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IJUÍ (RS)
2015
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RESUMO
O presente estudo tem como foco principal a análise das demonstrações contábeis da
empresa Lojas Americanas S.A., empresa de capital aberto, grande rede de varejo situada nas
principais cidades brasileiras. Esse tema desenvolvido visa demonstrar a real situação
patrimonial, econômica e financeira da empresa objeto de estudo nos anos de 2010 a 2014,
destacando a importância desta ferramenta no processo decisório das organizações. Os
objetivos deste estudo consistem em analisar a posição, evolução e tendências patrimonial,
financeira e econômica da empresa objeto de estudo; para isso, foi necessário revisar a
literatura referente ao tema, levantar os demonstrativos contábeis básicos da empresa, aplicar
as principais técnicas de análise de demonstrações contábeis, apurando os indicadores
financeiros e econômicos, analisar e interpretar os indicadores, e ainda relatar conclusões de
ordem econômica, financeira e patrimonial na perspectiva de melhorar as condições dos
gestores nos processos de tomada de decisões. A pesquisa classifica-se, quanto a sua natureza,
como aplicada, já quanto aos objetivos, classifica-se como descritiva, sendo sua forma de
abordagem qualitativa e quanto aos procedimentos técnicos como pesquisa bibliográfica,
pesquisa documental e estudo de caso. No trabalho prático, após a atualização dos valores das
demonstrações contábeis básicas para o último ano da série em estudo, foram realizadas as
análises em valores absolutos e relativos, análise do balanço de fundos, análise de liquidez,
endividamento, lucratividade, rentabilidade, indicadores de atividade, e de solvência,
evidenciando a situação econômica, financeira e patrimonial da empresa, além de demonstrar
a importância que os indicadores fornecidos pela técnica contábil da análise de balanços
proporcionam para o investidor e para os gestores da empresa.
LISTA DE QUADROS
LISTA DE GRÁFICOS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO
A Lojas Americanas S.A. é uma das mais tradicionais redes de varejo do país. Com
mais de 80 anos de atividades, a empresa conta com 948 lojas nas principais cidades do país e
com 4 centros de distribuição: em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Minas Gerais, atuando
também no comércio eletrônico, representado pela B2W – Companhia Digital. A rede
comercializa mais de 60 mil itens de 4 mil empresas diferentes, o que faz com que a Lojas
Americanas detenha uma grande participação do comércio brasileiro de brinquedos,
bombonière, lingerie, CD´s e DVD´s, entre outros.
A contabilidade tem como um dos seus objetivos gerar informações a partir da análise
das demonstrações contábeis da entidade, buscando gerar indicadores que possibilitem dar aos
usuários embasamento de natureza econômica e financeira para a tomada de decisões internas
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e/ ou externas.
Para Assaf Neto (2002, p.48), “A análise de balanços visa relatar, com base nas
informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as
causas que determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras”.
A técnica contábil da análise de balanços é uma ferramenta fundamental para a
empresa objeto do estudo e também para terceiros interessados, agregando valor às
informações contábeis, possibilitando a visualização das limitações e oportunidades, oferece
maior segurança no momento do investidor realizar sua aplicação, bem como atender outras
necessidades de ordem financeira e econômica para outros usuários como fornecedores,
empregados entre outros.
Matarazzo (2010, p.3), relata que, “as demonstrações financeiras fornecem uma série
de dados sobre a empresa, de acordo com as regras contábeis. A Análise de Balanços
transforma esses dados em informações e será tanto mais eficiente quanto melhores
informações produzir”.
Neste contexto, questiona-se: Como se apresentou a real situação patrimonial,
econômica e financeira da empresa objeto de estudo nos últimos cinco anos?
1.4 OBJETIVOS
1.5 JUSTIFICATIVA
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo, são resumidos os principais fundamentos teóricos que sustentam a base
conceitual de sustentação técnica e/ ou científica, a área de conhecimentos em que serão as
atividades práticas e técnicas do trabalho de conclusão de curso sustentadas.
2.1 CONTABILIDADE
No que diz respeito ao objeto de estudo da contabilidade, nos ensina Santos; Barros
(2013, p.25), “na Contabilidade, o objeto é sempre o patrimônio da entidade. O patrimônio é
definido como um conjunto de bens, direitos e obrigações para com terceiros, pertencente á
entidade”.
Basso (2011, p.27), diz que o objeto de estudo da contabilidade “[...] é o patrimônio,
geralmente constituído por um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencente a uma
determinada entidade”.
Por sua vez, a contabilidade tem como finalidade, segundo Basso (2011, p.28), “[...]
gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase
para o controle e o planejamento – processo decisório”.
Então, a contabilidade é considerada uma ciência social, possuindo como objeto de
estudo o patrimônio sob os aspectos qualitativos e quantitativos com a finalidade de gerar
informações econômicas para auxiliar no processo decisório das organizações.
A Resolução CFC nº 750/93, alterada pela Resolução CFC nº 1.282/10, define os seis
princípios de contabilidade:
O Princípio da Entidade caracteriza o Patrimônio como, “[...] afirma a autonomia
patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos
patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de
pessoas [...]”. Sendo assim, “[...] o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios
ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição”. (Res. CFC nº 750/93).
A soma do patrimônio da pessoa física com o patrimônio da pessoa jurídica não
resultará em uma nova entidade, pois são patrimônios distintos.
O Princípio da Continuidade, “[...] pressupõe que a Entidade continuará em operação
no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam
em conta esta circunstância”. (Res. CFC nº 1.282/10). Este princípio afirma que o
patrimônio, depende das condições em que provavelmente se desenvolverão as operações da
entidade, sendo assim, a entidade deve concretizar seus objetivos continuamente.
O Princípio da Oportunidade, “[...] refere-se ao processo de mensuração e
apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e
tempestivas”. (Res. CFC nº 750/93). Este princípio exige completa apreensão, registro e
relato das variações ocorridas pelo patrimônio da entidade.
O Princípio do Registro pelo Valor Original, “[...] determina que os componentes do
patrimônio devam ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações,
expressos em moeda nacional”. (Res. CFC nº 750/93).
O Princípio da Competência determina que, “[...] os efeitos das transações e outros
eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do
recebimento ou pagamento”. (Res. CFC nº 750/93). Sendo assim, este princípio não está
relacionado com o recebimento ou pagamento, mas com o reconhecimento das receitas
geradas e despesas incorridas no período.
O Princípio da Prudência determina, “[...] a adoção do menor valor para os
componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem
alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o
patrimônio líquido”. (Res. CFC nº 750/93).
Com os seis princípios definidos, existe base para a correta interpretação das Normas
Brasileiras de Contabilidade, que tiveram novas siglas estabelecidas pela Resolução CFC
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Assim, o balanço patrimonial, em sua estrutura, é formado por duas colunas, onde do
lado esquerdo são mostrados os bens e direitos e no lado direito as obrigações e o grupo do
patrimônio líquido. Em ambos os lados, os itens são demonstrados por ordem de liquidez, e
devem ter o total igual nas duas colunas.
Em relação à demonstração do resultado do exercício, Basso; Filipin; Enderli (2015,
p.31), nos ensinam que:
Por sua vez a demonstração do valor adicionado tem como finalidade evidenciar a
riqueza gerada pela entidade bem como a sua distribuição. Basso; Filipin; Enderli (2015,
p.34), conceituam a demonstração do valor adicionado da seguinte forma:
Para Assaf Neto (2002, p.48), “A análise de balanços visa relatar, com base nas
informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as
causas que determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras”.
Sendo assim, a finalidade principal da análise das demonstrações contábeis é
promover o entendimento da real situação econômico financeira da empresa em estudo aos
diversos usuários, constituindo-se em uma importante ferramenta de gestão.
Com o passar do tempo, a moeda perde seu poder aquisitivo, portanto, outra etapa
necessária antes de realizar a análise das demonstrações, é a atualização dos valores das
demonstrações de anos anteriores, fazendo com que seus saldos tenham mesmo valor
monetário da ultima demonstração da serie analisada, para que possam ser comparadas entre
si, compensando-se os efeitos da inflação. “[...] os demonstrativos objetos de análise devem
ser corrigidos tendo em vista as variações do poder aquisitivo da moeda [...]” (IUDÍCIBUS,
2010, p.77).
