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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA DE UMA


FRANQUIA HERING STORE.

Gisele Cristina Santiago Santos

CUIABÁ-MT
2018
GISELE CRISTINA SANTIAGO SANTOS

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA DE UMA


FRANQUIA HERING STORE.

Projeto de pesquisa apresentado ao curso de


Ciências Contábeis, da Universidade Federal de Mato
Grosso como requisito parcial para a conclusão da
disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso - TCC, sob
orientação do Prof. Ms. César Rubens Gonçalves.

CUIABÁ-MT
2018
GISELE CRISTINA SANTIAGO SANTOS

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA DE UMA


FRANQUIA HERING STORE.

MONOGRAFIA DEFENDIDA E APROVADA EM __/__/2018 PELA BANCA


EXAMINADORA CONSTITUÍDA PELOS PROFESSORES:

Prof. Ms. César Rubens Gonçalves


Presidente

Prof. Ms. João Soares da Costa


Membro

Profª. Dra. Renildes Oliveira Luciardo


Membro
AGRADECIMENTOS

A Deus, por mais esta oportunidade.


Á minha família incrível (pai, mãe, irmão e noivo), por todo suporte, incentivo
carinho, apoio e muita paciência. Mãe, seu cuidado e dedicação foram em todos os momentos,
essenciais, e fizeram total diferença nos meus resultados. Pai, a sua confiança na minha
capacidade significou segurança е a certeza de que não estive sozinha nessa caminhada.
Um agradecimento especial ao meu filho, Arthur Santiago, que foi meu companheiro
incondicional nesta caminhada, essa é pra você!
E a todos, que direta ou indiretamente, de algum modo, me ajudaram a concluir mais
esta etapa, muito obrigada!
LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Investimentos Iniciais 26


Quadro 02 – Receitas Estimadas 28
Quadro 03 – Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) 30
Quadro 04 – Depreciação 31
Quadro 05 – Despesas Variáveis 31
Quadro 06 – Folha de Pagamento 32
Quadro 07 – Despesas fixas 32
Quadro 08 – Fluxo de caixa 34
Quadro 09 – Payback Simples 35
Quadro 10 – Payback Descontado 35
Quadro 11 – Taxa Interna de Retorno (TIR) 36
Quadro 12 – Valor Presente Líquido (VPL) 37
Quadro 13 – Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 38
Quadro 14 – Média da DRE 38
Quadro 15 – Índices de Viabilidade 39
LISTA DE GRÁFICOS

Gáfico 01 – Investimentos Iniciais 27


Gráfico 02 – Receitas 29
Sumário

1 - INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 8

2 - REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................................ 11

2.1 - CONCEITO DE FRANQUIA (FRANCHISE)............................................................................ 11

2.2 - BREVE HISTÓRICO DA CIA. HERING .................................................................................. 11

2.3 - CONTABILIDADE ............................................................................................................... 12

2.3.1 - Contabilidade Gerencial ................................................................................................ 14

2.3.2 - Análise da Viabilidade ................................................................................................... 14

2.4 - METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE VIABILIDADE ................................................................ 15

2.4.1 - Demonstração do Resultado do Exercício - DRE ........................................................... 15

2.4.2 - Fluxo de caixa ................................................................................................................ 16

2.4.3 – Taxa Interna de Retorno – TIR ...................................................................................... 17

2.4.4 - Taxa Mínima de Atratividade - TMA ............................................................................. 18

2.4.5 - Período de Payback ....................................................................................................... 18

2.4.6 – Valor Presente Líquido – VPL........................................................................................ 19

2.4.7 - Indicadores de Resultado .............................................................................................. 20

2.4.7.1 - Índice de Lucratividade .............................................................................................. 20

2.4.7.2 - Índice de Rentabilidade .............................................................................................. 20

2.4.7.3 - Retorno do Investimento ........................................................................................... 21

3 - METODOLOGIA DO ESTUDO ............................................................................................... 22

3.1 - UNIVERSO E AMOSTRA .................................................................................................... 23

3.2 - COLETA DE DADOS ........................................................................................................... 24

3.2.1 - Instrumento de Coleta de Dados .................................................................................. 24

3.3 - ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ......................................................................... 25

4 – ANÁLISES DOS RESULTADOS............................................................................................... 26

4.1 - INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS ........................................................................................ 26

4.2 - RECEITAS, CUSTOS E DESPESAS ........................................................................................ 28

4.2.1 - Receitas ......................................................................................................................... 28


4.2.2 - Despesas ........................................................................................................................ 29

4.2.2.1 – Custo das Mercadorias Vendidas - CMV ................................................................... 29

4.2.2.2 – Despesas Operacionais .............................................................................................. 30

4.2.2.2.1 - Depreciação............................................................................................................. 30

4.2.2.2.2 - Despesas Variáveis .................................................................................................. 31

4.2.2.2.3 - Despesas Fixas ......................................................................................................... 32

4.3 - VIABILIDADES ECONÔMICAS E FINANCEIRAS .................................................................. 33

4.3.1 - Fluxo de Caixa................................................................................................................ 33

4.3.2 - Método Payback Simples .............................................................................................. 34

4.3.3 - Método Payback Descontado ....................................................................................... 35

4.3.4 - Taxa Interna de Retorno - (TIR) ..................................................................................... 35

4.3.5 - Valor Presente Líquido - (VPL)....................................................................................... 36

4.4 - VIABILIDADE CONTÁBIL .................................................................................................... 37

4.4.1 - Demonstração do Resultado do Exercício - (DRE)......................................................... 37

5 - CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 41

6 - REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 43
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1 - INTRODUÇÃO

Devido às constantes mudanças que vêm ocorrendo no mercado brasileiro, os gestores


necessitam antecipar-se às ações, através de tomada de decisões objetivas, que trarão
benefícios econômicos futuros às mesmas. Para isto, torna-se necessário contar com os
instrumentos da Contabilidade, definida por Bruni (2014, p.2) como “a ciência que tem o
objetivo de registrar todos os acontecimentos verificados no patrimônio de uma entidade”.
Porém, não bastam apenas os relatórios e informações geradas pela Contabilidade. É preciso
contar com informações mais precisas, relatórios diferenciados que ajudem no processo das
decisões.
Desta forma, surge a Contabilidade Gerencial, a qual é uma vertente da Contabilidade,
destinada a auxiliar na gestão dos negócios e nos processos de tomada de decisão. Iudícibus
(1998, p.21) afirma que “A Contabilidade Gerencial está voltada única e exclusivamente para
a administração da empresa, procurando suprir informações que se ‘encaixem’ de maneira
válida e efetiva no modelo decisório do administrador”. Utiliza-se de técnicas que não
obedecem às normas e princípios fundamentais de Contabilidade, pois os relatórios por ela
gerados são utilizados apenas pelos usuários internos da empresa, ajustando-os de acordo com
as necessidades dos gestores.
Utilizando as técnicas da Contabilidade Gerencial é possível realizar uma análise de
viabilidade de investimentos, a fim de saber se é viável investir em um negócio, se traz
retornos e em quanto tempo isto ocorrerá. Para Bruni (2008, p.129) “a análise de viabilidade
de investimentos deve preocupar-se em verificar se os benefícios gerados com investimento
compensam os gastos realizados”. Pode ser utilizada para avaliar novos empreendimentos,
bem como lançamento de novos produtos, entrada em um novo mercado e até mesmo uma
reforma arquitetônica.
Através da análise de viabilidade são realizadas diversas projeções acerca do
investimento, como do fluxo de caixa, definido por Silva (2008b, p.446) como “um dos
principais instrumentos de análise, propiciando-lhes identificar o processo de circulação do
dinheiro, através da variação de caixa (e equivalentes)”. Ainda, são calculados indicadores de
viabilidade e de resultado, que irão demonstrar se é viável investir ou não no projeto.
Neste sentido, este estudo visa desenvolver uma análise de viabilidade para reforma
arquitetônica de uma franquia Hering Store na cidade Cuiabá - MT, demonstrando se o
investimento é viável, se traz retornos para a empresa e em quanto tempo isto irá ocorrer.
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Para Sá (2002), a contabilidade é uma ciência social, pois é a natureza do objeto que
enseja a classificação de uma ciência, como a contabilidade estuda e controla o patrimônio
das células sociais e estas se inserem no todo social, pode-se concluir que ela é uma ciência
social.
Como parte integrante da contabilidade gerencial, está à análise de viabilidade,
imprescindível no ambiente empresarial nas decisões de investimento por envolver valores
significativos e que geralmente têm alcance de longo prazo.
O objetivo básico da análise de viabilidade é avaliar uma alternativa de investimento
em um novo empreendimento ou na ampliação de um já existente. O estudo desenvolvido tem
como principal foco a análise da viabilidade aplicada a uma reforma do projeto arquitetônico
de uma franquia Hering Store, visto que o franqueador (Cia Hering) impõe que seja feita esta
reforma em um período de tempo previamente determinado por ela. A análise de viabilidade
busca identificar e quantificar as estimativas de uma oportunidade de negócio ou projeto,
através de vários métodos ajuda a construir e avaliar o fluxo de caixa projetado para a
empresa, apontar as incertezas, identificar os riscos e tomar a decisão de investir ou não no
negócio.
É uma ferramenta para analisar valor e reduzir incertezas. É uma habilidade de avaliar
oportunidades e tomar decisões que criarão mais valor e sustentabilidade para a empresa. De
acordo com Lapponi (2007) os produtos ou serviços oferecidos por uma empresa são o
resultado de decisões de investimento tomadas no passado. A busca por melhores
oportunidades é um processo de criação, pois elas não estão visíveis.
Nessa busca de novas ideias e oportunidades surgem os projetos de investimento e é
através da avaliação e análise desses projetos que se faz uma estimativa sobre o negócio,
procurando identificar se ele será sustentável e se gerará lucros para a empresa. Antes de uma
oportunidade de investimento ser aceita temos apenas um projeto descrito de forma completa
em folhas de papel contendo o registro de suas estimativas, a avaliação e a recomendação de
aceitar ou rejeitar o projeto de investimento.
Ele continua sendo chamado de projeto depois de aprovado e durante sua execução,
até entrar em plena operação quando passa a ser um investimento realizado (LAPPONI, 2007,
p. 9). Uma análise de viabilidade busca detalhar, identificar e fortalecer as condições
necessárias para o projeto dar certo, assim como identificar e tentar neutralizar os fatores que
podem dificultar as possibilidades de êxito do negócio.
Analisar a viabilidade de um projeto significa identificar as perspectivas de
desempenho financeiro, contábil e econômico do produto resultante do projeto. A estimativa
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de orçamentos para o projeto pode ser elaborado com base na identificação dos produtos e
unidades a serem vendidas e servem para trazer uma estimativa dos níveis de acréscimo de
custo e de receita dos produtos, permitindo estimar se cobriria os custos envolvidos e em que
medida poderia apresentar rentabilidade.
A empresa em estudo possui grande potencial de crescimento, conforme atual
conjuntura econômica do setor. Diante dessa situação o estudo quer verificar a viabilidade de
investir numa reforma deste empreendimento e se o mesmo produzirá o retorno previsto.
Visando aproveitar bem os espaços físicos, bem como o potencial de clientes que já possui e
do mercado que ainda pode ser explorado, se faz necessário o estudo de viabilidade contábil,
econômica e financeira com o que será possível mensurar os resultados gerados pelo
investimento a ser feito, bem como apresentar a potencialidade do novo mercado.
Diante do exposto tem-se o seguinte questionamento: É viável econômica e
financeiramente, a reforma arquitetônica de uma franquia Hering Store?
O objetivo geral do presente trabalho é estabelecer um estudo visando analisar a
viabilidade do investimento de uma reforma arquitetônica em uma franquia Hering Store.
Como objetivos específicos temos: Revisar a bibliografia referente ao tema objeto
deste estudo, voltado à análise de viabilidade econômica, financeira e contábil, objetivando
dar embasamento teórico ao estudo aplicado; Levantar os investimentos necessários, projetar
custos e despesas, assim como as receitas do novo investimento; Demonstrar se é viável
econômica, financeira e contabilmente, a realização do investimento pela aplicação das
técnicas específicas de análise de viabilidade.
As organizações estão em constantes modificações, seja para aumento ou melhoria na
produção. Há sempre uma mudança para fazer e acompanhar o mercado o qual modifica a
uma velocidade que deve ser acompanhada, caso contrário as empresas poderão ficar
estagnadas ou fora do mercado. A decisão de efetuar um estudo na área de análise de
viabilidade justifica-se pela real intenção de terceiros em reformar o empreendimento, a fim
de verificar se o alto investimento é viável ou não, se terá retorno e em quanto tempo isto
acontecerá.
Desta forma, é imprescindível que o estudo seja estruturado dentro da realidade acerca
do mercado e índices inflacionários atuais. Para a acadêmica, a escolha do tema levou em
consideração o gosto e a afinidade com o assunto, possibilitando aprofundar os
conhecimentos teóricos e práticos obtidos durante a caminhada na graduação do Curso de
Ciências Contábeis.
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2 - REFERENCIAL TEÓRICO

