Você está na página 1de 12

Síntese

O filme A onda, é protagonizado por um professor de ensino médio chamado Rainer. Nas
primeiras cenas este discute com a diretora da escola, acerca de quem deveria dar aulas de
Anarquia aos alunos. A diretora impõe que se o professor gostaria de dar aula de anarquia aos
alunos, deveria conversar com Wieland, outro professor. No entanto, este recusa com pretextos de
que o conceito de anarquia deve ser pedagogicamente repudiado, e que defenderia a democracia em
suas aulas. Wieland, que com seu conhecimento pessoal acerca de Rainer, que se explicita a favor
da anarquia, não defendia a metodologia que seria imposta aos alunos caso a troca fosse feita.
Sendo assim,as temáticas não foram trocadas e Rainer, então, termina por dar aula de Autocracia
aos alunos.
Paralelamente, outros círculos de interações são retratados. Dentre eles, uma peça de teatro
a qual é composta por Karo e outros integrantes. Ferdi, outro integrante da peça não parece
interessado em seguir as falas de acordo com o estipulado, o que Karo não se demonstra a favor, e o
ensaio assim se conclui. Na platéia está Marco, namorado de Karo.
Uma discussão na escola acerca das temáticas Autocracia e Anarquia, cuja participação em
ambas as disciplinas é optativa, relacionada à escolha de uma em detrimento da outra paira sobre
escola. Marco pede para Karo visitá-lo no treino de polo aquático, mas esta diz não ser possível ir,
pois irá estudar neste meio tempo. Neste momento, Jens chega e questiona a eles se eles se
matricularam na aula adicional. Karo confirma e diz que se matriculou em Autocracia. Jens diz que
também se matriculou na mesma matéria. Marco pede a Karo para que esta o matricule nas aulas de
Autocracia também.
A cena seguinte se dá na piscina, Marco emerge do fundo da piscina e observa a
arquibancada semi-vazia do local. Rainer lhe chama atenção para que estabelecesse foco no que
dizia e o treinamento se dá início. A bola chega até Marco em um contra ataque e este ameaça
arremessar para o gol através dos braços do time inimigo. Enquanto isso, Sinan,outro componente
de seu time e o treinador pede a ele que passe a bola. Marco não passa a bola, a defesa do seu
oponente é efetivada e o jogo termina. O treinador e o Sinan reclamam do fato de que Marco não
passou a bola.
Em seguida, três meninos em um carro se dirigem, enquanto fumam, a uma festa na qual
tanto Marco, como Karo estão. Karo está dançando enquanto Marco assiste. Aos poucos este se
aproxima dela e começa a dançar com ela. Um rapaz sobe em uma caixa de som e começa a fazer
gesticulações de cunho sexual.
Neste meio tempo, Martin e outro garoto discutem pelo motivo de uma necessidade de se
rebelar por algo. A conversa discorre da seguinte maneira:
“O que falta na nossa geração é um objetivo comum para unir a gente, sabe?”
E este rebate: “Mas esta é a marca da nossa geração, dá uma olhada! Qual é a pessoa mais
procurada do mundo?”
- “Quem?”
- “A maldita Paris Hilton!”
Na próxima cena, os três rapazes que fumavam ao dirigir estão encostados em um muro e
nesse momento chega Tim e lhes entrega um pacote de entorpecentes. Bomber faz uma crítica a
Tim por achá-lo louco por andar com uma alta quantidade de drogas consigo. Tim discorda dizendo
que para que fosse impedido, seria necessário que a polícia o prendesse. Bomber o questiona
quanto ao preço do produto, mas Tim disse que não cobraria, pois os consideram amigos.
Rainer sai da água de um lago e cumprimenta sua esposa, professora da mesma escola, e
esta o questiona quanto ao seu ombro, este diz que não está sentindo dores e ela o aconselha a não