A atualização monetária é fundamental mesmo em períodos de baixa inflação, pois
“[...] uma taxa de inflação de 10% ao ano projeta a duplicação dos índices gerais de preços em
pouco mais de 8 anos, mascarando significativamente o estudo da rentabilidade da empresa”.
(ASSAF NETO, 2002, p.56).
Complementando, Basso; Filipin; Enderli (2015, p.53), dizem que:
Então, para ter uma base de dados confiáveis, considera-se prudente atualizar os
valores das demonstrações contábeis ao valor presente da última demonstração contábil da
série analisada, evitando que os dados fiquem distorcidos em função das variações do valor da
moeda ocorridas no período.
série analisada, após a atualização dos valores originais das demonstrações para o último ano
da série em que se está realizando a análise comparativa, a fim de evidenciar as alterações que
ocorreram na organização.
Este tipo de análise tem o objetivo de evitar a apressada percepção superficial, causada
á primeira vista, pelo censo comum de deduzir que quanto maiores os valores nas
demonstrações contábeis, melhor será a situação da empresa. Para isso, as demonstrações
contábeis têm seus valores reduzidos a uma grandeza uniforme de 100 ou 100% na análise
vertical e a números índices no caso de análise horizontal. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI,
2015).
“É basicamente um processo de análise temporal, desenvolvido por meio de números e
índices”. (ASSAF NETO, 2002, p.100).
A análise de balanços em valores relativos subdivide-se em análise vertical e análise
horizontal.
A análise horizontal compara os valores das mesmas contas, ou grupos, nos diferentes
anos das séries analisadas, tradicionalmente é comparado com o período mais antigo das
demonstrações analisadas.
Segundo Iudícibus (2010, p.83), “A finalidade principal da análise horizontal é apontar
o crescimento de itens dos Balanços e das Demonstrações de Resultado (bem como de outros
demonstrativos) através dos períodos, a fim de caracterizar tendências”.
Para Assaf Neto (2002, p.100), “[...] é a comparação que se faz entre os valores de
uma mesma conta ou grupo de contas, em diferentes exercícios sociais. É basicamente um
processo de análise temporal, desenvolvido por meio de números e índices”.
Matarazzo (2010, p.172), ensina que, “A análise horizontal baseia-se na evolução de
cada conta de uma série de demonstrações financeiras em relação á demonstração anterior
e/ou em relação a uma demonstração financeira básica, geralmente a mais antiga da série”.
Portanto, através da análise horizontal é possível verificar o desenvolvimento de
contas, ou mesmo de grupos de contas, em um determinado período de tempo.
A análise por índices tem a função de mostrar de forma mais clara e ampla a situação
econômica ou financeira de uma empresa.
O capital circulante líquido demonstra o que sobra ou falta da diferença entre o ativo
circulante e o passivo circulante e “[...] expressa a quantidade em valor de: dinheiro,
devedores e créditos diversos a curto prazo e de estoques que sobram para a entidade após ter
liquidado suas dívidas de curto prazo [...]”. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015, p.116). A
formula apresentada pelos autores identificados é a seguinte:
Segundo os referidos autores, quanto mais sobrar de ativo circulante após a liquidação
do passivo circulante para a empresa, melhor é sua situação, entretanto, este indicador deve
ser analisado dentro de um conjunto de indicadores.
Alguns autores destacam que quanto maior o coeficiente de liquidez circulante melhor
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O coeficiente de liquidez seca tem por objetivo verificar a capacidade que a empresa
tem de liquidar suas obrigações de curto prazo apenas com disponível e duplicatas a receber,
caso sofresse uma total paralização de suas vendas, ou se seu estoque se tornasse obsoleto.
(MARION, 2010).
Na visão de Assaf Neto (2002, p.172), “Essencialmente, a liquidez seca determina a
capacidade de curto prazo de pagamento da empresa mediante a utilização das contas do
disponível e valores a receber”. O indicador é encontrado, segundo Basso; Filipin; Enderli
(2015, p.120), a partir do uso da seguinte fórmula:
Como este coeficiente indica se a empresa terá condições de liquidar suas dívidas sem
vender seus estoques, seu resultado terá de apresentar o índice mínimo de 1,0, revelando
assim, uma condição boa para a organização enfrentar momentos de dificuldades em suas
vendas.
Deste modo, para se chegar a este indicador utiliza-se a seguinte formula, segundo
Basso; Filipin; Enderli (2015, p.124):
CLI = Disponibilidades
Passivo Circulante
sobre os recursos de terceiros melhor será a margem de garantia de dívidas que a entidade
oferece a seus credores”. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015, p.126).
Para Iudícibus (2010, p.97):
Esse coeficiente estabelece uma relação entre as dívidas de curto prazo que a empresa
possui, para cada um real de patrimônio líquido da entidade.
O limite máximo desse coeficiente é de 1,00, pois quanto menor, melhor é a garantia
que a empresa possui de arcar com suas obrigações. Caso a empresa possua esse coeficiente
em seu máximo, pode-se dizer que a mesma já esgotou sua capacidade de endividamento.
Calcula-se pela seguinte formula, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.127):
Esse coeficiente mostra a capacidade que a empresa possui de quitação das suas
dívidas de curto e longo prazo, ou seja, suas dívidas totais, o limite máximo aceitável é de
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1,00, isto é, as dividas totais não podem ultrapassar o valor do patrimônio líquido. Encontra-
se esse coeficiente, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.129), pela seguinte fórmula:
É a segurança máxima que a empresa pode oferecer a seus credores, caso tenha que
vender todo o seu ativo para liquidar seu passivo. Este coeficiente não pode ultrapassar 0,50,
ou seja, o total de suas dívidas deve permanecer em no máximo 50% do valor do ativo da
entidade.
É encontrado, segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.132), pela formula:
Dois outros indicadores podem vir a ser utilizados, com a finalidade de facilitar na
hora da caracterização financeira da empresa. São eles:
a) Coeficiente de Participação de Capitais de Terceiros – confronta as fontes de terceiros com
o próprio Patrimônio Líquido.
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b) Coeficiente de Participação das Dívidas de Curto Prazo sobre as Dívidas Totais- mostra a
composição do endividamento no curto prazo.
São calculadas pelas seguintes fórmulas, respectivamente, conforme Basso; Filipin;
Enderli (2015, p.134):
“Portanto, quando uma empresa financia todo o seu Ativo com seu capital próprio,
pode-se concluir que a situação financeira é a melhor possível, e na medida que vai
contraindo dívidas, sua situação financeira vai se debilitando”. (BASSO; FILIPIN;
ENDERLI, 2015, p.126).
Visto que as empresas buscam ofertas de capital de terceiros para ampliar suas
aplicações, é necessário ter certo cuidado, manter um equilíbrio entre valores de capital
próprio e de capitais de terceiros, para assim, conseguir uma tranquilidade financeira.
percentagem de cada unidade monetária de venda que sobrou, após a empresa ter pago o custo
dos seus produtos ou das suas mercadorias”.
Basso; Filipin; Enderli (2015, p.137), definem a formula como:
Sendo Assim, quanto mais alto for o coeficiente, melhor, pois as operações da empresa
serão mais lucrativas.
Torna se importante o estudo deste indicador, uma vez que o lucro líquido remunera
os capitais investidos pelos sócios e evidencia o que sobra de lucro líquido em cada unidade
monetária de receita operacional líquida, permitindo constatar o desempenho final das
operações realizadas. Portanto, quanto maior for o coeficiente, melhor é a situação financeira
da empresa.
Como já mencionado, quanto maior for este coeficiente, melhor será a situação
financeira da entidade, uma vez que no longo prazo, este influencia nos preços das ações de
empresa da bolsa de valores.
Da mesma forma, quanto mais alto for o coeficiente, melhor é a situação financeira da
entidade, pois terá um retorno mais rápido em relação aos investimentos realizados.
