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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO


RIO GRANDE DO SUL
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,
ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

LEONARDO RODRIGUES BELLINAZO

ANÁLISE COMPARATIVA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


BÁSICAS DA EMPRESA LOJAS AMERICANAS S.A.

IJUÍ (RS)
2015
2

LEONARDO RODRIGUES BELLINAZO

ANÁLISE COMPARATIVA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


BÁSICAS DA EMPRESA LOJAS AMERICANAS S.A.

Trabalho de conclusão de curso apresentado no curso de


Ciências Contábeis da Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, como
requisito para a obtenção do título de Bacharel em
Ciências Contábeis.

Prof. Orientador: IRANI PAULO BASSO

Ijuí (RS), 2015


3

RESUMO

O presente estudo tem como foco principal a análise das demonstrações contábeis da
empresa Lojas Americanas S.A., empresa de capital aberto, grande rede de varejo situada nas
principais cidades brasileiras. Esse tema desenvolvido visa demonstrar a real situação
patrimonial, econômica e financeira da empresa objeto de estudo nos anos de 2010 a 2014,
destacando a importância desta ferramenta no processo decisório das organizações. Os
objetivos deste estudo consistem em analisar a posição, evolução e tendências patrimonial,
financeira e econômica da empresa objeto de estudo; para isso, foi necessário revisar a
literatura referente ao tema, levantar os demonstrativos contábeis básicos da empresa, aplicar
as principais técnicas de análise de demonstrações contábeis, apurando os indicadores
financeiros e econômicos, analisar e interpretar os indicadores, e ainda relatar conclusões de
ordem econômica, financeira e patrimonial na perspectiva de melhorar as condições dos
gestores nos processos de tomada de decisões. A pesquisa classifica-se, quanto a sua natureza,
como aplicada, já quanto aos objetivos, classifica-se como descritiva, sendo sua forma de
abordagem qualitativa e quanto aos procedimentos técnicos como pesquisa bibliográfica,
pesquisa documental e estudo de caso. No trabalho prático, após a atualização dos valores das
demonstrações contábeis básicas para o último ano da série em estudo, foram realizadas as
análises em valores absolutos e relativos, análise do balanço de fundos, análise de liquidez,
endividamento, lucratividade, rentabilidade, indicadores de atividade, e de solvência,
evidenciando a situação econômica, financeira e patrimonial da empresa, além de demonstrar
a importância que os indicadores fornecidos pela técnica contábil da análise de balanços
proporcionam para o investidor e para os gestores da empresa.

Palavras-chave: Análise. Indicadores. Demonstrações contábeis. Decisões. Gestores.


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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Cálculo do fator de atualização pelos índices médios do IGPM..........................45


Quadro 2 - Balanço patrimonial em valores atualizados........................................................46
Quadro 3 - Comparativo do balanço patrimonial em valores atualizados..............................47
Quadro 4 - Demonstração do resultado do exercício em valores atualizados........................50
Quadro 5 - Comparativo da demonstração do resultado do exercício em valores atualizados
– reais mil.............................................................................................................51
Quadro 6 - Análise vertical do balanço patrimonial em valores relativos..............................53
Quadro 7 - Comparativo da análise vertical do balanço patrimonial em valores relativos....54
Quadro 8 - Análise vertical da demonstração do resultado do exercício em valores
relativos............................................................................................................... 56
Quadro 9 - Comparativo da análise vertical da demonstração do resultado do exercício em
valores relativos....................................................................................................57
Quadro 10 - Análise horizontal do balanço patrimonial em valores relativos.........................59
Quadro 11 - Comparativo da análise horizontal do balanço patrimonial em valores relativos
2010 – 2014..........................................................................................................60
Quadro 12 - Análise horizontal da demonstração do resultado do exercício em valores
relativos................................................................................................................63
Quadro 13 - Comparativo da análise horizontal da demonstração do resultado do exercício em
valores relativos....................................................................................................63
Quadro 14 - Apuração do capital circulante líquido da empresa Lojas Americanas S.A. em
reais mil................................................................................................................66
Quadro 15 - Apuração da variação do capital circulante líquido da empresa Lojas Americanas
S.A. em reais mil..................................................................................................66
Quadro 16 - Demonstração das variações dos grupos de contas do não circulante da empresa
Lojas Americanas S.A. em reais mil....................................................................67
Quadro 17 - Resumo do balanço de fundos da empresa Lojas Americanas S.A. do ano 2, em
reais mil................................................................................................................67
Quadro 18 - Resumo do balanço de fundos da empresa Lojas Americanas S.A. do ano 3, em
reais mil................................................................................................................69
Quadro 19 - Resumo do balanço de fundos da empresa Lojas Americanas S.A. do ano 4, em
reais mil................................................................................................................70
5

Quadro 20 - Resumo do balanço de fundos da empresa Lojas Americanas S.A. do ano 5, em


reais mil................................................................................................................71
Quadro 21 - Cálculo do capital circulante líquido em valores atualizados - reais mil.............73
Quadro 22 - Cálculo do coeficiente de liquidez circulante em valores atualizados – reais
mil.........................................................................................................................74
Quadro 23 - Cálculo do coeficiente de liquidez seca em valores atualizados – reais mil........75
Quadro 24 - Cálculo do coeficiente de liquidez geral em valores atualizados – reais mil.......77
Quadro 25 - Cálculo do coeficiente de liquidez imediata em valores atualizados – reais mil.78
Quadro 26 - Cálculo do coeficiente de dívidas circulantes em valores atualizados – reais
mil.........................................................................................................................79
Quadro 27 - Cálculo do coeficiente de dívidas totais em valores atualizados – reais mil........80
Quadro 28 - Cálculo do coeficiente de dívidas de longo prazo em valores atualizados – reais
mil.........................................................................................................................81
Quadro 29 - Cálculo do coeficiente de segurança máxima em valores atualizados – reais
mil........................................................................................................................82
Quadro 30 - Cálculo da margem de lucro operacional bruto...................................................83
Quadro 31 - Cálculo da margem de lucro operacional líquido................................................84
Quadro 32 - Cálculo da margem de lucro líquido do exercício...............................................85
Quadro 33 - Cálculo da rentabilidade do capital social............................................................87
Quadro 34 - Cálculo da rentabilidade do patrimônio líquido...................................................88
Quadro 35 - Cálculo da remuneração do ativo total.................................................................89
Quadro 36 - Cálculo da taxa de retorno do investimento operacional.....................................90
Quadro 37 - Cálculo do tempo médio para retorno do investimento operacional....................91
Quadro 38 - Cálculo do grau de imobilização do patrimônio líquido......................................92
Quadro 39 - Cálculo do exame de rotação dos estoques..........................................................93
Quadro 40 - Cálculo do exame do prazo médio de cobrança de duplicatas.............................94
Quadro 41 - Cálculo do exame do prazo médio de pagamento de duplicatas ........................96
Quadro 42 - Cálculo do exame do prazo relativo das duplicatas ............................................97
Quadro 43 - Cálculo do coeficiente de overtrading.................................................................98
Quadro 44 - Cálculo do índice de solvência/insolvência de Kanitz.........................................99
6

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Composição do ativo............................................................................................48


Gráfico 2 - Demonstração das fases do resultado...................................................................51
Gráfico 3 - Representação percentual dos grupos do ativo ...................................................55
Gráfico 4 - Representação percentual das fontes de recursos.................................................55
Gráfico 5 - Representação percentual das fases do resultado.................................................57
Gráfico 6 - Evolução dos ativos em números índices.............................................................61
Gráfico 7 - Evolução das fontes de recurso em números índices...........................................62
Gráfico 8 - Evolução das fases do resultado em números índices..........................................64
Gráfico 9 - Balanço de fundos – composição percentual das fontes ano 1/2.........................68
Gráfico 10 - Balanço de fundos – composição percentual das aplicações ano 1/2..................68
Gráfico 11- Balanço de fundos – composição percentual das fontes ano 2/3.........................69
Gráfico 12 - Balanço de fundos – composição percentual das aplicações ano 2/3..................69
Gráfico 13 - Balanço de fundos – composição percentual das fontes ano 3/4.........................70
Gráfico 14 - Balanço de fundos – composição percentual das aplicações ano 3/4..................71
Gráfico 15 - Balanço de fundos – composição percentual das fontes ano 4/5.........................72
Gráfico 16 - Balanço de fundos – composição percentual das aplicações ano 4/5..................72
Gráfico 17 - Evolução do capital circulante líquido.................................................................74
Gráfico 18 - Evolução dos coeficientes de liquidez circulante.................................................75
Gráfico 19 - Evolução dos coeficientes de liquidez circulante.................................................76
Gráfico 20 - Evolução dos coeficientes de liquidez geral........................................................77
Gráfico 21 - Evolução dos coeficientes de liquidez imediata...................................................78
Gráfico 22 - Evolução dos coeficientes de dívidas circulantes................................................79
Gráfico 23 - Evolução dos coeficientes de dívidas totais.........................................................80
Gráfico 24 - Evolução dos coeficientes de dívidas de longo prazo..........................................81
Gráfico 25 - Evolução dos coeficientes de segurança máxima................................................82
Gráfico 26 - Evolução da taxa de margem de lucro bruto........................................................84
Gráfico 27 - Evolução da taxa de margem de lucro operacional líquido.................................85
Gráfico 28 - Evolução da taxa de margem de lucro líquido do exercício................................86
Gráfico 29 - Evolução da taxa de rentabilidade do capital social.............................................87
Gráfico 30 - Evolução da taxa de remuneração do patrimônio líquido....................................88
Gráfico 31 - Evolução da taxa de remuneração do ativo total..................................................89
Gráfico 32 - Evolução da taxa de retorno do investimento operacional...................................90
7

Gráfico 33 - Tempo em anos para retorno do ativo operacional..............................................91


Gráfico 34 - Grau de imobilização do patrimônio líquido........................................................92
Gráfico 35 - Tempo em dias de giro dos estoques....................................................................94
Gráfico 36 - Tempo em dias para recebimento de clientes.......................................................95
Gráfico 37 - Tempo em dias para pagamento de duplicatas.....................................................96
Gráfico 38 - Prazo relativo de duplicatas..................................................................................97
Gráfico 39 - Coeficiente de overtrading...................................................................................98
Gráfico 40 - Índice de solvência/insolvência de kanitz............................................................99
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CCL Capital circulante líquido


CDC Coeficiente de dívidas circulantes
CDLP Coeficiente de dívidas de longo prazo
CDT Coeficiente de dívidas totais
CFC Conselho Federal de Contabilidade
CLC Coeficiente de liquidez circulante
CLG Coeficiente de liquidez geral
CLI Coeficiente de liquidez imediata
CLS Coeficiente de liquidez seca
CMLB Coeficiente de margem de lucro operacional bruto
CMLLE Coeficiente de margem de lucro líquido do exercício
CMLOL Coeficiente de margem de lucro operacional líquido
COver Coeficiente de overtrading
CPCT Coeficiente de participação de capitais de terceiros
CPDCP Coeficiente de participação de dividas de curto prazo
CRAT Coeficiente de rentabilidade do ativo total
CRCS Coeficiente de rentabilidade do capital social
CRPL Coeficiente de rentabilidade do patrimônio líquido
CSM Coeficiente de segurança máxima
DC Demonstrações contábeis
DRE Demonstração do resultado do exercício
ERE Exame de rotação dos estoques
GIPL Grau de imobilização do patrimônio líquido
NBC Normas Brasileiras de Contabilidade
PL Patrimônio líquido
PMCD Prazo médio de cobrança de duplicatas
PMPD Prazo médio de pagamento de duplicatas
PRD Prazo relativo de duplicatas
TCC Trabalho de conclusão do curso
TRIO Taxa de retorno do investimento operacional
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SUMÁRIO

LISTA DE QUADROS ................................................................................................. 4


LISTA DE GRÁFICOS ................................................................................................ 6
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ................................................................. 8
INTRODUÇÃO........................................................................................................... 11
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO .................................................................. 12
1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA DE ESTUDO....................................................................... 12
1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ............................................................. 12
1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ............................................................................ 12
1.4 OBJETIVOS ................................................................................................................. 13
1.4.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 13
1.4.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 13
1.5 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 15
2.1 CONTABILIDADE ...................................................................................................... 15
2.1.1 Conceituação, objeto e finalidades ............................................................................ 15
2.1.2 Técnicas contábeis básicas ......................................................................................... 16
2.1.3 Princípios de contabilidade ........................................................................................ 17
2.1.4 Relatórios e demonstrações contábeis ....................................................................... 18
2.2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ................................................. 20
2.2.1 Caracterização e finalidades da análise de demonstrações contábeis .................... 20
2.2.2 Obtenção e preparação das demonstrações contábeis para análise de balanços .. 21
2.2.3 Atualização de valores para fins de análise comparativa de balanços .................. 22
2.2.4 Análise de balanço em valores absolutos .................................................................. 22
2.2.5 Análise de balanço em valores relativos ................................................................... 23
2.2.6 Análise do balanço de fundos..................................................................................... 24
2.2.7 Análise de balanços por índices econômicos e financeiros ...................................... 25
3 METODOLOGIA DO ESTUDO .............................................................................. 40
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ............................................................................ 40
3.1.1 Quanto à sua natureza................................................................................................ 40
3.1.2 Quanto à forma de abordagem do problema ........................................................... 41
3.1.3 Quanto aos seus objetivos .......................................................................................... 41
3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos .......................................................................... 42
10

3.2 COLETA DE DADOS ................................................................................................. 42


3.2.1 Instrumentos de coleta de dados ............................................................................... 43
3.3 ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ........................................................ 43
4. ANALISE DOS RESULTADOS ............................................................................... 44
4.1 REESTRUTURAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES PARA ANÁLISE ...................... 44
4.2 ATUALIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES PARA ANÁLISE ............................... 44
4.3 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES EM VALORE ABSOLUTOS
ATUALIZADOS .......................................................................................................... 45
4.4 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM VALORES RELATIVOS.51
4.4.1 Análise vertical ............................................................................................................ 52
4.4.2 Análise horizontal ....................................................................................................... 57
4.5 ANÁLISE DO BALANÇO DE FUNDOS ................................................................... 64
4.6 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES POR ÍNDICES ECONÔMICOS E
FINANCEIROS ............................................................................................................ 72
4.6.1 Análise da liquidez ...................................................................................................... 72
4.6.2 Análise de endividamento .......................................................................................... 78
4.6.3 Análise da lucratividade ............................................................................................. 82
4.6.4 Análise da rentabilidade............................................................................................. 85
4.6.5 Análise de indicadores de atividades......................................................................... 90
4.6.6 Análise de solvência .................................................................................................... 97
4.7 CONCLUSÕES DA ANÁLISE ................................................................................... 99
4.7.1 Situação financeira ..................................................................................................... 99
4.7.2 Situação patrimonial ................................................................................................ 100
4.7.3 Situação econômica ................................................................................................... 101
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 102
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 104
11

INTRODUÇÃO

A Contabilidade, como ciência e como técnica, estuda e controla o patrimônio das


organizações. A técnica de análise de balanços é uma das áreas de atuação de um profissional
da Contabilidade, tendo por base as demonstrações contábeis elaboradas pelas entidades em
geral, o conhecimento contábil, a legislação e normas aplicáveis, com a finalidade de extrair
dados e informações para geração de indicadores que possibilitem dar aos usuários
embasamento de natureza econômica e financeira para a tomada de decisões internas e/ ou
externas.
No capítulo 1, apresenta-se a contextualização do estudo, abrangendo a definição do
tema bem como a caracterização da organização objeto do estudo, o problema a que o
trabalho procurou dar respostas, além dos objetivos a serem alcançados e a apresentação da
justificativa pela qual se deve a realização desta pesquisa.
Na sequencia, capítulo 2, é apresentada, de forma resumida, a fundamentação teórica,
que é o produto da pesquisa sobre a teoria relacionada com os temas contabilidade e análise
de demonstrações contábeis, visando proporcionar embasamento para a realização da parte do
estudo prático do trabalho de conclusão de curso.
No terceiro capítulo é apresentada a metodologia utilizada nas tarefas de elaboração do
projeto e das tarefas relativas à parte prática do TCC, para atender os propósitos deste estudo,
contendo a classificação da pesquisa, o plano de coleta de dados bem como seus instrumentos,
seguido do plano de análise e interpretação dos dados.
O último capítulo apresenta a análise dos resultados obtidos com o estudo aplicado,
onde são evidenciadas várias formas de análise das demonstrações contábeis, indicadores e a
interpretação dos mesmos, extraindo conclusões das análises, na sequência são apresentadas
as conclusões do trabalho e as referências bibliográficas.
12

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Neste primeiro capítulo apresenta-se a contextualização do assunto que será abordado


no trabalho de conclusão de curso constituída da definição da área e do tema em estudo, uma
breve caracterização inicial da organização, seguida da problematização do tema abordado, do
estabelecimento dos objetivos a serem alcançados e da apresentação da justificativa em
realizar a tarefa de conclusão de curso na área escolhida.

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA DE ESTUDO

A Contabilidade, como ciência e como técnica, estuda o patrimônio das organizações,


consubstanciado em diversas áreas da atividade humana. Neste contexto, uma das áreas de
atuação de um profissional da Contabilidade é a área de análise de balanços, tendo por base as
demonstrações contábeis elaboradas pelas entidades em geral, o conhecimento contábil, a
legislação e normas aplicáveis. Sendo assim, o tema do estudo é a análise das demonstrações
contábeis básicas dos últimos cinco anos da “Lojas Americanas S.A.” com a finalidade de
extrair dados e informações para a interpretação da situação patrimonial, econômica e
financeira da entidade.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A Lojas Americanas S.A. é uma das mais tradicionais redes de varejo do país. Com
mais de 80 anos de atividades, a empresa conta com 948 lojas nas principais cidades do país e
com 4 centros de distribuição: em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Minas Gerais, atuando
também no comércio eletrônico, representado pela B2W – Companhia Digital. A rede
comercializa mais de 60 mil itens de 4 mil empresas diferentes, o que faz com que a Lojas
Americanas detenha uma grande participação do comércio brasileiro de brinquedos,
bombonière, lingerie, CD´s e DVD´s, entre outros.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

A contabilidade tem como um dos seus objetivos gerar informações a partir da análise
das demonstrações contábeis da entidade, buscando gerar indicadores que possibilitem dar aos
usuários embasamento de natureza econômica e financeira para a tomada de decisões internas
13

e/ ou externas.
Para Assaf Neto (2002, p.48), “A análise de balanços visa relatar, com base nas
informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as
causas que determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras”.
A técnica contábil da análise de balanços é uma ferramenta fundamental para a
empresa objeto do estudo e também para terceiros interessados, agregando valor às
informações contábeis, possibilitando a visualização das limitações e oportunidades, oferece
maior segurança no momento do investidor realizar sua aplicação, bem como atender outras
necessidades de ordem financeira e econômica para outros usuários como fornecedores,
empregados entre outros.
Matarazzo (2010, p.3), relata que, “as demonstrações financeiras fornecem uma série
de dados sobre a empresa, de acordo com as regras contábeis. A Análise de Balanços
transforma esses dados em informações e será tanto mais eficiente quanto melhores
informações produzir”.
Neste contexto, questiona-se: Como se apresentou a real situação patrimonial,
econômica e financeira da empresa objeto de estudo nos últimos cinco anos?

1.4 OBJETIVOS

Os objetivos apontam o que se quer atingir com a realização do trabalho e se dividem


em geral e específicos.

1.4.1 Objetivo geral

Analisar a posição, evolução e tendências, patrimonial, financeira e econômica da


empresa objeto de estudo, através dos indicadores fornecidos pela técnica contábil da análise
de balanços, tendo por base os cinco últimos exercícios.

1.4.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos buscam delinear as etapas particulares que se deseja atingir


com a realização de cada aspecto básico do trabalho de conclusão de curso por parte do
proponente do projeto. Assim, seguem os seguintes indicativos de propósitos estabelecidos
para o presente projeto de trabalho de conclusão de curso.
14

 Revisar a literatura referente ao tema de estudo, como embasamento teórico-técnico do


proponente para a realização das tarefas prática do TCC.
 Levantar os demonstrativos contábeis básicos da empresa a ser estudada, adequando-
os para a aplicação da técnica contábil de análise de balanços.
 Aplicar as principais técnicas de análise de demonstrações contábeis, apurando os
indicadores financeiros e econômicos da empresa em estudo.
 Analisar e interpretar os indicadores da situação patrimonial, financeira e econômica
da empresa objeto de estudo.

1.5 JUSTIFICATIVA

A análise de balanços é a técnica contábil que visa extrair informações dos


demonstrativos contábeis para auxiliar os usuários internos e externos na compreensão da
situação patrimonial, financeira e econômica, assim como contribuir nas decisões de
investimentos.
Para a empresa, a análise das demonstrações contábeis proporcionará diversos
indicadores que podem ser divulgados para atrair novos investidores.
Com relação ao Curso de Ciências Contábeis da Unijuí, aumenta o acervo de trabalhos
na área de análise de demonstrações contábeis e se constituirá em mais um meio de estudo
disponível para interessados na área de conhecimento estudada, especialmente os alunos do
curso, profissionais e empresários em geral, contribuindo para o desenvolvimento intelectual e
profissional de cada um.
Na condição de acadêmico do Curso de Ciências Contábeis, com a realização do
presente trabalho, busca-se um aprofundamento dos conhecimentos construídos no decorrer
do curso, em especial na área econômica e financeira.
15

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo, são resumidos os principais fundamentos teóricos que sustentam a base
conceitual de sustentação técnica e/ ou científica, a área de conhecimentos em que serão as
atividades práticas e técnicas do trabalho de conclusão de curso sustentadas.

2.1 CONTABILIDADE

Concebida para o registro, controle, estudo dos patrimônios individualizados de


pessoas físicas e em especial de pessoas jurídicas, tem se constituído em importante
instrumento no dia a dia das organizações em seu processo decisório. Nos tópicos que
seguem, serão apresentados os principais aspectos que fundamentam essa importante área do
conhecimento humano.

2.1.1 Conceituação, objeto e finalidades

A contabilidade é a ciência social que tem como objetivo o estudo e o controle do


patrimônio das entidades sob os aspectos qualitativos e quantitativos, fazendo isso por meio
do registro dos demonstrativos contábeis. Segundo Santos; Barros (2013, p.25), “A
Contabilidade ocupa-se do estudo e do controle do patrimônio das entidades (empresas). E faz
isso por meio dos registros contábeis dos fatos e das respectivas demonstrações dos resultados
produzidos como o Balanço Patrimonial”.
Para Bruni (2011, p.2), “a Contabilidade, de forma simples, pode ser conceituada
como a ciência que tem o objetivo de registrar todos os acontecimentos verificados no
patrimônio de uma entidade”.
Na mesma linha de pensamento, Basso (2011, p.26), complementa o conceito de
contabilidade como:

[...] conjunto ordenado de conhecimentos próprios, leis cientificas, princípios e


métodos de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o
patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo
(físico), e que, como conjunto de normas, preceitos, regras e padrões gerais, se
constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar informações de suas variações e
situação, especialmente de natureza econômica e financeira e, complementarmente,
controla, registra e informa situações impactantes de ordem socioambiental
decorrentes de ações praticadas pela entidade no ambiente em que está inserida.
16

No que diz respeito ao objeto de estudo da contabilidade, nos ensina Santos; Barros
(2013, p.25), “na Contabilidade, o objeto é sempre o patrimônio da entidade. O patrimônio é
definido como um conjunto de bens, direitos e obrigações para com terceiros, pertencente á
entidade”.
Basso (2011, p.27), diz que o objeto de estudo da contabilidade “[...] é o patrimônio,
geralmente constituído por um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencente a uma
determinada entidade”.
Por sua vez, a contabilidade tem como finalidade, segundo Basso (2011, p.28), “[...]
gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase
para o controle e o planejamento – processo decisório”.
Então, a contabilidade é considerada uma ciência social, possuindo como objeto de
estudo o patrimônio sob os aspectos qualitativos e quantitativos com a finalidade de gerar
informações econômicas para auxiliar no processo decisório das organizações.

