bijetora f : A ! B.
Enumerabilidade Notação: |A| = |B|.
Conjunto de
Cantor

Bibliografia
Exemplos
Sejam A = {0, 1, 2} e B = { 2, 1, 0}. |A| = |B|.
Sejam C = {|, }, ~, } e D = {1, 2, 3, 4}. |C| = |D|.
|N| = |N⇤ |.
|[0, 1]| = |(0, 1)|.

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Cardinalidade
MD
Exemplo
DC
Mostre que |R| = |(0, 1)|.
Revisão

Funções

Cardinalidade Demonstração
Enumerabilidade Devemos mostrar uma função bijetora f : R ! (0, 1).
Conjunto de
Cantor
Considere a função f : R ! (0, 1) definida por
Bibliografia
1
f (x) =
1 + ex

46 / 92
Cardinalidade
MD
Exemplo
DC
Mostre que |R| = |(0, 1)|.
Revisão

Funções

Cardinalidade Demonstração
Enumerabilidade Mostraremos que f é injetora.
Conjunto de
Cantor
Sejam x, y 2 R tais que f (x) = f (y).
Bibliografia
Logo,
1 1
=
1 + ex 1 + ey
1 + ey = 1 + ex
ey = ex
y=x
x=y

Portanto, x = y.
47 / 92

Cardinalidade
MD
Exemplo
DC
Mostre que |R| = |(0, 1)|.
Revisão

Funções

Cardinalidade Demonstração
Enumerabilidade Mostraremos que f é sobrejetora.
Conjunto de
Cantor
Seja b 2 (0, 1).
Bibliografia
Consideramos ~ = ln( 1b 1) 2 R.
Temos que
1 1 1 1
f (~) = = = 1 = 1 =b
1 + e~ 1
1 + eln( b 1) 1+ b 1 b

Portanto, f (~) = b.

48 / 92
Cardinalidade
MD

DC

Revisão

Funções
Exemplo
Cardinalidade Sejam a, b 2 Z tais que a < b.
Enumerabilidade Mostre que A = [0, 1] e B = [a, b] têm a mesma cardinalidade.
Conjunto de
Cantor

Bibliografia
Dica
Considere a função f : A ! B definida por
f (x) = (b a) · x + a.
Mostre que f é bijetora.
Conclui-se que |A| = |B|.

49 / 92

Resultados para conjuntos finitos


MD
Proposição 1
DC
Sejam A e B dois conjuntos finitos tais que |A| = |B| e
Revisão f : A ! B uma função.
Funções As seguintes condições são equivalentes:
Cardinalidade
f é injetora.
Enumerabilidade

Conjunto de f é sobrejetora.
Cantor

Bibliografia
f é bijetora.

Proposição 2
Sejam A e B dois conjuntos finitos e f : A ! B uma função.
Se f é injetora então |A|  |B|.
Se f é sobrejetora então |A| |B|.

50 / 92
Resultados para conjuntos finitos
MD
Proposição 1
DC
Sejam A e B dois conjuntos finitos tais que |A| = |B| e
Revisão f : A ! B uma função.
Funções As seguintes condições são equivalentes:
Cardinalidade
f é injetora.
Enumerabilidade

Conjunto de f é sobrejetora.
Cantor

Bibliografia
f é bijetora.

Contra-exemplo
A Proposição 1 não pode ser estendida para conjuntos infinitos.
Seja f : N ! N definida por

f (x) = x + 1

Note que f é injetora, mas f não é sobrejetora.


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Ordem entre cardinalidades


MD

DC

Revisão Definição
Funções Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que |A|  |B| se existe
Cardinalidade
f : A ! B uma função injetora
Enumerabilidade

Conjunto de
Cantor É uma ordem entre cardinalidades?
Bibliografia
Reflexividade: Segue do fato que uma função bijetora é
injetora.
Transitividade: Segue da Proposição do slide 31 sobre
composição de funções.
Antissimetria: Segue do teorema a seguir.