Nesta seção apresenta-se o referencial teórico acerca da Contabilidade Gerencial,


investimentos, custos, receitas, despesas, análise de viabilidade, franquias entre outros
assuntos ligados ao presente estudo. Este referencial possui o intuito de buscar na teoria o
embasamento necessário para compreender da melhor forma os temas abordados na prática.

2.1 - CONCEITO DE FRANQUIA (FRANCHISE)

Existem diversas definições para a palavra franquia: em inglês, franchise, significa


juridicamente direito (LAROUSSE, 2009). Direito este que alguém adquire para fazer algo
com autorização de outra pessoa. Ela pode ser definida também como uma estratégia de
distribuição de produtos e serviços e de acordo com o site da IFA – International Franchise
Association – a definição de franquia é o contínuo relacionamento entre franchisor
(franqueador) e franchisee (franqueado), no qual o total de conhecimentos do franqueador
(imagem, sucesso, técnicas de manufatura e marketing) é fornecido ao franqueado.
Já para a Comissão da Comunidade Européia: Franchising é um sistema de
comercialização de produtos e/ou serviços e/ou tecnologias, baseado em estreita e contínua
colaboração entre empresas jurídica e financeiramente distintas e independentes, através do
qual o franqueador concede o direito e impõe a obrigação aos seus franqueados de explorarem
uma empresa de acordo com o seu conceito.
O direito assim concedido tem por objetivo autorizar e obrigar o franqueado, mediante
uma contraprestação financeira direta ou indireta, a utilizar as marcas de serviços, logotipos e
insígnias, ou know-how, direitos de propriedade industrial e intelectual e outros direitos
autorais apoiados por uma prestação contínua e assistência técnica, no âmbito e durante a
vigência de um Contrato de Franquia escrito e celebrado entre as partes para este fim
(SCHAWRTZ, 2009, p. 27).

2.2 - BREVE HISTÓRICO DA CIA. HERING

A Cia. Hering tem construído, ao longo de mais de um século, uma história de


permanente inovação. Fundada em 1880 pelos irmãos Bruno e Hermann Hering, a companhia
tem se reinventado e acompanhado a evolução da sociedade, vestindo geração após geração.
Empreendedorismo e inovação perpetuam uma história de sucesso. Em 1993, ocorreu
uma marcante transformação: a Cia. Hering passou a transitar no varejo, com a abertura da
12

primeira Hering Family Store, sem deixar sua vocação fabril. A força no varejo acompanha as
inovações tecnológicas. Hoje a Cia conta com marcas Hering, Hering Kids, Puc e Dzarm. A
Cia. Hering fez história, também, no mercado de capitais. Hoje, tem capital pulverizado entre
diversos acionistas. Seu modelo se alicerça em três pilares: crescimento consistente,
resultados sustentáveis e continuidade no desenvolvimento de coleções, sempre modernas e
casuais.
Alcançar com sucesso estes objetivos depende de uma atuação em rede, formada de
parcerias que compartilham recursos e conhecimentos, permitindo que a Companhia possa
direcionar as estratégias para as suas competências essenciais. Desta forma, todos os elos
desta cadeia se fortalecem. E um dos elos mais importantes para esta atuação em rede são as
pessoas, e desde a sua fundação, a empresa tem um cuidado especial quando o assunto é
pessoas e busca por meio de programas e ações, promover, reconhecer e desenvolver talentos.
Um modelo de negócio focado na gestão de marcas, desenvolvimento de produtos e
canais de distribuição e valorização das pessoas. Este é o propósito da Cia. Hering. Com mais
de 5 bilhões de camisetas produzidas em mais de 130 anos de história, a marca é conhecida
por mais de 90% dos brasileiros.

2.3 - CONTABILIDADE

A contabilidade é uma ferramenta que tem a finalidade de fornecer informações úteis


para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela registra todas as movimentações que
possam ocorrer no patrimônio de uma empresa, em seguida, resume os dados registrados em
forma de relatórios, que auxiliam os gestores a conhecer a situação da empresa e
posteriormente tomar as melhores decisões.
Crepaldi (2003, p. 20) comenta a respeito da finalidade, onde “a contabilidade,
também fornece informações sobre condições de expandir-se, sobre necessidades de reduzir
custos ou despesas, necessidades de buscar recursos etc.”. Resumindo, o autor nos apresenta
mais uma finalidade da contabilidade, que é o planejamento.
Segundo Basso (2011, p. 26) “a contabilidade é uma ciência social, mais
especificamente no grupo das ciências econômicas e administrativas, que se utiliza de técnicas
específicas para se tornar útil à sociedade e cumprir com as finalidade para que foi
concebida”. A contabilidade tem como finalidade básica gerar informações de ordem física,
econômica e financeira sobre o patrimônio, com foco no controle e planejamento. Seu campo
de aplicação é o das entidades econômico administrativas, podendo ser de fins lucrativos ou
13

não, tendo como principais objetivos: controlar, apurar, evidenciar, atentar e fornecer
informações que envolvam os elementos patrimoniais e suas variações (IUDÍCIBUS, 2010).

Tendo como objeto o patrimônio, pode-se afirmar que o campo da contabilidade é o


mais amplo possível, pois onde existir um patrimônio definido e perfeitamente
delimitado, pode também estar aí se definindo um campo de aplicação da
contabilidade: micros, pequenas, médias e grandes empresas públicas e privadas,
entidades sem fins lucrativos de natureza social, cultural, recreativa, desportiva
associações e outras, propriedades rurais e pessoas físicas em geral, representam o
amplo campo de aplicação da contabilidade. (BASSO, 2011, p. 31).

Basso (2011, p. 31) define os principais campos de aplicação da Contabilidade, assim


classificado: Contabilidade Comercial; Contabilidade Industrial; Contabilidade Pública;
Contabilidade Bancária; Contabilidade Rural (Agrícola ou Agropecuária); Contabilidade de
Cooperativas; Contabilidade de Seguradoras; Contabilidade de Fundações; Contabilidade de
Construtoras; Contabilidade Hospitalar e Contabilidade de Condomínios, entre outros. A
contabilidade é, com toda certeza, uma ferramenta indispensável para informações, auxiliando
os gestores na tomada de decisões. Ela deixou de ser vista como uma obrigação, onde a maior
parte dos empresários via o contador como o “cobrador de impostos”, e com todos os avanços
tecnológicos se tornou ágil e eficaz, passando informações verdadeiras e no momento certo, o
que pode determinar o sucesso do empreendimento. Johann (2003, p. 81), define a
contabilidade da seguinte forma:

Por ser uma ciência social, e pela responsabilidade por processar informações, é sem
dúvida uma das áreas do conhecimento humano com maior potencial de
contribuição ao crescimento dos indivíduos e organizações, que estão imersos em
um mar de alternativas e ao mesmo tempo de muitas dúvidas. (Johann, 2003, p. 81).