2.1.2 Técnicas contábeis básicas

A Contabilidade se utiliza de quatro grandes técnicas contábeis para tornar-se útil e


compreensível a seus mais diversos usuários, conforme Basso; Filipin; Enderli (2015), assim
fundamenta as técnicas contábeis básicas:
- Técnica da Escrituração: Registro cumulativo dos fatos contábeis nos livros de escrituração
contábil permanentes (Diário e Razão) e auxiliares (Inventário, Caixa, Entradas e Saídas de
Mercadorias e outros).
- Técnica das Demonstrações Contábeis: São relatos econômicos e financeiros, que tiveram
origem na escrituração contábil, conhecidos como Balancete de Verificação, Balanço
Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido e Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, bem como de
outros demonstrativos que estão surgindo e já são usados por empresas de grande porte e
entidades sujeitas á obrigação legal específica, como é o caso do Balanço Social, da
Demonstração do Valor Adicionado e Demonstração dos Fluxos de Caixa.
- Técnica da Auditoria: É o exame dos procedimentos administrativos, operacionais e das
práticas contábeis, envolvendo a escrituração e as demonstrações contábeis, para certificar sua
lisura, legalidade, correção e fidedignidade.
- Técnica da Análise de Balanços: Extração de dados e informações para interpretação,
estudos e projeções da situação patrimonial, econômica e financeira da entidade.
17

2.1.3 Princípios de contabilidade

A Resolução CFC nº 750/93, alterada pela Resolução CFC nº 1.282/10, define os seis
princípios de contabilidade:
O Princípio da Entidade caracteriza o Patrimônio como, “[...] afirma a autonomia
patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos
patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de
pessoas [...]”. Sendo assim, “[...] o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios
ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição”. (Res. CFC nº 750/93).
A soma do patrimônio da pessoa física com o patrimônio da pessoa jurídica não
resultará em uma nova entidade, pois são patrimônios distintos.
O Princípio da Continuidade, “[...] pressupõe que a Entidade continuará em operação
no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam
em conta esta circunstância”. (Res. CFC nº 1.282/10). Este princípio afirma que o
patrimônio, depende das condições em que provavelmente se desenvolverão as operações da
entidade, sendo assim, a entidade deve concretizar seus objetivos continuamente.
O Princípio da Oportunidade, “[...] refere-se ao processo de mensuração e
apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e
tempestivas”. (Res. CFC nº 750/93). Este princípio exige completa apreensão, registro e
relato das variações ocorridas pelo patrimônio da entidade.
O Princípio do Registro pelo Valor Original, “[...] determina que os componentes do
patrimônio devam ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações,
expressos em moeda nacional”. (Res. CFC nº 750/93).
O Princípio da Competência determina que, “[...] os efeitos das transações e outros
eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do
recebimento ou pagamento”. (Res. CFC nº 750/93). Sendo assim, este princípio não está
relacionado com o recebimento ou pagamento, mas com o reconhecimento das receitas
geradas e despesas incorridas no período.
O Princípio da Prudência determina, “[...] a adoção do menor valor para os
componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem
alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o
patrimônio líquido”. (Res. CFC nº 750/93).
Com os seis princípios definidos, existe base para a correta interpretação das Normas
Brasileiras de Contabilidade, que tiveram novas siglas estabelecidas pela Resolução CFC
18

1.328/11, sendo elas:


Normas Profissionais:
NBC PG – norma geral;
NBC PA – do Auditor Independente;
NBC PI – do Auditor Interno;
NBC PP – do Perito.
As normas profissionais estabelecem qual a conduta desejável para um profissional da
contabilidade.

2.1.4 Relatórios e demonstrações contábeis

As demonstrações contábeis compreendem o conjunto de informações que devem ser


elaboradas pelas organizações em determinada data. Segundo Basso (2011, p.293), “[...] o
legislador entendeu oportuno estabelecer como obrigatoriedade mínima, a elaboração de cinco
demonstrativos que evidenciem, de forma sintética, as informações econômicas e financeiras
das entidades em geral, especialmente das sociedades comerciais”. Desta forma, geralmente
ao fim de cada exercício social a entidade elabora as demonstrações contábeis, acompanhadas
das notas explicativas, que relatam a movimentação do patrimônio e das atividades da
empresa.
Estes cinco demonstrativos obrigatórios são divididos em básicos e complementares,
sendo classificados como básico o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do
exercício, e são classificados como complementares a demonstração dos fluxos de caixa, a
demonstração das mutações do patrimônio líquido e a demonstração do valor adicionado.
O balanço patrimonial, “[...] pode ser entendido como uma representação quantitativa
e sintética dos elementos que compõem o patrimônio de uma entidade numa determinada
data, revelando a posição financeira e patrimonial estática, isto é, na data do seu
levantamento” (BASSO, 2011, p.294).
Complementando a ideia sobre balanço patrimonial, Basso; Filipin; Enderli (2015,
p.26), escrevem que:

Nele são expressas de forma resumida as contas sintéticas que sintetizam as


informações que evidenciam a posição financeira dos grandes grupos de contas que
expressam em valores, a situação dos bens, direito e obrigações do patrimônio, bem
como do capital próprio da entidade, numa determinada data.
19

Assim, o balanço patrimonial, em sua estrutura, é formado por duas colunas, onde do
lado esquerdo são mostrados os bens e direitos e no lado direito as obrigações e o grupo do
patrimônio líquido. Em ambos os lados, os itens são demonstrados por ordem de liquidez, e
devem ter o total igual nas duas colunas.
Em relação à demonstração do resultado do exercício, Basso; Filipin; Enderli (2015,
p.31), nos ensinam que:

A Demonstração do Resultado do Exercício tem a finalidade de evidenciar, de forma


resumida, a formação do resultado, destacando dedutivamente as diversas fases do
resultado pela exposição sintética das receitas, custos e despesas ocorridas no
período, segundo o princípio da competência.

Para Assaf Neto (2002, p.75), “A demonstração de resultados do exercício visa


fornecer, de maneira esquematizada, os resultados (lucro ou prejuízo) auferidos pela empresa
em determinado exercício social, os quais são transferidos para contas do patrimônio líquido”.
Desta forma, a demonstração do resultado do exercício demonstra as faze da geração
do lucro ou prejuízo da entidade, se constituindo de uma das principais demonstrações
elaboradas pela contabilidade, uma vez que evidência a formação do resultado da entidade.
A demonstração dos fluxos de caixa, “[...] evidencia as modificações ocorridas no
saldo de disponibilidades (caixa e equivalentes de caixa) da companhia em determinado
período, por meio de fluxos de recebimentos e pagamentos” (MARION, 2010, p.54).
Na visão de Basso; Filipin; Enderli (2015, p.34), a demonstração dos fluxos de caixa:

Demonstra, de forma resumida, as principais origens e aplicações dos recursos que


transitaram pelo Caixa e equivalentes de Caixa da entidade no período a que se
referem as correspondentes demonstrações contábeis básicas, divididas em: 1) das
Operações; 2) dos Financiamentos e 3) dos Investimentos.

Portanto, a demonstração dos fluxos de caixa consiste em um importante instrumento


gerencial, pois evidencia, entre outros aspectos, as origens e as aplicações de recursos que
passaram pelo caixa da empresa.
Já a demonstração das mutações do patrimônio líquido evidencia as movimentações
ocorridas no patrimônio líquido da entidade, onde constam os saldos de inicio e fim do
período.
Segundo Matarazzo (2010, p.31),

A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido apresenta as variações de


todas as contas do Patrimônio Líquido ocorridas entre dois balanços,
20

independentemente da origem da variação, seja ela proveniente de aumento de


capital mediante novos aportes ou de incorporação de lucros gerados no exercício,
ou de simples transferência entre contas, dentro do próprio Patrimônio Líquido.

Por sua vez a demonstração do valor adicionado tem como finalidade evidenciar a
riqueza gerada pela entidade bem como a sua distribuição. Basso; Filipin; Enderli (2015,
p.34), conceituam a demonstração do valor adicionado da seguinte forma:

Demonstra, de forma resumida, a formação da riqueza gerada pela entidade, a sua


distribuição entre os elementos que contribuíram para sua geração, tais como
empregados, financiadores, acionistas, governo e outros agentes, bem como a
parcela da riqueza gerada e eventualmente ainda não distribuída.

Portanto, a demonstração do valor adicionado tem como intuito promover a


transparência das informações geradas pela entidade, contribuindo para a avaliação das
atividades empresariais por parte dos seus usuários, em geral pelos acionistas das companhias
de capital aberto.
Através destes cinco demonstrativos, já é possível extrair significativas informações
sobre a entidade, porém, com as técnicas de análise das demonstrações contábeis, o universo
de informações, inclusive gerenciais, se torna muito mais amplo.

2.2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A análise das demonstrações contábeis é uma técnica utilizada para tornar as


informações contidas nos demonstrativos contábeis uteis e compreensíveis aos diversos
usuários da contabilidade.

2.2.1 Caracterização e finalidades da análise de demonstrações contábeis

A análise das demonstrações contábeis consiste em gerar informações da situação


patrimonial, financeira e econômica das entidades, através dos dados extraídos das
demonstrações.
De acordo com Sá (2006, p.16), “Análise de balanços é o estudo da situação de uma
parte, de um sistema de partes ou do todo patrimonial de uma empresa ou de uma instituição
sem fim lucrativo, mediante a decomposição de elementos e levantamentos de dados
contábeis”.
Nesse contexto, Matarazzo (2010, p.15), comenta que,
21

A Análise de Balanços permite uma visão da estratégia e dos planos da empresa


analisada; permite estimar o seu futuro, suas limitações e suas potencialidades. É de
primordial importância, portanto, para todos os que pretendam relacionar-se com
uma empresa, que como fornecedores, financiadores, acionistas e até como
empregados.

Para Assaf Neto (2002, p.48), “A análise de balanços visa relatar, com base nas
informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as
causas que determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras”.
Sendo assim, a finalidade principal da análise das demonstrações contábeis é
promover o entendimento da real situação econômico financeira da empresa em estudo aos
diversos usuários, constituindo-se em uma importante ferramenta de gestão.

2.2.2 Obtenção e preparação das demonstrações contábeis para análise de balanços

Existem várias maneiras de obter as demonstrações contábeis das empresas, as que


estão obrigadas por lei a publicá-las podem ser encontradas em sites ou jornais, porém as
empresas que estão desobrigadas pela lei, é necessário solicitar as demonstrações contábeis
aos responsáveis pela empresa.
O passo inicial para realizar uma boa análise é averiguar se estamos de posse de todas
as demonstrações contábeis necessárias para a realização da análise, inclusive notas
explicativas, em seguida devemos averiguar a credibilidade destas demonstrações contábeis,
as demonstrações contábeis são confiáveis quando elas estão assinadas por contador,
publicadas em locais confiáveis e que atendam aos requisitos legais, Lei das Sociedades por
Ações (MARION, 2010).
Apesar das demonstrações contábeis terem uma estrutura legal definida para sua
apresentação, o plano de contas não é único, assim como varia o ramo de atividades de uma
empresa para outra, cada empresa vai ter particularidades nas suas demonstrações, em
especial no balanço patrimonial, sendo necessário realizar uma padronização das
demonstrações. Neste sentido, vem o segundo passo, que consiste em “[...] preparar as DC de
forma conveniente para a análise. Essa etapa denominamos de Reclassificação de Itens nas
Demonstrações Contábeis” (MARION, 2010, p.9).
Para Silva (2008, p.174),

[...] a reclassificação ou padronização das demonstrações contábeis tem como


22

objetivo trazê-las a um padrão de procedimentos e de ordenamento na distribuição


das contas, visando diminuir as diferenças nos critérios utilizados pelas empresas na
apresentação de tais demonstrações contábeis. Outro objetivo é fazer com que as
demonstrações atendam ás necessidades de análise e sejam apresentadas de forma
homogênea, simples de visualizar e fáceis de entender, isto é, de correlacionar os
diversos itens, seguindo critérios próprios adotados internamente na empresa que
esteja procedendo à análise.

A reclassificação das demonstrações contábeis vai possibilitar a análise e facilitar a


visualização e entendimento dos dados.

2.2.3 Atualização de valores para fins de análise comparativa de balanços

Com o passar do tempo, a moeda perde seu poder aquisitivo, portanto, outra etapa
necessária antes de realizar a análise das demonstrações, é a atualização dos valores das
demonstrações de anos anteriores, fazendo com que seus saldos tenham mesmo valor
monetário da ultima demonstração da serie analisada, para que possam ser comparadas entre
si, compensando-se os efeitos da inflação. “[...] os demonstrativos objetos de análise devem
ser corrigidos tendo em vista as variações do poder aquisitivo da moeda [...]” (IUDÍCIBUS,
2010, p.77).
A atualização monetária é fundamental mesmo em períodos de baixa inflação, pois
“[...] uma taxa de inflação de 10% ao ano projeta a duplicação dos índices gerais de preços em
pouco mais de 8 anos, mascarando significativamente o estudo da rentabilidade da empresa”.
(ASSAF NETO, 2002, p.56).
Complementando, Basso; Filipin; Enderli (2015, p.53), dizem que:

As demonstrações contábeis ao serem elaboradas, geralmente em 31 de dezembro de


cada ano, permanecem com seus valores inalterados e ao longo do tempo vão
ficando defasados em razão da perda do poder aquisitivo da moeda, conhecida nos
meios econômicos por inflação.

Então, para ter uma base de dados confiáveis, considera-se prudente atualizar os
valores das demonstrações contábeis ao valor presente da última demonstração contábil da
série analisada, evitando que os dados fiquem distorcidos em função das variações do valor da
moeda ocorridas no período.

2.2.4 Análise de balanço em valores absolutos

Esta análise consiste em estabelecer comparações dos demonstrativos contábeis da


23

série analisada, após a atualização dos valores originais das demonstrações para o último ano
da série em que se está realizando a análise comparativa, a fim de evidenciar as alterações que
ocorreram na organização.

As comparações dos balanços de anos sucessivos podem ser consideradas como


fotografias extraídas em sequência, como um filme cinematográfico. Esse filme
poderia mostrar o andamento dos negócios e facilitaria fazer uma previsão
relativamente prudente para o futuro, o que se constitui, em verdade, no maior
interesse do analista. O escopo é conhecer as tendências na vida da empresa durante
os anos de funcionamento, porque com base no passado, conhecendo o presente,
poderemos prever o futuro. (VERTES; WÜRCH, 1990, p.53).

O objetivo de fazer estas comparações é para identificar tendências da empresa, a


partir da comparação das demonstrações de uma serie sequencial de demonstrativos, para
então, conhecendo o seu passado e presente, fazer análises e projeções futuras.

2.2.5 Análise de balanço em valores relativos

Este tipo de análise tem o objetivo de evitar a apressada percepção superficial, causada
á primeira vista, pelo censo comum de deduzir que quanto maiores os valores nas
demonstrações contábeis, melhor será a situação da empresa. Para isso, as demonstrações
contábeis têm seus valores reduzidos a uma grandeza uniforme de 100 ou 100% na análise
vertical e a números índices no caso de análise horizontal. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI,
2015).
“É basicamente um processo de análise temporal, desenvolvido por meio de números e
índices”. (ASSAF NETO, 2002, p.100).
A análise de balanços em valores relativos subdivide-se em análise vertical e análise
horizontal.

2.2.5.1 Análise vertical

A análise vertical compara valores entre si, determinando sua representatividade


dentro do grupo ou do todo, ou também, a representatividade do grupo dentro do todo.
Para Santos; Barros (2013, p.214), “A análise vertical caracteriza-se em atribuir a um
valor de referência das demonstrações financeiras a grandeza máxima de análise. Essa
grandeza, normalmente, é expressa pelo percentual de 100%”.
Sob a mesma perspectiva Bruni (2011, p.105), define que:
24

A análise vertical estuda a estrutura de composição dos itens ao longo do tempo.


Para isso assume total dos ativos ou total dos passivos e PL igual a 100% no
Balanço Patrimonial ou Receitas Líquidas iguais a 100% na DRE e a partir desta
conta assumida como base (100%) analisa a evolução dos números.

Portanto a análise vertical evidência a importância de cada conta no conjunto dos


valores expressos nas demonstrações contábeis, fazendo uma análise da evolução dos
números ao longo da série analisada.

2.2.5.2 Análise horizontal

A análise horizontal compara os valores das mesmas contas, ou grupos, nos diferentes
anos das séries analisadas, tradicionalmente é comparado com o período mais antigo das
demonstrações analisadas.
Segundo Iudícibus (2010, p.83), “A finalidade principal da análise horizontal é apontar
o crescimento de itens dos Balanços e das Demonstrações de Resultado (bem como de outros
demonstrativos) através dos períodos, a fim de caracterizar tendências”.
Para Assaf Neto (2002, p.100), “[...] é a comparação que se faz entre os valores de
uma mesma conta ou grupo de contas, em diferentes exercícios sociais. É basicamente um
processo de análise temporal, desenvolvido por meio de números e índices”.
Matarazzo (2010, p.172), ensina que, “A análise horizontal baseia-se na evolução de
cada conta de uma série de demonstrações financeiras em relação á demonstração anterior
e/ou em relação a uma demonstração financeira básica, geralmente a mais antiga da série”.
Portanto, através da análise horizontal é possível verificar o desenvolvimento de
contas, ou mesmo de grupos de contas, em um determinado período de tempo.

2.2.6 Análise do balanço de fundos

A análise do balanço de fundos consiste em identificar quais contas tiveram seus


saldos utilizados como fonte ou aplicação de fundos.
O balanço de fundos, “[...] tem como objetivo demonstrar as alterações havidas nos
valores de dois inventários através das variações sofridas durante o exercício, especialmente
as alterações ocorridas nos valores correntes”. (VERTES; WÜRCH, 1990, p.71).
Para verificar quais contas foram fonte ou aplicação de fundos, basta comparar o saldo
inicial com o saldo final da conta em determinado período. Esta diferença entre o saldo inicial
25

e final, dependendo da natureza da conta, indica a fonte ou aplicação de fundos. (BASSO;


FILIPIN; ENDERLI, 2015).
Portanto, o balanço de fundos é constituído de todas as contas patrimoniais, tendo seus
saldos finais e iniciais comparados, para a empresa obter um bom resultado em seu balanço de
fundos é necessário estar em boas condições financeiras, tendo gerado lucros no período
comparado, ou ao menos sem ocorrer prejuízos.

2.2.7 Análise de balanços por índices econômicos e financeiros

A análise de balanços por índices econômicos e financeiros é a técnica mais utilizada,


pode ser obtida através da elaboração de índices, geralmente designados de quocientes,
coeficientes ou taxas, obtidos através de relações entre duas grandezas.
Para Matarazzo (2010, p.81), “Índice é a relação entre contas ou grupo de contas das
Demonstrações Financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica
ou financeira de uma empresa”.
Na visão de Iudícibus (2010, p.92):

O uso de quocientes tem como finalidade principal permitir ao analista extrair


tendências e comparar os quocientes com padrões preestabelecidos. A finalidade da
análise é, mais do que retratar o que aconteceu no passado, fornecer algumas bases
para inferir o que poderá acontecer no futuro.

A análise por índices tem a função de mostrar de forma mais clara e ampla a situação
econômica ou financeira de uma empresa.

2.2.7.1 Análise da liquidez

Os indicadores de liquidez têm por objetivo demonstrar a capacidade da entidade de


liquidar suas obrigações em determinada data, ou seja, a capacidade da empresa de saldar seus
compromissos em dia. “Trata-se, pois, de encontrar os coeficientes que mostrem a situação
das dívidas da entidade em relação aos seus meios de pagamento”. (BASSO; FILIPIN;
ENDERLI, 2015, p.115).
Neste sentido, Assaf Neto (2002, p.171), afirma que, “Os indicadores de liquidez
evidenciam a situação financeira de uma empresa frente a seus diversos compromissos
financeiros”.
26

Sendo assim, o estudo da liquidez subdivide-se em quatro indicadores básicos, que no


conjunto formam o denominado quadrinômio da liquidez, sendo eles: capital circulante
líquido, coeficiente da liquidez circulante, coeficiente da liquidez seca, e o coeficiente da
liquidez geral. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015).
Portanto a análise da liquidez tem por finalidade evidenciar a capacidade financeira da
empresa em liquidar todos os seus compromissos.

2.2.7.1.1 Capital circulante líquido

O capital circulante líquido demonstra o que sobra ou falta da diferença entre o ativo
circulante e o passivo circulante e “[...] expressa a quantidade em valor de: dinheiro,
devedores e créditos diversos a curto prazo e de estoques que sobram para a entidade após ter
liquidado suas dívidas de curto prazo [...]”. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015, p.116). A
formula apresentada pelos autores identificados é a seguinte:

CCL = Ativo Circulante (-) Passivo Circulante

Segundo os referidos autores, quanto mais sobrar de ativo circulante após a liquidação
do passivo circulante para a empresa, melhor é sua situação, entretanto, este indicador deve
ser analisado dentro de um conjunto de indicadores.

2.2.7.1.2 Coeficiente de liquidez circulante

O coeficiente de liquidez circulante, segundo Bruni (2011, p.128), “[...] representa


quantos reais a realizar no curto prazo a empresa possui para cada real a pagar dentro de um
horizonte de 12 meses”.
Basso; Filipin; Enderli (2015, p.118), ensinam que este coeficiente “[...] procura
evidenciar a proporção que existe entre os valores do Ativo e do Passivo Circulantes de uma
entidade em um dado momento [...]”. Obtido através da aplicação da seguinte fórmula:

CLC = Ativo Circulante


Passivo Circulante

Alguns autores destacam que quanto maior o coeficiente de liquidez circulante melhor
27

é a capacidade da empresa em financiar seu capital de giro, entretanto, um CLC muito


elevado representa que a empresa esta deixando de realizar investimentos, no entanto, sob o
ponto de vista financeiro, para o coeficiente de liquidez circulante ser favorável, deverá
sempre ser superior a 2,0, isso significa dizer que para cada 1,0 de passivo circulante, a
empresa tem 2,0 de ativo circulante.

2.2.7.1.3 Coeficiente de liquidez seca

O coeficiente de liquidez seca tem por objetivo verificar a capacidade que a empresa
tem de liquidar suas obrigações de curto prazo apenas com disponível e duplicatas a receber,
caso sofresse uma total paralização de suas vendas, ou se seu estoque se tornasse obsoleto.
(MARION, 2010).
Na visão de Assaf Neto (2002, p.172), “Essencialmente, a liquidez seca determina a
capacidade de curto prazo de pagamento da empresa mediante a utilização das contas do
disponível e valores a receber”. O indicador é encontrado, segundo Basso; Filipin; Enderli
(2015, p.120), a partir do uso da seguinte fórmula:

CLS = Ativo Circulante (-) Estoques


Passivo Circulante

Como este coeficiente indica se a empresa terá condições de liquidar suas dívidas sem
vender seus estoques, seu resultado terá de apresentar o índice mínimo de 1,0, revelando
assim, uma condição boa para a organização enfrentar momentos de dificuldades em suas
vendas.

2.2.7.1.4 Coeficiente de liquidez geral

Constitui-se em demonstrar a liquidez total da organização. “Mostra a capacidade de


pagamento da empresa a longo prazo, considerando tudo o que ela converterá em dinheiro (a
curto e longo prazo), relacionando-se com tudo o que já assumiu como dívida (a curto e longo
prazo) [...]”. (MARION, 2010, p.79).
Segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.122), encontra-se o coeficiente da liquidez
geral com a aplicação da seguinte fórmula:
28

CLG = Ativo Circulante (+) Ativo Realizável a Longo Prazo


Passivo Circulante (+) Passivo Realizável a Longo Prazo

Estes autores consideram uma situação de tranquilidade financeira da entidade quando


o coeficiente de liquidez geral não ser inferior a 1,5, pois assim teria uma boa garantia de que
conseguiria fazer frente aos compromissos totais sem enfrentar dificuldades de caixa no
futuro.

2.2.7.1.5 Coeficiente de liquidez imediata

É considerado complementar no estudo da liquidez e não encontra unanimidade entre


os autores sobre a indicação de parâmetro de comparação. “Para efeito de análise, é um índice
sem muito realce, pois relacionamos dinheiro disponível com valores, que vencerão em datas
as mais variadas possível, embora a curto prazo”. (MARION, 2010, p.81).
Afirma Assaf Neto (2002, p.172), que o coeficiente de liquidez imediata:

Revela a porcentagem de dívidas a curto prazo (circulante) em condições a serem


liquidadas imediatamente. Esse quociente é normalmente baixo pelo pouco interesse
das empresas em manter recursos monetários em caixa, ativo operacionalmente de
reduzida rentabilidade.

Deste modo, para se chegar a este indicador utiliza-se a seguinte formula, segundo
Basso; Filipin; Enderli (2015, p.124):

CLI = Disponibilidades
Passivo Circulante

Portanto, autores consideram um índice de liquidez imediata de 0,20 como situação


satisfatória, já que as empresas não visam interesse em manter elevados recursos monetários
em caixa.
2.2.7.2 Análise de endividamento

Assim como devem ser analisados a capacidade da organização de saldar suas


obrigações, também é de fundamental importância analisar as evoluções ou retrações na
estrutura de capital e do endividamento, saber qual é a garantia que a entidade oferece para a
cobertura dos compromissos assumidos. “Quanto maior for a proporção dos recursos próprios
29

sobre os recursos de terceiros melhor será a margem de garantia de dívidas que a entidade
oferece a seus credores”. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015, p.126).
Para Iudícibus (2010, p.97):

Estes quocientes relacionam as fontes de fundos entre si, procurando retratar a


posição relativa do capital próprio com relação ao capital de terceiros. São
quocientes de muita importância, pois indicam a relação de dependência da empresa
com relação a capital de terceiros.

Quanto a qualidade da dívida, na pior das hipóteses, a proporção favorável seria de


maior participação de dividas de longo prazo, visto que estas proporcionam a empresa maior
tempo de planejamento para gerar recursos e saldar os compromissos. Situação mais difícil
quando a composição do endividamento apresentar significativa concentração no passivo
circulante, já que a empresa terá poucas alternativas, e acabará tendo de vender seus estoques
com valores reduzidos, assumir novas dívidas de curto prazo que irão aumentar as despesas
financeiras. (MARION, 2010).
Sendo assim, o estudo do endividamento compreende vários indicadores, como:
coeficientes de dívidas circulantes, coeficiente de dívidas totais, coeficiente de dívidas de
longo prazo, coeficiente de segurança máxima e coeficientes de dívidas complementares.