Verifica o tempo médio que os resultados operacionais levariam para que ocorresse o
retorno total dos investimentos operacionais aplicados na empresa. Basso; Filipin; Enderli
(2015, p.148), definem a formula como:
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A análise de ciclometria tem por finalidade evidenciar os prazos que a empresa está
tendo no giro dos seus estoques, quanto tempo está levando para receber dos seus clientes e
quanto tempo está levando para pagar os seus fornecedores.
“Para fins de análise, quanto maior for a velocidade de recebimento de vendas e de
renovação de estoque, melhor. Por outro lado, quanto mais lento for o pagamento das
compras, desde que não corresponda a atrasos, melhor”. (MARION, 2010, p.110).
Complementando, Iudícibus (2010, p.100), ensina que, “[...] quanto maior a
rotatividade, tanto melhor; e isto certamente é verdade, desde que a margem de lucro sobre as
vendas se mantenha constante ou, se diminuir, diminuir menos do que o aumento da rotação”.
Baseado nestes conceitos, inúmeros indicadores de atividade ou ciclometria podem ser
elaborados, sendo que entre os mais habituais destaca-se: grau de imobilização do patrimônio
líquido, exame de rotação dos estoques, exame do prazo médio de cobrança de duplicatas,
exame do prazo médio do pagamento de duplicatas, e o prazo relativo de duplicatas.
empreendimento.
O exame de rotação dos estoques verifica quantos dias, em média, o estoque demora a
ser vendido. Segundo Matarazzo (2010, p.267), “[...] representa, na empresa comercial, o
tempo médio de estocagem de mercadorias; na empresa industrial, o tempo de produção e
estocagem”.
Bruni (2011, p.182), destaca que, “O índice de giro dos estoques (IGE) procura
expressar quantas vezes em um ano o estoque se renovou por causa das vendas.
Normalmente, quanto maior a rotatividade, melhor a situação da empresa”.
Sendo assim, Basso; Filipin; Enderli (2015, p.153), apresentam a seguinte fórmula:
ERE = Vendas
Estoque
Portanto, quanto maior for o prazo médio de cobrança de duplicatas pior é a situação
para a empresa, pois haverá uma demora maior no recebimento de seus créditos cedidos aos
clientes. É preciso fazer uma análise em conjunta com o prazo médio de pagamento de
duplicatas, quanto menor for o prazo de recebimento, e maior for o prazo de pagamento,
melhor é a situação da empresa.
O prazo médio de pagamento por sua vez, tem o intuito de revelar o prazo que a
empresa leva para efetuar o pagamento de suas duplicatas. No entendimento de Bruni (2011,
p.188), “O prazo médio de pagamento (PMP) indica quantos dias, semanas, meses ou anos a
empresa poderá esperar, em média, antes de pagar suas dividas junto a seus fornecedores
pelas compras efetuadas a prazo”.
Segundo Basso; Filipin; Enderli (2015, p.156), a fórmula é a seguinte:
Este indicador estabelece uma comparação entre o prazo médio de cobrança e o prazo
médio de pagamento. Bruni (2011, p.189), explica que, “O índice de posicionamento relativo
(PMP), busca analisar a relação entre prazos obtidos e concedidos e como esta relação pode
afetar o nível de liquidez da empresa”. Complementam Basso; Filipin; Enderli (2015, p.158),
dizendo que, “O indicador Revela quantas vezes antes ou depois se recebe as duplicatas de
clientes diante dos prazos de pagamento aos fornecedores; quanto maior de 1,00 melhor é a
posição relativa entre os recebimentos e os pagamentos de duplicatas”. Segundo esses autores,
a fórmula é a seguinte:
COver = Vendas
Capital Circulante Líquido
“O indicador parte do suposto de que para vender, a empresa necessita de uma boa
estrutura de Capital Circulante Líquido, para que não venha a operar apenas com uma elevada
carga de recursos externos [...]” (BASSO; FILPIN; ENDERLI, 2015, p.159). Portanto,
baseado nos autores, quanto menor e mais estável for esse indicador no período em análise,
melhor é a situação financeira da entidade.
se uma nota para a mesma, nota que varia de (-) 7,0 até 7,0”.
Quando o índice ficar acima de zero, diz se que a empresa está no Intervalo de
Solvência; quando ficar entre zero e menos três (-3), esta no Intervalo de Penumbra,
revelando uma situação indefinida, e quando ficar abaixo de menos três (-3), está no
Intervalo de Insolvência, muito propensa à falência. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI,
20115, p.163).
3 METODOLOGIA DO ESTUDO
Nesse sentido, a pesquisa pode ser classificada de várias formas, quanto a sua
natureza, quanto a sua abordagem, quanto aos seus objetivos e quanto aos procedimentos
técnicos, tornando-se importante classificá-la a fim de possibilitar uma melhor organização e
entendimento do estudo proposto.
Portanto, este estudo é aplicado, pois serão analisados os dados contábeis da empresa,
baseados na sua realidade, em um determinado período de tempo, buscando a solução para
um problema específico.
Pesquisa qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o
sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do
sujeito não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a
atribuição de significados são requisitos básicos no processo de pesquisa qualitativa.
Este item consiste em demonstrar de que forma os dados foram coletados para
responder o problema da pesquisa.
Segundo Silva; Menezes (2005, p.35), “Nesta etapa você fará a pesquisa de campo
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propriamente dita. Para obter êxito neste processo, duas qualidades são fundamentais: a
paciência e a persistência”.
Para o presente estudo, os dados foram obtidos a partir das demonstrações contábeis e
notas explicativas disponibilizadas pela empresa na página da BM&FBovespa.
Diversos são os meios de coletas de dados que podem ser utilizados para subsidiar os
propósitos da pesquisa. Segundo Zamberlan et al (2014 p.116), “As técnicas de coleta de
dados predominantemente aplicadas na pesquisa qualitativa são: entrevistas, observação, uso
de diários e análise documental”.
Portanto, para a realização da pesquisa foi utilizada a técnica da análise documental,
sendo realizada uma análise comparativa dos demonstrativos contábeis básicos da empresa
em estudo.
A análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de forma tal que
possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação. Já
a interpretação tem como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o
que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos.
(GIL, 1999, p.168).
Do ano 1 para o ano 2 constata-se que o ativo circulante aumentou em 732.111 mil
reais, enquanto que o passivo circulante reduziu em 125.018 mil reais; o ativo realizável a
longo prazo diminuiu em 30.086 mil reais, enquanto que o passivo não circulante aumentou
em 684.199 mil reais; o ativo permanente aumentou em 538.962 mil reais, enquanto que o
patrimônio líquido aumentou em 681.806 mil reais. No ativo circulante, a conta que mais
cresceu foi outros valores a receber, seguido da conta clientes, e a que mais diminuiu foi a
conta estoques. No passivo circulante a única conta que cresceu foi obrigações de
financiamento, sendo que as obrigações de funcionamento diminuíram no período. No
passivo não circulante, a conta que apresentou crescimento foi obrigações de financiamento,
já a conta obrigações de funcionamento apresentou diminuição no período. No patrimônio
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Do ano 2 para o ano 3, constata-se que o ativo circulante teve uma redução no
montante de 19.465 mil reais, ocasionado por uma redução que ocorreu na conta clientes de
799.049 mil reais, as demais contas do grupo apresentaram crescimento no período; o passivo
circulante também apresentou uma redução, porém em menor proporção que o ativo
circulante, ou seja, reduziu em 18.071 mil reais, decorrente da redução de obrigações de
financiamento em 202.781 mil reais; as obrigações de funcionamento apresentaram
crescimento de 184.711 mil reais; o ativo realizável a longo prazo apresentou um crescimento
de 394.570 mil reais, ao passo que o passivo não circulante apresentou o significativo
aumento de 1.073.098 mil reais provocado pelo crescimento de obrigações de financiamentos
em 1.149.390 mil reais e redução de 76.292 mil reais em obrigações de funcionamento; o
ativo permanente teve um aumento de 598.550 mil reais, sendo que o imobilizado cresceu em
357.575 mil reais e o intangível cresceu em 240.974 mil reais, enquanto que o patrimônio
líquido teve uma redução de 81.373 mil reais, decorrentes do significativo aumento da conta
redutora ações em tesouraria de 180.405 mil reais, de uma redução de 1.514 mil reais na conta
de ajustes de avaliações patrimoniais, crescimento de apenas 38.188 mil reais em reservas de
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lucros, 3.725 mil reais em reservas de capital, e 51.463 mil reais de crescimento no capital
social. No total, as aplicações e as fontes tiveram um bom crescimento de 973.655 mil reais
no período.
