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MARIELI DA CUNHA
IJUÍ (RS)
2017
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MARIELI DA CUNHA
LISTA DE QUADROS
LISTA DE ABREVIATURAS
RESUMO
A contabilidade gerencial trata de sistemas contábeis efetivos que podem criar valores
consideráveis, através do fornecimento de informações acuradas e oportunas sobre as
atividades necessárias ao sucesso das organizações. Tais valores referentes a geração do lucro
empresarial são criados por meio da utilização efetiva dos recursos empresariais. O sucesso de
um negócio está relacionado com a capacidade de administrá-lo financeiramente, em virtude
do contexto econômico atual que é de recessão, sendo que em um cenário de incertezas, o
acompanhamento sistemático das finanças de uma atividade é o que permite a tomada de
decisões acertadas, logo a análise de viabilidade de empreendimentos, pode auxiliar os
gestores quanto a decisão de investir. Sendo assim o objetivo geral deste estudo é o de
identificar como a análise de viabilidade econômica e financeira da implantação de um Centro
de Estética pode auxiliar o gestor no processo de tomada de decisão. Para tanto a pesquisa foi
aplicada, descritiva, estudo de caso de abordagem qualitativa, utilizando-se de análise
documental, observação e questionário semiestruturado. Os resultados indicam que a análise
de viabilidade econômica e financeira da implantação de um Centro de Estética pode auxiliar
o gestor no processo de tomada de decisão, proporcionando informações mais seguras a
tomada de decisão, no que se refere a decisão de investir no empreendimento.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 8
1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO .......................................................................... 9
1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO............................................................... 11
1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA .............................................................................. 12
1.4 OBJETIVOS .................................................................................................................... 13
1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 13
1.4.2 Objetivos Específicos ...................................................................................................... 13
1.5 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 13
2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 16
2.1 CONTABILIDADE E ASPECTOS GERAIS................................................................. 16
2.2 CONTABILIDADE GERENCIAL ................................................................................. 19
2.3 EMPREENDEDORISMO ............................................................................................... 24
2.4 PROJEÇÕES E ORÇAMENTOS ................................................................................... 33
2.4.1 Investimentos ................................................................................................................... 38
2.4.2 Custos .............................................................................................................................. 41
2.4.3 Receitas e despesas .......................................................................................................... 46
2.5 FLUXO DE CAIXA ........................................................................................................ 48
2.5.1 Indicadores financeiros .................................................................................................... 50
2.5.2 Taxa Interna de Retorno (TIR) ........................................................................................ 50
2.5.3 Valor Presente Líquido (VPL) ......................................................................................... 52
2.5.4 Payback Descontado e Simples ....................................................................................... 53
2.5.5 Rentabilidade e Lucratividade ......................................................................................... 54
2.6 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS ...................................................................... 56
2.6.1 Indicadores econômicos .................................................................................................. 59
3 METODOLOGIA DO ESTUDO .................................................................................... 61
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ............................................................................... 61
3.1.1 Pesquisa quanto à natureza .............................................................................................. 61
3.1.2 Pesquisa quanto aos objetivos ......................................................................................... 61
3.1.3 Pesquisa quanto aos procedimentos técnicos .................................................................. 62
3.1.4 Pesquisa quanto à abordagem .......................................................................................... 62
3.2 COLETA DE DADOS .................................................................................................... 63
3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ........................................................... 63
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1 INTRODUÇÃO
Conforme analisa Padoveze (2010, p. 58) "a informação contábil deve ser útil para o
futuro, o passado só é importante se possibilitar ação futura". Ainda cita Iudicibus (2009)
acerca das informações de situações passadas e presentes que poderão servir de aprendizagem
para o futuro do empreendimento. Trata-se de um sistema de informação e avaliação
destinado a gerar informações aos seus usuários, sendo que seus objetivos, devem ser
aderentes, de alguma forma explicita ou implícita, àquilo que o usuário considera como
elementos importantes para seu processo decisório (PADOVEZE, 2010).
Segundo Iudicibus (2009) a principal função da contabilidade é prover os usuários
com informações que ajudarão na tomada de decisões, sendo que o objetivo básico dos
demonstrativos financeiros é fornecer informação útil para a tomada de decisões econômicas.
Conforme observa Padoveze (2010), a contabilidade gerencial trata de sistemas
contábeis efetivos que podem criar valores consideráveis, através do fornecimento de
informações acuradas e oportunas sobre as atividades necessárias ao sucesso das
organizações. Tais valores referentes a geração do lucro empresarial são criados por meio da
utilização efetiva dos recursos empresariais.
Segundo Padoveze (2010) a contabilidade gerencial tem enfoque diferente da
contabilidade financeira, no entanto ambas tem o propósito de gerar informações úteis aos
seus usuários. A contabilidade gerencial fornece informações para os gestores, ou seja, para o
público interno com objetivo de facilitar o planejamento, controle, avaliação de desempenho e
tomada de decisões internamente, enquanto que a contabilidade financeira fornece
informações para os acionistas, credores e público externo, com o objetivo de facilitar a
análise financeira para as necessidades dos usuários externos.
Padoveze (2010) observa que os gestores da empresa é quem define as informações
que farão parte do orçamento, sendo este tratado como um subsistema específico do sistema
de informação contábil é importante no sentido de que irá alcançar todos os níveis de
responsabilidade dentro da empresa. Deve-se considerar que a informação válida é aquela que
traz contribuições para o futuro e aquela que seja clara, precisa, rápida, dirigida, além de ser
possível de realizar comparações, de ter confiabilidade, detalhamento adequado e relevância.
O objetivo básico nas tomadas de decisões da administração financeira é alcançar a
maior rentabilidade possível sobre o investimento realizado pelos proprietários ou acionistas,
conforme observa Brizolla (2015), de modo a aumentar o valor de mercado da empresa. Para
maximizar a riqueza é necessário ter: perspectivas de longo prazo, conhecer o valor do
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dinheiro no tempo, retorno do capital próprio, risco, dividendos, conforme explica Brizolla
(2015).
As três áreas fundamentais das decisões financeiras consiste em: decisões de
investimento, decisões de financiamento e decisões relacionadas a destinação de lucros,
conforme apresenta Brizolla (2015). Através da análise financeira é possível avaliar de forma
contínua o comportamento dos indicadores financeiros da organização, conforme observa
Padoveze (2010). Para que isso ocorra é importante que os dados contábeis sejam exatos,
sempre que possível. O fluxo de caixa é fundamental para a administração financeira,
segundo Padoveze (2010), para o mesmo o lançamento das movimentações bancárias, de
caixa e aplicações bancárias e financeiras, pode ser feito diretamente no sistema de
informação contábil. O fluxo de caixa mensal é importante na medida em que permite o
acompanhamento e controle dos recursos da empresa, juntamente é claro com o balanço
patrimonial e a demonstração de resultados, enquanto que o fluxo de caixa diário é importante
para a realização do controle dos pagamentos e recebimentos imediatos (PADOVEZE, 2010).
Este estudo está estruturado da seguinte forma: o capítulo um, apresenta a definição do
tema em estudo, a caracterização da organização, a problematização do tema, os objetivos
(geral e específico) e a justificativa. No capítulo dois, está a revisão literária a respeito do
tema do objeto de estudo, visando dar suporte as aplicações práticas, sendo apresentado um
estreitamento entre o tema proposto e a controladoria como processo de gestão. Na sequência,
no capítulo três, verificam-se os procedimentos metodológicos que nortearam a realização
desse estudo, a partir da classificação da pesquisa e dos instrumentos utilizados para a coleta e
análise de dados. Também foram apresentados a análise dos resultados, no capítulo quatro, a
partir dos dados coletados, bem como a conclusão. E por último, não menos importante estão
as referências consultadas ao longo do estudo.
ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos
quantitativo e qualitativo, e que, como conjunto de normas, preceitos, regras e padrões gerais,
se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar informações de suas variações e
situação, especialmente de natureza econômica e financeira e, complementarmente, controla,
registra e informa situações impactantes de ordem socioambiental decorrentes de ações
praticadas pela entidade no ambiente em que está inserida.
Desta forma a Contabilidade é enquadrada como uma ciência social, a qual tem como
base a utilização de técnicas específicas para se tornar útil a sociedade e cumprir as
finalidades pelas quais foi criada. Para Basso, Brizolla e Filipin (2017) a finalidade principal
da Contabilidade é gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o
patrimônio, com ênfase para o controle e o planejamento - processo decisório.
A contabilidade tem como finalidade gerar informações para a tomada de decisão,
nesse sentido Padoveze (2010) menciona que um sistema de informação contábil eficaz
produz informações dentro dos prazos estipulados e dentro do menor tempo possível, visto
que uma informação morosa perde credibilidade e uma informação dentro do prazo é muito
melhor do que uma informação precisa mas atrasada.
Já a contabilidade gerencial possui como objetivo principal obter a maior rentabilidade
possível sobre o investimento, conforme menciona Brizolla (2015), desta forma as decisões
financeiras são orientadas para o aumento do valor de mercado da empresa, maximizando
assim a riqueza dos acionistas.
Segundo Brizolla (2015) a maximização dessa riqueza envolve os seguintes aspectos:
Perspectivas de longo prazo: a empresa precisa investir em novos produtos e tecnologias que
poderão representar um sacrifício para a rentabilidade atual mas que trarão benefícios futuros;
Valor do dinheiro no tempo: os fluxos de caixa dos investimentos de projetos são trazidos a
valores atuais, mediante a uma taxa de desconto; Retorno do capital próprio: os acionistas
visam a valorização de suas ações e a remuneração através de dividendos; Risco: o retorno do
investimento deve ser compatível com o risco assumido; e Dividendos: deve existir uma
política de distribuição regular de dividendos, independente do lucro.
Com relação a um investimento este pode ser conceituado como toda a aplicação de
capital em algum ativo, tangível ou não, para obter um retorno no futuro, conforme menciona
Brizolla (2015). Tal investimento pode ser a criação de uma nova empresa ou pode ser um
projeto numa empresa já existente, e ainda algumas empresas necessitam de recursos de curto
prazo e outras de recursos de longo prazo.
