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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO


RIO GRANDE DO SUL
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,
ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

MARIELI DA CUNHA

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA DE UM


CENTRO DE ESTÉTICA NA REGIÃO NOROESTE DO ESTADO RS
(Trabalho de conclusão do curso)

IJUÍ (RS)
2017
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MARIELI DA CUNHA

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA DE UM


CENTRO DE ESTÉTICA NA REGIÃO NOROESTE DO ESTADO RS

Trabalho de conclusão do curso apresentado no DACEC


- Curso de Ciências Contábeis da Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
UNIJUÍ, como requisito para a obtenção do Grau de
Bacharel em Ciências Contábeis

Profª Orientadora: MARIA MARGARETE BACCIN BRIZOLLA, Dra.

Ijuí (RS), novembro, 2017


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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Representação do Patrimônio .................................................................... 18


Quadro 2 – Demonstração de Resultados do Exercício ................................................ 57
Quadro 3 – Serviços prestados ..................................................................................... 64
Quadro 4 – Equipamentos utilizados ............................................................................ 69
Quadro 5 – Materiais usados na execução dos serviços ............................................... 71
Quadro 6 – Investimentos ............................................................................................. 79
Quadro 7 – Tributação .................................................................................................. 81
Quadro 8 – Custo com Pessoal ..................................................................................... 82
Quadro 9 – Pro-labore do Sócio ................................................................................... 83
Quadro 10– Custo com Mão de Obra Direta ................................................................ 83
Quadro 11 – Custos da hora Sócia/Esteticista .............................................................. 84
Quadro 12 – Custos Diretos Serviço ............................................................................ 84
Quadro 13 – Despesas Operacionais Mensais .............................................................. 89
Quadro 14 – Custo Total de cada Serviço .................................................................... 90
Quadro 15 – Custo Total Mensal de cada Serviço........................................................ 91
Quadro 16 – Índice Mark-Up ....................................................................................... 92
Quadro 17 – Estimativa da Receita Mensal .................................................................. 92
Quadro 18 – Fluxo de Caixa ......................................................................................... 94
Quadro 19 – Payback e VPL ....................................................................................... 95
Quadro 20 – Demonstrativo do Resultado do Exercício .............................................. 97
Quadro 21 – Demonstrativo do Resultado do Exercício .............................................. 98
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LISTA DE ABREVIATURAS

CSP Custo de Serviços Prestado


CF Custo Fixo
CT Custo Total
CV Custo Variável
DRE Demonstração do Resultado do Exercício
FC Fluxo de Caixa
IL Índice de Lucratividade
IR Índice de Rentabilidade
IT Investimento Total
LL Lucro Líquido
PBS Payback Simples
PBD Payback Descontado
PV Preço de Vendas
PR Prazo de Retorno
TIR Taxa Interna de Retorno
TMA Taxa Mínima de atratividade
VPL Valor Presente Líquido
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RESUMO

A contabilidade gerencial trata de sistemas contábeis efetivos que podem criar valores
consideráveis, através do fornecimento de informações acuradas e oportunas sobre as
atividades necessárias ao sucesso das organizações. Tais valores referentes a geração do lucro
empresarial são criados por meio da utilização efetiva dos recursos empresariais. O sucesso de
um negócio está relacionado com a capacidade de administrá-lo financeiramente, em virtude
do contexto econômico atual que é de recessão, sendo que em um cenário de incertezas, o
acompanhamento sistemático das finanças de uma atividade é o que permite a tomada de
decisões acertadas, logo a análise de viabilidade de empreendimentos, pode auxiliar os
gestores quanto a decisão de investir. Sendo assim o objetivo geral deste estudo é o de
identificar como a análise de viabilidade econômica e financeira da implantação de um Centro
de Estética pode auxiliar o gestor no processo de tomada de decisão. Para tanto a pesquisa foi
aplicada, descritiva, estudo de caso de abordagem qualitativa, utilizando-se de análise
documental, observação e questionário semiestruturado. Os resultados indicam que a análise
de viabilidade econômica e financeira da implantação de um Centro de Estética pode auxiliar
o gestor no processo de tomada de decisão, proporcionando informações mais seguras a
tomada de decisão, no que se refere a decisão de investir no empreendimento.

Palavras-chave: Gestão. Financeira. Decisão. Investimento. Viabilidade.


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 8
1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO .......................................................................... 9
1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO............................................................... 11
1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA .............................................................................. 12
1.4 OBJETIVOS .................................................................................................................... 13
1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 13
1.4.2 Objetivos Específicos ...................................................................................................... 13
1.5 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 13
2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 16
2.1 CONTABILIDADE E ASPECTOS GERAIS................................................................. 16
2.2 CONTABILIDADE GERENCIAL ................................................................................. 19
2.3 EMPREENDEDORISMO ............................................................................................... 24
2.4 PROJEÇÕES E ORÇAMENTOS ................................................................................... 33
2.4.1 Investimentos ................................................................................................................... 38
2.4.2 Custos .............................................................................................................................. 41
2.4.3 Receitas e despesas .......................................................................................................... 46
2.5 FLUXO DE CAIXA ........................................................................................................ 48
2.5.1 Indicadores financeiros .................................................................................................... 50
2.5.2 Taxa Interna de Retorno (TIR) ........................................................................................ 50
2.5.3 Valor Presente Líquido (VPL) ......................................................................................... 52
2.5.4 Payback Descontado e Simples ....................................................................................... 53
2.5.5 Rentabilidade e Lucratividade ......................................................................................... 54
2.6 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS ...................................................................... 56
2.6.1 Indicadores econômicos .................................................................................................. 59
3 METODOLOGIA DO ESTUDO .................................................................................... 61
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ............................................................................... 61
3.1.1 Pesquisa quanto à natureza .............................................................................................. 61
3.1.2 Pesquisa quanto aos objetivos ......................................................................................... 61
3.1.3 Pesquisa quanto aos procedimentos técnicos .................................................................. 62
3.1.4 Pesquisa quanto à abordagem .......................................................................................... 62
3.2 COLETA DE DADOS .................................................................................................... 63
3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ........................................................... 63
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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................................................... 64


4.1 MERCADO ..................................................................................................................... 64
4. 2 ANÁLISE FINANCEIRA ............................................................................................... 78
4.2.1 Investimentos ................................................................................................................... 79
4.2.2 Informações Fiscais e Tributárias .................................................................................... 80
4.2.3 Custos .............................................................................................................................. 82
4.2.4 Receitas ............................................................................................................................ 92
4.2.5 Fluxo de Caixa ................................................................................................................. 93
4.2.6 Indicadores Financeiros ................................................................................................... 95
4.2.7 Demonstrativo do Resultado do Exercício ...................................................................... 96
5 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 101
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 103
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1 INTRODUÇÃO

Conforme analisa Padoveze (2010, p. 58) "a informação contábil deve ser útil para o
futuro, o passado só é importante se possibilitar ação futura". Ainda cita Iudicibus (2009)
acerca das informações de situações passadas e presentes que poderão servir de aprendizagem
para o futuro do empreendimento. Trata-se de um sistema de informação e avaliação
destinado a gerar informações aos seus usuários, sendo que seus objetivos, devem ser
aderentes, de alguma forma explicita ou implícita, àquilo que o usuário considera como
elementos importantes para seu processo decisório (PADOVEZE, 2010).
Segundo Iudicibus (2009) a principal função da contabilidade é prover os usuários
com informações que ajudarão na tomada de decisões, sendo que o objetivo básico dos
demonstrativos financeiros é fornecer informação útil para a tomada de decisões econômicas.
Conforme observa Padoveze (2010), a contabilidade gerencial trata de sistemas
contábeis efetivos que podem criar valores consideráveis, através do fornecimento de
informações acuradas e oportunas sobre as atividades necessárias ao sucesso das
organizações. Tais valores referentes a geração do lucro empresarial são criados por meio da
utilização efetiva dos recursos empresariais.
Segundo Padoveze (2010) a contabilidade gerencial tem enfoque diferente da
contabilidade financeira, no entanto ambas tem o propósito de gerar informações úteis aos
seus usuários. A contabilidade gerencial fornece informações para os gestores, ou seja, para o
público interno com objetivo de facilitar o planejamento, controle, avaliação de desempenho e
tomada de decisões internamente, enquanto que a contabilidade financeira fornece
informações para os acionistas, credores e público externo, com o objetivo de facilitar a
análise financeira para as necessidades dos usuários externos.
Padoveze (2010) observa que os gestores da empresa é quem define as informações
que farão parte do orçamento, sendo este tratado como um subsistema específico do sistema
de informação contábil é importante no sentido de que irá alcançar todos os níveis de
responsabilidade dentro da empresa. Deve-se considerar que a informação válida é aquela que
traz contribuições para o futuro e aquela que seja clara, precisa, rápida, dirigida, além de ser
possível de realizar comparações, de ter confiabilidade, detalhamento adequado e relevância.
O objetivo básico nas tomadas de decisões da administração financeira é alcançar a
maior rentabilidade possível sobre o investimento realizado pelos proprietários ou acionistas,
conforme observa Brizolla (2015), de modo a aumentar o valor de mercado da empresa. Para
maximizar a riqueza é necessário ter: perspectivas de longo prazo, conhecer o valor do
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dinheiro no tempo, retorno do capital próprio, risco, dividendos, conforme explica Brizolla
(2015).
As três áreas fundamentais das decisões financeiras consiste em: decisões de
investimento, decisões de financiamento e decisões relacionadas a destinação de lucros,
conforme apresenta Brizolla (2015). Através da análise financeira é possível avaliar de forma
contínua o comportamento dos indicadores financeiros da organização, conforme observa
Padoveze (2010). Para que isso ocorra é importante que os dados contábeis sejam exatos,
sempre que possível. O fluxo de caixa é fundamental para a administração financeira,
segundo Padoveze (2010), para o mesmo o lançamento das movimentações bancárias, de
caixa e aplicações bancárias e financeiras, pode ser feito diretamente no sistema de
informação contábil. O fluxo de caixa mensal é importante na medida em que permite o
acompanhamento e controle dos recursos da empresa, juntamente é claro com o balanço
patrimonial e a demonstração de resultados, enquanto que o fluxo de caixa diário é importante
para a realização do controle dos pagamentos e recebimentos imediatos (PADOVEZE, 2010).
Este estudo está estruturado da seguinte forma: o capítulo um, apresenta a definição do
tema em estudo, a caracterização da organização, a problematização do tema, os objetivos
(geral e específico) e a justificativa. No capítulo dois, está a revisão literária a respeito do
tema do objeto de estudo, visando dar suporte as aplicações práticas, sendo apresentado um
estreitamento entre o tema proposto e a controladoria como processo de gestão. Na sequência,
no capítulo três, verificam-se os procedimentos metodológicos que nortearam a realização
desse estudo, a partir da classificação da pesquisa e dos instrumentos utilizados para a coleta e
análise de dados. Também foram apresentados a análise dos resultados, no capítulo quatro, a
partir dos dados coletados, bem como a conclusão. E por último, não menos importante estão
as referências consultadas ao longo do estudo.

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO

De acordo com Dornelas (2012) o sucesso de um negócio está relacionado com a


capacidade de administrá-lo financeiramente, em virtude do contexto econômico atual que é
de recessão. Afirma ainda que "em um cenário de incertezas, o acompanhamento sistemático
das finanças de uma atividade é o que permite a tomada de decisões acertadas" (DORNELAS,
2012).
Segundo Basso, Brizolla e Filipin (2017) a Contabilidade é um conjunto ordenado de
conhecimentos próprios, leis científicas, princípios e métodos de evidenciação próprios, é a
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ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos
quantitativo e qualitativo, e que, como conjunto de normas, preceitos, regras e padrões gerais,
se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar informações de suas variações e
situação, especialmente de natureza econômica e financeira e, complementarmente, controla,
registra e informa situações impactantes de ordem socioambiental decorrentes de ações
praticadas pela entidade no ambiente em que está inserida.
Desta forma a Contabilidade é enquadrada como uma ciência social, a qual tem como
base a utilização de técnicas específicas para se tornar útil a sociedade e cumprir as
finalidades pelas quais foi criada. Para Basso, Brizolla e Filipin (2017) a finalidade principal
da Contabilidade é gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o
patrimônio, com ênfase para o controle e o planejamento - processo decisório.
A contabilidade tem como finalidade gerar informações para a tomada de decisão,
nesse sentido Padoveze (2010) menciona que um sistema de informação contábil eficaz
produz informações dentro dos prazos estipulados e dentro do menor tempo possível, visto
que uma informação morosa perde credibilidade e uma informação dentro do prazo é muito
melhor do que uma informação precisa mas atrasada.
Já a contabilidade gerencial possui como objetivo principal obter a maior rentabilidade
possível sobre o investimento, conforme menciona Brizolla (2015), desta forma as decisões
financeiras são orientadas para o aumento do valor de mercado da empresa, maximizando
assim a riqueza dos acionistas.
Segundo Brizolla (2015) a maximização dessa riqueza envolve os seguintes aspectos:
Perspectivas de longo prazo: a empresa precisa investir em novos produtos e tecnologias que
poderão representar um sacrifício para a rentabilidade atual mas que trarão benefícios futuros;
Valor do dinheiro no tempo: os fluxos de caixa dos investimentos de projetos são trazidos a
valores atuais, mediante a uma taxa de desconto; Retorno do capital próprio: os acionistas
visam a valorização de suas ações e a remuneração através de dividendos; Risco: o retorno do
investimento deve ser compatível com o risco assumido; e Dividendos: deve existir uma
política de distribuição regular de dividendos, independente do lucro.
Com relação a um investimento este pode ser conceituado como toda a aplicação de
capital em algum ativo, tangível ou não, para obter um retorno no futuro, conforme menciona
Brizolla (2015). Tal investimento pode ser a criação de uma nova empresa ou pode ser um
projeto numa empresa já existente, e ainda algumas empresas necessitam de recursos de curto
prazo e outras de recursos de longo prazo.
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Conforme menciona Brizolla (2015) toda decisão importante na empresa deve ser
analisada com relação ao efeito sobre os fatores: lucro por ação esperado, distribuição no
tempo do fluxo de lucros, grau de risco dos lucros esperados, endividamento e política de
dividendos. Os gastos com capital envolvem: benefícios não monetários que são avaliados de
modo subjetivo, aspectos monetários que são medidos de forma técnica e riscos a serem
avaliados.
Segundo Dornelas (2012), o sucesso atribuído as micro e pequenas empresas nos
Estados Unidos, quando estavam no processo de maturidade, é atribuído ao empreendedor
que planejou de forma adequada o seu negócio, realizando uma análise de viabilidade
econômica e financeira do negócio, antes de colocá-lo em prática.
Dornelas (2012) afirma que o plano de negócios é uma ferramenta que necessita
constantemente ser atualizada, justificando que o planejar deve ser dinâmico e corresponder
as etapas da empresa. Desta forma, também deve ser realizada sempre a análise financeira da
empresa, para continuar tomando decisões de investimentos, redução de custos, aplicação em
reservas. Para isso torna-se necessário ter a disponibilização dos dados contábeis, os quais são
obtidos através da geração de relatórios.
Segundo Holanda (1975), projeto de negócios “corresponde ao conjunto de
informações, sistemática e racionalmente ordenadas, que nos permite estimar os custos e
benefícios esperados de um determinado investimento e nos indica a maneira de transformar
essas ações na produção de bens e ou serviços”. É neste sentido que é utilizado o termo
projeto para este estudo, onde é apresentada a coleta de informações obtidas deste segmento
de mercado, o ordenamento, a sistematização e a análise destas informações. Isso possibilitará
posteriormente, fazer um levantamento das vantagens e desvantagens de reunir recursos para
a criação de um projeto novo, bem como analisar a sua viabilidade.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A organização a ser estudada está em fase de implantação, no início é um


empreendimento de pequeno porte, com o faturamento inicial previsto de R$ 21.375,00
mensais, contando inicialmente com três colaboradores. Na fase inicial o Centro Estético
contará com uma Estéto Cosmetóloga, uma manicure e uma auxiliar de cabeleireira, pois o
Centro atuará com os serviços relacionados à parte corporal, facial, mãos e pés, além de
cabelos e maquiagens.
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O local é alugado, porém os móveis a serem utilizados serão todos adquiridos,


máquinas e equipamentos, materiais e utensílios também. Destaca-se também que a
localização é em um município da região noroeste do estado do RS.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

Verifica-se que o objetivo principal de cada empresa é a maximização da riqueza de


seus proprietários, sendo esta riqueza expressa pelo valor de mercado da empresa, conforme
observa Brizolla (2015). As decisões financeiras são orientadas visando o aumento do valor
de mercado da empresa.
Conforme menciona Brizolla (2015), investimentos em ativos fixos voltados para
novos ativos possuem efeitos prolongados no ciclo de vida das empresas, sendo que uma
decisão incorreta pode comprometer seu futuro. Determinados investimentos implicam em
aumentos de aplicações de recursos no capital de giro. Investimento é toda a aplicação de
capital em algum ativo visando obter determinado retorno no futuro, conforme observa
Brizolla (2015) e neste sentido os administradores precisam maximizar o preço das ações. A
empresa pode ser vista com duas bases de valor: os ativos existentes, que geram os lucros e o
fluxo de caixa, e as oportunidades de realizar novos investimentos que aumentarão os fluxos
de caixa futuros e os lucros.

O crescimento de uma empresa, e até sua capacidade de se manter competitiva e


sobreviver, depende de um fluxo constante de ideias de novos produtos, de novas
maneiras de fazer melhor os produtos existentes e de modos de produzir a um custo
mais baixo. Consequentemente, uma empresa bem administrada despenderá grandes
esforços para desenvolver boas propostas de orçamento de capital (BRIZOLLA,
2015, p. 24).

Esta pesquisa é importante no sentido de orientar o empreendedor no início do projeto,


demonstrando se o nicho a ser explorado possui rentabilidade e qual o retorno do
investimento realizado, bem como em quanto tempo se dará este retorno, em qual momento
pode-se realizar incremento de investimentos no negócio. Desta forma todas estas questões
perpassam pela tomada de decisão do empreendedor que está no início do projeto de
negócios, fornecendo subsídios para tal. Dornelas (2012) menciona que a maioria das
empresas que faliram, apresentaram falta de planejamento, seguido das deficiências de gestão,
políticas de apoio insuficiente, conjuntura econômica e fatores pessoais. Neste sentido torna-
se importante buscar a capacitação gerencial contínua, aplicação dos conceitos teóricos e a
disciplina no planejamento periódico das ações a serem implementadas pela empresa.
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A análise de viabilidade de um investimento está relacionada ao fato de identificar se a


partir de um orçamento realizado, os resultados projetados indicam ou não capacidade de
retorno. Para Gitman (2000), investimento representa dispêndios de recursos que compromete
a empresa durante um determinado período, ou, como salientam Kassai et al. (2000),
investimento é deixar de consumir hoje para consumir no futuro.
É através da análise de viabilidade que se pode atingir alguns objetivos básicos,
conforme aponta Dornelas (2012, p. 100): “a) testar a viabilidade de um conceito de negócio;
b) orientar o desenvolvimento das operações e estratégica; c) atrair recursos financeiro; d)
transmitir credibilidade; e d) Desenvolver a equipe de gestão”.
Os principais grupos interessados na análise de viabilidade econômica financeira são:
mantenedores dos incubadores, parceiros, bancos, investidores, fornecedores, a empresa
internamente, os clientes e os sócios conforme aponta Dornelas (2012). Diante do exposto
questiona-se: Como a análise de viabilidade econômica e financeira de um centro estético
pode auxiliar o gestor no processo de tomada de decisão?

1.4 OBJETIVOS

Considerando o tema proposto, e tendo como norte responder a questão problema


deste estudo, na sequência apresenta-se: o objetivo geral e os específicos.

1.4.1 Objetivo Geral

Identificar como a análise de viabilidade econômica e financeira da implantação de um


Centro de Estética pode auxiliar o gestor no processo de tomada de decisão.

1.4.2 Objetivos Específicos

 Identificar os custos, despesas e receitas, separando os custos fixos e variáveis;


 Estruturar o Fluxo de Caixa e a Demonstração do Resultado do Exercício;
 Identificar o desempenho econômico e financeiro para o empreendimento.

1.5 JUSTIFICATIVA

Para todo novo investimento tornar-se necessário realizar um estudo da viabilidade


econômica e financeira do negócio, para possibilitar a decisão acerca do investimento a ser
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realizado, se o mesmo é viável. A análise de viabilidade de investimentos nas empresas é um


aspecto fundamental para a gestão de capitais das organizações. O processo de planejamento é
o estabelecimento de metas e prioridades, a obtenção de financiamentos e o uso de certos
critérios para selecionar ativos de longo prazo. Assim, é de fundamental importância esta
análise.
A realização deste trabalho possibilita a realização de uma análise de viabilidade de
um novo projeto de modo a ter clareza de em quanto tempo irá se recuperar o investimento e a
partir de qual ano o negócio passará a dar resultados positivos. Torna-se muito importante o
levantamento dos dados referente a análise de mercado, bem como a análise dos custos e
receitas. Torna-se importante avaliar o investimento inicial do empreendimento para verificar
as fontes dos recursos financeiros que serão necessários ao negócio, sendo que o "fluxo de
caixa positivo somente ocorre quando a empresa obtiver o retorno do investimento inicial [...],
quando puder evoluir sem a necessidade de reinvestimentos maciços" (DORNELAS, 2012, p.
58). A análise de viabilidade de um negócio serve como uma ferramenta de gestão para os
usuários interessados, tendo em vista que é alto o índice de mortalidade das micro e pequenas
empresas no País, nos primeiros anos de existência, conforme observa Dornelas (2012).
Essa pesquisa é muito importante para a acadêmica no sentido de que irá agregar
novos conhecimentos e experiências, possibilitando utilizar os conhecimentos da sala de aula
para a prática organizacional. Para a empresária do ramo também torna-se importante o
estudo na medida em que possibilitará uma avaliação financeira do empreendimento que se
quer atuar, demonstrando a viabilidade do negócio ao mesmo tempo em que auxiliará na
tomada de decisões. Para a ciência e como fonte de pesquisa, pode ser utilizada aos
estudantes e profissionais interessados neste segmento de atuação ou até mesmo servindo de
base como orientação para outros trabalhos de análise e viabilidade financeira de um novo
empreendimento.
O mercado tem inúmeras oportunidades, mas é preciso saber se tais oportunidades serão
de fato atrativas e trarão rentabilidade, além é claro de trazer benefícios a população, para
tanto existe a demanda de uma análise mais criteriosa, conforme observa Dornelas (2012) em
que vários fatores estão envolvidos como: o conhecimento sobre o assunto, o ramo de
atividade, o mercado, os diferenciais competitivos do produto ou serviço. Para Dornelas
(2012) é preciso ter foco na oportunidade correta e antes mesmo de toda a análise estratégica
e financeira detalhada, o mesmo salienta que é necessário avaliar muito bem a oportunidade,
para evitar que sejam despendidos tempo e recursos em uma idéia que não agregue valor ao
negócio.
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Este estudo também pretende contribuir para melhorar a compreensão da comunidade


acadêmica e Contadores quanto a importância da análise de viabilidade de negócio já
existentes ou novos, a partir do planejamento e controle operacional na fase de implantação
ou de ampliação.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capitulo foi apresentado o referencial teórico, com o objetivo de revisar ampliar
conhecimentos na área estudada, para que se consiga uma melhor compreensão da parte
teórica do tema, no intuito de colocar em prática a proposta investigada.

2.1 CONTABILIDADE E ASPECTOS GERAIS

A Contabilidade iniciou a sua era científica quando a “maioria das disciplinas fez a sua
passagem de uma milenar história empírica para uma fase racional superior, ou seja, a partir
do século XVIII” (SÁ, 2006). Em 1836 surgiu a Ciência da Contabilidade, e então que houve
o entendimento de que o registro contábil representava a expressão da observação de fatos da
riqueza, mas não o próprio fato. Para Silva (2003), a contabilidade nasceu como a necessidade
de se controlar os itens patrimoniais.
Com a invenção da imprensa a Contabilidade floresceu nas cidades de Veneza,
Genova, Florença e outras, em que havia uma atividade mercantil, econômica e cultural
intensificada conforme observa Silva (2003), quando Luca Pacioli escreveu o “Tractatus de
Computis Et Scripturis” abordando o método das partidas dobradas dando o primeiro Tratado
de Contabilidade. Tal método surgiu da necessidade de explicar, pelo registro a causa e o
efeito dos acontecimentos, conforme menciona Silva (2003), no período da Idade Média em
virtude do registro de capitais pelo surgimento das companhias comerciais. O termo partida
explicita o conjunto de dados composto por: data da ocorrência, titulo das contas de débito e
crédito, valor, descrição ou histórico do fato e sua comprovação, conforme observa Silva
(2003).
No método das partidas dobradas, todo débito corresponde a um crédito, e
posteriormente ao surgimento deste método, com as mudanças no cenário mundial, ocorreu a
“necessidade de fixação dos padrões de Contabilidade e sua regulamentação, dando assim
maior uniformidade às informações prestadas” (SILVA, 2003, p.26).
Torna-se necessário distinguir a Contabilidade da escrita contábil, sendo aquela uma
ciência e esta a escrituração dos fenômenos ocorridos com o patrimônio das organizações.
Conforme comenta Silva (2003), “a escrituração contábil será mantida em registros
permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e aos Princípios de
Contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes
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no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência” (SILVA,


2003, p. 27).
Segundo Sá (2006), posteriormente a esta época comentada por Silva, “conscientizou-
se de que não basta escriturar, mas é necessário saber o que fazer com as informações obtidas,
ou seja, necessário é entender o que significa o que aconteceu com a riqueza patrimonial e que
se evidencia nas demonstrações”. Desta forma, conforme menciona este mesmo autor é
essencial compreender o significado de qualquer registro e a demonstração do mesmo como
informação, possuindo a capacidade de obter conclusões quanto ao fenômeno registrado.
De acordo com Sá (2006) a escrituração contábil passou a exercer a função de registrar
e guardar memórias de fatos patrimoniais e evidenciar estas memórias. Já o estudo científico
tem a função de explicar o que ocorre com a riqueza patrimonial em suas transformações.
A contabilidade é tratada como ciência por possuir objeto próprio, método científico,
finalidade determinada, teoremas, teorias, hipóteses, tradição, os quais foi uma preocupação
de diversos estudiosos, conforme observa Sá (2006). Os valores numéricos são apenas
instrumentos que se utilizam para mensurar fatos.
Para Silva (2006), existem diversas definições para a Contabilidade, as quais variam
de acordo com o ponto de vista de cada doutrinador, mas todas com um foco único, o
patrimônio, que por sua vez representa o conjunto de bens e direitos que estão vinculados a
uma pessoa física ou jurídica. Segundo Silva (2006, p. 27) “Contabilidade é a Ciência que
estuda o Patrimônio do ponto de vista econômico e jurídico”, econômico porque está voltado
para o resultado (Lucro/Prejuízo) e jurídico porque envolve uma relação com terceiros
(relação de haver/dever).
Segundo Sá (2006, p. 34) “em cada época, em cada escola a Contabilidade foi
envolvida por metodologias de outras disciplinas, como Matemática, Direito, Administração e
Economia, até que se conseguisse tornar-se completamente autônoma”. Observa-se que o
Patrimônio das organizações é o principal objeto da Contabilidade, desta forma a mais
poderosa corrente do pensamento doutrinária é a do Patrimonialismo, conforme menciona Sá
(2006), isso foi estruturado na segunda década do século XX na Itália, apesar de já existir há
muitos séculos.
O patrimônio pode ser definido como “um conjunto de meios impessoais, constituído
como riqueza e que se destina a utilização, para o suprimento das necessidades das células
sociais” (SÁ, 2006, p. 53). Nas empresas em virtude de que o patrimônio é voltado para a
obtenção do lucro, recebe a denominação de capital, desta forma Sá (2006) conceitua capital
como sendo o patrimônio que tem por “objetivo receber acréscimos em razão de uma
18

finalidade lucrativa” (SÁ, 2006, p. 53). Já o lucro pode ser conceituado como “o acréscimo
que o capital recebe por efeito de suas transformações, decorrentes de uma atividade humana”
(SÁ, 2006, p. 53). Silva (2003, p. 14) define patrimônio como sendo:

Um conjunto de bens, direitos e de obrigações com terceiros, pertencentes a


uma pessoa física, a um conjunto de pessoas, como ocorre nas sociedades
informais, ou uma sociedade ou instituição de qualquer natureza,
independentemente da sua finalidade, que pode, ou não, incluir o lucro
(SILVA, 2003, p. 14).