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Ordem entre cardinalidades
MD

DC

Revisão

Funções Teorema de Cantor-Bernstein-Schröeder


Cardinalidade Sejam A e B dois conjuntos.
Enumerabilidade
Se |A|  |B| e |B|  |A|, então |A| = |B|.
Conjunto de
Cantor Em outras palavras, se existem funções injetoras f : A ! B e
Bibliografia g : B ! A, então existe uma bijeção h : A ! B.

Veja mais
A prova deste teorema pode ser encontrada em Hammack [2].

53 / 92

Generalização da Proposição 2
MD
Proposição 2
DC
Sejam A e B dois conjuntos e f : A ! B uma função.
Revisão

Funções Se f é injetora então |A|  |B|.


Cardinalidade
Se f é sobrejetora então |A| |B|.
Enumerabilidade

Conjunto de
Cantor Demonstração
Bibliografia
O primeiro item segue da definição.
Falta só ver o segundo item.
Definimos a função g : B ! A a seguir.
Seja y 2 B. Como f é sobrejetora, existe x tal que f (x) = y.
Escolhemos um tal elemento x e definimos g(y) = x.
Logo, por definição de g, temos que f (g(y)) = y.
Ou seja, f g = idB .
Como idB é bijetora, temos que g é injetora e logo |B|  |A|.

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Cardinalidade
MD

DC Teorema
Revisão Os conjuntos [0, 1) e (0, 1) têm a mesma cardinalidade.
Funções

Cardinalidade Demonstração
Enumerabilidade
Sejam as duas funções f : [0, 1) ! (0, 1) e g : (0, 1) ! [0, 1)
Conjunto de
Cantor definidas por
Bibliografia 1 1
f (x) = + x
4 2
g(x) = x.
Como f e g são injetoras, o Teorema de
Cantor-Bernstein-Schröeder implica que existe uma bijeção
h : [0, 1) ! (0, 1).
Portanto |[0, 1)| = |(0, 1)|.

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Cardinalidade
MD
Georg Cantor (1845-1918)
DC
A teoria de conjuntos moderna se deve ao matemático
Revisão alemão Georg Cantor.
Funções
Antes de Cantor, dois conjuntos infinitos eram
Cardinalidade

Enumerabilidade
considerados com a mesma cardinalidade.
Conjunto de Com as idéias revolucionárias de Cantor e seu famoso
Cantor
Método da Diagonal pode-se demonstrar um fato até então
Bibliografia
impensável: que existem infinitos maiores do que outros!

56 / 92
Enumerabilidade
MD

DC
Definições
Revisão
Um conjunto A é:
Funções

Cardinalidade
enumerável, se |A| = |N|.
Enumerabilidade contável, se A é finito ou enumerável,
Conjunto de
Cantor
não enumerável se A é infinito e |A| =
6 |N|.
Bibliografia contínuo, se |A| = |R|.

Exemplos de Conjuntos Enumeráveis


A = {1, 1/2, 1/3, . . . , 1/n, . . . }
N⇤ = {1, 2, 3, . . . }
S = {a, aa, aaa, . . . }

57 / 92

Enumerabilidade
MD

DC

Revisão
Observações
Funções

Cardinalidade
Um conjunto enumerável é um conjunto contável infinito.
Enumerabilidade A cardinalidade dos números naturais é denotada por @0
Conjunto de (aleph zero), isto é, |N| = @0 .
Cantor

Bibliografia
Qualquer conjunto contável infinito tem cardinalidade @0 .
Um conjunto enumerável pode ser escrito numa lista
infinita x1 , x2 , x3 , x4 . . .
A cardinalidade dos números reais é denotada por c
(contínuo), assim, |R| = c.