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Conforme menciona Brizolla (2015) toda decisão importante na empresa deve ser
analisada com relação ao efeito sobre os fatores: lucro por ação esperado, distribuição no
tempo do fluxo de lucros, grau de risco dos lucros esperados, endividamento e política de
dividendos. Os gastos com capital envolvem: benefícios não monetários que são avaliados de
modo subjetivo, aspectos monetários que são medidos de forma técnica e riscos a serem
avaliados.
Segundo Dornelas (2012), o sucesso atribuído as micro e pequenas empresas nos
Estados Unidos, quando estavam no processo de maturidade, é atribuído ao empreendedor
que planejou de forma adequada o seu negócio, realizando uma análise de viabilidade
econômica e financeira do negócio, antes de colocá-lo em prática.
Dornelas (2012) afirma que o plano de negócios é uma ferramenta que necessita
constantemente ser atualizada, justificando que o planejar deve ser dinâmico e corresponder
as etapas da empresa. Desta forma, também deve ser realizada sempre a análise financeira da
empresa, para continuar tomando decisões de investimentos, redução de custos, aplicação em
reservas. Para isso torna-se necessário ter a disponibilização dos dados contábeis, os quais são
obtidos através da geração de relatórios.
Segundo Holanda (1975), projeto de negócios “corresponde ao conjunto de
informações, sistemática e racionalmente ordenadas, que nos permite estimar os custos e
benefícios esperados de um determinado investimento e nos indica a maneira de transformar
essas ações na produção de bens e ou serviços”. É neste sentido que é utilizado o termo
projeto para este estudo, onde é apresentada a coleta de informações obtidas deste segmento
de mercado, o ordenamento, a sistematização e a análise destas informações. Isso possibilitará
posteriormente, fazer um levantamento das vantagens e desvantagens de reunir recursos para
a criação de um projeto novo, bem como analisar a sua viabilidade.
1.4 OBJETIVOS
1.5 JUSTIFICATIVA
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capitulo foi apresentado o referencial teórico, com o objetivo de revisar ampliar
conhecimentos na área estudada, para que se consiga uma melhor compreensão da parte
teórica do tema, no intuito de colocar em prática a proposta investigada.
A Contabilidade iniciou a sua era científica quando a “maioria das disciplinas fez a sua
passagem de uma milenar história empírica para uma fase racional superior, ou seja, a partir
do século XVIII” (SÁ, 2006). Em 1836 surgiu a Ciência da Contabilidade, e então que houve
o entendimento de que o registro contábil representava a expressão da observação de fatos da
riqueza, mas não o próprio fato. Para Silva (2003), a contabilidade nasceu como a necessidade
de se controlar os itens patrimoniais.
Com a invenção da imprensa a Contabilidade floresceu nas cidades de Veneza,
Genova, Florença e outras, em que havia uma atividade mercantil, econômica e cultural
intensificada conforme observa Silva (2003), quando Luca Pacioli escreveu o “Tractatus de
Computis Et Scripturis” abordando o método das partidas dobradas dando o primeiro Tratado
de Contabilidade. Tal método surgiu da necessidade de explicar, pelo registro a causa e o
efeito dos acontecimentos, conforme menciona Silva (2003), no período da Idade Média em
virtude do registro de capitais pelo surgimento das companhias comerciais. O termo partida
explicita o conjunto de dados composto por: data da ocorrência, titulo das contas de débito e
crédito, valor, descrição ou histórico do fato e sua comprovação, conforme observa Silva
(2003).
No método das partidas dobradas, todo débito corresponde a um crédito, e
posteriormente ao surgimento deste método, com as mudanças no cenário mundial, ocorreu a
“necessidade de fixação dos padrões de Contabilidade e sua regulamentação, dando assim
maior uniformidade às informações prestadas” (SILVA, 2003, p.26).
Torna-se necessário distinguir a Contabilidade da escrita contábil, sendo aquela uma
ciência e esta a escrituração dos fenômenos ocorridos com o patrimônio das organizações.
Conforme comenta Silva (2003), “a escrituração contábil será mantida em registros
permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e aos Princípios de
Contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes
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finalidade lucrativa” (SÁ, 2006, p. 53). Já o lucro pode ser conceituado como “o acréscimo
que o capital recebe por efeito de suas transformações, decorrentes de uma atividade humana”
(SÁ, 2006, p. 53). Silva (2003, p. 14) define patrimônio como sendo:
Em vários pontos operacionais é necessário tomar uma decisão entre duas alternativas,
seja em relação a decisões de comprar ou fabricar ou decisões de substituição de
equipamentos, conforme menciona Sá (2006). As variáveis envolvidas na tomada de decisões
seriam: comparação entre custos; grau de ocupação da capacidade da fábrica; problemas de
mercado, tempos de espera e qualidade das partes; e segurança no longo prazo.
Conforme menciona Iudícibus (1998, p. 259) não é fácil a tarefa de avaliar
financeiramente os riscos associados à alternativa de adquirir, para tanto, torna-se importante
responder aos seguintes questionamentos:
Com relação aos lucros, segundo Silva (2003), o lucro é a medida de aferição de
desempenho mais utilizada e conhecida nos negócios, e um centro de lucro pode ser definido
como uma unidade em que o gestor tem o poder de tomar decisões sobre fontes de
fornecimento e mercados. “Além de terem seu desempenho medido com base no lucro,
costuma-se relacionar o lucro obtido como investimento fixo necessário para gerá-lo; logo,
introduz-se a figura do centro de investimento” (SÁ, 2006, p. 272).
Conforme observa Silva (2003) o lucro não tem como captar todas as consequências
econômicas das atividades de uma unidade descentralizada, desta forma é necessário um
sistema de informações com dados contábeis. Nenhuma transação, quer seja de entrada quer
de saída, deixará de ser registrada e toda atividade, de uma forma ou de outra, dentro de uma
organização, irá desencadear um processo de desembolso, que será contabilizado.
A Contabilidade Gerencial precisa fornecer relatórios para vários níveis de gerência,
segundo Sá (2006), e o contador responsável precisa ter uma mentalidade gerencial, de modo
a vender a importância e necessidade da utilização dos relatórios contábeis gerenciais para a
tomada de decisões, ao mesmo tempo em que é recomendável manter a escrituração
rigorosamente em dia e emitir balancetes mensais, mostrando um comparativo do movimento
do mês, bem como do mês anterior e o desvio.
“Uma das premissas mais simples e frequentemente mais esquecidas pelo contador,
mesmo de boa qualidade técnica, é que os relatórios contábeis, via de regra, não são feitos
para contadores, mas para gerentes dos mais variados níveis” (IUDÍCIBUS, 1998, p. 283).
Os níveis, de acordo com Silva (2003) podem ser divididos em: nível alto da gerência:
representado pelos Presidentes e Diretores, acionistas ou o Conselho de Administração,
quando este existir. As informações relevantes para este nível são as do tipo estratégicas,
como, se está sendo atingida a fatia de mercado definida nas metas e políticas, a taxa de
retorno sobre o ativo e sobre o patrimônio líquido comparadas as da concorrência, se foi bem
sucedida a política de endividamento.
Os diretores especificamente irão se interessar por informações detalhadas de seus
respectivos setores; nível intermediário de administração: poderiam ser abrangidos aqui todos
os gerentes de áreas, em que interessa informações de comparativo entre receitas e despesas
realizadas frente aos valores orçados, bem como de causas dos desvios entre realizado e
orçado. Caracteriza-se como um bom contador aquele capaz de coletar as informações e
registrá-las em relatórios de desempenho, penetrando nos departamentos e fornecendo
subsídios aos mesmos para a tomada de decisões (SÁ, 2006).
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O objetivo maior deve ser o de motivar toda a organização para obter um desempenho
melhor, o que exige determinação, paciência e conhecimento; nível inferior de administração:
neste nível estariam os supervisores de processos, linhas de montagem, capatazes, desta forma
as informações devem ser detalhadas e restritas quanto a amplitude, comparativos entre o
padrão e o real, análise de variações, comparativos de programação de produção e o
efetivamente produzido (SILVA, 2003).
Iudícibus (1998) aponta os relatórios que devem ser elaborados e quando: relatórios
diários: posição de bancos, de duplicatas em carteira, de produção, posição de itens
estratégicos de estoque; relatórios semanais: produção da semana comparada com a previsão,
faturamento comparado com o previsto; relatórios quinzenais: podem ser os mesmos já
citados, porém com periodicidade quinzenal; relatórios mensais: balancetes resumidos,
comparando o orçado com o realizado e os mesmos dados, porém do ano anterior, balanço e
demonstrativo de resultados mensal, alterações na posição de capital de giro líquido,
relatórios de desempenho departamental; relatórios trimestrais, quadrimestrais e semestrais; e
relatórios anuais: balanço, variações patrimoniais, fluxo de fundos, análise financeira, análise
de custos.
Conforme analisa Sá (2006), um sistema de informação gerencial precisa atender a
alguns requisitos que seriam: conhecer a função produção da empresa, situar o subsistema
contábil dentro do sistema global de informações, atender aos dirigentes com as informações
que eles necessitam, de modo personalizado, adequando a periodicidade e o grau de
complexidade dos relatórios, apresentar os relatórios de forma simples e com uma linguagem
clara.
Toda avaliação do valor de uma empresa admite uma noção de risco, uma apreciação
por parte do investidor do risco e dos benefícios prospectivos da assunção dos riscos. Ora, a
Contabilidade avalia os recursos a disposição de uma empresa e os reclamos de credores
sobre tais recursos, daí resultando o patrimônio líquido, o qual é acompanhado em suas
mutações (SILVA, 2003).