Os objetivos, para Basso (2011, p. 29) “revelam a noção da Contabilidade, entendida


como centro de controle do patrimônio da entidade, para onde devem ser canalizados todos os
documentos comprobatórios de atos e fatos que tenham provocado variações nos seus
elementos.” Esta informação tem finalidade de identificar, analisar e avaliar do ponto de vista
da legitimidade e legalidade do ato processando-os contabilmente, para gerar informações da
nova posição e resultados do patrimônio. Para Crepaldi (2003, p. 16) “contabilidade pode ser
definida de diversas formas. Numa visão geral, contabilidade é uma ciência, uma disciplina,
um ramo de conhecimento humano, uma profissão que tem por objeto o estudo dos
fenômenos patrimoniais”.
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A contabilidade surgiu da necessidade de controlar o patrimônio. É fato que existem


pessoas, entidades e empresas que realizam muitas transações, decorrendo, daí,
maior complexidade de controle. Seria impossível controlar um patrimônio, que é o
conjunto de bens, direitos e obrigações, sem que houvesse registros organizados
sobre todas as mutações ocorridas. (CREPALDI, 2003, p. 19).

Segundo Brizolla (2008, p. 14) “a contabilidade é uma atividade fundamental na vida


econômica. Mesmo nas economias mais simples ela é necessária para organizar a
documentação dos ativos, das dívidas e das negociações com terceiros”.

2.3.1 - Contabilidade Gerencial

A Contabilidade Gerencial, ou Contabilidade de Gestão é uma ferramenta


indispensável para a gestão dos negócios de uma empresa. De longa data, os contadores e
administradores se convenceram que a amplitude das informações contábeis vai além do
simples cálculo de impostos e o atendimento a legislação comercial, previdenciária e fiscal.
Segundo Padoveze (2010, p. 33), Contabilidade Gerencial é:

O processo de identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação,


interpretação e comunicação de informações financeiras utilizadas pela
administração para planejamento, avaliação e controle dentro de uma organização e
para assegurar e contabilizar o uso apropriado de seus recursos. (Padoveze, 2010, p.
33)

Além disso, o custo de manter a contabilidade completa (livros diário, razão,


inventário, conciliações, etc.) não é justificável para atender somente o fisco. Informações
relevantes pedem estar sendo desperdiçadas quando contabilidade é encarada como um mero
cumprimento da burocracia governamental. Os gestores das empresas precisam aproveitar as
informações geradas pela escrituração contábil, pois este será um fator de competitividade
com seus concorrentes. A gestão das entidades é um processo complexo, inesgotável, mas
pode ser facilitada quando se tem uma adequada contabilidade.

2.3.2 - Análise da Viabilidade

A análise da viabilidade indica as condições para que os objetivos que a administração


da empresa propõe alcançar dependam mais de suas ações do que da sorte, para isto, deve ser
feito antes de iniciar uma atividade. Segundo Souza (2003, p. 54) “O processo de análise de
projetos de investimento de capital ocorre individualmente com o objetivo de tomada de
decisão e classificação dos projetos sob o aspecto ‘aceitar/rejeitar’”. Segundo Casarotto Filho
15

e Kopittke (1996, p. 104) “Somente um estudo econômico pode confirmar a viabilidade de


projetos tecnicamente corretos.”

Num primeiro momento, são considerados os aspectos econômicos do investimento.


Pergunta-se se o investimento é rentável. Aplicando corretamente os critérios
econômicos sabe-se quais os investimentos que rendem mais, ou seja, como aplicar
o dinheiro de maneira a obter o maior retorno (CASAROTTO FILHO E
KOPITTKE, 1996, p. 104).

Para este autor, não basta conhecer a rentabilidade dos investimentos. Os


investimentos mais rentáveis deverão ser analisados de acordo com critérios financeiros os
quais mostrarão os seus efeitos na situação financeira da empresa e ainda por critérios
imponderáveis, ou seja, não conversíveis em dinheiro ou não quantificáveis.
Para Kassai et al (2000, p. 34) “A análise do retorno de investimento ocorre,
inicialmente, na análise de viabilidade econômica de determinado projeto e, posteriormente,
por meio dos relatórios contábeis.”
Para este autor, as técnicas de análise de viabilidade econômica de projetos utilizam-se
de instrumentos e conceitos oriundos especificamente da matemática financeira, os quais
permitem analisar um projeto mesmo antes de sua implementação. Ainda destaca a
dificuldade de estabelecer comparações dos índices obtidos na análise matemática do projeto
com os relatórios contábeis devido a incompatibilidade dos critérios utilizados, entretanto,
lembrando que há prós e contras em cada uma das áreas e que ambas contribuem propondo
medidas que possibilitam a análise de investimentos antes, durante e depois.

2.4 - METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE VIABILIDADE

De acordo com Souza (2003, p. 67) “Para o cálculo da viabilidade de um projeto de


investimento de capital utiliza-se técnica baseada nos métodos de análise existentes. Por
exemplo, o período de payback, o Valor Presente Líquido (VPL), a Taxa Interna de Retorno
(TIR), o Índice de Lucratividade (IL) etc.”

2.4.1 - Demonstração do Resultado do Exercício - DRE

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), foi instituída pelo artigo 187 da


Lei N° 6.404 de 15 de Dezembro de 1976, é uma demonstração contábil elaborada para
evidenciar a formação do lucro ou do prejuízo do exercício de uma entidade, mediante a
confrontação entre as receitas realizadas e as despesas incorridas neste período de tempo.
16

Segundo Hoji (2010, p. 249), a DRE “é uma demonstração contábil que apresenta o
fluxo de receitas e despesas, que resulta em aumento ou redução do patrimônio líquido entre
duas datas”.
Para complementar a ideia, Basso (2011, p. 191), diz que:

A Demonstração do Resultado do Exercício procura evidenciar a formação do


resultado do período, ou seja, o lucro ou prejuízo, iniciando pela formação da
receita, passando pela dedução dos custos e despesas, até chegar ao resultado e sua
distribuição. (Basso, 2011, p. 191)

A NBC TG 26, diz que a DRE deve, no mínimo apresentar as seguintes rubricas em
sua estrutura, obedecendo sempre as determinações legais:

a) receitas;
b) custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos;
c) lucro bruto;
d) despesas com vendas gerais, administrativas e outras despesas e receitas
operacionais;
e) parcela dos resultados de empresas investidas reconhecida por meio do método de
equivalência patrimonial;
f) resultado antes das receitas e despesas financeiras;
g) despesas e receitas financeiras;
h) resultado antes dos tributos sobre o lucro;
i) despesa com tributos sobre o lucro;
j) resultado líquido das operações continuadas;
k) valor liquido dos seguintes itens:
I) resultado liquido após tributos das operações descontinuadas;
II) resultado após os tributos decorrente da mensuração do valor justo menos
despesas de venda, ou de baixa dos ativos ou do grupo de ativos à disposição para
venda que constitui a unidade operacional descontinuada;
l) resultado líquido do período.

Para uma organização, a DRE é uma demonstração importante, pois traz informações
capazes de demonstrar o desempenho da entidade em um determinado período. Ela é uma
demonstração contábil obrigatória, e no Brasil é elaborada de acordo com o regime de
competência.

2.4.2 - Fluxo de caixa

O Fluxo de Caixa (FC), é um instrumento que possibilita o planejamento e o controle


dos recursos financeiros de uma empresa, por isso, é indispensável em todo o processo de
tomada de decisões financeiras.
Conforme Padoveze (2010, p. 83), “o fluxo de caixa é elaborado a partir da consulta e
reacumulação de dados das contas representativas das disponibilidades, bancos e aplicações
financeiras”.
17

Ainda conforme Padoveze (2010, p. 84):

Basicamente, o relatório de fluxo de caixa deve ser segmentado em três grandes


áreas:
I - Atividades Operacionais
II - Atividades de Investimentos
III - Atividades de Financiamento.

As Atividades Operacionais são explicadas pelas receitas e gastos decorrentes da


industrialização, comercialização ou prestação de serviços da empresa. Estas atividades têm
ligação com o capital circulante líquido da empresa.
As Atividades de Investimento são os gastos efetuados no Realizável a Longo Prazo,
em Investimentos, no Imobilizado ou no Intangível, bem como as entradas por venda dos
ativos registrados nos referidos subgrupos de contas.
As Atividades de Financiamento são os recursos obtidos do Passivo Não Circulante e
do Patrimônio Líquido. Devem ser incluídos aqui os empréstimos e financiamentos de curto
prazo. As saídas correspondem à amortização destas dívidas e os valores pagos aos acionistas
a título de dividendos, distribuição de lucros.
Segundo Frezatti (2007, p. 35), o Fluxo de Caixa de uma organização deve conter
detalhamentos que permitam a adequada análise das informações contidas.
Portanto, o ‘FC’ é um instrumento gerencial que controla e informa todas as
movimentações financeiras (entradas e saídas) de um determinado período, podendo este ser
diário, semanal, mensal ou anual. Estes dados são obtidos através do relatório de contas a
pagar, contas a receber, das despesas e dos demais elementos que apresentem movimentações
de recursos financeiros da entidade.

2.4.3 – Taxa Interna de Retorno – TIR

Segundo Souza (2003, p.75) a Taxa Interna de Retorno (TIR) “representa a taxa que
torna o valor presente das entradas de caixa associadas ao projeto igual ao investimento
inicial”. Em outras palavras, utiliza o valor presente para calcular a taxa de retorno dos fluxos
de caixa líquidos previstos (WARREN; REEVE; FESS, 2001, p.358).