Conforme observa Silva (2003) o patrimônio sobre o ponto de vista da contabilidade


pode ser visto em seus aspectos quantitativos e qualitativos. Quanto ao aspecto qualitativo
pode-se mencionar os elementos que compõe o patrimônio, como: dinheiro, valores a receber
ou a pagar expressos em moeda, máquinas, estoques de mercadorias ou de mercadorias, já
sobre o aspecto quantitativo verifica-se os componentes patrimoniais em termos de valores.
De acordo com a explicitação de Silva (2003) o patrimônio pode ser dividido em:
bens, direitos e obrigações. Por sua vez os bens classificam-se em moveis, imóveis, tangíveis
e intangíveis. Graficamente o patrimônio é demonstrado da seguinte forma:

Quadro 1 – Representação do Patrimônio


ATIVO PASSIVO
BENS OBRIGAÇÕES
DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Fonte: Silva (2003)

O ativo representa os bens e direitos da empresa, o passivo representa as obrigações e


o patrimônio liquido representa a diferença entre Ativo e Passivo, conforme observa Silva
(2003).
Pode-se afirmar que a Contabilidade dedica-se ao estudo da riqueza das organizações,
tendo como principais elementos os seguintes: formação de capitais próprios, financiamentos
ou empréstimos obtidos, depósitos bancários, compras de matérias primas e mercadorias,
produção de artigos, pagamentos de pessoal, venda de produtos e mercadorias, recebimento
de clientes, compra de veículos, construção do edifício, compra de terreno, entre outros. Para
Sá (2006) é objeto de estudo da Contabilidade tudo o que se refere a investimentos,
financiamentos, custos, despesas, receitas, de quaisquer naturezas no contexto das empresas.
Para Silva (2003) a Contabilidade busca a aprendizagem e o entendimento das
mutações sofridas pelo Patrimônio. Tais mutações podem ser derivadas da ação do homem ou
dos efeitos da natureza sobre o patrimônio líquido. Silva (2003) comenta ainda que o
19

conhecimento do objeto da Contabilidade está em constante evolução e que em função disto a


avaliação de alguns componentes do patrimônio apresenta-se difícil ou inviável em
determinados momentos.
“A aplicação do conhecimento da Contabilidade, conduzindo a racionalidade, o
governo da riqueza individualista, é o caminho certo para o equilíbrio econômico e para o
bem estar material e social” (SÁ, 2006, p. 43).

2.2 CONTABILIDADE GERENCIAL

Para Iudícibus (1998) a contabilidade gerencial é caracterizada como um enfoque que


se utiliza técnicas e procedimentos contábeis da área financeira, custos e de balanços, num
detalhamento mais analítico e diferenciado, com a finalidade de contribuir para a tomada de
decisões dos gerentes. É fundamental ter o conhecimento de como tratar, refinar, e apresentar
de maneira clara, resumida e operacional os dados presentes nos registros da contabilidade
financeira, de custos, etc, interligando com conhecimentos de outras áreas, para servir de base
ao processo decisório, conforme comenta Sá (2006).
Silva (2003) afirma que existem algumas condições para que uma análise de balanços
seja efetiva que seriam: manter a contabilidade com esmero sem utilizar dados manipuladores,
ter o acompanhamento de uma auditoria interna, os demonstrativos devem ser corrigidos
sempre que necessário de acordo com o poder aquisitivo da moeda.
O processo orçamentário faz parte da Contabilidade Gerencial e é fundamental para
estimular um bom desempenho e alcançar as metas definidas. Conforme observa Iudícibus
(1998, p. 251) existe o orçamento de fabricação e o custo-padrão, sento este último mais
detalhado, tendo como critério o cálculo por unidade.

O custo padrão, portanto, além de facilitar extraordinariamente o controle e o


próprio custeamento de produtos, transforma-se, assim, num importante instrumento
de avaliação de desempenho, através de cuidadosa análise das variações entre
custos-padrão e custos reais, nos itens de matéria-prima, mão-de-obra direta e custos
indiretos de fabricação (SÁ, 2006, p. 251).

Segundo Silva (2003) os troncos básicos da contabilidade gerencial são: a Depuração


dos Relatórios Financeiros Fundamentais; a análise e Avaliação de Desempenho a partir de
Relatórios Financeiros Sumarizados; fundamentos de Custos; custos para Controle,
Planejamento e Avaliação de Desempenho; informações Contábeis para Decisões Especiais;
Relatórios para a Gerência; e métodos Quantitativos e Contabilidade Gerencial.
20

Em vários pontos operacionais é necessário tomar uma decisão entre duas alternativas,
seja em relação a decisões de comprar ou fabricar ou decisões de substituição de
equipamentos, conforme menciona Sá (2006). As variáveis envolvidas na tomada de decisões
seriam: comparação entre custos; grau de ocupação da capacidade da fábrica; problemas de
mercado, tempos de espera e qualidade das partes; e segurança no longo prazo.
Conforme menciona Iudícibus (1998, p. 259) não é fácil a tarefa de avaliar
financeiramente os riscos associados à alternativa de adquirir, para tanto, torna-se importante
responder aos seguintes questionamentos:

- Será a qualidade da peça adquirida comparável com a da peça fabricada?


- Como se comparam os prazos de entrega e o período necessário para fabricar a
peça?
- É o abastecimento da peça fácil? Ou pode haver problemas futuros?
- Esgotamos todas as possibilidades de obter economias de mão-de-obra em outros
setores da fábrica a fim de ser utilizada na fabricação da peça? (IUDÍCIBUS, 1998,
p. 258).

Na decisão de utilizar um equipamento já existente ou substituí-lo deve ser avaliado os


custos da manutenção requerida por este equipamento e o nível de produtividade do mesmo
frente o custo de adquirir um novo equipamento, ganhando em maior produtividade e menor
custo de manutenção, conforme analisa Silva (2003). Para além disto, deve ser analisado uma
perspectiva de longo prazo dos efeitos diante dos lucros, fluxos de caixa ou conceito
equivalente.
Uma das funções fundamentais da Contabilidade Gerencial é fornecer informações
hábeis para a avaliação de desempenho, segundo Iudícibus (1998), seja considerando a
apuração de resultados por produto ou serviço, seja comparando o resultado dos setores frente
as metas definidas.
No caso dos custos por setores, definiu-se como centro de custo a menor fração de
atividade para a qual é feita a acumulação de custos, conforme conceitua Silva (2003),
podendo coincidir com os Departamentos. Os centros de custos inicialmente foram
dimensionados com a maior ou menor facilidade de seu responsável em controlar os custos do
seu respectivo centro de custo.
Iudícibus (1998) menciona que os custos podem ser controláveis ou não controláveis,
sendo que os controláveis são passíveis de serem influenciados, e para além disto, no longo
prazo todos os custos são controláveis, e no de curto prazo a maioria dos custos não são
controláveis, a diferenciação entre custos fixos e variáveis contribui para a determinação de
custos controláveis ou não controláveis.
21

Com relação aos lucros, segundo Silva (2003), o lucro é a medida de aferição de
desempenho mais utilizada e conhecida nos negócios, e um centro de lucro pode ser definido
como uma unidade em que o gestor tem o poder de tomar decisões sobre fontes de
fornecimento e mercados. “Além de terem seu desempenho medido com base no lucro,
costuma-se relacionar o lucro obtido como investimento fixo necessário para gerá-lo; logo,
introduz-se a figura do centro de investimento” (SÁ, 2006, p. 272).
Conforme observa Silva (2003) o lucro não tem como captar todas as consequências
econômicas das atividades de uma unidade descentralizada, desta forma é necessário um
sistema de informações com dados contábeis. Nenhuma transação, quer seja de entrada quer
de saída, deixará de ser registrada e toda atividade, de uma forma ou de outra, dentro de uma
organização, irá desencadear um processo de desembolso, que será contabilizado.
A Contabilidade Gerencial precisa fornecer relatórios para vários níveis de gerência,
segundo Sá (2006), e o contador responsável precisa ter uma mentalidade gerencial, de modo
a vender a importância e necessidade da utilização dos relatórios contábeis gerenciais para a
tomada de decisões, ao mesmo tempo em que é recomendável manter a escrituração
rigorosamente em dia e emitir balancetes mensais, mostrando um comparativo do movimento
do mês, bem como do mês anterior e o desvio.
“Uma das premissas mais simples e frequentemente mais esquecidas pelo contador,
mesmo de boa qualidade técnica, é que os relatórios contábeis, via de regra, não são feitos
para contadores, mas para gerentes dos mais variados níveis” (IUDÍCIBUS, 1998, p. 283).
Os níveis, de acordo com Silva (2003) podem ser divididos em: nível alto da gerência:
representado pelos Presidentes e Diretores, acionistas ou o Conselho de Administração,
quando este existir. As informações relevantes para este nível são as do tipo estratégicas,
como, se está sendo atingida a fatia de mercado definida nas metas e políticas, a taxa de
retorno sobre o ativo e sobre o patrimônio líquido comparadas as da concorrência, se foi bem
sucedida a política de endividamento.
Os diretores especificamente irão se interessar por informações detalhadas de seus
respectivos setores; nível intermediário de administração: poderiam ser abrangidos aqui todos
os gerentes de áreas, em que interessa informações de comparativo entre receitas e despesas
realizadas frente aos valores orçados, bem como de causas dos desvios entre realizado e
orçado. Caracteriza-se como um bom contador aquele capaz de coletar as informações e
registrá-las em relatórios de desempenho, penetrando nos departamentos e fornecendo
subsídios aos mesmos para a tomada de decisões (SÁ, 2006).
22

O objetivo maior deve ser o de motivar toda a organização para obter um desempenho
melhor, o que exige determinação, paciência e conhecimento; nível inferior de administração:
neste nível estariam os supervisores de processos, linhas de montagem, capatazes, desta forma
as informações devem ser detalhadas e restritas quanto a amplitude, comparativos entre o
padrão e o real, análise de variações, comparativos de programação de produção e o
efetivamente produzido (SILVA, 2003).
Iudícibus (1998) aponta os relatórios que devem ser elaborados e quando: relatórios
diários: posição de bancos, de duplicatas em carteira, de produção, posição de itens
estratégicos de estoque; relatórios semanais: produção da semana comparada com a previsão,
faturamento comparado com o previsto; relatórios quinzenais: podem ser os mesmos já
citados, porém com periodicidade quinzenal; relatórios mensais: balancetes resumidos,
comparando o orçado com o realizado e os mesmos dados, porém do ano anterior, balanço e
demonstrativo de resultados mensal, alterações na posição de capital de giro líquido,
relatórios de desempenho departamental; relatórios trimestrais, quadrimestrais e semestrais; e
relatórios anuais: balanço, variações patrimoniais, fluxo de fundos, análise financeira, análise
de custos.
Conforme analisa Sá (2006), um sistema de informação gerencial precisa atender a
alguns requisitos que seriam: conhecer a função produção da empresa, situar o subsistema
contábil dentro do sistema global de informações, atender aos dirigentes com as informações
que eles necessitam, de modo personalizado, adequando a periodicidade e o grau de
complexidade dos relatórios, apresentar os relatórios de forma simples e com uma linguagem
clara.
Toda avaliação do valor de uma empresa admite uma noção de risco, uma apreciação
por parte do investidor do risco e dos benefícios prospectivos da assunção dos riscos. Ora, a
Contabilidade avalia os recursos a disposição de uma empresa e os reclamos de credores
sobre tais recursos, daí resultando o patrimônio líquido, o qual é acompanhado em suas
mutações (SILVA, 2003).
A avaliação da empresa como um todo cabe ao investidor, conforme observa Sá
(2006), porém o contador gerencial deve também oferecer suporte nas negociações sempre
buscando informações quando necessário. O valor de uma empresa tem como base de
avaliação o patrimônio líquido contábil, diminuindo do ativo os itens obsoletos, gastos pré-
operacionais a amortizar as despesas antecipadas.
23

Teoricamente, o valor da empresa no momento poderia ser encarado como sendo o


valor atual dos lucros futuros, até o horizonte, descontado pelo custo de
oportunidade do investimento em cada inicio de período em que se gerar lucro,
somado ao valor de realização do patrimônio líquido no inicio do horizonte, o todo
descontado a uma taxa adequada (IUDÍCIBUS, 1998, p. 288).

“Torna-se necessário considerar os aspectos: horizonte do empreendimento, lucro


projetado ou fluxo de caixa projetado, investimento inicial do período em que for gerado lucro
ou de cada período em que houver lucro e taxa de desconto adequada”(SILVA, 2003, p. 289).
Na análise de investimentos há que se considerar uma taxa mínima desejada de retorno como
critério de avaliação, sendo esta taxa representada pelo custo do capital, que por sua vez, de
acordo com Iudícibus (1998, p. 290) “é composto por: empréstimos, ações preferenciais,
ações ordinárias e lucros acumulados”.
Silva (2003) demonstra que a melhor forma de calcular o custo do capital é através do
custo médio ponderado, o qual considera os dividendos pagos e para, além disto, se a empresa
obtém recursos nas proporções indicadas pela média ponderada e aceita propostas mais
rentáveis que o custo médio do capital, tem condições de incrementar o valor de mercado de
suas ações, no longo prazo.
A taxa de custo médio ponderado de capital pode ser utilizada para calcular o custo de
oportunidade a ser descontado do lucro previsto em cada ano e também como taxa de
desconto para o valor atual, na percepção de Iudícibus (1998). A projeção de lucro geralmente
é calculada para um período de 5 a 10 anos, sendo calculada uma média do mesmo. Também
deve ser feita uma estimativa do horizonte do empreendimento, de sobrevivência deste, de
acordo com o contexto de mercado, segmento de atuação, comportamento do nicho de
mercado, dinâmica do setor, utilidade do produto.
Para Silva (2003), os três parâmetros básicos para se calcular o valor de uma empresa
são: calcular um lucro projetável, da forma mais confiável possível; comparar o valor atual
dos lucros futuros com retornos de investimentos alternativos; estimar, de forma confiável, o
valor de realização dos ativos identificáveis diminuindo o passivo, no momento zero.
“Uma empresa com histórico regular de lucros, sem grandes sobressaltos (variações),
oferece um grau de risco menor que outra com histórico tumultuado de lucros. Quanto menor
a flutuação dos lucros, menor poderá ser a taxa de desconto e maior o valor atual”
(IUDÍCIBUS, 1998, p. 297).
No contexto atual, a maior inovação nas organizações, na percepção de Silva (2003)
não consiste em possuir máquinas sofisticadas ou computadores avançados mas consiste sim
em dois fatores fundamentais, que seriam: o aperfeiçoamento da força de trabalho com
24

participação criativa e enriquecimento da cultura geral da equipe; e uma mudança de


mentalidade e da forma de trabalho produtivo, reunindo engenheiros de design e de processo,
como também o contador de custos, para juntos delinear um produto que apresente maior
qualidade e maior satisfação dos clientes.
Sá (2006) observa também que se têm desenvolvido novas formas de trabalho em
equipe e novos parâmetros de custeio em virtude do crescimento da automação das empresas
e da adoção de técnicas como o Just In Time, que tem por finalidade reduzir o nível de
estoques a um mínimo, extinguir atividades que não agregam valor para o cliente, diversificar
a produção para melhor atender as demandas dos clientes.
O esforço de diminuir inventários (JIT), bem como a necessidade de eliminar
atividades que não adicionam valor aos produtos, fizeram com que alguns conceitos e técnicas
de custeio viessem a ser contempladas como mais capazes de evidenciar os custos de
produção e de produtos do que as tradicionais técnicas de custeio, embora sem tirar, de forma
nenhuma, os méritos do custeamento variável e do custo-padrão (SILVA, 2003).

2.3 EMPREENDEDORISMO

Para Chiavenato (2012, p. 03) o empreendedor é aquele que assume riscos e começa
algo inteiramente novo, com a finalidade de realizar uma ideia ou projeto pessoal. O
empreendedor é “aquele que fareja, localiza e rapidamente aproveita as oportunidades
fortuitas que aparecem ao acaso e sem pré-aviso, antes que outros aventureiros o façam”
(CHIAVENATO, 2012, p. 03). Para além disto, é o responsável por proporcionar a energia
que move a economia, por produzir mudanças e transformações no mercado, criar novas
ideias, empregos e impulsionar talentos e competências.
Na percepção de Chiavenato (2012), o espirito empreendedor, pode estar em qualquer
pessoa que esteja disposta a assumir riscos e inovar continuamente, mesmo que não esteja em
seu próprio negócio, neste caso, entra em cena a figura do intraempreendedorismo, em que
numa equipe de trabalho se destaca por trabalhar como se fosse parceira ou sócia do negócio,
totalmente engajadas e comprometidas com os objetivos do negócio, sem fazer parte do
quadro de sócios.
Os empreendedores “fornecem novos empregos, introduzem inovações e incentivam o
crescimento econômico da região ou país” (CHIAVENATO, 2012, p. 04), são pessoas que
assumem riscos diante de um contexto de mudanças, transformações e uma economia de
incertezas. Segundo Dornelas (2012) o empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade
25

e cria um negócio para capitalizar sobre esta oportunidade, assumindo riscos calculados. As
seguintes características estão presentes no empreendedor: iniciativa para criar um novo
negócio e paixão pelo que faz, utilização dos recursos de forma criativa de modo a
transformar o ambiente no qual se esta inserido, assume riscos calculados e tem consciência
de que tais riscos podem trazer benefícios ou não.
O espirito empreendedor, na concepção de Chiavenato (2012) possui três
características básicas, que seriam: necessidade de realização: pessoas com alta necessidade
de realização preferem executar tarefas mais complexas com objetivos mais elevados,
competindo com um determinado padrão de excelência. Observa-se que pessoas ambiciosas
possuem o impulso para a realização, criando novas empresas e liderando o seu crescimento;
disposição para assumir riscos: o empreendedor assume vários riscos, dentre eles o financeiro
já que desembolsou seus recursos para o novo negócio, o de abandono de seu emprego e
carreiras definidas, o de envolver seus familiares, o psicológico pela possibilidade de o
negócio não der certo; e autoconfiança: os empreendedores acreditam em suas habilidades
pessoais para superar os desafios, mesmo identificando os problemas inerentes a um novo
negócio, relacionam o sucesso ao próprio esforço e competências.
“A atividade de empreender é muitas vezes associada à incerteza, principalmente
quando o seu negócio envolve algo realmente novo ou quando o mercado para seu produto
sequer existe” (CHIAVENATO, 2012, p. 05). Quando o mercado já existe, também não existe
garantias de que ainda se possa criar espaço para um novo jogador na área.
Para Dornelas (2012, p. 28) empreendedorismo é o “envolvimento de pessoas e
processos que em conjunto levam a transformação de ideias em oportunidades. E a perfeita
implementação destas oportunidades leva a criação de negócios de sucesso” (DORNELAS,
2012, p. 28).
O processo de empreender envolve todas as atividades associadas a criação de novas
empresas, conforme observa Dornelas (2012). Num primeiro momento, o empreendedorismo
envolve o processo de criação de algo novo, que agregue valor, num segundo momento exige
dedicação, devoção e esforço para fazer com que a empresa cresça, e por fim, requer ousadia
e ânimo, mesmo diante de dificuldades e falhas. Ainda segundo Dornelas (2012) as fases do
processo empreendedor são: 1) identificação e avaliação da oportunidade; 2) desenvolvimento
do plano de negócios; 3) definir e captar os recursos necessários; 4) gerenciar a empresa.
Cada fase deste processo apresenta desafios e oportunidades, conforme observa
Dornelas (2012), porém os problemas vão existir e precisam ser solucionados, torna-se
importante então o estilo de gestão adotado na organização, o qual deve saber reconhecer as
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limitações e ter o conhecimento de que uma equipe qualificada pode auxiliar no


gerenciamento da empresa, de modo a minimizar os problemas, identificando as prioridades e
o que é crítico para o sucesso do negócio.
A decisão de tocar o próprio negócio deve ser muito clara e objetiva. De inicio, é a
decisão principal da qual dependerá todas as demais. O empreendedor deve estar
profundamente comprometido com essa decisão para ir em frente, enfrentar novos desafios
que normalmente aparecem e derrubar os obstáculos que certamente não faltarão
(CHIAVENATO, 2012).
Chiavenato (2012) observa que no contexto atual, a mortalidade prematura das
empresas é bem elevada, visto que os riscos são altos e perigos não faltam. Torna-se
necessário ter o conhecimento das possíveis causas do insucesso nos novos negócios, para que
se consiga evitá-las. Desta forma, Chiavenato (2012) menciona as causas mais comuns:
fatores econômicos (72%): lucros insuficientes, juros elevados, perda de mercado, mercado
consumidor restrito, nenhuma viabilidade futura; inexperiência (20%): incompetência do
empreendedor, falta de experiência de campo, falta de experiência gerencial, experiência
desequilibrada; vendas insuficientes (11%): mercado parado, recessão econômica, vendas
baixas, dificuldade de estoque, localização inadequada; despesas excessivas (8%): dívidas e
cargas demasiadas, despesas operacionais elevadas; e outras causas (3%): negligência, capital
insuficiente, clientes insatisfeitos, fraudes, ativos insuficientes.
Para Silva (2003), alguns questionamentos são importantes para definir o próprio
negócio, os quais seriam: quem será o seu cliente, quais seus desejos e expectativas? O que é
de valor para o cliente? Outro item é mudar as regras e inovar sempre. Conforme observa
Dornelas (2012) os empreendedores de sucesso estão sempre em busca de novas ideias e de
oportunidades de mercado, são questionadores dos fatos, porém estas novas ideias surgem
quando se está aberto a recebê-las e se está preparado para experiências novas. Torna-se
necessário estar com a mente estimulada e preparada para o que esta ocorrendo no ambiente
em que se está inserido.
Um negócio se torna bem sucedido quando se tem conhecimento para avaliar o
mercado e escolher o segmento mais oportuno e suscetível de êxito, conforme observa
Chiavenato (2012). Deve-se também saber evitar ou neutralizar as ameaças, aproveitando as
oportunidades que aparecem, o que requer análise e intuição. Assim observa-se que o
empreendedor, segundo Silva (2003) deve buscar conhecimento, ser perseverante na sua
conquista e se comprometer com o negócio. Para além disso, verifica-se que a junção dos
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fatores: negócio oportuno e apropriado e o espírito empreendedor bem-dotado, leva ao


sucesso do negócio.
“O objetivo de um negócio é produzir e vender com lucro produtos ou serviços que
satisfaçam necessidades e desejos da sociedade, os quais podem ser do mercado em geral, ou,
mais especificamente, de um nicho específico de clientes” (CHIAVENATO, 2012, p. 34).

Para operar um negócio, faz-se necessário assumir vários riscos, seja quanto ao
capital empregado, ou quanto ao tempo e ao esforço investidos, principalmente
quando sua aplicação pode resultar em possíveis perdas no decorrer do tempo,
devido a fatores imprevisíveis que podem ocorrer no negócio ou no contexto externo
(CHIAVENATO, 2012, p. 37).

Segundo Padoveze (2010) as oportunidades para criar um novo negócio podem ser
resumidas em: oferta de um novo produto ou serviço: requer um novo tipo de negócio;
desenvolvimento de uma nova tecnologia: a exemplo da internet e dos negócios virtuais;
desenvolvimento de um novo mercado: a exemplo da inclusão social, fornecendo um produto
ou serviço que ainda não existe no mercado; e desenvolvimento de novos benefícios:
desempenho de antigas funções de uma nova maneira, realizar o que já foi feito no mercado,
mas de maneira mais sofisticada com uma qualidade mais elevada.
De acordo com Padoveze (2010) o empreendedor poderá optar por comprar um
negócio já existente ao invés de iniciar seu negócio próprio, o qual possui as seguintes
vantagens: redução da incerteza quanto a viabilidade do negócio, execução de operações em
andamento, relacionamentos comerciais já consolidados; preço razoável na negociação da
compra do empreendimento.
As oportunidades para se iniciar um negócio poderão estar nas seguintes áreas:
fabricação, atacado, varejo ou serviços. No caso do objeto em estudo o segmento será de
serviços, que é a área de negócios que tem apresentado maior crescimento no contexto atual
de mercado. “Os negócios envolvendo serviços não requerem grande investimento em
equipamentos e estoques, como na manufatura, no atacado e no varejo. Também podem ser
desenvolvidos em casa, na garagem ou em uma sala que sirva de local para o negócio”
(CHIAVENATO, 2012, p. 75).
Segundo Dornelas (2012) as oportunidades são únicas, mas o importante é que o
empreendedor utilize esta ideia de modo a transformá-la em um produto ou serviço que
possibilite o crescimento do negócio. Desta forma é preciso saber desenvolver as ideias,
implementá-las e construir um negócio de sucesso, isto que se constitui num diferencial.
Conforme observa Padoveze (2010, p. 49) “o que conta não é ser o primeiro a pensar e ter
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uma ideia revolucionária, mas sim o primeiro a identificar uma necessidade de mercado e
saber atendê-la, antes que os outros o façam” (DORNELAS, 2012, p. 49).
Há uma variedade de negócios que pode ser desenvolvida com pouco capital e com
talento, conhecimento e habilidade, conforme menciona Padoveze (2010, p. 75), sendo o
essencial “compatibilizar o conhecimento do negócio com a oportunidade do mercado e com
suas características pessoais” (CHIAVENATO, 2012, p. 75). Para Dornelas (2012) se a ideia
for interessante, deve-se fazer os seguintes questionamentos: Quais clientes comprarão o
produto ou serviço oferecidos pela empresa; Qual o tamanho atual do mercado em reais e em
quantidade de clientes; O mercado está em crescimento, estável ou estagnado; Quem atende a
estes clientes atualmente e quem são os concorrentes. Caso estas perguntas tiverem respostas
concretas, se tem apenas uma ideia e não uma oportunidade de mercado.
Segundo Padoveze (2010) a experiência no ramo de negócios pretendido constitui-se
como diferencial, assim o empreendedor deve criar negócios os quais possui conhecimento e
tenha experiência. “Em primeiro lugar vem a paixão pelo negócio e ganhar dinheiro é uma
consequência disso” (DORNELAS, 2012, p. 50), o sucesso consiste em atuar em algo que
traga satisfação, prazer e motivação, algo que se esteja disposto a trabalhar por horas e sentir
prazer nisso. As pessoas que se destacam na sua área de atuação no mercado são felizes e
realizadas naquilo que fazem e justamente isso é que faz a diferença, porque estas pessoas
ganham muito com as experiências vivenciadas e não pelo dinheiro que ganham, conforme a
percepção de Padoveze (2010).
“Focalizar adequadamente o novo negócio é fundamental e definitivo para garantir o
seu sucesso. Trata-se de estabelecer as bases fundamentais a respeito de sua estrutura e seu
funcionamento, isto é, de sua configuração e de sua dinâmica” (CHIAVENATO, 2012, p. 77).
Entretanto, o foco deve estar em atender as necessidades e expectativas do cliente e não no
produto ou serviço em si, pois como observa Padoveze (2010) quem vai decidir se o produto
ou serviço vai perdurar é o cliente.
De acordo com a percepção de Dornelas (2012) antes de criar um plano de negócios é
preciso analisar a oportunidade que se tem em mãos, de modo a identificar qual o mercado ela
atende, qual o retorno econômico que proporciona, quais as vantagens competitivas que trará
a empresa, qual a equipe adequada e o nível de comprometimento do empreendedor.
O conhecimento de mercado superior a concorrência, constitui-se numa vantagem
competitiva conforme analisa Dornelas (2012), visto que este permite monitorar e controlar as
tendências do mercado, antecipando-se aos competidores e buscando novidades que atendam
as demandas atuais dos clientes, posicionando sua marca na mente dos mesmos. Porém,
29

conforme observa Padoveze (2010), de nada tem valor a identificação de uma boa
oportunidade, a criação de um produto, o mercado promissor, o desenvolvimento de um bom
plano de negócios, quando não se tem uma equipe a altura do negócio que está sendo criado.
Essa equipe, além de possuir o perfil adequado para as funções distribuídas, precisa estar
comprometida com os objetivos da empresa, ter paixão e orgulho pelo que fazem.
Um aspecto fundamental para tornar o negócio bem sucedido, de acordo com
Chiavenato (2012) é o planejamento detalhado daquilo que se pretende fazer, sendo o plano
de negócios de fundamental importância. Para Dornelas (2012) o plano de negócios é uma
ferramenta de gestão para o planejamento e desenvolvimento inicial de um novo
empreendimento, de modo a auxiliar o empreendedor no planejamento de suas ações e no
delineamento das estratégias do negócio. Esta ferramenta também é utilizada atualmente para
a aprovação de captação de recursos financeiros junto a instituições financeiras, desta forma
verifica-se que tal ferramenta possui várias aplicações.
Trata-se de um documento utilizado para descrever um empreendimento e o modelo
de negócios que sustenta a empresa. Sua elaboração envolve um processo de aprendizagem e
autoconhecimento e ainda, permite ao empreendedor situar-se no seu ambiente de negócios
(PADOVEZE, 2010). Este documento possibilita o entendimento e a definição das diretrizes
para o negócio, o gerenciamento de forma eficaz e a tomada de decisões acertadas, maior
controle da empresa diariamente e a realização de ações corretivas quando necessário,
obtenção de recursos junto a bancos e investidores, identificação de oportunidades para
transformá-las em vantagem competitiva, utilização de uma comunicação interna eficaz e
convincente ao público externo (fornecedores, parceiros, clientes, bancos, investidores,
associações).
Conforme evidencia Dornelas (2012) o índice de mortalidade das micro e pequenas
empresas brasileiras nos primeiros anos de existência é considerado alto, atingindo um
percentual de 70%. De acordo com pesquisas realizadas pelo Sebrae de São Paulo, realizadas
anualmente, a principal causa atribuída a esta mortalidade é a falta de planejamento, seguida
da deficiência de gestão, o que por sua vez é o resultado da falta de cultura de planejamento
no Brasil.
Complementando esta análise, Dornelas (2012) evidencia que não basta somente
sonhar, mas é preciso transformar os sonhos em ações concretas, reais e mensuráveis. Para
tanto, a ferramenta que se utiliza para isto é o planejamento, a exemplo do sucesso das micro
empresas nos Estados Unidos, na fase da maturidade, o qual é atribuído ao empreendedor que
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planejou corretamente o seu negócio e realizou uma análise de viabilidade criteriosa do


empreendimento antes de colocá-lo em prática, conforme menciona Padoveze (2010).
Torna-se necessário ter o cuidado de escrever um plano de negócios com o conteúdo
específico e que se aplica ao documento, não contendo números irreais, entusiásticos e pouco
reais, conforme salienta Dornelas (2012). Pior do que não planejar é planejar erroneamente e
conscientemente, buscando evitar isto, o empreendedor deve traduzir os passos a serem
realizados racionalmente num documento que sintetize e explore as potencialidades do
negócio, bem como os riscos relacionados a ele.
Dentro de um plano de negócios, é necessário compreender o ambiente que faz parte
das empresas, visto que estas operam em um ambiente que representa tudo aquilo que existe
fora das fronteiras de uma empresa, ou seja, o ambiente é tudo o que existe externamente, e
pode ser dividido em macroambiente e microambiente.
Todo negócio opera em um ambiente geral, conforme observa Chiavenato (2012),
composto por variáveis econômicas, sociais, tecnológicas, culturais, legais, demográficas e
ecológicas. Opera também em um microambiente específico, que seria o ambiente de
operação da empresa, nicho na qual esta se situa, ambiente no qual existe a entrada de
recursos e insumos e as saídas de serviços ou produtos. Este microambiente é composto pelos
setores: Fornecedores, Clientes, Concorrentes, Agências Reguladoras.
É no microambiente que a empresa coloca seus produtos e serviços e toma suas
entradas ou insumos, conforme menciona Padoveze (2010), é nele que está presente:

Os recursos e os insumos bem como os clientes que asseguram sua existência, mas
lhe impõe o desafio dos concorrentes e a vigilância das agências reguladoras. Em
outros termos, o ambiente oferece oportunidades e recursos, porém, ao mesmo
tempo, traz consigo ameaças e dificuldades; oferece clientes e fornecedores, mas
também impõe concorrentes e entidades reguladoras que controlam a empresa
(PADOVEZE, 2010, p.45).