exagerar nos exercícios e este aceita o conselho. Rainer a oferece café e ela aceita.
Rainer adentra a sala de aula enquanto alguns alunos adentram também. Rainer se
pronuncia que se estivesse no lugar dos alunos teria escolhido Anarquia, mas o comentário é
rebatido por uma reclamação quanto ao outro professor, Wieland. Rainer introduz o tema de
Autocracia fazendo questões básicas sobre o que é autocracia, respondidas por Karo ao dizer que é
“quando um indivíduo ou um grupo domina as massas”. Poucos se demonstram interessados na aula
pois o conteúdo já havia sido abordado anteriormente. Uma discussão se instala sobre a importância
de falar sobre este tema pois Kevin acreditava que o uma ditadura na Alemanha, como o nazismo,
não iria ressurgir e Mona diz que existem ainda os neonazistas, Jens sugere que outro conteúdo
fosse transmitido, mas Rainer prefere retomar o questionamento anterior: Será que outra ditadura
seria possível de ocorrer novamente na Alemanha? Mas Jens nega e diz que não aconteceria mais.
Ante isso, o professor sugere 10 minutos de intervalo acatados por todos.
Quando os alunos retornam a sala, Rainer diz que houve uma re-distribuição dos assentos
dos alunos e questionou quantos se opunham e apenas um aluno manifesta ainda que de maneira
despretensiosa. Rainer questiona quanto ao quê uma ditadura necessita para ser instaurada.
Mediante isto, foi determinado que para que uma ditadura ocorresse, era necessária uma figura de
liderança. Então, uma votação foi imposta resultando em: um voto contra proposto por Kevin, uma
abstenção de votação por uma aluna chamada Mona, mas no todo, todos concordam de que o
professor deveria ser o líder. Rainer então pede a todos que o tratassem por senhor Wenger em
classe. Conferia-se, então, um tratamento mais hierárquico entre professor-aluno. Rainer impõe
algumas regras à classe como, por exemplo: a de falar apenas quando autorizado e de pé, acatar
uma boa postura corporal, respirar fundo, entre outros comportamentos. Kevin, Sinan e Bomber se
recusam a participar de uma atividade e então Wenger pede a eles que saiam da sala. Os alunos
protestam sem muita resistência e em seguida saem da sala. Kevin, Bomber e Sinan caminham pela
escola e Bomber sugere que eles joguem sinuca. Kevin recusa e sugere que eles saiam com o novo
carro de sua mãe. Sinan não entra no carro, e diz ser melhor voltar para a aula. Kevin questiona o
comportamento, e Sinan diz que repetiu duas vezes e que achava melhor voltar à aula. Sinan
provoca Bomber para que este também retorne à sala e ambos retornam juntos, com exceção de
Kevin.
Rainer os recebe de volta à aula e retoma as atividades. Ao final da aula, Tim o aborda
chamando-o de senhor Wenger, mas Rainer o corrige pedindo para que o chamasse de Rainer fora
de sala. Tim manifesta sua satisfação para com a aula e Rainer agradece pela participação de Tim.
Karo está retornando à sua casa com Marco, e se depara com seu irmão mais novo, Leon. Este, está
acompanhado de outros dois amigos. Seu irmão se comporta desrespeitosamente para com sua irmã
e Marco a defende. Leon pede fogo para acender seu cigarro e uma discussão se paira sobre isso
entre o namorado e o menino. Marco diz que Torsten (o pai de Karo) que o pai deixou que Leon
escolhesse entre fumar ou não, mas que não havia permitido o comportamento. Este comentário
eleva a tensão entre ambos. Karo sugere que Marco entre com ela em casa com um comentário
agressivo que Marco acata. O menino provoca de volta. Marco hesita no entanto segue a
companheira.