58 / 92
Enumerabilidade
MD

DC

Revisão

Funções
Exemplo
Cardinalidade Mostre que o conjunto dos inteiros positivos pares é enumerável.
Enumerabilidade

Conjunto de
Cantor
Demonstração
Bibliografia Seja P = {2, 4, 6, . . . } o conjunto dos inteiros positivos pares.
Para provar que P é enumerável, mostramos que |N| = |P |.
Considere a função f : N⇤ ! P definida por f (x) = 2x.
Note que f é bijetora, assim |N| = |N⇤ | = |P |.
Portanto P é enumerável.

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Enumerabilidade
MD
Exemplo: Hotel de Hilbert
DC
O Hotel de Hilbert possui infinitos quartos e cada quarto
Revisão está ocupado por um hóspede. E se chegar um novo
Funções hóspede?
Cardinalidade
O hotel está lotado, no sentido de que todos os quartos
Enumerabilidade

Conjunto de
estão ocupados, mas não no sentido de que não caiba mais
Cantor hóspedes.
Bibliografia

60 / 92
Enumerabilidade
MD

DC

Revisão

Funções Exemplo: Hotel de Hilbert


Cardinalidade
Se o hotel tivesse uma quantidade finita de quartos não
Enumerabilidade
seria mais possível acomodar um novo hóspede.
Conjunto de
Cantor Como o hotel possui um número infinito de quartos então
Bibliografia
se movermos o hóspede do quarto 1 para o quarto 2, o
hóspede do quarto 2 para o quarto 3 e assim por diante,
movendo o hóspede do quarto n para o quarto n + 1,
podemos acomodar o novo hóspede no quarto 1.

61 / 92

Enumerabilidade
MD

DC

Revisão

Funções
Primeiro Desafio: Alocar um número infinito de novos
Cardinalidade
clientes
Enumerabilidade Por um argumento análogo é possível alocar um número
Conjunto de infinito (enumerável) de novos clientes (um ônibus com
Cantor

Bibliografia
infinitos passageiros).
Apenas mova o hóspede do quarto 1 para o quarto 2, o
hóspede do quarto 2 para o quarto 4, e em geral do quarto
n para o quarto 2n, assim todos os quartos de número
ímpar estarão livres para os novos hóspedes.

62 / 92
Enumerabilidade
MD

DC

Revisão Segundo Desafio: Alocar os passageiros de uma excursão


Funções com infinitos ônibus cada um com infinitos passageiros
Cardinalidade
O gerente resolve este problema realocando seus hóspedes:
Enumerabilidade

Conjunto de
desta vez, um hóspede que esteja no quarto n deverá se
Cantor mudar para o quarto 2n .
Bibliografia
O gerente dispõe de infinitas vagas novamente.
Depois, o gerente associa a cada ônibus um número primo
diferente de dois. Então, ele acomoda os passageiros
segundo a seguinte regra: o passageiro que está na cadeira
n do ônibus p ocupará o quarto de número pn .

63 / 92

Enumerabilidade
MD

DC

Revisão

Funções

Cardinalidade
Hotel de Hilbert
Enumerabilidade

Conjunto de
Observe que em todas as situações anteriores sempre
Cantor conseguimos enumerar a quantidade de hóspedes e os
Bibliografia
quartos do Hotel, ou seja, é possível construir uma bijeção
entre N e a quantidade de hóspedes.

64 / 92
Enumerabilidade
MD

DC

Revisão

Funções Exercício
Cardinalidade Mostre que |N| = |Z|.
Enumerabilidade

Conjunto de
Cantor Dica
Bibliografia Considere a função bijetora f : N ! Z definida por
(
n/2 se n é par,
f (n) =
(n + 1)/2 se n é ímpar.