O grande desafio das empresas atualmente, conforme observa Padoveze (2010) é lidar
com a incerteza, para tanto a empresa precisa estar aberta e atenta ao que se passa ao seu
redor, para conseguir interpretar as mudanças que ocorrem em seu ambiente de tarefa.
“Há uma enorme variedade de negócios à disposição dos empreendedores [...] Alguns
são explorados intensamente, enquanto outros surgem de maneira aleatória como áreas
inexploradas, verdadeiras oportunidades em um mundo carregado de competição”
(CHIAVENATO, 2012, p. 26). Torna-se importante realizar os seguintes questionamentos: 1)
Qual o volume de capital que se pretende investir? 2) Em quanto tempo? 3) Qual o retorno
que você pensa ou precisa obter? 4) Qual é a natureza das atividades de trabalho envolvidas?
31

5) Quais as suas experiências profissionais? 6) Quais são os seus objetivos? 7) Quais são as
suas atitudes e opiniões a respeito de negócios? 8) Quais são as suas características de
personalidade? 9) Quais são os seus conhecimentos e habilidades? 10) Quanto tempo você
pode ficar sem um salário mensal?
Segundo Padoveze (2010) o negócio para ser bem sucedido, precisa ser planejado, ou
seja, é necessário estudar antecipadamente a ação, definindo-se os objetivos pretendidos.
Assim, o planejamento produz um resultado imediato: o plano, que nada mais é do que um
curso predeterminado de ação sobre um período específico de tempo e que responderá as
seguintes questões: o que, quando, como, onde e por quem.

O plano de negócios – business plan- é documento que abarca um conjunto de dados


e informações sobre o futuro empreendimento e define suas principais características
e condições para proporcionar uma análise da sua viabilidade e dos seus riscos, bem
como para facilitar sua implantação (CHIAVENATO, 2012, p. 150).

O plano de negócio é dividido nos seguintes capítulos, conforme menciona Padoveze


(2010): Sumário Executivo: é uma introdução com dados pessoais dos sócios e informações
gerais do empreendimento; Análise do mercado: é um estudo do público-alvo, dos clientes e
comportamentos de compra, mercado de fornecedores, concorrentes; Plano de marketing:
descrição dos produtos e serviços a serem oferecidos, características, preços, estruturas, bem
como formas de distribuição e comercialização, estratégias promocionais e localização do
negócio; Plano operacional: arranjo físico das instalações, processo produtivo, máquinas e
equipamentos, pessoal operacional, volume de produção inicial; Plano financeiro: estimativa
dos investimentos, necessidade de capital de giro, fluxo de caixa, estimativa de faturamento,
prazo médio de vendas e de compras, estoques, custo da matéria-prima e materiais, custos
com mão-de-obra, comercialização e depreciação. Abrange também aqui o demonstrativo de
resultados, projeções financeiras, indicadores de viabilidade, ponto de equilíbrio,
lucratividade, rentabilidade e prazo de retorno do investimento efetuado; e Avaliação
estratégica: análise da matriz de oportunidades, ameaças, pontos fortes e fracos do negócio.
Dornelas (2012) divide o plano de negócio de forma diferente, com as seguintes
seções: Capa; Sumario; Sumario Executivo: síntese das principais informações que constam
no plano de negócios, explicitando o objetivo do plano de negócios; Análise Estratégica:
definição da visão e missão, situação atual, potencialidades e ameaças externas, forças e
fraquezas, objetivos e metas do negócio; Descrição da Empresa: explicita os dados da
empresa tais como histórico, crescimento, faturamento, razão social, tributação, estrutura
32

organizacional e legal, localização, parcerias, certificações, entre outros; Produtos e Serviços:


informações acerca da forma de produção, recursos utilizados, ciclo de vida, fatores
tecnológicos, processo de pesquisa e desenvolvimento, principais clientes; Plano Operacional:
definição de ações do processo de produção; Plano de Recursos Humanos: definição de ações
de desenvolvimento e treinamento de pessoal; Análise de Mercado: pesquisa das
características de mercado; Estratégia de Marketing: são os métodos de comercialização,
diferenciais dos produtos ou serviços, politicas de preços, principais clientes, canais de
distribuição e estratégias de promoção, comunicação e publicidade; Plano Financeiro:
projeções futuras positivas através da analise do demonstrativo de fluxo de caixa, balanço
patrimonial, análise do ponto de equilíbrio, bem como dos indicadores financeiros, como
faturamento, margem prevista, payback (prazo de retorno do investimento), taxa interna de
retorno, entre outros; por fim os Anexos: informações adicionais para a compreensão do plano
de negócios.
“O plano de negócios funciona como um projeto para que se possa analisar e decidir
quanto à viabilidade do empreendimento” (PADOVEZE, 2010, p. 153), e envolve os aspectos
importantes do novo empreendimento, apresentando um levantamento dos elementos que
compõe o negócio, tais como o que será produzido, como, onde e quanto, que são os fatores
internos, e para quem produzir, qual é o mercado, características dos clientes ou
consumidores, quais são os concorrentes, que são os fatores externos. Esta ferramenta pode
ser utilizada tanto no lançamento de novos empreendimentos como no planejamento de
empresas já existentes, porém no caso destas últimas é necessário explicitar além do onde a
empresa quer chegar (situação futura), o onde a empresa está no momento apresentando os
atuais valores de desempenho, conforme observa Dornelas (2012).
Segundo Dornelas (2012) trata-se de um instrumento em que o empreendedor expõe
suas ideias em uma linguagem clara e que demonstre a viabilidade e probabilidade de sucesso
no mercado de atuação. Para, além disso, tal instrumento deve ser atualizado constantemente,
pois o ato de planejar é dinâmico e faz parte de um processo cíclico, conforme menciona
Dornelas (2012).
Conforme observa Chiavenato (2012) um plano de negócio deve esclarecer as dúvidas
com relação: ao negócio, a gestão do mesmo, o mercado, aspectos financeiros e econômicos,
definindo os rumos atuais e futuros do novo empreendimento. Desta forma, o mesmo deve
servir de guia, sendo revisado periodicamente e alterado sempre que necessário, de modo a
vender a sua ideia, sendo que o plano é escrito para uma atender aos objetivos principais
relacionados a: viabilidade do empreendimento, orientação no desenvolvimento dos processos
33

e estratégias, obtenção de recursos financeiros, transmitir credibilidade, desenvolver a equipe


de gestão.
Na percepção de Dornelas (2012) umas das principais utilidades do plano é o suporte
fornecido para a venda de uma ideia, pois a partir daí são definidas as alternativas de
apresentação para o convencimento do público alvo. Para o sucesso deste plano, o ideal é
seguir algumas dicas importantes, conforme analisa Padoveze (2010), tais como: descrever a
oportunidade que se deseja perseguir, definir a abordagem a ser dada a oportunidade,
explicitar os benefícios, os recursos, os apoiadores, bem como os riscos a serem gerenciados.
Desta forma, um bom plano de negócios deve “mostrar claramente a competência da equipe,
o potencial do mercado alvo e uma ideia realmente inovadora, culminando em um negocio
economicamente viável, com projeções financeiras realistas” (DORNELAS, 2012, p. 129).

2.4 PROJEÇÕES E ORÇAMENTOS

Conforme Padoveze (2010) as projeções e orçamentos devem fazer parte do sistema


de informação gerencial, de modo a apresentar informações comparativas referentes a: dados
atuais, dados passados e dados futuros. O orçamento é uma ferramenta de controle de todo o
processo operacional da empresa, uma vez que envolve todos os setores da companhia.
“Orçar significa processar todos os dados constantes do sistema de informação
contábil de hoje, introduzindo os dados previstos para o próximo exercício considerando as
alterações já definidas para o próximo exercício” (PADOVEZE, 2010, p. 517).
Para Atkinson et al. (2011) o orçamento tem um papel importante no planejamento e
controle das organizações, de modo que refletem as condições quantitativas do modo no qual
alocar os recursos financeiros, de acordo com a sua atividade e os objetivos de curto prazo.
Desta forma afirmam que “um orçamento é uma expressão quantitativa das entradas de
dinheiro para determinar se um plano financeiro atinge os objetivos organizacionais.
Orçamentação é o processo de preparação de orçamentos” (ATKINSON et al., 2011, p. 465).
O plano orçamentário é uma forma de controle dos gastos da empresa, porém é
também o processo de estabelecer e coordenar objetivos para todas as áreas da empresa, de
modo que todos trabalhem em busca do alcance dos lucros, conforme observa Padoveze
(2010, p. 518). “O processo orçamentário deve permitir a participação de toda a estrutura
hierárquica com responsabilidade orçamentária” (SÁ, 2006, p. 519).
Existem alguns princípios gerais para se estruturar o plano orçamentário, que segundo
Padoveze (2010) são: Orientação para objetivos: o orçamento deve ter foco no objetivo geral
34

da empresa e nos objetivos específicos dos setores, de modo a alcançá-los eficiente e


eficazmente; Envolvimento dos gestores: todos os gestores envolvidos devem participar do
planejamento e controle, para que se consiga comprometimento; Comunicação integral:
compatibilização entre o sistema de informações, o processo de tomada de decisões e a
estrutura organizacional; Expectativas realísticas: os objetivos gerais e específicos devem ser
desafiadores, mas ao mesmo tempo devem se passíveis de ser cumpridos; Aplicação flexível:
o sistema orçamentário deve permitir correções, ajustes, revisões de valores e planos; e
Reconhecimento dos esforços individuais e de grupos: o sistema orçamentário é um dos
principais instrumentos de avaliação de desempenho.
Silva (2003) aponta as principais vantagens do orçamento: faz com que o
administrador pense a frente com a formalização de suas responsabilidades para o
planejamento; fornece expectativas que representam a melhor estrutura para o julgamento do
desempenho subsequente; representa uma ferramenta para os administradores na coordenação
de seus esforços, através da confrontação entre os objetivos da organização como um todo
com os objetivos de suas partes. Comenta ainda que:

O orçamento que contém a mensuração econômica dos planos operacionais


da empresa, sempre é necessário para o processo de planejamento, execução
e controle. As frustrações que acontecem são frutos de planos orçamentários
não desenvolvidos corretamente, desde a falta de objetivos claros, de uma
clara definição de responsabilidades, da competência para obtenção dos
dados e dos procedimentos de mensuração (PADOVEZE, 2010, p. 521).

Segundo Atkinson et al (2011), os orçamentos também de certa forma comunicam as


metas de curto prazo da empresa e coordenam muitas das atividades de uma empresa. Os
mesmos são preparados para períodos específicos, o que possibilita a realização de um
comparativo dos resultados efetivos com os resultados planejados, sendo as diferenças
denominadas de variâncias. “As variâncias fornecem um sinal de que as operações não
ocorreram como foi planejado [..] são parte de um sistema de controle maior de monitorização
de resultados” (ATKINSON et al., 2011, p. 466), isso significa afirmar que as mesmas
mostram a eficácia dos sistemas de controle existentes na empresa.
Para Padoveze (2010), o processo orçamentário está interligando com a previsão de
demanda, buscando-se uma estimativa da demanda de vendas, sendo tal previsão realizada de
muitas formas, como: pesquisas de mercado, modelos estatísticos, tendências das atividades
econômicas, histórico das vendas passadas, taxa estimada entre outros. Desta forma, torna-se
35

fundamental preparar um plano de vendas o qual serve de base para outros planos relativos a
fatores de produção, como mão-de-obra, materiais, capacidade de produção e caixa.
Caso houver variações, deve-se tomar ações corretivas para eliminar tais variações e
revisar os orçamentos. Após a escolha do cenário mais provável, a Controladoria deve definir
o quadro de premissas para o plano orçamentário, que deverá ser aprovado pelo Comitê
Orçamentário, quando este existir, conforme observa Silva (2003). Assim as informações
básicas para definir o plano orçamentário, como o comportamento das vendas, da produção,
novos negócios e oportunidades, necessidade de investimentos e financiamentos, logística,
podem ser assumidas em termos quantitativos. Uma prática orçamentária utilizada com
frequência é a de buscar dados passados para projetar as situações futuras, conforme
menciona Padoveze (2010, p. 521).

Tal prática tem dado bons resultados, pois, de modo geral os eventos
passados são decorrentes de estruturas organizacionais já existentes,
e, por conseguinte, há forte tendência de tais eventos se
reproduzirem, considerando, contudo, a introdução dos novos
elementos componentes do planejamento operacional da empresa
(PADOVEZE, 2010, p. 521).

Existe o tipo de orçamento base zero que consiste no rompimento com o passado, uma
vez que se acredita, neste caso, que o orçamento nunca deva partir da observação dos dados
anteriores, pois eles podem conter ineficiências, segundo Silva (2003). Atkinson et al., (2011,
p. 495) também mencionam este orçamento de base zero e observam que cada despesa deve
ser justificada e que o ponto de partida de cada item orçado deve ser zero. Neste tipo de
orçamento “os planejadores alocam os recursos escassos da empresa para as propostas de
gastos que, segundo eles, atingirão melhor as metas da empresa” (ATKINSON et al., 2011, p.
495).
Padoveze (2010) aponta dois tipos clássicos de orçamento: o orçamento estático e o
orçamento flexível, sendo o primeiro o mais comum que trabalha com o volume de produção
e vendas, os quais determinarão o volume das atividades e setores da empresa e não se
permite alterações no orçamento, tal orçamento é bastante utilizado pelas grandes corporações
na busca de um orçamento mestre e único da corporação. Já no orçamento flexível se admite
uma faixa de nível de atividades, aonde se situam os volumes de produção e de vendas,
podendo ser ajustado a qualquer nível de atividade, tal orçamento tem por base a distinção
entre custos fixos e variáveis, sendo que aqueles possuem o tratamento tradicional e este
36

segue o volume de atividades, assim o enfoque deste orçamento é os dados variáveis e as


quantidades unitárias.
Já Atkinson et al., (2011, p. 467) divide o orçamento em operacional, aquele que se
refere às atividades como vendas, compras e produção, e financeiro, que se refere a balanço
patrimonial, demonstração de resultado e demonstração dos fluxos de caixa.
De acordo com Padoveze (2010) o plano orçamentário segue os seguintes passos:
definição da missão e objetivos corporativos; estruturação das assunções ambientais e
definição do fator limitante; elaboração do orçamento a partir do fator limitante; elaboração
de outros orçamentos, relacionando-os com o fator limitante e os objetivos corporativos;
sintetização de todos os orçamentos para produzir o orçamento geral; revisão do orçamento
geral frente aos objetivos corporativos; aceitar o orçamento geral, caso contrário retornar no
segundo passo; e monitorar os resultados reais em relação aos orçados.
Já Gitman (2010) aponta cinco etapas do orçamento estudado em sua obra, o
orçamento de capital. Estas etapas seriam: geração da proposta; revisão e análise; tomada de
decisões; implementação; e acompanhamento. Todas as etapas são importantes, mas as que
demandam mais tempo e esforço seria a etapa de revisão e análise, bem como a etapa de
tomada de decisões.
De acordo com Padoveze (2010) o plano orçamentário possui três grandes segmentos:
orçamento operacional, orçamento de investimentos e financiamentos e projeção dos
demonstrativos contábeis. O orçamento operacional engloba todos os orçamentos específicos
que atingem a estrutura hierárquica da empresa, são informações que equivale ao lucro
operacional, vendas, custos de produtos, despesas administrativas e comerciais, todos estes
podem ser vistos na Demonstração de Resultados da empresa. O orçamento de investimentos
e financiamentos se refere a aquisição de investimentos, imobilizados e diferido, orçamentos
de financiamentos a amortizações e orçamentos de despesas financeiras, os quais são mais
restritos a setores financeiros e Direção. Já a projeção dos demonstrativos contábeis, é
responsável pela consolidação de todos os orçamentos, projetando também as receitas, a
Demonstração do Resultado do período, o Balanço Patrimonial, o Fluxo de Caixa, a
Demonstração das Origens e Aplicação de Recursos e por fim a análise financeira dos
demonstrativos projetados.
O orçamento de vendas é o ponto inicial de todo o processo de elaboração
orçamentária, visto que todo o processo de planejamento operacional decorre da demanda dos
produtos para o período, sendo o volume de vendas um fator limitante do processo, conforme
menciona Padoveze (2010). “A leitura do ambiente e a construção de cenários, e outras
37

informações constantes do Sistema de Acompanhamento do Negócio, devem permitir um


mínimo de condições de estabelecer probabilidades de acontecimentos de vendas futuras”
(PADOVEZE, 2010, p. 533). Para, além disto, a empresa já possui um histórico das vendas
conforme o período, tendo, portanto, um conhecimento do comportamento dos produtos com
os quais trabalha.
Para Gitman (2010) o planejamento financeiro também é um aspecto importante para
as empresas no sentido que fornece uma orientação para o alcance dos objetivos da empresa.
O planejamento financeiro envolve o planejamento de caixa e o planejamento de lucros,
sendo que o de caixa elabora o orçamento de caixa da empresa e o de lucros elabora as
demonstrações pró-forma.
A conclusão do processo orçamentário ocorre com a análise financeira das projeções,
sendo que estas utilizam como base os demonstrativos contábeis: balanço patrimonial inicial,
demonstração de resultado do período projetado, balanço final após a demonstração de
resultado, fluxo de caixa, conforme menciona Padoveze (2010). A projeção do saldo de caixa
pode ser feita de duas maneiras: uma é pelo fluxo de caixa, sendo o resultado das
movimentações de entradas e saídas de caixa, outra é através do valor residual no Balanço
Patrimonial, onde o saldo final do caixa é obtido pela diferença de ativos e passivos.
Gitman (2010) analisa que os planos financeiros de longo prazo (estratégicos)
representam as ações financeiras planejadas por uma empresa e o impacto destas ao longo de
um período de dois a dez anos. Já os planos financeiros de curto prazo (operacionais)
representam as ações financeiras que compreendem um período de um a dois anos, sendo que
as principais informações são as que se referem a previsão de vendas.

O planejamento financeiro começa com a projeção de vendas. Partindo dela, as


empresas desenvolvem planos de produção que levam em conta os prazos de espera
(preparação) e incluem estimativas das matérias-primas necessárias. Usando os
planos de produção, a empresa pode estimar as despesas diretas de folha de
pagamento, desembolso com custo fixo das fábricas e as despesas operacionais
(GITMAN, 2010, p. 107).

No planejamento financeiro, a informação chave, conforme analisa Gitman (2010) é a


previsão das vendas ao longo de um período, as quais podem-se basear em análise de dados
externos, dados internos ou uma combinação destes. A previsão externa é observada pela
relação entre as vendas da empresa e determinados indicadores econômicos externos
fundamentais, enquanto que a previsão interna se baseia em previsões de vendas dos canais da
própria empresa.
38

2.4.1 Investimentos

Segundo Silva (2003) investimentos são classificados como participações permanentes


em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, ou seja, aqueles que a sociedade tem
a intenção de mantê-los de forma permanente, como exemplo, cita: participação societária,
aplicação em incentivos fiscais, bens de renda, obras de arte, ouro, ágio/deságio na aquisição
de investimentos, entre outros.
Basso (2011) classifica os investimentos em ativo permanente, quando a natureza
deste for duradoura, em que fazem parte os bens (corpóreos e incorpóreos) e direitos
“destinados a formar os meios e instrumentos para a produção, geração ou realização das
atividades da entidade, e ainda os investimentos permanentes no capital de outras empresas,
constituídos na forma de ações e/ou cotas de capital” (BASSO, 2011, p. 245). Menciona
como exemplo: títulos de renda, fundos mútuos de investimentos e ações de outras empresas.
De acordo com Gitman (2010), um investimento de capital representa um desembolso
realizado pela empresa com a finalidade de gerar benefícios futuros, a longo prazo, superior a
um ano. Desta forma classifica como investimento operacional aquele que possui um prazo
inferior a um ano. Os desembolsos utilizados em ativos imobilizados representam
investimentos de capital.
Os motivos que levam ao investimento são geralmente a expansão das operações, a
substituição ou reforma de ativos imobilizados e a obtenção de algum outro benefício,
conforme menciona Gitman (2010, p. 327). Na percepção de Dornelas (2012, p. 59) quando
se utiliza da criatividade é possível obter um grande negócio, com possibilidades de
crescimento e retornos positivos. Porém, a decisão de investir valores consideráveis em
negócios que proporcionem pouco retorno e ainda demoram anos para recuperar o
investimento inicial realizado, pode ser considerada uma decisão errada.
“Grande parte do sucesso da administração financeira consiste em um hábil equilíbrio
entre recursos próprios e de terceiros. Ao considerar planos de expansão, nem sempre o
acréscimo de capital resulta mais vantajoso que o acréscimo de endividamento” (IUDÍCIBUS,
1998, p. 93), o que pode ser exemplificado na compra de ações, pois quanto maior o número
de ações, menor será o lucro por ação. Quando bem empregados, os recursos de terceiros
podem alavancar maiores lucros em benefício do acionista.
Segundo Iudícibus (1998) é compensador utilizar-se de recursos de terceiros quando a
taxa de retorno do ativo alcançada com a utilização destes recursos for maior do que a taxa de
despesa financeira. No entanto, há que se atentar para o fato de que no momento em que for
39

feito o desembolso financeiro do valor principal e dos encargos, pode ser que o lucro ainda
não tenha gerado saldo suficiente no caixa para fazer frente a este desembolso. Desta forma,
conclui que se a empresa for capaz de girar o ativo sempre a taxas maiores do que o custo
financeiro dos empréstimos poderá expandir-se com a utilização de recursos de terceiros
(empréstimos).
O custo médio do capital originado de financiamento define o custo médio ponderado,
que serve de base para definir a taxa mínima de atratividade do projeto, ou seja, a taxa mínima
de retorno para que o investir possa de fato realizar o investimento, conforme explicita Kuhn
(2005).
Conforme observa Iudícibus (1998) o processo de investimento e reinvestimento nas
empresas é contínuo, pois todos os produtos que são vendidos com lucro, este deve ser
reinvestido na aquisição de ativos, que gerarão mais lucros. O autor menciona que é
importante estabelecer comparativos como o que foi obtido de retorno sobre o patrimônio
liquido real e o que poderia ter sido obtido, se ao invés de captar recursos de terceiros fosse
utilizado recursos dos acionistas.
Segundo Padoveze (2010), os créditos de funcionamento também possuem um custo,
que seria o desconto que se deixa de obter pela compra ser a prazo e não a vista, no entanto,
afirma que é importante aquilo que se consegue ganhar com tais recursos, quando comparados
com o que custam. Conforme observa Iudícibus (1998) o que interessa de fato ao investidor é
o retorno obtido com as aplicações realizadas.
“A classificação entre dois projetos ou investimentos é muito importante quando os
mesmos são excludentes ou há necessidade de racionar o capital”, conforme menciona
Gitman (2010, p. 374). Primeiramente, a classificação permite à empresa definir qual deles é
o melhor tendo em vista a questão financeira, num segundo momento, fornece um ponto de
partida para a aceitação de um grupo de projetos.

Classificações conflitantes baseadas em VPL e TIR resultam de diferenças de


magnitude e momento de ocorrência dos fluxos de caixa. A causa subjacente das
classificações conflitantes está em diferentes premissas implícitas quanto ao
reinvestimento das entradas de caixa intermediária, aquelas recebidas antes do
encerramento de um projeto. O VPL pressupõe que as entradas de caixa
intermediárias sejam reinvestidas ao custo de capital, ao passo que a TIR pressupõe
que sejam reinvestidas a TIR do projeto (GITMAN, 2010, p. 375).

Quanto à contabilização dos investimentos, torna-se necessário considerar além do


valor nominal do titulo, o ágio da cotação de mercado, bem como taxas e comissões de
corretagem, conforme explica Basso (2011), sendo que todos estes custos fazem parte do
40

valor de aquisição do investimento. O autor sugere a utilização de um rigoroso controle de


cada investimento realizado. Quanto à contabilização dos rendimentos, é necessário
reconhecer os rendimentos no momento da sua realização, independentemente de ter sido
resgatado ou não, obedecendo ao princípio da competência.
Existem investimentos que não aumentam o valor investido, conforme observa Basso
(2011), em virtude de que os rendimentos são declarados e acertados na data do resgate do
investimento, como por exemplo: os depósitos a prazo fixo, letras de câmbio, entre outros. Já
existem outros investimentos que aumentam de valor, como os fundos de investimento, que
realizam bonificações em cotas, os títulos de renda, que rendem juros e correções monetárias,
os títulos do Tesouro, como as Letras do Tesouro Nacional, em que o governo federal define a
cotação.
Padoveze (2010), explica ainda que é necessário realizar o ajustamento contábil dos
investimentos, conforme o valor destes no mercado, sendo que quando este for menor do que
o valor contabilizado realiza-se o lançamento em Previsão para Desvalorização de
Investimento, assim como ocorre na atualização dos valores de estoque.
Com relação ao estudo de novos projetos, a análise de investimentos tem como
objetivo quantificar o total de recursos necessários para a realização deste projeto, conforme
observa Kuhn (2005, p. 24). Esta quantificação auxilia na definição das alternativas de
financiamento disponíveis, tornando-se necessário também distinguir os investimentos fixos
dos de capital de giro iniciais.
Os recursos de capital se estendem a toda a vida do projeto e de acordo com Kuhn
(2005) são divididos em: ativos permanentes (ativos fixos): são os bens tangíveis e
intangíveis, representando a estrutura produtiva, não sendo objeto de transações comerciais
correntes. Os bens tangíveis são aqueles que podem ser vistos e estão sujeitos a depreciação, e
os bens intangíveis são aqueles que não podem ser vistos e estão sujeitos a amortizações, e
podem onerar valores elevados de capital; reserva Técnica: são provisionadas para cobrir
eventuais imprevistos que podem surgir na execução do projeto; e capital de Giro: são os
recursos destinados ao processo de iniciação do funcionamento da organização, representando
os estoques, os recursos de vendas a prazo iniciais e despesas operacionais iniciais, ate que se
inicie o recebimento das receitas geradas.
Conforme observa Silva (2003) o estudo de avaliação de investimento se refere a
tomada de decisões referentes a aplicação de capital em projetos que gerem retornos por
vários períodos sucessivos. Trata-se de decisões financeiras de longo prazo, que retratam o
desempenho futuro da empresa e ainda o crescimento da economia.
41

Uma empresa, em determinado instante, pode ser vista como um conjunto de projetos
de investimentos em diferentes momentos de execução. O seu objetivo financeiro, ao avaliar
alternativas de investimento, é o de maximizar a contribuição marginal desses recursos de
capital, promovendo o incremento de sua riqueza liquida (KUHN, 2005). Entretanto, “o
investimento de capital é apenas uma parte do processo de tomada de decisão, visto que os
objetivos estratégicos são relevantes na seleção de projetos e também outros fatores de ordem
qualitativa”, conforme observa Kuhn (2005, p. 32).
Este processo de análise de investimentos requer determinadas informações
financeiras, sendo que os fatores externos como situações de mercado e do contexto
econômico influenciam nos critérios desta análise, conforme salienta Padoveze (2010). As
principais informações citadas pelo autor são: fluxo de caixa, valores incrementais, taxa
mínima de atratividade, tempo de vida do projeto, valor presente liquido, taxa interna de
retorno, valor anual uniforme equivalente e payback.