2.2.7.2.1 Coeficiente de dívidas circulantes

Esse coeficiente estabelece uma relação entre as dívidas de curto prazo que a empresa
possui, para cada um real de patrimônio líquido da entidade.
O limite máximo desse coeficiente é de 1,00, pois quanto menor, melhor é a garantia
que a empresa possui de arcar com suas obrigações. Caso a empresa possua esse coeficiente
em seu máximo, pode-se dizer que a mesma já esgotou sua capacidade de endividamento.
Calcula-se pela seguinte formula, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.127):

CDC = Passivo Circulante


Patrimônio Líquido

2.2.7.2.2 Coeficiente de dívidas totais

Esse coeficiente mostra a capacidade que a empresa possui de quitação das suas
dívidas de curto e longo prazo, ou seja, suas dívidas totais, o limite máximo aceitável é de
30

1,00, isto é, as dividas totais não podem ultrapassar o valor do patrimônio líquido. Encontra-
se esse coeficiente, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.129), pela seguinte fórmula:

CDT = Passivo Circulante + Passivo Não Circulante


Patrimônio Líquido

2.2.7.2.3 Coeficiente de dívidas de longo prazo

Esse coeficiente avalia o endividamento de longo prazo da empresa. Compara o


capital circulante líquido somente com as dívidas de longo prazo, ou seja, as dívidas que irão
vencer depois do exercício social seguinte.
Em determinado dia essas dívidas se tornarão de curto prazo e precisarão ser
liquidadas. Também não deve ultrapassar o coeficiente 1,00, caso contrário, a empresa mostra
que não possui condições de quitação das dívidas de longo prazo. Encontra-se o coeficiente de
dívidas de longo prazo pela seguinte fórmula, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.131):

CDLP = Passivo Exigível a Longo Prazo


Capital Circulante Líquido

2.2.7.2.4 Coeficiente de segurança máxima

É a segurança máxima que a empresa pode oferecer a seus credores, caso tenha que
vender todo o seu ativo para liquidar seu passivo. Este coeficiente não pode ultrapassar 0,50,
ou seja, o total de suas dívidas deve permanecer em no máximo 50% do valor do ativo da
entidade.
É encontrado, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.132), pela formula:

CSM = Passivo Total / Ativo Total


2.2.7.2.5 Coeficiente de dívidas complementares

Dois outros indicadores podem vir a ser utilizados, com a finalidade de facilitar na
hora da caracterização financeira da empresa. São eles:
a) Coeficiente de Participação de Capitais de Terceiros – confronta as fontes de terceiros com
o próprio Patrimônio Líquido.
31

b) Coeficiente de Participação das Dívidas de Curto Prazo sobre as Dívidas Totais- mostra a
composição do endividamento no curto prazo.
São calculadas pelas seguintes fórmulas, respectivamente, conforme Basso; Filipin;
Enderli (2015, p.134):

CPCT = Passivo Total


Passivo Total + Patrimônio Líquido

CPDCP = Passivo Circulante


Passivo Total

“Portanto, quando uma empresa financia todo o seu Ativo com seu capital próprio,
pode-se concluir que a situação financeira é a melhor possível, e na medida que vai
contraindo dívidas, sua situação financeira vai se debilitando”. (BASSO; FILIPIN;
ENDERLI, 2015, p.126).
Visto que as empresas buscam ofertas de capital de terceiros para ampliar suas
aplicações, é necessário ter certo cuidado, manter um equilíbrio entre valores de capital
próprio e de capitais de terceiros, para assim, conseguir uma tranquilidade financeira.

2.2.7.3 Análise da lucratividade

Através dos indicadores de lucratividade podem-se comparar as diversas fases do


resultado da entidade, e também é possível medir a capacidade econômica da empresa. Só
será possível analisar a lucratividade se a empresa apresentar lucro. Bruni (2011, p.165),
salienta que, “É preciso compreender o lucro, analisando de diferentes formas como o lucro
bruto, o lucro operacional próprio, ou o lucro líquido”. Portanto, serão analisados estes
indicadores de lucratividade.

2.2.7.3.1 Margem de lucro operacional bruto

A margem de lucro operacional bruto demonstra a relação entre as vendas e os custos,


portanto, quanto maior e mais estável for o coeficiente durante os períodos analisados, melhor
é o desempenho da empresa em relação a si mesma. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015).
Conforme Bruni, (2011, p.167), “O índice de margem bruta (IMB) representa a
32

percentagem de cada unidade monetária de venda que sobrou, após a empresa ter pago o custo
dos seus produtos ou das suas mercadorias”.
Basso; Filipin; Enderli (2015, p.137), definem a formula como:

CMLB = Lucro Operacional Bruto


Receita Operacional Líquida

2.2.7.3.2 Margem de lucro operacional líquido

A relação entre o lucro operacional sobre as vendas líquidas consiste na margem de


lucro operacional líquido, este índice demonstra a margem de lucro após os custos e despesas
operacionais.
“Este indicador evidência a margem de lucro que a entidade opera após absorver os
custos (Margem de lucro Operacional Bruto) e as despesas operacionais (líquidas),
evidenciando, sobretudo, sua eficiência operacional”. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015,
p.139). Estes autores definem a formula como:

CMLOL = Lucro Operacional Líquido


Receita Operacional Líquida

Sendo Assim, quanto mais alto for o coeficiente, melhor, pois as operações da empresa
serão mais lucrativas.

2.2.7.3.3 Margem de lucro líquido do exercício

A margem de lucro líquido do exercício evidencia a parcela de lucro líquido final do


exercício que restou para a entidade em proporção as suas vendas líquidas. De acordo com
Bruni (2011, p.169), “A margem líquida representa a porcentagem de cada unidade monetária
de venda que sobrou, após a empresa ter pago seus produtos, demais despesas e impostos”.
Assim, este coeficiente pode ser obtido através da fórmula ensinada por Basso; Filipin;
Enderli (2015, p.141):

CMLLE = Lucro Líquido do Exercício


Receita Operacional Líquida
33

Torna se importante o estudo deste indicador, uma vez que o lucro líquido remunera
os capitais investidos pelos sócios e evidencia o que sobra de lucro líquido em cada unidade
monetária de receita operacional líquida, permitindo constatar o desempenho final das
operações realizadas. Portanto, quanto maior for o coeficiente, melhor é a situação financeira
da empresa.

2.2.7.4 Análise da rentabilidade

A rentabilidade mostra os percentuais de remuneração de seus diversos tipos de


capitais e ou outros fatores de remuneração da empresa. “Os indicadores de rentabilidade
buscam analisar os lucros auferidos pela entidade de forma relativa, geralmente analisados em
relação aos investimentos feitos pelo conjunto de fornecedores de capital (sócios e terceiros)
ou apenas pelos sócios”. (BRUNI, 2011, p.209).
Complementando, Basso, Filipin, Enderli (2015, p.143), explicam que, “Quanto
maiores forem os indicadores e de preferência crescentes do primeiro para os demais anos da
série em estudo, melhor é o indicador de rentabilidade”.
Neste contexto, os indicadores de rentabilidade são: rentabilidade do capital social,
rentabilidade do patrimônio Líquido, remuneração do ativo total, e taxa de retorno do
investimento operacional.

2.2.7.4.1 Rentabilidade do capital social

O coeficiente de rentabilidade do capital social demonstra quanto a empresa está


remunerando o capital investido pelos seus sócios. Segundo Basso; Filipin; Enderli (2015,
p.143), a formula para encontrar o coeficiente é a seguinte:

CRCS = Lucro Líquido do Exercício / Capital Social

2.2.7.4.2 Rentabilidade do patrimônio líquido

Evidencia em quanto a entidade remunerou o seu capital próprio na serie analisada.


Para Iudícibus (2010, p.111), “A importância do quociente de retorno sobre o patrimônio
líquido (QRPL) reside em expressar os resultados globais auferidos pela gerência na gestão de
recursos próprios e de terceiros, em benefícios dos acionistas”.
34

Para obtenção do coeficiente de rentabilidade do patrimônio liquido, utiliza-se a


seguinte formula, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.145):

CRPL = Lucro Líquido do Exercício


Patrimônio Líquido

Como já mencionado, quanto maior for este coeficiente, melhor será a situação
financeira da entidade, uma vez que no longo prazo, este influencia nos preços das ações de
empresa da bolsa de valores.

2.2.7.4.3 Rentabilidade do ativo total

Esse indicador evidencia em quanto os ativos da empresa foram remunerados, visto


que os ativos representam as aplicações dos recursos da entidade e é por meio deles que são
realizadas as suas atividades.
Bruni (2011, p.213), destaca que, “[...] é, provavelmente, o mais importante indicador
de análise contábil financeira. Representa a relação entre os resultados da entidade e o volume
de recursos nela investidos por sócios e terceiros, valor representado pelo ativo total da
empresa”.
O coeficiente de remuneração do ativo total, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015,
p.146),é a seguinte:

CRAT = Lucro Líquido do Exercício


Ativo Total

Da mesma forma, quanto mais alto for o coeficiente, melhor é a situação financeira da
entidade, pois terá um retorno mais rápido em relação aos investimentos realizados.

2.2.7.4.4 Taxa de retorno do investimento operacional

Verifica o tempo médio que os resultados operacionais levariam para que ocorresse o
retorno total dos investimentos operacionais aplicados na empresa. Basso; Filipin; Enderli
(2015, p.148), definem a formula como:
35

TRIO = Lucro Operacional Líquido


Ativo Operacional

2.2.7.5 Indicadores de atividade, giro ou ciclometria

A análise de ciclometria tem por finalidade evidenciar os prazos que a empresa está
tendo no giro dos seus estoques, quanto tempo está levando para receber dos seus clientes e
quanto tempo está levando para pagar os seus fornecedores.
“Para fins de análise, quanto maior for a velocidade de recebimento de vendas e de
renovação de estoque, melhor. Por outro lado, quanto mais lento for o pagamento das
compras, desde que não corresponda a atrasos, melhor”. (MARION, 2010, p.110).
Complementando, Iudícibus (2010, p.100), ensina que, “[...] quanto maior a
rotatividade, tanto melhor; e isto certamente é verdade, desde que a margem de lucro sobre as
vendas se mantenha constante ou, se diminuir, diminuir menos do que o aumento da rotação”.
Baseado nestes conceitos, inúmeros indicadores de atividade ou ciclometria podem ser
elaborados, sendo que entre os mais habituais destaca-se: grau de imobilização do patrimônio
líquido, exame de rotação dos estoques, exame do prazo médio de cobrança de duplicatas,
exame do prazo médio do pagamento de duplicatas, e o prazo relativo de duplicatas.

2.2.7.5.1 Grau de imobilização do patrimônio líquido

Busca identificar o montante de capital próprio investido no ativo permanente da


organização. Iudícibus (2010, p.118), explica que, “Este quociente pretende relatar qual a
porcentagem dos recursos próprios que esta imobilizada em plantas e instalações, bem como
outras imobilizações, ou que não está em giro”. Basso; Filipin; Enderli (2015, p.151), ensinam
que, “Via de regra, quanto maior o percentual, pior é para a situação financeira, pois deixa
cada vez menos recursos próprios livres para aplicação em ativos rentáveis”.
A fórmula mais comum é a seguinte, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.151):

GIPL = Ativo Permanente x 100


Patrimônio Líquido

Portanto, quanto maio for o percentual, pior é a situação financeira da entidade, ou


seja, menos é o montante de recursos próprios livres para aplicação em ativos destinados ao
36

empreendimento.

2.2.7.5.2 Exame de rotação dos estoques

O exame de rotação dos estoques verifica quantos dias, em média, o estoque demora a
ser vendido. Segundo Matarazzo (2010, p.267), “[...] representa, na empresa comercial, o
tempo médio de estocagem de mercadorias; na empresa industrial, o tempo de produção e
estocagem”.
Bruni (2011, p.182), destaca que, “O índice de giro dos estoques (IGE) procura
expressar quantas vezes em um ano o estoque se renovou por causa das vendas.
Normalmente, quanto maior a rotatividade, melhor a situação da empresa”.
Sendo assim, Basso; Filipin; Enderli (2015, p.153), apresentam a seguinte fórmula:

ERE = Vendas
Estoque

Com a aplicação desta fórmula, encontraremos quantas vezes o estoque girou na


empresa no período, para saber a média de dia que o estoque levou para girar, basta pegar 365
dias que correspondem a um ano, e dividir pelo número de vezes que o estoque girou na
empresa no período.(BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015). Portanto, como já comentado,
quanto menos dias levar para girar, melhor é a qualidade do estoque.

2.2.7.5.3 Exame do prazo médio de cobrança de duplicatas

O prazo médio de cobrança de duplicatas tem o objetivo de demonstrar quanto tempo


e empresa leva para receber seus créditos. Para Bruni (2011, p.185), “[...] indica o período que
a empresa deverá esperar, em média, antes de receber suas vendas a prazo”.
Para Matarazzo (2010, p.261), “O volume de investimentos em duplicatas a receber é
determinado pelo prazo médio de recebimento de vendas”. Sendo assim, através da formula
apresentada por Basso; Filipi; Enderli (2015, p.156) encontra-se o prazo médio de cobrança
de duplicatas:

PMCD = Valor Duplicatas a Receber x 365


Valor Vendas a Prazo do Ano
37

Portanto, quanto maior for o prazo médio de cobrança de duplicatas pior é a situação
para a empresa, pois haverá uma demora maior no recebimento de seus créditos cedidos aos
clientes. É preciso fazer uma análise em conjunta com o prazo médio de pagamento de
duplicatas, quanto menor for o prazo de recebimento, e maior for o prazo de pagamento,
melhor é a situação da empresa.

2.2.7.5.4 Exame do prazo médio do pagamento de duplicatas

O prazo médio de pagamento por sua vez, tem o intuito de revelar o prazo que a
empresa leva para efetuar o pagamento de suas duplicatas. No entendimento de Bruni (2011,
p.188), “O prazo médio de pagamento (PMP) indica quantos dias, semanas, meses ou anos a
empresa poderá esperar, em média, antes de pagar suas dividas junto a seus fornecedores
pelas compras efetuadas a prazo”.
Segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.156), a fórmula é a seguinte:

PMPD = Valor Duplicatas a Pagar x 365


Valor Compras a Prazo (ou CMV)

Desta forma, quanto maior o prazo de pagamento em relação aos de recebimentos,


melhor é a situação das duplicatas a pagar.

2.2.7.5.5 Prazo relativo de duplicatas

Este indicador estabelece uma comparação entre o prazo médio de cobrança e o prazo
médio de pagamento. Bruni (2011, p.189), explica que, “O índice de posicionamento relativo
(PMP), busca analisar a relação entre prazos obtidos e concedidos e como esta relação pode
afetar o nível de liquidez da empresa”. Complementam Basso; Filipin; Enderli (2015, p.158),
dizendo que, “O indicador Revela quantas vezes antes ou depois se recebe as duplicatas de
clientes diante dos prazos de pagamento aos fornecedores; quanto maior de 1,00 melhor é a
posição relativa entre os recebimentos e os pagamentos de duplicatas”. Segundo esses autores,
a fórmula é a seguinte:

PRD = Prazo Médio de Pagamento de Duplicatas


Prazo Médio de Cobrança de Duplicatas
38

2.2.7.6 Análise de solvência ou insolvência

A análise de solvência ou insolvência tem a finalidade de demonstrar em que situação


a empresa se encontra, ou seja, busca verificar a saúde financeira do empreendimento, vai
evidenciar se a mesma esta em situação intermediária ou se está em situação de insolvência.
Assim, dos indicadores para este estudo, destacam-se dois: coeficiente de overtrading e índice
de insolvência de Kanitz.

2.2.7.6.1 Coeficiente de overtrading

O Coeficiente de overtrading serve para mostrar se a empresa está operando com


vendas acima da sua capacidade financeira, especialmente vendas a prazo, ou seja, entrando
em supertransação. “Isto significa a busca de um volume de negócios superior à capacidade
financeira da sua entidade ou a manutenção do mesmo volume de negócios apesar da redução
do seu capital próprio”. (VERTES; WÜRCH, 1990, p.223).
O coeficiente é encontrado com a aplicação da seguinte fórmula, segundo Basso;
Filipin; Enderli (2015, p.161):

COver = Vendas
Capital Circulante Líquido

“O indicador parte do suposto de que para vender, a empresa necessita de uma boa
estrutura de Capital Circulante Líquido, para que não venha a operar apenas com uma elevada
carga de recursos externos [...]” (BASSO; FILPIN; ENDERLI, 2015, p.159). Portanto,
baseado nos autores, quanto menor e mais estável for esse indicador no período em análise,
melhor é a situação financeira da entidade.

2.2.7.6.2 Índice de insolvência de Kanitz

O Índice de Insolvência de Kanitz é formado pela combinação de outros indicadores


econômicos e financeiros e tem por finalidade, verificar se a empresa está a caminho da
Insolvência.
Conforme Marion (2010, p. 181), “[...] nesse modelo, como em outros existentes, o
objetivo não é meramente analisar o risco de falência, mas também avaliar a empresa, dando-
39

se uma nota para a mesma, nota que varia de (-) 7,0 até 7,0”.

X1 = Rentabilidade do Patrimônio Líquido × 0,05


X2 = Liquidez Geral × 1,65
X3 = Liquidez Seca × 3,55
X4 = Liquidez Corrente × 1,06
X5 = Coeficiente de Endividamento Total × 0,33

Fator de Insolvência = (X1 + X2 + X3) – (X4 + X5).

Quando o índice ficar acima de zero, diz se que a empresa está no Intervalo de
Solvência; quando ficar entre zero e menos três (-3), esta no Intervalo de Penumbra,
revelando uma situação indefinida, e quando ficar abaixo de menos três (-3), está no
Intervalo de Insolvência, muito propensa à falência. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI,
20115, p.163).

Depois de calculado o Fator de Insolvência, basta comparar a nota obtida com os


parâmetros estabelecidos para verificar a situação da empresa.
40

3 METODOLOGIA DO ESTUDO

A metodologia do estudo visa demonstrar os meios que foram utilizados para a


realização do presente estudo, para proporcionar o atingimento dos objetivos propostos,
explicitando quais os procedimentos de pesquisa, os procedimentos e instrumentos utilizados
na produção de elementos de estudo.
Segundo Minayo (2011, p.14), “[...] entendemos por metodologia o caminho do
pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade”.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa consiste na busca de informações com a finalidade de dar subsídios ao


estudo a fim de encontrar respostas do problema proposto.
Para Zamberlan et al (2014, p.24):

Pesquisa significa realizar empreendimentos para descobrir, para conhecer algo. A


pesquisa constitui um ato dinâmico de questionamento, indagação e
aprofundamento. Consiste na tentativa de desvelamento de determinados objetos. É
a busca de uma resposta significativa a uma dúvida ou problema.

Nesse sentido, a pesquisa pode ser classificada de várias formas, quanto a sua
natureza, quanto a sua abordagem, quanto aos seus objetivos e quanto aos procedimentos
técnicos, tornando-se importante classificá-la a fim de possibilitar uma melhor organização e
entendimento do estudo proposto.

3.1.1 Quanto à sua natureza

A pesquisa aplicada, “Objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigidos


à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.” (SILVA;
MENEZES, 2005, p.20).
Na concepção de Vergara (2004, p.47):

A pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver


problemas concretos, mais imediatos, ou não. Tem, portanto, finalidade prática, ao
contrário da pesquisa pura, motivada basicamente pela curiosidade intelectual do
pesquisador e situada sobretudo no nível da especulação.
41

Portanto, este estudo é aplicado, pois serão analisados os dados contábeis da empresa,
baseados na sua realidade, em um determinado período de tempo, buscando a solução para
um problema específico.

3.1.2 Quanto à forma de abordagem do problema

Em relação á abordagem do problema, o estudo se classifica como pesquisa


qualitativa, pois de acordo com Silva; Menezes (2005, p.20):

Pesquisa qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o
sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do
sujeito não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a
atribuição de significados são requisitos básicos no processo de pesquisa qualitativa.

Para Minayo (2011, p.21), “A pesquisa qualitativa responde a questões muito


particulares. Ela se ocupa, nas Ciências Sociais, com um nível de realidade que não pode ou
não deveria ser quantificado”.
Desta forma, fundamentado nestes conceitos, o presente estudo classifica-se como
pesquisa qualitativa, já que tem por finalidade a apuração de índices econômicos obtidos
através das demonstrações contábeis da empresa, seguido das devidas interpretações sem
utilizar-se de dados estatísticos.

3.1.3 Quanto aos seus objetivos

A pesquisa descritiva, “[...] visa a identificar, expor e descrever os fatos ou fenômenos


de determinada realidade em estudo, características de um grupo, comunidade, população ou
contexto social”. (ZAMBERLAN et al. 2014, p.96).
Complementando, Gil (1999, p.44), diz que, “As pesquisas deste tipo têm como
objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou
estabelecimento de relações entre variáveis”.
Assim, em relação ao ponto de vista de seus objetivos, o projeto de pesquisa em
estudo é classificado como descritivo, uma vez que se baseará no estudo de um caso
específico, onde os dados das demonstrações contábeis da empresa serão observados,
analisados e interpretados.
42

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos

Os procedimentos técnicos podem ser definidos como as maneiras utilizadas para a


obtenção dos dados na realização do estudo, sendo inúmeras as estratégias de pesquisa que
podem ser empregadas. Para a realização do presente trabalho, se utilizou a pesquisa
bibliográfica, a pesquisa documental e o estudo de caso.
Para Vergara (2004, p.48),“Pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado
desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas,
isto é, material acessível ao público em geral”.
“Essa pesquisa explica e discute um tema ou problema com base em referências
teóricas já publicadas [...]” (SILVA, 2003, p.60).
No que diz respeito à pesquisa documental, Vergara (2004, p.48), conceitua como:

Investigação documental é a realizada em documentos conservados no interior de


órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas: registros, anais,
regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes, comunicações informais,
filmes, micro filmes, fotografias, videoteipe, informações em disquete, diários,
cartas pessoais e outros.

Conforme Gil (1999, p.72-73), “O estudo de caso é caracterizado pelo estudo


profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento
amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos
considerados”.
Para Vergara (2004, p.49), “Estudo de caso é o circunscrito a uma ou poucas unidades,
entendidas essas como pessoa, família, produto, empresa, órgão público, comunidade ou
mesmo país. Tem caráter de profundidade e detalhamento. Pode ou não ser realizado no
campo”.
Considerando o exposto, o estudo se utilizará de pesquisas em materiais já publicados
como livros, revistas, artigos e meios eletrônicos, além de documentos fornecidos pela
empresa, tais como as demonstrações contábeis e notas explicativas.

3.2 COLETA DE DADOS

Este item consiste em demonstrar de que forma os dados foram coletados para
responder o problema da pesquisa.
Segundo Silva; Menezes (2005, p.35), “Nesta etapa você fará a pesquisa de campo
43

propriamente dita. Para obter êxito neste processo, duas qualidades são fundamentais: a
paciência e a persistência”.
Para o presente estudo, os dados foram obtidos a partir das demonstrações contábeis e
notas explicativas disponibilizadas pela empresa na página da BM&FBovespa.

3.2.1 Instrumentos de coleta de dados

Diversos são os meios de coletas de dados que podem ser utilizados para subsidiar os
propósitos da pesquisa. Segundo Zamberlan et al (2014 p.116), “As técnicas de coleta de
dados predominantemente aplicadas na pesquisa qualitativa são: entrevistas, observação, uso
de diários e análise documental”.
Portanto, para a realização da pesquisa foi utilizada a técnica da análise documental,
sendo realizada uma análise comparativa dos demonstrativos contábeis básicos da empresa
em estudo.

3.3 ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Após a coleta, os dados foram analisados e interpretados.

A análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de forma tal que
possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação. Já
a interpretação tem como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o
que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos.
(GIL, 1999, p.168).

Sendo assim, no primeiro momento foi realizada a sistematização do conteúdo através


da revisão teórica a qual foi a base para aplicação prática da pesquisa. Posteriormente tem-se
o levantamento dos dados por meio dos documentos e demonstrativos contábeis básicos da
empresa, e o processamento destes, via planilhas e sistemas, onde foram reestruturados e
atualizados para posteriormente serem transformados em dados para apuração dos
indicadores, prosseguindo com a interpretação e análise dos mesmos, além da demonstração
gráfica das evoluções ou retrações da situação patrimonial, econômica e financeira da
entidade objeto de estudo.
44

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

O resultado ou o produto das análises é encontrado através do estudo das


demonstrações contábeis básicas: balanço patrimonial e demonstração do resultado do
exercício da empresa em estudo, os quais foram obtidos através do site da Bovespa, cujo
período de análise compreende os anos de 2010 a 2014 mediante o uso das técnicas de análise
de balanço em valores absolutos; análise de balanço em valores relativos; análise do balanço
de fundos; análise de balanços por indicadores econômicos e financeiros.

4.1 REESTRUTURAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES PARA ANÁLISE

Conforme indicam as técnicas de análise de demonstrações contábeis, algumas contas


do balanço patrimonial foram reclassificadas, para facilitar a análise e possibilitar melhor
compreensão de dados, de forma que possam efetivamente representar as aplicações e as
origens de recursos. A conta “pagamentos antecipados”, por ser uma conta que reúne valores
gastos em despesas antecipadas e que não devem ser consideradas como elemento ativo, pois
não têm condições de serem transformadas em disponibilidades para futuro saneamento de
passivos, teve seu valor retirado do ativo, sendo compensado com valores do patrimônio
líquido, na conta “reservas de lucros” do ano correspondente.