65 / 92

Enumerabilidade
MD

DC
Teorema
O conjunto Q+ dos números racionais positivos é enumerável.
Revisão

Funções

Cardinalidade 1 1 1 1 1 1 ···
1 2 3 4 5 6
Enumerabilidade

Conjunto de 2 2 2 2 2 2
Cantor 1 2 3 4 5 6
···
Bibliografia
3 3 3 3 3 3 ···
1 2 3 4 5 6

4 4 4 4 4 4 ···
1 2 3 4 5 6

5 5 5 5 5 5 ···
1 2 3 4 5 6

.. .. .. .. .. ..
. . . . . .
66 / 92
Enumerabilidade
MD

DC

Revisão

Funções

Cardinalidade

Enumerabilidade Exercício
Conjunto de
Cantor
O conjunto
Bibliografia
N⇤ ⇥ N⇤ = {(1, 1), (2, 1), (1, 2), (1, 3), (2, 2), (3, 1), . . . } é
enumerável.

67 / 92

Enumerabilidade
MD

DC

Revisão
Cardinalidade de Conjuntos Infinitos
Funções

Cardinalidade
Vimos que a cardinalidade de conjuntos está associada à
Enumerabilidade existência de uma bijeção entre eles.
Conjunto de
Cantor
Através das ideias de Cantor, é possível demonstrar que
Bibliografia
existem conjuntos infinitos maiores que outros.
Mas, afinal, quais conjuntos infinitos têm cardinalidade
diferente?
A técnica que veremos a seguir é chamada “método da
diagonalização”.

68 / 92
Enumerabilidade
MD

DC
Teorema
O conjunto A = [0, 1] não é enumerável.
Revisão

Funções

Cardinalidade Demonstração (1/6)


Enumerabilidade

Conjunto de
Por contradição, suponha que A é enumerável.
Cantor Assim podemos listar, em sequência, os elementos de A.
Bibliografia

A = {x1 , x2 , x3 , . . . }

69 / 92

Enumerabilidade
MD

DC
Teorema
O conjunto A = [0, 1] não é enumerável.
Revisão

Funções

Cardinalidade Demonstração (2/6)


Enumerabilidade

Conjunto de
Cada elemento em A pode ser escrito na sua forma decimal.
Cantor Para os números que podem ser escritos de duas formas, por
Bibliografia exemplo 1.0 e 0.9, para evitar escrever o mesmo elemento duas
vezes, optamos (arbitrariamente) pela segunda representação.

Mas 1.0 = 0.9 mesmo?


Note que
1
= 0.3
3
1 = 0.9 (multiplicando por 3)

70 / 92
Enumerabilidade
MD

DC
Teorema
O conjunto A = [0, 1] não é enumerável.
Revisão

Funções

Cardinalidade Demonstração (3/6)


Enumerabilidade

Conjunto de
Listamos cada elemento de A na sua forma decimal:
Cantor

Bibliografia x1 = 0.d11 d12 d13 . . .


x2 = 0.d21 d22 d23 . . .
x3 = 0.d31 d32 d33 . . .
.. . . . ..
. = .. .. .. .

onde dij 2 {0, 1, . . . , 9}.

71 / 92

Enumerabilidade
MD

DC
Teorema
O conjunto A = [0, 1] não é enumerável.
Revisão

Funções

Cardinalidade Demonstração (4/6)


Enumerabilidade

Conjunto de
Agora construímos um número real
Cantor

Bibliografia y = 0.p1 p2 p3 . . .

da seguinte maneira:
(
6 se dii = 5,
pi =
5 caso contrário.

72 / 92
Enumerabilidade
MD

DC
Teorema
O conjunto A = [0, 1] não é enumerável.
Revisão

Funções

Cardinalidade Demonstração (5/6)


Enumerabilidade

Conjunto de
Por exemplo, se a enumeração começar com
Cantor

Bibliografia x1 = 0.342134 . . .
x2 = 0.257001 . . .
x3 = 0.546122 . . .
x4 = 0.716525 . . .

y seria 0.5656 . . . .
Note que y 2 A, já que y é um número real entre 0 e 1.