A TIR é uma taxa de juros implícita numa série de pagamentos (saídas) e


recebimentos (entradas), que tem a função de descontar um valor futuro ou aplicar o
fator de juros sobre um valor presente, conforme o caso, para trazer ou levar cada
valor do fluxo de caixa para uma data focal (HOJI, 2010, p.77).
18

Também conhecida como taxa de desconto do fluxo de caixa, Hoji (2010, p.78)
explica que “o conceito de TIR é utilizado para calcular a taxa i quando existe mais de um
pagamento e mais de um recebimento ou quando as parcelas de pagamento ou recebimento
não são uniformes”. Se a TIR for maior que a taxa mínima de atratividade, o investimento é
considerado economicamente atraente (HOJI, 2010, p.171). Porém, caso a TIR seja menor
que a TMA exigida, o investimento não será atraente e, consequentemente, o projeto será
rejeitado (SOUZA, 2003, p.76).
Como ponto forte pode-se citar que a TIR possui informações acerca da margem de
segurança do projeto. Porém não leva em conta o tamanho do projeto, tornando este item
como ponto fraco deste método (SOUZA, 2003, p.76).
A TIR é considerada uma técnica sofisticada empregada para avaliar a viabilidade dos
investimentos. É a taxa de retorno que a empresa terá anualmente, caso receba as entradas
conforme o previsto.

2.4.4 - Taxa Mínima de Atratividade - TMA

A Taxa Mínima de Atratividade (TMA) é definida por Kassai et al (2000, p.58) como
“a taxa mínima a ser alcançada em determinado projeto; caso contrário, o mesmo deve ser
rejeitado”. A TMA é utilizada para descontar os fluxos de caixa quando o método do VPL é
empregado, servindo, ainda, como critério de comparação para a TIR (KASSAI et al, 2000).
É definida por Souza (2003, p.75) como “taxa de retorno considerada satisfatória pelos
tomadores de decisão”. Pilão; Hummel (2003, p.89) complementam que a TMA “representa o
mínimo que um investidor se propõe a ganhar quando faz um investimento [...]”. Esta taxa é
formada pelo custo de oportunidade, o risco do negócio e a liquidez do negócio (PILÃO;
HUMMEL, 2003). A TMA é definida de acordo com as políticas da empresa, não existindo
uma fórmula de cálculo para a mesma.

2.4.5 - Período de Payback

Conforme Souza (2003, p.74) “o período de payback é um indicador que mostra o


prazo de retorno do investimento total de recursos financeiros aplicados no empreendimento”.
Gitman (2010, p.366) complementa que “o período de payback é o tempo necessário para que
a empresa recupere o investimento inicial em um projeto, calculado a partir das entradas de
caixa”.
19

Segundo Warren; Reeve; Fess (2001, p.353) “o tempo necessário para o fluxo de caixa
líquido igualar o dispêndio inicial em ativo fixo é o período de retorno de caixa do
investimento ou período de payback”. Caso o período de payback for menor do que o período
máximo aceitável, o projeto deve ser aceito. Porém, se for maior que o aceitável, o projeto
deve ser rejeitado. Este período máximo aceitável é definido pelos gestores da empresa
(GITMAN, 2010, p.366).
O período de payback é dividido em simples e descontado. Segundo Brizolla (2015,
p.30) “se o método não leva em consideração o custo de capital da empresa, estaremos
aplicando o método do payback simples, denominado de PBS, que mede o prazo de
recuperação do capital investido”.
Ao PBS foi adicionado o custo de capital da empresa, para contornar a deficiência de
não considerar o valor do dinheiro no tempo, definindo este novo método como payback
descontado (PBS), que mede o valor do prazo de recuperação do capital investido
(BRIZOLLA, 2015).
Saber qual será o tempo de retorno do investimento representa um elemento
complementar no processo de tomada de decisão. O método do payback fornece aos gestores
da empresa uma ideia de liquidez e risco do projeto, sendo que o PBS mostra o tempo em que
o investimento terá retorno e o PBD o equivalente financeiramente deste prazo.

2.4.6 – Valor Presente Líquido – VPL

Segundo Hoji (2010, p.82), “o Valor Presente Líquido (VPL) é a soma das entradas e
saídas de um fluxo de caixa na data inicial”. Se o VPL for positivo, o investimento é
considerado economicamente atraente (HOJI, 2010). Neste sentido, Silva (2008a, p.204)
afirma que “se o valor dos fluxos futuros for igual ou superior ao valor atual a ser investido, o
investimento deve ser realizado [...]”.
Silva (2008a, p.204) conceitua VPL como “técnica que permite analisar o resultado
líquido do investimento, trazendo todos os fluxos de caixa para o valor presente, considerando
determinada taxa de desconto”. Qualquer investimento possui riscos, sendo que quanto mais
tempo se leva para alcançar retorno do investimento, maior será o risco (SILVA, 2008a).
Conforme Souza (2003, p.74) “o VPL corresponde à diferença entre o valor presente das
entradas líquidas de caixa associadas ao projeto e o investimento inicial necessário”.

Consiste em determinar o valor no instante inicial, descontando o fluxo de caixa


líquido de cada período futuro (fluxo de caixa líquido periódico) gerando durante a
20

vida útil do investimento, com a taxa mínima de atratividade, e adicionando o


somatório dos valores descontados ao fluxo de caixa líquido do instante inicial
(HOJI, 2010, p.170).

O VPL é considerado uma das ferramentas mais sofisticadas utilizadas para avaliação
de investimentos, pois contempla a riqueza em valores monetários do investimento. É
mensurado através da diferença entre o valor presente das entradas e saídas de caixa,
utilizando uma determinada taxa de desconto (KASSAI et al., 2000). É um dos indicadores
mais utilizados nas análises de viabilidade, devido a sua fácil implementação e
acompanhamento.

2.4.7 - Indicadores de Resultado

Os indicadores de resultado indicam a posição atual da empresa, evidenciando o


desempenho de suas atividades através da síntese dos resultados obtidos no período. Neste
item apresenta-se os índices de lucratividade e de rentabilidade.

2.4.7.1 - Índice de Lucratividade

Conforme Souza (2003, p.75) o índice de lucratividade “representa a relação entre o


valor presente das entradas líquidas de caixa do projeto e o investimento inicial, utilizando
[...] uma taxa mínima de atratividade”. Desta forma, o projeto de investimento será lucrativo
quando o valor presente das entradas líquidas de caixa forem superiores ao investimento
inicial (SOUZA, 2003). Porém, em outros entendimentos, basta que o investimento apresente
índice de lucratividade maior ou igual a 1,00 (KASSAI et al., 2000).
Kassai et al (2000, p.78) afirma que o índice de lucratividade “é medido por meio da
relação entre o valor presente dos fluxos de caixa positivos (entradas) e o valor presente dos
fluxos de caixa negativos (saídas), usando-se como taxa de desconto a taxa de atratividade do
projeto (TMA)”. O índice de lucratividade compara os estágios do lucro com a receita
operacional líquida, tornando-se essencial para fins de análise de viabilidade.

2.4.7.2 - Índice de Rentabilidade

Conforme Silva (2008a, p.126) “a rentabilidade relaciona o lucro alcançado com o


investimento realizado ou existente, sua finalidade verificar se o retorno real estava de acordo
com o retorno programado, sendo sempre uma medida percentual (relativa). A taxa de
21

rentabilidade (TR%) de um investimento reflete o retorno deste investimento em termos


relativos, ou seja, em porcentagem. Será atraente todo o investimento que apresentar TR
maior ou igual a zero (KASSAI et al., 2000).
Silva (2008a, p.195) afirma que “esse tipo de análise é importante, porque não vincula
o investimento realizado (o ativo) ao financiamento (passivo) levantado para financiar este
investimento”. Assim, é possível realizar uma análise comparativa no decorrer do tempo com
relação às outras empresas, à própria empresa e outros ativos ou investimentos financeiros
(SILVA, 2008a).
O índice de rentabilidade indica qual o percentual de retorno o investimento foi capaz
de gerar, ou seja, o grau de remuneração de um negócio. Evidencia o sucesso ou insucesso do
empreendimento.

2.4.7.3 - Retorno do Investimento

Silva (2008a, p.210) apresenta a taxa de retorno contábil, a qual “compara os


investimentos, considerando a razão entre o lucro líquido, a depreciação e o valor do
investimento inicial”.
Também pode-se utilizar a técnica do tempo de retorno, utilizando o total dos
investimentos (que representa 100%) dividido pelo % de lucro do período (TR=100/%LL), ou
ainda, pode-se dividir o total dos investimentos pelo lucro líquido do período em moeda
(TR=IT/LL), mostrando ao empreendedor em quanto tempo ele terá retorno sobre o que
investiu (BRIZOLLA, 2008). Analisar o retorno dos investimentos está ligado ao sucesso ou
não dos mesmos, sendo possível identificar se o investimento é bom ou ruim
22

3 - METODOLOGIA DO ESTUDO

Metodologia é a parte do trabalho que está voltada para a classificação da pesquisa, sua
natureza e seus objetivos, onde estão expostas as etapas necessárias para a elaboração da
pesquisa.
Sob o ponto de vista de sua natureza, a pesquisa pode ser classificada como aplicada,
pois o estudo pode gerar conhecimentos por meio de sua aplicação prática, tendo em vista que
está voltada para a solução de uma análise específica, e conforme Marion, Dias e Marion
(2010, p. 57):

A pesquisa aplicada é aquela motivada fundamentalmente pela necessidade de


resolver problemas concretos, mais ou menos imediatos. Tem finalidade prática. É
muito utilizada na área da administração para resolver um problema de gestão. As
conclusões desse tipo de estudo devem resolver diretamente as necessidades do
gestor. (Marion, Dias e Marion, 2010, p. 57).

Desta forma, ao analisar e sugerir alternativas que fundamentaram um novo


investimento na arquitetura da loja, o caráter aplicado deste estudo fica evidenciado.
Considerando o objetivo geral do estudo, esta pesquisa classifica-se como descritiva,
pois teve por base a coleta de dados e documentos para retratar uma determinada situação e
também projetar um quadro futuro. Segundo Andrade (apud BEUREN, 2010, p. 81):

A pesquisa descritiva preocupa-se em observar os fatos, registrá-los, analisá-los,


classificá-los e interpretá-los, e o pesquisador não interfere neles. Assim, os
fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não são manipulados pelo
pesquisador. (BEUREN, 2010, p. 81).