A avaliação da empresa como um todo cabe ao investidor, conforme observa Sá
(2006), porém o contador gerencial deve também oferecer suporte nas negociações sempre
buscando informações quando necessário. O valor de uma empresa tem como base de
avaliação o patrimônio líquido contábil, diminuindo do ativo os itens obsoletos, gastos pré-
operacionais a amortizar as despesas antecipadas.
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2.3 EMPREENDEDORISMO
Para Chiavenato (2012, p. 03) o empreendedor é aquele que assume riscos e começa
algo inteiramente novo, com a finalidade de realizar uma ideia ou projeto pessoal. O
empreendedor é “aquele que fareja, localiza e rapidamente aproveita as oportunidades
fortuitas que aparecem ao acaso e sem pré-aviso, antes que outros aventureiros o façam”
(CHIAVENATO, 2012, p. 03). Para além disto, é o responsável por proporcionar a energia
que move a economia, por produzir mudanças e transformações no mercado, criar novas
ideias, empregos e impulsionar talentos e competências.
Na percepção de Chiavenato (2012), o espirito empreendedor, pode estar em qualquer
pessoa que esteja disposta a assumir riscos e inovar continuamente, mesmo que não esteja em
seu próprio negócio, neste caso, entra em cena a figura do intraempreendedorismo, em que
numa equipe de trabalho se destaca por trabalhar como se fosse parceira ou sócia do negócio,
totalmente engajadas e comprometidas com os objetivos do negócio, sem fazer parte do
quadro de sócios.
Os empreendedores “fornecem novos empregos, introduzem inovações e incentivam o
crescimento econômico da região ou país” (CHIAVENATO, 2012, p. 04), são pessoas que
assumem riscos diante de um contexto de mudanças, transformações e uma economia de
incertezas. Segundo Dornelas (2012) o empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade
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e cria um negócio para capitalizar sobre esta oportunidade, assumindo riscos calculados. As
seguintes características estão presentes no empreendedor: iniciativa para criar um novo
negócio e paixão pelo que faz, utilização dos recursos de forma criativa de modo a
transformar o ambiente no qual se esta inserido, assume riscos calculados e tem consciência
de que tais riscos podem trazer benefícios ou não.
O espirito empreendedor, na concepção de Chiavenato (2012) possui três
características básicas, que seriam: necessidade de realização: pessoas com alta necessidade
de realização preferem executar tarefas mais complexas com objetivos mais elevados,
competindo com um determinado padrão de excelência. Observa-se que pessoas ambiciosas
possuem o impulso para a realização, criando novas empresas e liderando o seu crescimento;
disposição para assumir riscos: o empreendedor assume vários riscos, dentre eles o financeiro
já que desembolsou seus recursos para o novo negócio, o de abandono de seu emprego e
carreiras definidas, o de envolver seus familiares, o psicológico pela possibilidade de o
negócio não der certo; e autoconfiança: os empreendedores acreditam em suas habilidades
pessoais para superar os desafios, mesmo identificando os problemas inerentes a um novo
negócio, relacionam o sucesso ao próprio esforço e competências.
“A atividade de empreender é muitas vezes associada à incerteza, principalmente
quando o seu negócio envolve algo realmente novo ou quando o mercado para seu produto
sequer existe” (CHIAVENATO, 2012, p. 05). Quando o mercado já existe, também não existe
garantias de que ainda se possa criar espaço para um novo jogador na área.
Para Dornelas (2012, p. 28) empreendedorismo é o “envolvimento de pessoas e
processos que em conjunto levam a transformação de ideias em oportunidades. E a perfeita
implementação destas oportunidades leva a criação de negócios de sucesso” (DORNELAS,
2012, p. 28).
O processo de empreender envolve todas as atividades associadas a criação de novas
empresas, conforme observa Dornelas (2012). Num primeiro momento, o empreendedorismo
envolve o processo de criação de algo novo, que agregue valor, num segundo momento exige
dedicação, devoção e esforço para fazer com que a empresa cresça, e por fim, requer ousadia
e ânimo, mesmo diante de dificuldades e falhas. Ainda segundo Dornelas (2012) as fases do
processo empreendedor são: 1) identificação e avaliação da oportunidade; 2) desenvolvimento
do plano de negócios; 3) definir e captar os recursos necessários; 4) gerenciar a empresa.
Cada fase deste processo apresenta desafios e oportunidades, conforme observa
Dornelas (2012), porém os problemas vão existir e precisam ser solucionados, torna-se
importante então o estilo de gestão adotado na organização, o qual deve saber reconhecer as
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Para operar um negócio, faz-se necessário assumir vários riscos, seja quanto ao
capital empregado, ou quanto ao tempo e ao esforço investidos, principalmente
quando sua aplicação pode resultar em possíveis perdas no decorrer do tempo,
devido a fatores imprevisíveis que podem ocorrer no negócio ou no contexto externo
(CHIAVENATO, 2012, p. 37).
Segundo Padoveze (2010) as oportunidades para criar um novo negócio podem ser
resumidas em: oferta de um novo produto ou serviço: requer um novo tipo de negócio;
desenvolvimento de uma nova tecnologia: a exemplo da internet e dos negócios virtuais;
desenvolvimento de um novo mercado: a exemplo da inclusão social, fornecendo um produto
ou serviço que ainda não existe no mercado; e desenvolvimento de novos benefícios:
desempenho de antigas funções de uma nova maneira, realizar o que já foi feito no mercado,
mas de maneira mais sofisticada com uma qualidade mais elevada.
De acordo com Padoveze (2010) o empreendedor poderá optar por comprar um
negócio já existente ao invés de iniciar seu negócio próprio, o qual possui as seguintes
vantagens: redução da incerteza quanto a viabilidade do negócio, execução de operações em
andamento, relacionamentos comerciais já consolidados; preço razoável na negociação da
compra do empreendimento.
As oportunidades para se iniciar um negócio poderão estar nas seguintes áreas:
fabricação, atacado, varejo ou serviços. No caso do objeto em estudo o segmento será de
serviços, que é a área de negócios que tem apresentado maior crescimento no contexto atual
de mercado. “Os negócios envolvendo serviços não requerem grande investimento em
equipamentos e estoques, como na manufatura, no atacado e no varejo. Também podem ser
desenvolvidos em casa, na garagem ou em uma sala que sirva de local para o negócio”
(CHIAVENATO, 2012, p. 75).
Segundo Dornelas (2012) as oportunidades são únicas, mas o importante é que o
empreendedor utilize esta ideia de modo a transformá-la em um produto ou serviço que
possibilite o crescimento do negócio. Desta forma é preciso saber desenvolver as ideias,
implementá-las e construir um negócio de sucesso, isto que se constitui num diferencial.
Conforme observa Padoveze (2010, p. 49) “o que conta não é ser o primeiro a pensar e ter
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uma ideia revolucionária, mas sim o primeiro a identificar uma necessidade de mercado e
saber atendê-la, antes que os outros o façam” (DORNELAS, 2012, p. 49).
Há uma variedade de negócios que pode ser desenvolvida com pouco capital e com
talento, conhecimento e habilidade, conforme menciona Padoveze (2010, p. 75), sendo o
essencial “compatibilizar o conhecimento do negócio com a oportunidade do mercado e com
suas características pessoais” (CHIAVENATO, 2012, p. 75). Para Dornelas (2012) se a ideia
for interessante, deve-se fazer os seguintes questionamentos: Quais clientes comprarão o
produto ou serviço oferecidos pela empresa; Qual o tamanho atual do mercado em reais e em
quantidade de clientes; O mercado está em crescimento, estável ou estagnado; Quem atende a
estes clientes atualmente e quem são os concorrentes. Caso estas perguntas tiverem respostas
concretas, se tem apenas uma ideia e não uma oportunidade de mercado.
Segundo Padoveze (2010) a experiência no ramo de negócios pretendido constitui-se
como diferencial, assim o empreendedor deve criar negócios os quais possui conhecimento e
tenha experiência. “Em primeiro lugar vem a paixão pelo negócio e ganhar dinheiro é uma
consequência disso” (DORNELAS, 2012, p. 50), o sucesso consiste em atuar em algo que
traga satisfação, prazer e motivação, algo que se esteja disposto a trabalhar por horas e sentir
prazer nisso. As pessoas que se destacam na sua área de atuação no mercado são felizes e
realizadas naquilo que fazem e justamente isso é que faz a diferença, porque estas pessoas
ganham muito com as experiências vivenciadas e não pelo dinheiro que ganham, conforme a
percepção de Padoveze (2010).
“Focalizar adequadamente o novo negócio é fundamental e definitivo para garantir o
seu sucesso. Trata-se de estabelecer as bases fundamentais a respeito de sua estrutura e seu
funcionamento, isto é, de sua configuração e de sua dinâmica” (CHIAVENATO, 2012, p. 77).
Entretanto, o foco deve estar em atender as necessidades e expectativas do cliente e não no
produto ou serviço em si, pois como observa Padoveze (2010) quem vai decidir se o produto
ou serviço vai perdurar é o cliente.
De acordo com a percepção de Dornelas (2012) antes de criar um plano de negócios é
preciso analisar a oportunidade que se tem em mãos, de modo a identificar qual o mercado ela
atende, qual o retorno econômico que proporciona, quais as vantagens competitivas que trará
a empresa, qual a equipe adequada e o nível de comprometimento do empreendedor.
O conhecimento de mercado superior a concorrência, constitui-se numa vantagem
competitiva conforme analisa Dornelas (2012), visto que este permite monitorar e controlar as
tendências do mercado, antecipando-se aos competidores e buscando novidades que atendam
as demandas atuais dos clientes, posicionando sua marca na mente dos mesmos. Porém,
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conforme observa Padoveze (2010), de nada tem valor a identificação de uma boa
oportunidade, a criação de um produto, o mercado promissor, o desenvolvimento de um bom
plano de negócios, quando não se tem uma equipe a altura do negócio que está sendo criado.
Essa equipe, além de possuir o perfil adequado para as funções distribuídas, precisa estar
comprometida com os objetivos da empresa, ter paixão e orgulho pelo que fazem.