73 / 92

Enumerabilidade
MD

DC
Teorema
O conjunto A = [0, 1] não é enumerável.
Revisão

Funções

Cardinalidade Demonstração (6/6)


Enumerabilidade

Conjunto de
Se compararmos y com a enumeração do conjunto, y é
Cantor diferente do primeiro número na primeira casa decimal, do
Bibliografia segundo número na segunda casa decimal, e assim por diante.
Como y não contém zeros à direita do ponto decimal, ele não é
a representação alternativa de qualquer número da enumeração.
Portanto, y não é igual a qualquer elemento na enumeração.
Mas a enumeração é suposta a incluir todos os elementos do
conjunto, uma contradição.

74 / 92
Enumerabilidade
MD

DC
Teorema
O conjunto A = [0, 1] não é enumerável.
Revisão

Funções

Cardinalidade Observação
Enumerabilidade
Lembrando que |[0, 1]| = |(0, 1)| = |R|, o teorema acima
Conjunto de
Cantor indica a existência de pelo menos dois conjuntos infinitos
Bibliografia com tamanhos diferentes: N e R.

75 / 92

Enumerabilidade
MD
Voltando ao Exemplo do Hotel de Hilbert
DC
Se chegasse um grupo infinito de hóspedes ao Hotel de
Revisão
Hilbert, contendo um novo hóspede para cada numero real,
Funções
o gerente poderia hospedá-los?
Cardinalidade

Enumerabilidade
Não! Não é possível enumerar um número natural para
Conjunto de
cada número real.
Cantor

Bibliografia

76 / 92
Enumerabilidade
MD

DC

Revisão
Voltando ao Exemplo do Hotel de Hilbert
Funções

Cardinalidade
De fato, o conjunto dos números reais possui uma
Enumerabilidade
cardinalidade maior do que a dos números naturais e,
Conjunto de
portanto é “maior” do que @0 .
Cantor
Quando se tinha conjuntos infinitos enumeráveis de
Bibliografia
hóspedes para se acomodar no Hotel, sempre se conseguia
reorganizar os hóspedes, mas no momento que você tem
uma quantidade infinita não enumerável (números Reais)
surge um problema, afinal existem infinitos “maiores” que
outros.

77 / 92

Enumerabilidade
MD

DC Teorema de Cantor
Revisão Para qualquer conjunto A, os dois conjuntos A e 2A não têm a
Funções mesma cardinalidade.
Cardinalidade

Enumerabilidade

Conjunto de
Cantor
Demonstração (1/2)
Bibliografia Por contradição, suponha que |A| = |2A |.
Considere uma função bijetora f : A ! 2A .
Para qualquer elemento a 2 A, f (a) é um elemento de 2A , de
forma que f (a) é um conjunto que contém alguns elementos de
A e possivelmente contém o próprio a.

78 / 92
Enumerabilidade
MD

DC Teorema de Cantor
Revisão Para qualquer conjunto A, os dois conjuntos A e 2A não têm a
Funções mesma cardinalidade.
Cardinalidade

Enumerabilidade

Conjunto de
Cantor
Demonstração (2/2)
Bibliografia Definimos agora um conjunto S = {x 2 A | x 2 / f (x)}.
Como S ✓ A, S 2 2A então 9y 2 A tal que f (y) = S. Assim y
pode ser ou não um elemento de S.
Se y 2 S, então, pela definição de S, y 2 / f (y), mas como
f (y) = S, y 2 / S.
Por outro lado, se y 2 / S, então, uma vez que S = f (y),
y2 / f (y) e, pela definição de S, y 2 S.
Em ambos os casos, chegamos a uma contradição.

79 / 92

Enumerabilidade
MD
Teorema
DC
Os conjuntos R e 2N têm a mesma cardinalidade.
Revisão

Funções
Demonstração (1/4)
Cardinalidade

Enumerabilidade Como |R| = |(0, 1)| = |[0, 1)|, mostraremos que |[0, 1)| = |2N |.
Conjunto de
Cantor
Pelo Teorema de Cantor-Bernstein-Schröeder é suficiente
Bibliografia
mostrar funções injetoras f : [0, 1) ! 2N e g : 2N ! [0, 1).