Comparativamente ao período anterior, embora um bom crescimento em termos de
ativos e fontes de recursos do ano 2 para o ano 3, percebe-se que o crescimento foi motivado
pelo aumento do ativo não circulante, principalmente por ativos permanentes, já que o ativo
circulante apresentou redução. De outra parte, porém, constata-se que a empresa foi forçada a
contrair dívidas de longo prazo no passivo não circulante, pois seu patrimônio líquido
apresentou redução frente ao crescimento do ativo permanente, ou seja, a empresa necessitou
buscar capitais de terceiros para poder aumentar seu ativo permanente.
Do ano 3 para o ano 4, constata-se que o ativo circulante teve um significativo
crescimento, ou seja, no montante de 1.346.002 mil reais, enquanto que o passivo circulante
aumentou em apenas 314.691 mil reais; o ativo realizável a longo prazo aumentou em
270.095 mil reais, enquanto que o passivo não circulante aumentou em 1.955.630 mil reais; o
ativo permanente aumentou em 904.880 mil reais, enquanto que o patrimônio líquido
aumentou apenas 250.655 mil reais. No ativo circulante a conta que mais cresceu foi outros
valores a receber, seguido de estoques, disponibilidades e clientes. No passivo circulante as
contas do grupo obrigações de funcionamento foi a que teve um crescimento significativo,
visto que o grupo obrigações de financiamento apresentou redução no período. O passivo não
circulante apresentou maior crescimento no grupo obrigações de financiamento, e crescimento
menor nas obrigações de funcionamento. No patrimônio líquido, a conta que mais cresceu foi
reservas de lucros, seguida por ações em tesouraria, que teve seu saldo negativo diminuído, e
por reservas de capital; já a conta ajustes de avaliações patrimoniais teve redução em seu
saldo, assim como capital social também apresentou uma redução no período. As aplicações e
as fontes tiveram um crescimento real de 2.520.977 mil reais no período.
Comparativamente ao período anterior, do ano 3 para o ano 4, nem tudo ocorreu
satisfatoriamente à situação financeira da empresa, o ativo circulante aumentou em
proporções maiores que o aumento do passivo circulante, porém, o ativo realizável a longo
prazo aumentou em proporções menores que o passivo não circulante, assim como seu
patrimônio líquido não correspondeu ao aumento do ativo permanente, ou seja, assim como
ocorreu no período anterior, a empresa novamente foi forçada a contrair dívidas de longo
prazo, entretanto, no curto prazo, a situação melhorou em comparação ao período anterior.
Do ano 4 para o ano 5, constata-se que o ativo circulante teve um aumento de 767.588
mil reais, porém o passivo circulante teve um crescimento superior, no montante de 865.764
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mil reais, crescimento este ocorrido principalmente pelo aumento das obrigações de
funcionamento; o ativo realizável a longo prazo cresceu em 471.523 mil reais, sendo que o
passivo não circulante apresentou uma redução em 170.750 mil reais, já que as obrigações de
funcionamento e as obrigações de financiamento apresentaram redução; o ativo permanente
apresentou crescimento de 957.558 mil reais, enquanto que o patrimônio líquido apresentou
um crescimento de 1.501.655 mil reais, decorrente do significativo aumento de capital social
em 1.344.434 mil reais. No total, as aplicações e as fontes tiveram um bom crescimento de
2.196.669 mil reais no período.
Comparativamente ao período anterior, a empresa apresentou um bom crescimento no
ativo circulante, porém menor que o crescimento do passivo circulante, fato desfavorável à
situação financeira da empresa, porém, no longo prazo, a situação melhorou, já que conseguiu
aumentar o ativo realizável a longo prazo e diminuir o passivo não circulante, e também que
os recursos tiveram, em sua maioria, como procedência o aumento do patrimônio líquido da
empresa – capital social.
O quadro quatro representa os valores atualizados da demonstração do resultado do
exercício da empresa Lojas Americanas S.A. dos anos de 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014.
reais, gerando também uma redução do lucro operacional líquido de 138.227 mil reais, bem
como do lucro líquido do exercício em 43.597 mil reais. Nota-se que, comparativamente,
ocorreu um desempenho econômico desfavorável à empresa do ano 1 para o ano 2, pois o seu
lucro no período teve uma redução, porém, vale ressaltar que mesmo assim, o resultado
gerado foi positivo (lucro).
Do ano 2 para o ano 3, pode-se dizer que todas as fazes do lucro foram positivos à
situação econômico-financeira da empresa, pois conseguiu aumentar os valores da receita
operacional líquida em 630.329 mil reais, bem como do lucro operacional bruto em 201.424
mil reais, do lucro operacional próprio em 29.252 mil reais, do lucro operacional líquido em
21.528 mil reais, e consequentemente gerando um crescimento do lucro líquido do exercício
em 20.872 mil reais.
Do ano 3 para o ano 4, a situação se repete, ou seja, todas as fazes do lucro são
positivos à situação econômico-financeira da empresa, visto que conseguiu um aumento de
1.493.778 mil reais na receita operacional líquida, bem como um aumento de 510.919 mil
reais no lucro operacional bruto, de 143.479 mil reais no lucro operacional próprio, aumento
de 90.469 mil reais no lucro operacional líquido, chegando a um aumento de 38.248 mil reais
no lucro líquido do exercício.
Do ano 4 para o ano 5, destaca-se como aspecto positivo à situação econômico-
financeira da empresa, o aumento dos valores da receita operacional líquida em 2.252.019 mil
reais, assim como um aumento de 612.373 mil reais no lucro operacional bruto, e de 176.948
mil reais no lucro operacional próprio. Porém, como fator negativo, houve um aumento das
despesas financeiras em 520.229 mil reais, gerando uma redução de 158.439 mil reais no
lucro operacional líquido, e consequentemente uma redução de 62.203 mil reais no lucro
líquido do exercício. Apesar de a empresa ter apresentado um resultado positivo, do ano 4
para o ano 5, houve redução nas suas margens de lucro. Percebe-se que a empresa Lojas
Americanas S.A. teve um melhor desempenho econômico do ano 3 para o ano 4, quando
apresentou um crescimento maior em seu lucro líquido do exercício, dentro do período em
estudo.
Quanto às fontes, observa-se que o passivo circulante teve gradativa redução ao longo
do período: no ano 1 representava 55,74%, diminuindo para 48,40% no ano 2, para 44,35%
no ano 3, para 38,86% no ano 4, e mantendo-se no ano 5, com 38,93% do total das fontes. Já
o passivo não circulante, apresentou constante crescimento até o ano 4, o qual representa
37,63% no ano 1, no ano 2 passou a 39,58%, passando para 45,27% no ano 3, no ano 4
55
chegou a 50,84%, e no ano 5 recuando para 43,18% em relação ao total das fontes . Quanto ao
patrimônio líquido, pode-se dizer que sua representatividade dentro do total das fontes,
inicialmente é baixo, mas recupera-se parcialmente ao longo do período, sendo de 6,63% no
ano 1, passando a 12,02% no ano 2, 10,38 % no ano 3 e 10,30% no ano 4, aumentando para
17,89% no ano 5, do total das fontes.
Em relação às fontes totais, observa-se uma predominância de capitais de terceiros,
situação desfavorável à empresa, porém, vale ressaltar, que ao longo do período, a empresa
está apresentando sintomas de melhoras desta situação, visto que a representatividade do
patrimônio líquido em relação ao total das fontes está aos poucos aumentando sua
representatividade, porém, ainda está muito aquém do mínimo esperado de 50% para
evidenciar uma boa sustentabilidade financeira.