Rainer chega em casa, cumprimenta sua esposa e ele a pede para perguntar como foi a aula. Sua
esposa acata a sugestão.
Tim está sentado à mesa, agitado, comentando com os pais sobre a aula, no entanto eles não
demonstram atenção para o que está dizendo, com comentários vazios e que até não fazendo
sentido na conversa, deixando Tim desanimado. Karo comenta, igualmente agitada com Lisa sobre a
aula com sua mãe. Sua mãe, Millie, diz que era de fato estranho ao sair do quarto. Karo a segue,
expressando irritação perguntando o que esta quis dizer. A mãe responde que o fato de disciplina ser
poder é incerto. Karo refuta argumentando que talvez fosse melhor pois seu irmão, Leon, precisa de
disciplina segundo suas idéias. Concomitantemente, seu irmão passa diante de si.

A cena volta a Rainer e sua conversa com sua esposa, com o professor argumentando que o seu
novo comportamento não funcionou com todos os alunos indicando que Kevin fôra expulso.

Kevin, Bomber e Sinan estão no sofá jogando e Bomber defende Rainer. Kevin refuta o comentário,
mas Sinan diz que expulsaria Kevin também. Bomber brinca que não fôra Rainer que o expulsou e
sim o “senhor Wenger”. Kevin diz que o professor não o aprecia porque este não participa do time de
polo aquático de Rainer. Kevin se volta a Sinan e pergunta o que ele faz por lá.

Concomitantemente, na casa de Karo, Torsten pergunta à Marco a mesma coisa que Kevin. Marco
diz que eles treinam bastante e que não compreendia porque mesmo assim estavam perdendo.
Torsen e Marco estão assistindo à uma corrida de ciclistas enquanto conversam. Karo chega a ele e
diz para que fossem para o quarto dela. Ele refuta dizendo que gostaria de terminar de ver a corrida,
mas esta insiste alegando que eles deveriam fazer um trabalho. Apesar de não saber qual trabalho
esta se refere, Marco se rende. O pai de Karo faz um comentário de cunho sexual à esposa ainda
diante do casal de jovens. Marco e Karo sobem as escadas e vão para o quarto desta.
Chegando ao quarto, Marco sugere uma relação sexual e Karo desvia o assunto para a idéia de
ambos morarem em Barcelona. Marco comenta ser longe e que esta não teria contato com sua
família se assim o fosse. Karo diz que os pais a irrita, apesar de Marco defendê-los. Marco a pede
para que deixe este problema de lado e a chama para ficarem juntos. Mas ela recusa e então, ele se
vai com uma justificativa de que deve treinar.
Marco está em sua casa guardando em uma mala o material necessário para a aula e, sua mãe
chega em casa. Ele se aproxima da porta de seu quarto para vê-la em segredo. A mãe do menino
está com um jovem e ambos adentram outro cômodo ficando fora do campo de visão de Marco.

Marco está na aula de Waterpolo e se perde a concentração. Rainer briga com ele pela falta de
união. E Sinan conversa com ele solicitando que trabalhem junto e combina uma estratégia. A
estratégia é seguida e eles marcam o ponto, o professor elogia a jogada, reduzindo a tensão entre
ambos.

Rainer está em sua casa, Anke sua esposa chega e ela o pergunta o porquê de tantos livros à mesa
e este a responde dizendo que estava pesquisando idéias para testar em sala. Sua esposa sugere
que ambos tenham uma relação sexual e Rainer acata.

Rainer entra em sala de aula, cumprimenta os alunos e é caçoado de volta por estes. Rainer propõe
que estes façam um exercício físico e que começassem a marchar no chão. No início os alunos
demonstram desaprovação, e o professor argumenta que aos poucos estão se tornando uma
unidade, e que este é o poder da união. Mona reclama quanto à durabilidade do exercício e Wenger
diz que o exercício perdurará até que a unidade fosse alcançada. Wenger acrescenta aos alunos que
a sala abaixo a qual estes estavam, situava-se o professor Wieland com os alunos da aula de
Anarquia e argumenta “eu quero que o teto caia sobre os nossos inimigos”. Mediante isto, os alunos
reproduzem o comportamento de marchar em uníssono com maior excitabilidade, incluindo Karo.
O professor da sala debaixo reclama.

Wenger diz que união é poder e justifica o porquê de mudar os alunos de lugar dizendo que gostaria
de acabar com os grupinhos para estabelecer maior união. Wenger também diz que Wieland quer
que os alunos sejam solitários, ou seja, que fosse cada um por si só. E que por isso, resolveu
separar os alunos com melhor desempenho em algumas matérias para que as duplas pudessem se
beneficiar mutuamente. Mona protesta e diz que “alunos fracos” estavam evidenciados provocando
embaraço aos alunos. Mas, Wenger refuta dizendo que nada disse sobre alunos fracos, e sim, notas
fracas. E que Mona estava sentada com Lisa (HAHAHA MELHOR COINCIDÊNCIA) porque esta
apresentava dificuldade em matemática enquanto a outra, não. O professor também argumenta que
desta maneira, o desempenho dos alunos seria melhor que o daqueles que naquele momento
compareciam à aula de anarquismo.