2.4.2 Custos

Segundo Sá (2006, p. 139) “os meios patrimoniais aplicados nos elementos que fazem
gerar as receitas são os custos”. Os custos existem através dos investimentos realizados para
se obter um produto ou serviço, para que estes possam ser objeto de vendas. “Custo significa
quanto foi gasto para adquirir certo bem, objeto, propriedade ou serviço” (IUDÍCIBUS, 1998,
p. 114), na linguagem comercial, já na linguagem comum a palavra custo pode estar associada
a noção de sacrifício. Para o autor, todo custo traz uma vantagem, podendo ser um bem ou
serviço adquirido ou o conhecimento proporcionado por um curso.
Custos, segundo Atkinson et al, (2011, p. 125) representa o valor monetário dos bens e
serviços expendidos com a finalidade de obter benefícios atuais ou futuros. O conceito de
custos é diferente do conceito de despesas, estas fazem parte da demonstração do resultado do
exercício e representam os custos pelos quais os benefícios foram recebidos no período fiscal
vigente e os custos nos quais os benefícios não podem ser facilmente apropriados aos
produtos ou serviços vendidos.

A parte dos custos do produto alocada aos produtos realmente vendidos em um


período aparece como despesas (custo dos produtos vendidos) na demonstração de
resultado, a parte remanescente dos custos do produto é alocada aos produtos em
estoque e aparece como ativo no balanço patrimonial (Atkinson et al., 2011, p. 126).
42

Para Padoveze (2010) os sistemas de contabilidade de custos revela a necessidade de


definir os custos do produto para as demonstrações financeiras externas, obedecendo a
legislação comercial, financeira e tributária. O estudo dos custos é de fundamental
importância, uma vez que permite mensurar os itens de custos e verificar a importância dos
mesmos, possibilita definir a margem de contribuição do empreendimento, calcular o ponto
de nivelamento, realizar a avaliação econômica e estimar o retorno do capital investido,
conforme observa Kuhn (2005).
Os custos, do ponto de vista físico, podem ser classificados como: diretos e indiretos,
conforme menciona Sá (2006). Os custos diretos são aqueles que se identificam fisicamente
no produto que é fabricado, que seriam a matéria-prima, materiais e mão-de-obra utilizada no
processo de fabricação. Já os custos indiretos são aqueles que ocorrem para se produzir, mas
que não são identificáveis fisicamente no produto, servindo para atender a todo o complexo
do que se produz, os quais se podem citar: aluguéis das fábricas, energia elétrica, água, gastos
de conservação das máquinas, despesas com segurança da fábrica, materiais e mão-de-obra da
limpeza da fábrica, taxas de depreciação.
Outra classificação dos custos se refere a quantidade produzida, em que podem ser do
tipo fixos ou variáveis. Os custos fixos, segundo Silva (2003) são aqueles que ocorrem e não
variam de acordo com o nível de produção, desta forma observa-se que quanto maior a
produção, menor será o custo fixo por unidade produzida. Sá (2006, p. 142) conclui que “a
empresa que produz mais, tende a possuir, portanto, preços unitários menores em seus
produtos e será cada vez mais competitiva”.
Iudícibus (1998) conceitua os custos fixos como aqueles que permanecem inalterados
diante de alterações no volume de fabricação e cita como exemplo: ordenados de mensalistas,
depreciações, aluguéis. Já os custos variáveis são aqueles que se alteram em razão do volume
de produção, como por exemplo, o consumo de energia varia conforme as unidades
produzidas. Sá (2006) menciona ainda os custos extraordinários, que decorrem de situações
especiais e fortuitas, segundo o autor.
Silva (2003) conceitua os custos variáveis como sendo aqueles que variam na mesma
proporção das variações do volume de produção e cita como exemplo: matéria-prima, mão-
de-obra direta, comissões sobre vendas. Para Atkinson et al., (2011, p. 183) os custos fixos
são aqueles que não se alteram com o nível de produção, já os custos variáveis são aqueles
que mudam na proporção das alterações no nível de produção.
Sá (2006) ainda classifica os custos como figurativos, que são aqueles que servem de
base para cálculos de rentabilidade, mas não é permitido fazer o registro contábil dos mesmos,
43

são apenas figurações que se estabelecem para verificar o que uma atividade rende de fato.
Ainda menciona os custos desnecessários, os quais resultam de um mau aproveitamento dos
elementos de produção, desperdícios, negligência, incompetência e esforços inúteis. Segundo
Padoveze (2010, p. 144) “uma empresa que não tem eficiência para produzir é improdutiva,
ou seja, gasta mal e, em decorrência, aumenta o preço unitário de seus produtos”.
Para Sá (2006) a incompetência gera a utilização mal feita do capital, ocorrendo gastos
que poderiam ser evitados. “Métodos errados de fabricar, falta de gerência, controles
deficientes, são alguns dos fatores que permitem a improdutividade, gerada de custos
desnecessários” (SÁ, 2006, p. 145).
Com relação ao aspecto de realização os custos podem ser: efetivos ou teóricos,
segundo Sá (2006). Custos efetivos são decorrentes da aplicação do capital, provocando
pagamentos ou obrigações a pagar, já os custos teóricos são decorrentes de bases de previsão,
estudos e cálculos, como exemplo dos custos previstos ou orçados. “Há uma diferença entre
custos que derivam de aplicações reais de capitais (custos efetivos) e aqueles que são apenas
calculados visando a obter uma ideia do que se gastaria (custos teóricos)” (SÁ, 2006, p. 145).
Iudícibus (1998) diferencia os custos em custos de produto e custo de período, sendo o
de produto atribuído aos insumos contidos na produção terminada, porém que ainda fica em
estoque, enquanto que o de período é definido quando a venda é realizada. Existem as
técnicas de custeio por processo, utilizadas quando existe uma continuidade de produção de
produtos iguais ou semelhantes, sendo utilizada para este custeamento a departamentalização
dos custos.
Desta forma, o custeamento final é o resultado do custo unitário multiplicado pelo
número de unidades produzidas, conforme observa Iudícibus (1998, p. 123).

Para que isto seja realizado de forma correta é preciso que não apenas as unidades
equivalentes sejam calculadas de forma rigorosa, mas que os custos acumulados em
cada departamento sejam os que realmente traduzem o esforço ou contribuição dada
pelo departamento à produção geral da empresa (IUDÍCIBUS, 1998, p. 123).

Padoveze (2010) classifica ainda os custos primários ou indiretos, diretamente


ocorrido no respectivo departamento e estão sujeitos a rateio. A estimativa dos custos
indiretos será realizada tendo como base o volume limite para vender o orçado, sempre
atentando para o limite da capacidade de produção. Para, além disso, apresenta a classificação
de custos semivariáveis e semifixos, sendo os semivariáveis aqueles que possuem um
componente fixo e outro a partir do qual o comportamento passa a ser variável, enquanto que
44

os semifixos são aqueles que se mantêm fixos dentro de certos intervalos de atividade e
posteriormente eleva-se para atingir outro patamar, o qual ficará durante algum tempo.
Atkinson et al., (2011) diferenciam os custos diretos de produção, que seriam os custos
atribuídos diretamente ao produto tendo-se como base a quantidade mensurada dos recursos
consumidos para a produção, dos custos indiretos que seriam os demais custos atribuídos a
realização de atividades de apoio a produção.
Desta forma Iudícibus (1998) demonstra a equação do Custo Total, que seria o custo
Fixo mais o Custo Unitário Variável multiplicado pelas unidades produzidas (vendidas) e
ainda afirma que existe um ponto de equilíbrio alcançado num número “x” de unidades
vendidas, em que se passa a igualar as vendas e é representado pelo quociente entre custos
fixos e a diferença entre preço unitário de venda e custos unitários variáveis.
Padoveze (2010) explica que é necessário vender uma quantidade x de produtos para
cobrir os custos fixos, através de margem ganha em cada produto, e desta forma, é alcançado
o ponto de equilíbrio, sendo que os custos variáveis já foram cobertos, considerando-se a
diferença entre preço de venda e custos variáveis. Quando se vende o número de unidades
indicadas no ponto de equilíbrio, a receita se iguala as despesas, podendo-se assim projetar
um lucro desejado e estimar a quantidade necessária para se atingir este lucro, em que se
chegando ao resultado do valor do ponto de equilíbrio diminui-se a diferença do resultado
obtido pelo valor de lucro pretendido.
Na percepção de Atkinson et al (2011, p. 192) o nível em que o volume de vendas
cobrir os custos fixos dos recursos utilizados tem-se o ponto de equilíbrio. A análise deste
ponto é de fundamental importância, uma vez que define o volume de produção em que o
lucro iguala-se a zero e possibilita a análise do investimento definindo se o negócio é rentável.
Conforme observa Padoveze (2010) a diferença entre o preço e o custo variável
unitário representa a margem de contribuição unitária, quando ocorre aumento da produção, a
receita aumenta pelo montante do preço de venda e o custo total aumenta pelo montante do
custo variável unitário. Desta forma

A margem de contribuição unitária é o aumento líquido do lucro quando aumentamos


a produção e as vendas em uma unidade. É o montante que cada unidade produzida e
vendida contribui para cobrir os custos fixos e obter lucro (ATKINSON et al., 2011, p.
193).

Para Padoveze (2010) um aspecto importante na análise de custo, volume e lucro é


observar o comportamento do custo total face ao nível de equilíbrio em relação às alterações
45

nos custos fixos e custos variáveis. Pode-se ainda mencionar a quantidade de venda necessária
diante de um determinado aumento no total dos custos fixos, visando recuperar o equilíbrio.

É crítica, do ponto de vista gerencial, a influência do custo fixo e o controle de seu


nível merece a mais detida atenção por parte da administração. Muitas vezes, um
programa de controle de custos fixos e de redução dos custos desnecessários já dá
um alivio considerável a estrutura de custos (e de lucros) da empresa (IUDÍCIBUS,
1998, p. 150).

Observa-se que o ponto de equilíbrio é obtido dividindo-se o custo fixo pela margem
de contribuição por unidade de produção, sendo que a análise do resultado desse ponto de
equilíbrio possibilita aos gestores o conhecimento de quanto deve ser o montante de vendas
onde a margem de contribuição se iguala aos custos fixos dos recursos empregados para o
funcionamento da atividade comercial, conforme observa Atkinson et al., (2011, p. 194). Para,
além disso, possibilita também definir a demanda do volume de produção necessária para que
se alcance um nível de lucro desejado.
De acordo com Padoveze (2010), qualquer acréscimo ou decréscimo nos custos fixos
irá afetar na mesma proporcionalidade o esforço para alcançar o ponto de equilíbrio. Já as
alterações nos custos variáveis se refletem no ponto de equilíbrio de acordo com a
porcentagem que os custos variáveis representam sobre as vendas e sobre o custo total inicial.
A análise da relação entre custo, volume e lucro é uma ferramenta muito importante na
contabilidade gerencial, conforme analisa Silva (2003, p. 150). “O posicionamento da
empresa no que se refere a sua estrutura de custo relacionada com o preço de mercado de seus
produtos já a condiciona a resultados melhores ou piores ou a maiores ou menores esforços
para produzir certo lucro” (SÁ, 2006). Para Atkinson et al., (2011, p. 193), o conhecimento do
comportamento dos custos auxilia os gestores a definir o nível de operação para maximizar os
lucros.
Conforme menciona Padoveze (2010), a contabilidade de custos possui uma definição
de método de custeamento por absorção quando procura custear o produto atribuindo-lhe
também uma parte do custo fixo. Já o método variável aloca a produção somente os custos
variáveis, considerando todos os custos fixos como despesas do período. O autor argumenta
que as duas concepções são incompletas, mas que é preferível a utilização do método de
custeio variável ou direto, visto que as consequências dos rateios arbitrários no método de
absorção são piores do que as limitações do custeio variável. Assim o autor conclui que as
vantagens do custeamento direto para certas tomadas de decisões são evidenciáveis, porém o
mesmo apresenta a desvantagem de subavaliar os estoques no balanço.
46

A decisão do melhor produto a ser fabricado precisa ser tomada levando-se em conta a
margem de contribuição por fator limitativo de capacidade, conforme observa Iudícibus
(1998). Verifica-se que a partir do ponto de equilíbrio, o fator determinante da maior
alavancagem é a empresa ter uma margem de contribuição unitária maior. Quanto aos custos
dos produtos vendidos, estes representam o custo da matéria-prima e mão-de-obra direta
somado aos custos indiretos alocados, sendo estes custos variáveis conforme o custeamento
adotado.
Padoveze (2010) afirma que o custo real deve ser apurado periodicamente, para que
sejam realizadas as comparações entre o padrão e o realizado. A forma de apuração pode ser
através de custos reais ou de custos-padrão, sendo que nos custos reais são realizadas
previsões e nos custos-padrão se busca harmonizar as formas de se apurarem as variações
com os custos reais, enquanto que aqueles têm um enfoque de saber quanto custou
determinado produto, este se volta para um enfoque do quanto deveria custar esta produção,
em condições normais de fabricação. O custo padrão visa o controle de eficiência das
operações fabris e por isso é mais detalhado e analítico, representando um hábil instrumento
de controle de operações, indicando se tais operações foram realizadas de acordo com o
padrão eficaz fixado, ou seja, o custo padrão é uma meta a ser alcançada.

2.4.3 Receitas e despesas

Segundo Sá (2006, p. 159), receita representa a entrada de recursos, num conceito


genérico, mas voltando-se ao contexto da empresa, representa “uma recuperação do
investimento, acrescida de um resultado,” no caso este resultado é o lucro obtido.
Gitman (2010) define recebimentos todas as entradas de caixa da empresa num
determinado período, a exemplo das vendas a vista, cobrança de contas a receber e outros
recebimentos. Kuhn (2005) conceitua as receitas como o resultado das projeções das
quantidades vendidas multiplicado pelo valor unitário, sendo que podem ser classificadas
como diretas, quando se originam das vendas dos produtos ou prestação de serviços, ou
indiretas, quando se originam de vendas de equipamentos, móveis, valores residuais, juros
recebidos, entre outros.
Segundo Sá (2006), as receitas podem ser classificadas em: Receitas técnicas (que
podem ser definidas também como operacionais ou da atividade) e Receitas extraordinárias
(não operacionais). As receitas técnicas são derivadas das vendas e as receitas extraordinárias
47

são aquelas que não derivam de negócios para os quais a empresa se constituiu, como por
exemplo, aplicação em títulos do mercado aberto.

O que se vende (qualidade), quanto se vende (quantidade), a que consumidor se


atende, quanto se precisa de tecnologia, como se motiva o comprador, que
assistência requer o comprador em relação ao que compra, que garantias se oferecem
etc, são alguns dos importantes fatores promotores de vendas e que variam de
empresa para empresa, de lugar para lugar (espaço), de época para época (tempo)
(SÁ, 2006, p. 160).

Com a finalidade de se obter lucro, torna-se necessário investir para posteriormente


recuperar este investimento com vantagens, conforme menciona Sá (2006, p. 159), “compra-
se, gasta-se, produz-se, para recuperar e obter meio de lucrar, esse é o ciclo regular na vida
empresarial”. A receita é o resultado do valor total dos custos, somado ao das despesas e
acrescido de lucros.
“Cada classe de empresas tem sua forma peculiar de realizar suas vendas, mas estas se
caracterizam sempre por serem recuperações de esforços e recursos patrimoniais aplicados em
pagamentos de imobilizações, materiais, mão-de-obra, gastos gerais” (SILVA, 2003).
Segundo Sá (2006), despesas referem-se aos custos complementares de uma atividade,
também significa a saída de dinheiro. Tais despesas podem ser classificadas como: despesas
complementares ou gerais; despesas administrativas, despesas promocionais de vendas,
despesas financeiras, despesas tributárias, despesas sociais, despesas extraordinárias ou
eventuais. Gitman (2010) define como desembolso todas as saídas de caixa da empresa num
determinado período.
As despesas administrativas conforme Sá (2006) se referem aos gastos realizados para
suprir a empresa de elementos competentes para a gestão global das atividades, e podem se
referir a aspectos humanos, materiais, imateriais ou éticos. Todos os gastos feitos para atender
a necessidade de realização de vendas se referem as despesas promocionais de vendas. As
despesas financeiras se referem aos gastos realizados para se obter recursos de capital e tais
recursos geram despesas, como juros e taxas, correções monetárias e ajustes.
Padoveze (2010) menciona que os gastos referentes a obrigações da empresa para com
o Estado, a exemplo de impostos e taxas são consideradas despesas tributárias. As despesas
realizadas com o meio ambiente, de forma espontânea, a fim de fortalecer os interesses
sociais, muito embora possa ser utilizada para promover a sua imagem, é denominada de
despesas sociais.
As despesas extraordinárias ou eventuais, conforme observa Sá (2006), se referem a
tudo aquilo que se perde de forma eventual devido a causas de emergência, incomuns. Este
48

gasto é involuntário, embora possa ser originado de um ato voluntário. Alguns exemplos
destas despesas podem ser citados: acidentes ecológicos, depredações sofridas em
imobilizado, desfalques, indenizações a terceiros, incêndios, multas contratuais e sinistros.
“Normalmente ninguém gasta a mais porque deseja, a boa administração empresarial
procura evitar os já referidos custos desnecessários e dentre esses muitos se classificam como
extraordinários” (SÁ, 2006, p. 156).
Silva (2003) menciona a importância de distinguir a perda da despesa, sendo a despesa
um gasto necessário, habitual, originado de um ato ou decisão administrativa direta,
objetivando um fim específico, enquanto que a perda nem sempre é originada por uma
decisão administrativa, raramente é necessária e também não é um objetivo final e natural.
“Uma perda pode decorrer de ineficácia administrativa [...]”, sendo que “uma empresa
jamais se constitui para perder ou reduzir sua própria riqueza” (SÁ, 2006, p. 157). Para
Padoveze (2010) a despesa é realizada de forma racional tendo uma expectativa de
recuperação esperada, como meio para se obter o lucro.
Sá (2006) observa que uma empresa pode sofrer perdas porque vende mal ou porque
possui gastos elevados, o que não é algo voluntário, e ainda pode vender com prejuízo, para
fazer frente aos custos fixos que se tem, num contexto anormal de mercado, ou até mesmo
para afastar um concorrente, o que não se constitui num hábito e nem mesmo com intenção de
seguir com esta atitude.

2.5 FLUXO DE CAIXA

A parte financeira consiste na parte fundamental na tomada de decisão de implantar ou


não um projeto, conforme observa Kuhn (2005, p. 30), sendo que o “valor das variações
monetárias dos preços deve ser minimizado e a taxa de custo de capital deve refletir o valor
do custo do capital no tempo” (KUHN, 2005). Primeiramente deve-se elaborar uma projeção
do desempenho, através de um conjunto de técnicas de avaliação, para avaliar a viabilidade
econômica do projeto, sendo que se pode utilizar as seguintes técnicas, de acordo com Silva
(2003): rentabilidade, lucratividade, ponto de equilíbrio, payback period, taxa média de
retorno, sendo estas consideradas como técnicas simplificadas de avaliação, payback
atualizado, taxa interna de retorno (TIR ou IRR), valor presente líquido (VPL ou NPV), custo
anual uniforme equivalente (CAUEq ou RAUEq), e estes considerado como técnicas
complexas.
49

O fluxo de caixa, segundo Padoveze (2010), é elaborado para cada intervalo de tempo,
pela diferença entre os fluxos de caixa de entrada e os de saída, em que são considerados
somente os movimentos efetivos de recursos e que tem reflexos financeiros sobre o caixa, o
que não inclui despesas somente de natureza contábil, a exemplo da depreciação, amortização,
reavaliação patrimonial, e resultados que não são pagos ou recebidos pelo caixa.
Para Kuhn (2005) a análise de investimentos é processada com base em fluxos de
caixa, sendo que os resultados são considerados como o aspecto mais importante da decisão.
A avaliação de projetos com base nos resultados do caixa líquido ao invés do foco no lucro,
revela a capacidade efetiva que a empresa possui de remunerar o capital utilizado e reinvestir
através dos benefícios gerados.
Os fluxos de caixa, segundo Gitman (2010) representam o foco principal do gestor
financeiro, seja na gestão das finanças rotineiras, no planejamento ou na tomada de decisões.
A depreciação é um fator importante que afeta o fluxo de caixa de uma empresa, sendo que o
prazo ao longo do qual um ativo se deprecia pode afetar significativamente o padrão dos
fluxos de caixa.
Existem três tipos de fluxos de caixa, de acordo com Gitman (2010), que seriam:
fluxos operacionais, fluxos de investimento e fluxos de financiamento. Os fluxos operacionais
são representados pelas entradas e saídas de caixa relacionadas à venda e produção de bens e
serviços. Os fluxos de investimento representam os fluxos de caixa associados à compra e
venda de ativo imobilizado e investimentos em participações societárias, e por fim os fluxos
de financiamento que provém de transações financeiras com capital de terceiros ou capital
próprio, sendo que a quitação das dividas resulta em saídas de caixa.
Na prática, o que a demonstração dos fluxos de caixa faz é resumir as entradas e saídas
de caixa, conforme salienta Silva (2003), sendo que a depreciação é uma despesa não
desembolsável, pois não há desembolso efetivo de caixa no período, mas existe o lançamento
na demonstração de resultado. As despesas não desembolsáveis são consideradas entradas de
caixa.
Segundo Gitman (2010), uma empresa pode apresentar prejuízo líquido e ainda assim
apresentar um fluxo de caixa operacional positivo se a depreciação do período for superior ao
prejuízo líquido. Os fluxos de caixa de um período são desenvolvidos a partir da
demonstração do resultado do período e do balanço patrimonial. De acordo com Dornelas
(2012, p. 58) o fluxo de caixa positivo somente ocorre se a empresa obtiver o retorno do
investimento inicial e estiver se sustentando por si própria, ou seja, quando puder evoluir sem
50

a necessidade de reinvestimentos externos maciços. O volume de investimento inicial define


se o empreendedor terá condições de iniciar o negócio.

2.5.1 Indicadores financeiros

Para Gitman (2010) a análise de indicadores envolve métodos de cálculo e


interpretação de índices financeiros para análise e monitoramento do desempenho da empresa,
tendo como subsídio a demonstração do resultado e o balanço patrimonial. As partes
interessadas nesta análise são: os acionistas, os credores e os administradores do negócio,
sendo que os acionistas estão interessados nos níveis atuais e futuros de retorno e risco da
empresa, o que por sua vez afeta o preço da ação, os credores se interessam pela liquidez de
curto prazo e a capacidade de pagamento de juros e amortização, bem como pela lucratividade
da empresa, de modo a analisar se a mesma é sadia ou não, e por fim os administradores
monitoram o desempenho geral do negócio, analisando todos os aspectos da situação
financeira da empresa.
O que realmente interessa as partes não é o indicador em si, mas a análise deste
indicador, o que o mesmo representa, de modo a realizar comparativos entre períodos
definidos, conforme analisa Silva (2003). Os tipos de comparações citados são: análise em
corte transversal, que é a comparação de indicadores de diferentes empresas, geralmente com
os concorrentes, e análise em série temporal é a comparação dentro da mesma empresa porém
em períodos diferentes.
Gitman (2010) menciona as categorias que representam os principais indicadores
financeiros: liquidez, atividade, endividamento, lucratividade e valor de mercado. Após a
realização do fluxo de caixa, torna-se possível analisar se um determinado projeto é aceitável
ou não, sendo que existem abordagens envolvendo: integração de procedimentos de valor do
dinheiro no tempo, considerações quanto ao risco e retorno, conceitos de avaliação para
selecionar investimentos de capital condizentes com o objetivo geral da empresa,
maximizando assim a riqueza dos proprietários.

2.5.2 Taxa Interna de Retorno (TIR)

Para Kuhn (2005) a taxa interna de retorno representa a taxa de desconto que iguala,
num único momento, os fluxos de entrada com os de saída de caixa, ou ainda, é a taxa de
juros que produz um VPL igual a zero. Esta taxa é representada supondo a atualização de
51

todos os valores de caixa para o momento zero e requer o conhecimento do dispêndio de


capital.
De acordo com Gitman (2010), a taxa interna de retorno (TIR) representa a taxa de
desconto que faz com que o VPL de uma oportunidade de investimento seja igual à zero, ou
seja, o valor presente das entradas de caixa iguala-se ao investimento inicial. Desta forma,
significa “a taxa de retorno anual composto que a empresa obterá, se investir no projeto e
receber as entradas de caixa previstas” (GITMAN, 2010, p. 371).
Desta forma, verifica-se que a TIR reflete a rentabilidade relativa de um projeto de
investimento, expressa em percentual, representando uma taxa de juros equivalente periódica
que iguala o fluxo de entradas de caixa com o das saídas de caixa num dado momento,
conforme observa Silva (2003).
“Tomando-se a data focal (momento, época de análise) no instante zero, a taxa interna
de retorno é a taxa que, aplicada sobre as entradas de caixa de um fluxo futuro, produz um
valor presente dessas entradas, equivalente ao valor presente das saídas de caixa desse fluxo”
(KUHN, 2005, p. 38)
Quando se utiliza a TIR para tomadas de decisões de aceitação ou rejeição, devem-se
adotar os seguintes critérios, conforme esclarece Gitman (2010): se a TIR for maior do que o
custo de capital, deve-se aceitar o projeto, porém se a TIR for menor, deve-se rejeitar o
mesmo. Tal critério objetiva que a empresa garanta ao menos o retorno requerido para o
investimento ou projeto, de modo a maximizar o seu valor de mercado e por consequência a
riqueza dos proprietários.
Para Silva (2003) a aceitação ou rejeição do investimento pode ser definida
comparando-se a TIR encontrada com a taxa de atratividade exigida pela empresa, sendo que
se a TIR for superior à taxa mínima de atratividade o investimento classifica-se como
atraente.
A TIR somente tem sentido se os fluxos de caixa foram automaticamente reaplicados à
própria taxa interna de juros calculada, conforme observa Kuhn (2005, p. 46). “A taxa interna
de retorno, quando usada para interpretar a taxa de retorno de um investimento é entendida
como dependente unicamente dos fluxos de caixa da alternativa de investimento em
consideração, não levando em conta as suposições com relação as taxas de reinvestimento
destes valores ao longo do tempo” (KUHN, 2005, p.46).
52

2.5.3 Valor Presente Líquido (VPL)

Segundo Gitman (2010) o valor presente líquido considera o valor do dinheiro no


tempo, sendo considerado uma técnica sofisticada de orçamento de capital. Nesta técnica os
fluxos de caixa são descontados a uma taxa específica, denominada de: taxa de desconto,
retorno requerido, custo de capital ou custo de oportunidade.
Para Silva (2003) o valor presente liquido representa a riqueza do investimento em
valores absolutos, sendo a diferença entre o valor presente das entradas de caixa e o valor
presente das saídas de caixa. Desta forma, o mesmo é definido descontando-se os fluxos
financeiros pela taxa de atratividade definida para o projeto, verificando-se o retorno
econômico.
Este índice se refere ao retorno mínimo que o projeto precisa proporcionar para que
seja mantido inalterado o valor de mercado da empresa. Tal índice é encontrado subtraindo-se
o investimento inicial de um projeto do valor presente de suas entradas de caixa, descontadas
mediante a taxa de custo de capital da empresa.
Quando se utiliza esta técnica “tanto as entradas quanto as saídas de caixa são medidas
em valores monetários atuais” (GITMAN, 2010, p. 369), o investimento inicial é
automaticamente declarado em valor atual. Quando se utiliza o VPL para tomada de decisões
de investimentos ou projetos, considera-se a regra: se o VPL resultar em maior do que zero, se
aceita o projeto, porém se resultar em menor do que zero não deverá ser aceito, e quanto mais
alto for o valor presente líquido, melhor é o projeto.
Quanto ao critério de aceitação ou rejeição do projeto, Silva, p. 37) salienta que “é
considerado atraente todo o investimento que apresente um VPL maior ou igual a zero.
Projetos com VPL negativo indicam um retorno inferior a taxa mínima de atratividade
requerida, revelando ser economicamente desinteressante sua aceitação” (KUHN, 2005, p.
37).
Quanto à escolha da melhor abordagem entre as técnicas TIR ou VPL é interessante
analisar os pontos de vista teórico e prático, sobre o ponto de vista teórico, é preferível a
técnica VPL, pois a mesma pressupõe que “quaisquer entradas de caixa intermediárias
geradas por um investimento sejam reinvestidas ao custo de capital da empresa; o uso da TIR
pressupõe reinvestimento à frequentemente elevada taxa especificada pela TIR” (GITMAN,
2010, p. 378). Para Gitman (2010) utilizar o VPL a uma taxa de reinvestimento mais
conservadora e realista é preferível, visto que o custo de capital é uma estimativa da taxa a
que a empresa pode reinvestir as entradas de caixa intermediárias.
53

Entretanto, os administradores da área financeira preferem utilizar a TIR, conforme


menciona Gitman (2010, p. 378), por optarem por taxas de retorno ao invés de retorno em
termos monetários e terem a visão de que o VPL não mede os benefícios em relação ao valor
investido.
Na visão de Silva (2003), o método da TIR assim como o método VPL admite o
pressuposto do reinvestimento automático dos fluxos de caixa, a diferença consiste que no
método da TIR existe o reinvestimento a taxa interna K calculada e no VPL o reinvestimento
ocorre pela taxa de atratividade definida para o investimento. Desta forma, através do VPL
pode-se utilizar a capacidade de toda a empresa em investir seus recursos a uma taxa superior
a do mercado, conforme observa Kuhn (2005).