Portanto, a pesquisa em estudo utilizou a Pesquisa Descritiva, a qual foi aplicada na


busca de atingir os objetivos estabelecidos e serviu de instrumento para encontrar resposta
para a questão problema do trabalho.
Quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa pode ser classificada em bibliográfica,
documental e estudo de caso. A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, busca
informações a respeito do tema em estudo através de materiais já publicados anteriormente,
tendo como finalidade colocar o pesquisador em contato direto com tais documentos
(MARCONI; LAKATOS 2010, p.166). Para Gil (2010, p.50), “a pesquisa bibliográfica é
desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos
científicos”.
23

Segundo Marconi; Lakatos (2010, p.157) a pesquisa documental caracteriza-se pela


fonte de coleta de dados, chamada primária, restrita a documentos sejam eles escritos ou não.
Para Gil (2010, p.51), este tipo de pesquisa possui larga semelhança com a pesquisa
bibliográfica, sendo que a diferença está na natureza das fontes.

Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos


diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de
materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser
reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa (GIL, 2010, p.51).

Diante do exposto, o presente estudo caracteriza-se como pesquisa bibliográfica, em


virtude da revisão teórica realizada, tendo o autor contato diretamente com livros e artigos
científicos que retratam os temas em estudo (fontes secundárias); pesquisa documental, pois
levantou dados a partir de documentos disponibilizados pelas demais lojas que estão em
funcionamento na rede das franquias; e estudo de caso, em virtude do estudo aprofundado
para a estruturação e análise de viabilidade de um novo empreendimento, efetuada a partir de
uma proposta de um novo negócio que se deseja identificar a viabilidade econômica e
financeira.
As tipologias de pesquisa quanto a abordagem do problema podem ser qualitativas ou
quantitativas. O estudo realizado utilizou a pesquisa qualitativa, pois não foram usados dados
estatísticos na análise do problema.

Na contabilidade, é bastante comum o uso da abordagem qualitativa como tipologia


de pesquisa. Cabe lembrar que, apesar de a contabilidade lidar intensamente com
números, ela é uma ciência social, e não uma ciência exata como alguns poderiam
pensar, o que justifica a relevância do uso da abordagem qualitativa (RAUPP E
BEUREN, 2004, p. 92).

A abordagem qualitativa destaca características que não são observadas na pesquisa


quantitativa, é uma análise mais profunda e mais adequada para conhecer a natureza de um
fenômeno social.
Essa tipologia de pesquisa é fundamental e predominante no aprofundamento de
questões ligadas ao desenvolvimento da contabilidade tanto no âmbito teórico como no
prático com um enfoque diferente sem numerar ou medir unidades ou categorias homogêneas.

3.1 - UNIVERSO E AMOSTRA

Para Oliveira (2003, p. 82) “o desenvolvimento de uma pesquisa compreende a coleta


de dados e de informações, os quais devem ser analisados e interpretados para a correta
24

utilização”. Com base na escolha do tipo de empreendimento pode-se viabilizar a obtenção de


dados necessários para o estudo objetivado.

Após a escolha do assunto, nem sempre há condições de pesquisar o universo, pois o


processo de busca de informações sobre uma ou várias características de um
universo é, numerosas vezes, de grandes proporções. Isso torna praticamente
impossível a investigação do todo, em virtude do grande volume de recursos
necessários para o levantamento de dados desse tipo. Consequentemente, estuda-se
uma parte desse grupo. (OLIVEIRA, 2003, p. 82).

A empresa em estudo situa-se na cidade de Cuiabá-MT, localizada num Shopping, é


classificada em pequeno porte, optante do simples nacional, no ramo de comércio de
confecções, a qual conta com um sócio investidor.

3.2 - COLETA DE DADOS

O objetivo da coleta de dados é entender como ocorre o processo para que a partir dos
dados se possa desenvolver o trabalho. Partindo da observação surge a formulação da questão
de estudo, construção de hipóteses, coleta, análise e interpretação dos dados.
A coleta de dados foi efetuada durante o ano de 2017, com a presença do sócio e da
gerente do estabelecimento, coletando diversas informações atualizadas a respeito de valores
de vendas, compras, despesas, salários, etc.

3.2.1 - Instrumento de Coleta de Dados

Para este estudo foi utilizado o levantamento documental. Sendo uma técnica decisiva
para a pesquisa em ciências sociais e humanas, a análise documental é indispensável porque a
maior parte das fontes escritas são quase sempre a base do trabalho de investigação; é aquela
realizada a partir de documentos, contemporâneos ou retrospectivos, considerados
cientificamente autênticos como no caso os dados das receitas e despesas utilizados no
processo da reforma arquitetônica do estabelecimento.
Segundo Beuren (2010, p. 128), “os instrumentos de pesquisa são entendidos como
preceitos e ou processos que o cientista deve utilizar para direcionar, de forma lógica e
sistemática, o processo de análise e interpretação dos dados”.
A análise documental constitui uma técnica importante na pesquisa qualitativa, seja
complementando informações obtidas por outras técnicas, seja desvelando aspectos novos de
um tema ou problema.
25

3.3 - ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Depois de compilados os dados e obtidos os resultados, o próximo passo é analisar e


interpretar os dados.
Para Oliveira (2003, p. 76) “análise é a tentativa de evidenciar as relações existentes
entre o fenômeno estudado e outros fatores. A elaboração da análise é realizada em três
níveis: interpretação, explicação e especificação”. O autor conceitua cada um dos níveis, onde
a interpretação é a verificação das relações entre as variáveis independente e dependente e da
variável interveniente a fim de ampliar os conhecimentos; a explicação é o entendimento da
relação entre a variável dependente e a variável ascendente e a especificação qualifica as
relações estabelecendo até que ponto as relações entre as variáveis são válidas.
Os dados coletados foram analisados e interpretados por meio de gráficos, tabelas,
planilhas eletrônicas, onde se possa analisar a viabilidade econômica e financeira do comércio
de confecções junto ao investimento de uma reforma arquitetônica do local.
26

4 – ANÁLISES DOS RESULTADOS

O objetivo deste capítulo é apresentar a parte prática do Trabalho de Conclusão de Curso,


a qual abrange os dados e as informações coletadas, visando atingir os objetivos propostos
neste trabalho.
Primeiramente foram apresentados os investimentos necessários para estruturar o
empreendimento, bem como as receitas, custos e despesas estimados para os períodos, que no
caso deste trabalho inicia-se em 2017 e termina em 2021. A partir disto foram demonstrados
os cálculos acerca da viabilidade econômica e financeira do empreendimento, através da
DRE, fluxo de caixa, IR, IL, TIR, VPL, TMA, PBS e PBD.

4.1 - INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS

O estabelecimento em questão, conta uma área de vendas de 98m², com mais 20 m² de


estoque, totalizando 118m² de área total da loja. Para reformar a estrutura de um
empreendimento é necessário um investimento ‘inicial’, o qual abrange os equipamentos,
móveis, iluminação, utensílios e demais objetos necessários para o funcionamento da empresa
(investimentos fixos). Além dos bens físicos, são necessários investimentos em propaganda,
coquetel de inauguração, assim como os investimentos de funcionamento da atividade
(investimentos em capital de giro), conforme demonstrado no quadro 01.

Quadro 01 – Investimentos iniciais


Descrição R$ %
Taxa de franquia 50.000,00 18,25
Móveis 119.476,10 43,60
Montagem dos móveis 34.051,00 12,43
ICMS móveis 8.466,38 3,09
Manequins 12.716,07 4,63
Frete manequins 437,33 0,15
ICMS manequins 1.284,94 0,47
Iluminação 6.754,97 2,47
ICMS lâmpadas 345,28 0,13
Eletricista 2.000,00 0,73
Luminosos (fachada) 5.890,00 2,14
Cabides 4.502,31 1,65
Frete cabides 290,32 0,11
Espelhos 1.200,00 0,44
Manutenção ar condic. 1.310,70 0,48
Pintor 1.500,00 0,55
Adesivos 330,55 0,13
Diversos 1.000,00 0,36
Buffet Inauguração 2.000,00 0,72
Fotógrafo Inauguração 500,00 0,18
Capital de giro 20.000,00 7,29
TOTAL 274.055,67 100
27

Os valores mais expressivos referem-se a compra dos móveis, correspondendo a


43,60% do total do investimento, seguindo da taxa de franquia, o qual corresponde a um total
de 18,25%, melhor representado no gráfico a seguir.

Gráfico 01 – Investimentos Iniciais

0,48% 0,13% 0,36% 0,18%


Vendas
0,11%
0,44% 0,55% 0,72%
1,65% 7,29%
Taxa de Franquia
2,14% 18,25%
0,13%
Taxa de Móveis
0,73%
2,47% franquia
Montagem móveis
0,47%
ICMS móveis
0,15%
Manequins
4,63%
Frete manequins
3,09% ICMS manequins
Iluminação
12,43% 43,60%
Montag. móveis Móveis ICMS lâmpadas
Eletricista

Este investimento pode ser constituído de recursos próprios e/ou recursos de terceiros.
Ao efetuar a estimativa do montante do investimento necessário considerou-se a taxa da
franquia, a qual deve ser paga ao franqueador no momento da assinatura do novo contrato,
confirmando a permanência do franqueado nos negócios da franquia.
Ainda, considerou-se a adequação do ponto comercial e nova fachada, bem como a
compra de móveis, utensílios, equipamentos e outros materiais de acordo com o layout da
empresa. Considerou-se ainda o marketing de inauguração e necessidade de capital de giro. A
necessidade de capital de giro foi estimada levando em consideração um mês de despesas
operacionais da empresa. O valor total do investimento inicial para o empreendimento
analisado é de R$ 274.055,67, sendo que 100% deste valor é proveniente de recursos próprios
(sócios).
28

4.2 - RECEITAS, CUSTOS E DESPESAS

O objetivo de toda organização geralmente é crescer seu patrimônio e gerar lucro.


Assim, para realizar suas atividades, ela terá despesas e custos, com objetivo de tornar os
resultados obtidos em receitas.
Horngren (2000, p. 381) define “receitas são, em geral, acréscimos brutos gerados pela
entrega de produtos ou pela prestação de serviços”. Para tanto, os próximos tópicos irão
discorrer sobre os custos dos produtos que serão vendidos pelo empreendimento, às despesas
e as receitas que o mesmo irá gerar.