Um aspecto fundamental para tornar o negócio bem sucedido, de acordo com
Chiavenato (2012) é o planejamento detalhado daquilo que se pretende fazer, sendo o plano
de negócios de fundamental importância. Para Dornelas (2012) o plano de negócios é uma
ferramenta de gestão para o planejamento e desenvolvimento inicial de um novo
empreendimento, de modo a auxiliar o empreendedor no planejamento de suas ações e no
delineamento das estratégias do negócio. Esta ferramenta também é utilizada atualmente para
a aprovação de captação de recursos financeiros junto a instituições financeiras, desta forma
verifica-se que tal ferramenta possui várias aplicações.
Trata-se de um documento utilizado para descrever um empreendimento e o modelo
de negócios que sustenta a empresa. Sua elaboração envolve um processo de aprendizagem e
autoconhecimento e ainda, permite ao empreendedor situar-se no seu ambiente de negócios
(PADOVEZE, 2010). Este documento possibilita o entendimento e a definição das diretrizes
para o negócio, o gerenciamento de forma eficaz e a tomada de decisões acertadas, maior
controle da empresa diariamente e a realização de ações corretivas quando necessário,
obtenção de recursos junto a bancos e investidores, identificação de oportunidades para
transformá-las em vantagem competitiva, utilização de uma comunicação interna eficaz e
convincente ao público externo (fornecedores, parceiros, clientes, bancos, investidores,
associações).
Conforme evidencia Dornelas (2012) o índice de mortalidade das micro e pequenas
empresas brasileiras nos primeiros anos de existência é considerado alto, atingindo um
percentual de 70%. De acordo com pesquisas realizadas pelo Sebrae de São Paulo, realizadas
anualmente, a principal causa atribuída a esta mortalidade é a falta de planejamento, seguida
da deficiência de gestão, o que por sua vez é o resultado da falta de cultura de planejamento
no Brasil.
Complementando esta análise, Dornelas (2012) evidencia que não basta somente
sonhar, mas é preciso transformar os sonhos em ações concretas, reais e mensuráveis. Para
tanto, a ferramenta que se utiliza para isto é o planejamento, a exemplo do sucesso das micro
empresas nos Estados Unidos, na fase da maturidade, o qual é atribuído ao empreendedor que
30
Os recursos e os insumos bem como os clientes que asseguram sua existência, mas
lhe impõe o desafio dos concorrentes e a vigilância das agências reguladoras. Em
outros termos, o ambiente oferece oportunidades e recursos, porém, ao mesmo
tempo, traz consigo ameaças e dificuldades; oferece clientes e fornecedores, mas
também impõe concorrentes e entidades reguladoras que controlam a empresa
(PADOVEZE, 2010, p.45).
O grande desafio das empresas atualmente, conforme observa Padoveze (2010) é lidar
com a incerteza, para tanto a empresa precisa estar aberta e atenta ao que se passa ao seu
redor, para conseguir interpretar as mudanças que ocorrem em seu ambiente de tarefa.
“Há uma enorme variedade de negócios à disposição dos empreendedores [...] Alguns
são explorados intensamente, enquanto outros surgem de maneira aleatória como áreas
inexploradas, verdadeiras oportunidades em um mundo carregado de competição”
(CHIAVENATO, 2012, p. 26). Torna-se importante realizar os seguintes questionamentos: 1)
Qual o volume de capital que se pretende investir? 2) Em quanto tempo? 3) Qual o retorno
que você pensa ou precisa obter? 4) Qual é a natureza das atividades de trabalho envolvidas?
31
5) Quais as suas experiências profissionais? 6) Quais são os seus objetivos? 7) Quais são as
suas atitudes e opiniões a respeito de negócios? 8) Quais são as suas características de
personalidade? 9) Quais são os seus conhecimentos e habilidades? 10) Quanto tempo você
pode ficar sem um salário mensal?
Segundo Padoveze (2010) o negócio para ser bem sucedido, precisa ser planejado, ou
seja, é necessário estudar antecipadamente a ação, definindo-se os objetivos pretendidos.
Assim, o planejamento produz um resultado imediato: o plano, que nada mais é do que um
curso predeterminado de ação sobre um período específico de tempo e que responderá as
seguintes questões: o que, quando, como, onde e por quem.
fundamental preparar um plano de vendas o qual serve de base para outros planos relativos a
fatores de produção, como mão-de-obra, materiais, capacidade de produção e caixa.
Caso houver variações, deve-se tomar ações corretivas para eliminar tais variações e
revisar os orçamentos. Após a escolha do cenário mais provável, a Controladoria deve definir
o quadro de premissas para o plano orçamentário, que deverá ser aprovado pelo Comitê
Orçamentário, quando este existir, conforme observa Silva (2003). Assim as informações
básicas para definir o plano orçamentário, como o comportamento das vendas, da produção,
novos negócios e oportunidades, necessidade de investimentos e financiamentos, logística,
podem ser assumidas em termos quantitativos. Uma prática orçamentária utilizada com
frequência é a de buscar dados passados para projetar as situações futuras, conforme
menciona Padoveze (2010, p. 521).
Tal prática tem dado bons resultados, pois, de modo geral os eventos
passados são decorrentes de estruturas organizacionais já existentes,
e, por conseguinte, há forte tendência de tais eventos se
reproduzirem, considerando, contudo, a introdução dos novos
elementos componentes do planejamento operacional da empresa
(PADOVEZE, 2010, p. 521).
Existe o tipo de orçamento base zero que consiste no rompimento com o passado, uma
vez que se acredita, neste caso, que o orçamento nunca deva partir da observação dos dados
anteriores, pois eles podem conter ineficiências, segundo Silva (2003). Atkinson et al., (2011,
p. 495) também mencionam este orçamento de base zero e observam que cada despesa deve
ser justificada e que o ponto de partida de cada item orçado deve ser zero. Neste tipo de
orçamento “os planejadores alocam os recursos escassos da empresa para as propostas de
gastos que, segundo eles, atingirão melhor as metas da empresa” (ATKINSON et al., 2011, p.
495).
Padoveze (2010) aponta dois tipos clássicos de orçamento: o orçamento estático e o
orçamento flexível, sendo o primeiro o mais comum que trabalha com o volume de produção
e vendas, os quais determinarão o volume das atividades e setores da empresa e não se
permite alterações no orçamento, tal orçamento é bastante utilizado pelas grandes corporações
na busca de um orçamento mestre e único da corporação. Já no orçamento flexível se admite
uma faixa de nível de atividades, aonde se situam os volumes de produção e de vendas,
podendo ser ajustado a qualquer nível de atividade, tal orçamento tem por base a distinção
entre custos fixos e variáveis, sendo que aqueles possuem o tratamento tradicional e este
36
2.4.1 Investimentos
feito o desembolso financeiro do valor principal e dos encargos, pode ser que o lucro ainda
não tenha gerado saldo suficiente no caixa para fazer frente a este desembolso. Desta forma,
conclui que se a empresa for capaz de girar o ativo sempre a taxas maiores do que o custo
financeiro dos empréstimos poderá expandir-se com a utilização de recursos de terceiros
(empréstimos).
O custo médio do capital originado de financiamento define o custo médio ponderado,
que serve de base para definir a taxa mínima de atratividade do projeto, ou seja, a taxa mínima
de retorno para que o investir possa de fato realizar o investimento, conforme explicita Kuhn
(2005).
Conforme observa Iudícibus (1998) o processo de investimento e reinvestimento nas
empresas é contínuo, pois todos os produtos que são vendidos com lucro, este deve ser
reinvestido na aquisição de ativos, que gerarão mais lucros. O autor menciona que é
importante estabelecer comparativos como o que foi obtido de retorno sobre o patrimônio
liquido real e o que poderia ter sido obtido, se ao invés de captar recursos de terceiros fosse
utilizado recursos dos acionistas.
Segundo Padoveze (2010), os créditos de funcionamento também possuem um custo,
que seria o desconto que se deixa de obter pela compra ser a prazo e não a vista, no entanto,
afirma que é importante aquilo que se consegue ganhar com tais recursos, quando comparados
com o que custam. Conforme observa Iudícibus (1998) o que interessa de fato ao investidor é
o retorno obtido com as aplicações realizadas.
“A classificação entre dois projetos ou investimentos é muito importante quando os
mesmos são excludentes ou há necessidade de racionar o capital”, conforme menciona
Gitman (2010, p. 374). Primeiramente, a classificação permite à empresa definir qual deles é
o melhor tendo em vista a questão financeira, num segundo momento, fornece um ponto de
partida para a aceitação de um grupo de projetos.
Uma empresa, em determinado instante, pode ser vista como um conjunto de projetos
de investimentos em diferentes momentos de execução. O seu objetivo financeiro, ao avaliar
alternativas de investimento, é o de maximizar a contribuição marginal desses recursos de
capital, promovendo o incremento de sua riqueza liquida (KUHN, 2005). Entretanto, “o
investimento de capital é apenas uma parte do processo de tomada de decisão, visto que os
objetivos estratégicos são relevantes na seleção de projetos e também outros fatores de ordem
qualitativa”, conforme observa Kuhn (2005, p. 32).
Este processo de análise de investimentos requer determinadas informações
financeiras, sendo que os fatores externos como situações de mercado e do contexto
econômico influenciam nos critérios desta análise, conforme salienta Padoveze (2010). As
principais informações citadas pelo autor são: fluxo de caixa, valores incrementais, taxa
mínima de atratividade, tempo de vida do projeto, valor presente liquido, taxa interna de
retorno, valor anual uniforme equivalente e payback.
2.4.2 Custos
Segundo Sá (2006, p. 139) “os meios patrimoniais aplicados nos elementos que fazem
gerar as receitas são os custos”. Os custos existem através dos investimentos realizados para
se obter um produto ou serviço, para que estes possam ser objeto de vendas. “Custo significa
quanto foi gasto para adquirir certo bem, objeto, propriedade ou serviço” (IUDÍCIBUS, 1998,
p. 114), na linguagem comercial, já na linguagem comum a palavra custo pode estar associada
a noção de sacrifício. Para o autor, todo custo traz uma vantagem, podendo ser um bem ou
serviço adquirido ou o conhecimento proporcionado por um curso.