2.5.4 Payback Descontado e Simples

O payback dá ênfase no tempo que se demora para recuperar um investimento,


deixando de lado a lucratividade do projeto, conforme analisa Iudícibus (1998, p. 264), na
prática é o método mais utilizado para a avaliação de projetos. A fórmula apresentada pelo
autor é a seguinte: payback igual ao custo/economia.
Padoveze (2010) ainda comenta sobre o Payback recíproco que é definido como: o
prazo de retorno é igual ao valor da anuidade (economias atuais) dividido pelo valor do
investimento. Este método é válido somente se os lucros ou economias forem constantes ou se
a vida útil do projeto for, ao menos o dobro da do período de Payback Simples.
Para Gitman (2010) o período de payback é utilizado para analisar propostas de
investimentos de capital, e representa o tempo necessário para a empresa recuperar o
investimento inicial num determinado projeto, sendo calculado a partir das entradas de caixa.
Este período é considerado geralmente por ser uma técnica pouco sofisticada de análise de
orçamento de capital, em virtude de não considerar o valor do dinheiro no tempo.
De acordo com Kuhn (2005) o método considera o prazo necessário para recuperar o
dispêndio de capital realizado, através dos fluxos líquidos de caixa gerados pelo investimento.
Este método, segundo o autor, apresenta duas deficiências: “não leva em conta os fluxos de
caixa que ocorrem após o período de payback; não leva em conta as magnitudes dos fluxos de
caixa e sua distribuição nos períodos que antecedem ao período de paybak” (KUHN, 2005).
Desta forma, recomenda-se que o período de payback seja definido pelo critério de fluxo de
caixa descontado, sendo a dimensão do payback o tempo gasto para que o VPL passe de
negativo para positivo.
54

A principal deficiência do período de payback é o período considerado como


adequado, o qual é definido de forma subjetiva, sendo que o período adequado representa o
máximo aceitável pela empresa, em que os fluxos de caixa atingem o break even, ou seja, o
ponto de equilíbrio com o investimento inicial, conforme observa Gitman (2010).
A duração do período máximo de payback é definida pelas empresas, de acordo com o
tipo de projeto, percepção do risco do projeto e relação percebida entre o período de payback
e valor da ação, conforme menciona Gitman (2010). Várias empresas utilizam o payback
como critério de tomada de decisão frente a um investimento, sendo que quanto menor o
período de payback, menor a exposição ao risco.
No processo de tomada de decisão, o payback compara-se ao padrão estabelecido pela
empresa, de modo que se caso exceder o limite fixado, o investimento apresenta indicações de
rejeição; a aceitação ocorre quando o payback for inferior ao padrão (SILVA, 2003).

2.5.5 Rentabilidade e Lucratividade

Todos os grupos de investidores esperam obter uma remuneração eficaz ao aplicarem


parcelas de capital nas empresas, de forma que as ações ou quotas de um capital aumentam ou
diminuem em razão do lucro e da capacidade de sobrevivência do empreendimento, conforme
observa Sá (2006). A remuneração recebida pelos investidores é definida de ágios e
dividendos, mas na análise contábil, o cálculo do retorno do investimento possui fórmulas
específicas.
Segundo Padoveze (2010) do ponto de vista econômico o lucro se refere ao excesso de
receita sobre a despesa ocasionada pela produção ou venda de bens e serviços, ou ainda pode
ser conceituado como um emergente sistêmico em que os ingressos são superiores em relação
as saídas de um sistema produtivo. “O motivo de lucro é o primeiro indutor que engaja o
vendedor no negócio e cria as bases para o empreendedorismo. O lucro constitui a
recompensa pelo trabalho e pelo capital de risco empregado no negócio” (CHIAVENATO,
2012, p. 37).
Sá (2006) salienta que o lucro presente demonstrado no Balanço Patrimonial ou na
Demonstração de Resultado do Exercício nem sempre define a realidade da empresa com
relação à taxa de retorno do capital. “O que a lei permite e exige que se registre
contabilmente, nem sempre é o que efetivamente pode estar contido em um patrimônio e
também nem só o que vai de fato trazer as compensações efetivas para a empresa em si” (SÁ,
2006, p. 167).
55

Para Iudícibus (1998) a evolução do lucro em relação ao patrimônio líquido irá


demonstrar o que vai para os acionistas do lucro gerado pela utilização do ativo, sejam as
fontes de recursos próprias ou de terceiros, após a dedução de todos os encargos, juros e
despesas, sendo que o resultado mais correto seria após a dedução dos impostos, que
representa o retorno mais efetivo.
Os lucros acumulados e não distribuídos, juntando-se posteriormente ao capital
próprio ou patrimônio liquido, denominam-se lucro capitalizado, que nada mais é do que
aquele que serviu para um aumento de capital, requerendo alteração estatutária, conforme
observa Sá (2006).
“Contabilmente, todavia, no exame da essência da riqueza, é capitalizado todo o lucro
que não é distribuído, passando a fazer parte do denominado capital próprio” (SÁ, 2006, p.
168). Em cada venda de produto que haja lucro, este vai se transformando em recursos para
elevar o poder de compra da empresa, incorporando-se assim este lucro ao patrimônio, o que
por sua vez altera-se o capital próprio.
Para Sá (2006), em virtude disto é que se afirma que quanto maior a velocidade do
capital circulante, menos a empresa necessitará de recursos de terceiros e ainda que as vendas
em volumes maiores e com preços menores são preferíveis do que as vendas em volumes
menores e com preços maiores, visto que vender mais com preços mais baixos possibilita a
aceleração do giro do capital, aumentando-se assim os lucros.
Silva (2003) salienta ainda que quanto maior for o capital próprio, menor são os
custos financeiros. Os resultados são eficazes quando existe eficácia da liquidez, da
estabilidade, da economicidade e da elasticidade da empresa, principalmente quando o que se
ganha se capitaliza.
“A capitalização é um fenômeno que ajuda a ampliar lucros, pela redução de custos e
pela maior possibilidade de investimentos, mas exige prudência na política de investimentos,
ou seja, naquela de como aplicar o capitalizado” (SÁ, 2006, p. 168). Os investidores e
empresários precisam ser remunerados, porém os elementos: economicidade, sobrevivência,
vitalidade e liquidez da empresa tem uma importância essencial tanto que devem prevalecer
sobre as distribuições de resultados a serem feitas. Para Sá (2006, p. 168) as empresas que
possuem uma melhor organização adotam as práticas de previsões e orçamentos.
Iudícibus (1998, p. 201) observa que é necessário relacionar o lucro com o
investimento realizado, com a finalidade de avaliar o desempenho da empresa, sendo o
investimento conceituado como a soma dos ativos movimentados. Atkinson et al., (2011, p.
56

194) explicitam que “a rentabilidade pode ser determinada através do índice lucro sobre
vendas (lucro/vendas)”.

2.6 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

Para Silva e Tristão (2000) a Demonstração de Resultado do Exercício apresenta de


forma sintética, as operações realizadas pela entidade, durante um período de tempo
destacando o resultado líquido deste período. “A demonstração de resultado fornece um
resumo financeiro dos resultados operacionais da empresa durante um determinado período”
(GITMAN, 2010, p. 41), as mais comuns se referem ao período de um ano encerrando em 31
de dezembro de cada ano, porém há empresas que elaboram a demonstração de resultados
mensalmente para uso da administração e ainda existem empresas de grande porte que
encerram em outra data, muito embora utilizem o ciclo financeiro de doze meses.
Segundo Basso (2011), a Demonstração do Resultado do Exercício é o relatório
contábil que resume as operações que originaram o resultado de um determinado período ou
exercício social. Ainda, observa que sua estrutura evidencia as diversas fases do resultado, a
qual se inicia com o valor da receita operacional bruta, seguido da dedução dos encargos
tributários, devoluções e abatimentos relativos, os custos da atividade e posteriormente tem-se
o lucro operacional bruto.
Desta forma, conforme observa Basso (2011), deduzindo as despesas financeiras e
somando as receitas financeiras, obtém-se o resultado operacional líquido, o qual representa
um dado importante para a análise das operações da entidade. As despesas e receitas não
operacionais podem ser evidenciadas de forma separadas, não sendo, portanto, obrigatória
esta separação, devendo-se então, acrescentar tais receitas e deduzir tais despesas após o
resultado operacional liquido, obtendo-se assim o resultado antes do imposto de renda.
Segundo Padoveze (2010) do resultado antes do imposto de renda deduz-se a provisão
do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro e posteriormente deduz-se os
valores relacionados as participações e contribuições societárias e sociais, obtendo-se o
resultado líquido do exercício. Na sequência é apresentado uma estrutura de DRE adaptada
para o estudo.
Conforme observa Silva e Tristão (2000) o lucro operacional antes das receitas e
despesas financeiras seria o verdadeiro lucro operacional da entidade, visto que se trata do
lucro gerado em suas atividades-fim. As despesas financeiras foram inclusas antes da
apuração do lucro operacional, o que segundo os autores Silva e Tristão (2000) não seria o
57

correto, pois as despesas financeiras tem origem das fontes de financiamento da entidade, ou
seja, do passivo, não se relacionando com as despesas operacionais.

Quadro 2 – Demonstração de Resultados do Exercício


DISCRIMINACAO R$
1- RECEITA OPERACIONAL BRUTA
Venda de Mercadorias
Venda de Produtos
Prestação de Serviços
2- DEDUCOES DA RECEITA
Impostos Faturados
Devoluções e Abatimentos
3- RECEITA OPERACIONAL LIQUIDA
4- CUSTOS
Das mercadorias vendidas
Dos Produtos Vendidos
Dos Serviços Prestados
5- LUCRO OPERACIONAL BRUTO
6- DESPESAS OPERACIONAIS
De Vendas
Receitas Financeiras
Despesas Financeiras
Gerais e Administrativas
7- OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS
Receitas
Despesas
8- RESULTADO OPERACIONAL LIQUIDO
9- RESULTADO NAO OPERACIONAL (OPCIONAL)
Receitas
Despesas
10- RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA
11- PROVISAO PARA O IMPOSTO DE RENDA E C.SOCIAL
12- PARTICIPACOES E CONTRIBUICOES
Debenturistas
Administradores
Empregados
Outros Beneficiários
Outras Contribuições
13- RESULTADO LIQUIDO DO EXERCICIO
14- RESULTADO LIQUIDO POR ACAO
Fonte: Basso (2011)

Basso (2011) explicita os elementos que compõe a demonstração do resultado do


exercício, os quais seriam: receita operacional bruta: corresponde as operações de venda de
mercadorias ou de prestação de serviço, conforme a atividade; deduções da receita bruta:
refere-se aos abatimentos e devoluções, bem como impostos e contribuições que se somavam
a Receita Bruta; receita operacional liquida: é o resultado da subtração da Receita Bruta do
valor das Deduções; custo das mercadorias, produtos ou serviços vendidos: são os valores das
mercadorias adquiridas e vendidas ou dos serviços prestados ou dos produtos vendidos,
conforme a atividade. Este custo também pode ser obtido através da fórmula CMV= EI+C-EF
58

ou no caso de indústria a fórmula CPV= EI+C+MO+CI-EF. Quando se tratar de prestação de


serviços, devem-se considerar os salários e encargos, materiais de consumo e custos indiretos;
lucro operacional bruto: é a diferença entre o valor da receita operacional liquida e o valor do
custo das mercadorias, produtos ou serviços prestados; despesas operacionais: são as despesas
que se referem as atividades gerais e administrativas da entidade e podem ser divididas em
despesas de vendas, despesas financeiras e receitas financeiras, despesas gerais e
administrativas; outras receitas e despesas: são as receitas e despesas não classificadas nos
elementos anteriores, a exemplo dos devedores duvidosos, outras previsões/provisões
(constituição e reversão), receitas operacionais diversas, entre outras. Se as despesas forem
superiores as receitas, este item deve aparecer entre parênteses.
Posteriormente tem-se o resultado operacional liquido: é o lucro ou prejuízo
operacional da entidade, resultante da diferença entre o valor do lucro operacional bruto, das
despesas operacionais e das “outras receitas e despesas operacionais”. Se for negativo o
resultado, o mesmo deve aparecer entre parênteses; resultado não operacional: refere-se as
receitas e despesas não operacionais, se o valor das receitas forem superiores ao valor das
despesas, o resultado será lucro, caso contrário será prejuízo e deve aparecer entre parênteses;
resultado antes do imposto de renda: é a diferença entre os valores do Lucro Operacional
Liquido e do Resultado Não Operacional; provisão para imposto de renda e da contribuição
social sobre o lucro: este valor é contabilizado para fins de distribuição do resultado do
exercício e por representar um elemento dedutivo, deve aparecer entre parênteses;
participações e contribuições: são os valores contabilizados com a finalidade de distribuir o
resultado do exercício, refere-se a participações de debêntures, empregados, administradores e
outros beneficiários, incluindo contribuições destinadas a entidades.
Como estes itens tratam de um elemento dedutivo deve aparecer entre parênteses;
resultado líquido do exercício: é a diferença entre os valores do Resultado Antes do Imposto
de Renda e da Provisão Para o Imposto de Renda e Participações e Contribuições. Refere-se
ao resultado final do período, e caso for negativo deve aparecer entre parênteses; resultado
líquido por ações: é a divisão do resultado líquido final pela quantidade de ações
representativas do capital social da entidade. Tal exigência se refere somente as empresas que
são constituídas de sociedade por ações.
Conforme explica Gitman (2010) tal demonstração inicia com o valor do faturamento,
ou seja, o total das vendas realizadas no período, do qual se deduz o custo das mercadorias
vendidas, chegando-se ao lucro bruto, disponível para fazer frente aos custos operacionais,
financeiros e fiscais. Posteriormente, são deduzidas deste lucro as despesas operacionais, que
59

seriam as despesas de vendas, despesas gerais e administrativas, despesas com arrendamento


mercantil e despesa de depreciação, chegando-se ao lucro operacional ou lucro antes dos juros
e impostos (LAJIR). Após deduz-se o custo financeiro do lucro operacional resultando no
lucro líquido antes do imposto de renda, por fim é calculado o imposto de renda mediante a
alíquota devida e deduzido para se chegar ao lucro líquido. Os dividendos preferencias serão
desta forma abatidos deste último lucro.
Algumas demonstrações contábeis conforme observa Sá (2006) apresentam receitas e
despesas operacionais originadas de transações desvinculadas da atividade principal da
entidade, a exemplo do resultado de investimentos em outras entidades, venda de sucatas,
entre outros.

2.6.1 Indicadores econômicos

Segundo Sá (2006) o lucro é um acréscimo fundamental da riqueza da empresa,


resultante da dinâmica do capital. “Se um aumento de valor não corresponde a um aumento
efetivo da substância patrimonial, será acréscimo de expressão monetária, mas não será
derivado de lucro efetivo” (SÁ, 2006, p. 163).
“Se aumentarmos o valor de um estoque de mercadorias, o lucro será maior mas, se o
aumento for apenas monetário, sem corresponder a uma capacidade de realização das
mercadorias, haverá um acréscimo fictício de capital” (SILVA, 2003, p. 163). Na escrita
contábil segue-se a rotina de: levantar o balancete, fazer o inventário, promover ajustes e
então, finalmente, apurar-se o lucro e determinar sua destinação, conforme menciona Sá
(2006), sendo que o lucro é apurado em períodos convencionais (tempo) ou por atividades
convencionais (espaço).
Na maioria dos casos, a apuração do lucro é realizada anualmente, podendo ser feita
por períodos ou eventos, mas não se apura o lucro como sendo efetivo, pois não se completou
o ciclo produtivo. Segundo Sá (2006), o correto seria mensurar as receitas, os custos e as
despesas, mas jamais realizar apuração e definir como Resultado, sendo que depende de
conclusão, e ainda observa que “se a empresa lucra e cresce sempre, em razão desse
acréscimo, sendo constantemente eficaz e também comportando uma elasticidade
constantemente crescente, ela está em prosperidade” (SILVA, 2003, p. 165).
Sá (2006) defende que existe sempre uma causa que traz a ausência de lucros, como
por exemplo: “venda por preço ineficiente, custos e despesas elevadas, desperdícios, custos
desnecessários, desvio de capitais da empresa para sócios, perda de mercados, obsolescência
60

ou desajuste tecnológico de equipamentos, obsolescência de produtos, mudança de


preferência do mercado” (BASSO, 2011, p. 166).
61

3 METODOLOGIA DO ESTUDO

Toda a pesquisa requer um planejamento envolvendo a metodologia que foi utilizada


para a sua fundamentação e comprovação da questão de estudo. Desta forma, a classificação
da pesquisa contempla as categorias: quanto a natureza, quanto aos objetivos, quanto
procedimentos e quanto a abordagem do problema.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Toda a pesquisa requer um planejamento envolvendo a metodologia que foi utilizada


para a sua fundamentação e comprovação da questão de estudo. Desta forma, a classificação
da pesquisa contempla as categorias: quanto a natureza, quanto aos objetivos, quanto
procedimentos e quanto a abordagem do problema.

3.1.1 Pesquisa quanto à natureza

Quanto à natureza a pesquisa classifica-se como aplicada, com o intuito de gerar


conhecimentos para aplicação prática voltados à solução de um problema específico da
realidade.
De acordo com Barros e Lehfeld (2000, p. 78), a pesquisa aplicada tem como motivação
a necessidade de produzir conhecimento para aplicação de seus resultados, com o objetivo de
“contribuir para fins práticos, visando à solução mais ou menos imediata do problema
encontrado na realidade”. Appolinário (2004, p. 152) salienta que pesquisas aplicadas têm o
objetivo de “resolver problemas ou necessidades concretas e imediatas.”

3.1.2 Pesquisa quanto aos objetivos

Do ponto de vista dos seus objetivos o estudo possui característica descritiva que
decorre do fato de que o estudo tem como finalidade verificar a viabilidade econômica e
financeira de um empreendimento novo. Os estudos descritivos permitem identificar as
diferentes formas dos fenômenos, sua ordenação, classificação, explicação das relações de
causa e efeito dos mesmos, o que leva à obtenção de uma melhor compreensão do
comportamento de vários fatores e elementos que influenciam determinado fenômeno
(OLIVEIRA, 1997).
62

3.1.3 Pesquisa quanto aos procedimentos técnicos

Para verificar a criação de um centro de estética que se localizará no noroeste do


estado do RS, utiliza-se como procedimento de pesquisa um estudo de caso, em virtude de
que foi investigado um único grupo ou comunidade em termos da estrutura social, bem como
foi buscado informações acerca de um problema o qual se busca uma resposta. Utiliza-se
também o tipo de pesquisa documental pois foi utilizado livros, artigos, teses, entre outros
para fundamentação teórica do estudo.
Fonseca (2002) menciona que o estudo de caso pode ser caracterizado como estudo de
uma entidade bem definida como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma
pessoa, ou uma unidade social. Visa conhecer em profundidade o como e o porquê de uma
determinada situação que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que
há nela de mais essencial e característico. O pesquisador não pretende intervir sobre o objeto a
ser estudado, mas revelá-lo tal como ele o percebe (FONSECA, 2002).
Segundo Oliveira (2003) a pesquisa documental é uma forma de coleta de dados
relacionada a documentos, que podem ser escritos ou não, definidos como fontes primárias. Já
as fontes secundárias são: livros, revistas, jornais, publicações, avulsas e teses. Quanto a
forma os documentos podem ser: manuscritos, impressos sem periodicidade, periódicos,
microfilmes e vídeos; mapas, planos, documentos fotográficos, documentos magnéticos,
informatizados.

3.1.4 Pesquisa quanto à abordagem

Em relação à abordagem, essa pesquisa se classifica como qualitativa, pois os dados


pesquisados serão analisados com certa profundidade, e não serão utilizados instrumentos
estatísticos tanto na coleta quanto no tratamento dos dados para verificar a viabilidade
econômica e financeira.
Na pesquisa qualitativa, o cientista é ao mesmo tempo o sujeito e o objeto de suas
pesquisas. O desenvolvimento da pesquisa é imprevisível. O conhecimento do pesquisador é
parcial e limitado, e o objetivo da amostra é de produzir informações aprofundadas e
ilustrativas: podendo ser ela pequena ou grande, o importa é que ela seja capaz de produzir
novas informações.
63

3.2 COLETA DE DADOS

Nesta seção são apresentados os instrumentos de coletas de dados utilizados no


estudo, os quais são fundamentais para coletar os dados que são organizados de forma
estruturada visando alcançar os objetivos propostos, no intuito de responder a questão de
pesquisa norteadora deste estudo.
Em relação aos procedimentos de coleta adotados neste estudo, tem-se uma pesquisa
por meio da entrevista semiestruturada e que foi realizada com os envolvidos na criação e
implantação da organização objeto de estudo. Minayo (2010) menciona que a entrevista
semiestruturada se refere a uma conversa a dois, ou entre vários interlocutores, realizada por
iniciativa do entrevistador, destinada a obter informações pertinentes para um objeto de
pesquisa, e abordagem pelo entrevistador, de temas igualmente pertinentes tendo em vista este
objetivo.
Também foi utilizada a análise documental, a qual agiliza o processo investigatório,
neste caso é utilizada a pesquisa bibliográfica ou de fontes secundárias.
Segundo Oliveira (2010) os livros formam o conjunto de publicações básicas para pesquisas
científicas, sendo específicos de acordo com a linha de pesquisa e a utilização no projeto.

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Depois de coletados os dados é preciso realizar a análise e interpretação dos mesmos,


os quais estão estreitamente relacionados. O processo de análise dos dados objetiva a
organização e sumarização dos dados de modo a permitir encontrar a respostas a questão de
investigação. A interpretação tem a finalidade de dar sentido mais amplo as respostas, o que é
feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos (GIL, 2010).
O processo de análise dos dados envolve diversos procedimentos como a codificação
das respostas e a tabulação dos dados. Para o estudo serão usadas planilhas estruturadas de
modo a responder a questão de pesquisa. Este processo varia conforme o plano estabelecido
para a pesquisa e pode ser dividido em três categorias: análise do conteúdo, análise descritiva
ou análise estatística, e análise documental.
Neste sentido, as análises serão realizadas com base nos dados obtidos a partir da
análise dos documentos e da entrevista semi-estruturada, os quais serão interpretadas através
da organização destes em quadros e planilhas que permitam atingir os objetivos do estudo
visando responder a questão de pesquisa.
64

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo serão apresentados os resultados do estudo realizado sobre análise de


viabilidade econômica e financeira de um novo empreendimento a ser iniciado na região
Noroeste do Estado do RS. Trata-se de um Centro de Estética. Também serão analisados os
resultados da pesquisa com relação ao mercado deste segmento de atuação.

4.1 MERCADO

Conforme definição do Sebrae Centro de Estética é “uma empresa que presta serviços
de tratamento facial e corporal, através de cosméticos e equipamentos diversificados, cujo
objetivo é a reabilitação, relaxamento ou a melhora da estética e da saúde dos clientes”
(RABELO, 2017, p. 1). No caso do negócio em estudo, o Centro presta os seguintes serviços,
em virtude de que existem profissionais capacitados para isso, como apresentado a seguir.

Quadro 3 – Serviços prestados


TIPO DE SERVICO
Serviço 1 - MANICURE E PEDICURE
Serviço 2 - LAVAGEM E CORTE
Serviço 3 - TINTURA EM TODO O CABELO
Serviço 3 - TINTURA NA RAIZ DO CABELO
Serviço 3 - TINTURA COM TONALIZANTE
Serviço 4 - MECHAS E LUZES INTEIRA COM LAMINADO
Serviço 4 - MECHAS E LUZES RETOQUE COM LAMINADO
Serviço 5 - ESCOVAS
Serviço 6 – ESCOVA PROGRESSIVA
Serviço 7 - MATIZACAO
Serviço 8 - HIDRATACAO CAPILAR
Serviço 9 - MAQUIAGEM
Serviço 10 - SOBRANCELHA
Serviço 11- LIMPEZA DE PELE
Serviço 12- PEELING FACIAL
Serviço 13- DRENAGEM LINFÁTICA
Serviço 14- TRATAMENTO GORDURA LOCALIZADA
Serviço 15- TRATAMENTO FLACIDEZ DE PELE
Serviço 16- TRATAMENTO DE CELULITE
Serviço 17- PEELING CORPORAL
Serviço 18- VACOTERAPIA
Fonte: autora (2017)

Desta forma Rabelo (2017, p. 01) menciona os serviços ofertados pelo Centro de
Estética: limpeza de pele, tratamento de acne, peeling, hidratação e nutrição facial,
rejuvenescimento e revitalização facial, tratamento de manchas de pele, bronzeamento
artificial, tratamento contra flacidez muscular, tratamento de estrias, hidratação e nutrição
65

corporal, clareamento de pelos, depilação, drenagem linfática, podologia, tratamento de


celulite, massagens corporais (relaxante, antiestresse, redutora, etc), banhos de lua e de ofurô.
Porém, os serviços variam conforme o foco do negócio e os profissionais que atuam.
A esteticista é formada pela Unijui- Universidade Noroeste do Estado do RS e possui
10 (Dez) anos de experiência em salão de beleza, atuando mais especificamente com
maquiagens, manicure e pedicure. Assim conta com outra profissional que possui experiência
em serviços capilares.
Segundo a percepção de Rabelo (2017) atualmente as mulheres e os homens têm
buscado cada vez mais os serviços de beleza, sendo, portanto, este um setor que não tem sido
abalado pela crise econômica e política pela qual o País vem passando. Existe uma diferença
entre Centro de Estética e Clinica de Estética, em virtude de que este último precisa ter
registro em órgão especifico e demanda médicos para atuar com cirurgias plásticas, e o
primeiro se refere a trabalhos efetuados por esteticistas.
No Brasil, conforme observa Rabelo (2017, p. 02) a estética virou profissão através de
Anne Marie Klotz, brasileira, filha de franceses, que aprendeu procedimentos estéticos na
França, inaugurando em 1951 o Instituto de Beleza France-Bel no Brasil. Anne também criou
a primeira empresa de aparelhos de eletroterapia do País, trazendo maior independência aos
brasileiros, que passaram a não importar mais estes aparelhos.
De acordo com pesquisas da Abihpec (Associação Brasileira de Indústria e Higiene
Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) realizadas em Abril de 2016 e mencionadas por Rabelo
(2017, p. 03), espera-se um crescimento de 30% até o ano de 2018, o que se atribui ao
incremento dos cuidados com a estética na cultura brasileira, quanto mais com novos avanços
nos serviços e produtos do segmento.
De acordo com pesquisa realizada pela empresa Sophia Mind, citada por Rabelo
(2017) buscando analisar a satisfação das mulheres com a aparência e o consumo de produtos
e tratamentos de beleza, chegou-se aos seguintes dados:
- 56% das mulheres estão insatisfeitas com sua aparência. O principal motivo é estar acima do
peso ideal e o segundo é a insatisfação com o cabelo;
- A opinião de outras pessoas é importante para se sentirem bem;
- 79% das mulheres usam produtos de beleza. Entre eles, os mais usados são produtos para o
cabelo, cremes hidratantes e maquiagens. O uso de alguns produtos varia de acordo com a
idade. O aumento da renda familiar faz com que aumente o consumo de produtos em todas as
categorias investigadas;
66