4.2 ATUALIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES PARA ANÁLISE

As técnicas de análise das demonstrações contábeis também recomendam a


atualização dos valores dos anos anteriores para os valores da data do último ano da série em
análise, obtendo-se assim, uma análise atualizada e a valor mais próximo da realidade
presente. Para isso foi utilizada a variação do IGPM.

Quadro 1 - Cálculo do fator de atualização pelos índices médios do IGPM


Anos Número índice acumulado Fator de atualização
2010 1.083,6227 1,239629347
2011 1.138,8631 1,179501294
2012 1.227,8302 1,094036048
2013 1.295,6759 1,036748851
2014 1.343,2905 1,000000000
Fonte: elaborado pelo autor conforme informações obtidas no site do IGPM.
45

4.3 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES EM VALORES ABSOLUTOS


ATUALIZADOS

O quadro dois demonstra os balanços patrimoniais em valores atualizados da empresa


Lojas Americanas S.A. dos anos de 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014, denominados de: ano 1,
ano 2, ano 3, ano 4 e, ano 5, respectivamente.

Quadro 2 - Balanço patrimonial em valores atualizados


BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA LOJAS AMERICANAS S.A. EM VALORES
ATUALIZADOS – REAIS MIL
GRUPOS E SUBGRUPOS DE CONTAS 2010 2011 2012 2013 2014
N° PERÍODOS - ANOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
I - ATIVO CIRCULANTE 7.226.774 7.958.884 7.939.420 9.285.421 10.053.009
01. Disponibilidades 201.351 155.109 200.771 439.602 951.819
02. Clientes 2.306.022 2.573.747 1.774.698 1.840.894 1.979.527
03. Estoques 1.772.096 1.718.413 2.061.420 2.564.156 2.897.069
04. Outros Valores a Receber 2.947.306 3.511.615 3.902.531 4.440.770 4.224.594
II - ATIVO NÃO CIRCULANTE 2.658.950 3.167.827 4.160.946 5.335.921 6.765.003
05. ATIVO REALIZ. A LONGO PRAZO 584.720 554.633 949.203 1.219.299 1.690.822
5.1. Outros Valores a Receber 584.720 554.633 949.203 1.219.299 1.690.822
06. ATIVO PERMANENTE 2.074.231 2.613.193 3.211.743 4.116.623 5.074.181
6.2. Imobilizado 791.387 1.102.352 1.459.928 1.850.956 2.317.668
6.3. Intangível 1.282.844 1.510.841 1.751.815 2.265.666 2.756.513
III - TOTAL DO ATIVO 9.885.724 11.126.711 12.100.366 14.621.343 16.818.012
IV - PASSIVO CIRCULANTE 5.510.107 5.385.089 5.367.018 5.681.709 6.547.473
07. Obrigações de Funcionamento 3.819.862 3.694.324 3.879.035 4.906.584 5.581.120
7.1. Fornecedores (Dupl. a Pagar) 2.919.973 2.795.111 3.194.657 4.098.489 4.628.643
7.2. Outras Contas a Pagar 899.889 899.213 684.378 808.095 952.477
08. Obrigações de Financiamento 1.690.245 1.690.764 1.487.983 775.125 966.353
V - PASSIVO NÃO CIRCULANTE 3.720.100 4.404.299 5.477.398 7.433.028 7.262.278
9.1. Obrigações de Funcionamento 274.187 201.436 125.145 232.094 213.251
9.1.2. Outras Contas a Pagar 274.187 201.436 125.145 232.094 213.251
9.2. Obrigações de Financiamento 3.445.913 4.202.863 5.352.253 7.200.934 7.049.027
VI - TOTAL DO PASSIVO 9.230.207 9.789.388 10.844.416 13.114.737 13.809.751
VII - PATRIMÔNIO LÍQUIDO 655.517 1.337.323 1.255.950 1.506.606 3.008.261
10. Capital Social 474.852 918.232 969.696 893.911 2.238.345
11. Reservas de Capital 13.997 17.350 21.076 29.166 39.842
12. Reservas de Lucros 355.120 584.152 629.508 934.439 948.426
13. Ajustes de Avaliações Patrimoniais 2.976 3.419 1.906 1.649 1.460
14. (-) Ações em Tesouraria -191.429 -185.830 -366.235 -352.560 -219.812
VIII – TOTAL PASSIVO E P.L. 9.885.724 11.126.711 12.100.366 14.621.343 16.818.012
Fonte: elaborado pelo autor conforme reestruturação dos balanços patrimoniais originais.

No quadro três observa-se as diferenças dos balanços patrimoniais atualizados da


empresa Lojas Americanas S.A. do ano 1 para o ano 2; do ano 2 para o ano 3; do ano 3 para o
ano 4 e do ano 4 para o ano 5.
46

Quadro 3 – Comparativo do balanço patrimonial em valores atualizados

COMPARATIVO ENTRE OS ANOS DO BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA LOJAS


AMERICANAS S.A. EM VALORES ATUALIZADOS - REAIS MIL
GRUPOS E SUBGRUPOS DE CONTAS Diferença Diferença Diferença Diferença
N° PERÍODOS - ANOS 2 (-) 1 3 (-) 2 4 (-) 3 5 (-) 4
I - ATIVO CIRCULANTE 732.111 -19.465 1.346.002 767.588
01. Disponibilidades -46.241 45.662 238.831 512.217
02. Clientes (Dupl. a Receber) 267.726 -799.049 66.196 138.633
03. Estoques -53.683 343.007 502.736 332.913
04. Outros Valores a Receber 564.309 390.916 538.239 -216.176
II - ATIVO NÃO CIRCULANTE 508.876 993.119 1.174.975 1.429.082
05. ATIVO REALIZ. A LONGO PRAZO -30.086 394.570 270.095 471.523
5.1. Outros Valores a Receber -30.086 394.570 270.095 471.523
06. ATIVO PERMANENTE 538.962 598.550 904.880 957.558
6.2. Imobilizado 310.966 357.575 391.029 466.712
6.3. Intangível 227.997 240.974 513.851 490.847
III - TOTAL DO ATIVO 1.240.987 973.655 2.520.977 2.196.669
IV - PASSIVO CIRCULANTE -125.018 -18.071 314.691 865.764
07. Obrigações de Funcionamento -125.538 184.711 1.027.549 674.536
7.1. Fornecedores (Dupl. a Pagar) -124.862 399.546 903.832 530.154
7.2. Outras Contas a Pagar -676 -214.835 123.717 144.382
08. Obrigações de Financiamento 520 -202.781 -712.858 191.228
V - PASSIVO NÃO CIRCULANTE 684.199 1.073.098 1.955.630 -170.750
9.1. Obrigações de Funcionamento -72.751 -76.292 106.949 -18.843
9.1.2. Outras Contas a Pagar -72.751 -76.292 106.949 -18.843
9.2. Obrigações de Financiamento 756.950 1.149.390 1.848.681 -151.907
VI - TOTAL DO PASSIVO 559.181 1.055.028 2.270.321 695.014
VII - PATRIMÔNIO LÍQUIDO 681.806 -81.373 250.655 1.501.655
10. Capital Social 443.380 51.463 -75.785 1.344.434
11. Reservas de Capital 3.354 3.725 8.090 10.676
12. Reservas de Lucros 229.031 45.357 304.931 13.987
13. Ajustes de Avaliações Patrimoniais 443 -1.514 -256 -189
14. (-) Ações em Tesouraria 5.598 -180.405 13.675 132.748
VIII - TOTAL PASSIVO E PATR. LÍQUIDO 1.240.987 973.655 2.520.977 2.196.669
Fonte: elaborado pelo autor com base no quadro 2.

Do ano 1 para o ano 2 constata-se que o ativo circulante aumentou em 732.111 mil
reais, enquanto que o passivo circulante reduziu em 125.018 mil reais; o ativo realizável a
longo prazo diminuiu em 30.086 mil reais, enquanto que o passivo não circulante aumentou
em 684.199 mil reais; o ativo permanente aumentou em 538.962 mil reais, enquanto que o
patrimônio líquido aumentou em 681.806 mil reais. No ativo circulante, a conta que mais
cresceu foi outros valores a receber, seguido da conta clientes, e a que mais diminuiu foi a
conta estoques. No passivo circulante a única conta que cresceu foi obrigações de
financiamento, sendo que as obrigações de funcionamento diminuíram no período. No
passivo não circulante, a conta que apresentou crescimento foi obrigações de financiamento,
já a conta obrigações de funcionamento apresentou diminuição no período. No patrimônio
47

líquido, com exceção da conta prejuízos acumulados, todas as contas apresentaram


crescimento, sendo que em maior representatividade a conta capital social, seguida da conta
reservas de lucro. As aplicações e as fontes tiveram um crescimento real de 1.240.987 mil
reais no período.
Tanto do lado das aplicações quanto do lado das fontes de recursos, do ano 1 para o
ano 2, os resultados foram favoráveis à situação financeira da empresa.

Gráfico 1 - Composição do ativo

Fonte: elaborado pelo autor.

Do ano 2 para o ano 3, constata-se que o ativo circulante teve uma redução no
montante de 19.465 mil reais, ocasionado por uma redução que ocorreu na conta clientes de
799.049 mil reais, as demais contas do grupo apresentaram crescimento no período; o passivo
circulante também apresentou uma redução, porém em menor proporção que o ativo
circulante, ou seja, reduziu em 18.071 mil reais, decorrente da redução de obrigações de
financiamento em 202.781 mil reais; as obrigações de funcionamento apresentaram
crescimento de 184.711 mil reais; o ativo realizável a longo prazo apresentou um crescimento
de 394.570 mil reais, ao passo que o passivo não circulante apresentou o significativo
aumento de 1.073.098 mil reais provocado pelo crescimento de obrigações de financiamentos
em 1.149.390 mil reais e redução de 76.292 mil reais em obrigações de funcionamento; o
ativo permanente teve um aumento de 598.550 mil reais, sendo que o imobilizado cresceu em
357.575 mil reais e o intangível cresceu em 240.974 mil reais, enquanto que o patrimônio
líquido teve uma redução de 81.373 mil reais, decorrentes do significativo aumento da conta
redutora ações em tesouraria de 180.405 mil reais, de uma redução de 1.514 mil reais na conta
de ajustes de avaliações patrimoniais, crescimento de apenas 38.188 mil reais em reservas de
48

lucros, 3.725 mil reais em reservas de capital, e 51.463 mil reais de crescimento no capital
social. No total, as aplicações e as fontes tiveram um bom crescimento de 973.655 mil reais
no período.
Comparativamente ao período anterior, embora um bom crescimento em termos de
ativos e fontes de recursos do ano 2 para o ano 3, percebe-se que o crescimento foi motivado
pelo aumento do ativo não circulante, principalmente por ativos permanentes, já que o ativo
circulante apresentou redução. De outra parte, porém, constata-se que a empresa foi forçada a
contrair dívidas de longo prazo no passivo não circulante, pois seu patrimônio líquido
apresentou redução frente ao crescimento do ativo permanente, ou seja, a empresa necessitou
buscar capitais de terceiros para poder aumentar seu ativo permanente.
Do ano 3 para o ano 4, constata-se que o ativo circulante teve um significativo
crescimento, ou seja, no montante de 1.346.002 mil reais, enquanto que o passivo circulante
aumentou em apenas 314.691 mil reais; o ativo realizável a longo prazo aumentou em
270.095 mil reais, enquanto que o passivo não circulante aumentou em 1.955.630 mil reais; o
ativo permanente aumentou em 904.880 mil reais, enquanto que o patrimônio líquido
aumentou apenas 250.655 mil reais. No ativo circulante a conta que mais cresceu foi outros
valores a receber, seguido de estoques, disponibilidades e clientes. No passivo circulante as
contas do grupo obrigações de funcionamento foi a que teve um crescimento significativo,
visto que o grupo obrigações de financiamento apresentou redução no período. O passivo não
circulante apresentou maior crescimento no grupo obrigações de financiamento, e crescimento
menor nas obrigações de funcionamento. No patrimônio líquido, a conta que mais cresceu foi
reservas de lucros, seguida por ações em tesouraria, que teve seu saldo negativo diminuído, e
por reservas de capital; já a conta ajustes de avaliações patrimoniais teve redução em seu
saldo, assim como capital social também apresentou uma redução no período. As aplicações e
as fontes tiveram um crescimento real de 2.520.977 mil reais no período.
Comparativamente ao período anterior, do ano 3 para o ano 4, nem tudo ocorreu
satisfatoriamente à situação financeira da empresa, o ativo circulante aumentou em
proporções maiores que o aumento do passivo circulante, porém, o ativo realizável a longo
prazo aumentou em proporções menores que o passivo não circulante, assim como seu
patrimônio líquido não correspondeu ao aumento do ativo permanente, ou seja, assim como
ocorreu no período anterior, a empresa novamente foi forçada a contrair dívidas de longo
prazo, entretanto, no curto prazo, a situação melhorou em comparação ao período anterior.
Do ano 4 para o ano 5, constata-se que o ativo circulante teve um aumento de 767.588
mil reais, porém o passivo circulante teve um crescimento superior, no montante de 865.764
49

mil reais, crescimento este ocorrido principalmente pelo aumento das obrigações de
funcionamento; o ativo realizável a longo prazo cresceu em 471.523 mil reais, sendo que o
passivo não circulante apresentou uma redução em 170.750 mil reais, já que as obrigações de
funcionamento e as obrigações de financiamento apresentaram redução; o ativo permanente
apresentou crescimento de 957.558 mil reais, enquanto que o patrimônio líquido apresentou
um crescimento de 1.501.655 mil reais, decorrente do significativo aumento de capital social
em 1.344.434 mil reais. No total, as aplicações e as fontes tiveram um bom crescimento de
2.196.669 mil reais no período.
Comparativamente ao período anterior, a empresa apresentou um bom crescimento no
ativo circulante, porém menor que o crescimento do passivo circulante, fato desfavorável à
situação financeira da empresa, porém, no longo prazo, a situação melhorou, já que conseguiu
aumentar o ativo realizável a longo prazo e diminuir o passivo não circulante, e também que
os recursos tiveram, em sua maioria, como procedência o aumento do patrimônio líquido da
empresa – capital social.
O quadro quatro representa os valores atualizados da demonstração do resultado do
exercício da empresa Lojas Americanas S.A. dos anos de 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014.

Quadro 4 - Demonstração do resultado do exercício em valores atualizados


DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DA EMPRESA LOJAS AMERICANAS S.A. EM
VALORES ATUALIZADOS – REAIS MIL
CONTAS/GRUPOS DE CONTAS 2010 2011 2012 2013 2014
Nºs PERÍODOS/ANOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
I RECEITA OPERACIONAL BRUTA 11.341.432 11.769.543 12.399.871 13.893.650 16.145.669
01.Vendas de Mercadorias e Produtos 11.341.432 11.769.543 12.399.871 13.893.650 16.145.669
II(=) RECEITA OPER. LÍQUIDA 11.341.432 11.769.543 12.399.871 13.893.650 16.145.669
04 (-) Custo das Mercadorias Vendidas 7.978.024 8.257.395 8.686.299 9.669.158 11.308.805
III (=) LUCRO OPER. BRUTO 3.363.408 3.512.148 3.713.572 4.224.491 4.836.864
06 (-) Desp. Oper. Não-Financeiras 1.999.957 2.180.644 2.352.816 2.720.257 3.155.682
IV (=) LUCRO OPER. PRÓPRIO 1.363.451 1.331.504 1.360.755 1.504.234 1.681.182
08 (-) Despesas Financeiras 1.099.533 1.335.154 1.245.902 1.307.861 1.828.090
09 Receitas Financeiras 353.001 482.343 385.368 394.316 579.159
V (=) LUCRO OPER. LÍQUIDO 616.919 478.692 500.221 590.690 432.251
10 (+-) Resultado Não Operacional -14.944 17.538 37.723 1.945 0
VI (=) RES. ANTES IMP. DE RENDA 601.975 496.230 537.944 592.635 432.251
11 (-) Prov. I. R. e Contr. Social s/LL 200.086 137.938 158.780 175.222 77.041
VII(=) RES. DEPOIS IMP. DE RENDA 401.889 358.292 379.164 417.413 355.210
VIII (=) LUCRO LÍQ. DO EXERCÍCIO 401.889 358.292 379.164 417.413 355.210
Fonte: elaborado pelo autor conforme reestruturação das demonstrações do resultado originais.

O quadro cinco apresenta as diferenças da demonstração do resultado do exercício


entre os anos 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014.
50

Quadro 5 – Comparativo da demonstração do resultado do exercício em valores atualizados – reais mil

COMPARATIVO ENTRE OS ANOS DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DA


EMPRESA LOJAS AMERICANAS S.A. EM VALORES ATUALIZADOS - REAIS MIL
CONTAS/GRUPOS DE CONTAS Diferença Diferença Diferença Diferença
Nºs PERÍODOS/ANOS 2 (-) 1 3 (-) 2 4 (-) 3 5 (-) 4
I RECEITA OPERACIONAL BRUTA 428.111 630.329 1.493.778 2.252.019
01.Vendas de Mercadorias e Produtos 428.111 630.329 1.493.778 2.252.019
II(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 428.111 630.329 1.493.778 2.252.019
04 (-) Custo das Mercadorias/Produtos Vendida(o)s 279.371 428.905 982.859 1.639.647
III (=) LUCRO OPERACIONAL BRUTO 148.740 201.424 510.919 612.373
06 (-) Despesas Operacionais Não-Financeiras 180.687 172.172 367.440 435.425
IV (=) LUCRO OPERACIONAL PRÓPRIO -31.947 29.252 143.479 176.948
08 (-) Despesas Financeiras 235.622 -89.252 61.958 520.229
09 Receitas Financeiras 129.342 -96.975 8.948 184.843
V (=) LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO -138.227 21.528 90.469 -158.439
10 (+-) Resultado Não Operacional 32.482 20.185 -35.779 -1.945
VI (=) RESULTADO ANTES DO IMP. DE RENDA -105.745 41.714 54.691 -160.384
11 (-) Provisão Para Imp.de Renda e Contr. Social s/LL -62.148 20.842 16.442 -98.181
VII(=) RESULTADO DEPOIS DO IMP. DE RENDA -43.597 20.872 38.248 -62.203
VIII (=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO -43.597 20.872 38.248 -62.203
Fonte: elaborado pelo autor com base no quadro 4.

O gráfico dois demonstra a representação gráfica das fases do resultado da empresa


Lojas Americanas S.A. da serie analisada.

Gráfico 2 - Demonstração das fases do resultado

Demonstração das fases do resultado


18.000.000
16.000.000
14.000.000 ANO 1
12.000.000 ANO 2
10.000.000
8.000.000 ANO 3
6.000.000 ANO 4
4.000.000
2.000.000 ANO 5
0
ROL LOB LOP LOL LDIR LLE
Reais mil

Fonte: elaborado pelo autor.

Do ano 1 para o ano 2, observa-se como fator positivo o crescimento da receita


operacional líquida em 428.111 mil reais, e consequentemente do lucro operacional bruto em
148.740 mil reais. Entretanto, com o aumento de despesas operacionais não financeiras, do
ano 1 para o ano 2, a empresa teve uma redução no lucro operacional próprio de 31.947 mil
51

reais, gerando também uma redução do lucro operacional líquido de 138.227 mil reais, bem
como do lucro líquido do exercício em 43.597 mil reais. Nota-se que, comparativamente,
ocorreu um desempenho econômico desfavorável à empresa do ano 1 para o ano 2, pois o seu
lucro no período teve uma redução, porém, vale ressaltar que mesmo assim, o resultado
gerado foi positivo (lucro).
Do ano 2 para o ano 3, pode-se dizer que todas as fazes do lucro foram positivos à
situação econômico-financeira da empresa, pois conseguiu aumentar os valores da receita
operacional líquida em 630.329 mil reais, bem como do lucro operacional bruto em 201.424
mil reais, do lucro operacional próprio em 29.252 mil reais, do lucro operacional líquido em
21.528 mil reais, e consequentemente gerando um crescimento do lucro líquido do exercício
em 20.872 mil reais.
Do ano 3 para o ano 4, a situação se repete, ou seja, todas as fazes do lucro são
positivos à situação econômico-financeira da empresa, visto que conseguiu um aumento de
1.493.778 mil reais na receita operacional líquida, bem como um aumento de 510.919 mil
reais no lucro operacional bruto, de 143.479 mil reais no lucro operacional próprio, aumento
de 90.469 mil reais no lucro operacional líquido, chegando a um aumento de 38.248 mil reais
no lucro líquido do exercício.
Do ano 4 para o ano 5, destaca-se como aspecto positivo à situação econômico-
financeira da empresa, o aumento dos valores da receita operacional líquida em 2.252.019 mil
reais, assim como um aumento de 612.373 mil reais no lucro operacional bruto, e de 176.948
mil reais no lucro operacional próprio. Porém, como fator negativo, houve um aumento das
despesas financeiras em 520.229 mil reais, gerando uma redução de 158.439 mil reais no
lucro operacional líquido, e consequentemente uma redução de 62.203 mil reais no lucro
líquido do exercício. Apesar de a empresa ter apresentado um resultado positivo, do ano 4
para o ano 5, houve redução nas suas margens de lucro. Percebe-se que a empresa Lojas
Americanas S.A. teve um melhor desempenho econômico do ano 3 para o ano 4, quando
apresentou um crescimento maior em seu lucro líquido do exercício, dentro do período em
estudo.

4.4 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM VALORES RELATIVOS

Consiste em transformar os valores absolutos atualizados dos demonstrativos em


valores relativos, fazendo com que os valores monetários sejam expressos através de
percentuais na análise vertical e números índices na análise horizontal.
52

4.4.1 Análise vertical

A análise vertical consiste em verificar a representatividade de cada conta e grupo de


conta em relação ao total das aplicações do lado do ativo e com o total das fontes de recursos
do lado do passivo e do patrimônio líquido.

Quadro 6 - Análise vertical do balanço patrimonial em valores relativos


BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA LOJAS AMERICANAS S.A. EM VALORES RELATIVOS -
ANÁLISE VERTICAL
GRUPOS E SUBGRUPOS DE CONTAS 2010 2011 2012 2013 2014
N° PERÍODOS - ANOS ANO 1 % ANO 2 % ANO 3 % ANO 4 % ANO 5 %
I - ATIVO CIRCULANTE 73,10 71,53 65,61 63,51 59,78
01Disponibilidades 2,04 1,39 1,66 3,01 5,66
02Clientes (Dupl. a Receber) 23,33 23,13 14,67 12,59 11,77
03Estoques 17,93 15,44 17,04 17,54 17,23
04Outros Valores a Receber 29,81 31,56 32,25 30,37 25,12
II - ATIVO NÃO CIRCULANTE 26,90 28,47 34,39 36,49 40,22
05 ATIVO REALIZ.A LONGO PRAZO 5,91 4,98 7,84 8,34 10,05
5.1. Outros Valores a Receber 5,91 4,98 7,84 8,34 10,05
06 ATIVO PERMANENTE 20,98 23,49 26,54 28,15 30,17
6.2. Imobilizado 8,01 9,91 12,07 12,66 13,78
6.3. Intangível 12,98 13,58 14,48 15,50 16,39
III - TOTAL DO ATIVO 100 100 100 100 100
IV - PASSIVO CIRCULANTE 55,74 48,40 44,35 38,86 38,93
07Obrigações de Funcionamento 38,64 33,20 32,06 33,56 33,19
7.1. Fornecedores (Dupl. a Pagar) 29,54 25,12 26,40 28,03 27,52
7.2. Outras Contas a Pagar 9,10 8,08 5,66 5,53 5,66
08Obrigações de Financiamento 17,10 15,20 12,30 5,30 5,75
V - PASSIVO NÃO CIRCULANTE 37,63 39,58 45,27 50,84 43,18
9.1Obrigações de Funcionamento 2,77 1,81 1,03 1,59 1,27
9.1.2. Outras Contas a Pagar 2,77 1,81 1,03 1,59 1,27
9.2Obrigações de Financiamento 34,86 37,77 44,23 49,25 41,91
VI - TOTAL DO PASSIVO 93,37 87,98 89,62 89,70 82,11
VII - PATRIMÔNIO LÍQUIDO 6,63 12,02 10,38 10,30 17,89
10Capital Social 4,80 8,25 8,01 6,11 13,31
11Reservas de Capital 0,14 0,16 0,17 0,20 0,24
12Reservas de Lucros 3,59 5,25 5,20 6,39 5,64
13Ajustes de Avaliações Patrimoniais 0,03 0,03 0,02 0,01 0,01
14(-) Ações em Tesouraria -1,94 -1,67 -3,03 -2,41 -1,31
VIIITOTAL PASSIVO E PATR.LÍQUIDO 100 100 100 100 100
Fonte: elaborado pelo autor com base nas demonstrações contábeis da empresa.