Para a definição de f , utilizamos o fato de que qualquer


número em [0, 1) tem uma única representação decimal.
Lembre-se que, por exemplo, que 0.359 = 0.36.

80 / 92
Enumerabilidade
MD
Teorema
DC
Os conjuntos R e 2N têm a mesma cardinalidade.
Revisão

Funções
Demonstração (2/4)
Cardinalidade

Enumerabilidade Seja f : [0, 1) ! 2N definida por


Conjunto de
Cantor f (0.b1 b2 . . . ) = {b1 · 10, b2 · 102 , . . . }
Bibliografia

Por exemplo, f (0.05) = {0, 500} e


f (0.12) = {10, 200, 1000, 20000, . . . }.

Mostraremos que f é injetora.


Sejam dois números diferentes 0.b1 b2 . . . e 0.c1 c2 . . . em [0, 1).
Então, bi 6= ci , para algum i.
Logo, bi · 10i 2 f (0.b1 b2 . . . ), mas bi · 10i 2/ f (0.c1 c2 . . . ).
Portanto f (0.b1 b2 . . . ) 6= f (0.c1 c2 . . . ).
81 / 92

Enumerabilidade
MD
Teorema
DC
Os conjuntos R e 2N têm a mesma cardinalidade.
Revisão

Funções
Demonstração (3/4)
Cardinalidade

Enumerabilidade Agora, seja g : 2N ! [0, 1) definida por


Conjunto de
Cantor g(X) = 0.b1 b2 . . .
Bibliografia

onde (
1 se i 2 X,
bi =
0 caso contrário.
Por exemplo, g({1, 3}) = 0.101, g({2, 4, 6, . . . }) = 0.01,
g(;) = 0 e g(N) = 0.1.

Mostraremos que g é injetora.


82 / 92
Enumerabilidade
MD
Teorema
DC
Os conjuntos R e 2N têm a mesma cardinalidade.
Revisão

Funções
Demonstração (4/4)
Cardinalidade

Enumerabilidade
Sejam dois conjuntos X e Y tais que X 6= Y .
Conjunto de Então, existe ao menos um inteiro i que pertence ou a X ou Y .
Cantor
Logo, g(X) 6= g(Y ), porque eles diferem no i-ésimo dígito
Bibliografia
decimal.

A partir das funções injetoras f : [0, 1) ! 2N e g : 2N ! [0, 1),


o Teorema de Cantor-Bernstein-Schröeder implica que existe
uma bijeção h : [0, 1) ! 2N .

Portanto, |[0, 1)| = |2N | e concluímos |R| = |2N |.

83 / 92

Enumerabilidade
MD

DC

Revisão
Relação entre |N| e |R|
Funções Vimos que |N| = @0 e |R| = c.
Cardinalidade Pelo Teorema de Cantor |N| < |R|.
Enumerabilidade Por quase um século depois que Cantor formulou suas teorias
Conjunto de
Cantor
sobre conjuntos infinitos, vários matemáticos trabalharam com
Bibliografia
a questão de se existe ou não um conjunto A para o qual

@0 < |A| < c

A suspeita comum era que nenhum desses conjuntos existe, mas


ninguém foi capaz para provar ou refutar isso. A proposição
dessa não existência foi chamada de Hipótese do Contínuo.

84 / 92
Enumerabilidade
MD

DC
Hipótese do Contínuo
Revisão
Não existe número cardinal tal que @0 < < c.
Funções

Cardinalidade

Enumerabilidade Observações (1/3)


Conjunto de
Cantor Em 1931, o lógico Kurt Gödel provou que para qualquer
Bibliografia sistema axiomático (suficientemente forte) existem
proposições que não podem ser comprovadas nem
refutadas dentro do sistema.
Mais tarde, ele provou que a negação da Hipótese do
Contínuo não pode ser provada dentro dos axiomas padrão
da teoria dos conjuntos.
Isso significa que ou a Hipótese do Contínuo é falsa e não
pode ser provada falsa, ou é verdadeira.