- O gasto médio de R$ 95,00 mensais com serviços e tratamentos de beleza é maior do que o
gasto médio de R$ 80,00 unicamente com a compra de produtos de beleza;
- Quando perguntadas sobre quais itens sofreriam corte de gastos em uma situação de crise
financeira, frequentar o salão de beleza seria o segundo item a ser cortado do orçamento das
mulheres. A compra de produtos de beleza é um dos últimos itens indicados ao corte;
- 83% das mulheres se dizem satisfeitas com os produtos de beleza que estão no mercado
atualmente, porém apenas 6% não os trocariam por nenhum outro;
- Amigas e profissionais da área de beleza são as principais fontes que apresentam novidades
de produtos e, ao mesmo tempo, indicam o uso de produtos específicos.
De acordo com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mencionados
pela ABIHPEC “25% dos homens brasileiros já são usuários de tratamentos de beleza e
61,9% acreditam que cuidar da beleza é uma necessidade e não um luxo” (RABELO, 2017, p.
05). Os homens tem demonstrado uma constante preocupação com a estética e com produtos
de beleza, porém a oferta para este público ainda é insuficiente. Os aposentados também se
constituem num mercado promissor, tendo em vista que esse novo mercado está em busca de
vitalidade para melhoria de aparência e da saúde física e mental, conforme observa Rabelo
(2017).
Conforme menciona Rabelo (2017) este mercado encontra-se em expansão, o que atrai
novos empreendedores, porém muitos concorrentes ainda está no mercado informal, por isso
existe uma disparidade de preços praticados pelas empresas especializadas e pelos
profissionais informais. O segmento de beleza e estética requer constante modernização e
atualização, tendo em vista que se criam novas técnicas, novas tecnologias e novos
tratamentos.
Quanto à localização é recomendável que o local tenha fluxo de pessoas com
tendência ao consumo, como próximo a shoppings centers ou bairros comerciais, conforme
observa Rabelo (2017). Alguns fatores são importantes e devem ser considerados, como: o
perfil de renda dos consumidores locais, as condições de acesso e locomoção, a facilidade de
estacionamento, a visibilidade da fachada do estabelecimento, a segurança e iluminação, a
limpeza da rua, a proximidade com fornecedores e parceiros comerciais, regularização e
legalização do imóvel junto aos órgãos públicos municipais.
Para Kuhn (2005) a melhor localização do empreendimento é aquela que assegura
maior diferença entre receitas e custos, proporcionando maior rentabilidade, sendo o principal
objetivo a redução de custos de modo a definir o local mais adequado, depois vem as fontes
67

de insumos (perecíveis) para o mercado de produtos, para pontos intermediários ou para uma
localização independente.
No caso do negócio em estudo, o mesmo estará situado no noroeste do Estado do RS,
em que existe uma crescente demanda por estes serviços. Num primeiro momento foi pensada
a instalação num local em que o fluxo de pessoas é intenso e já existe um Consultório de
Nutrição no local, desta forma já existe o ponto comercial.
Com relação às exigências legais e específicas, a primeira providência a ser tomada
para a abertura da empresa é procurar um contador para elaborar os atos constitutivos da
empresa, auxiliar na escolha da forma jurídica mais adequada e providenciar os formulários
exigidos pelos órgãos públicos de inscrição de pessoa jurídica, como explicita Rabelo (2017).
As etapas do registro são as seguintes:
- Junta Comercial;
- Secretaria da Receita Federal (CNPJ);
- Secretaria Estadual da Fazenda;
- Prefeitura do Município, para a obtenção do Alvará de Funcionamento;
- Enquadramento na Entidade Sindical Patronal (a empresa ficara obrigada ao recolhimento
anual da Contribuição Sindical Patronal).
- Cadastramento junto a Caixa Econômica Federal no sistema Conectividade Social
(INSS/FGTS);
- Corpo de Bombeiros Militar;
- Visita a Prefeitura Municipal para fazer a consulta de local;
- Obtenção do Alvará de Licença Sanitária, adequar as instalações conforme o Código
Sanitário (especificações legais sobre as condições físicas). Em âmbito federal a fiscalização
cabe a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, estadual e municipal fica a cargo das
Secretarias Estadual e Municipal de Saúde (quando for o caso);
- Preparar e enviar o requerimento ao Chefe do DFA/SIV do seu Estado, solicitando a vistoria
das instalações e equipamentos.
De acordo com Rabelo (2017) a empresa precisa observar as regras definidas no
Código de Defesa do Consumido, o qual regula a relação de consumo no País, buscando o
equilíbrio na relação entre fornecedores e consumidores, torna-se necessário consultar as
portarias estaduais e municipais que regulam o setor no município do empreendimento. No
caso específico do segmento em estudo, as principais normas federais são: Lei 6.360, de
23/09/76: dispõe sobre a vigilância sanitária de medicamentos, drogas, cosméticos, saneantes
e outros; Resolução 51, de 24/03/03: enquadra os aparelhos ativos, eletro estimuladores, para
68

utilização em educação física, embelezamento e correção estética na classe de risco II, regra
nove, conforme previsto pelo parágrafo único do art. 1 da RDC nº 185, de 22/10/01; e
Resolução 5.186, de 20/11/09: determina, como medida de interesse sanitário, a suspensão em
todo território nacional de propagandas de equipamentos para bronzeamento artificial.
Quando tratado da estrutura, de acordo com a ANVISA - Agência Nacional de
Vigilância Sanitária um Centro de Estética requer um projeto arquitetônico considerando-se
as normas e práticas de biossegurança, promovendo o bem estar para os clientes e para
colaboradores, conforme menciona Rabelo (2017, p. 19). A estrutura básica deve possuir um
conjunto de salas ou divisórias, conforme segue:
- Salas de atendimento: deve possuir espaço suficiente para acomodar os equipamentos
necessários para cada tipo de serviço. Os atendimentos individuais devem ser em áreas
privativas. A iluminação deve ser serena e agradável, ampla e abundante.
- Banheiros: devem estar próximo as áreas de atendimento.
- Recepção: deve ter um balcão de atendimento, com telefone e computador; o caixa pode ser
no mesmo local.
- Sala de espera: este espaço destina-se aos clientes que chegarem antes do horário ou que
precisam aguardar, devem possuir revistas, televisão, música ambiente e temperatura
adequada.
- Estacionamento: é importante possuir um local próprio para estacionamento, oferecendo
assim mais comodidade ao cliente.
Com relação a necessidade de pessoal, segundo Rabelo (2017) o número de
colaboradores varia conforme o tamanho do empreendimento e com os serviços que são
prestados. Deve contar com o esteticista que é o responsável técnico do Centro, sendo que
este profissional necessita possuir cursos técnicos, tecnólogos ou superiores reconhecidos
pelo Ministério da Educação.
Os colaboradores necessitam participar de capacitações que orientem sobre os
cuidados necessários na manipulação de produtos químicos e no manuseio dos equipamentos,
além de informações sobre o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) conforme
observa Rabelo (2017). Neste segmento é comum a contratação de prestadores de serviços
com participação no faturamento do serviço prestado, desta forma Rabelo (2017) orienta a
consulta ao contador sobre os aspectos legais e conformidade com a legislação trabalhista.
A qualidade do atendimento é fundamental neste segmento, tendo em vista o
relacionamento que se estabelece a longo prazo com o cliente e a indicação de novos clientes
de acordo com o atendimento recebido. Segundo Rabelo (2017), a qualificação dos
69

profissionais aumenta o comprometimento com a empresa, eleva o nível de retenção dos


mesmos e melhora o desempenho do negócio.
No caso do Centro em estudo o quadro funcional é composto por uma esteticista que
por sua vez é a proprietária do negócio, por uma auxiliar de cabelereira e por uma manicure.
As mesmas estarão em constante qualificação para atender a demanda dos serviços com
qualidade.
Os equipamentos necessários conforme Rabelo (2017) existem vários equipamentos e
tecnologias para atender o segmento de beleza, e de acordo com a Anvisa todos os
equipamentos devem ser higienizados e devem estar em boas condições de funcionamento.
Deve ser realizada a manutenção periódica nos equipamentos.
Há outros tantos equipamentos a disposição no mercado, os quais a utilização irá
depender do objetivo do negócio e dos serviços que serão ofertados. No caso do Centro em
estudo os equipamentos que serão utilizados são os seguintes:

Quadro 4 – Equipamentos utilizados


Autoclave Cristofoli 21 L
Kit Cubeta em PVC Flexivel
Balança digital techline Tecsilver
Caneta Diamantada Shopfisio
Aparelho de Terapia e Eletroporação
Caneta Extratora Cravos com 2 ponteiras
Aparelho de Radiofrequência – Hertix
Lupa com apoio de mesa e iluminação LED
Aparelho Vacuodermo Portátil Fismatek
Aparelho de Vapor de Ozônio- Ibramed
Eletrodo Alta Frequência Cauterizador
Espátula Plástica Resistente para Cubeta
Gel condutor azul para ultrassom, correntes
Prancha Duo Termoline
Aparelho de alta frequência Tratamentos
Balança de precisão London
Maca Usada
Cadeira Reciclada Toronto
Lavatório Totonto Calha Plástica
Ciranda Completa
Cabine Unha LED
Mocho Milano Branco
Aparelho depilação Mega (Kit)
Fonte: autora (2017)

Rabelo (2017) cita os principais equipamentos de um centro de estética: vaporizador;


aparelho de microcorrentes; aparelho para vacuoterapia/eletro sucção; aparelho para terapia
endérmica não invasiva; maca para depilação e massagem – fixa e portátil; aparelho para
termo terapia; aparelho ionizadores; aparelho para peeling; almofadas térmicas vibratórias;
mantas térmicas; cadeira para massagem anti-stress; carrinhos auxiliares para aparelhos e
70

acessórios; cadeira reclinável para limpeza de pele e massagem facial; cadeiras para bancadas
com espelho; lavatórios para cabelos; poltronas hidráulicas; cadeiras de manicure; carrinho
para manicure; secador com pé; secadores manuais; cadeira para secador com pé; estufas; e
ferramentas em geral.
A gestão de estoques no varejo busca o equilíbrio entre a oferta e a demanda, o qual
por sua vez é medido pelos indicadores:
- Giro de estoques: representa o número de vezes em que o capital investido em estoques é
recuperado através das vendas, geralmente tem-se como base o ano;
- Cobertura dos estoques: indica o período de tempo em que o estoque consegue cobrir as
vendas futuras, sem haver suprimentos.
- Nível de serviço ao cliente: indica o número de oportunidades de venda que podem ter sido
perdidas, pelo fato de não existir a mercadoria em estoque ou não poder executar o serviço em
tempo hábil.
“O estoque dos produtos deve ser mínimo, visando gerar o menor impacto na alocação
de capital de giro. O estoque mínimo deve ser calculado levando-se em conta o número de
dias entre o pedido de compra e a entrega dos produtos na sede da empresa” (RABELO, 2017,
p. 31).
Conforme explicita Rabelo (2017) no caso de centro de estética não há venda de
mercadorias, assim o consumo de produtos resume-se a cosméticos e outros materiais
utilizados nos serviços prestados, tais como: bloqueador solar; máscara antiflacidez; emulsão
hidratante; argila; fluído para bandagem quente; cera para depilação; papel para depilação;
creme para depilação; creme para massagem; fluído para massagem; creme redutor de
medidas; spray e gel para crioterapia; cremes-esfoliante, hidratante, limpeza; gel de condução
e deslizamento – massagens; gel redutor de medidas; óleos – hidratante, estimulante,
revigorante, emoliente, calmante; óleo para massagem; loções bronzeadores; leites para
limpeza de pele; kit gesso redutor de medidas; esmaltes; essências; produtos para maquiagem;
massageadores, escovas, esponjas, luvas – auxiliares aos tratamentos.
Os tratamentos mais solicitados em um centro de estética são:
 Hidratação do rosto e do corpo;
 Limpeza de pele;
 Peelings;
 Terapia capilar;

 Terapia nos pés;


71

 Massagem estética de levantamento dos glúteos (massofilaxia);


 Massagem anti-estress;
 Crioterapia (bandagem terapêutica fria de relaxamento, tratamento de perda de
medidas);
 Termoterapia (bandagem terapêutica quente de relaxamento, tratamento para retenção
de líquido e perda medidas);
 Depilação (com cera descartável quente ou fria, e roll on);
 Tratamento de gordura localizada;
 Tratamento de celulite,flacidez e mamas;
 Tratamento de rejuvenescimento e rugas;
 Tratamento de acne Inflamatória;
 Tratamento de manchas,clareador e anti-sinais;
 Lifting manual (hiper-nutrição, restauração e re-hidratação);
 Drenagem linfática (do rosto e do corpo);
 Drenagem linfática pré e pós- operatória;
 Tratamentos estéticos para queimados (reestruturação da pele).
No caso do Centro em estudo serão adquiridos os seguintes insumos para o início das
atividades:
Quadro 5 – Materiais usados na execução dos serviços
Produto 1 – Cremes; Fornecedor: EXTRATOS DA TERRA
Vlr.
Especificação Quant. Unid. Unit. Vlr. Total
Vitta Argila Preta In Natura 2 Pote 37,20 74,40
Vitta Argila Branca In Natura 2 Pote 37,20 74,40
Vitta Argila Verde In Natura 2 Pote 37,20 74,40
Vitta Crio Gel Refrescante 2 Pote 66,34 132,68
Vitta Crio Sol Refrescante 2 Pote 69,38 138,76
Vitta Gel Esfoliante Apricot 2 Pote 46,50 93,00
Vitta Hipermim Creme Lipot 1 2 Pote 97,50 195,00
Vitta Hipermim Fluido Lipo 5 2 Pote 58,38 116,76
Vitta Locao Hid. Aloe Vera 2 Pote 51,75 103,50
Lipofeme Fluido Corporal 2 Pote 48,53 97,06
Provegetal oleo de massagem 2 Pote 61,13 122,26
Provegetal neutro 2 Pote 61,95 123,90
Provegetal advanced skin tech 2 Pote 99,53 199,06
Dermosoft revitalize mascara 2 Pote 74,25 148,50
Vitta Bio Sal agua 2 Pote 37,61 75,22
Aquaface máscara frutas 2 Pote 29,85 59,70
Aquaface sabonete liquido limpeza 2 Pote 49,96 99,92
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Aquaface mascara calmante 2 Pote 62,25 124,50


Aquaface creme emoliente 2 Pote 37,95 75,90
Pincel Seda p/ácidos num.4 1 Und 19,80 19,80
Pincel p/máscara branco 1 Und 15,60 15,60
Pincel de seda para ácidos num 24 1 Und 24,00 24,00
Pincel de seda sintética num. 6 1 Und 24,00 24,00
Cureta para cravo 2 Und 17,00 34,00
Dermosoft protect FPS 50 2 Und 62,30 124,60
Dermosoft protect FPS 45 2 Und 48,30 96,60
Dermosoft protect Base Protetora 2 Und 38,50 77,00
Dermosoft protect Base Protetora 2 Und 38,50 77,00
Dermosoft protect Base Protetora 2 Und 38,50 77,00
TOTAL COMPRA 2.698,52
Produto 2 – Esmaltes; Fornecedor: LOJAS FERNAN
Vlr.
Especificação Quant. Unid. Unit. Vlr. Total
Esmalte Daylus Rosa Pink 1 Und 7,99 7,99
Esmalte Daylus Bala de Goma 1 Und 7,99 7,99
Esmalte Daylus Abismo Blue 1 Und 7,99 7,99
Esmalte Daylus Despedida de Solteira 1 Und 7,99 7,99
Esmalte Daylus Pipoca doce 1 Und 7,99 7,99
Esmalte Daylus Bom Bocado 1 Und 7,99 7,99
Esmalte Daylus Ate a madrugada 1 Und 7,99 7,99
Esmalte Vult Dete 1 Und 6,90 6,90
Esmalte Vult Juras de Amor 1 Und 6,90 6,90
Esmalte Vult Pimenta Doce 1 Und 6,90 6,90
Esmalte Vult Asfáltica 1 Und 6,90 6,90
Esmalte Vult Mística 1 Und 6,90 6,90
Esmalte Vult Panqueca Doce 1 Und 6,90 6,90
Esmalte Vult Marrom Glace 1 Und 6,90 6,90
Esmalte Vult Tempos Modernos 1 Und 6,90 6,90
Esmalte Vult Tempos Chifon 1 Und 6,90 6,90
Esmalte Vult Tempos Constelação 1 Und 6,90 6,90
Esmalte Vult Namorico 1 Und 6,90 6,90
Esmalte Impala Tô de Olho 1 Und 5,90 5,90
Esmalte Impala Confete 1 Und 5,90 5,90
Esmalte Impala Chocada 1 Und 5,90 5,90
Esmalte Impala Brisas 1 Und 5,90 5,90
Esmalte Impala Rio Doce 1 Und 5,90 5,90
Esmalte Impala Branco 1 Und 5,90 5,90
Esmalte Impala Lua 1 Und 5,90 5,90
Esmalte Risque Carmim 1 Und 4,99 4,99
Esmalte Risque Escarlate 1 Und 4,99 4,99
Esmalte Risque Maça do Amor 1 Und 4,99 4,99
Esmalte Risque Love 1 Und 4,99 4,99
73

Esmalte Risque Desejo 1 Und 4,99 4,99


Esmalte Risque I Love You 1 Und 4,99 4,99
Esmalte Risque Dara 1 Und 4,99 4,99
Esmalte Risque Rebú 1 Und 4,99 4,99
Esmalte Risque Lágrima de Vênus 1 Und 4,99 4,99
Esmalte Risque Jóia das Aguas 1 Und 4,99 4,99
Esmalte Risque Nude 1 Und 4,99 4,99
Esmalte Risque Pérola 1 Und 4,99 4,99
Esmalte Risque Renda 1 Und 4,99 4,99
Esmalte Risque Paetê 1 Und 4,99 4,99
Esmalte Risque Rendinha 1 Und 4,99 4,99
Esmalte Risque Paris 1 Und 4,99 4,99
Esmalte Risque Vidrilho 1 Und 4,99 4,99
Esmalte Risque Metalizado Ambulante 1 Und 4,99 4,99
Esmalte Risque Livros Inesquecíveis 1 Und 4,99 4,99
Esmalte Risque Azul Hortência 1 Und 4,99 4,99
Esmalte DNA Desfile 1 Und 8,99 8,99
Esmalte DNA Torino 1 Und 8,99 8,99
Esmalte DNA Salsa 1 Und 8,99 8,99
Esmalte DNA Charme 1 Und 8,99 8,99
Esmalte DNA Merengue 1 Und 8,99 8,99
Esmalte DNA Moda 1 Und 8,99 8,99
Esmalte DNA Vip 1 Und 8,99 8,99
Esmalte DNA Luxo 1 Und 8,99 8,99
Esmalte DNA Cielo 1 Und 8,99 8,99
Esmalte ANITA Café Italiano 1 Und 12,99 12,99
Esmalte ANITA Café Bale 1 Und 12,99 12,99
Esmalte COLORAMA Garota Verao 1 Und 3,50 3,50
Esmalte COLORAMA Gabriel 1 Und 3,50 3,50
Esmalte COLORAMA Atrevida 1 Und 3,50 3,50
Esmalte COLORAMA Gluber 1 Und 3,50 3,50
Esmalte COLORAMA Coxilo na Rede 1 Und 3,50 3,50
Esmalte COLORAMA Boneca 1 Und 3,50 3,50
Esmalte COLORAMA Black 1 Und 3,50 3,50
Base Impala 6 Cx 4,48 26,90
Base Fortalecedora Fortilon 1 Und 7,50 26,90
TOTAL COMPRA 458,12

Produto 3 – Produtos para o Cabelo; Fornecedor: LONDON


Vlr.
Especificação Quant. Unid. Unit. Vlr. Total
Perfect Blond 1 Und 75,00 75,00
Kera In Fusion 500 ml 1 Und 106,00 106,00
Schampoo Straigth 1 Lt 1 Und 95,00 95,00
Mascara Nova Argila Reconstruction 1 Und 160,00 160,00
Nova Argila Reduction 1 Und 395,00 395,00
74

Alquimia CMC Restore 500 gr 1 Und 85,00 85,00


Impact Fluid 200 ml 1 Und 80,00 80,00
London Reparador de Pontas Magic 1 Und 40,00 40,00
Mascara Alquimia Recharge 500 gr 1 Und 85,00 85,00
Nutrioil 200 ml 2 Und 106,00 212,00
Urban Hair Brusch 120 gr 2 Und 33,00 66,00
Urban Hair Mousse 1 Und 62,00 62,00
Impact Fluid Alquimia 1 Und 80,00 80,00
Magic Ojon 1 Und 40,00 40,00
Recharge Force Alquimia 500 gr 1 Und 85,00 85,00
Urban Hair Spray 1 Und 62,00 62,00
Mascara CMC restore Alquimia 500 gr 1 Und 85,00 85,00
Colors Ox 20 volumes 1 Und 27,00 27,00
Colors Ox 30 volumes 2 Und 27,00 54,00
Colors Po descolorante 500 gr 5 Und 90,00 450,00
London Coloração 7.21 1 Und 16,00 16,00
London Ox ODS vol 5 1 Und 32,00 32,00
London Ox ODS vol 10 1 Und 32,00 32,00
London Ox ODS vol 20 2 Und 32,00 64,00
London Ox ODS vol 30 1 Und 32,00 32,00
London tonalizante naturais 1.0 1 Und 16,00 16,00
London tonalizante naturais 4.0 1 Und 16,00 16,00
London tonalizante naturais 6.0 1 Und 16,00 16,00
London tonalizante naturais 8.0 1 Und 16,00 16,00
London tonalizante naturais 9.0 1 Und 16,00 16,00
London Tonalizante Cinza 2 Und 16,00 32,00
London Tonalizante Pérolas 5 Und 16,00 80,00
London Tonalizante Mates 1 Und 16,00 16,00
London Tonalizante Violetas 3 Und 16,00 48,00
London Coloração Naturais 10 Und 16,00 160,00
Coloração Loira claríssimo 1 Und 16,00 16,00
London Coloração Cinza 2 Und 16,00 32,00
London Coloração Dourados 3 Und 16,00 48,00
London Coloração 5.20 1 Und 16,00 16,00
London Coloração Mar frios 1 Und 16,00 16,00
London Color Vermelhos 1 Und 16,00 16,00
London Color Clareadores 2 Und 16,00 32,00
London Coloração Mix 2 Und 16,00 32,00
TOTAL COMPRA 3.144,00
Produto 4 - Utensílios de Beleza; Fornecedor: BIOBELEZA
Especificação Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Cola Cílios 1 Und 58,00 58,00
Tips First Kiss 120 Abas 1 Und 79,00 79,00
Pente S Clara Comare Stilo 1 Und 2,90 2,90
Pente Fino S Clara 1 Und 3,00 3,00
75

Pente Marco Boni Ion 1 Und 10,00 10,00


Pente Vertix 1 Und 7,90 7,90
Kit First Kiss Acrílico Maca 1 Und 179,00 179,00
Aparador Pelos Enox 1 Und 39,01 39,01
Top Gel Frist Kiss 1 Und 95,00 95,00
Kit Manicure Enox 1 Und 79,00 79,00
Secante de Esmalte Aspa 1 Und 16,90 16,90
Tigela Manicure Dompel 2 Und 5,90 11,80
Removedor Vini Lady 1 Und 6,90 6,90
Bacia Pedicure Dompel 1 Und 19,95 19,95
Polidor Ricca 4 Und 3,50 14,00
Separador dedos Raskalo 1 Und 2,50 2,50
Fix Maquiagem Chraming 25 ml 1 Und 38,00 38,00
Gliter Unhas Metalizadas 2 Und 7,90 15,80
Fio de ouro adesivo unha flash 2 Und 4,90 9,80
Fk Gliter fita Met 1 Und 7,90 7,90
Cristais Acrílicos 1 Und 7,90 7,90
TOTAL COMPRA 704,26
Produto 5- Produtos para Cabelo; Fornecedor: SEXY HAIR
Especificação Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Color Safe Volumizing Shampoo 300 ml 1 Und 75,00 75,00
Color Safe Volumizing Shampoo 50 ml 1 Und 19,00 19,00
Color Safe Volumizing Conditioner 300 ml 1 Und 80,00 80,00
Color Safe Volumizing Conditioner 50 ml 1 Und 19,00 19,00
Volumizing Treatment 200 ml 1 Und 85,00 85,00
Color Safe Volumizing Shampoo 1000 ml 1 Und 145,00 145,00
Color Safe Extra Volumizing Schampoo 1000 ml 1 Und 150,00 150,00
Color Safe Volumizing Conditioner 1000 ml 1 Und 155,00 155,00
Get Layered 275 ml 1 Und 95,00 95,00
Spray & Play 50 ml 1 Und 19,00 19,00
Spray & Play 335 ml 1 Und 95,00 95,00
Spray & Play Harder 335 ml 1 Und 98,00 98,00
Root Pump 50 ml 1 Und 19,00 19,00
Root Pump 284 ml 1 Und 95,00 95,00
Root Pump 284 ml Plus 1 Und 98,00 98,00
Spray & Stay 300 ml 1 Und 95,00 95,00
Volumizing Blow Dry Gel 50 ml 1 Und 19,00 19,00
Volumizing Blow Dry Gel 250 ml 1 Und 95,00 95,00
Flip it Over 125 ml 1 Und 95,00 95,00
Volumizing Dry Shampoo 150 ml 1 Und 95,00 95,00
Powder Play 15 g 1 Und 88,00 88,00
Powder Play 2 g 1 Und 19,00 19,00
Soya Want It All 150 ml 1 Und 88,00 88,00
Soy Moisturizing Shampo 300 ml 1 Und 75,00 75,00
Soy Moisturizing Conditioner 300 ml 1 Und 75,00 75,00
76

Soy Moisturizing Shampoo 1000 ml 1 Und 145,00 145,00


Soy Moisturizing Conditioner 1000 ml 1 Und 155,00 155,00
Soy Renewal beach spray 150 ml 1 Und 88,00 88,00
Soy Paste 50 gr 1 Und 88,00 88,00
Soy Tri-/Wheart Leave-In 250 ml 1 Und 88,00 88,00
Soy Tri-/Wheart Leave-In 50 ml 1 Und 19,00 19,00
Shampoo anti-friz 300 ml 1 Und 75,00 75,00
Ant-friz conditioner 300 ml 1 Und 80,00 80,00
Nourish Smoothing Masque 200 ml 1 Und 880,00 880,00
Blow dry extender masque 100 ml 1 Und 80,00 80,00
Anti-friz e shine spray 300 ml 1 Und 88,00 88,00
Blow It up Gel Foam 50 ml 1 Und 88,00 88,00
Play Drity Was 150 ml 1 Und 8,00 8,00
Control Maniac Wax 50 gr 1 Und 88,00 88,00
Frenzy Flexible – Texturizing 50 ml 1 Und 88,00 88,00
Slept In Texture Crème 150 ml 1 Und 88,00 88,00
Mooding Paste 100 ml 1 Und 88,00 88,00
Shaping Crème 100 ml 1 Und 88,00 88,00
Hard Up Gel 155 ml 1 Und 88,00 88,00
Hard Up Gel 50 ml 1 Und 28,00 28,00
Spray Clay 155 ml 1 Und 88,00 88,00
Spray Clay 1 50 ml 1 Und 28,00 28,00
TOTAL COMPRA 4.545,00
Produto 6- Produtos Diversos
Vlr.
Especificação Quant. Unid. Unit. Vlr. Total
Algodão 500 gramas 1 Pct 21,50 21,50
Acetona em Litro 1 Lt 32,50 32,50
Lixas 144x8 1 Pct 9,50 9,50
Palitos c/100 1 Pct 6,50 6,50
Lixas Pe c/50 1 Pct 23,50 23,50
Suporte Lixas 2 Unid. 7,50 15,00
Protetor Bacia c/50 1 Pct 14,95 14,95
Protetor Manicure c/150 1 Pct 14,95 14,95
Extra Brilho Impala 6 Und 4,42 26,52
Base Inc Yama 60 ml 1 Und 14,50 14,50
Tintura Refecto 3/0 1 Tb 89,00 89,00
Renna 50 B 3/0 2/0 2 Kit 43,00 86,00
Papel Maca 70x50 1 Rl 16,50 16,50
Papel depilação c/50 m 1 Rl 23,50 23,50
Papel de Esterilização Autoclave 1 Rl 76,00 76,00
Fita autoclave 1 Und 11,50 11,50
Água destilada 5 litros 1 Gl 12,50 12,50
TOTAL 494,42
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Produto 7- Produtos para o Corpo; Fornecedor: BIOAGE


Especificação Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Bio Cleanser Bambu Brasil 120 ml 1 Cx 100,00 100,00
Café Mask 120 ml 1 Und 69,00 69,00
Bio Peeling Vegetal 120 gramas 1 Und 59,00 59,00
Kit Bio Clean System 1 Und 286,00 286,00
Kit Glycolic Active 1 Und 199,00 199,00
Bio Sun Block FPS30 com tonalizante 1 Cx 55,00 55,00
Trop Fruit Maracuja (120 ml) 1 Und 0,01 0,01
Kit Vinotherapy Detox 1 Und 299,00 299,00
Bio Mask Fogo 150 gr 1 Und 79,00 79,00
Vinotherapy Lotion 120 ml 1 Und 0,01 0,01
Kit Volumage 1 Und 599,00 599,00
Renovage Firm Up Serum com Nano Dmae 30 gr 1 Und 91,00 91,00
TOTAL COMPRA 1.836,02
TOTAL ESTOQUE INICIAL INSUMOS 13.880,34
Fonte: autora (2017)

O estoque inicial referente a matéria-prima que será utilizada nos serviços totalizou em
R$ 13.880,34. No caso em estudo, a esteticista optou por trabalhar com as marcas que foram
utilizadas nos laboratórios de aulas da Graduação, os quais apresentaram resultados
satisfatórios nas aulas práticas.
Para Rabelo (2017) a qualidade da matéria-prima é fundamental para a fidelização dos
clientes, assim pode-se realizar o pós-venda para verificar o nível de satisfação do cliente com
as marcas utilizadas. No caso do empreendimento em estudo, visando a satisfação do cliente,
as marcas a serem utilizadas serão: para cabelo os produtos da London e da Sexy Hair e para
o corpo e rosto os produtos da Bioage e Extratos da Terra. Trata-se de marcas que levam
tendências e soluções inovadoras para tratamentos capilares e corporais aos Centros de
Estética e salões de beleza, pois investem em inovação e tecnologias diariamente, contando
com o apoio de equipe de pesquisa e desenvolvimento especializada em cosmetologia. Ao
mesmo tempo em que visam a qualidade dos produtos aliam isto a preços acessíveis.
Posteriormente, o Centro em estudo pensa em realizar a venda dos produtos do tipo “home
care” a suas clientes.
Os canais de distribuição, segundo Rabelo (2017) representam os meios utilizados pela
empresa para escoar a produção e ofertar seus serviços, e influenciam no custo do produto ou
serviço ofertado. Tais canais tem a função de colocar o produto ou serviço no local em
quantidade, qualidade e preço correto e também possuem importância no estímulo a demanda.
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No caso de um Centro de Estética o produto é intangível, pois se trata de um serviço,


mas os resultados deste serviço são visíveis, e desta forma os Centros de Estética trabalham,
mostrando os resultados de cada tratamento, conforme menciona Rabelo (2017).
Um dos diferenciais do negócio em relação à concorrência seria oferecer produtos ou
serviços complementares ao produto principal oferecido, desta forma, esse algo a mais
oferecido deve ser reconhecido pelo cliente como uma vantagem competitiva, aumentando
assim o nível de satisfação para com o produto ou serviço prestado. Algumas oportunidades
de diferenciação de um Centro de Estética citados por Rabelo (2017, p. 46) seriam: expansão
dos serviços prestados com podologia, atendimento a domícilio dos serviços mais simples,
participação em feiras e eventos de beleza, comercialização de cosméticos, bem como de
produtos naturais, orgânicos e ecológicos, cartão fidelidade com bônus conforme serviços já
utilizados, parcerias com academias, clínicas, lojas de produtos naturais e com profissionais
da área da saúde, como: nutricionista, fisioterapeuta, educador físico, médicos, entre outros.
Rabelo (2017) ressalta que sempre é possível propor melhorias e novidades e para tal
torna-se importante observar hábitos, ouvir as pessoas, criar novos serviços e produtos,
melhorando o nível de satisfação dos clientes.
No caso do empreendimento em estudo os principais diferenciais propostos serão:
atendimento em horário diferencial, como após as 18 horas, qualificação constante dos
profissionais com a participação de cursos mensalmente, bônus do tipo cartão fidelidade,
parcerias com clinicas e com médicos, comercialização de cosméticos, bem como a utilização
de produtos de qualidade. As marcas que serão utilizadas são: London para os tratamentos
capilares e Bioage e Extratos da Terra para os tratamentos facial e corporal.
Para Rabelo (2017) o empreendedor deve sempre cumprir o que prometeu, superando
as expectativas do cliente, assim, no final a melhor propaganda é feita pelos clientes bem
atendidos.