Para os cálculos percentuais da demonstração do resultado do exercício, a base
referência é a receita operacional líquida, sendo assim, torna-se possível verificar a
representatividade de cada conta e fases do lucro em relação ao total da receita operacional
líquida.
Quadro 11 – Comparativo da análise horizontal do balanço patrimonial em valores relativos 2010 – 2014
ANÁLISE COMPARATIVA DO BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA LOJAS AMERICANAS S.A.
EM VALORES RELATIVOS - ANÁLISE HORIZONTAL
GRUPOS E SUBGRUPOS DE CONTAS NÚMEROS ÍNDICES
N° PERÍODOS - ANOS 2 (-) 1 3 (-) 1 4 (-) 1 5 (-) 1
I - ATIVO CIRCULANTE 10,13 9,86 28,49 39,11
01Disponibilidades -22,97 -0,29 118,33 372,72
02Clientes (Dupl. a Receber) 11,61 -23,04 -20,17 -14,16
03Estoques -3,03 16,33 44,70 63,48
04Outros Valores a Receber 19,15 32,41 50,67 43,34
II - ATIVO NÃO CIRCULANTE 19,14 56,49 100,68 154,42
05 ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO -5,15 62,33 108,53 189,17
5.1. Outros Valores a Receber -5,15 62,33 108,53 189,17
06 ATIVO PERMANENTE 25,98 54,84 98,47 144,63
6.2. Imobilizado 39,29 84,48 133,89 192,86
6.3. Intangível 17,77 36,56 76,61 114,88
III - TOTAL DO ATIVO 12,55 22,40 47,90 70,12
IV - PASSIVO CIRCULANTE -2,27 -2,60 3,11 18,83
07Obrigações de Funcionamento -3,29 1,55 28,45 46,11
7.1. Fornecedores (Dupl. a Pagar) -4,28 9,41 40,36 58,52
7.2. Outras Contas a Pagar -0,08 -23,95 -10,20 5,84
08Obrigações de Financiamento 0,03 -11,97 -54,14 -42,83
V - PASSIVO NÃO CIRCULANTE 18,39 47,24 99,81 95,22
9.1Obrigações de Funcionamento -26,53 -54,36 -15,35 -22,22
9.1.2. Outras Contas a Pagar -26,53 -54,36 -15,35 -22,22
9.2Obrigações de Financiamento 21,97 55,32 108,97 104,56
VI - TOTAL DO PASSIVO 6,06 17,49 42,08 49,61
VII - PATRIMÔNIO LÍQUIDO 104,01 91,60 129,83 358,91
10 Capital Social 93,37 104,21 88,25 371,38
11 Reservas de Capital 23,96 50,58 108,38 184,65
12 Reservas de Lucros 64,49 77,27 163,13 167,07
13 Ajustes de Avaliações Patrimoniais 14,88 -35,97 -44,58 -50,95
14(-) Ações em Tesouraria -2,92 91,32 84,17 14,83
VIIITOTAL DO PASSIVO E PATR.LÍQUIDO 12,55 22,40 47,90 70,12
Fonte: elaborado pelo autor com base no quadro 10.
Quanto as aplicações totais, de 100,00 no ano 1, passou para 112,55 no ano 2, para
122,40 no ano 3, para 147,90 no ano 4 e para 170,12 no ano 5, com um crescimento de
12,55% do ano 1 para o ano 2, de 22,40% do ano 1 para o ano 3, de 47,90% do ano 1 para o
ano 4 e de 70,12% do ano 1 para o ano 5, representando um bom crescimento das aplicações
totais na série analisada, principalmente do ano 1 para o ano 5.
Quanto aos grupos das fontes, o passivo circulante que tinha o número índice 100,00
no ano 1, reduziu para 97,73 no ano 2, para 97,40 no ano 3, passando para 103,11 no ano 4 e
para 118,83 no ano 5, apresentando uma redução de 2,27% do ano 1 para o ano 2, de 2,60%
do ano 1 para o ano 3, crescendo em 3,11% do ano 1 para o ano 4 e em 18,83% do ano 1 para
o ano 5. Já em relação ao passivo não circulante, passou de 100,00 no ano 1, para 118,39 no
ano 2, para 147,24 no ano 3, para 199,81 no ano 4 e para 195,22 no ano 5, com um
crescimento de 18,39% do ano 1 para o ano 2, de 47,24% do ano 1 para o ano 3, de 99,81%
do ano 1 para o ano 4 e de 95,22% do ano 1 para o ano 5. Quanto ao patrimônio líquido,
61
passou de 100,00 no ano 1para 204,01 no ano 2, para 191,60 no ano 3, para 229,83 no ano 4 e
para 458,91 no ano 5, apresentando um bom crescimento ao longo do período, ou seja,
aumento em 104,01% do ano 1 para o ano 2, 91,60% do ano 1 para o ano 3, 129,83% do ano
1 para o ano 4 e o significativo crescimento de 358,91% do ano 1 para o ano 5.
O gráfico sete representa a evolução das fontes de recursos em números índices da
empresa Lojas Americanas S.A. ao longo da série analisada.
A receita operacional líquida da empresa Lojas Americanas S.A. com número índice
de 100,00 no ano 1, cresceu para 103,77 no ano 2, para 109,33 no ano 3, para 122,50 no ano 4
e para 142,36 no ano 5, representando um crescimento de 3,77% do ano 1 para o ano 2, de
9,33% do ano 1 para o ano 3, de 22,50% do ano 1 para o ano 4 e de 42,36% do ano 1 para o
ano 5. Já os custos dos produtos vendidos de 100,00 no ano 1, cresceram para 103,50 no ano
2, para 108,80 no ano 3, para 121,20 no ano 4 e para 141,75 no ano 5, com um crescimento de
3,50% do ano 1 para o ano 2, de 8,88% do ano 1 para o ano 3, de 21,20% do ano 1 para o ano
4 e de 41,75% do ano 1 para o ano 5, aumento em percentual menor do que o aumento em
percentual ocorrido com a receita operacional líquida, fato favorável ao desempenho
econômico da empresa.
O lucro operacional bruto de 100,00 do ano 1 passou para 104,42 no ano 2, para
110,41 no ano 3, para 125,60 no ano 4 e para 143,81 no ano 5, com aumento de 4,42% do ano
1 para o ano 2, de 10,41% do ano 1 para o ano 3, de 25,60% do ano 1 para o ano 4 e de
43,81% do ano 1 para o a no 5, situação favorável para a empresa pois apresentou
crescimento do lucro operacional bruto ao longo do período analisado. Quanto as despesas
operacionais não financeiras, o crescimento foi superior ao crescimento do lucro operacional
bruto, ou seja, de 100,00 no ano 1 passou para 109,03 no ano 2, para 117,64 no ano 3, para
64
136,02 no ano 4 e para 157,79 no ano 5, com crescimento de 9,03% do ano 1 para o ano 2, de
17,64% do ano 1 para o ano 3, de 36,02% do ano 1 para o ano 4 e de 57,79% do ano 1 para o
ano 5. Gerando assim, uma redução no lucro operacional próprio do ano 1 para o ano 2 e
também do ano 1 para o ano 3, voltando a apresentar crescimento nos anos 4 e 5, sendo de
100,00 no ano 1 e decrescendo para 97,66 no ano 2 e para 99,80 no ano 3, crescendo para
110,33 no ano 4 e para 123,30 no ano 5, com redução de 2,34% do ano 1 para o ano 2, de
0,20% do ano 1 para o ano 3, crescendo em 10,33% do ano 1 para o ano 4 e 23,30% do ano 1
para o ano 5. As despesas financeiras de 100,00 no ano 1 passaram para 121,43 no ano 2, para
113,31 no ano 3, para 118,95 no ano 4 e para 166,26 no ano 5, representando um crescimento
de 21,43% do ano 1 para o ano 2, de 13,31% do ano 1 para o ano 3, de 18,95% do ano 1 para
o ano 4 e de 66,26% do ano 1 para o ano 5. Já as receitas financeiras, de 100,00 no ano 1
passaram para 136,64 no ano 2, baixando para 109,17 no ano 3, ficando em 111,70 no ano 4 e
aumentando para 164,07 no ano 5, apresentando um crescimento de 36,64% do ano 1 para o
ano 2, de 9,17% do ano 1 para o ano 3, de 11,70% do ano 1 para o ano 4 e de 64,07% do ano
1 para o ano5.