Dois alunos do lado de fora, após o termino da aula de autocracia, comentam com outros da
aula de anarquia, perguntando se tinha sido barulhenta a aula, e eles respondem que se não fosse
pelo barulho possivelmente teriam dormido na aula, e então, perguntou o que foi o barulho

Pouco depois, o professor Wieland critica Rainer em frente a diretora da escola, devido ao
barulho que fez em sua aula, e diz que os outros alunos se sentiram prejudicados, porém dois de
seus alunos aparecem e pedem para transferir da aula de anarquismo para a de autocracia,
deixando Wieland indignado e Rainer chocado.

Volta para a aula de Rainer, na qual ele faz uma pergunta à classe, sobre quais são os
principais sinais na união de um grupo, e tim, rapidamente, se levanta e diz que é o espírito de
equipe, porem Rainer especifica que quer sinais visuais. Lisa então, diz que os principais sinais
seriam as roupas, e Rainer concorda, procedindo com explicação da importancia de um uniforme
para um grupo. Um dos dois novos alunos, porem, se levanta e critica a uniformização, dizendo que
é algo de natureza facista. Rainer, então, diz que o uso de uniforme não é apenas de natureza
militar, mas também algo que é visto em diversas areas da sociedade, como em trabalhadores de
fast food, comissárias de bordo, entre outros, comentando que qualquer código de moda é um tipo de
uniformidade. Lisa se levanta e diz que uniformes também servem para a eliminação de diferenças
sociais, mas no entanto Mona diz que eles eliminam a individualidade. Rainer critica Mona por falar
sem se levantar. Lisa termina sua explicação, e então Karo se levanta e comenta que em Hamburgo
estão discutindo a volta dos uniformes. Rainer pergunta se faz sentido a uniformização, e Sinan se
levanta, dizendo que eles teriam que ser baratos para todos terem a oportunidade de comprar. Marco
comenta algo com Sinan, e Rainer então diz para Marco conversar com a turma toda. Ele, então, diz
que uma pessoa criou um tenis que custa aproximadamente 15 dolares, porque queria que todos,
inclusive crianças carentes, fossem capazes de usar o produto. Rainer pergunta o porque do preço
tão barato, e então Mona responde que seria porque eles seriam feitos em prisões na China. A sala ri
suavemente, e entao Marco, ainda em pé, diz que o nivel de gastos com publicidade desse tenis é
muito inferior ao da Nike, o que possibilita a venda por um preço menor, e Sinan confirma falando de
milhões gastos pela Adidas para propaganda. Rainer pergunta para a sala o que els achariam de
usar um uniforme durante essa atividade da semana. Mona claramente demonstra indignação, Karo
se pergunta como isso funcionaria. Rainer sugere uma camiseta branca, que todos possivelmente
teriam, mas um dos alunos se levanta e diz que não tem camiseta branca e não gastaria dinheiro pra
comprar uma. Outro aluno o questiona por isso, dizendo que seria pouco dinheiro, e então Rainer o
convida a levantar para dizer. Ele diz que tem duas camisetas brancas, e poderia trazer uma. Rainer
o elogia, dizendo que isso era o espirito de equipe, e assim decide-se que o uniforme do grupo seria
a camiseta branca.

Numa loja de roupas, Lisa está vendo uma camiseta branca para comprar, e vê que na
mesma loja o colega que ofereceu as duas camisetas brancas que tinha estava comprando-as. Ela
vai ao caixa, que comenta que essas camisetas estão na moda.