85 / 92

Enumerabilidade
MD

DC
Hipótese do Contínuo
Revisão
Não existe número cardinal tal que @0 < < c.
Funções

Cardinalidade

Enumerabilidade Observações (2/3)


Conjunto de
Cantor Em 1964, Paul Cohen mostrou que dadas as leis da lógica
Bibliografia e dos axiomas da teoria dos conjuntos, nenhuma prova
pode deduzir a Hipótese do Contínuo.
Em essência, ele provou que a Hipótese do Contínuo não
pode ser provada.

86 / 92
Enumerabilidade
MD

DC
Hipótese do Contínuo
Revisão
Não existe número cardinal tal que @0 < < c.
Funções

Cardinalidade

Enumerabilidade Observações (3/3)


Conjunto de
Cantor Em conjunto, os resultados de Gödel e Cohen significam
Bibliografia que os axiomas padrão da matemática não podem “decidir”
se a Hipótese do Contínuo é verdadeira ou falsa e que
nenhum conflito lógico pode surgir de afirmar ou negar a
Hipótese.
Somos livres de aceitá-la como verdadeira ou falsa, e as
duas escolhas levam a diferentes, mas igualmente versões
consistentes da teoria dos conjuntos.

87 / 92

Conjunto de Cantor
MD

DC

Revisão História
Funções Foi descoberto em 1874 por Henry John Stephen Smith e
Cardinalidade introduzido por Georg Cantor em 1883.
Enumerabilidade

Conjunto de
Cantor Propriedades
Bibliografia
Possui aplicações em Topologia, Geometria e Teoria dos
Conjuntos.
Tem a mesma cardinalidade do conjunto dos números reais.
Possui medida nula.
Pode ser visto como um fractal (autossimilaridade).

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Conjunto de Cantor
MD

DC

Revisão

Funções

Cardinalidade

Enumerabilidade

Conjunto de
Cantor

Bibliografia

Figura: Exemplo de um fractal.

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Conjunto de Cantor
MD

DC
Construção do Conjunto de Cantor
Revisão
Parte-se do intervalo A0 = [0, 1],
Funções
No passo 1, retira-se o terço do meio do intervalo:
Cardinalidade

Enumerabilidade
 
1 2
Conjunto de A1 = 0, [ ,1
Cantor 3 3
Bibliografia
No passo 2, retira-se o terço do meio de cada um dos dois
intervalos criados pelo passo 1:
   
1 2 3 6 7 8
A2 = 0, [ , [ , [ ,1
9 9 9 9 9 9

Recursivamente, no passo n, retira-se o terço do meio de


cada um dos intervalos criados pelo passo n 1.

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Conjunto de Cantor
MD

DC
Construção do Conjunto de Cantor
Revisão O Conjunto de Cantor é a intersecção dos conjuntos An
Funções
produzidos:
Cardinalidade \1
Enumerabilidade C= An
Conjunto de n=1
Cantor

Bibliografia

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Referências Bibliográficas I
MD

DC [1] Gersting, J. L.
Fundamentos Matemáticos para a Ciência da Computação.
Revisão
5a. edição, Editora LTC, 2004.
Funções
[2] Hammack, R. H.
Cardinalidade Book of Proof.
Enumerabilidade Richard Hammack, 2018.
Conjunto de
Disponível em: https://www.people.vcu.edu/~rhammack/BookOfProof/.
Cantor Acesso em fevereiro de 2019.
Bibliografia [3] Lipschutz, S.
Theory and problems of set theory and related topics.
New York, Schaum, 1964.
[4] Rosen, K. H.
Matemática Discreta e suas aplicações.
6a. edição, Editora McGraw Hill, 2009.
[5] Scheinerman, E. R.
Matemática Discreta, Uma introdução.
Thomson Pioneira, 2003.

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