Quanto ao lucro operacional líquido, de 100,00 no ano 1 baixou para 77,59 no ano 2,
baixou para 81,08 no ano 3, cresceu um pouco para 95,75 no ano 4, reduzindo para 70,07 no
ano 5, representando uma redução de 22,41% do ano 1 para o ano 2, de 18,82% do ano 1 para
o ano 3, de 4,25% do ano 1 para o ano 4 e de 29,93% do ano 1 para o ano 5. O lucro líquido
do exercício de 100,00 no ano 1, baixou para 89,15 no ano 2, passou para 94,35 no ano 3,
apresentando crescimento para 103,86 no ano 4, voltando a cair no ano 5 para 88,39, ou seja,
uma redução de 10,85% do ano 1 para o ano 2, de 5,65% do ano 1 para o ano 3, um
crescimento de 3,86% do ano 1 para o ano 4, e novamente uma redução de 11,61% do ano 1
para o ano 5. Evidente que a evolução negativa do lucro líquido do exercício não foi nada
bom para o desempenho econômico da empresa, que deveria no mínimo ter mantido o
equivalente ao resultado positivo do primeiro período da série, o que ocorreu apenas no quarto
ano.
variação positiva do saldo de conta ativa, significa que estes se constituíram em aplicações de
recursos, no caso de variação negativa, significa que se constituíram em fontes de recursos. Se
ocorrer variação positiva do saldo de conta passiva e patrimônio líquido, significa que estes se
constituíram em fontes de recursos, caso a variação for negativa, significa que se constituíram
em aplicações de recursos.
O quadro quatorze e o quadro quinze demonstram a apuração do capital circulante
líquido e sua variação dos anos de 2010 a 2014 da empresa Lojas Americanas S.A.
Quadro 14 - Apuração do capital circulante líquido da empresa Lojas Americanas S.A. em reais mil
2010 2011 2012 2013 2014
GRUPOS DE CONTAS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
(+) ATIVO CIRCULANTE 7.226.774 7.958.884 7.939.420 9.285.421 10.053.009
(-) PASSIVO CIRCULANTE 5.510.107 5.385.089 5.367.018 5.681.709 6.547.473
(=) CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 1.716.667 2.573.796 2.572.401 3.603.712 3.505.536
Fonte: elaborado pelo autor.
Quadro 15 - Apuração da variação do capital circulante líquido da empresa Lojas Americanas S.A. em
reais mil
CAPITAL CIRCULANTE
LÍQUIDO/PERÍODOS ANO 2 (-) 1 ANO 3 (-) 2 ANO 4 (-) 3 ANO 5 (-) 4
2.573.796 2.572.401 3.603.712 3.505.536
VARIAÇÃO NO (-) 1.716.667 (-) 2.573.796 (-) 2.572.401 (-) 3.603.712
CAPITAL CIRCULANTE = 857.128 = -1.394 = 1.031.311 = -98.176
LÍQUIDO
APLICAÇÃO FONTE DE APLICAÇÃO DE FONTE DE
DE FUNDOS FUNDOS FUNDOS FUNDOS
Fonte: elaborado pelo autor.
Nesse caso, houve aumento no capital circulante líquido do ano 1 para o ano 2; e do
ano 3 para o ano 4, portanto, os valores circulantes se constituíram em aplicações de recursos
nesses anos, ou seja, do ano 1 para o na 2, ocorreu variação no capital circulante líquido
positiva de 857.128 mil reais, do ano 3 para o ano 4 foi de 1.031.311 mil reais. Já do ano 2
para o ano 3; e do ano 4 para o ano 5, houve diminuição do capital circulante líquido,
portanto, os valores circulantes se constituíram em fontes de recursos nesses anos, ou seja, do
ano 2 para o ano 3, ocorreu variação no capital circulante líquido negativa de 1.394 mil reais,
do ano 4 para o ano 5 foi de 98.176 mil reais.
O quadro dezesseis apresenta a demonstração das variações dos grupos de contas do
não circulante da empresa Lojas Americanas S.A. do período correspondente aos anos de
2010, 2011, 2012, 2013 e 2014, respectivamente denominados de ano 1, ano 2, ano 3, ano 4 e
ano 5.
66
Quadro 16 - Demonstração das variações dos grupos de contas do não circulante da empresa Lojas
Americanas S.A. em reais mil
CONTAS ANO 2 (-) ANO 1 ANO 3 (-) ANO 2
Ativo Realizável a
Longo Prazo 554.633 (-) 584.720 = (-) 30.086 (F) 949.203 (-) 554.633 = (+) 394.570 (A)
Ativo Permanente 2.613.193 (-) 2.074.231 = (+) 538.962 (A) 3.211.743 (-) 2.613.193 = (+) 598.550 (A)
Passivo Não
Circulante 4.404.299 (-) 3.720.100 = (+) 684.199 (F) 5.477.398 (-) 4.404.299 = (+) 1.073.099 (F)
Patrimônio Líquido 1.337.323 (-) 655.517 = (+) 681.805 (F) 1.255.950 (-) 1.337.323 = (-) 81.373 (A)
CONTAS ANO 4 (-) ANO 3 ANO 5 (-) ANO 4
Ativo Realizável a
Longo Prazo 1.219.299 (-) 949.203 = (+) 270.095 (A) 1.690.822 (-) 1.219.299 = (+) 471.523 (A)
Ativo Permanente 4.116.623 (-) 3.211.743 = (+) 904.880 (A) 5.074.181 (-) 4.116.623 = (+) 957.558 (A)
Passivo Não
Circulante 7.433.028 (-) 5.477.398 = (+) 1.955.630 (F) 7.262.278 (-) 7.433.028 = (-) 170.750 (A)
Patrimônio Líquido 1.506.606 (-) 1.255.950 = (+) 250.656 (F) 3.008.261 (-) 1.506.606 = (+) 1.501.655 (F)
A = Aplicação de Fundos
F = Fonte de Fundos
Fonte: elaborado pelo autor.
Quadro 17 - Resumo do balanço de fundos da empresa Lojas Americanas S.A. do ano 2, em reais mil
RESUMO DO BALANÇO DE FUNDOS DO ANO 2 - REAIS MIL
FONTES Reais mil % APLICAÇÕES Reais mil %
Diminuição do ARLP 30.086 2,16 Aumento do CCL 857.128 61,39
Aumento do PNC 684.199 49,01 Aumento do AP 538.962 38,61
Aumento do PL 681.805 48,84
Total das Fontes 1.396.090 100,00 Total das Aplicações 1.396.090 100,00
Fonte: elaborado pelo autor.
A maior fonte de fundos do ano 1 para o ano 2 decorreu do aumento do passivo não
circulante, com 49,01%, seguido pelo aumento do patrimônio líquido com 48,84%, os
restantes 2,16% decorreram da diminuição do ativo realizável a longo prazo. Em termos de
fontes de recursos, com exceção da diminuição do realizável a longo prazo, pode-se dizer que
a política foi adequada e teria sido melhor ainda, se a primeira opção tivesse ocorrido com o
aumento do patrimônio líquido, mesmo assim, sempre a segunda melhor opção é pelo
aumento do passivo exigível a longo prazo como ocorreu na empresa.
67
O gráfico dez demonstra a composição percentual das aplicações do ano 1 para o ano
2 da empresa Lojas Americanas S.A.