Custos, segundo Atkinson et al, (2011, p. 125) representa o valor monetário dos bens e
serviços expendidos com a finalidade de obter benefícios atuais ou futuros. O conceito de
custos é diferente do conceito de despesas, estas fazem parte da demonstração do resultado do
exercício e representam os custos pelos quais os benefícios foram recebidos no período fiscal
vigente e os custos nos quais os benefícios não podem ser facilmente apropriados aos
produtos ou serviços vendidos.
são apenas figurações que se estabelecem para verificar o que uma atividade rende de fato.
Ainda menciona os custos desnecessários, os quais resultam de um mau aproveitamento dos
elementos de produção, desperdícios, negligência, incompetência e esforços inúteis. Segundo
Padoveze (2010, p. 144) “uma empresa que não tem eficiência para produzir é improdutiva,
ou seja, gasta mal e, em decorrência, aumenta o preço unitário de seus produtos”.
Para Sá (2006) a incompetência gera a utilização mal feita do capital, ocorrendo gastos
que poderiam ser evitados. “Métodos errados de fabricar, falta de gerência, controles
deficientes, são alguns dos fatores que permitem a improdutividade, gerada de custos
desnecessários” (SÁ, 2006, p. 145).
Com relação ao aspecto de realização os custos podem ser: efetivos ou teóricos,
segundo Sá (2006). Custos efetivos são decorrentes da aplicação do capital, provocando
pagamentos ou obrigações a pagar, já os custos teóricos são decorrentes de bases de previsão,
estudos e cálculos, como exemplo dos custos previstos ou orçados. “Há uma diferença entre
custos que derivam de aplicações reais de capitais (custos efetivos) e aqueles que são apenas
calculados visando a obter uma ideia do que se gastaria (custos teóricos)” (SÁ, 2006, p. 145).
Iudícibus (1998) diferencia os custos em custos de produto e custo de período, sendo o
de produto atribuído aos insumos contidos na produção terminada, porém que ainda fica em
estoque, enquanto que o de período é definido quando a venda é realizada. Existem as
técnicas de custeio por processo, utilizadas quando existe uma continuidade de produção de
produtos iguais ou semelhantes, sendo utilizada para este custeamento a departamentalização
dos custos.
Desta forma, o custeamento final é o resultado do custo unitário multiplicado pelo
número de unidades produzidas, conforme observa Iudícibus (1998, p. 123).
Para que isto seja realizado de forma correta é preciso que não apenas as unidades
equivalentes sejam calculadas de forma rigorosa, mas que os custos acumulados em
cada departamento sejam os que realmente traduzem o esforço ou contribuição dada
pelo departamento à produção geral da empresa (IUDÍCIBUS, 1998, p. 123).
os semifixos são aqueles que se mantêm fixos dentro de certos intervalos de atividade e
posteriormente eleva-se para atingir outro patamar, o qual ficará durante algum tempo.
Atkinson et al., (2011) diferenciam os custos diretos de produção, que seriam os custos
atribuídos diretamente ao produto tendo-se como base a quantidade mensurada dos recursos
consumidos para a produção, dos custos indiretos que seriam os demais custos atribuídos a
realização de atividades de apoio a produção.
Desta forma Iudícibus (1998) demonstra a equação do Custo Total, que seria o custo
Fixo mais o Custo Unitário Variável multiplicado pelas unidades produzidas (vendidas) e
ainda afirma que existe um ponto de equilíbrio alcançado num número “x” de unidades
vendidas, em que se passa a igualar as vendas e é representado pelo quociente entre custos
fixos e a diferença entre preço unitário de venda e custos unitários variáveis.
Padoveze (2010) explica que é necessário vender uma quantidade x de produtos para
cobrir os custos fixos, através de margem ganha em cada produto, e desta forma, é alcançado
o ponto de equilíbrio, sendo que os custos variáveis já foram cobertos, considerando-se a
diferença entre preço de venda e custos variáveis. Quando se vende o número de unidades
indicadas no ponto de equilíbrio, a receita se iguala as despesas, podendo-se assim projetar
um lucro desejado e estimar a quantidade necessária para se atingir este lucro, em que se
chegando ao resultado do valor do ponto de equilíbrio diminui-se a diferença do resultado
obtido pelo valor de lucro pretendido.
Na percepção de Atkinson et al (2011, p. 192) o nível em que o volume de vendas
cobrir os custos fixos dos recursos utilizados tem-se o ponto de equilíbrio. A análise deste
ponto é de fundamental importância, uma vez que define o volume de produção em que o
lucro iguala-se a zero e possibilita a análise do investimento definindo se o negócio é rentável.
Conforme observa Padoveze (2010) a diferença entre o preço e o custo variável
unitário representa a margem de contribuição unitária, quando ocorre aumento da produção, a
receita aumenta pelo montante do preço de venda e o custo total aumenta pelo montante do
custo variável unitário. Desta forma
nos custos fixos e custos variáveis. Pode-se ainda mencionar a quantidade de venda necessária
diante de um determinado aumento no total dos custos fixos, visando recuperar o equilíbrio.
Observa-se que o ponto de equilíbrio é obtido dividindo-se o custo fixo pela margem
de contribuição por unidade de produção, sendo que a análise do resultado desse ponto de
equilíbrio possibilita aos gestores o conhecimento de quanto deve ser o montante de vendas
onde a margem de contribuição se iguala aos custos fixos dos recursos empregados para o
funcionamento da atividade comercial, conforme observa Atkinson et al., (2011, p. 194). Para,
além disso, possibilita também definir a demanda do volume de produção necessária para que
se alcance um nível de lucro desejado.
De acordo com Padoveze (2010), qualquer acréscimo ou decréscimo nos custos fixos
irá afetar na mesma proporcionalidade o esforço para alcançar o ponto de equilíbrio. Já as
alterações nos custos variáveis se refletem no ponto de equilíbrio de acordo com a
porcentagem que os custos variáveis representam sobre as vendas e sobre o custo total inicial.
A análise da relação entre custo, volume e lucro é uma ferramenta muito importante na
contabilidade gerencial, conforme analisa Silva (2003, p. 150). “O posicionamento da
empresa no que se refere a sua estrutura de custo relacionada com o preço de mercado de seus
produtos já a condiciona a resultados melhores ou piores ou a maiores ou menores esforços
para produzir certo lucro” (SÁ, 2006). Para Atkinson et al., (2011, p. 193), o conhecimento do
comportamento dos custos auxilia os gestores a definir o nível de operação para maximizar os
lucros.
Conforme menciona Padoveze (2010), a contabilidade de custos possui uma definição
de método de custeamento por absorção quando procura custear o produto atribuindo-lhe
também uma parte do custo fixo. Já o método variável aloca a produção somente os custos
variáveis, considerando todos os custos fixos como despesas do período. O autor argumenta
que as duas concepções são incompletas, mas que é preferível a utilização do método de
custeio variável ou direto, visto que as consequências dos rateios arbitrários no método de
absorção são piores do que as limitações do custeio variável. Assim o autor conclui que as
vantagens do custeamento direto para certas tomadas de decisões são evidenciáveis, porém o
mesmo apresenta a desvantagem de subavaliar os estoques no balanço.
46
A decisão do melhor produto a ser fabricado precisa ser tomada levando-se em conta a
margem de contribuição por fator limitativo de capacidade, conforme observa Iudícibus
(1998). Verifica-se que a partir do ponto de equilíbrio, o fator determinante da maior
alavancagem é a empresa ter uma margem de contribuição unitária maior. Quanto aos custos
dos produtos vendidos, estes representam o custo da matéria-prima e mão-de-obra direta
somado aos custos indiretos alocados, sendo estes custos variáveis conforme o custeamento
adotado.
Padoveze (2010) afirma que o custo real deve ser apurado periodicamente, para que
sejam realizadas as comparações entre o padrão e o realizado. A forma de apuração pode ser
através de custos reais ou de custos-padrão, sendo que nos custos reais são realizadas
previsões e nos custos-padrão se busca harmonizar as formas de se apurarem as variações
com os custos reais, enquanto que aqueles têm um enfoque de saber quanto custou
determinado produto, este se volta para um enfoque do quanto deveria custar esta produção,
em condições normais de fabricação. O custo padrão visa o controle de eficiência das
operações fabris e por isso é mais detalhado e analítico, representando um hábil instrumento
de controle de operações, indicando se tais operações foram realizadas de acordo com o
padrão eficaz fixado, ou seja, o custo padrão é uma meta a ser alcançada.
são aquelas que não derivam de negócios para os quais a empresa se constituiu, como por
exemplo, aplicação em títulos do mercado aberto.
gasto é involuntário, embora possa ser originado de um ato voluntário. Alguns exemplos
destas despesas podem ser citados: acidentes ecológicos, depredações sofridas em
imobilizado, desfalques, indenizações a terceiros, incêndios, multas contratuais e sinistros.
“Normalmente ninguém gasta a mais porque deseja, a boa administração empresarial
procura evitar os já referidos custos desnecessários e dentre esses muitos se classificam como
extraordinários” (SÁ, 2006, p. 156).
Silva (2003) menciona a importância de distinguir a perda da despesa, sendo a despesa
um gasto necessário, habitual, originado de um ato ou decisão administrativa direta,
objetivando um fim específico, enquanto que a perda nem sempre é originada por uma
decisão administrativa, raramente é necessária e também não é um objetivo final e natural.
“Uma perda pode decorrer de ineficácia administrativa [...]”, sendo que “uma empresa
jamais se constitui para perder ou reduzir sua própria riqueza” (SÁ, 2006, p. 157). Para
Padoveze (2010) a despesa é realizada de forma racional tendo uma expectativa de
recuperação esperada, como meio para se obter o lucro.