4.2.1 - Receitas

As receitas referem-se à venda de roupas masculinas e femininas em geral (camisetas,


blusas, bermudas, calças, vestidos, shorts, etc), acessórios e roupas intimas (pijamas,
calcinhas e cuecas). Foram estimadas mediante referência das receitas dos anos anteriores,
pesquisa de mercado, levando em consideração a cultura do local em que está instalado o
empreendimento, bem como as vendas dos produtos nas demais franquias existentes da
marca.
Segundo dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) calculado
pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a inflação de 2016 fechou em
6,29%, enquanto em 2017 a taxa de inflação foi de 2.95%, portanto, foi utilizado um
percentual de 5% de crescimento entre os anos, um percentual realista de acordo com o
previsto para este ramo de atividade. O quadro a seguir apresenta as receitas estimadas para os
cinco anos subsequentes a reforma da empresa.

Quadro 02 - Receitas

Descrição Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 %

Acessórios 45.817,40 48.108,27 50.513,68 53.039,36 55.691,33 2%

Roupa 57.271,75 60.135,33 63.142,10 66.299,20 69.614,17 2,5%


intimas

Roupas 1.042.346,00 1.094.463,30 1.149.186,46 1.206.645,78 1.266.978,07 45,5%


masculinas

Roupas 1.145.435,16 1.202.706,91 1.262.842,26 1.325.984,37 1.392.283,59 50%


femininas

TOTAL 2.290.870,33 2.405.413,84 2.525.684,53 2.651.968,75 2.784.567,19 100%


29

Gráfico 02 - Receitas

Vendas
2% 2,50%

Acessórios

Roupas Intimas

50%
45,50% Roupas Masculinas

Roupas Femininas

4.2.2 - Despesas

Esta etapa demonstra a formação dos custos e despesas do investimento projetadas


para os próximos cinco anos.

4.2.2.1 – Custo das Mercadorias Vendidas - CMV

Os custos dos produtos vendidos, referem-se as aquisições de mercadorias para


revenda, bem como aos impostos recuperáveis, fretes e seguros, estes variam conforme as
vendas realizadas no mês. Sendo assim, o quadro a seguir demonstra as projeções de vendas
para cinco anos. O custo da mercadoria vendida (CMV) foi estimado com base em um
percentual sobre a receita de cada produto, de acordo com as informações fornecidas pela
franquia. No custo das mercadorias vendidas estima-se a mesma taxa de crescimento de 5%,
seguindo a taxa utilizada na projeção do aumento da receita, conforme mostra o quadro a
seguir:
30

Quadro 03 - CMV
CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS NO ANO

Descrição Ano 1 (R$) Ano 2 (R$) Ano 3 (R$) Ano 4 (R$) Ano 5 (R$)

Acessórios 21.992,35 23.091,96 24.246,56 25.458,89 26.731,83

Roupas Intimas 27.490,44 28.864,96 30.308,21 31.823,62 33.414,80

Roupas Masc. 500.326,07 525.342,37 551.609,49 579.189,96 608.149,46

Roupas Fem. 549.808,87 577.299,31 606.164,27 636.472,49 668.296,11

Total 1.099.617,75 1.154.598,63 1.212.328,57 1.272.944,99 1.336.592,24

4.2.2.2 – Despesas Operacionais

As despesas operacionais representam o consumo de bens ou serviços no processo de


obtenção de receita, ou seja, são despesas aquelas pagas ou incorridas para vender serviços e
administrar a empresa, como exemplo de despesas fixas temos: depreciação, pró-labore,
salários e encargos, energia elétrica, telefone, internet, entre outros.

4.2.2.2.1 - Depreciação

A depreciação foi calculada com base no valor projetado das máquinas e


equipamentos e dos móveis e utensílios.
A depreciação anual dos móveis e utensílios somou R$ 14.468,26 (Quatorze mil,
quatrocentos e sessenta e oito reais e vinte e seis centavos), das máquinas e equipamentos
somou R$ 5.330,00 (cinco mil, trezentos e trinta reais), totalizando uma depreciação anual de
R$ 19.798,26 (Dezenove mil, setecentos e noventa e oito reais e vinte e seis centavos),
conforme quadro demonstrativo a seguir:
31

Quadro 04 - Depreciação
ESTIMATIVA DE DESPESA COM DEPRECIAÇÃO

Descrição Valor Taxa de depreciação Depreciação anual


Móveis e utensílios 144.682,63 10% 14.468,26
Computador 2.500,00 20% 500,00
Impressora 1.200,00 20% 240,00
Ar Condicionado 9.500,00 10% 950,00
TV 2.000,00 20% 400,00
Câmeras 7.000,00 20% 1.400,00
Som 1.200,00 20% 240,00
Iluminação 8.000,00 20% 1.600,00
Total de despesa de depreciação 19.798,26

4.2.2.2.2 - Despesas Variáveis

As despesas variáveis do negócio correspondem aos royalties, fundo de propaganda e


imposto denominado Simples Nacional.
Royaltie é o valor pago mensalmente ao franqueador pelo uso da marca, com base na
receita bruta do período. O percentual é definido pelo franqueador.
O fundo de propaganda é um valor estabelecido neste caso pelo shopping em questão,
destinado às campanhas publicitárias, investido em ações que busquem promover a praça
(shopping) como um todo, como anúncios em rádios, TV, jornais, revistas e mídias diversas,
este valor é calculado de acordo com a receita do Shopping a cada seis meses.
O Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e
Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional) é um regime tributário simplificado de
arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicáveis às Microempresas e Empresas de
Pequeno Porte (RECEITA FEDERAL DO BRASIL, 2016). Define-se o percentual deste
imposto com base na receita bruta dos últimos 12 meses, as quais são tabeladas por faixas,
conforme a atividade fim da empresa. Neste caso utiliza-se o anexo I, que são as alíquotas
referentes ao comércio. O quadro 05 apresenta as despesas variáveis estimadas para o cinco
primeiros anos de funcionamento da empresa.

Quadro 05 – Despesas Variáveis


Descrição Ano 1 (R$) Ano 2 (R$) Ano 3 (R$) Ano 4 (R$) Ano 5 (R$)
Royalties 47.665,87 50.049,16 52.551,62 55.179,20 57.938,16
Fundo de
propaganda 19.363,32 20.331,48 21.348,06 22.415,46 23.536,23
(ALTA)
Simples
172.731,62 243.668,41 258.377,52 273.683,16 287.367,33
Nacional
TOTAL 239.760,81 314.049,05 332.277,20 351.277,82 368.841,72
32

4.2.2.2.3 - Despesas Fixas

As despesas operacionais são aquelas necessárias à manutenção das atividades da


empresa. Conforme demostrado no quadro 06, os salários e encargos são as únicas despesas
que aumentam em taxa diferente do restante da projeção das despesas e receitas, pois de
acordo com os dados de anos anteriores fornecidos pelo Sindicato do Comércio de Cuiabá, o
salário comercial aumenta em média de 8% a 15% ao ano, por consequência, foi utilizada a
taxa de crescimento dos salários e encargos de 10% ao ano no presente trabalho.
Conforme a tabela 07 os valores mais expressivos referem-se a folha de pagamento,
correspondendo a uma média de 43,20% no primeiro ano e 47,81% no quinto ano, aluguel do
local, o qual corresponde uma média de 13% no mesmo período e o condomínio,
correspondendo a média de 15% nos anos estimados. O custo dos salários está demonstrado
no quadro a seguir.

Quadro 06 – Folha de Pagamento


Descrição Ano 1 (R$) Ano 2 (R$) Ano 3 (R$) Ano 4 (R$) Ano 5 (R$)
Salários +
255.183,75 280.702,12 308.772,33 339.649,57 373.614,52
encargos
INSS 27.196,88 29.916,56 32.908,22 36.199,04 39.818,95
FGTS 23.322,04 25.654,24 28.219,66 31.041,63 34.145,79
Prov. 13º 20.000,00 22.000,00 24.200,00 26.620,00 29.282,00
TOTAL 325.702,67 358.272,93 394.100,23 433.510,25 476.861,27

As despesas consideradas operacionais do empreendimento são aquelas fixas, ou seja,


aquelas que não variam em decorrência do volume de vendas, sendo elas: luz, telefone,
internet, honorários contábeis, despesas bancárias, material de escritório, material de higiene e
limpeza, retirada de pró- labore e depreciação, chegando a uma média mensal no primeiro ano
de R$ 62.826,84 e no quinto ano a média mensal fica em torno de R$ 83,10, conforme melhor
demonstra o quadro 07.

Quadro 07 – Despesas fixas


Descrição Ano 1 (R$) Ano 2 (R$) Ano 3 (R$) Ano 4 (R$) Ano 5 (R$)
Condomínio 122.491,00 128.615,55 135.046,32 141.798,64 148.888,57
Telefone –
10.781,52 11.320,59 11.886,62 12.480,95 12.105,00
Internet
Sistema (linx) 6.258,56 6.571,48 6.900,06 7.245,06 7.607,31
Energia 41.457,89 43.530,78 45.707,32 47.992,68 50.392,32
Aluguel 100.191,00 106.000,00 112.000,00 118.000,00 124.000,00
Contador 10.560,00 11.088,00 11.642,40 12.224,52 12.835,74
Embalagens 8.771,76 9.210,34 9.670,86 10.154,40 10.662,12
Listen X
695,16 729,91 766,41 804,73 844,97
(rádio)
33

Vale
16.827,20 17.668,56 18.551,98 19.479,58 20.453,56
transporte
Taxa Adm
72.143,47 75.750,64 79.538,17 83.515,08 87.690,83
cartão
ECAD 743,64 780,82 819,86 860,85 903,89
Salários 325.702,67 358.272,93 394.100,23 433.510,25 476.861,27
Pro Labore 12.000,00 13.200,00 14.520,00 15.972,00 17.569,20
Mat.
3.000,00 3.150,00 3.307,50 3.472,87 3.646,51
Escritório
Mat. Limpeza 2.500,00 2.625,00 2.756,25 2.894,06 3.038,76
Depreciação 19.798,26 19.798,26 19.798,26 19.798,26 19.798,26

TOTAL 753.922,13 808.312,86 867.012,24 930.203,93 997.298,31

4.3 - VIABILIDADES ECONÔMICAS E FINANCEIRAS

Neste tópico apresenta-se a análise econômica e financeira do empreendimento,


considerando sua atividade comércio de confecções, onde a partir do Fluxo de caixa calculou-
se a TIR (taxa interna de retorno) o VPL (valor presente liquido), payback simples e
descontado.