Quadro 18 - Resumo do balanço de fundos da empresa Lojas Americanas S.A. do ano 3, em reais mil
RESUMO DO BALANÇO DE FUNDOS DO ANO 3 - REAIS MIL
FONTES Reais mil % APLICAÇÕES Reais mil %
Diminuição do CCL 1.394 0,13 Aumento do ARLP 394.570 36,72
Aumento do PNC 1.073.099 99,87 Aumento do AP 598.550 55,71
Diminuição do PL 81.373 7,57
Total das Fontes 1.074.493 100 Total das Aplicações 1.074.493 100
Fonte: elaborado pelo autor.
O gráfico onze demonstra a composição das fontes do ano 2 para o ano 3 da empresa
Lojas Americanas S.A.
Gráfico 11- Balanço de fundos – composição percentual das fontes ano 2/3
Do ano 2 para o ano 3, a maior fonte de fundos foi o aumento do passivo não
circulante, com 99,87%, os restantes 0,13% decorreram da diminuição do capital circulante
líquido. Percebe-se que nesse segundo período, a empresa não conseguiu aumentar seu capital
próprio, tendo que optar quase que cem por cento das captações de recursos mediante dívidas
de longo prazo e ainda pela redução do seu capital circulante líquido, diminuindo ao mesmo
tempo sua liquidez, embora em pequeno percentual e ainda aumentar seu endividamento de
longo prazo.
Quadro 19 - Resumo do balanço de fundos da empresa Lojas Americanas S.A. do ano 4, em reais mil
RESUMO DO BALANÇO DE FUNDOS DO ANO 4 - REAIS MIL
FONTES Reais mil % APLICAÇÕES Reais mil %
Aumento do PNC 1.955.630 88,64 Aumento do CCL 1.031.311 46,74
Aumento do PL 250.656 11,36 Aumento do ARLP 270.095 12,24
Aumento do AP 904.880 41,01
Total das Fontes 2.206.286 100 Total das Aplicações 2.206.286 100
Fonte: elaborado pelo autor.
O gráfico treze demonstra a composição percentual das fontes do ano 3 para o ano 4
da empresa Lojas Americanas S.A.
Do ano 3 para o ano 4, a maior fonte de fundos foi o aumento do passivo não
70
Quadro 20 - Resumo do balanço de fundos da empresa Lojas Americanas S.A. do ano 5, em reais mil
RESUMO DO BALANÇO DE FUNDOS DO ANO 5 - REAIS MIL
FONTES Reais mil % APLICAÇÕES Reais mil %
Diminuição do CCL 98.176 6,14 Aumento do ARLP 471.523 29,47
Aumento do PL 1.501.655 93,86 Aumento do AP 957.558 59,85
Diminuição do PNC 170.750 10,67
Total das Fontes 1.599.831 100 Total das Aplicações 1.599.831 100
Fonte: elaborado pelo autor.
71
O gráfico quinze demonstra a composição percentual das fontes do ano 4 para o ano 5
da empresa Lojas Americanas S.A.
Do ano 4 para o ano 5, a maior fonte de fundos foi o aumento do patrimônio líquido,
com 93,86%, seguindo-se a diminuição do capital circulante líquido, com 6,14%.Percebe-se
que desta vez a empresa conseguiu ampliar a participação do seu capital próprio nas fontes de
recursos, o que lhe permitiu, embora a pequena redução do seu capital circulante líquido,
diminuir sua dependência do capital de terceiros de longo prazo.
fundos, percebe-se como fator positivo, que ocorreu o aumento do ativo realizável a longo
prazo e do ativo permanente. Quanto as fonte de fundos, como dito, o maior percentual de
aumento concentrou-se no aumento do capital próprio, o que é muito bom para a empresa,
porém, percebe-se como fator negativo uma pequena diminuição do capital circulante líquido,
pela passagem de parte das dívidas de longo prazo para o curto prazo, compensado pela
ampliação da participação do capital próprio na formação das fontes de recursos no período.
1,50
1,00
0,50
0,00
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
O índice máximo aceitável por esse coeficiente é de 1,00, e quanto menor na unidade
melhor é a situação de garantia das dívidas de curto prazo. Para a empresa Lojas Americanas
o coeficiente de dívidas circulantes não foi satisfatório, sendo que no ano 1 a empresa
apresentou um coeficiente muito acima do máximo aceitável, pois para cada 1,00 de
patrimônio líquido possuía 8,41 de dívidas de curto prazo, no ano 2 baixou para 4,03,
passando para 4,27 no ano 3, para 3,77 no ano 4 e reduzindo para 2,18 no ano 5. Percebe-se,
portanto, um esgotamento da sua capacidade de endividamento, pois as dívidas de curto prazo
ultrapassaram o valor do seu patrimônio líquido, porém, vale ressaltar que o coeficiente de
dívidas circulantes apresentou significativa redução do ano 1 para o ano 5, revelando a
preocupação dos gestores da empresa em melhorar a garantia das dívidas de curto prazo,
podendo futuramente, vir a apresentar coeficientes satisfatórios.
Da mesma forma, o limite aceitável para o coeficiente de dívidas totais não deverá ser
superior a 1,00, isto é, as dívidas totais não podem ultrapassar o valor do patrimônio líquido,
caso contrário não haverá garantia suficiente no capital próprio para a sua cobertura. No ano
1, para cada 1,00 de patrimônio líquido, a empresa Lojas Americanas S.A. apresentou 14,08
de dívidas totais, no ano 2 foi de 7,32, no ano 3 foi de 8,63, no ano 4 foi de 8,70 e no ano 5 foi
de 4,59. Portanto, percebe-se que a empresa apresenta péssimas garantias de dívidas totais,
necessitando aumentar seu patrimônio líquido, quer por meio de aumento de capital social,
incorporação de novas reservas de capital e ainda, gerar e reter mais lucros no seu patrimônio
líquido.
Quadro 28 - Cálculo do coeficiente de dívidas de longo prazo em valores atualizados – reais mil
GRUPOS/PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 3.720.100 4.404.299 5.477.398 7.433.028 7.262.278
÷ ÷ ÷ ÷ ÷
CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 1.716.667 2.573.796 2.572.401 3.603.712 3.505.536
COEFICIENTE DE DÍVIDAS DE LONGO
PRAZO 2,17 1,71 2,13 2,06 2,07
Fonte: elaborado pelo autor.
Também este coeficiente não deve ultrapassar a unidade 1,00, pois o valor das dívidas
de longo prazo não deve superar o valor do capital circulante líquido da empresa. Sendo
assim, pode-se dizer que novamente a empresa Lojas Americanas S.A. não apresentou uma
boa garantia de dívidas de longo prazo, pois no ano 1 para cada 1,00 de capital circulante
líquido apresenta 2,17 de dívidas de longo prazo, de 1,71 no ano 2, de 2,13 no ano 3, de 2,06
no ano 4 e de 2,07 no ano 5, revelando uma frágil garantia no seu capital de trabalho para
cobertura das suas dívidas de longo prazo.
Evidencia qual a segurança máxima que a empresa oferece aos seus credores, caso
venha, por um motivo ou outro, paralisar suas atividades e tenha que liquidar todo o seu ativo
para pagar todo o seu passivo.
Este indicador evidencia a margem de lucro com que a empresa opera após absorver
os custos e as despesas operacionais, evidenciando principalmente, sua eficiência operacional.
O lucro final do exercício é o mais importante para a entidade, uma vez que é ele que
remunera os capitais investidos, sendo assim, este indicador tem o objetivo de evidenciar a
parcela de lucro líquido final que ficou para a entidade em proporção as suas vendas líquidas
no exercício.
Trata-se de verificar em quanto a entidade conseguiu remunerar seus ativos, que são os
meios pelos quais a empresa desenvolve suas atividades, que por sua vez geram os resultados
dos períodos.
88
No ano 1, o ativo total da empresa Lojas Americanas S.A. foi remunerado em 4,07%,
baixando para 3,22% no ano 2, para 3,13% no ano 3, para 2,85% no ano 4 e para 2,11% no
ano 5. Percebe-se que o lucro líquido do exercício não acompanhou o crescimento do ativo da
empresa ao longo dos anos, consequentemente, o percentual de remuneração foi decrescente
no período analisado, se constituindo como uma tendência negativa para os próximos
períodos, caso se mantenham as mesmas condições internas e externas para os seus negócios.
representados pelo ativo total, diminuído dos valores do grupo Investimentos do ativo
permanente.