4. 2 ANÁLISE FINANCEIRA

Primeiramente apresentam-se os investimentos necessários para estruturar o


empreendimento, bem como as receitas, custos e despesas estimados para os períodos
definidos. Na sequência são demonstrados os cálculos acerca da viabilidade econômica e
financeira do empreendimento, através da DRE, fluxo de caixa, IR, IL, TIR, VPL, TMA, PBS
e PBD.
79

4.2.1 Investimentos

De acordo com Rabelo (2017, p. 39) investimento consiste na aplicação de um recurso


visando obter um retorno superior ao investido, em um período de tempo, sendo o valor
investido conforme o porte do empreendimento e conforme os serviços prestados.
Segundo Kuhn (2005), o estudo dos investimentos de um projeto tem a finalidade de
estimar o total de recursos necessários para a realização deste projeto, sendo que “esta
estimativa auxilia na avaliação econômica e social do empreendimento na busca de
alternativas para seu financiamento” (KUHN, 2005, p. 24). Os investimentos podem ser
divididos em fixos e os de capital de giro iniciais para a implantação do projeto, desta forma
deve-se listar terrenos, máquinas e equipamentos, prédios, instalações, entre outros, e projetar
o capital de giro necessário. “Os recursos de capital são também normalmente chamados de
imobilizações por ser aplicações de recursos com caráter permanente, e cujos efeitos se
estendem a toda a vida do projeto” (KUHN, 2005, p. 24).
Quanto ao investimento inicial realizou-se um estudo conforme o projeto criado e de
acordo com os equipamentos iniciais necessários, bem como demanda de mão-de-obra,
terceiros, aluguel, fachada, entre outras. Apresenta-se no quadro a seguir o detalhamento
destes investimentos, bem como da depreciação dos equipamentos e dos móveis:

Quadro 6 – Investimentos
POLÍTICA DE INVESTIMENTO R$ %
Máquinas e Equipamentos 35.779,41
Móveis e Utensílios 24.434,60
Instalações 895,00
TOTAL INVESTIMENTOS FIXOS 61.109,01 64,47
Capital de Giro 33.670,68 35,53
Total 94.779,69 100
Fonte: autora (2017)

O total de investimento com máquinas e equipamentos é de R$ 35.779,41, com móveis


e utensílios é de R$ 24.434,60, com instalações é de R$ 895,00. Assim o total de investimento
fixo é de R$ 61.109,01, sendo que é necessário considerar mais o total do estoque inicial de
insumos a serem utilizados nos serviços que é de R$ 13.880,34. Considerando-se mais este
desembolso, o total inicial do investimento ficará em R$ 74.989,35, sem considerar ainda o
capital de giro. A origem do total do investimento é representado por 100% de recursos
próprios.
80

O valor de investimento frente a possibilidade de lucro é considerado baixo. Para


definir os preços de cada serviço é necessário realizar o cálculo da duração média de cada
serviço e o material utilizado, conforme observa Azevedo (1990). A política de preços
dependerá do público em que se deseja atrair, visto que existem Centros com preços elevados
porque já possuem uma boa imagem no mercado e já fizeram seu nome. Já os Centros que são
direcionados a uma classe social média, necessita ter preços menores para atingir a esse
público.
“A disponibilidade de fontes internas depende, portanto, da rentabilidade da empresa e
de sua política de distribuição de dividendos, formação de reservas e reversão de lucros”
(HOLANDA, 1975, p. 295). O capital próprio representa a soma das contribuições dos sócios
ou acionistas, sendo que o mesmo pode ser aumentado através de aporte de recursos novos ou
ainda através da reversão dos lucros não distribuídos.
Segundo Rabelo (2017) capital de giro representa os recursos financeiros que a
empresa demanda para manter fluidez dos ciclos de caixa e pode ser medido de acordo alguns
prazos como: prazo médio recebido de fornecedores, prazo médio de estocagem e prazos
médios concedidos de estocagem.
Conforme dados quantitativos levantados a demanda de capital de giro para este
empreendimento consiste na soma do valor de estoque inicial mais três vezes o valor das
despesas operacionais mensais, totalizando R$ 19.790,34, sendo que este capital de giro terá
como origem recursos próprios da Sócia-Esteticista, as fontes de capital próprio serão
portanto em unidades monetárias.

4.2.2 Informações Fiscais e Tributárias

O segmento de Estética, conforme o CNAE (Classificação Nacional de Atividades


Econômicas) número 9602-5/02 pode optar pelo Simples Nacional – Regime Especial
Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidas pelas ME (Microempresa) e
EPP (Empresa de Pequeno Porte) , instituído pela Lei Complementar número 123/2006, desde
que a receita bruta anual não ultrapasse a R$ 360.000,00 (Trezentos e Sessenta Mil) para
micro empresa e R$ 3.600.000,00 (Três Milhões e Seiscentos Mil) para empresas de pequeno
porte, conforme menciona Rabelo (2017, p. 49).
Nesse regime o empreendedor pode recolher todos os tributos (IRPJ, CSLL, PIS,
COFINS, ISSQN, INSS) em um único documento, o DAS (Documento de Arrecadação do
81

Simples Nacional). De acordo com a Lei Complementar 123/2006, as alíquotas do Simples


Nacional para este ramo de atividade variam de 6% a 17,42%, de acordo com a receita bruta,
sendo que no início das atividades, a soma da receita bruta acumulada deve ser proporcional
aos meses de atividade do período.
No caso da receita bruta anual não ultrapassar a R$ 60.000,00 (Sessenta Mil Reais),
desde que o proprietário não seja sócio de outra empresa, pode optar pelo regime MEI
(Microempreendedor individual). Neste caso, os recolhimentos dos tributos serão efetuados
em valores fixos mensais, conforme os casos:
- Sem empregado: 5% do salário mínimo vigente, a título de contribuição previdenciária e R$
5,00 a título de ISS;
- Com um empregado: 8% de INSS deve ser retido do empregado, o qual o salário não pode
ultrapassar a um salário mínimo ou o piso da categoria e 3% de INSS Patronal sobre a
remuneração do empregado.
Quando a receita ultrapassar o limite permitido de 20% o MEI é incluído no sistema
SIMPLES NACIONAL. Segundo Rabelo (2017) para este segmento, tanto ME, EPP ou MEI
a opção do Simples Nacional sempre é mais vantajosa sob o aspecto tributário. No caso do
empreendimento em estudo a opção é pelo sistema SIMPLES NACIONAL, visto que o
empreendimento conta com duas colaboradoras além da esteticista e as previsões de
faturamento são superiores ao regime da MEI, conforme o quadro 7.

Quadro 7 – Tributação
TRIBUTAÇÃO - SIMPLES NACIONAL
VALOR RECEITAS VALOR IMPOSTO
MENSAL 21.375,00 1.754,89
ANUAL 256.500,00 21.058,65
Fonte: autora (2017)

A faixa de faturamento prevista para o primeiro ano será de R$ 21.375,00 mensais e


R$ 256.500,00 anual, o qual gera um percentual aplicável de 8,21% conforme tabela do anexo
III do Simples, a qual se inclui as atividades de estética e outros serviços de cuidados com a
beleza, código CNAE de 9602-5/02, o que resulta num valor de imposto de R$ 1.754,89
mensal e R$ 21.058,65 anual.
82

4.2.3 Custos

Representam todos os gastos empenhados na produção de um bem ou serviço e que


posteriormente serão incorporados nos preços dos produtos ou serviços prestados, como por
exemplo: aluguel, água, luz, salários, honorários profissionais, despesas de vendas, matéria-
prima e insumos consumidos no processo de produção, conforme observa Rabelo (2017).
Todos os custos do empreendimento devem ser minimizados, bem como a redução de
desperdícios e compras assertivas com preços melhores, todo esse conjunto de fatores
contribui para o sucesso do negócio. Para Rabelo (2017), quanto menores os custos, mais
altas as chances de ganhar no resultado final do negócio e alguns fatores são importantes para
manter os custos controlados, a exemplo dos seguintes: comprar pelo menor preço, negociar
prazos mais longos para pagamentos dos fornecedores, evitar gastos desnecessários, manter o
quadro de pessoal enxuto e reduzir a inadimplência. Estes são os principais fatores na
percepção de Rabelo (2017). Os custos fixos e variáveis do empreendimento em estudo
podem ser visualizados nas planilhas a seguir.

Quadro 8 – Custo com Pessoal


Descrição Manicure (1) Aux. Cabeleireiro (1) Total
Salário 950,00 1.200,00
Insalubridade 20%
Salário Base 950,00 1.200,00 2.150,00
Férias 8,33% 79,14 99,96 179,10
13 salario 8,33% 79,14 99,96 179,10
1/3 ferias 26,38 33,32 59,70
Total 1.134,65 1.433,24 2.567,89

FGTS 8% 90,77 114,66 205,43


Previsões 7% 79,43 100,33 179,75
Total 170,20 214,99 385,18

Custo Total 1.304,85 1.648,23 2.953,07


Fonte: autora (2017)

O custo com pessoal inclui os salários da manicure e auxiliar de cabelereiro conforme


Convenção Coletiva de Trabalho da categoria, sendo o custo total da mão-de-obra mensal com os
encargos sociais de R$ 1.304,85 para a manicure e R$ 1.648,23 para a auxiliar de cabeleireiro.
Para além destes, foi considerado o pró-labore da Sócia Esteticista, sendo definido o pró-labore de
R$ 2.000,00 mensais, sendo que o Sócio 2 não possui retiradas.
83

Quadro 9 – Pró-labore do Sócio


Descrição Sócio 1 (R$)
Pró- labore 2.000,00
INSS 220,00
Líquido 1.780,00
Total a pagar 1.780,00
Fonte: autora (2017)

Com base no custo total da mão-de-obra foi realizado o cálculo do custo da hora de cada
colaboradora e da esteticista. Para tanto foi calculado o número de horas mensais, considerando-se
8 horas diárias de segunda a sexta-feira e 4 horas no sábado, multiplicado por 4 semanas (total de
semanas do mês), totalizando uma média de 176 horas mensais, sendo que podem ser distribuídas
em horários diferentes durante a semana, não ultrapassando a carga horária mensal. O Centro
adotará o regime de banco de horas, para compensação de horas extraordinários em dias possíveis
desta compensação, como por exemplo, nas segundas-feiras, com o objetivo de não ultrapassar o
limite de horas semanais pré-definido. Desta forma chegou-se ao custo de R$ 7,41 para a hora da
manicure e R$ 9,36 para a hora da auxiliar de cabeleireiro, e o custo de R$ 0,12 e R$ 0,16 por
minuto respectivamente, conforme demonstrado a seguir.

Quadro 10– Custo com Mão de Obra Direta


Custos da hora Manicure (R$)
Manicure 950,00
Custo Total 1.304,85
Nº de horas 176,00
Custo por hora 7,41
Custo hora por funcionário 7,41
Custo por minuto 0,12
Custos da hora Aux. Cabeleireiro (R$)
Aux. Cabeleireiro 1.200,00

Custo Total 1.648,23


Nº de horas 176,00
Custo por hora 9,36
Custo hora por funcionário 9,36
Custo por minuto 0,16
Fonte: autora (2017)

O mesmo cálculo foi realizado para a Sócia, no caso a Esteticista, tendo em vista que há
serviços que serão realizados somente por esta profissional, sendo que foi considerada a mesma
carga horária e chegou-se a um custo de R$ 11,36 por hora de trabalho e R$ 0,19 por minuto.
84

Quadro 11 – Custos da hora Sócia/Esteticista


Custo com Mão de Obra Direta (R$)
Esteticista 2.000,00

Custo Total 2.000,00


Nº de horas 176,00
Custo por hora 11,36
Custo hora por funcionário 11,36
Custo por minuto 0,19
Fonte: autora (2017)

Na sequência são apresentados os custos dos serviços prestados, envolvendo a mão-de-


obra direta de acordo com o salário de cada profissional que executa o serviço e os materiais
utilizados em cada um dos 18 serviços que propõe-se oferecer na organização que está sendo
estudada.

Quadro 12 – Custos Diretos Serviço


Serviço 1 - MANICURE E PEDICURE
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Esmalte 0,33 ml 1,59 0,52
Base 0,33 ml 0,70 0,23
Acetona 4 ml 0,02 0,08
Algodão 0,05 Kg 23,90 1,20
Protetor de Bacia 1 Unid. 0,06 0,06
Esterilização de Alicate 1 Serviço 1,43 1,43
Fiação do Alicate 1 Serviço 0,24 0,24
Lixa 0,50 Unid. 0,03 0,02
Palito 1 Unid. 0,03 0,03
Tempo/MOD 0,5 hora 7,41 3,71
Custo Direto (MP + MOD) 7,51
Serviço 2 – LAVAGEM E CORTE
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Schampoo 1 ml 0,09 0,09
Condicionador 1 ml 0,09 0,09
Fiação da tesoura 1 Serviço 0,20 0,20
Finalizador 0,5 ml 1,76 0,88
Tempo/MOD 1 hora 9,36 9,36
Custo Direto (MP + MOD) 10,62
Serviço 3 – TINTURA EM TODO O CABELO
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Tintura 1 Und 16,00 16,00
Ox 20 vol. 0,75 Grama 0,27 0,20
Schampoo 1 ml 0,09 0,09
Condicionador 1 ml 0,09 0,09
85

Finalizador 0,5 ml 1,76 0,88


Tempo/MOD 1,5 hora 9,36 14,05
Custo Direto (MP + MOD) 31,31
Serviço 3 – TINTURA NA RAIZ DO CABELO
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Tintura 0,15 Und 16,00 2,40
Ox 20 vol. 0,37 Grama 0,27 0,10
Schampoo 1 ml 0,09 0,09
Condicionador 1 ml 0,09 0,09
Finalizador 0,5 ml 1,76 0,88
Tempo/MOD 1 hora 9,36 9,36
Custo Direto (MP + MOD) 12,92
Serviço 3 – TINTURA COM TONALIZANTE
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Tintura 1 Und 16,00 1,00
Ox 20 vol. 0,75 Grama 0,27 0,75
Schampoo 1 ml 0,09 1,00
Condicionador 1 ml 0,09 1,00
Finalizador 0,5 ml 1,76 0,50
Tempo/MOD 1,5 hora 9,36 14,05
Custo Direto (MP + MOD) 18,30
Serviço 4 - MECHAS E LUZES INTEIRA COM LAMINADO
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Papel Laminado 60 Und 0,004 0,24
Ox diversos 200 Gramas 0,27 54,00
Pó descolorante 450 Gramas 0,05 22,50
Schampoo 1 ml 0,09 0,09
Condicionador 1 ml 0,09 0,09
Finalizador 0,5 ml 1,76 0,88
London Plex passo 1 15 Gramas 0,38 5,70
London Plex passo 2 15 Gramas 0,38 5,70
Tempo/MOD 1,5 hora 9,36 14,05
Custo Direto (MP + MOD) 103,25
Serviço 4 - MECHAS E LUZES RETOQUE COM LAMINADO
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Papel Laminado 60 Und 0,004 0,24
Ox diversos 100 Gramas 0,27 27,00
Pó descolorante 50 Gramas 0,05 2,50
Schampoo 1 ml 0,09 0,09
Condicionador 1 ml 0,09 0,09
Finalizador 0,5 ml 1,76 0,88
London Plex passo 1 4 Gramas 0,38 1,52
London Plex passo 2 4 Gramas 0,38 1,52
Tempo/MOD 1,5 hora 9,36 14,05
Custo Direto (MP + MOD) 47,89
86

Serviço 5 - ESCOVAS
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Schampoo 1 ml 0,09 0,09
Condicionador 1 ml 0,09 0,09
Finalizador 0,5 ml 1,76 0,88
Mousse Finalizador 0,02 Gramas 8,06 0,16
Reparador de Pontas- Magic Ojon 0,002 Ml 8,00 0,02
Tempo/MOD 0,5 hora 9,36 4,68
Custo Direto (MP + MOD) 5,92
Serviço 6 – ESCOVA PROGRESSIVA
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Schampoo 1 ml 0,09 0,09
Condicionador 1 ml 0,09 0,09
Finalizador 0,5 ml 1,76 0,88
Ativo da Progressiva 70 Gramas 0,39 27,30
Mascara - Argila Reconstruction 10 Gramas 0,16 1,60
Tempo/MOD 2,5 hora 9,36 23,41
Custo Direto (MP + MOD) 53,37
Serviço 7 - MATIZAÇÃO
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Tintura 1 Und 16,00 16,00
Emulsão 0,75 Grama 0,27 0,20
Schampoo 1 ml 0,09 0,09
Condicionador 1 ml 0,09 0,09
Finalizador 0,5 ml 1,76 0,88
Tempo/MOD 1 hora 9,36 9,36
Custo Direto (MP + MOD) 26,63
Serviço 8 - HIDRATAÇÃO CAPILAR
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Schampoo 1 ml 0,09 0,09
Condicionador 1 ml 0,09 0,09
Finalizador 0,5 ml 1,76 0,88
Mascara Alquimia Proteica 20 Gramas 0,17 3,40
Mascara Alquimia CMS 20 Gramas 0,17 3,40
Nutrioil 0,5 Ml 1,88 0,94
Impact Fluid Alquimia 0,2 Ml 1,25 0,25
Tempo/MOD 1,5 hora 9,36 14,05
Custo Direto (MP + MOD) 23,10
Serviço 9 - MAQUIAGEM
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Batom 0,05 Grama 7,98 0,40
Sombra 0,05 Grama 3,79 0,19
Base 0,05 Grama 1,59 0,08
Pó Iluminador 0,05 Grama 5,32 0,27
Primer 0,05 Grama 1,90 0,10
87

Rímel 0,05 Grama 2,48 0,12


Lápis Olhos 0,05 Grama 19,66 0,98
Delineador Olhos 0,05 Grama 19,66 0,98
Blush 0,05 Grama 4,00 0,20
Fixador de sombra 0,05 Grama 19,50 0,98
Cílios Postiços 1 Par 15,00 15,00
Cola cílios 0,05 Gramas 95,00 4,75
Algodão 0,05 Kg 23,90 1,20
Cotonete 1 Und 0,02 0,02
Sabonete 1 Gramas 0,99 0,99
Tempo/MOD 0,40 hora 11,36 4,55
Custo Direto (MP + MOD) 30,79
Serviço 10 - SOBRANCELHA
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Esterilização da Pinça 1 Serviço 1,43 1,43
Algodão 0,1 Kg 23,90 2,39
Sabonete 1 Gramas 0,99 0,99
Henna 0,02 Gramas 19,96 0,40
Tempo/MOD 0,5 hora 11,36 5,68
Custo Direto (MP + MOD) 10,89
Serviço 11- LIMPEZA DE PELE
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Algodão 0,1 Kg 23,90 2,39
Sabonete 1 Gramas 0,99 0,99
Gaze 0,03 Kg 35,00 1,05
Kit Bio Clean System- Creme Emoliente 0,12 Ml 1,75 0,21
Acido Salicílico 0,01 Ml 11,87 0,12
Kit Bio Clean System- Tonico Calmante 0,12 Ml 1,75 0,21
Kit Bio Clean System- Mascara Calmante 0,12 Ml 1,75 0,21
Tempo/MOD 1 hora 11,36 11,36
Custo Direto (MP + MOD) 16,54
Serviço 12- PEELING FACIAL
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Acido Bio Peeling Vegetal 120 gr 0,08 Gramas 59,00 4,72
Bio Cleanser Bambu Brasil 120 ml 0,05 Gramas 100,00 5,00
Algodão 0,1 Gramas 23,90 2,39
Café Mask 120 ml 1 Ml 1,73 1,73
Bio Sun Block FPS30 com tonalizante 0,08 Ml 1,82 0,15
Tempo/MOD 1 hora 11,36 11,36
Custo Direto (MP + MOD) 25,35
Serviço 13- DRENAGEM LINFÁTICA
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Óleo de massagem provegetal 1 Gramas 8,17 8,17
Creme pro-vegetal neutro 5 Gramas 0,08 0,40
Tempo/MOD 1 hora 11,36 11,36
88

Custo Direto (MP + MOD) 19,93


Serviço 14- TRATAMENTO GORDURA LOCALIZADA
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Gel condutor ultrassom 10 Gramas 0,25 2,50
Esfoliante corporal apricot 2 Gramas 0,09 0,18
Fluido Lipofeme 2 Gramas 0,09 0,18
Plástico filme 1 Mts 0,90 0,90
Creme Advanced Skin 4 Gramas 0,14 0,56
Tempo/MOD 1 hora 11,36 11,36
Custo Direto (MP + MOD) 15,68
Serviço 15- TRATAMENTO FLACIDEZ DE PELE
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Fluido Hipermim 10 Gramas 0,11 1,10
Gel condutor ultrassom 10 Gramas 0,25 2,50
Plástico filme 1 Mts 0,90 0,90
Tempo/MOD 1 hora 11,36 11,36
Custo Direto (MP + MOD) 15,86
Serviço 16- TRATAMENTO DE CELULITE
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Gel condutor ultrassom 10 Gramas 0,25 2,50
Plástico filme 1 Mts 0,90 0,90
Crio Gel crioterápico 3 Gramas 0,07 0,21
Tempo/MOD 1 hora 11,36 11,36
Custo Direto (MP + MOD) 14,97
Serviço 17- PEELING CORPORAL
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Acido Bio Peeling Vegetal 120 gr 0,08 Gramas 59,00 4,72
Bio Cleanser Bambu Brasil 120 ml 0,05 Gramas 100,00 5,00
Algodão 0,1 Gramas 23,90 2,39
Café Mask 120 ml 1 Ml 1,73 1,73
Bio Sun Block FPS30 com tonalizante 0,08 Ml 1,82 0,15
Tempo/MOD 1 hora 11,36 11,36
Custo Direto (MP + MOD) 25,35
Serviço 18- VACOTERAPIA
Insumos Quant. Unid. Vlr. Unit. Vlr. Total
Óleo de massagem pro-vegetal 1 Gramas 8,17 8,17
Creme pro-vegetal neutro 5 Gramas 0,08 0,40
Tempo/MOD 1 hora 11,36 11,36

Custo Direto (MP + MOD) 19,93


Fonte: autora (2017)

Os custos diretos foram divididos por tipo de serviço, sendo que foi realizado o
levantamento de todos os insumos a serem utilizados para cada serviço, bem como o custo
89

unitário de cada insumo, considerando-se como referência as unidades mencionadas no quadro a


seguir.
Foi realizado também o levantamento do tempo de realização de cada serviço e
multiplicou-se pelo custo da hora do profissional que realizará o serviço, chegando-se ao total do
custo com mão-de-obra do mesmo. Por fim, chegou-se ao custo total de cada insumo e da mão-de-
obra, que somados resultou no total do custo direto (matéria-prima e mão-de-obra direta). Quanto
às despesas operacionais mensais foram levantadas as seguintes.

Quadro 13 – Despesas Operacionais Mensais


Discriminação Valor R$ %
Aluguel 1.000,00 44,99
Honorários Escritório Contábil 250,00 11,25
Energia Elétrica 160,00 7,20
Água 50,00 2,25
Telefone/Internet 120,00 5,40
Marketing e Mídia 0,00 0,00
Treinamento 330,00 14,85
Material de Expediente 30,00 1,35
Produtos e higiene e limpeza 30,00 1,35
Manutenção dos Equipamentos 252,59 11,36
Total 2.222,59 100,00
Tempo disponível em horas 176
Custo hora (R$) 12,63
Custo minuto (R$) 0,21
Fonte: autora (2017)

Observa-se no quadro 13 as despesas operacionais, as quais foram constituídas a partir dos


seguintes critérios:
Aluguel: conforme levantamento junto ao proprietário do imóvel, a sala onde
funcionará o Centro Estético tem um custo com aluguel de R$ 1.000,00 mensais.
Escritório Contábil: conforme levantamento efetuado no mercado, as despesas com
serviços contábeis para este empreendimento por estar no início e ter um faturamento mais
baixo giram em torno de R$ 250,00 mensais.
Energia Elétrica e Água: estimou-se um valor de energia elétrica conforme uma
média de consumo do empreendimento e água conforme estimativa de utilização. Estimou-se
um dispêndio mensal de R$ 160,00 para energia elétrica e R$ 50,00 para água.
Telefone: o funcionamento do empreendimento necessita bastante da utilização do
telefone. Estimou-se um dispêndio mensal de R$ 120,00 com telefone móvel e internet.
90

Marketing e mídia: esta previsão refere-se as propagandas em feiras e eventos, bem


como demais meios de comunicação, o qual no início do empreendimento não será utilizado.
Treinamento: como a empresa possui foco na qualidade dos serviços prestados,
investe no treinamento de seus colaboradores, e em vista disso estimou-se um valor de R$
330,00 mensais para cursos de aperfeiçoamento.
Material de Expediente: os gastos com estes materiais é relativamente baixo, o que
será mais utilizado são agendas, post it e canetas, então estimou-se um valor de R$ 30,00.
Produtos de higiene e limpeza: como a limpeza da sala será feita pelas próprias
colaboradores, será gasto somente o material de limpeza, por isso estipulou-se um valor
mensal de R$ 30,00 de gastos.
Manutenção dos Equipamentos: foi calculada uma estimativa de despesas com
manutenção dos equipamentos, considerando um custo de 10% do valor dos equipamentos
anualmente, sendo o valor total dos equipamentos de R$ 30.311,03, considerando aqueles que
necessitam de manutenção, o valor anual ficaria em R$ 3.031,10 e o valor mensal em R$ 252,59.
Foram somadas as despesas operacionais mensais totais e divididas pelo total das mesmas
e divididas pelo total de horas mensais trabalhadas, o que resultou num custo de R$ 12,63 por
hora e R$ 0,21 por minuto. A seguir são apresentados os custos totais dos serviços prestados,
incluído o rateio dos custos e despesas fixas.