4.3.1 - Fluxo de Caixa

A elaboração de um fluxo de caixa tem como principal objetivo representar as


entradas e saídas monetárias referentes a um determinado período, sendo um instrumento
indispensável para a análise de desempenho financeiro do empreendimento.
Baseada na previsão da receita para os próximos 5 anos, utilizando como métrica
crescimento próximo ao da inflação, o empreendimento pretende crescer 5% ao ano, fazendo
com que assim, seja uma visão mais realista do investimento. Os dados estão representados no
quadro 08, relacionando os ingressos e os respectivos desembolsos.
O valor da depreciação não é considerado no fluxo de caixa, pois não gera
desembolsos. Os saldos do fluxo de caixa serviram de base para calcular os indicadores TIR
(Taxa Interna de Retorno) VPL (Valor Presente Líquido) e o período de payback pelo método
simples e pelo método descontado.
34

Quadro 08 – Fluxo de Caixa


Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
1–Ingressos 2.290.870,33 2.405.413,81 2.525.684,48 2.651.968,70 2.784.567,20
Receitas 2.290.870,33 2.405.413,81 2.525.684,48 2.651.968,70 2.784.567,20
2-Desembolsos (2.073.502,43) (2.257.162,28) (2.391.819,75) (2.534.628,48) (2.682.934,01)
Investimentos (274.055,67) - - - - -
CMV 1.099.617,75 1.154.598,63 1.212.328,57 1.272.944,99 1.336.592,24
CMV (1.099.617,75) (1.154.598,63) (1.212.328,57) (1.272.944,99) (1.336.592,24)
Desp. Operac. (973.884,68) (1.102.563,65) (1.179.491,18) (1.261.683,49) (1.346.341,77)
Royalties (47.665,87) (50.049,16) (52.551,62) (55.179,20) (57.938,16)
Fundo de
propaganda (19.363,32) (20.331,48) (21.348,06) (22.415,46) (23.536,23)
(ALTA)
Simples Nacional (172.731,62) (243.668,41) (258.377,52) (273.683,16) (287.367,33)
Condomínio (122.491,00) (128.615,55) (135.046,32) (141.798,64) (148.888,57)
Telefone – Internet (10.781,52) (11.320,59) (11.886,62) (12.480,95) (12.105,00)
Sistema (linx) (6.258,56) (6.571,48) (6.900,06) (7.245,06) (7.607,31)
Energia (41.457,89) (43.530,78) (45.707,32) (47.992,68) (50.392,32)
Aluguel (100.191,00) (106.000,00) (112.000,00) (118.000,00) (124.000,00)
Contador (10.560,00) (11.088,00) (11.642,40) (12.224,52) (12.835,74)
Embalagens (8.771,76) (9.210,34) (9.670,86) (10.154,40) (10.662,12)
Listen X (rádio) (695,16) (729,91) (766,41) (804,73) (844,97)
Vale transporte (16.827,20) (17.668,56) (18.551,98) (19.479,58) (20.453,56)
Taxa Adm cartão (72.143,47) (75.750,64) (79.538,17) (83.515,08) (87.690,83)
ECAD (743,64) (780,82) (819,86) (860,85) (903,89)
Salários (325.702,67) (358.272,93) (394.100,23) (433.510,25) (476.861,27)
Pro Labore (12.000,00) (13.200,00) (14.520,00) (15.972,00) (17.569,20)
Mat. Escritório (3.000,00) (3.150,00) (3.307,50) (3.472,87) (3.646,51)
Mat. Limpeza (2.500,00) (2.625,00) (2.756,25) (2.894,06) (3.038,76)
Caixa Operacional
(274.055,67) 217.367,90 148.251,53 133.864,73 117.340,22 101.633,19
do período

Saldo final do
(274.055,67) (56.687,77) 91.563,76 225.428,49 342.768,71 444.401,90
caixa

4.3.2 - Método Payback Simples

O Payback é o espaço de tempo entre o início do projeto e o momento em que o fluxo


de caixa acumulado torna-se positivo, ou seja, é o período de recuperação do investimento
inicial.
Para determinação do período de Payback Simples, foram elencados os fluxos de
caixas gerados ano a ano, o saldo inicial e final de cada período, sem considerar no cálculo o
custo do dinheiro no tempo, de modo que a recuperação do investimento de R$274.055,67,
necessário para o início das atividades da empresa ocorra já no segundo ano de atividade do
empreendimento, conforme demonstra o quadro abaixo:
35

Quadro 09 – Payback Simples


PAYBACK SIMPLES
Ano Fluxo de caixa gerado R$ Payback simples R$
0 (274.055,67)
1 217.367,90 (56.687,77)
2 148.251,53 91.563,76
3 133.864,73 225.428,49
4 117.340,22 342.768,71
5 101.633,19 444.401,90

4.3.3 - Método Payback Descontado

Ao contrário do método Payback Simples que mede o prazo necessário para a


recuperação do investimento realizado, o método Payback descontado informa quando se dará
a recuperação do capital inicial investido considerando o custo do dinheiro no tempo, ou seja,
uma Taxa Mínima de Atratividade, que neste caso é de 15% ao ano.
Com esse propósito, o método apresenta também, no primeiro ano, valor negativo, e já
no segundo ano o valor é positivo no valor de R$27.059,35 como mostra o quadro 10.

Quadro 10 – Payback Descontado


PAYBACK DESCONTADO
Ano Fluxo de caixa gerado R$ Valor presente FC R$ Payback descontado R$
0 (274.055,67)
1 217.367,90 189.015,56 (85.040,10)
2 148.251,53 112.099,45 27.059,35
3 133.864,73 88.018,23 115.077,58
4 117.340,22 67.089,65 182.167,23
5 101.633,19 50.529,65 232.696,88

Desta forma percebe-se que o empreendimento gerará rendimentos suficientes para


pagar o custo do investimento inicial, e que a recuperação ocorrerá em um período de tempo
aceitável, demonstrando a viabilidade e atratividade do negócio.

4.3.4 - Taxa Interna de Retorno - (TIR)

Para um investimento ser considerado atraente, a TIR deve ser maior do que a TMA,
que é a taxa mínima de remuneração do capital investido que o empreendedor deseja. A TMA
é definida levando-se em consideração outras oportunidades de investimento existentes no
36

mercado nas quais o empreendedor poderia investir ao invés de aplicar seu capital no
empreendimento em estudo.
Para este estudo a TMA definida é de 15% a.a., considerando o risco do investimento
e os percentuais de inflação e remuneração do investimento considerando possibilidades
existentes no mercado.
A TIR indica a rentabilidade do negócio, sendo a mais utilizada em análises de
investimentos e é calculada com base no valor total investido e nos valores de fluxo de caixa
gerados no decorrer dos períodos, conforme demonstrado no quadro 11.

Quadro 11 - TIR
TAXA INTERNA DE RETORNO
Investimento Inicial (274.055,67)
Resultado Ano 1 217.367,90
Resultado Ano 2 148.251,53
Resultado Ano 3 133.864,73
Resultado Ano 4 117.340,22
Resultado Ano 5 101.633,19
TIR 53,66%

Destaca-se que a TIR calculada com base no investimento e nos fluxos de caixa
gerados foi de 53,66% a.a., superando a TMA de 15% a.a., o que torna o empreendimento
atraente e rentável.

4.3.5 - Valor Presente Líquido - (VPL)

Com relação ao Valor presente líquido (VPL), cabe salientar que sempre que for positivo
(maior que o investimento), significa que o empreendimento terá retorno acima do custo de
oportunidade da empresa (TMA).
Consiste em converter o valor dos investimentos e do fluxo de caixa em valores
equivalentes à data atual, através da TMA. O VPL do empreendimento em estudo está
demonstrado no quadro 12.
37

Quadro 12 - VPL
VALOR PRESENTE LÍQUIDO
Ano TMA Fluxo de caixa R$ Fluxo de caixa descontado R$
0 15% (274.055,67) (274.055,67)
1 15% 217.367,90 189.015,56

2 15% 148.251,53 112.099,45

3 15% 133.864,73 88.018,23

4 15% 117.340,22 67.089,65

5 15% 101.633,19 50.529,65


Fuxo de caixa acumulado (VPL) 232.696,89

Assim conforme mostra o quadro 12, no quinto ano de atividade a empresa terá gerado
um fluxo de caixa descontado acumulado de R$ 232.696,89, ficando clara a atratividade do
negócio, mesmo com uma Taxa Mínima de Atratividade de 15% ao ano.

4.4 - VIABILIDADE CONTÁBIL

Neste tópico evidencia-se o resultado contábil do exercício do empreendimento e a sua


distribuição no período que compreende os cinco anos de análise.