O quadro sete apresenta as diferenças do balanço patrimonial da empresa Lojas


Americanas S.A. entre os anos de 2010 a 2014 em valores relativos, que compreende as
diferenças do ano 1 para o ano 2, do ano 2 para o ano 3, do ano 3 para o ano 4 e do ano 4 para
o ano 5.
53

Quadro 7 - Comparativo da análise vertical do balanço patrimonial em valores relativos


COMPARATIVO DO BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA LOJAS AMERICANAS S.A. EM
VALORES RELATIVOS - ANÁLISE VERTICAL
GRUPOS E SUBGRUPOS DE CONTAS
N° PERÍODOS - ANOS 2 (-) 1 % 3 (-) 2 % 4 (-) 3 % 5 (-) 4 %
I - ATIVO CIRCULANTE -1,57 -5,92 -2,11 -3,73
01Disponibilidades -0,64 0,27 1,35 2,65
02Clientes (Dupl. a Receber) -0,20 -8,46 -2,08 -0,82
03Estoques -2,48 1,59 0,50 -0,31
04Outros Valores a Receber 1,75 0,69 -1,88 -5,25
II - ATIVO NÃO CIRCULANTE 1,57 5,92 2,11 3,73
05 ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO -0,93 2,86 0,49 1,71
5.1. Outros Valores a Receber -0,93 2,86 0,49 1,71
06 ATIVO PERMANENTE 2,50 3,06 1,61 2,02
6.2. Imobilizado 1,90 2,16 0,59 1,12
6.3. Intangível 0,60 0,90 1,02 0,89
III - TOTAL DO ATIVO 0,00 0,00 0,00 0,00
IV - PASSIVO CIRCULANTE -7,34 -4,04 -5,50 0,07
07Obrigações de Funcionamento -5,44 -1,15 1,50 -0,37
7.1. Fornecedores (Dupl. a Pagar) -4,42 1,28 1,63 -0,51
7.2. Outras Contas a Pagar -1,02 -2,43 -0,13 0,14
08Obrigações de Financiamento -1,90 -2,90 -7,00 0,44
V - PASSIVO NÃO CIRCULANTE 1,95 5,68 5,57 -7,66
9.1Obrigações de Funcionamento -0,96 -0,78 0,55 -0,32
9.1.2. Outras Contas a Pagar -0,96 -0,78 0,55 -0,32
9.2Obrigações de Financiamento 2,92 6,46 5,02 -7,34
VI - TOTAL DO PASSIVO -5,39 1,64 0,08 -7,58
VII - PATRIMÔNIO LÍQUIDO 5,39 -1,64 -0,08 7,58
10Capital Social 3,45 -0,24 -1,90 7,20
11Reservas de Capital 0,01 0,02 0,03 0,04
12Reservas de Lucros 1,66 -0,05 1,19 -0,75
13Ajustes de Avaliações Patrimoniais 0,00 -0,01 0,00 0,00
14(-) Ações em Tesouraria 0,27 -1,36 0,62 1,10
VIIITOTAL DO PASSIVO E PATR.LÍQUIDO 0 0 0 0
Fonte: elaborado pelo autor com base no quadro 6.

O ativo circulante da empresa Lojas Americanas S.A. apresenta gradativa redução no


período analisado, partindo de uma representação de 73,10% no ano 1, reduzindo para
71,53% no ano 2, 65,61% no ano 3, 63,51% no ano 4 e caindo para 59,78% no ano 5, do total
do respectivo ativo. O ativo realizável a longo prazo representava 5,91% no ano 1, reduzindo
para 4,98% no ano 2, a partir do ano 3 começou a apresentar crescimento, aumentando para
7,84% no ano 3, no ano 4 passou a 8,34% e chegando a 10,05% no ano 5, do total do ativo. Já
o ativo permanente apresentou gradativo crescimento ao longo da série, sendo que,
representava 20,98% no ano 1, 23,49% no ano 2, 26,54% no ano 3, 28,15% no ano 4, e
30,17% no ano 5, do total do ativo.
54

Gráfico 3 - Representação percentual dos grupos do ativo

Fonte: elaborado pelo autor.

O gráfico quatro demonstra a representação percentual das fontes de recursos da


empresa Lojas Americanas S.A. na série analisada.

Gráfico 4 - Representação percentual das fontes de recursos

Fonte: elaborado pelo autor.

Quanto às fontes, observa-se que o passivo circulante teve gradativa redução ao longo
do período: no ano 1 representava 55,74%, diminuindo para 48,40% no ano 2, para 44,35%
no ano 3, para 38,86% no ano 4, e mantendo-se no ano 5, com 38,93% do total das fontes. Já
o passivo não circulante, apresentou constante crescimento até o ano 4, o qual representa
37,63% no ano 1, no ano 2 passou a 39,58%, passando para 45,27% no ano 3, no ano 4
55

chegou a 50,84%, e no ano 5 recuando para 43,18% em relação ao total das fontes . Quanto ao
patrimônio líquido, pode-se dizer que sua representatividade dentro do total das fontes,
inicialmente é baixo, mas recupera-se parcialmente ao longo do período, sendo de 6,63% no
ano 1, passando a 12,02% no ano 2, 10,38 % no ano 3 e 10,30% no ano 4, aumentando para
17,89% no ano 5, do total das fontes.
Em relação às fontes totais, observa-se uma predominância de capitais de terceiros,
situação desfavorável à empresa, porém, vale ressaltar, que ao longo do período, a empresa
está apresentando sintomas de melhoras desta situação, visto que a representatividade do
patrimônio líquido em relação ao total das fontes está aos poucos aumentando sua
representatividade, porém, ainda está muito aquém do mínimo esperado de 50% para
evidenciar uma boa sustentabilidade financeira.
Para os cálculos percentuais da demonstração do resultado do exercício, a base
referência é a receita operacional líquida, sendo assim, torna-se possível verificar a
representatividade de cada conta e fases do lucro em relação ao total da receita operacional
líquida.

Quadro 8 - Análise vertical da demonstração do resultado do exercício em valores relativos


DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DA EMPRESA LOJAS AMERICANAS S.A. EM
VALORES RELATIVOS 2010 - 2014 ANÁLISE VERTICAL
CONTAS/GRUPOS DE CONTAS 2010 2011 2012 2013 2014
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
Nºs PERÍODOS/ANOS % % % % %
I(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 100 100 100 100 100
01 (-) Custo das Mercadorias/Produtos Vendida(o)s 70,34 70,16 70,05 69,59 70,04
II (=) LUCRO OPERACIONAL BRUTO 29,66 29,84 29,95 30,41 29,96
02 (-) Despesas Operacionais Não-Financeiras 17,63 18,53 18,97 19,58 19,55
III (=) LUCRO OPERACIONAL PRÓPRIO 12,02 11,31 10,97 10,83 10,41
03 (-) Despesas Financeiras 9,69 11,34 10,05 9,41 11,32
04 Receitas Financeiras 3,11 4,10 3,11 2,84 3,59
IV (=) LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO 5,44 4,07 4,03 4,25 2,68
5 (+-) Resultado Não Operacional -0,13 0,15 0,30 0,01 0,00
V (=) RESULTADO ANTES DO IMP. DE RENDA 5,31 4,22 4,34 4,27 2,68
6 (-) Provisão Para Imp.de Renda e Contr. Social s/LL 1,76 1,17 1,28 1,26 0,48
VI(=) RESULTADO DEPOIS DO IMP. DE RENDA 3,54 3,04 3,06 3,00 2,20
VII (=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 3,54 3,04 3,06 3,00 2,20
Fonte: elaborado pelo autor com base nas demonstrações contábeis da empresa.

O quadro nove demonstra a comparação entre os anos da análise vertical em valores


relativos da demonstração do resultado do exercício da empresa Lojas Americanas S.A. ao
longo do período analisado.
56

Quadro 9 – Comparativo da análise vertical da demonstração do resultado do exercício em valores


relativos

COMPARATIVO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DA EMPRESA LOJAS


AMERICANAS S.A. EM VALORES RELATIVOS - ANÁLISE VERTICAL
CONTAS/GRUPOS DE CONTAS
Nºs PERÍODOS/ANOS 2 (-) 1 % 3 (-) 2 % 4 (-) 3 % 5 (-) 4 %
I(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 0 0 0 0
01 (-) Custo das Mercadorias/Produtos Vendida(o)s -0,19 -0,11 -0,46 0,45
II (=) LUCRO OPERACIONAL BRUTO 0,19 0,11 0,46 -0,45
02 (-) Despesas Operacionais Não-Financeiras 0,89 0,45 0,60 -0,03
III (=) LUCRO OPERACIONAL PRÓPRIO -0,71 -0,34 -0,15 -0,41
03 (-) Despesas Financeiras 1,65 -1,30 -0,63 1,91
04 Receitas Financeiras 0,99 -0,99 -0,27 0,75
IV (=) LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO -1,37 -0,03 0,22 -1,57
5 (+-) Resultado Não Operacional 0,28 0,16 -0,29 -0,01
V (=) RESULTADO ANTES DO IMP. DE RENDA -1,09 0,12 -0,07 -1,59
6 (-) Provisão Para Imp.de Renda e Contr. Social s/LL -0,59 0,11 -0,02 -0,78
VI(=) RESULTADO DEPOIS DO IMP. DE RENDA -0,50 0,01 -0,05 -0,80
VII (=) LUCRO (PREJUÍZO) LÍQUIDO DO EXERCÍCIO -0,50 0,01 -0,05 -0,80
Fonte: elaborado pelo autor com base no quadro 8.

O gráfico cinco demonstra a representação percentual das fases do resultado da


empresa Lojas Americanas S.A. na série analisada.

Gráfico 5 - Representação percentual das fases do resultado

Fonte: elaborado pelo autor.

No quadro oito, estão expostos os percentuais para a análise vertical da demonstração


do resultado de 2010 a 2014 da empresa Lojas Americanas S.A., onde o custo das
57

mercadorias vendidas representou 70,34%, 70,16%, 70,05%, 69,59% e 70,04% da receita


operacional líquida respectivamente nos anos 1, 2, 3, 4 e 5, mantendo o percentual médio de
70%, com pequena redução do início para o fim do período da série em estudo, gerando
assim, um lucro operacional bruto de 29,66% no ano 1, de 29,84% no ano 2, de 29,95% no
ano3, de 30,41% no ano 4 e de 29,96% no ano 5. As despesas operacionais não financeiras
representaram 17,63% da receita operacional líquida no ano 1, aumentando para 18,53% no
ano 2, 18,97% no ano 3, 19,58% no ano 4 e 19,55% no ano 5, com isso, o percentual do lucro
operacional próprio sobre a receita operacional líquida apresentou redução ao longo do
período, sendo que no ano 1 foi de 12,02%, reduzindo para 11,31% no ano 2, para 10,97% no
ano 3, 10,83% no ano 4 e para 10,41% no ano 5. O resultado financeiro foi negativo nos cinco
anos analisados, provocando, por conseguinte um lucro operacional líquido de apenas 5,44%
da receita operacional líquida no ano 1, reduzindo-se para 4,07% no ano 2, para 4,03% no
ano3, aumentando para 4,25% no ano 4 e voltando a diminuir para somente 2,68% no ano 5.
O resultado não operacional não foi muito significativo nos cinco anos analisados, sendo
negativo apenas no ano 1, ficando positivos, porém, próximos a 0% nos anos 2, 3 e 4, e 0% no
ano 5, fazendo com que o resultado antes do imposto de renda representasse 5,31% da receita
operacional líquida no ano 1, de 4,22% no ano 2, de 4,34% no ano 3, de 4,27% no ano 4 e de
2,68% no ano 5. A provisão para o imposto de renda e contribuição social sobre o lucro
representou 1,76% da receita operacional líquida no ano 1, baixando para 1,17% no ano2,
elevando-se para 1,28% no ano 3, voltando a reduzir para 1,26% no ano 4 e para 0,48% no
ano 5.
O melhor lucro líquido do exercício foi no ano 1, pois representou 3,54% da receita
operacional líquida, reduzindo para 3,04% no ano 2, voltando a crescer para 3,06% no ano 3,
reduzindo para 3% no ano 4 e reduzindo mais ainda para 2,20% no ano 5. Percebe-se baixos
percentuais de lucro líquido do exercício e uma constante redução destes ao longo do período
analisado, fato desfavorável à situação econômica da empresa.

4.4.2 Análise horizontal

Através da análise horizontal é possível comparar e avaliar a evolução de contas,


grupos e/ ou subgrupos de contas ao longo dos períodos da série analisada, tendo como base o
primeiro período, que equivale ao número índice 100,00. Os demais períodos são comparados
com este, tanto no balanço patrimonial como na demonstração do resultado do exercício,
demonstrando se a entidade teve um aumento ou uma diminuição em relação ao ano base.
58

O quadro dez demonstra os números índices para a análise horizontal do balanço


patrimonial da empresa Lojas Americanas S.A. nos anos de 2010 a 2014, o principal objetivo
é evidenciar a evolução dos principais indicadores das aplicações e das origens dos recursos
da entidade nos respectivos momentos históricos representados pelos correspondentes
balanços.

Quadro 10 - Análise horizontal do balanço patrimonial em valores relativos


BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA LOJAS AMERICANAS S.A. EM VALORES RELATIVOS
2010 - 2014 ANÁLISE HORIZONTAL
NÚMEROS ÍNDICES
GRUPOS E SUBGRUPOS DE CONTAS 2010 2011 2012 2013 2014
N° PERÍODOS - ANOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
I - ATIVO CIRCULANTE 100 110,13 109,86 128,49 139,11
01Disponibilidades 100 77,03 99,71 218,33 472,72
02Clientes (Dupl. a Receber) 100 111,61 76,96 79,83 85,84
03Estoques 100 96,97 116,33 144,70 163,48
04Outros Valores a Receber 100 119,15 132,41 150,67 143,34
II - ATIVO NÃO CIRCULANTE 100 119,14 156,49 200,68 254,42
05 ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 100 94,85 162,33 208,53 289,17
5.1. Outros Valores a Receber 100 94,85 162,33 208,53 289,17
06 ATIVO PERMANENTE 100 125,98 154,84 198,47 244,63
6.2. Imobilizado 100 139,29 184,48 233,89 292,86
6.3. Intangível 100 117,77 136,56 176,61 214,88
III - TOTAL DO ATIVO 100 112,55 122,40 147,90 170,12
IV - PASSIVO CIRCULANTE 100 97,73 97,40 103,11 118,83
07Obrigações de Funcionamento 100 96,71 101,55 128,45 146,11
7.1. Fornecedores (Dupl. a Pagar) 100 95,72 109,41 140,36 158,52
7.2. Outras Contas a Pagar 100 99,92 76,05 89,80 105,84
08Obrigações de Financiamento 100 100,03 88,03 45,86 57,17
V - PASSIVO NÃO CIRCULANTE 100 118,39 147,24 199,81 195,22
9.1Obrigações de Funcionamento 100 73,47 45,64 84,65 77,78
9.1.2. Outras Contas a Pagar 100 73,47 45,64 84,65 77,78
9.2Obrigações de Financiamento 100 121,97 155,32 208,97 204,56
VI - TOTAL DO PASSIVO 100 106,06 117,49 142,08 149,61
VII - PATRIMÔNIO LÍQUIDO 100 204,01 191,60 229,83 458,91
10Capital Social 100 193,37 204,21 188,25 471,38
11Reservas de Capital 100 123,96 150,58 208,38 284,65
12Reservas de Lucros 100 164,49 177,27 263,13 267,07
13Ajustes de Avaliações Patrimoniais 100 114,88 64,03 55,42 49,05
14(-) Ações em Tesouraria 100 97,08 191,32 184,17 114,83
VIIITOTAL DO PASSIVO E PATR.LÍQUIDO 100 112,55 122,40 147,90 170,12
Fonte: elaborado pelo autor com base nas demonstrações contábeis da empresa.

O quadro onze demonstra a comparação entre os anos da análise horizontal em valores


relativos do balanço patrimonial da empresa Lojas Americanas S.A. ao longo do período
analisado.
59

Quadro 11 – Comparativo da análise horizontal do balanço patrimonial em valores relativos 2010 – 2014
ANÁLISE COMPARATIVA DO BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA LOJAS AMERICANAS S.A.
EM VALORES RELATIVOS - ANÁLISE HORIZONTAL
GRUPOS E SUBGRUPOS DE CONTAS NÚMEROS ÍNDICES
N° PERÍODOS - ANOS 2 (-) 1 3 (-) 1 4 (-) 1 5 (-) 1
I - ATIVO CIRCULANTE 10,13 9,86 28,49 39,11
01Disponibilidades -22,97 -0,29 118,33 372,72
02Clientes (Dupl. a Receber) 11,61 -23,04 -20,17 -14,16
03Estoques -3,03 16,33 44,70 63,48
04Outros Valores a Receber 19,15 32,41 50,67 43,34
II - ATIVO NÃO CIRCULANTE 19,14 56,49 100,68 154,42
05 ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO -5,15 62,33 108,53 189,17
5.1. Outros Valores a Receber -5,15 62,33 108,53 189,17
06 ATIVO PERMANENTE 25,98 54,84 98,47 144,63
6.2. Imobilizado 39,29 84,48 133,89 192,86
6.3. Intangível 17,77 36,56 76,61 114,88
III - TOTAL DO ATIVO 12,55 22,40 47,90 70,12
IV - PASSIVO CIRCULANTE -2,27 -2,60 3,11 18,83
07Obrigações de Funcionamento -3,29 1,55 28,45 46,11
7.1. Fornecedores (Dupl. a Pagar) -4,28 9,41 40,36 58,52
7.2. Outras Contas a Pagar -0,08 -23,95 -10,20 5,84
08Obrigações de Financiamento 0,03 -11,97 -54,14 -42,83
V - PASSIVO NÃO CIRCULANTE 18,39 47,24 99,81 95,22
9.1Obrigações de Funcionamento -26,53 -54,36 -15,35 -22,22
9.1.2. Outras Contas a Pagar -26,53 -54,36 -15,35 -22,22
9.2Obrigações de Financiamento 21,97 55,32 108,97 104,56
VI - TOTAL DO PASSIVO 6,06 17,49 42,08 49,61
VII - PATRIMÔNIO LÍQUIDO 104,01 91,60 129,83 358,91
10 Capital Social 93,37 104,21 88,25 371,38
11 Reservas de Capital 23,96 50,58 108,38 184,65
12 Reservas de Lucros 64,49 77,27 163,13 167,07
13 Ajustes de Avaliações Patrimoniais 14,88 -35,97 -44,58 -50,95
14(-) Ações em Tesouraria -2,92 91,32 84,17 14,83
VIIITOTAL DO PASSIVO E PATR.LÍQUIDO 12,55 22,40 47,90 70,12
Fonte: elaborado pelo autor com base no quadro 10.

Conforme o quadro dez e o quadro onze, o ativo circulante da empresa Lojas


Americanas S.A. era de 100,00 passou para 110,13 no ano 2, para 109,86 no ano 3, para
128,49 no ano 4 e para 139,11 no ano 5, representando um crescimento de 10,13% do ano 1
para o ano 2, de 9,86% do ano 1 para o ano 3, de 28,49% do ano 1 para o ano 4 e crescimento
de 39,11% do ano 1 para o ano 5. Quanto ao ativo realizável a longo prazo, que no ano 1
representava 100,00, reduziu para 94,85 no ano 2, no ano 3 passou para 162,33, no ano 4 para
208,53 e no ano 5 para 289,17, representando uma redução de 5,15% do ano 1 para o ano 2,
um crescimento de 62,33% do ano 1 para o ano 3, de 108,53% do ano 1 para o ano 4, e ainda
de 189,17% do ano 1 para o ano 5. Para concluir as aplicações, o ativo permanente de 100,00
no ano 1, passou para 125,98 no ano 2, para 154,84 no ano 3, para 198,47 no ano 4 e para
60

244,63 no ano 5, com um crescimento de 25,98% do ano 1 para o ano 2, crescimento de


54,84% do ano 1 para o ano 3, de 98,47% do ano 1 para o ano 4 e de 144,63% do ano 1 para o
ano 5, evidenciando a política da empresa em ampliar o crescimento dos valores do ativo não
circulante, ampliando a participação dos grupos do realizáveis a longo prazo e permanente no
período estudado.
O gráfico seis demonstra a evolução dos ativos em números índices ao longo do
período analisado da empresa Lojas Americanas S.A.

Gráfico 6 - Evolução dos ativos em números índices

Fonte: elaborado pelo autor.

Quanto as aplicações totais, de 100,00 no ano 1, passou para 112,55 no ano 2, para
122,40 no ano 3, para 147,90 no ano 4 e para 170,12 no ano 5, com um crescimento de
12,55% do ano 1 para o ano 2, de 22,40% do ano 1 para o ano 3, de 47,90% do ano 1 para o
ano 4 e de 70,12% do ano 1 para o ano 5, representando um bom crescimento das aplicações
totais na série analisada, principalmente do ano 1 para o ano 5.
Quanto aos grupos das fontes, o passivo circulante que tinha o número índice 100,00
no ano 1, reduziu para 97,73 no ano 2, para 97,40 no ano 3, passando para 103,11 no ano 4 e
para 118,83 no ano 5, apresentando uma redução de 2,27% do ano 1 para o ano 2, de 2,60%
do ano 1 para o ano 3, crescendo em 3,11% do ano 1 para o ano 4 e em 18,83% do ano 1 para
o ano 5. Já em relação ao passivo não circulante, passou de 100,00 no ano 1, para 118,39 no
ano 2, para 147,24 no ano 3, para 199,81 no ano 4 e para 195,22 no ano 5, com um
crescimento de 18,39% do ano 1 para o ano 2, de 47,24% do ano 1 para o ano 3, de 99,81%
do ano 1 para o ano 4 e de 95,22% do ano 1 para o ano 5. Quanto ao patrimônio líquido,
61

passou de 100,00 no ano 1para 204,01 no ano 2, para 191,60 no ano 3, para 229,83 no ano 4 e
para 458,91 no ano 5, apresentando um bom crescimento ao longo do período, ou seja,
aumento em 104,01% do ano 1 para o ano 2, 91,60% do ano 1 para o ano 3, 129,83% do ano
1 para o ano 4 e o significativo crescimento de 358,91% do ano 1 para o ano 5.
O gráfico sete representa a evolução das fontes de recursos em números índices da
empresa Lojas Americanas S.A. ao longo da série analisada.

Gráfico 7 - Evolução das fontes de recurso em números índices

Fonte: elaborado pelo autor.

Em relação às aplicações de recursos da empresa Lojas Americanas S.A. ocorreu uma


evolução desfavorável, pois os índices de crescimento concentraram-se mais no aumento dos
valores não circulantes, e pouco aumento nos valores das contas do circulante, enfraquecendo
os meios de pagamento de curto prazo ao longo do período em estudo. Em relação as fontes,
percebe-se um crescimento pouco significativo nos valores circulantes (dívidas de curto
prazo) e um significativo crescimento nas obrigações de longo prazo como fonte de recursos,
complementado por também significativo crescimento das contas do capital próprio, situação
favorável à melhora da situação financeira da empresa nos anos mais recentes da série em
estudo.
O quadro doze demonstra a análise horizontal da demonstração do resultado do
exercício da empresa Lojas Americanas S.A. nos anos de 2010 a 2014, evidenciando a
evolução das diversas fases do resultado da entidade nos respectivos anos em análise. Para
isso, segundo as técnicas de análise de balanços, assim como no balanço patrimonial, define-
se o ano 1 como número índice de 100,00, o qual é comparado pelos demais anos.
62

Quadro 12 - Análise horizontal da demonstração do resultado do exercício em valores relativos


DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DA EMPRESA LOJAS AMERICANAS S.A.2010
- 2014 EM VALORES RELATIVOS – ANÁLISE HORIZONTAL
NÚMEROS ÍNDICES
CONTAS/GRUPOS DE CONTAS 2010 2011 2012 2013 2014
Nºs PERÍODOS/ANOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
I(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 100 103,77 109,33 122,50 142,36
01 (-) Custo das Mercadorias/Produtos Vendida(o)s 100 103,50 108,88 121,20 141,75
II (=) LUCRO OPERACIONAL BRUTO 100 104,42 110,41 125,60 143,81
02 (-) Despesas Operacionais Não-Financeiras 100 109,03 117,64 136,02 157,79
III (=) LUCRO OPERACIONAL PRÓPRIO 100 97,66 99,80 110,33 123,30
03 (-) Despesas Financeiras 100 121,43 113,31 118,95 166,26
04 Receitas Financeiras 100 136,64 109,17 111,70 164,07
IV (=) LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO 100 77,59 81,08 95,75 70,07
5 (+-) Resultado Não Operacional 100 -117,36 -252,44 -13,02 0,00
V (=) RESULTADO ANTES DO IMP. DE RENDA 100 82,43 89,36 98,45 71,81
6 (-) Provisão Para Imp.de Renda e Contr. Social s/LL 100 68,94 79,36 87,57 38,50
VI(=) RESULTADO DEPOIS DO IMP. DE RENDA 100 89,15 94,35 103,86 88,39
VII (=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 100 89,15 94,35 103,86 88,39
Fonte: elaborado pelo autor com base nas demonstrações da empresa.

O quadro treze evidencia a comparação entre os anos da análise horizontal em valores


relativos da demonstração do resultado do exercício da empresa Lojas Americanas S.A.