No ano 1 a empresa levaria 12,66 anos para repor o seu ativo operacional, enquanto
que no ano 2 levaria 17,79 anos, no ano 3 levaria 17,76 anos, no ano 4 levaria 17,79 anos e no
ano 5 levaria 27,17 anos. De um modo geral, pode-se concluir que a empresa não apresenta
uma boa taxa de retorno do investimento, levando em conta que o tempo de retorno tem
aumentado de ano para ano.
Portanto, percebe-se que os indicadores de rentabilidade da empresa Lojas Americanas
S.A. apresenta piora ao longo do período analisado, o que não é uma boa tendência para seus
indicadores de desempenho econômico.
excedeu o valor do capital próprio está sendo financiada por capitais de terceiros, o que não é
nada bom para a situação financeira da entidade, pois está faltando capital próprio para o giro
dos negócios. Sendo assim, verifica-se que no ano 1, a Lojas Americanas S.A., apresentou um
grau de imobilização de 316,43%, portanto, 100% do seu capital próprio está comprometido
com o ativo permanente, e os restantes 216,43% provém de recursos de terceiros; no ano 2,
essa relação baixou para 195,40%, sendo que 100% do capital próprio também está
comprometido com o ativo permanente, e 95,40% provém de capital de terceiros, no ano 3, o
grau de imobilização do patrimônio líquido foi de 255,72%, sendo que 100% do capital
próprio está comprometido com o ativo permanente, e 155,72% é financiado por recursos de
terceiros; no ano 4, essa relação ficou em 273,24%, onde, da mesma forma, 100% do capital
próprio está comprometido com o ativo permanente da empresa e os restantes 173,24%
provém de capital de terceiro; já no ano 5, essa relação apresentou redução, ficando em
168,67%, mas mesmo assim 68,67% do ativo permanente é financiado por capitais de
terceiros, já que o valor do ativo permanente superou o valor do patrimônio líquido da
empresa.
Percebe-se uma deficiência de capital próprio para o giro dos negócios da empresa,
tendo sido preciso obter recursos de terceiros, o que consequentemente gera despesas
financeiras para a empresa. Porém, vale ressaltar, que o grau de imobilização do patrimônio
líquido apresentou perspectiva de redução no período, visto que teve seu patrimônio líquido
aumentado, principalmente no ano 5, podendo futuramente financiar seu ativo permanente
com capital próprio.
Este indicador tem a finalidade de verificar o tempo médio que o estoque permanece
na empresa, quanto menos tempo ele permanecer na empresa, melhor é sua qualidade.
O gráfico trinta e cinco apresenta o tempo em dias de giro dos estoques da empresa
Lojas Americanas S.A. ao longo do período estudado.
Sendo assim, percebe-se que a empresa Lojas Americanas S.A., nos anos 1 e 2, pagou
duplicatas a fornecedor antes de receber as duplicatas de seus clientes, sendo que o pior
momento foi no ano 2, onde apresentou um prazo relativo de duplicatas de 0,77, já a partir do
ano 3, a empresa apresentou significativa melhora, e ainda com um constante aumento do
prazo relativo de duplicatas, pois passou a receber de seus clientes antes de pagar as
duplicatas a seus fornecedores, sendo que a melhor folga entre recebimento e pagamento de
duplicatas ocorreu no ano 5, quando obteve uma vantagem de 0,67, revelando que
inicialmente a empresa apresentava dificuldades de negociação, conseguindo reverter a
situação ao longo do período analisado.
No geral, os indicadores de atividade da empresa Lojas Americanas S.A. evidenciam
informações desfavoráveis no tocante ao grau de imobilização do capital próprio, e quanto ao
prazo médio relativo de duplicatas no ano 1 e ano 2, melhorando a partir do ano 3; quanto a
rotação dos estoques, a empresa apresentou bons indicadores, pois levou poucos dias para
girar na empresa.
97
financeiro de suas vendas. Pode-se dizer que a empresa mantém certo controle sobre este
item, pois quando as vendas cresceram, o capital circulante líquido também cresceu.
revelou que a empresa está solvente e não revela preocupação quanto a possiblidade de
insolvência, já que apresentou melhora da situação financeira no ano 2, e apesar das variações
ocorridas no ano 3 e ano 4, voltou a apresentar significativo aumento do indicador no ano 5.
Os dois indicadores de solvência evidenciam que a empresa Lojas Americanas S.A.
não corre nenhum risco de entrar em situação de insolvência, pois vem atuando com plena
capacidade de transações comerciais sustentadas por um bom capital circulante líquido. A
situação é reforçada pelos indicadores de insolvência de Kanitz que, com exceção do ano 1,
foram positivos, com aumento no último ano, evidenciando sustentabilidade financeira.
CONCLUSÃO
A contabilidade tem como um dos seus objetivos gerar informações a partir da análise
das demonstrações contábeis, sendo esta uma ferramenta de gestão muito importante, gerando
indicadores que possibilitem dar aos usuários embasamento de natureza econômica e
financeira para a tomada de decisões mais qualificadas, tanto internas, quanto externas.
O presente trabalho de conclusão de curso propôs analisar a posição, evolução e
tendências patrimonial, financeira e econômica da empresa Lojas Americanas S.A., gerando
indicadores através da técnica contábil da análise de balanços.
Com base na literatura contábil, pôde-se realizar a revisão bibliográfica referente ao
tema de estudo, onde foram consultadas obras de diversos autores, formando a base teórica
para as tarefas práticas do trabalho de conclusão de curso, sendo assim, foi possível aplicar as
principais técnicas de análise de demonstrações contábeis utilizando como base os
demonstrativos contábeis básicos da empresa Lojas Americanas S.A., com seus valores
atualizados para o último ano da série analisada, apurando indicadores financeiros e
econômicos, assim como demonstrações gráficas, sendo estes analisados e interpretados,
evidenciando a importância que a técnica contábil de análise de demonstrações contábeis
exerce na formação de uma base de opinião mais completa e segura.
Acredita-se que, com a realização deste trabalho, que tratou de aplicar na prática a
aprendizagem construída no decorrer do curso, os objetivos propostos foram atingidos
satisfatoriamente, inclusive proporcionando a ampliação dos conhecimentos contábeis, além
de satisfação pessoal e profissional, pois comprovou a importância cada vez maior da
profissão contábil no contexto das demais profissões do mercado de trabalho.
Da mesma forma, ficou evidenciada a importância que a área financeira assume na
condução gerencial das empresas, sejam elas de pequeno, médio ou grande porte. De outra
parte, é importante destacar a necessidade de procedimentos contábeis alicerçados nos
princípios e normas contábeis, pois só assim se obtém demonstrações contábeis reais e úteis
para verdadeiramente alicerçar as decisões nas organizações. O empresário necessita cada vez
mais contar com a efetiva contribuição do Contador na geração de informações e no
gerenciamento de seu empreendimento, pois os desafios da competitividade no contexto
econômico é cada vez mais presente no dia a dia dos negócios e, a Contabilidade, através de
suas ferramentas tem-se mostrado imprescindível aliada dos gestores.
Acadêmicos de Ciências Contábeis, por sua vez, são desafiados a empreender cada vez
mais no processo ensino-aprendizagem, deixando de lado o comodismo que as vezes os
103
perseguem, para serem proativos na busca do conhecimento e das experiências que as tarefas
acadêmicas e especialmente aquelas que se desenvolvem extraclasse, para que possam no
futuro enfrentar com competência os desafios da profissão contábil. A tarefa de conclusão de
curso mostrou-se uma excelente oportunidade de aprendizagem e de aperfeiçoamento técnico-
profissional, porém, ainda não é tudo; são necessárias frequentes horas de educação
continuada para a permanente atualização diante às frequentes mudanças do conhecimento
técnico-científico que cerca a profissão contábil, preconizada pelas próprias normas técnicas e
profissionais emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade.
104
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