4.4.1 - Demonstração do Resultado do Exercício - (DRE)

Outro demonstrativo importante na análise de viabilidade de um empreendimento é a


elaboração da demonstração do resultado, sendo que, a partir dela, calcula-se os índices de
rentabilidade, lucratividade e prazo de retorno contábil dos períodos estimados.
A demonstração do resultado foi projetada com base nas receitas, custos e despesas
apresentados anteriormente, estimada para os cinco próximos anos de funcionamento da
empresa. Na demonstração do resultado observa-se inicialmente elencada a receita
operacional bruta do período, sendo que dela foi deduzido o imposto (Simples Nacional) para
se chegar a receita operacional líquida.
Desta última, são deduzidos o CMV e a depreciação do período, gerando o lucro
operacional bruto. A partir do lucro operacional bruto são deduzidas as despesas operacionais,
despesas com fundo de propaganda e despesas com royalties. Desta forma, é obtido o
resultado líquido do exercício, que neste caso foi positivo em todos os períodos, cujos valores
são apresentados no quadro 13.
38

Quadro 13 - DRE
Descrição Ano 1 (R$) Ano 2 (R$) Ano 3 (R$) Ano 4 (R$) Ano 5 (R$)
1-RECEITA OPERACIONAL
2.290.870,33 2.405.413,81 2.525.684,48 2.651.968,70 2.784.567,20
BRUTA
Receita Venda de Mercadorias 2.290.870,33 2.405.413,81 2.525.684,48 2.651.968,70 2.784.567,20
2-DEDUÇÕES DA RECEITA OP.
172.731,62 243.668,41 258.377,52 273.683,16 287.367,33
BRUTA
Impostos (Simples Nacional) 172.731,62 243.668,41 258.377,52 273.683,16 287.367,33
3-RECEITA OPERACIONAL
2.118.138,71 2.161.745,40 2.267.306,95 2.378.285,54 2.497.199,87
LIQUIDA
4-CUSTOS 1.119.416,01 1.174.396,89 1.232.126,83 1.292.743,25 1.356.390,50
1.272.944,99 1.336.592,24
1.099.617,75 1.154.598,63 1.212.328,57
Custo da Mercadoria Vendida

19.798,26 19.798,26 19.798,26 19.798,26 19.798,26


Depreciação

5-LUCRO OPERACIONAL
998.722,70 987.348,51 1.035.180,12 1.085.542,29 1.140.809,37
BRUTO
6-DESPESAS 801.153,06 858.895,24 921.113,66 988.000,33 1.058.974,44
Despesas Operacionais 734.123,87 788.514,60 847.213,98 910.405,67 977.500,05
Despesas com Royalties 47.665,87 50.049,16 52.551,62 55.179,20 57.938,16
Despesas com Fundo de Propaganda 19.363,32 20.331,48 21.348,06 22.415,46 23.536,23
7-RESULTADO LÍQUIDO DO
197.569,64 128.453,27 114.066,46 97.541,96 81.834,93
EXERCÍCIO

Mesmo com o aumento nas despesas, observa-se que o resultado foi positivo em todos
os períodos, passando de R$ 197.569,64 no primeiro ano, e R$ 81.834,93 no quinto ano. Este
declínio aconteceu pelo fato de os salários e encargos serem calculados com o crescimento de
10%, ao invés de 5% como foi calculado o crescimento nas despesas e nas receitas, visto que
ele representa um valor alto no total das despesas. O quadro 14 apresenta a média da
demonstração do resultado dos três anos estimados.

Quadro 14 – Média da DRE


Descrição Média
1-RECEITA OPERACIONAL BRUTA 2.531.700,90
Receita Venda de Mercadorias 2.531.700,90
2-DEDUÇÕES DA RECEITA OP. BRUTA 247.165,60
Impostos (Simples Nacional) 247.165,60
3-RECEITA OPERACIONAL LIQUIDA 2.284.535,29
4-CUSTOS 1.235.014,69
Custo da Mercadoria Vendida 1.215.216,43
Depreciação 19.798,26
5-LUCRO OPERACIONAL BRUTO 1.049.520,59
6-DESPESAS 925.627,34
Despesas Operacionais 851.551,63
Despesas com Royalties 52.676,80
Despesas com Fundo de Propaganda 21.398,91
7-RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 123.893,25
39

A média de receitas estimadas para os três anos totaliza R$ 2.531.700,90, da qual


deduz-se o imposto no valor médio de R$ 247.165,60, custos com valor médio de R$
1.235.014,69 e despesas no valor médio de R$ 925.627,34 a fim de se obter o lucro líquido
médio no valor de R$ 123,893,25 com base nos três anos estimados. A partir das informações
da demonstração do resultado torna-se possível calcular a lucratividade, rentabilidade e prazo
de retorno contábil do investimento. O quadro 15 apresenta os índices de viabilidade
econômica dos cinco anos estimados.

Quadro 15 – Índices de Viabilidade


Descrição Ano 1 (R$) Ano 2 (R$) Ano 3 (R$) Ano 4 (R$) Ano 5 (R$)
Lucro Líquido do Exercício 197.569,64 128.453,27 114.066,46 97.541,96 81.834,93
Receita Operacional Bruta 2.290.870,33 2.405.413,81 2.525.684,48 2.651.968,70 2.784.567,20
Total do Investimento 274.055,67 274.055,67 274.055,67 274.055,67 274.055,67
Índice de Lucratividade 8,62% 5,34% 4,51% 3,67% 2,93%
Índice de Rentabilidade 72,09% 46,87% 41,62% 35,59% 29,86%
1,39 2,13 2,40 2,80 (2 anos, 9
3,34 (3 anos, 4
Prazo de retorno contábil (1 ano, 4 meses e (2 anos, 1 mês e (2 anos, 4 meses meses e 21
meses e 5 dias)
19 dias) 18 dias) e 25 dias) dias)

Para obter a lucratividade basta dividir o resultado líquido do exercício pela receita
bruta, multiplicando por 100. No primeiro ano o empreendimento apresentou lucratividade de
8,62%, o terceiro de 4,51% e o quinto ano de 2,93%, sendo que a média dos cinco anos
estimados é de 5,01%.
Percebe-se que do primeiro ano para o quinto houve uma diminuição da lucratividade,
justamente pelo fato dos salários e encargos aumentar fora do padrão de crescimento.
Outro indicador calculado a partir da demonstração de resultado foi a rentabilidade do
empreendimento, o qual mostra o percentual de ganho da empresa com base no investimento
realizado. Este índice é a relação entre o lucro líquido do exercício e o total do investimento
inicial, projetado para o investimento. No primeiro ano o índice de rentabilidade é de 72,09%,
passando no terceiro ano para 41,62% e para 29,86% no quinto ano, sendo que a média dos
cinco anos é de 45,20%. São índices considerados bons, visto que apresentam-se positivos no
decorrer dos períodos.
Já o prazo de retorno contábil mostra em quanto tempo o negócio apresenta retorno
sobre o montante investido, método que não considera o valor do dinheiro no tempo e é
calculado com base nas informação da demonstração de resultado. Tal indicador, representa a
relação entre o total dos investimentos iniciais, indicado por 100%, e o lucro líquido do
período. Para o primeiro ano o prazo de retorno contábil do investimento é de 1 ano, 4 meses
40

e 19 dias, passando para 3 anos, 4 meses e 5 dias no quinto ano, sendo que a média deste
retorno é de 2 anos, 4 meses e 28 dias (2,41 anos).
41

5 - CONCLUSÃO

Conforme observado ao decorrer do trabalho, a utilização de metodologias de análise de


investimento é uma atividade extremamente dependente de variáveis muito incertas e na
maioria das vezes, imprevisíveis. Com isso, a dificuldade encontrada para se obter uma opção
ideal de investimento é muito grande. Porém, se utilizada de forma correta, as metodologias
tratadas neste estudo norteiam o investidor para se obter uma opção mais próxima da ideal,
dentro da medida do previsível.
A utilização da metodologia e das teorias, em si, é trivial. A utilização de informações
de terceiros, como outros franqueados, média nacional de vendas, etc, é de suma importância
para a conclusão final a respeito dos investimentos a serem realizados, uma vez que quanto
maior a gama de informações na qual a conclusão será embasada melhor confiabilidade ela
terá.
A elaboração do presente estudo deu ênfase à utilização da análise de viabilidade
econômica e financeira como ferramenta importante e indispensável num momento posterior
à tomada de decisão de implantar o empreendimento, pois contempla os montantes de
investimento, prevê dificuldades de tesouraria e apresenta a rentabilidade do negócio.
O estudo de viabilidade projeta para um período de cinco anos todo o comportamento
do negócio, incluindo a fase pré-operacional, com todos os investimentos pré-operacionais até
o detalhamento da projeção anual do resultado. Cabe salientar, que o planejamento do
empreendimento foi elaborado dentro de um cenário provável, baseado nos dados obtidos nas
pesquisas e entrevistas realizadas durante o estudo.
Através das técnicas de análise de investimentos citadas anteriormente, comprovou-se
a viabilidade do investimento, que apresentou bons indicadores de desempenho econômico e
de rentabilidade sobre o capital investido. Também se comprova a viabilidade por meio do
fluxo de caixa e da Demonstração do Resultado do Exercício, os quais apresentaram bons
percentuais de lucratividade em relação ao lucro líquido do exercício.
Além de demonstrar para o investidor a viabilidade do negócio, o estudo realizado
contribuirá também para auxiliá-lo no acompanhamento das atividades operacionais, ou seja,
poderá ser atualizado de acordo com a efetiva receita e preços do serviço. Com isso, o estudo
proporcionará ao gestor um relatório confiável das operações de entradas e saídas de recursos
financeiros da empresa, permitindo com a devida antecedência, tomar as medidas cabíveis
para enfrentar a escassez ou o excesso de recursos.
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Após a conclusão deste estudo pode-se afirmar satisfatoriamente que o projeto de


reforma arquitetônica de uma Franquia Hering Store, é viável econômica, contábil e
financeiramente, o que foi comprovado ao longo do capítulo 4 deste trabalho de conclusão de
curso, onde os métodos de avaliações aplicados obtiveram resultados positivos. O estudo
também demonstrou o atendimento dos objetivos previamente delimitados, bem como
respondeu à questão da pesquisa.
Por fim, conclui-se a importância que a contabilidade gerencial e financeira possui no
sentido de fornecer informações para o empreendedor com objetivo de planejar, coordenar e
acompanhar o comportamento organizacional, podendo ainda, definir estratégias para
enfrentar a competitividade e as tendências de mercado, a fim de tomar a decisão certa em
tempo hábil.
43

6 - REFERÊNCIAS

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http://www.ciahering.com.br/novo/pt/empresa/historia

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