Quadro 13 – Comparativo da análise horizontal da demonstração do resultado do exercício em valores


relativos
ANÁLISE COMPARATIVA DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DA EMPRESA
LOJAS AMERICANAS S.A. EM VALORES RELATIVOS - ANÁLISE HORIZONTAL
CONTAS/GRUPOS DE CONTAS NÚMEROS ÍNDICES
Nºs PERÍODOS/ANOS 2 (-) 1 3 (-) 1 4 (-) 1 5 (-) 1
I(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 3,77 9,33 22,50 42,36
01 (-) Custo das Mercadorias/Produtos Vendida(o)s 3,50 8,88 21,20 41,75
II (=) LUCRO OPERACIONAL BRUTO 4,42 10,41 25,60 43,81
02 (-) Despesas Operacionais Não-Financeiras 9,03 17,64 36,02 57,79
III (=) LUCRO OPERACIONAL PRÓPRIO -2,34 -0,20 10,33 23,30
03 (-) Despesas Financeiras 21,43 13,31 18,95 66,26
04 Receitas Financeiras 36,64 9,17 11,70 64,07
IV (=) LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO -22,41 -18,92 -4,25 -29,93
5 (+-) Resultado Não Operacional -217,36 -352,44 -113,02 -100,00
V (=) RESULTADO ANTES DO IMP. DE RENDA -17,57 -10,64 -1,55 -28,19
6 (-) Provisão Para Imp.de Renda e Contr. Social s/LL -31,06 -20,64 -12,43 -61,50
VI(=) RESULTADO DEPOIS DO IMP. DE RENDA -10,85 -5,65 3,86 -11,61
VII (=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO -10,85 -5,65 3,86 -11,61
Fonte: elaborado pelo autor com base no quadro 12.

O gráfico oito demostra a evolução das fases do resultado em números índices da


empresa Lojas Americanas S.A. ao longo da série estudada.
63

Gráfico 8 - Evolução das fases do resultado em números índices

Fonte: elaborado pelo autor.

A receita operacional líquida da empresa Lojas Americanas S.A. com número índice
de 100,00 no ano 1, cresceu para 103,77 no ano 2, para 109,33 no ano 3, para 122,50 no ano 4
e para 142,36 no ano 5, representando um crescimento de 3,77% do ano 1 para o ano 2, de
9,33% do ano 1 para o ano 3, de 22,50% do ano 1 para o ano 4 e de 42,36% do ano 1 para o
ano 5. Já os custos dos produtos vendidos de 100,00 no ano 1, cresceram para 103,50 no ano
2, para 108,80 no ano 3, para 121,20 no ano 4 e para 141,75 no ano 5, com um crescimento de
3,50% do ano 1 para o ano 2, de 8,88% do ano 1 para o ano 3, de 21,20% do ano 1 para o ano
4 e de 41,75% do ano 1 para o ano 5, aumento em percentual menor do que o aumento em
percentual ocorrido com a receita operacional líquida, fato favorável ao desempenho
econômico da empresa.
O lucro operacional bruto de 100,00 do ano 1 passou para 104,42 no ano 2, para
110,41 no ano 3, para 125,60 no ano 4 e para 143,81 no ano 5, com aumento de 4,42% do ano
1 para o ano 2, de 10,41% do ano 1 para o ano 3, de 25,60% do ano 1 para o ano 4 e de
43,81% do ano 1 para o a no 5, situação favorável para a empresa pois apresentou
crescimento do lucro operacional bruto ao longo do período analisado. Quanto as despesas
operacionais não financeiras, o crescimento foi superior ao crescimento do lucro operacional
bruto, ou seja, de 100,00 no ano 1 passou para 109,03 no ano 2, para 117,64 no ano 3, para
64

136,02 no ano 4 e para 157,79 no ano 5, com crescimento de 9,03% do ano 1 para o ano 2, de
17,64% do ano 1 para o ano 3, de 36,02% do ano 1 para o ano 4 e de 57,79% do ano 1 para o
ano 5. Gerando assim, uma redução no lucro operacional próprio do ano 1 para o ano 2 e
também do ano 1 para o ano 3, voltando a apresentar crescimento nos anos 4 e 5, sendo de
100,00 no ano 1 e decrescendo para 97,66 no ano 2 e para 99,80 no ano 3, crescendo para
110,33 no ano 4 e para 123,30 no ano 5, com redução de 2,34% do ano 1 para o ano 2, de
0,20% do ano 1 para o ano 3, crescendo em 10,33% do ano 1 para o ano 4 e 23,30% do ano 1
para o ano 5. As despesas financeiras de 100,00 no ano 1 passaram para 121,43 no ano 2, para
113,31 no ano 3, para 118,95 no ano 4 e para 166,26 no ano 5, representando um crescimento
de 21,43% do ano 1 para o ano 2, de 13,31% do ano 1 para o ano 3, de 18,95% do ano 1 para
o ano 4 e de 66,26% do ano 1 para o ano 5. Já as receitas financeiras, de 100,00 no ano 1
passaram para 136,64 no ano 2, baixando para 109,17 no ano 3, ficando em 111,70 no ano 4 e
aumentando para 164,07 no ano 5, apresentando um crescimento de 36,64% do ano 1 para o
ano 2, de 9,17% do ano 1 para o ano 3, de 11,70% do ano 1 para o ano 4 e de 64,07% do ano
1 para o ano5.
Quanto ao lucro operacional líquido, de 100,00 no ano 1 baixou para 77,59 no ano 2,
baixou para 81,08 no ano 3, cresceu um pouco para 95,75 no ano 4, reduzindo para 70,07 no
ano 5, representando uma redução de 22,41% do ano 1 para o ano 2, de 18,82% do ano 1 para
o ano 3, de 4,25% do ano 1 para o ano 4 e de 29,93% do ano 1 para o ano 5. O lucro líquido
do exercício de 100,00 no ano 1, baixou para 89,15 no ano 2, passou para 94,35 no ano 3,
apresentando crescimento para 103,86 no ano 4, voltando a cair no ano 5 para 88,39, ou seja,
uma redução de 10,85% do ano 1 para o ano 2, de 5,65% do ano 1 para o ano 3, um
crescimento de 3,86% do ano 1 para o ano 4, e novamente uma redução de 11,61% do ano 1
para o ano 5. Evidente que a evolução negativa do lucro líquido do exercício não foi nada
bom para o desempenho econômico da empresa, que deveria no mínimo ter mantido o
equivalente ao resultado positivo do primeiro período da série, o que ocorreu apenas no quarto
ano.

4.5 ANÁLISE DO BALANÇO DE FUNDOS

O balanço de fundos tem por finalidade indicar as fontes e as aplicações de recursos


dos elementos patrimoniais que compõem os balanços da empresa no período estudado. Para
identificar se determinada conta representou fonte ou aplicação de fundos, é necessário
comparar o saldo inicial com o saldo final da conta em determinado período, se ocorrer
65

variação positiva do saldo de conta ativa, significa que estes se constituíram em aplicações de
recursos, no caso de variação negativa, significa que se constituíram em fontes de recursos. Se
ocorrer variação positiva do saldo de conta passiva e patrimônio líquido, significa que estes se
constituíram em fontes de recursos, caso a variação for negativa, significa que se constituíram
em aplicações de recursos.
O quadro quatorze e o quadro quinze demonstram a apuração do capital circulante
líquido e sua variação dos anos de 2010 a 2014 da empresa Lojas Americanas S.A.

Quadro 14 - Apuração do capital circulante líquido da empresa Lojas Americanas S.A. em reais mil
2010 2011 2012 2013 2014
GRUPOS DE CONTAS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
(+) ATIVO CIRCULANTE 7.226.774 7.958.884 7.939.420 9.285.421 10.053.009
(-) PASSIVO CIRCULANTE 5.510.107 5.385.089 5.367.018 5.681.709 6.547.473
(=) CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 1.716.667 2.573.796 2.572.401 3.603.712 3.505.536
Fonte: elaborado pelo autor.

Quadro 15 - Apuração da variação do capital circulante líquido da empresa Lojas Americanas S.A. em
reais mil
CAPITAL CIRCULANTE
LÍQUIDO/PERÍODOS ANO 2 (-) 1 ANO 3 (-) 2 ANO 4 (-) 3 ANO 5 (-) 4
2.573.796 2.572.401 3.603.712 3.505.536
VARIAÇÃO NO (-) 1.716.667 (-) 2.573.796 (-) 2.572.401 (-) 3.603.712
CAPITAL CIRCULANTE = 857.128 = -1.394 = 1.031.311 = -98.176
LÍQUIDO
APLICAÇÃO FONTE DE APLICAÇÃO DE FONTE DE
DE FUNDOS FUNDOS FUNDOS FUNDOS
Fonte: elaborado pelo autor.

Nesse caso, houve aumento no capital circulante líquido do ano 1 para o ano 2; e do
ano 3 para o ano 4, portanto, os valores circulantes se constituíram em aplicações de recursos
nesses anos, ou seja, do ano 1 para o na 2, ocorreu variação no capital circulante líquido
positiva de 857.128 mil reais, do ano 3 para o ano 4 foi de 1.031.311 mil reais. Já do ano 2
para o ano 3; e do ano 4 para o ano 5, houve diminuição do capital circulante líquido,
portanto, os valores circulantes se constituíram em fontes de recursos nesses anos, ou seja, do
ano 2 para o ano 3, ocorreu variação no capital circulante líquido negativa de 1.394 mil reais,
do ano 4 para o ano 5 foi de 98.176 mil reais.
O quadro dezesseis apresenta a demonstração das variações dos grupos de contas do
não circulante da empresa Lojas Americanas S.A. do período correspondente aos anos de
2010, 2011, 2012, 2013 e 2014, respectivamente denominados de ano 1, ano 2, ano 3, ano 4 e
ano 5.
66

Quadro 16 - Demonstração das variações dos grupos de contas do não circulante da empresa Lojas
Americanas S.A. em reais mil
CONTAS ANO 2 (-) ANO 1 ANO 3 (-) ANO 2
Ativo Realizável a
Longo Prazo 554.633 (-) 584.720 = (-) 30.086 (F) 949.203 (-) 554.633 = (+) 394.570 (A)
Ativo Permanente 2.613.193 (-) 2.074.231 = (+) 538.962 (A) 3.211.743 (-) 2.613.193 = (+) 598.550 (A)
Passivo Não
Circulante 4.404.299 (-) 3.720.100 = (+) 684.199 (F) 5.477.398 (-) 4.404.299 = (+) 1.073.099 (F)
Patrimônio Líquido 1.337.323 (-) 655.517 = (+) 681.805 (F) 1.255.950 (-) 1.337.323 = (-) 81.373 (A)
CONTAS ANO 4 (-) ANO 3 ANO 5 (-) ANO 4
Ativo Realizável a
Longo Prazo 1.219.299 (-) 949.203 = (+) 270.095 (A) 1.690.822 (-) 1.219.299 = (+) 471.523 (A)
Ativo Permanente 4.116.623 (-) 3.211.743 = (+) 904.880 (A) 5.074.181 (-) 4.116.623 = (+) 957.558 (A)
Passivo Não
Circulante 7.433.028 (-) 5.477.398 = (+) 1.955.630 (F) 7.262.278 (-) 7.433.028 = (-) 170.750 (A)
Patrimônio Líquido 1.506.606 (-) 1.255.950 = (+) 250.656 (F) 3.008.261 (-) 1.506.606 = (+) 1.501.655 (F)
A = Aplicação de Fundos
F = Fonte de Fundos
Fonte: elaborado pelo autor.

Com base no quadro quinze e quadro dezesseis, é possível elaborar o resumo do


balanço de fundos dos anos de 2011, 2012, 2013 e 2014, respectivamente denominados de
ano 2, 3, 4 e 5, pois para a sua evidenciação são necessários os dados do balanço anterior e do
balanço seguinte. Através do resumo, realiza-se a interpretação e a análise do comportamento
dos fundos que circularam na entidade nos respectivos períodos.

Quadro 17 - Resumo do balanço de fundos da empresa Lojas Americanas S.A. do ano 2, em reais mil
RESUMO DO BALANÇO DE FUNDOS DO ANO 2 - REAIS MIL
FONTES Reais mil % APLICAÇÕES Reais mil %
Diminuição do ARLP 30.086 2,16 Aumento do CCL 857.128 61,39
Aumento do PNC 684.199 49,01 Aumento do AP 538.962 38,61
Aumento do PL 681.805 48,84
Total das Fontes 1.396.090 100,00 Total das Aplicações 1.396.090 100,00
Fonte: elaborado pelo autor.

A maior fonte de fundos do ano 1 para o ano 2 decorreu do aumento do passivo não
circulante, com 49,01%, seguido pelo aumento do patrimônio líquido com 48,84%, os
restantes 2,16% decorreram da diminuição do ativo realizável a longo prazo. Em termos de
fontes de recursos, com exceção da diminuição do realizável a longo prazo, pode-se dizer que
a política foi adequada e teria sido melhor ainda, se a primeira opção tivesse ocorrido com o
aumento do patrimônio líquido, mesmo assim, sempre a segunda melhor opção é pelo
aumento do passivo exigível a longo prazo como ocorreu na empresa.
67

Gráfico 9 - Balanço de fundos – composição percentual das fontes ano 1/2

Fonte: elaborado pelo autor.

O gráfico dez demonstra a composição percentual das aplicações do ano 1 para o ano
2 da empresa Lojas Americanas S.A.

Gráfico 10 - Balanço de fundos – composição percentual das aplicações ano 1/2

Fonte: elaborado pelo autor.

Quanto às aplicações de fundos, o maior percentual foi no aumento do capital


circulante líquido, com 61,39%, os restantes 38,61% ocorreram no aumento do ativo
permanente. Também em relação às aplicações de recursos tudo correu de forma favorável às
finanças da empresa, pois conseguiu em primeiro lugar ampliar o seu capital circulante
líquido, ampliando sua liquidez de curto prazo e ao mesmo tempo fortalecer o seu ativo
permanente, representando crescimento patrimonial fixo na empresa.
Resumindo, pode-se concluir que neste período a empresa adotou, com pequenas
ressalvas, uma política adequada na captação e aplicação de recursos, fortalecendo
especialmente o seu capital circulante líquido e o seu capital próprio.
68

Quadro 18 - Resumo do balanço de fundos da empresa Lojas Americanas S.A. do ano 3, em reais mil
RESUMO DO BALANÇO DE FUNDOS DO ANO 3 - REAIS MIL
FONTES Reais mil % APLICAÇÕES Reais mil %
Diminuição do CCL 1.394 0,13 Aumento do ARLP 394.570 36,72
Aumento do PNC 1.073.099 99,87 Aumento do AP 598.550 55,71
Diminuição do PL 81.373 7,57
Total das Fontes 1.074.493 100 Total das Aplicações 1.074.493 100
Fonte: elaborado pelo autor.

O gráfico onze demonstra a composição das fontes do ano 2 para o ano 3 da empresa
Lojas Americanas S.A.

Gráfico 11- Balanço de fundos – composição percentual das fontes ano 2/3

Fonte: elaborado pelo autor.

Do ano 2 para o ano 3, a maior fonte de fundos foi o aumento do passivo não
circulante, com 99,87%, os restantes 0,13% decorreram da diminuição do capital circulante
líquido. Percebe-se que nesse segundo período, a empresa não conseguiu aumentar seu capital
próprio, tendo que optar quase que cem por cento das captações de recursos mediante dívidas
de longo prazo e ainda pela redução do seu capital circulante líquido, diminuindo ao mesmo
tempo sua liquidez, embora em pequeno percentual e ainda aumentar seu endividamento de
longo prazo.

Gráfico 12 - Balanço de fundos – composição percentual das aplicações ano 2/3

Fonte: elaborado pelo autor.


69

Quanto ás aplicações de fundos, o maior percentual foi no aumento do ativo


permanente, com 55,71%, seguindo-se o aumento do ativo realizável a longo prazo, com
36,72%, e da diminuição do patrimônio líquido, com 7,57%. Analisando-se as aplicações do
período, a empresa optou por ampliar o seu ativo não circulante – realizável a longo prazo e
ativo permanente em prejuízo de seu capital circulante líquido, sendo essa a segunda melhor
opção e como fator negativo, apresenta uma redução do seu patrimônio líquido, o que não é
desejável em nenhuma circunstância, pois isso leva geralmente a ampliação do endividamento
da empresa. Em resumo, pode-se observar que neste período as aplicações não ocorreram da
melhor forma, pois houve diminuição do patrimônio líquido, da mesma forma com as fontes,
na qual houve diminuição do capital circulante líquido e aumento de dívidas de longo prazo,
sendo que esta deveria ser sempre a segunda melhor opção e não a primeira.

Quadro 19 - Resumo do balanço de fundos da empresa Lojas Americanas S.A. do ano 4, em reais mil
RESUMO DO BALANÇO DE FUNDOS DO ANO 4 - REAIS MIL
FONTES Reais mil % APLICAÇÕES Reais mil %
Aumento do PNC 1.955.630 88,64 Aumento do CCL 1.031.311 46,74
Aumento do PL 250.656 11,36 Aumento do ARLP 270.095 12,24
Aumento do AP 904.880 41,01
Total das Fontes 2.206.286 100 Total das Aplicações 2.206.286 100
Fonte: elaborado pelo autor.

O gráfico treze demonstra a composição percentual das fontes do ano 3 para o ano 4
da empresa Lojas Americanas S.A.

Gráfico 13 - Balanço de fundos – composição percentual das fontes ano 3/4

Fonte: elaborado pelo autor

Do ano 3 para o ano 4, a maior fonte de fundos foi o aumento do passivo não
70

circulante, com 88,64%, seguindo-se o aumento do patrimônio líquido, com 11,36%.Percebe-


se que novamente a empresa, embora tenha conseguido ampliar seu patrimônio líquido, não
foi o suficiente para garantir o crescimento dos seus ativos, tendo que optar novamente pela
ampliação de captação de recursos externos, ampliando ainda mais o seu endividamento.

Gráfico 14 - Balanço de fundos – composição percentual das aplicações ano 3/4

Fonte: elaborado pelo autor

Quanto as aplicações de fundos, 76,74% ocorreram no aumento do capital circulante


líquido, seguindo-se o aumento no ativo permanente, com 41,01%, e aumento do ativo
realizável a longo prazo, com 12,24%. Pode-se observar então, que nesse período as
aplicações de recursos atenderam às expectativas da boa prática financeira, ou seja, ocorreu o
fortalecimento dos três grupos de contas do ativo, procurando garantir o crescimento
patrimonial e sua liquidez ao mesmo tempo. Quanto às fontes, a grande fonte de recursos foi o
aumento do capital de terceiros, passivo não circulante, seguindo-se pelo aumento do capital
próprio, patrimônio líquido. Não é a melhor política do ponto de vista financeiro, porém
quando não se consegue ampliar os ativos com recursos próprios, a segunda opção são os
financiamentos de longo prazo, o que acabou acontecendo com a empresa Lojas Americanas
S.A. no ano 4.

Quadro 20 - Resumo do balanço de fundos da empresa Lojas Americanas S.A. do ano 5, em reais mil
RESUMO DO BALANÇO DE FUNDOS DO ANO 5 - REAIS MIL
FONTES Reais mil % APLICAÇÕES Reais mil %
Diminuição do CCL 98.176 6,14 Aumento do ARLP 471.523 29,47
Aumento do PL 1.501.655 93,86 Aumento do AP 957.558 59,85
Diminuição do PNC 170.750 10,67
Total das Fontes 1.599.831 100 Total das Aplicações 1.599.831 100
Fonte: elaborado pelo autor.
71

O gráfico quinze demonstra a composição percentual das fontes do ano 4 para o ano 5
da empresa Lojas Americanas S.A.

Gráfico 15 - Balanço de fundos – composição percentual das fontes ano 4/5

Fonte: elaborado pelo autor

Do ano 4 para o ano 5, a maior fonte de fundos foi o aumento do patrimônio líquido,
com 93,86%, seguindo-se a diminuição do capital circulante líquido, com 6,14%.Percebe-se
que desta vez a empresa conseguiu ampliar a participação do seu capital próprio nas fontes de
recursos, o que lhe permitiu, embora a pequena redução do seu capital circulante líquido,
diminuir sua dependência do capital de terceiros de longo prazo.

Gráfico 16 - Balanço de fundos – composição percentual das aplicações ano 4/5

Fonte: elaborado pelo autor

Quanto as aplicações de fundos, a maior delas ocorreu no aumento do ativo


permanente, com 59,85%, seguindo-se o aumento do ativo realizável a longo prazo, com
29,47%, e na diminuição do passivo não circulante, com 10,67%. Do lado das aplicações de
72

fundos, percebe-se como fator positivo, que ocorreu o aumento do ativo realizável a longo
prazo e do ativo permanente. Quanto as fonte de fundos, como dito, o maior percentual de
aumento concentrou-se no aumento do capital próprio, o que é muito bom para a empresa,
porém, percebe-se como fator negativo uma pequena diminuição do capital circulante líquido,
pela passagem de parte das dívidas de longo prazo para o curto prazo, compensado pela
ampliação da participação do capital próprio na formação das fontes de recursos no período.

4.6 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES POR ÍNDICES ECONÔMICOS E


FINANCEIROS

A análise das demonstrações através de índices econômicos e financeiros consiste em


obter indicadores através de cálculos matemáticos, sendo denominados de coeficientes,
quocientes ou taxas, quando multiplicados por 100, e compará-los com parâmetros
estabelecidos por analistas consagrados em estudos do passado e relativamente comprovados
no presente, indicando se uma situação é boa ou não do ponto de vista financeiro e/ou
econômico.

4.6.1 Análise da liquidez

O estudo da liquidez tem por objetivo verificar a capacidade de a empresa liquidar


seus compromissos financeiros em dia em um dado momento. Através de coeficientes, pode-
se verificar a situação das dívidas da empresa Lojas Americanas S.A., como segue.

4.6.1.1 Capital circulante líquido

O capital circulante líquido é obtido através da diferença entre o ativo circulante e o


passivo circulante, demonstra em valores aquilo que sobra ou falta, teoricamente, no ativo
circulante caso liquidasse todo o passivo circulante naquele momento.

Quadro 21 - Cálculo do capital circulante líquido em valores atualizados - reais mil


GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
ATIVO CIRCULANTE 7.226.774 7.958.884 7.939.420 9.285.421 10.053.009
(-) (-) (-) (-) (-)
PASSIVO CIRCULANTE 5.510.107 5.385.089 5.367.018 5.681.709 6.547.473
CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 1.716.667 2.573.796 2.572.401 3.603.712 3.505.536
Fonte: elaborado pelo autor.
73

O gráfico dezessete representa a evolução do capital circulante líquido da empresa


Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.

Gráfico 17 - Evolução do capital circulante líquido

Fonte: elaborado pelo autor.

O capital circulante líquido da Lojas Americanas S.A. no período analisado é muito


bom, pois após a liquidação do passivo circulante, ainda sobram recursos para a entidade,
sendo de 1.716.667 mil reais no ano 1, de 2.573.796 mil reais no ano 2, de 2.572.401 mil reais
no ano 3, de 3.603.712 mil reais no ano 4 e de 3.505.535 mil reais no ano 5. Apesar das
pequenas variações negativas específicas nos anos 3 e 5, pode-se destacar que os valores são
crescentes em relação do ano 1 para o ano 5, demonstrando ótima folga financeira.

4.6.1.2 Coeficiente de liquidez circulante

O coeficiente de liquidez circulante evidencia a proporção que existe entre os valores


do ativo e do passivo circulante da empresa Lojas Americanas S.A no período estudado.

Quadro 22 - Cálculo do coeficiente de liquidez circulante em valores atualizados – reais mil


GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
ATIVO CIRCULANTE 7.226.774 7.958.884 7.939.420 9.285.421 10.053.009
÷ ÷ ÷ ÷ ÷
PASSIVO CIRCULANTE 5.510.107 5.385.089 5.367.018 5.681.709 6.547.473
COEFICIENTE DE LIQUIDEZ
CIRCULANTE = AC/PC 1,31 1,48 1,48 1,63 1,54
Fonte: elaborado pelo autor.

O gráfico dezoito apresenta a evolução dos coeficientes de liquidez circulante da


empresa Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.
74

Gráfico 18 - Evolução dos coeficientes de liquidez circulante

COEFICIENTE DE LIQUIDEZ CIRCULANTE = AC/PC


2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5

Fonte: elaborado pelo autor.

A empresa Lojas Americanas S.A. obteve o seu melhor coeficiente de liquidez


circulante no ano 4, com 1,63, seguindo-se o ano 5 com 1,54, pelo ano 2 e 3 com 1,48 cada, e
por último o do ano 1, com apenas 1,31, ou seja, no ano 1, a empresa possuía 1,31 de ativo
circulante para cada 1,00 de passivo circulante, 1,48 no ano 2 e 3, 1,63 no ano 4 e 1,54 no ano
5. Do ponto de vista financeiro, um coeficiente de liquidez circulante favorável deve ser
superior a 2,0, ou seja, o ativo circulante deve ser no mínimo duas vezes o valor do passivo
circulante, portanto, segundo a literatura financeira, a empresa Lojas Americanas não
apresentou um bom coeficiente de liquidez circulante no período analisado, pois nos cinco
períodos os mesmos ficaram abaixo do mínimo estabelecido, embora tenha apresentado uma
evolução positiva do primeiro aos dois últimos anos da série em estudo.

4.6.1.3 Coeficiente de liquidez seca

O coeficiente de liquidez seca evidencia a capacidade que a empresa Lojas


Americanas S.A. possui de liquidar suas obrigações de curto prazo, caso ocorra uma retração
nas suas vendas.