Sá (2006) observa que uma empresa pode sofrer perdas porque vende mal ou porque
possui gastos elevados, o que não é algo voluntário, e ainda pode vender com prejuízo, para
fazer frente aos custos fixos que se tem, num contexto anormal de mercado, ou até mesmo
para afastar um concorrente, o que não se constitui num hábito e nem mesmo com intenção de
seguir com esta atitude.
O fluxo de caixa, segundo Padoveze (2010), é elaborado para cada intervalo de tempo,
pela diferença entre os fluxos de caixa de entrada e os de saída, em que são considerados
somente os movimentos efetivos de recursos e que tem reflexos financeiros sobre o caixa, o
que não inclui despesas somente de natureza contábil, a exemplo da depreciação, amortização,
reavaliação patrimonial, e resultados que não são pagos ou recebidos pelo caixa.
Para Kuhn (2005) a análise de investimentos é processada com base em fluxos de
caixa, sendo que os resultados são considerados como o aspecto mais importante da decisão.
A avaliação de projetos com base nos resultados do caixa líquido ao invés do foco no lucro,
revela a capacidade efetiva que a empresa possui de remunerar o capital utilizado e reinvestir
através dos benefícios gerados.
Os fluxos de caixa, segundo Gitman (2010) representam o foco principal do gestor
financeiro, seja na gestão das finanças rotineiras, no planejamento ou na tomada de decisões.
A depreciação é um fator importante que afeta o fluxo de caixa de uma empresa, sendo que o
prazo ao longo do qual um ativo se deprecia pode afetar significativamente o padrão dos
fluxos de caixa.
Existem três tipos de fluxos de caixa, de acordo com Gitman (2010), que seriam:
fluxos operacionais, fluxos de investimento e fluxos de financiamento. Os fluxos operacionais
são representados pelas entradas e saídas de caixa relacionadas à venda e produção de bens e
serviços. Os fluxos de investimento representam os fluxos de caixa associados à compra e
venda de ativo imobilizado e investimentos em participações societárias, e por fim os fluxos
de financiamento que provém de transações financeiras com capital de terceiros ou capital
próprio, sendo que a quitação das dividas resulta em saídas de caixa.
Na prática, o que a demonstração dos fluxos de caixa faz é resumir as entradas e saídas
de caixa, conforme salienta Silva (2003), sendo que a depreciação é uma despesa não
desembolsável, pois não há desembolso efetivo de caixa no período, mas existe o lançamento
na demonstração de resultado. As despesas não desembolsáveis são consideradas entradas de
caixa.
Segundo Gitman (2010), uma empresa pode apresentar prejuízo líquido e ainda assim
apresentar um fluxo de caixa operacional positivo se a depreciação do período for superior ao
prejuízo líquido. Os fluxos de caixa de um período são desenvolvidos a partir da
demonstração do resultado do período e do balanço patrimonial. De acordo com Dornelas
(2012, p. 58) o fluxo de caixa positivo somente ocorre se a empresa obtiver o retorno do
investimento inicial e estiver se sustentando por si própria, ou seja, quando puder evoluir sem
50
Para Kuhn (2005) a taxa interna de retorno representa a taxa de desconto que iguala,
num único momento, os fluxos de entrada com os de saída de caixa, ou ainda, é a taxa de
juros que produz um VPL igual a zero. Esta taxa é representada supondo a atualização de
51
194) explicitam que “a rentabilidade pode ser determinada através do índice lucro sobre
vendas (lucro/vendas)”.
correto, pois as despesas financeiras tem origem das fontes de financiamento da entidade, ou
seja, do passivo, não se relacionando com as despesas operacionais.
3 METODOLOGIA DO ESTUDO
Do ponto de vista dos seus objetivos o estudo possui característica descritiva que
decorre do fato de que o estudo tem como finalidade verificar a viabilidade econômica e
financeira de um empreendimento novo. Os estudos descritivos permitem identificar as
diferentes formas dos fenômenos, sua ordenação, classificação, explicação das relações de
causa e efeito dos mesmos, o que leva à obtenção de uma melhor compreensão do
comportamento de vários fatores e elementos que influenciam determinado fenômeno
(OLIVEIRA, 1997).
62
4.1 MERCADO
Conforme definição do Sebrae Centro de Estética é “uma empresa que presta serviços
de tratamento facial e corporal, através de cosméticos e equipamentos diversificados, cujo
objetivo é a reabilitação, relaxamento ou a melhora da estética e da saúde dos clientes”
(RABELO, 2017, p. 1). No caso do negócio em estudo, o Centro presta os seguintes serviços,
em virtude de que existem profissionais capacitados para isso, como apresentado a seguir.
Desta forma Rabelo (2017, p. 01) menciona os serviços ofertados pelo Centro de
Estética: limpeza de pele, tratamento de acne, peeling, hidratação e nutrição facial,
rejuvenescimento e revitalização facial, tratamento de manchas de pele, bronzeamento
artificial, tratamento contra flacidez muscular, tratamento de estrias, hidratação e nutrição
65
- O gasto médio de R$ 95,00 mensais com serviços e tratamentos de beleza é maior do que o
gasto médio de R$ 80,00 unicamente com a compra de produtos de beleza;
- Quando perguntadas sobre quais itens sofreriam corte de gastos em uma situação de crise
financeira, frequentar o salão de beleza seria o segundo item a ser cortado do orçamento das
mulheres. A compra de produtos de beleza é um dos últimos itens indicados ao corte;
- 83% das mulheres se dizem satisfeitas com os produtos de beleza que estão no mercado
atualmente, porém apenas 6% não os trocariam por nenhum outro;
- Amigas e profissionais da área de beleza são as principais fontes que apresentam novidades
de produtos e, ao mesmo tempo, indicam o uso de produtos específicos.
De acordo com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mencionados
pela ABIHPEC “25% dos homens brasileiros já são usuários de tratamentos de beleza e
61,9% acreditam que cuidar da beleza é uma necessidade e não um luxo” (RABELO, 2017, p.
05). Os homens tem demonstrado uma constante preocupação com a estética e com produtos
de beleza, porém a oferta para este público ainda é insuficiente. Os aposentados também se
constituem num mercado promissor, tendo em vista que esse novo mercado está em busca de
vitalidade para melhoria de aparência e da saúde física e mental, conforme observa Rabelo
(2017).
Conforme menciona Rabelo (2017) este mercado encontra-se em expansão, o que atrai
novos empreendedores, porém muitos concorrentes ainda está no mercado informal, por isso
existe uma disparidade de preços praticados pelas empresas especializadas e pelos
profissionais informais. O segmento de beleza e estética requer constante modernização e
atualização, tendo em vista que se criam novas técnicas, novas tecnologias e novos
tratamentos.
Quanto à localização é recomendável que o local tenha fluxo de pessoas com
tendência ao consumo, como próximo a shoppings centers ou bairros comerciais, conforme
observa Rabelo (2017). Alguns fatores são importantes e devem ser considerados, como: o
perfil de renda dos consumidores locais, as condições de acesso e locomoção, a facilidade de
estacionamento, a visibilidade da fachada do estabelecimento, a segurança e iluminação, a
limpeza da rua, a proximidade com fornecedores e parceiros comerciais, regularização e
legalização do imóvel junto aos órgãos públicos municipais.
Para Kuhn (2005) a melhor localização do empreendimento é aquela que assegura
maior diferença entre receitas e custos, proporcionando maior rentabilidade, sendo o principal
objetivo a redução de custos de modo a definir o local mais adequado, depois vem as fontes
67
de insumos (perecíveis) para o mercado de produtos, para pontos intermediários ou para uma
localização independente.
No caso do negócio em estudo, o mesmo estará situado no noroeste do Estado do RS,
em que existe uma crescente demanda por estes serviços. Num primeiro momento foi pensada
a instalação num local em que o fluxo de pessoas é intenso e já existe um Consultório de
Nutrição no local, desta forma já existe o ponto comercial.
Com relação às exigências legais e específicas, a primeira providência a ser tomada
para a abertura da empresa é procurar um contador para elaborar os atos constitutivos da
empresa, auxiliar na escolha da forma jurídica mais adequada e providenciar os formulários
exigidos pelos órgãos públicos de inscrição de pessoa jurídica, como explicita Rabelo (2017).
As etapas do registro são as seguintes:
- Junta Comercial;
- Secretaria da Receita Federal (CNPJ);
- Secretaria Estadual da Fazenda;
- Prefeitura do Município, para a obtenção do Alvará de Funcionamento;
- Enquadramento na Entidade Sindical Patronal (a empresa ficara obrigada ao recolhimento
anual da Contribuição Sindical Patronal).
- Cadastramento junto a Caixa Econômica Federal no sistema Conectividade Social
(INSS/FGTS);
- Corpo de Bombeiros Militar;
- Visita a Prefeitura Municipal para fazer a consulta de local;
- Obtenção do Alvará de Licença Sanitária, adequar as instalações conforme o Código
Sanitário (especificações legais sobre as condições físicas). Em âmbito federal a fiscalização
cabe a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, estadual e municipal fica a cargo das
Secretarias Estadual e Municipal de Saúde (quando for o caso);
- Preparar e enviar o requerimento ao Chefe do DFA/SIV do seu Estado, solicitando a vistoria
das instalações e equipamentos.
De acordo com Rabelo (2017) a empresa precisa observar as regras definidas no
Código de Defesa do Consumido, o qual regula a relação de consumo no País, buscando o
equilíbrio na relação entre fornecedores e consumidores, torna-se necessário consultar as
portarias estaduais e municipais que regulam o setor no município do empreendimento. No
caso específico do segmento em estudo, as principais normas federais são: Lei 6.360, de
23/09/76: dispõe sobre a vigilância sanitária de medicamentos, drogas, cosméticos, saneantes
e outros; Resolução 51, de 24/03/03: enquadra os aparelhos ativos, eletro estimuladores, para
68
utilização em educação física, embelezamento e correção estética na classe de risco II, regra
nove, conforme previsto pelo parágrafo único do art. 1 da RDC nº 185, de 22/10/01; e
Resolução 5.186, de 20/11/09: determina, como medida de interesse sanitário, a suspensão em
todo território nacional de propagandas de equipamentos para bronzeamento artificial.