Quadro 14 – Custo Total de cada Serviço


MP e
TIPO DE SERVIÇO MOD CIF Custo total
Serviço 1 - MANICURE E PEDICURE 7,51 12,63 20,14
Serviço 2 - LAVAGEM E CORTE 10,62 12,63 23,25
Serviço 3 - TINTURA EM TODO O CABELO 31,31 12,63 43,94
Serviço 3 - TINTURA NA RAIZ DO CABELO 12,92 12,63 25,55
Serviço 3 - TINTURA COM TONALIZANTE 18,30 12,63 30,93
Serviço 4 - MECHAS E LUZES INTEIRAS COM LAMINADO 103,25 12,63 115,88
Serviço 4 - MECHAS E LUZES RETOQUE COM LAMINADO 47,89 12,63 60,52
Serviço 5 - ESCOVAS 5,92 12,63 18,55
Serviço 6 – ESCOVA PROGRESSIVA 53,37 12,63 66,00
Serviço 7 - MATIZAÇÃO 26,63 12,63 39,26
Serviço 8 - HIDRATACAO CAPILAR 23,10 12,63 35,73
Serviço 9 - MAQUIAGEM 30,79 12,63 43,42
Serviço 10 - SOBRANCELHA 10,89 12,63 23,52
Serviço 11- LIMPEZA DE PELE 16,54 12,63 29,17
Serviço 12- PEELING FACIAL 25,35 12,63 37,98
Serviço 13- DRENAGEM LINFÁTICA 19,93 12,63 32,56
91

Serviço 14- TRATAMENTO GORDURA LOCALIZADA 15,68 12,63 28,31


Serviço 15- TRATAMENTO FLACIDEZ DE PELE 15,86 12,63 28,49
Serviço 16- TRATAMENTO DE CELULITE 14,97 12,63 27,60
Serviço 17- PEELING CORPORAL 25,35 12,63 37,98
Serviço 18- VACOTERAPIA 19,93 12,63 32,56
Fonte: autora (2017)

Para o cálculo do custo total dos serviços foi multiplicado pela quantidade de cada serviço
durante o mês, resultando assim no custo total dos serviços mensais, conforme detalhamento
como segue.

Quadro 15 – Custo Total Mensal de cada Serviço


Estimativa
Custo Total dos Serviços Prestados CSP CSP
Receita
TIPO DE SERVIÇO Quantidades Unitário Total Mês
Serviço 1 - MANICURE E PEDICURE 30 20,14 604,23
Serviço 2 - LAVAGEM E CORTE 25 23,25 581,33
Serviço 3 - TINTURA EM TODO O CABELO 15 43,94 659,07
Serviço 3 - TINTURA NA RAIZ DO CABELO 25 25,55 638,83
Serviço 3 - TINTURA COM TONALIZANTE 15 30,93 463,89
Serviço 4 - MECHAS E LUZES INTEIRAS COM LAMINADO 25 115,88 2896,89
Serviço 4 - MECHAS E LUZES RETOQUE COM LAMINADO 25 60,52 1512,89
Serviço 5 – ESCOVAS 30 18,55 556,44
Serviço 6 – ESCOVA PROGRESSIVA 15 66,00 990,01
Serviço 7 – MATIZAÇÃO 15 39,26 588,84
Serviço 8 - HIDRATAÇÃO CAPILAR 15 35,73 535,89
Serviço 9 - MAQUIAGEM 25 43,42 1085,57
Serviço 10 - SOBRANCELHA 30 23,52 705,58
Serviço 11- LIMPEZA DE PELE 10 29,17 291,71
Serviço 12- PEELING FACIAL 10 37,98 379,78
Serviço 13- DRENAGEM LINFÁTICA 10 32,56 325,62
Serviço 14- TRATAMENTO GORDURA LOCALIZADA 10 28,31 283,12
Serviço 15- TRATAMENTO FLACIDEZ DE PELE 20 28,49 569,84
Serviço 16- TRATAMENTO DE CELULITE 10 27,60 276,02
Serviço 17- PEELING CORPORAL 10 37,98 379,78
Serviço 18- VACOTERAPIA 10 32,56 325,62
TOTAL MENSAL 14.650,94
Fonte: autora (2017)

Para este custo total dos serviços foi somado o custo unitário com mão-de-obra e
matéria-prima e o custo indireto fixo, que seriam as despesas operacionais. Também foi calculado
o mark-up, de acordo com o lucro líquido desejado que é de 15%, os impostos do simples
nacional que são de 8,21% e as despesas administrativas que são de 12%, resultando o mark-up
em 0,67. O percentual das despesas foi encontrado, através do custo total das despesas mensais
divido pela estimativa de receita mensal.
92

Quadro 16 – Índice Mark-Up


Impostos 6
Desp. Adm 12
Lucro desejado 15
MARK-UP 0,67
Fonte: autora (2017)

O preço de venda para se ter o lucro desejado é representando pelo custo total dos
serviços dividido pelo mark-up. Este índice é calculado para se ter um comparativo do preço
de venda calculado com o preço de venda praticado, se porventura, este preço praticado não
está abaixo dos custos levantados.

4.2.4 Receitas

Para calcular a receita bruta mensal deve-se considerar o volume mensal de trabalho
e o preço unitário dos serviços, conforme explicita Azevedo (1990). Assim os valores da
receita mensal foram calculados a partir de um volume de serviços cujos dados foram
pesquisados junto a uma profissional da Estética.
Conforme menciona Azevedo (1990) a projeção da receita precisa ser realista,
levando-se em conta as possibilidades oferecidas pelo mercado. A área de saúde e beleza é
promissora, porém o negócio precisa ser bem organizado e prestar serviços de qualidade, para
que se tenha o retorno esperado. O empreendimento em estudo estimou a seguinte receita
mensal e posteriormente a receita anual.
Observa-se que a receita mensal ficou em R$ 21.375,00, sendo que foi definido um
percentual de 30% desta receita como tipo de recebimento a vista e 70% como tipo de
recebimento a prazo, assim o valor de R$ 6.412,50 é recebido a vista e R$ 14.962,50 é recebido a
prazo. O custo total mensal dos serviços prestados ficou em R$ 14.650,94, gerando uma diferença
mensal positiva de R$ 6.724,06, sem considerar as demais despesas.

Quadro 17 – Estimativa da Receita Mensal


Preço Preço
Estimativa Venda Venda
CSPT Venda
TIPO DE SERVIÇO Qt Total Calculado Praticado Bruta
Serviço 1 - MANICURE E PEDICURE 30 20,14 30,06 35,00 1.050,00
Serviço 2 - LAVAGEM E CORTE 25 23,25 34,71 40,00 1.000,00
Serviço 3 - TINTURA EM TODO O CABELO 15 43,94 65,58 60,00 900,00
Serviço 3 - TINTURA NA RAIZ DO CABELO 25 25,55 38,14 35,00 875,00
Serviço 3 - TINTURA COM TONALIZANTE 15 30,93 46,16 60,00 900,00
93

Serviço 4 - MECHAS E LUZES INTEIRAS COM


LAMINADO 25 115,88 172,95 150,00 3.750,00
Serviço 4 - MECHAS E LUZES RETOQUE COM
LAMINADO 25 60,52 90,32 100,00 2.500,00
Serviço 5 – ESCOVAS 30 18,55 27,68 25,00 750,00
Serviço 6 – ESCOVA PROGRESSIVA 15 66,00 98,51 100,00 1.500,00
Serviço 7 - MATIZAÇÃO 15 39,26 58,59 50,00 750,00
Serviço 8 - HIDRATAÇÃO CAPILAR 15 35,73 53,32 40,00 600,00
Serviço 9 – MAQUIAGEM 25 43,42 64,81 50,00 1.250,00
Serviço 10 – SOBRANCELHA 30 23,52 35,10 25,00 750,00
Serviço 11- LIMPEZA DE PELE 10 29,17 43,54 60,00 600,00
Serviço 12- PEELING FACIAL 10 37,98 56,68 60,00 600,00
Serviço 13- DRENAGEM LINFÁTICA 10 32,56 48,60 40,00 400,00
Serviço 14- TRATAMENTO GORDURA
LOCALIZADA 10 28,31 42,26 50,00 500,00
Serviço 15- TRATAMENTO FLACIDEZ DE PELE 20 28,49 42,53 50,00 1.000,00
Serviço 16- TRATAMENTO DE CELULITE 10 27,60 41,20 60,00 600,00
Serviço 17- PEELING CORPORAL 10 37,98 56,68 60,00 600,00
Serviço 18- VACOTERAPIA 10 32,56 48,60 50,00 500,00
Total 0 801,33 1.196,02 21.375,00
Fonte: autora (2017)

Os valores de receita e despesa não foram atualizados anualmente, sendo assim para a
formação da taxa mínima de atratividade – TMA, foi considerado a inflação média. Nota-se
que o total das receitas mensais projetadas no período foram de R$ 21.375,00, a qual para
obter a receita anual projetada no fluxo de caixa e demonstração de resultados foi
multiplicada por 12.

4.2.5 Fluxo de Caixa

De acordo com a estimativa da receita anual, estimativa dos custos anuais e despesas
operacionais, foi elaborado o fluxo de caixa com a projeção para cinco anos de atividade. No
ano 0 foi colocado o valor do investimento inicial que é de R$ 94.779,69 e para os anos
seguintes foi calculado os recebimentos anuais, divididos em investimentos à vista e à prazo,
o que totalizou em R$ 256.500,00, posteriormente foi calculado as despesas mensais,
incluindo nestas os custos dos serviços prestados, os quais representam o valor de R$
14.650,94 mensais, multiplicado por 12 meses resultou em R$ 175.811,27, também as
despesas operacionais, sendo considerado o valor mensal de R$ 2.222,59, incluindo neste
valor as despesas referentes a manutenção mensal dos equipamentos adquiridos que foi de R$
252,59 a qual somou-se ao valor das demais despesas mensais de R$ 1.970,00, por este
94

motivo utilizou-se o valor de R$ 2.222,59 que multiplicado por 12 meses resultou em R$


26.671,08 e por fim os tributos mensais pagos que foi calculado no valor de R$ 1.754,88,
multiplicado por 12 meses resultou em R$ 21.058,65.
Assim, tendo todos estes valores, subtraíram-se os recebimentos anuais dos
pagamentos e despesas anuais e chegou-se ao caixa líquido das atividades operacionais anual
que foi de R$ 32.959,00, o que gera um valor mensal líquido de R$ 2.746,58. Por fim foi
calculado o saldo final do caixa o qual foi aumentando gradativamente a cada ano, conforme
foi se pagando o investimento inicial previsto. O saldo de caixa líquido demonstra a
capacidade de remuneração do capital investido e de possíveis reinvestimentos.

Quadro 18 – Fluxo de Caixa


Detalhamento Ano 00 Ano 01 Ano 02 Ano 03 Ano 04 Ano 05 total

Saldo inicial
(94.779,69) (94.779,69) (61.820,69) (28.861,69) 4.097,31 37.056,30 (94.779,69)
Investimento inicial
(94.779,69) (94.779,69)
1. Fluxos caixa atividades
oper.
Recebimentos -
256.500,00 256.500,00 256.500,00 256.500,00 256.500,00 1.282.500,00
Venda a vista
76.950,00 76.950,00 76.950,00 76.950,00 76.950,00 384.750,00
Venda a prazo
179.550,00 179.550,00 179.550,00 179.550,00 179.550,00 897.750,00
Pagamentos/Despesas -
223.541,00 223.541,00 223.541,00 223.541,00 223.541,00 1.117.705,01
Custo Serviços Prestados
(CSP) 175.811,27 175.811,27 175.811,27 175.811,27 175.811,27 879.056,36
Custos /despesas
-
Operacionais 26.671,08 26.671,08 26.671,08 26.671,08 26.671,08 133.355,40
Tributos pagos
21.058,65 21.058,65 21.058,65 21.058,65 21.058,65 105.293,25
Caixa líquido das atividades
operacionais (94.779,69) 32.959,00 32.959,00 32.959,00 32.959,00 32.959,00 164.794,99
Saldo final de Caixa 4.097,31 37.056,30 70.015,30
(94.779,69) (61.820,69) (28.861,69) 70.015,30
Fonte: autora (2017)

Quanto ao saldo final de caixa verificou-se que para o ano 1 houve um resultado de R$
61.820,69 negativo, para o ano 2 um resultado de R$ 28.861,69 também negativo e no ano 3 o
saldo final começou a gerar lucro sendo que foi de R$ 4.097,31, no ano 4 foi de R$ 37.056,30
e no ano 5 resultou em R$ 70.015,30. Observa-se que no ano 4 o resultado mensal de caixa
ficaria em R$ 3.088,02 e no ano 5 ficaria em R$ 5.834,61.
95

4.2.6 Indicadores Financeiros

Desta forma é possível calcular o período de retorno do investimento, o qual pelo


fluxo de caixa pode-se concluir que a partir do terceiro ano o valor do investimento foi
recuperado. Considerando-se o payback simples o tempo de recuperação do investimento foi
de 2 anos, 10,51 meses e 15,25 dias, porém no payback descontado o tempo de recuperação
foi de 4 anos, 8,57 meses e 17,05 dias, conforme pode ser demonstrado a seguir.

Quadro 19 – Payback e VPL


Tempo FC Saldo VPL Saldo
0 (94.779,69) (94.779,69) (94.779,69) (94.779,69)
1 32.959,00 (61.820,69) 27.465,83 (67.313,86)
2 32.959,00 (28.861,69) 22.888,19 (44.425,66)
3 32.959,00 4.097,31 19.073,49 (25.352,17)
4 32.959,00 37.056,30 15.894,58 (9.457,59)
5 32.959,00 70.015,30 13.245,48 3.787,89
PBS 2,88 – a anos;10 meses; 16 dias PBD 4,71 – 4 anos; 8 meses; 18 dias TIR 21,80%
Fonte: autora (2017)

Nota-se que o VPL foi calculado usando a TMA de 20% a.a, indicando que o
empreendimento é viável a partir da perspectiva do VPL, visto que o mesmo é positivo,
indicando um retorno ao investimento proposto. Após realizar estes cálculos, foi possível
realizar o cálculo da Taxa Interna de Retorno (TIR) e do Valor presente líquido (VPL), sendo
encontrada a taxa de 21,80% de TIR e o valor de R$ 3.787,89 de VPL. Para a TIR é
considerado o valor do caixa operacional líquido de todos os anos e para o VPL é considerado
o saldo anual líquido de caixa, descontando-se o saldo final do ano anterior.
A taxa interna de retorno anual demonstra o percentual que a empresa obterá se
investir no projeto e receber as entradas de caixa previstas, ou seja, mostra a rentabilidade
efetiva. O valor presente líquido considera o valor do dinheiro no tempo, representando a
riqueza do investimento, como este valor foi maior do que zero, o investimento deve ser
aceito, revelando ser economicamente interessante.
A taxa mínima de atratividade foi definida em 20% a.a, sendo considerado um retorno
de 10% e 3% de risco do negócio, acrescentado de 7% de inflação média. Assim o valor das
receitas e despesas anuais não foram atualizados em virtude deste percentual de inflação
considerado na Taxa Mínima de Atratividade - TMA. Essa taxa é utilizada para atualizar o
96

fluxo de caixa, sendo que o método VPL exige a definição desta taxa para descontar os fluxos
de caixa.
A TMA é definida também como taxa de retorno exigida, sendo portanto um
parâmetro de avaliação de projetos, ou seja, é como uma meta mínima a ser atingida.
Considera os valores atuais da TJLP - taxa de juros de longo prazo que é de 7% e da
remuneração da FINEP de financiamento concedido, denominada de SPREAD.
A TJLP conforme consulta ao site do BNDES é definida de acordo com a meta de
inflação para os doze meses seguintes ao primeiro mês de vigência da taxa, que por sua vez é
definida pelas metas anuais fixadas pelo Conselho Monetário Nacional, e também de acordo
com o prêmio de risco. Assim a TJLP é fixada pelo Conselho Monetário Nacional e possui
vigência trimestral. Já o SPREAD é a remuneração da FINEP pelo financiamento obtido,
compondo os juros junto com a parte não capitalizada da TJLP, assim o SPREAD ocorre
quando o banco empresta um valor a uma pessoa física ou jurídica e cobra uma taxa pelo
empréstimo, a qual será superior a taxa de captação. Como o VLP deu um resultado positivo,
pode-se concluir que o projeto em questão é viável, pois se tem um retorno superior à taxa
mínima de atratividade requerida, sendo que a TIR foi superior a TMA, tornando o
investimento atrativo.
O valor presente líquido demonstra a diferença entre o valor presente das entradas de
caixa e o valor presente das saídas de caixa. Desta forma, desconta-se os fluxos financeiros
pela taxa de atratividade definida para o projeto, verificando-se o retorno econômico. Para o
caso deste empreendimento, será possível ter retorno econômico do investimento realizado.

4.2.7 Demonstrativo do Resultado do Exercício

Na última parte do trabalho foi elaborado o Demonstrativo do Resultado do Exercício-


DRE, o qual foi incluído todos os custos e despesas do Fluxo de Caixa, tendo uma diferença
que neste é necessário considerar a depreciação anual que foi calculada em R$ 10.010,04,
conforme demonstrado no quadro a seguir. Desta forma a DRE resultou nos seguintes valores:
97

Quadro 20 – Demonstrativo do Resultado do Exercício


Fonte: autora (2017)
Ano 01 Ano 02 Ano 03 Ano 04 Ano 05 TOTAL
Nº - ESPECIFICAÇÃO %
DAS CONTAS R$ R$ R$ R$ R$ R$
01Receita Operacional
256.500,00 256.500,10 256.500,00 256.500,00 256.500,00 1.282.500,10
Bruta 108,94
01.1. Vendas à vista 76.950,00 76.950,10 76.950,00 76.950,00 76.950,00 384.750,10 32,68
01.2. Vendas à prazo 179.550,00 179.550,00 179.550,00 179.550,00 179.550,00 897.750,00 76,26
02(-) Deduções da Receita
-21.058,65 -21.058,65 -21.058,65 -21.058,65 -21.058,65 -105.293,25
Bruta -8,94
02.1.(-) Impostos -21.058,65 -21.058,65 -21.058,65 -21.058,65 -21.058,65 -105.293,25 -8,94
I(=) RECEITA
235.441,35 235.441,45 235.441,35 235.441,35 235.441,35 1.177.206,85
OPERACIONAL LÍQUIDA 100,00
04(-) Custo dos serviços 175.811,27 175.811,27 175.811,27 175.811,27 175.811,27 879.056,36 74,67
II(=) LUCRO
59.630,08 59.630,18 59.630,08 59.630,08 59.630,08 298.150,49
OPERACIONAL BRUTO 25,33
Despesas Operacionais Não
-36.681,82 -36.681,82 -36.681,82 -36.681,82 -36.681,82 -183.409,11
Financeiras -15,58
05(-) Despesas
-36.681,82 -36.681,82 -36.681,82 -36.681,82 -36.681,82 -183.409,11
Administrativas em geral -15,58
05.1.(-) Despesas com
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Pessoal 0,00
05.2.(-) Demais desp.
26.671,08 26.671,08 26.671,08 26.671,08 26.671,08 133.355,40
Operacionais 11,33
05.3.(-) Depreciações e
10.010,74 10.010,74 10.010,74 10.010,74 10.010,74 50.053,71
Amortizações 4,25
III (=) LUCRO OPERAC
22.948,26 22.948,36 22.948,26 22.948,26 22.948,26
PRÓPR 114.741,38 9,75
06(-) Despesas Financeiras 0 0 0 0 0 0,00 0,00
07 Receitas Financeiras 0 0 0 0 0 0,00 0,00
IV(=) LUCRO OPER LÍQ 22.948,26 22.948,36 22.948,26 22.948,26 22.948,26
114.741,38 9,75
V (=) RESULTADO
ANTES DO IR 22.948,26 22.948,36 22.948,26 22.948,26 22.948,26 114.741,38 9,75
VI(=) IR e CS 24% 0,00 0,00
VII(=) LUCRO (PREJ)
LÍQ. DO EXERC 22.948,26 22.948,36 22.948,26 22.948,26 22.948,26 114.741,38 9,75

Verifica-se que o lucro operacional líquido anual resultou em R$ 22.948,26,


representando 9,75% da Receita Operacional Líquida. Na última coluna pode-se visualizar o
percentual de todos os valores totais em relação a Receita Operacional Líquida. Desta forma,
pode-se afirmar que a Receita Operacional Líquida foi superior ao Custo dos Serviços e as
Despesas Operacionais.
Assim pode-se concluir que o negócio é viável, gerando lucro em todos os anos de
atividade, porém tendo em vista o investimento inicial realizado que foi de R$ 94.779,69, o
tempo médio de retorno do investimento é de 4 anos, 3 meses e 7 dias (4,13), conforme
demonstrado a seguir.
98

Quadro 21 – Demonstrativo do Resultado do Exercício


RENTABILIDADE= Lucro Líquido/ Investimento*100 24,21% a.a
TEMPO MÉDIO DE RETORNO= Investimento /Lucro Líquido 4,13
LUCRATIVIDADE= Lucro Líquido/ Receita líquida Total*100 9,75% a.a
Fonte: autora (2017)

Quanto aos índices de rentabilidade e lucratividade, verifica-se que a rentabilidade do


negócio é de 24,21% e a lucratividade é de 9,75%. Através da análise destes valores é
possível inferir que sempre quando se pensa em abrir um negócio novo é imprescindível
realizar a análise de viabilidade econômico financeira do empreendimento, para que o gestor
tome decisões de forma assertiva, de modo que se tenha uma percepção dos custos e despesas
operacionais do negócio, o lucro líquido gerado pela atividade, bem como o tempo médio de
retorno do investimento, para que se esteja preparado financeiramente para trabalhar durante
este tempo visando o pagamento do investimento inicial realizado. Então é necessário ter
recursos próprios até que o negócio comece a gerar lucro, após o pagamento das aquisições
iniciais.
Outro fator importante é o cálculo do capital de giro necessário para o início das
atividades que deve ser considerado no investimento inicial. Primeiro é preciso ter todos os
valores das máquinas e equipamentos que serão utilizados, dos móveis e utensílios, dos
estoques de produtos e instalações necessárias, para então somar o capital de giro nos
investimentos, considerando-se que se deve somar o estoque inicial e as despesas operacionais
mensais. Esta análise específica é importante no sentido de que define o valor necessário para
o início do negócio e irá definir a decisão de abrir ou não o novo empreendimento, ou ainda
quais aquisições serão feitas inicialmente, logo esta será a primeira decisão do empreendedor
ou investidor.
Posteriormente, o empreendedor irá analisar os demais números, como custos
variáveis e fixos, custos diretos e indiretos, despesas operacionais, para como base nisso então
definir a estimativa de vendas de acordo com o quadro de pessoal disponível e estimativa de
quantidades de produtos fabricados ou serviços possíveis de realização, conforme o número
de horas trabalhadas do colaborador e a capacidade de produção conforme demanda de horas
de cada serviço realizado ou produto fabricado. Através deste cálculo é possível se chegar a
estimativa de quantidades de produto ou serviços que será possível realizar, bem como o valor
da receita mensal, o que auxilia na tomada de decisões referente a custos com pessoal,
demanda necessária de colaboradores para que se tenha a produção e a receita desejada,
quando se possui recursos suficientes para isso. Porém quando os recursos são limitados, não
resta alternativa senão trabalhar com os recursos disponíveis no momento até que após o
99

pagamento do investimento inicial o negócio comece a gerar lucro. Então, cabe ao


empreendedor ou investidor a decisão do investimento e as aquisições para o mesmo, frente
aos dados que se tem de payback e dos índices de rentabilidade e lucratividade do negócio.
Outras análises também influenciam nas decisões do gestor, como os cálculos de
custos com pessoal, os quais possibilitam a percepção real do custo da mão-de-obra, tendo em
vista que é necessário considerar os encargos sociais do salário base. Isso auxiliará na decisão
de contratação do pessoal, no sentido de analisar a demanda de mão-de-obra frente aos custos
desta e os recursos disponíveis.
O levantamento das despesas operacionais para além dos outros custos também é
importante para ter visibilidade dos gastos mensais fixos, no sentido de que será necessário ter
uma receita que faça frente às despesas operacionais e custos incorridos. Através do
levantamento do custo direto, é possível identificar a demanda de matéria-prima de cada
serviço ou produto fabricado, bem como os custos de matéria-prima e mão-de-obra, os quais
irão influenciar no custo total de cada serviço ou produto. Desta forma, possibilita o
conhecimento dos preços de venda praticado, se estão de acordo com os preços de venda
calculados, os quais se utiliza o custo direto com mão-de-obra e matéria prima e o custo
indireto fixo dos produtos ou serviços, para que através destes cálculos formar o preço de
venda.
Com o cálculo do mark up, que é o índice aplicado sobre o custo do produto para a
formação do preço de venda, pode-se realizar um comparativo entre o preço de venda
praticado e o preço de venda calculado, se aquele não está inferior a este. Para definir os
preços dos produtos é necessário considerar seus custos e aplicar um percentual de lucro
líquido desejado. Então é fundamental estes cálculos para a tomada de decisões quanto a
preços dos produtos ou serviços da atividade.
Por fim, com a elaboração do fluxo de caixa é possível visualizar os resultados finais
do negócio, através da análise dos valores de caixa líquido referente às atividades
operacionais, bem como o saldo final de caixa, os quais se considera o investimento inicial,
que é descontado anualmente do resultado gerado em caixa líquido. Após estes resultados, é
possível mensurar a taxa interna de retorno do investimento e o valor presente líquido, bem
como o payback, o que por sua vez demonstrará a viabilidade do negócio, influenciando na
decisão acerca de investir ou não no negócio.
A última análise vem a ser a Demonstração de Resultado do Exercício- DRE, a qual se
considera a depreciação das máquinas e equipamentos, bem como dos móveis e utensílios,
resultando num lucro operacional líquido menor do que o do fluxo de caixa, em virtude da
100

depreciação descontada do lucro operacional bruto. Após a elaboração da DRE é possível


mensurar os índices de: rentabilidade, tempo médio de retorno e lucratividade, os quais são
também fundamentais para análise do investidor ou empreendedor, se existe vantagem em
investir no negócio, analisando se o mesmo é viável ou não.
A partir destas inferências pode-se afirmar que a análise de viabilidade econômica e
financeira é fundamental para a decisão de realizar o investimento, sendo que todos os
cálculos realizados tanto de receitas quanto de despesas tornam possíveis de decidir a
configuração do negócio pretendido, de modo a definir questões relacionadas a: gastos
iniciais, quadro de pessoal necessário, quantidade de produção calculada e quantidade de
produção pretendida, bem como os preços de venda; também possibilita conhecer os reais
custos do negócio, a margem de lucro do segmento que se pretende e também os riscos que
deverão ser enfrentados, diante do desembolso inicial e do retorno do investimento. Trata-se
de um instrumento que será utilizado ainda dentro dos cinco anos mencionados nos cálculos,
tendo em vista que através deste se chega ao lucro líquido do exercício, sendo que os dados
devem ser todos alimentados durante o ano e tendo em vista que os valores constantes na
mesma podem sofrer alterações e para tanto precisam ser atualizados constantemente.
101

5 CONCLUSÃO

A realização deste projeto permitiu realizar a retomada de alguns conceitos estudados


em sala de aula, bem como verificar a percepção de alguns autores em relação as abordagens
propostas. Para, além disto, possibilitou ampliar os conhecimentos teóricos, a luz da visão de
diferentes autores e perceber a importância que a busca de conhecimentos traz ao cotidiano.
Os conceitos teóricos são a base para o fazer na prática, pois é agregando
conhecimentos e aprendizagens que se pode aperfeiçoar os processos na prática
organizacional. Este estudo foi fundamental para ter a visão da importância que se constitui
elaborar um planejamento e um plano de negócios quando se tem a intenção de realizar um
novo empreendimento, independente do nicho que se quer explorar.
A elaboração de um Plano de Negócios e a Análise da Viabilidade Econômica e
Financeira organiza o investimento a ser realizado na prática, tendo foco nas oportunidades e
reduzindo as ameaças do macro ambiente, buscando-se sempre utilizar os pontos fortes que a
organização venha a ter e aproveitando os mercados que estão em expansão. Porém sem o
conhecimento aprendido nas referências bibliográficas e no meio acadêmico, toda a prática se
torna deficitária.
Ao longo do capítulo 4 do estudo buscou-se atender os objetivos específicos e gerais,
visando responder a questão de pesquisa investigada, nesse sentido os resultados indicam que
a análise de viabilidade econômica e financeira da implantação de um Centro de Estética pode
auxiliar o gestor no processo de tomada de decisão, proporcionando informações mais seguras
a tomada de decisão, no que se refere a decisão de investir no empreendimento.
Nota-se que o sucesso de um negócio está relacionado com a capacidade de
administrá-lo financeiramente, em virtude do contexto econômico atual que é de recessão,
sendo que em um cenário de incertezas, o acompanhamento sistemático das finanças de uma
atividade é o que permite a tomada de decisões acertadas, logo a análise de viabilidade de
empreendimentos, pode auxiliar os gestores quanto a decisão de investir, ficando claro que o
estudo em questão pode auxiliar nessa questão.
Destaca-se no estudo a importância da contabilidade gerencial, visto que esta é
caracterizada como um enfoque que se utiliza técnicas e procedimentos contábeis da área
financeira, custos e de balanços, num detalhamento mais analítico e diferenciado, com a
finalidade de contribuir para a tomada de decisões dos gerentes. É fundamental ter o
conhecimento de como tratar, refinar, e apresentar de maneira clara, resumida e operacional
102

os dados presentes nos registros da contabilidade financeira, de custos e receitas, interligando


com conhecimentos de outras áreas, para servir de base ao processo decisório.
103

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