Quadro 23 - Cálculo do coeficiente de liquidez seca em valores atualizados – reais mil


GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
ATIVO CIRCULANTE (-) ESTOQUES 5.454.678 6.240.471 5.878.000 6.721.266 7.155.940
÷ ÷ ÷ ÷ ÷
PASSIVO CIRCULANTE 5.510.107 5.385.089 5.367.018 5.681.709 6.547.473
COEFICIENTE DE LIQUIDEZ SECA =
(AC - ESTOQUES) ÷ PC 0,99 1,16 1,10 1,18 1,09
Fonte: elaborado pelo autor.
75

O gráfico dezenove apresenta a evolução dos coeficientes de liquidez seca da empresa


Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.

Gráfico 19 - Evolução dos coeficientes de liquidez circulante

Fonte: elaborado pelo autor.

No ano 1, a empresa Lojas Americanas S.A. possuía uma cobertura em dinheiro,


valores a receber e créditos diversos de curto prazo de apenas 0,99 para cada 1,00 de dívidas
de curto prazo, aumentando para 1,16 no ano 2, baixando para 1,10 no ano 3, aumentando
para 1,18 no ano 4 e caindo para 1,09 no ano 5. Pode-se verificar que o índice de liquidez seca
da empresa é insatisfatório apenas no primeiro ano da série em estudo, com melhor despenho
no ano 4, pois se mantém acima de 1,00 que é o mínimo estabelecido para que a empresa
possa ter condições de liquidar suas dívidas sem vender seus estoques ou desfazer-se de
elementos do seu ativo não circulante; pode-se dizer que a empresa passou no teste amargo,
pois conseguiria liquidar suas obrigações de curto prazo mesmo cortando o valor dos seus
estoques.
Como o coeficiente de liquidez circulante havia se apresentado de forma desfavorável
sob o ponto de vista financeiro, pode-se afirmar que não ocorreu o mesmo com o coeficiente
de liquides seca, pois este se apresentou favorável sob o ponto de vista financeiro, o que vem
mostrar que a empresa apresenta uma boa administração de seus estoques.

4.6.1.4 Coeficiente de liquidez geral

O coeficiente de liquidez geral indica a liquidez total da empresa Lojas Americanas


S.A. no período estudado, envolvendo os valores disponíveis, a receber, créditos diversos,
estoques, contra os valores de contas a pagar de curto e longo prazos.
76

Quadro 24 - Cálculo do coeficiente de liquidez geral em valores atualizados – reais mil


GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
ATIVO CIRCULANTE (+) ATIVO
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 7.811.493 8.513.518 8.888.623 10.504.720 11.743.831
÷ ÷ ÷ ÷ ÷
PASSIVO CIRCULANTE (+) PASSIVO
NÃO CIRCULANTE 9.230.207 9.789.388 10.844.416 13.114.737 13.809.751
COEFICIENTE DE LIQUIDEZ GERAL =
(AC + ARLP) ÷ (PC + PNC) 0,85 0,87 0,82 0,80 0,85
Fonte: elaborado pelo autor.

O gráfico vinte apresenta a evolução dos coeficientes de liquidez geral da empresa


Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.

Gráfico 20 - Evolução dos coeficientes de liquidez geral

Fonte: elaborado pelo autor.

A empresa Lojas Americanas S.A. apresentou um índice de liquidez geral de apenas


0,85 no ano 1, de 0,87 no ano 2, de 0,82 no ano 3, de 0,80 no ano 4 e de 0,85 no ano 5.
Segundo a literatura de administração financeira, o ideal seria que este índice se mantivesse
acima dos 1,50 para garantir que a empresa não tenha problemas futuros de liquidez. Portanto,
os índices de liquidez geral da Lojas Americanas S.A. estão abaixo do valor ideal, e no
período não apresentou tendência de crescimento, visto que variou em torno de 0,85 do
primeiro ao quinto ano, o que pode ser considerado como fator de perigo para a liquidez
futura da empresa.

4.6.1.5 Coeficiente de liquidez imediata

O coeficiente de liquidez imediata, classificado como um indicador de liquidez


complementar, é utilizado para comparar os valores das disponibilidades com os valores das
77

obrigações de curto prazo da empresa Lojas Americanas.

Quadro 25 - Cálculo do coeficiente de liquidez imediata em valores atualizados – reais mil


GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
DISPONIBILIDADES 201.351 155.109 200.771 439.602 951.819
÷ ÷ ÷ ÷ ÷
PASSIVO CIRCULANTE 5.510.107 5.385.089 5.367.018 5.681.709 6.547.473
COEFICIENTE DE LIQUIDEZ IMEDIATA =
DISPONIBILIDADES ÷ PC 0,04 0,03 0,04 0,08 0,15
Fonte: elaborado pelo autor.

O gráfico vinte e um apresenta a evolução dos coeficientes de liquidez imediata da


empresa Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.

Gráfico 21 - Evolução dos coeficientes de liquidez imediata

Fonte: elaborado pelo autor.

O melhor coeficiente de liquidez imediata da empresa Lojas Americanas S.A. foi no


ano 5, quando representa 0,15 de disponibilidades para cada 1,00 de dívidas de curto prazo,
seguindo-se o ano 4 com 0,08, o ano 1 e 3 com 0,04 cada, e o pior momento ocorreu no ano 2,
com apenas 0,03. Para um conforto com as dívidas de curto prazo, especialistas afirmam que
coeficiente de liquidez imediata deveria ficar em torno de 0,25 ou 0,30, porém, alguns autores
da atualidade entendem que o coeficiente sendo superior a 0,05 já é suficiente, levando em
conta de que a grande maioria das empresas procura aplicar suas disponibilidades imediatas
em ativos de maior remuneração. Portanto, o coeficiente de liquidez imediata da Lojas
Americanas S.A. não se apresentou em situação confortável em nenhum momento dos cinco
anos analisados, porém, nos ano 4 e 5, o coeficiente foi superior ao mínimo estabelecido de
0,05, sendo que nos anos 1, 2 e 3, os coeficientes ficaram abaixo do mínimo.
Para que uma entidade satisfaça plenamente o teste da liquidez, é necessário
78

apresentar os quatros indicadores básicos de liquidez favoráveis, portanto, no caso da Lojas


Americanas S.A., somente o capital circulante líquido e o coeficiente de liquidez seca ficou
dentro dos patamares aceitos, não passando no teste da liquidez no período estudado.

4.6.2 Análise de endividamento

A análise de endividamento consiste na verificação do grau de segurança que a Lojas


Americanas oferece aos seus credores para a liquidação de suas obrigações, portanto, esta
segurança é medida pelas diversas comparações do patrimônio líquido com o passivo da
empresa.

4.6.2.1 Coeficiente de dívidas circulantes

O coeficiente de dívidas circulantes estabelece a relação entre as dívidas de curto


prazo para cada unidade monetária de patrimônio líquido da empresa Lojas Americanas S.A.

Quadro 26 - Cálculo do coeficiente de dívidas circulantes em valores atualizados – reais mil


GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
PASSIVO CIRCULANTE 5.510.107 5.385.089 5.367.018 5.681.709 6.547.473
÷ ÷ ÷ ÷ ÷
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 655.517 1.337.323 1.255.950 1.506.606 3.008.261
COEFICIENTE DE DÍVIDAS CIRCULANTES 8,41 4,03 4,27 3,77 2,18
Fonte: elaborado pelo autor.

O gráfico vinte e dois apresenta a evolução dos coeficientes de dívidas circulantes da


empresa Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.

Gráfico 22 - Evolução dos coeficientes de dívidas circulantes

Fonte: elaborado pelo autor.


79

O índice máximo aceitável por esse coeficiente é de 1,00, e quanto menor na unidade
melhor é a situação de garantia das dívidas de curto prazo. Para a empresa Lojas Americanas
o coeficiente de dívidas circulantes não foi satisfatório, sendo que no ano 1 a empresa
apresentou um coeficiente muito acima do máximo aceitável, pois para cada 1,00 de
patrimônio líquido possuía 8,41 de dívidas de curto prazo, no ano 2 baixou para 4,03,
passando para 4,27 no ano 3, para 3,77 no ano 4 e reduzindo para 2,18 no ano 5. Percebe-se,
portanto, um esgotamento da sua capacidade de endividamento, pois as dívidas de curto prazo
ultrapassaram o valor do seu patrimônio líquido, porém, vale ressaltar que o coeficiente de
dívidas circulantes apresentou significativa redução do ano 1 para o ano 5, revelando a
preocupação dos gestores da empresa em melhorar a garantia das dívidas de curto prazo,
podendo futuramente, vir a apresentar coeficientes satisfatórios.

4.6.2.2 Coeficiente de dívidas totais

Evidencia as garantias que a empresa apresenta para suas dívidas totais.

Quadro 27 - Cálculo do coeficiente de dívidas totais em valores atualizados – reais mil


GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
PASSIVO TOTAL 9.230.207 9.789.388 10.844.416 13.114.737 13.809.751
÷ ÷ ÷ ÷ ÷
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 655.517 1.337.323 1.255.950 1.506.606 3.008.261
COEFICIENTE DE DÍVIDAS TOTAIS 14,08 7,32 8,63 8,70 4,59
Fonte: elaborado pelo autor.

O gráfico vinte e três representa a evolução dos coeficientes de dívidas totais da


empresa Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.

Gráfico 23 - Evolução dos coeficientes de dívidas totais

Fonte: elaborado pelo autor.


80

Da mesma forma, o limite aceitável para o coeficiente de dívidas totais não deverá ser
superior a 1,00, isto é, as dívidas totais não podem ultrapassar o valor do patrimônio líquido,
caso contrário não haverá garantia suficiente no capital próprio para a sua cobertura. No ano
1, para cada 1,00 de patrimônio líquido, a empresa Lojas Americanas S.A. apresentou 14,08
de dívidas totais, no ano 2 foi de 7,32, no ano 3 foi de 8,63, no ano 4 foi de 8,70 e no ano 5 foi
de 4,59. Portanto, percebe-se que a empresa apresenta péssimas garantias de dívidas totais,
necessitando aumentar seu patrimônio líquido, quer por meio de aumento de capital social,
incorporação de novas reservas de capital e ainda, gerar e reter mais lucros no seu patrimônio
líquido.

4.6.2.3 Coeficiente de dividas de longo prazo

Apesar de ser considerado complementar no processo de análise das dívidas, o


coeficiente de dívidas de longo prazo também é muito útil para avaliar o endividamento de
longo prazo da empresa Lojas Americanas S.A. Consiste na comparação das dívidas de longo
prazo com o capital circulante líquido da entidade.

Quadro 28 - Cálculo do coeficiente de dívidas de longo prazo em valores atualizados – reais mil
GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 3.720.100 4.404.299 5.477.398 7.433.028 7.262.278
÷ ÷ ÷ ÷ ÷
CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 1.716.667 2.573.796 2.572.401 3.603.712 3.505.536
COEFICIENTE DE DÍVIDAS DE LONGO
PRAZO 2,17 1,71 2,13 2,06 2,07
Fonte: elaborado pelo autor.

O gráfico vinte e quatro apresenta a evolução dos coeficientes de dívidas de longo


prazo da empresa Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.

Gráfico 24 - Evolução dos coeficientes de dívidas de longo prazo

Fonte: elaborado pelo autor.


81

Também este coeficiente não deve ultrapassar a unidade 1,00, pois o valor das dívidas
de longo prazo não deve superar o valor do capital circulante líquido da empresa. Sendo
assim, pode-se dizer que novamente a empresa Lojas Americanas S.A. não apresentou uma
boa garantia de dívidas de longo prazo, pois no ano 1 para cada 1,00 de capital circulante
líquido apresenta 2,17 de dívidas de longo prazo, de 1,71 no ano 2, de 2,13 no ano 3, de 2,06
no ano 4 e de 2,07 no ano 5, revelando uma frágil garantia no seu capital de trabalho para
cobertura das suas dívidas de longo prazo.

4.6.2.4 Coeficiente de segurança máxima

Evidencia qual a segurança máxima que a empresa oferece aos seus credores, caso
venha, por um motivo ou outro, paralisar suas atividades e tenha que liquidar todo o seu ativo
para pagar todo o seu passivo.

Quadro 29 - Cálculo do coeficiente de segurança máxima em valores atualizados – reais mil


GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
PASSIVO TOTAL 9.230.207 9.789.388 10.844.416 13.114.737 13.809.751
÷ ÷ ÷ ÷ ÷
ATIVO TOTAL 9.885.724 11.126.711 12.100.366 14.621.343 16.818.012
COEFICIENTE DE SEGURANÇA
MÁXIMA 0,93 0,88 0,90 0,90 0,82
Fonte: elaborado pelo autor.

O gráfico vinte e cinco apresenta a evolução dos coeficientes de segurança máxima da


empresa Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.

Gráfico 25 - Evolução dos coeficientes de segurança máxima

Fonte: elaborado pelo autor.


82

Levando em conta que, em fase de liquidação, normalmente a entidade encontra


muitas dificuldades para vender todo o seu ativo pelo valor contábil, entende-se que as dívidas
totais devem ficar em no máximo até 50% do valor contábil dos seus ativos, ou seja, o
coeficiente de segurança máxima não deve ultrapassar a 0,50. Sendo assim, percebe-se que o
coeficiente de segurança máxima da empresa Lojas Americanas encontra-se em uma situação
debilitada sob o ponto de vista financeiro, visto que no ano 1 apresentou 0,93 de dívidas para
cada 1,00 de ativo total, no ano 2 apresentou 0,88, no ano 3 apresentou 0,90, no ano 4
apresentou 0,90 e no ano 5 apresentou 0,82. Os indicadores de dívidas revelam que a empresa
Lojas Americanas, segundo a literatura financeira, apresenta indicadores de garantia de
dívidas elevados no período estudado, em relação aos indicadores padrões estabelecido pelos
autores da área financeira, porém apresentam tendência de melhoras ao longo do período o
que evidência a preocupação dos gestores com esta questão.

4.6.3 Análise da lucratividade

Analisar a lucratividade consiste em comparar os diversos estágios do resultado da


empresa Lojas Americanas S.A. com o volume monetário da sua receita operacional líquida
no período estudado, para isso, examina-se a margem de lucro operacional bruto, a margem
de lucro operacional líquido e a margem de lucro líquido do exercício.

4.6.3.1 Margem de lucro operacional bruto

A margem de lucro operacional bruto consiste em demonstrar a margem de


faturamento bruto que a empresa opera sobre a sua receita operacional líquida.

Quadro 30 - Cálculo da margem de lucro operacional bruto


GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
LUCRO OPERACIONAL BRUTO 3.363.408 3.512.148 3.713.572 4.224.491 4.836.864
÷ ÷ ÷ ÷ ÷
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 11.341.432 11.769.543 12.399.871 13.893.650 16.145.669
COEFICIENTE DE MARGEM DE LUCRO
BRUTO 0,2966 0,2984 0,2995 0,3041 0,2996
TAXA DE MARGEM LUCRO BRUTO 29,66% 29,84% 29,95% 30,41% 29,96%
Fonte: elaborado pelo autor.

O gráfico vinte e seis apresenta a evolução da taxa de margem de lucro operacional


bruto da empresa Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.
83

Gráfico 26 - Evolução da taxa de margem de lucro bruto

Fonte: elaborado pelo autor.

A margem de lucro operacional bruto da empresa Lojas Americanas S.A. foi de


29,66% no ano 1, de 29,84% no ano 2, de 29,95% no ano 3, de 30,41% no ano 4 e de 29,96%
no ano 5; significando que em cada R$ 100,00 de receita operacional líquida sobraram R$
29,66 no ano 1, R$ 29,84 no ano 2, R$ 29,95 no ano 3, R$ 30,41 no ano 4 e R$ 29,96 no ano
5. Comparativamente, a melhor margem de lucro operacional bruto da empresa ocorreu no
ano 4, com 30,41%. Apresenta como fator positivo um constante crescimento do ano 1 até o
ano 4, e como negativo, a redução ocorrida no ano 5 em função do aumento do custo das
mercadorias vendidas frente ao aumento da receita operacional líquida.

4.6.3.2 Margem de lucro operacional líquido

Este indicador evidencia a margem de lucro com que a empresa opera após absorver
os custos e as despesas operacionais, evidenciando principalmente, sua eficiência operacional.

Quadro 31 - Cálculo da margem de lucro operacional líquido

GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5


LUCRO OPERACIONAL
LÍQUIDO 616.919 478.692 500.221 590.690 432.251
÷ ÷ ÷ ÷ ÷
RECEITA OPERACIONAL
LÍQUIDA 11.341.432 11.769.543 12.399.871 13.893.650 16.145.669
COEFICIENTE DE MARGEM DE
LUCRO OPER. LÍQUIDO 0,0544 0,0407 0,0403 0,0425 0,0268
TAXA DE MARGEM DE LUCRO
OPER. LÍQUIDO 5,44% 4,07% 4,03% 4,25% 2,68%
Fonte: elaborado pelo autor.
84

O gráfico vinte e sete apresenta a evolução da taxa de margem de lucro operacional


líquido da empresa Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.

Gráfico 27 - Evolução da taxa de margem de lucro operacional líquido

Fonte: elaborado pelo autor.

No ano 1, a margem de lucro operacional líquido da empresa Lojas Americanas S.A.


foi de 5,44%, baixando para 4,07% no ano 2, para 4,03% no ano 3, passando para 4,25% no
ano 4 e baixando para 2,68% no ano 5. Percebe-se a elevação das despesas operacionais e das
despesas financeiras ao logo do período, provocando a diminuição das taxas de margem de
lucro operacional líquido ao longo da série estudada.

4.6.3.3 Margem de lucro líquido do exercício

O lucro final do exercício é o mais importante para a entidade, uma vez que é ele que
remunera os capitais investidos, sendo assim, este indicador tem o objetivo de evidenciar a
parcela de lucro líquido final que ficou para a entidade em proporção as suas vendas líquidas
no exercício.

Quadro 32 - Cálculo da margem de lucro líquido do exercício


GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 401.889 358.292 379.164 417.413 355.210
÷ ÷ ÷ ÷ ÷
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 11.341.432 11.769.543 12.399.871 13.893.650 16.145.669
COEFICIENTE DE MARGEM DE
LUCRO LÍQ. DO EXERCÍCIO 0,0354 0,0304 0,0306 0,0300 0,0220
TAXA DE MARGEM DE LUCRO
LÍQ. DO EXERCÍCIO 3,54% 3,04% 3,06% 3,00% 2,20%
Fonte: elaborado pelo autor.
85

O gráfico vinte e oito apresenta a evolução da taxa de margem de lucro líquido do


exercício da empresa Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.

Gráfico 28 - Evolução da taxa de margem de lucro líquido do exercício

Fonte: elaborado pelo autor.

No período analisado, as taxas de margem de lucro líquido do exercício apresentam


constante redução, sendo que o melhor desempenho ocorreu no ano 1, com uma taxa de lucro
líquido do exercício de 3,54% da receita operacional líquida, diminuindo para 3,04% no ano
2, passando para 3,06% no ano 3, diminuindo para 3,00% no ano 4 e para 2,20% no ano 5.
Analisando e comparando a margem de lucro líquido do exercício, percebe-se que esta
redução ocorrida não é nada bom para a situação financeira da empresa, pois se continuar a
apresentar esta redução, futuramente a empresa pode vir a apresentar margens de lucro líquido
muito baixas, não conseguindo remunerar os capitais investidos na empresa.

4.6.4 Análise da rentabilidade

A análise da rentabilidade tem por finalidade verificar em quanto os capitais investidos


na empresa Lojas Americanas S.A. estão sendo remunerados, medido através do lucro obtido
por ela, mediante o estudo dos seguintes indicadores: rentabilidade do capital social;
rentabilidade do patrimônio líquido; remuneração do ativo total e, taxa de retorno do
investimento operacional.

4.6.4.1 Rentabilidade do capital social

A rentabilidade do capital social consiste em demonstrar em quanto a entidade está


remunerando o capital investido pelos seus sócios/acionistas.
86

Quadro 33 - Cálculo da rentabilidade do capital social

GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5


LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 401.889 358.292 379.164 417.413 355.210
÷ ÷ ÷ ÷ ÷
CAPITAL SOCIAL 474.852 918.232 969.696 893.911 2.238.345
COEFICIENTE DE RENTABILIDADE DO
CAPITAL SOCIAL 0,8463 0,3902 0,3910 0,4670 0,1587
TAXA DE RENTABILIDADE DO CAPITAL
SOCIAL 84,63% 39,02% 39,10% 46,70% 15,87%
Fonte: elaborado pelo autor.

O gráfico vinte e nove apresenta a evolução da taxa de rentabilidade do capital social


da empresa Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.

Gráfico 29 - Evolução da taxa de rentabilidade do capital social

Fonte: elaborado pelo autor.

A melhor remuneração do capital social da empresa Lojas Americanas S.A. ocorreu no


ano 1 com 84,63%, já no ano 2 apresentou significativa redução, baixando para 39,02%, no
ano 3 para 39,10%, voltando a apresentar crescimento no ano 4, passando para 46,70% e no
ano 5 apresenta uma reduzindo maior ainda, ficando em apenas 15,87%. Como fator negativo
destaca-se a queda da taxa ao longo do período, que apesar de ter um crescimento no ano 4,
em relação ao ano 1, apresentou decréscimo, o que não é bom do ponto de vista do investidor
interno e externo da empresa.

4.6.4.2 Rentabilidade do patrimônio líquido

Este indicador procura evidenciar em quanto a entidade remunerou o seu capital


próprio no período.
87

Quadro 34 - Cálculo da rentabilidade do patrimônio líquido

GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5


LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 401.889 358.292 379.164 417.413 355.210
÷ ÷ ÷ ÷ ÷
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 655.517 1.337.323 1.255.950 1.506.606 3.008.261
COEFIC. DE REMUNERAÇÃO DO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 0,6131 0,2679 0,3019 0,2771 0,1181
TAXA DE REMUNERAÇÃO DO PATRIMÔNIO
LÍQUIDO 61,31% 26,79% 30,19% 27,71% 11,81%
Fonte: elaborado pelo autor.

O gráfico trinta apresenta a evolução da taxa de rentabilidade do patrimônio líquido da


empresa Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.

Gráfico 30 - Evolução da taxa de remuneração do patrimônio líquido

Fonte: elaborado pelo autor.

O patrimônio líquido da empresa Lojas Americanas S.A. foi remunerado no ano 1 em


61,31%, no ano 2 em 26,79%, no ano 3 em 30,17%, no ano 4 em 27,71% e no ano 5 em
11,81%. Foi no ano 1 que houve a melhor remuneração, apresentando significativa redução
para o ano 2, permanecendo constante nos anos 3 e 4, voltando a reduzir no ano 5. Da mesma
forma que o indicador anterior, o destaque negativo é a queda das taxas de remuneração ao
longo do período em análise.

4.6.4.3 Remuneração do ativo total

Trata-se de verificar em quanto a entidade conseguiu remunerar seus ativos, que são os
meios pelos quais a empresa desenvolve suas atividades, que por sua vez geram os resultados
dos períodos.
88

Quadro 35 - Cálculo da remuneração do ativo total


GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 401.889 358.292 379.164 417.413 355.210
÷ ÷ ÷ ÷ ÷
ATIVO TOTAL 9.885.724 11.126.711 12.100.366 14.621.343 16.818.012
COEFICIENTE DE REMUNERAÇÃO DO
ATIVO TOTAL 0,0407 0,0322 0,0313 0,0285 0,0211
TAXA DE REMUNERAÇÃO DO ATIVO
TOTAL 4,07% 3,22% 3,13% 2,85% 2,11%
Fonte: elaborado pelo autor.

O gráfico trinta e um apresenta a evolução da taxa de remuneração do ativo total da


empresa Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.

Gráfico 31 - Evolução da taxa de remuneração do ativo total

Fonte: elaborado pelo autor.

No ano 1, o ativo total da empresa Lojas Americanas S.A. foi remunerado em 4,07%,
baixando para 3,22% no ano 2, para 3,13% no ano 3, para 2,85% no ano 4 e para 2,11% no
ano 5. Percebe-se que o lucro líquido do exercício não acompanhou o crescimento do ativo da
empresa ao longo dos anos, consequentemente, o percentual de remuneração foi decrescente
no período analisado, se constituindo como uma tendência negativa para os próximos
períodos, caso se mantenham as mesmas condições internas e externas para os seus negócios.

4.6.4.4 Taxa de retorno do investimento operacional

Este indicador tem a finalidade de verificar o tempo médio que os resultados


operacionais, representados pelo lucro operacional líquido, levariam para que houvesse o
retorno de 100% dos investimentos operacionais aplicados no empreendimento, sendo estes
89

representados pelo ativo total, diminuído dos valores do grupo Investimentos do ativo
permanente.

Quadro 36 - Cálculo da taxa de retorno do investimento operacional


GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO 616.919 478.692 500.221 590.690 432.251
÷ ÷ ÷ ÷ ÷
ATIVO OPERACIONAL 7.811.493 8.513.518 8.888.623 10.504.720 11.743.831
TAXA DE RETORNO DO
INVESTIMENTO OPERACIONAL 7,90% 5,62% 5,63% 5,62% 3,68%
Fonte: elaborado pelo autor.

O gráfico trinta e dois apresenta a evolução da taxa de retorno do investimento


operacional da empresa Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.

Gráfico 32 - Evolução da taxa de retorno do investimento operacional

Fonte: elaborado pelo autor.