Quando tratado da estrutura, de acordo com a ANVISA - Agência Nacional de
Vigilância Sanitária um Centro de Estética requer um projeto arquitetônico considerando-se
as normas e práticas de biossegurança, promovendo o bem estar para os clientes e para
colaboradores, conforme menciona Rabelo (2017, p. 19). A estrutura básica deve possuir um
conjunto de salas ou divisórias, conforme segue:
- Salas de atendimento: deve possuir espaço suficiente para acomodar os equipamentos
necessários para cada tipo de serviço. Os atendimentos individuais devem ser em áreas
privativas. A iluminação deve ser serena e agradável, ampla e abundante.
- Banheiros: devem estar próximo as áreas de atendimento.
- Recepção: deve ter um balcão de atendimento, com telefone e computador; o caixa pode ser
no mesmo local.
- Sala de espera: este espaço destina-se aos clientes que chegarem antes do horário ou que
precisam aguardar, devem possuir revistas, televisão, música ambiente e temperatura
adequada.
- Estacionamento: é importante possuir um local próprio para estacionamento, oferecendo
assim mais comodidade ao cliente.
Com relação a necessidade de pessoal, segundo Rabelo (2017) o número de
colaboradores varia conforme o tamanho do empreendimento e com os serviços que são
prestados. Deve contar com o esteticista que é o responsável técnico do Centro, sendo que
este profissional necessita possuir cursos técnicos, tecnólogos ou superiores reconhecidos
pelo Ministério da Educação.
Os colaboradores necessitam participar de capacitações que orientem sobre os
cuidados necessários na manipulação de produtos químicos e no manuseio dos equipamentos,
além de informações sobre o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) conforme
observa Rabelo (2017). Neste segmento é comum a contratação de prestadores de serviços
com participação no faturamento do serviço prestado, desta forma Rabelo (2017) orienta a
consulta ao contador sobre os aspectos legais e conformidade com a legislação trabalhista.
A qualidade do atendimento é fundamental neste segmento, tendo em vista o
relacionamento que se estabelece a longo prazo com o cliente e a indicação de novos clientes
de acordo com o atendimento recebido. Segundo Rabelo (2017), a qualificação dos
69
acessórios; cadeira reclinável para limpeza de pele e massagem facial; cadeiras para bancadas
com espelho; lavatórios para cabelos; poltronas hidráulicas; cadeiras de manicure; carrinho
para manicure; secador com pé; secadores manuais; cadeira para secador com pé; estufas; e
ferramentas em geral.
A gestão de estoques no varejo busca o equilíbrio entre a oferta e a demanda, o qual
por sua vez é medido pelos indicadores:
- Giro de estoques: representa o número de vezes em que o capital investido em estoques é
recuperado através das vendas, geralmente tem-se como base o ano;
- Cobertura dos estoques: indica o período de tempo em que o estoque consegue cobrir as
vendas futuras, sem haver suprimentos.
- Nível de serviço ao cliente: indica o número de oportunidades de venda que podem ter sido
perdidas, pelo fato de não existir a mercadoria em estoque ou não poder executar o serviço em
tempo hábil.
“O estoque dos produtos deve ser mínimo, visando gerar o menor impacto na alocação
de capital de giro. O estoque mínimo deve ser calculado levando-se em conta o número de
dias entre o pedido de compra e a entrega dos produtos na sede da empresa” (RABELO, 2017,
p. 31).
Conforme explicita Rabelo (2017) no caso de centro de estética não há venda de
mercadorias, assim o consumo de produtos resume-se a cosméticos e outros materiais
utilizados nos serviços prestados, tais como: bloqueador solar; máscara antiflacidez; emulsão
hidratante; argila; fluído para bandagem quente; cera para depilação; papel para depilação;
creme para depilação; creme para massagem; fluído para massagem; creme redutor de
medidas; spray e gel para crioterapia; cremes-esfoliante, hidratante, limpeza; gel de condução
e deslizamento – massagens; gel redutor de medidas; óleos – hidratante, estimulante,
revigorante, emoliente, calmante; óleo para massagem; loções bronzeadores; leites para
limpeza de pele; kit gesso redutor de medidas; esmaltes; essências; produtos para maquiagem;
massageadores, escovas, esponjas, luvas – auxiliares aos tratamentos.
Os tratamentos mais solicitados em um centro de estética são:
Hidratação do rosto e do corpo;
Limpeza de pele;
Peelings;
Terapia capilar;
O estoque inicial referente a matéria-prima que será utilizada nos serviços totalizou em
R$ 13.880,34. No caso em estudo, a esteticista optou por trabalhar com as marcas que foram
utilizadas nos laboratórios de aulas da Graduação, os quais apresentaram resultados
satisfatórios nas aulas práticas.
Para Rabelo (2017) a qualidade da matéria-prima é fundamental para a fidelização dos
clientes, assim pode-se realizar o pós-venda para verificar o nível de satisfação do cliente com
as marcas utilizadas. No caso do empreendimento em estudo, visando a satisfação do cliente,
as marcas a serem utilizadas serão: para cabelo os produtos da London e da Sexy Hair e para
o corpo e rosto os produtos da Bioage e Extratos da Terra. Trata-se de marcas que levam
tendências e soluções inovadoras para tratamentos capilares e corporais aos Centros de
Estética e salões de beleza, pois investem em inovação e tecnologias diariamente, contando
com o apoio de equipe de pesquisa e desenvolvimento especializada em cosmetologia. Ao
mesmo tempo em que visam a qualidade dos produtos aliam isto a preços acessíveis.
Posteriormente, o Centro em estudo pensa em realizar a venda dos produtos do tipo “home
care” a suas clientes.
Os canais de distribuição, segundo Rabelo (2017) representam os meios utilizados pela
empresa para escoar a produção e ofertar seus serviços, e influenciam no custo do produto ou
serviço ofertado. Tais canais tem a função de colocar o produto ou serviço no local em
quantidade, qualidade e preço correto e também possuem importância no estímulo a demanda.
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4. 2 ANÁLISE FINANCEIRA
4.2.1 Investimentos
Quadro 6 – Investimentos
POLÍTICA DE INVESTIMENTO R$ %
Máquinas e Equipamentos 35.779,41
Móveis e Utensílios 24.434,60
Instalações 895,00
TOTAL INVESTIMENTOS FIXOS 61.109,01 64,47
Capital de Giro 33.670,68 35,53
Total 94.779,69 100
Fonte: autora (2017)
Quadro 7 – Tributação
TRIBUTAÇÃO - SIMPLES NACIONAL
VALOR RECEITAS VALOR IMPOSTO
MENSAL 21.375,00 1.754,89
ANUAL 256.500,00 21.058,65
Fonte: autora (2017)
4.2.3 Custos
Com base no custo total da mão-de-obra foi realizado o cálculo do custo da hora de cada
colaboradora e da esteticista. Para tanto foi calculado o número de horas mensais, considerando-se
8 horas diárias de segunda a sexta-feira e 4 horas no sábado, multiplicado por 4 semanas (total de
semanas do mês), totalizando uma média de 176 horas mensais, sendo que podem ser distribuídas
em horários diferentes durante a semana, não ultrapassando a carga horária mensal. O Centro
adotará o regime de banco de horas, para compensação de horas extraordinários em dias possíveis
desta compensação, como por exemplo, nas segundas-feiras, com o objetivo de não ultrapassar o
limite de horas semanais pré-definido. Desta forma chegou-se ao custo de R$ 7,41 para a hora da
manicure e R$ 9,36 para a hora da auxiliar de cabeleireiro, e o custo de R$ 0,12 e R$ 0,16 por
minuto respectivamente, conforme demonstrado a seguir.
O mesmo cálculo foi realizado para a Sócia, no caso a Esteticista, tendo em vista que há
serviços que serão realizados somente por esta profissional, sendo que foi considerada a mesma
carga horária e chegou-se a um custo de R$ 11,36 por hora de trabalho e R$ 0,19 por minuto.
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Serviço 5 - ESCOVAS
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Schampoo 1 ml 0,09 0,09
Condicionador 1 ml 0,09 0,09
Finalizador 0,5 ml 1,76 0,88
Mousse Finalizador 0,02 Gramas 8,06 0,16
Reparador de Pontas- Magic Ojon 0,002 Ml 8,00 0,02
Tempo/MOD 0,5 hora 9,36 4,68
Custo Direto (MP + MOD) 5,92
Serviço 6 – ESCOVA PROGRESSIVA
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Schampoo 1 ml 0,09 0,09
Condicionador 1 ml 0,09 0,09
Finalizador 0,5 ml 1,76 0,88
Ativo da Progressiva 70 Gramas 0,39 27,30
Mascara - Argila Reconstruction 10 Gramas 0,16 1,60
Tempo/MOD 2,5 hora 9,36 23,41
Custo Direto (MP + MOD) 53,37
Serviço 7 - MATIZAÇÃO
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Tintura 1 Und 16,00 16,00
Emulsão 0,75 Grama 0,27 0,20
Schampoo 1 ml 0,09 0,09
Condicionador 1 ml 0,09 0,09
Finalizador 0,5 ml 1,76 0,88
Tempo/MOD 1 hora 9,36 9,36
Custo Direto (MP + MOD) 26,63
Serviço 8 - HIDRATAÇÃO CAPILAR
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Schampoo 1 ml 0,09 0,09
Condicionador 1 ml 0,09 0,09
Finalizador 0,5 ml 1,76 0,88
Mascara Alquimia Proteica 20 Gramas 0,17 3,40
Mascara Alquimia CMS 20 Gramas 0,17 3,40
Nutrioil 0,5 Ml 1,88 0,94
Impact Fluid Alquimia 0,2 Ml 1,25 0,25
Tempo/MOD 1,5 hora 9,36 14,05
Custo Direto (MP + MOD) 23,10
Serviço 9 - MAQUIAGEM
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Batom 0,05 Grama 7,98 0,40
Sombra 0,05 Grama 3,79 0,19
Base 0,05 Grama 1,59 0,08
Pó Iluminador 0,05 Grama 5,32 0,27
Primer 0,05 Grama 1,90 0,10
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Os custos diretos foram divididos por tipo de serviço, sendo que foi realizado o
levantamento de todos os insumos a serem utilizados para cada serviço, bem como o custo
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Para o cálculo do custo total dos serviços foi multiplicado pela quantidade de cada serviço
durante o mês, resultando assim no custo total dos serviços mensais, conforme detalhamento
como segue.