No ano 1, a taxa de retorno do investimento operacional foi de 7,90%, reduzindo para


5,62% no ano 2, passando para 5,63% no ano 3, voltando para 5,62% no ano 4 e reduzindo
para 3,68% no ano 5. Mais uma vez fica evidenciado que os lucros da empresa não
acompanham a evolução positiva dos seus ativos operacionais.
Dividindo-se o indicador 100 pela taxa de retorno do investimento operacional
encontra-se o tempo médio que a empresa levaria para repor os investimentos operacionais
representados em seu ativo operacional.
90

Quadro 37 - Cálculo do tempo médio para retorno do investimento operacional


GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
100 100 100 100 100
÷ ÷ ÷ ÷ ÷
TAXA DE RETORNO DO INVESTIMENTO
OPERACIONAL 7,90 5,62 5,63 5,62 3,68
TEMPO EM ANOS PARA RETORNO DO ATIVO
OPERACIONAL 12,66 17,79 17,76 17,79 27,17
Fonte: elaborado pelo autor.

O gráfico trinta e três apresenta o tempo em anos para retorno do investimento


operacional da empresa Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.

Gráfico 33 - Tempo em anos para retorno do ativo operacional

Fonte: elaborado pelo autor.

No ano 1 a empresa levaria 12,66 anos para repor o seu ativo operacional, enquanto
que no ano 2 levaria 17,79 anos, no ano 3 levaria 17,76 anos, no ano 4 levaria 17,79 anos e no
ano 5 levaria 27,17 anos. De um modo geral, pode-se concluir que a empresa não apresenta
uma boa taxa de retorno do investimento, levando em conta que o tempo de retorno tem
aumentado de ano para ano.
Portanto, percebe-se que os indicadores de rentabilidade da empresa Lojas Americanas
S.A. apresenta piora ao longo do período analisado, o que não é uma boa tendência para seus
indicadores de desempenho econômico.

4.6.5 Análise de indicadores de atividades

Estes indicadores procuram evidenciar detalhes de situações específicas de elementos


patrimoniais, tanto da situação financeira como da situação econômica da empresa, sendo
eles: grau de imobilização do patrimônio líquido; exame de rotação dos estoques; exame do
91

prazo médio de cobrança de duplicatas e exame do prazo médio de pagamento de duplicatas.

4.6.5.1 Grau de imobilização do patrimônio líquido

Procura verificar o quanto o capital próprio está comprometido com o ativo


permanente da empresa, sendo assim, quanto maior o percentual, pior é para a situação
financeira, pois deixa cada vez menos recursos próprios livres para aplicação em ativos
rentáveis.

Quadro 38 - Cálculo do grau de imobilização do patrimônio líquido


GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
ATIVO PERMANENTE 2.074.231 2.613.193 3.211.743 4.116.623 5.074.181
÷ ÷ ÷ ÷ ÷
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 655.517 1.337.323 1.255.950 1.506.606 3.008.261
GRAU DE IMOBILIZAÇÃO DO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 316,43% 195,40% 255,72% 273,24% 168,67%
Fonte: elaborado pelo autor.

O gráfico trinta e quatro apresenta o grau de imobilização do patrimônio líquido da


empresa Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.

Gráfico 34 - Grau de imobilização do patrimônio líquido

Fonte: elaborado pelo autor.

O grau de imobilização da Lojas Americanas S.A. se apresentou muito elevado no


período, sendo que nos cinco anos estudados o valor do ativo permanente foi muito maior que
o valor do seu capital próprio, sendo assim, pode-se dizer que a parte do ativo permanente que
92

excedeu o valor do capital próprio está sendo financiada por capitais de terceiros, o que não é
nada bom para a situação financeira da entidade, pois está faltando capital próprio para o giro
dos negócios. Sendo assim, verifica-se que no ano 1, a Lojas Americanas S.A., apresentou um
grau de imobilização de 316,43%, portanto, 100% do seu capital próprio está comprometido
com o ativo permanente, e os restantes 216,43% provém de recursos de terceiros; no ano 2,
essa relação baixou para 195,40%, sendo que 100% do capital próprio também está
comprometido com o ativo permanente, e 95,40% provém de capital de terceiros, no ano 3, o
grau de imobilização do patrimônio líquido foi de 255,72%, sendo que 100% do capital
próprio está comprometido com o ativo permanente, e 155,72% é financiado por recursos de
terceiros; no ano 4, essa relação ficou em 273,24%, onde, da mesma forma, 100% do capital
próprio está comprometido com o ativo permanente da empresa e os restantes 173,24%
provém de capital de terceiro; já no ano 5, essa relação apresentou redução, ficando em
168,67%, mas mesmo assim 68,67% do ativo permanente é financiado por capitais de
terceiros, já que o valor do ativo permanente superou o valor do patrimônio líquido da
empresa.
Percebe-se uma deficiência de capital próprio para o giro dos negócios da empresa,
tendo sido preciso obter recursos de terceiros, o que consequentemente gera despesas
financeiras para a empresa. Porém, vale ressaltar, que o grau de imobilização do patrimônio
líquido apresentou perspectiva de redução no período, visto que teve seu patrimônio líquido
aumentado, principalmente no ano 5, podendo futuramente financiar seu ativo permanente
com capital próprio.

4.6.5.2 Exame de rotação dos estoques

Este indicador tem a finalidade de verificar o tempo médio que o estoque permanece
na empresa, quanto menos tempo ele permanecer na empresa, melhor é sua qualidade.

Quadro 39 - Cálculo do exame de rotação dos estoques

GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5


VENDAS 11.341.432 11.769.543 12.399.871 13.893.650 16.145.669
÷ ÷ ÷ ÷ ÷
ESTOQUE 1.772.096 1.718.413 2.061.420 2.564.156 2.897.069
ROTAÇÃO DOS ESTOQUES 6,40 6,85 6,02 5,42 5,57
TEMPO EM DIAS DE GIRO DOS
ESTOQUES 57 53 61 67 65
Fonte: elaborado pelo autor.
93

O gráfico trinta e cinco apresenta o tempo em dias de giro dos estoques da empresa
Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.

Gráfico 35 - Tempo em dias de giro dos estoques

Fonte: elaborado pelo autor.

O melhor momento do estoque da empresa Lojas Americanas S.A. ocorreu no ano 2,


quando girou 6,85 vezes no período, levando, por conseguinte, 53 dias para girar, enquanto
que o seu pior momento ocorreu no ano 4, quando girou 5,42 vezes no período, tendo levado
67 dias para ser vendido, porém, percebe-se pouca diferença de tempo entre o melhor e o pior
momento do estoque, e também que, o estoque levou poucos dias para girar na empresa, o que
revela uma boa politica por parte da empresa com relação ao seu estoque.

4.6.5.3 Exame do prazo médio de cobrança de duplicatas

O prazo médio de cobrança de duplicatas tem a finalidade de demonstrar quanto


tempo a empresa leva para receber seus créditos cedidos aos clientes. Quanto menos tempo
levar para receber os créditos melhor é a situação das duplicatas a receber da empresa. Para
fins de cálculo, foi estabelecida a proporção de 50% do faturamento bruto da empresa em
cada ano como sendo de vendas a prazo, segundo informações obtidas no site da entidade.

Quadro 40 - Cálculo do exame do prazo médio de cobrança de duplicatas


GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
DUPLICATAS A RECEBER X 365 841.697.932 939.417.769 647.764.855 671.926.224 722.527.355
÷ ÷ ÷ ÷ ÷
VENDAS A PRAZO DO ANO 5.670.716 5.884.771 6.199.936 6.946.825 8.072.835
TEMPO EM DIAS PARA
RECEBIMENTO DE CLIENTES 148,43 159,64 104,48 96,72 89,50
Fonte: elaborado pelo autor.
94

O gráfico trinta e seis apresenta o tempo em dias para recebimento de clientes da


empresa Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.

Gráfico 36 - Tempo em dias para recebimento de clientes

Fonte: elaborado pelo autor.

O melhor momento do prazo médio de cobrança de duplicatas a receber da empresa


Lojas Americanas S.A. ocorreu no ano 5, quando levou em média 89,50 dias para recebê-las,
seguindo-se o ano 4, quando levou em média 96,72 dias para recebê-las, o ano 3, quando
levou em média 104,48 dias para recebê-las, o ano 1, quando levou em média 148,43 dias
para recebê-las, e o pior momento ocorreu no ano 2, quando levou em média 159,64 dias para
receber suas duplicatas de clientes, revelando uma constante redução no prazo médio de
recebimento de clientes a partir do ano 2, o que é considerado favorável à situação financeira
da empresa, pois o prazo médio de recebimento está diminuindo ao longo do período
analisado.

4.6.5.4 Exame do prazo médio de pagamento de duplicatas

Segue-se o mesmo raciocínio, porém ao contrário da situação das duplicatas a receber,


ou seja, quanto maior o prazo de pagamento em relação ao de recebimento, melhor é a
situação das duplicatas a pagar. Neste caso, levando em conta que geralmente as fábricas
vendem mercadorias a prazo para seus revendedores, foi considerado que 100% das compras
realizadas pela empresa Lojas Americanas S.A. são efetuadas a prazo.
95

Quadro 41 - Cálculo do exame do prazo médio de pagamento de duplicatas

GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5


DUPLICATAS A
PAGAR X 365 1.065.790.130 1.020.215.660 1.166.049.976 1.495.948.497 1.689.454.695
÷ ÷ ÷ ÷ ÷
VALOR COMPRAS A
PRAZO 7.978.024 8.257.395 8.686.299 9.669.158 11.308.805
TEMPO EM DIAS
PARA PAGAMENTO
DE FORNECEDORES 133,59 123,55 134,24 154,71 149,39
Fonte: elaborado pelo autor.

O gráfico trinta e sete apresenta o tempo em dias para pagamento de duplicatas da


empresa Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.

Gráfico 37 - Tempo em dias para pagamento de duplicatas

Fonte: elaborado pelo autor.

O melhor momento do prazo médio de pagamento de fornecedor da empresa Lojas


Americanas S.A. ocorreu no ano 4, quando ela obteve em média 154,71 dias para efetuar o
pagamento de duplicatas aos seus fornecedores, seguindo-se o ano 5, com 149,39 dias de
prazo, o ano 3 com 134,24 dias de prazo, o ano 1 com 133,59 dias de prazo, e o pior momento
ocorreu no ano 2, com 123,55 dias de prazo para efetuar o pagamento de duplicatas aos seus
fornecedores, apresentando-se de maneira constante, sem grandes alterações do prazo de
pagamento de duplicatas ao longo do período.

4.6.5.4.1 Prazo relativo das duplicatas

Faz-se uma comparação entre os prazos médios de recebimento com os de


pagamentos, revelando quantas vezes antes ou depois se recebe as duplicatas de clientes
diante dos prazos de pagamentos aos fornecedores.
96

Quadro 42 - Cálculo do exame do prazo relativo das duplicatas


GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO DE DUPLICATAS 133,59 123,55 134,24 154,71 149,39
÷ ÷ ÷ ÷ ÷
PRAZO MÉDIO DE COBRANÇA DE DUPLICATAS 148,43 159,64 104,48 96,72 89,50
PRAZO RELATIVO DE DUPLICATAS 0,90 0,77 1,28 1,60 1,67
Fonte: elaborado pelo autor.

O gráfico trinta e oito apresenta o prazo relativo de duplicatas da empresa Lojas


Americanas S.A. ao longo do período estudado.

Gráfico 38 - Prazo relativo de duplicatas

Fonte: elaborado pelo autor.

Sendo assim, percebe-se que a empresa Lojas Americanas S.A., nos anos 1 e 2, pagou
duplicatas a fornecedor antes de receber as duplicatas de seus clientes, sendo que o pior
momento foi no ano 2, onde apresentou um prazo relativo de duplicatas de 0,77, já a partir do
ano 3, a empresa apresentou significativa melhora, e ainda com um constante aumento do
prazo relativo de duplicatas, pois passou a receber de seus clientes antes de pagar as
duplicatas a seus fornecedores, sendo que a melhor folga entre recebimento e pagamento de
duplicatas ocorreu no ano 5, quando obteve uma vantagem de 0,67, revelando que
inicialmente a empresa apresentava dificuldades de negociação, conseguindo reverter a
situação ao longo do período analisado.
No geral, os indicadores de atividade da empresa Lojas Americanas S.A. evidenciam
informações desfavoráveis no tocante ao grau de imobilização do capital próprio, e quanto ao
prazo médio relativo de duplicatas no ano 1 e ano 2, melhorando a partir do ano 3; quanto a
rotação dos estoques, a empresa apresentou bons indicadores, pois levou poucos dias para
girar na empresa.
97

4.6.6 Análise de solvência

Consiste em verificar se a entidade é solvente, ou se encontra em situação


intermediária ou se está em situação de insolvência. Para isso utilizam-se vários indicadores,
os principais são: coeficiente de overtrading e índice de insolvência de Kanitz.

4.6.6.1 Coeficiente de overtrading

Tem a finalidade de verificar se a entidade não está entrando em supertransação, isto é,


operando com vendas além de sua capacidade financeira.

Quadro 43 - Cálculo do coeficiente de overtrading


GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
VENDAS 11.341.432 11.769.543 12.399.871 13.893.650 16.145.669
÷ ÷ ÷ ÷ ÷
CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 1.716.667 2.573.796 2.572.401 3.603.712 3.505.536
COEFICIENTE DE OVERTRADING 6,61 4,57 4,82 3,86 4,61
Fonte: elaborado pelo autor.

O gráfico trinta e nove apresenta a evolução do coeficiente de overtrading empresa


Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.

Gráfico 39 - Coeficiente de overtrading

Fonte: elaborado pelo autor.

Os indicadores demonstram que a empresa Lojas Americanas S.A. não está em


supertransação e, portanto, não está em overtrading, pois os coeficientes são baixos e
decrescentes ao longo do período, com pequena elevação no último ano da série em estudo,
evidenciando que o capital circulante líquido foi exigido poucas vezes diante o volume
98

financeiro de suas vendas. Pode-se dizer que a empresa mantém certo controle sobre este
item, pois quando as vendas cresceram, o capital circulante líquido também cresceu.

4.6.6.2 Índice de insolvência de Kanitz

Este indicador é composto por alguns índices de liquidez, rentabilidade e de


endividamento, de forma ponderada, verificando se a empresa está, ou não, se encaminhando
para a fase de insolvência.

Quadro 44 - Cálculo do índice de solvência/insolvência de Kanitz


ANO ANO ANO ANO ANO
INDICADORES/PERÍODOS 1 2 3 4 5
X1 = Coeficiente de rentabilidade do capital próprio, multiplicado
pelo fator 0,05 (+) 0,03 0,01 0,02 0,01 0,01
X2 = Coeficiente de liquidez geral, multiplicado pelo fator 1,65 (+) 1,40 1,43 1,35 1,32 1,40
X3 = Coeficiente de liquidez seca, multiplicado pelo fator 3,55 (+) 3,51 4,11 3,89 4,20 3,88
X4 = Coeficiente de liquidez circulante, multiplicado pelo fator
1,06 (-) 1,39 1,57 1,57 1,73 1,63
X5 = Coeficientes de dívidas totais, multiplicado pelo fator 0,33 (-) 4,65 2,42 2,85 2,87 1,51
ÍNDICE DE SOLVÊNCIA/INSOLVÊNCIA DE KANITZ = -1,10 1,58 0,84 0,93 2,15
Fonte: elaborado pelo autor.

O gráfico quarenta apresenta a evolução do índice de solvência/insolvência da empresa


Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.

Gráfico 40 - Índice de solvência/insolvência de kanitz

Fonte: elaborado pelo autor.

O termômetro de Kanitz revelou que no ano 1, a empresa Lojas Americanas S.A.


encontra-se em situação de penumbra, revelando uma situação indefinida, já a partir do ano 2,
99

revelou que a empresa está solvente e não revela preocupação quanto a possiblidade de
insolvência, já que apresentou melhora da situação financeira no ano 2, e apesar das variações
ocorridas no ano 3 e ano 4, voltou a apresentar significativo aumento do indicador no ano 5.
Os dois indicadores de solvência evidenciam que a empresa Lojas Americanas S.A.
não corre nenhum risco de entrar em situação de insolvência, pois vem atuando com plena
capacidade de transações comerciais sustentadas por um bom capital circulante líquido. A
situação é reforçada pelos indicadores de insolvência de Kanitz que, com exceção do ano 1,
foram positivos, com aumento no último ano, evidenciando sustentabilidade financeira.

4.7 CONCLUSÕES DA ANÁLISE

As conclusões da análise têm como objetivo apresentar de forma resumida os


resultados da análise realizada, sintetizando as várias situações que demonstram a realidade e
as perspectivas da empresa Lojas Americanas S.A. do ponto de vista financeiro, econômico e
patrimonial, nos ano de 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014, respectivamente denominados de ano
1, ano 2, ano 3, ano 4 e ano 5.

4.7.1 Situação financeira

Quanto à situação financeira, a empresa Lojas Americanas S.A.,o coeficiente de


liquidez circulante ficou abaixo do mínimo estabelecido segundo os autores da área
financeira, embora tenha apresentado uma evolução positiva do primeiro aos dois últimos
anos da série em estudo, porém, quanto ao coeficiente de liquidez seca, com exceção do ano
1, os demais anos apresentaram-se satisfatórios, com melhor despenho no ano 4, pois se
mantém acima de 1,00 que é o mínimo estabelecido para que a empresa possa ter condições
de liquidar suas dívidas sem vender seus estoques ou desfazer-se de elementos do seu ativo
não circulante. Já o coeficiente de liquidez geral não se apresenta satisfatório para as finanças
da empresa, sendo que estão muito abaixo do valor ideal, e no período não apresenta
tendência de crescimento, visto que variou em torno de 0,85 do primeiro ao quinto ano, o que
pode ser considerado como fator de perigo para a liquidez futura da empresa.
Em relação ao endividamento, percebe-se que estes indicadores não são satisfatórios
para a situação financeira da empresa, sendo que o coeficiente de dívidas circulantes
apresenta-se muito além do máximo aceitável pelos pesquisadores da área financeira,
especialmente no ano 1, demonstrando sinal de melhora no ano 5,o que significa dizer que a
100

empresa apresenta um elevado esgotamento da sua capacidade de endividamento, pois as


dívidas de curto prazo ultrapassaram o valor do seu patrimônio líquido, perdendo a garantia
de que as dívidas serão um dia pagas. Da mesma forma, percebe-se que a empresa apresenta
péssimas garantias de dívidas totais, necessitando aumentar seu patrimônio líquido, já que o
coeficiente de dívidas totais também se apresenta muito elevado em relação ao índice padrão.
Em relação ao coeficiente de dívidas de longo prazo, pode-se dizer que novamente a empresa
não apresenta bons resultados, pois ficaram acima do limite aceitável, revelando uma frágil
garantia no seu capital de trabalho para cobertura das suas dívidas de longo prazo.
A empresa apresenta boa rotação de estoques, já que suas vendas fizeram com que
seus estoques girassem em média seis vezes no ano, demonstrando que as mercadorias
permaneceram estocas por sessenta dias em média. Quanto ao prazo relativo entre receber e
pagar duplicatas, percebe-se que a empresa, nos anos 1 e 2, pagou duplicatas a fornecedor
antes de receber as duplicatas de seus clientes, já a partir do ano 3, a empresa apresentou
significativa melhora, e ainda com um constante aumento do prazo relativo de duplicatas, pois
passou a receber de seus clientes antes de pagar as duplicatas a seus fornecedores, revelando
que inicialmente a empresa apresentava dificuldades de negociação, conseguindo reverter a
situação ao longo do período analisado. Em relação a solvência, o coeficiente de overtrading
demonstra que a empresa Lojas Americanas S.A. não está em supertransação e, portanto, não
está em overtrading, evidenciando que o capital circulante líquido foi exigido poucas vezes
diante o volume financeiro de suas vendas. Quanto aos riscos, O termômetro de Kanitz
revelou que no ano 1, a empresa Lojas Americanas S.A. encontrava-se em situação de
penumbra, revelando uma situação indefinida, já a partir do ano 2, revelou que a empresa está
solvente e não revela preocupação quanto a possiblidade de insolvência.

4.7.2 Situação patrimonial

Quanto a aplicação de recursos, a empresa Lojas Americanas S.A. apresenta maior


aplicação em seus ativos circulantes nos cinco anos analisados, politica adequada do ponto de
vista financeiro, levando em conta que é do giro constante destes ativos que a empresa realiza
seus negócios na perspectiva de alcançar os melhores resultados econômicos. Quanto as
origens de recursos, a empresa apresenta baixa predominância de recursos próprios, sendo que
nos dois primeiros anos, há predominância de recursos do passivo circulante, e nos três
últimos anos analisados a predominância de recursos encontra-se no passivo não circulante,
portanto, os capitais de terceiros predominam as origens de recursos da empresa, revelando a
101

necessidade de medidas de ampliação dos capitais próprios.

4.7.3 Situação econômica

A empresa Lojas Americanas S.A. apresenta taxas de margem de lucratividade


satisfatórias, sendo que as taxas de lucro operacional bruto apresentaram um constante
crescimento do ano 1 até o ano 4, porém houve redução no ano 5 em função do aumento do
custo das mercadorias vendidas frente ao aumento da receita operacional líquida, já as taxas
de lucro operacional líquido se apresentam com queda ao longo do período, provocada
principalmente pela elevação das despesas operacionais e das despesas financeiras ao logo do
período, e, por conseguinte, uma constante redução das taxas de lucro líquido do exercício ao
longo do período analisado, sendo que o melhor lucro líquido ocorreu no ano 1, pois
representou 3,54% da receita operacional líquida, reduzindo para 3,04% no ano 2, voltando a
crescer para 3,06% no ano 3, reduzindo para 3% no ano 4 e reduzindo mais ainda para 2,20%
no ano 5.
Quanto a rentabilidade do capital próprio, destaca-se como fator negativo, a queda da
taxa ao longo do período, o que não é bom do ponto de vista do investidor interno e externo
da empresa. As taxas de retorno do ativo operacional também se apresentam com queda ao
longo do período, portanto, percebe-se mais uma vez que os lucros da empresa não
acompanham a evolução positiva dos seus ativos operacionais.
102

CONCLUSÃO

A contabilidade tem como um dos seus objetivos gerar informações a partir da análise
das demonstrações contábeis, sendo esta uma ferramenta de gestão muito importante, gerando
indicadores que possibilitem dar aos usuários embasamento de natureza econômica e
financeira para a tomada de decisões mais qualificadas, tanto internas, quanto externas.
O presente trabalho de conclusão de curso propôs analisar a posição, evolução e
tendências patrimonial, financeira e econômica da empresa Lojas Americanas S.A., gerando
indicadores através da técnica contábil da análise de balanços.
Com base na literatura contábil, pôde-se realizar a revisão bibliográfica referente ao
tema de estudo, onde foram consultadas obras de diversos autores, formando a base teórica
para as tarefas práticas do trabalho de conclusão de curso, sendo assim, foi possível aplicar as
principais técnicas de análise de demonstrações contábeis utilizando como base os
demonstrativos contábeis básicos da empresa Lojas Americanas S.A., com seus valores
atualizados para o último ano da série analisada, apurando indicadores financeiros e
econômicos, assim como demonstrações gráficas, sendo estes analisados e interpretados,
evidenciando a importância que a técnica contábil de análise de demonstrações contábeis
exerce na formação de uma base de opinião mais completa e segura.
Acredita-se que, com a realização deste trabalho, que tratou de aplicar na prática a
aprendizagem construída no decorrer do curso, os objetivos propostos foram atingidos
satisfatoriamente, inclusive proporcionando a ampliação dos conhecimentos contábeis, além
de satisfação pessoal e profissional, pois comprovou a importância cada vez maior da
profissão contábil no contexto das demais profissões do mercado de trabalho.
Da mesma forma, ficou evidenciada a importância que a área financeira assume na
condução gerencial das empresas, sejam elas de pequeno, médio ou grande porte. De outra
parte, é importante destacar a necessidade de procedimentos contábeis alicerçados nos
princípios e normas contábeis, pois só assim se obtém demonstrações contábeis reais e úteis
para verdadeiramente alicerçar as decisões nas organizações. O empresário necessita cada vez
mais contar com a efetiva contribuição do Contador na geração de informações e no
gerenciamento de seu empreendimento, pois os desafios da competitividade no contexto
econômico é cada vez mais presente no dia a dia dos negócios e, a Contabilidade, através de
suas ferramentas tem-se mostrado imprescindível aliada dos gestores.
Acadêmicos de Ciências Contábeis, por sua vez, são desafiados a empreender cada vez
mais no processo ensino-aprendizagem, deixando de lado o comodismo que as vezes os
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perseguem, para serem proativos na busca do conhecimento e das experiências que as tarefas
acadêmicas e especialmente aquelas que se desenvolvem extraclasse, para que possam no
futuro enfrentar com competência os desafios da profissão contábil. A tarefa de conclusão de
curso mostrou-se uma excelente oportunidade de aprendizagem e de aperfeiçoamento técnico-
profissional, porém, ainda não é tudo; são necessárias frequentes horas de educação
continuada para a permanente atualização diante às frequentes mudanças do conhecimento
técnico-científico que cerca a profissão contábil, preconizada pelas próprias normas técnicas e
profissionais emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade.
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