Para este custo total dos serviços foi somado o custo unitário com mão-de-obra e
matéria-prima e o custo indireto fixo, que seriam as despesas operacionais. Também foi calculado
o mark-up, de acordo com o lucro líquido desejado que é de 15%, os impostos do simples
nacional que são de 8,21% e as despesas administrativas que são de 12%, resultando o mark-up
em 0,67. O percentual das despesas foi encontrado, através do custo total das despesas mensais
divido pela estimativa de receita mensal.
92
O preço de venda para se ter o lucro desejado é representando pelo custo total dos
serviços dividido pelo mark-up. Este índice é calculado para se ter um comparativo do preço
de venda calculado com o preço de venda praticado, se porventura, este preço praticado não
está abaixo dos custos levantados.
4.2.4 Receitas
Para calcular a receita bruta mensal deve-se considerar o volume mensal de trabalho
e o preço unitário dos serviços, conforme explicita Azevedo (1990). Assim os valores da
receita mensal foram calculados a partir de um volume de serviços cujos dados foram
pesquisados junto a uma profissional da Estética.
Conforme menciona Azevedo (1990) a projeção da receita precisa ser realista,
levando-se em conta as possibilidades oferecidas pelo mercado. A área de saúde e beleza é
promissora, porém o negócio precisa ser bem organizado e prestar serviços de qualidade, para
que se tenha o retorno esperado. O empreendimento em estudo estimou a seguinte receita
mensal e posteriormente a receita anual.
Observa-se que a receita mensal ficou em R$ 21.375,00, sendo que foi definido um
percentual de 30% desta receita como tipo de recebimento a vista e 70% como tipo de
recebimento a prazo, assim o valor de R$ 6.412,50 é recebido a vista e R$ 14.962,50 é recebido a
prazo. O custo total mensal dos serviços prestados ficou em R$ 14.650,94, gerando uma diferença
mensal positiva de R$ 6.724,06, sem considerar as demais despesas.
Os valores de receita e despesa não foram atualizados anualmente, sendo assim para a
formação da taxa mínima de atratividade – TMA, foi considerado a inflação média. Nota-se
que o total das receitas mensais projetadas no período foram de R$ 21.375,00, a qual para
obter a receita anual projetada no fluxo de caixa e demonstração de resultados foi
multiplicada por 12.
De acordo com a estimativa da receita anual, estimativa dos custos anuais e despesas
operacionais, foi elaborado o fluxo de caixa com a projeção para cinco anos de atividade. No
ano 0 foi colocado o valor do investimento inicial que é de R$ 94.779,69 e para os anos
seguintes foi calculado os recebimentos anuais, divididos em investimentos à vista e à prazo,
o que totalizou em R$ 256.500,00, posteriormente foi calculado as despesas mensais,
incluindo nestas os custos dos serviços prestados, os quais representam o valor de R$
14.650,94 mensais, multiplicado por 12 meses resultou em R$ 175.811,27, também as
despesas operacionais, sendo considerado o valor mensal de R$ 2.222,59, incluindo neste
valor as despesas referentes a manutenção mensal dos equipamentos adquiridos que foi de R$
252,59 a qual somou-se ao valor das demais despesas mensais de R$ 1.970,00, por este
94
Saldo inicial
(94.779,69) (94.779,69) (61.820,69) (28.861,69) 4.097,31 37.056,30 (94.779,69)
Investimento inicial
(94.779,69) (94.779,69)
1. Fluxos caixa atividades
oper.
Recebimentos -
256.500,00 256.500,00 256.500,00 256.500,00 256.500,00 1.282.500,00
Venda a vista
76.950,00 76.950,00 76.950,00 76.950,00 76.950,00 384.750,00
Venda a prazo
179.550,00 179.550,00 179.550,00 179.550,00 179.550,00 897.750,00
Pagamentos/Despesas -
223.541,00 223.541,00 223.541,00 223.541,00 223.541,00 1.117.705,01
Custo Serviços Prestados
(CSP) 175.811,27 175.811,27 175.811,27 175.811,27 175.811,27 879.056,36
Custos /despesas
-
Operacionais 26.671,08 26.671,08 26.671,08 26.671,08 26.671,08 133.355,40
Tributos pagos
21.058,65 21.058,65 21.058,65 21.058,65 21.058,65 105.293,25
Caixa líquido das atividades
operacionais (94.779,69) 32.959,00 32.959,00 32.959,00 32.959,00 32.959,00 164.794,99
Saldo final de Caixa 4.097,31 37.056,30 70.015,30
(94.779,69) (61.820,69) (28.861,69) 70.015,30
Fonte: autora (2017)
Quanto ao saldo final de caixa verificou-se que para o ano 1 houve um resultado de R$
61.820,69 negativo, para o ano 2 um resultado de R$ 28.861,69 também negativo e no ano 3 o
saldo final começou a gerar lucro sendo que foi de R$ 4.097,31, no ano 4 foi de R$ 37.056,30
e no ano 5 resultou em R$ 70.015,30. Observa-se que no ano 4 o resultado mensal de caixa
ficaria em R$ 3.088,02 e no ano 5 ficaria em R$ 5.834,61.
95
Nota-se que o VPL foi calculado usando a TMA de 20% a.a, indicando que o
empreendimento é viável a partir da perspectiva do VPL, visto que o mesmo é positivo,
indicando um retorno ao investimento proposto. Após realizar estes cálculos, foi possível
realizar o cálculo da Taxa Interna de Retorno (TIR) e do Valor presente líquido (VPL), sendo
encontrada a taxa de 21,80% de TIR e o valor de R$ 3.787,89 de VPL. Para a TIR é
considerado o valor do caixa operacional líquido de todos os anos e para o VPL é considerado
o saldo anual líquido de caixa, descontando-se o saldo final do ano anterior.
A taxa interna de retorno anual demonstra o percentual que a empresa obterá se
investir no projeto e receber as entradas de caixa previstas, ou seja, mostra a rentabilidade
efetiva. O valor presente líquido considera o valor do dinheiro no tempo, representando a
riqueza do investimento, como este valor foi maior do que zero, o investimento deve ser
aceito, revelando ser economicamente interessante.
A taxa mínima de atratividade foi definida em 20% a.a, sendo considerado um retorno
de 10% e 3% de risco do negócio, acrescentado de 7% de inflação média. Assim o valor das
receitas e despesas anuais não foram atualizados em virtude deste percentual de inflação
considerado na Taxa Mínima de Atratividade - TMA. Essa taxa é utilizada para atualizar o
96
fluxo de caixa, sendo que o método VPL exige a definição desta taxa para descontar os fluxos
de caixa.
A TMA é definida também como taxa de retorno exigida, sendo portanto um
parâmetro de avaliação de projetos, ou seja, é como uma meta mínima a ser atingida.
Considera os valores atuais da TJLP - taxa de juros de longo prazo que é de 7% e da
remuneração da FINEP de financiamento concedido, denominada de SPREAD.
A TJLP conforme consulta ao site do BNDES é definida de acordo com a meta de
inflação para os doze meses seguintes ao primeiro mês de vigência da taxa, que por sua vez é
definida pelas metas anuais fixadas pelo Conselho Monetário Nacional, e também de acordo
com o prêmio de risco. Assim a TJLP é fixada pelo Conselho Monetário Nacional e possui
vigência trimestral. Já o SPREAD é a remuneração da FINEP pelo financiamento obtido,
compondo os juros junto com a parte não capitalizada da TJLP, assim o SPREAD ocorre
quando o banco empresta um valor a uma pessoa física ou jurídica e cobra uma taxa pelo
empréstimo, a qual será superior a taxa de captação. Como o VLP deu um resultado positivo,
pode-se concluir que o projeto em questão é viável, pois se tem um retorno superior à taxa
mínima de atratividade requerida, sendo que a TIR foi superior a TMA, tornando o
investimento atrativo.
O valor presente líquido demonstra a diferença entre o valor presente das entradas de
caixa e o valor presente das saídas de caixa. Desta forma, desconta-se os fluxos financeiros
pela taxa de atratividade definida para o projeto, verificando-se o retorno econômico. Para o
caso deste empreendimento, será possível ter retorno econômico do investimento realizado.
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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número 14. Março/1990. Editora Globo. 01 Nov.2017
AZEVEDO, Ellen. Mercado de estética cresce nos últimos anos a despeito da crise. 2017.
Disponível em www.administradores.com.br/artigos. Acesso em 25/11/2017.
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IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2000, 3a ed.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 1998, 6a ed.
MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 11. edição. São Paulo: Atlas, 2015.
MOREIRA, Sonia Virgínia. Análise documental como método e como técnica. In:
DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio (Org.). Métodos e técnicas de pesquisa em
comunicação. São Paulo: Atlas, 2005. p. 269-279.
RABELO, Dayane. Como Montar um Centro de Estética. SEBRAE: Staff Art Marketing e
Comunicação Ltda, 2017, extraído do site www.sebrae.com.br
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SILVA, Lourivaldo Lopes da Silva. Contabilidade Geral. São Paulo: IOB – Thomson, 2003.
SILVA, Cesar Augusto Tibúrcio e Tristão, Gilberto. Contabilidade Básica. São Paulo: Ed
Atlas S.A, 2000, 2° ed.