Karo coloca uma camiseta branca e experimenta como ela fica no espelho, mas sua mãe
passa na frente dela e do espelho. Ela, então, questiona onde Karo vai daquele jeito, e ela se
pergunta o porque disso. Sua mãe então comenta que ela está parecendo uma freira, e Karo
responde que gosta desse visual.
Tim, em sua casa, pega todas as suas roupas que não são camisetas brancas e as queima
no quintal de casa.

Marco e Karo vão pra escola de bicicleta, e Marco pergunta a Karo onde está a camiseta
branca dela. Ela responde que não gostou do visual, que não fica bem de branco. Marco comenta
que é uma questão de pura vaidade, e ela o questiona o porque de ter que explicar não quer usar
uma camisa. Marco então comenta que o motivo de Rainer fazer esse pedido era para criticar o
egoísmo.

Karo entra na sala e vê todos de branco, indo sentar após hesitar um pouco. Um aluno
questiona-a, dizendo que tinha sido combinado as camisetas brancas. Marco então diz a ele que ela
não fica bem de branco, em tom de deboche. Rainer chega, com novos alunos, e apresenta-os,
dizendo que agora a sala estava lotada. Um alunos diz que outros queriam entrar, mas o professor
diz que lotado é lotado, não tem jeito. Dennis se levanta e comenta que agora que são tão
numerosos precisam de um nome, e Rainer concorda com a ideia, dizendo que é o proximo tópico da
aula, perguntando se alguem tem alguma sugestão. Varios alunos levantam a mão, oferecendo
nomes como “esquadrão do terror”, “clube dos visionarios”, “a onda”, dentre outras. Karo também
procura dar uma sugestão, mas é ignorada profundamente pelo professor, e apenas perguntar se
ninguem mais tinha uma sugestão ele se dirige a ela, que oferece “os transformadores” para o nome.
É realizada uma votação, na qual o nome vencedor é “a onda”. Rainer percebe o desenho de Sinan,
elogia-o e o convida para fazer um logo para o grupo. Outros alunos se propões a ajudar, criando
paginas em redes sociais, bottons e mais, enquanto Karo se sente excluída do grupo.

Depois, Tim é abordado por duas pessoas pedindo por drogas, sabendo que ele é um
fornecedor. Ele, então, diz pra eles procurarem no metrô, pois não iria dar nada à eles. Então, os dois
começam a ameaçar e agredir Tim. Bomber e Sinan, observando a cena de longe, decidem ir ajudar
Tim. Eles então são chamados de fascistas pelos outros dois agressores, que vão embora
Marco e Lisa, num restaurante, conversam sobre Karo, dizendo que ela está

O irmão de Karo e seus amigos vão para uma pista de skate, e pedem para Kevin e Bomber,
que estavam numa rampa, se poderiam usá-la, e Kevin, demonstrando interesse de participar na
Onda, diz que a rampa onde estavam era apenas para membros do grupo, rindo dos garotos.

Na entrada de uma das arquibancadas para a competição da final de polo aquático,


O filme “A Onda” é uma obra baseada numa história real na qual um professor realiza uma
atividade para mostrar o que é autocracia a seus alunos, mas a atividade acaba passando dos
limites. Gerando um grupo restrito com uniformes, logotipos e até mesmo um sinal de mão, a Onda, a
sala acaba incentivando a discriminação de pessoas fora do grupo, superioridade sobre
individualidades e outros grupos sociais e mais, acabando por deixar alguns dos alunos aficionados
pelo grupo, chegando a realizar atos criminosos, vandalismos perseguir, agredir e até a cometer
suicídio por ele, como se a Onda fosse a organização mais importante de suas vidas.

Sua trama se passa em um mundo constituído por quatro oceanos principais, os quais é
quase impossível a passagem de um para o outro, a única porção seca nesses mares são pequenas
ilhas onde é comum as pessoas viverem sem nunca terem saído dos arredores de sua vila. Esse
mundo vive uma grande era de piratas motivada pela busca de um tesouro lendário. É nesse
contexto que Luffy, o protagonista, sai navegando em busca de companheiros para compor sua
tripulação. Em uma dessas aventuras ele encontra Sanji, que será o cozinheiro de seu navio.

A narrativa se inicia com uma apresenta


A narrativa se inicia com a morte da mãe de Mersault, em um dos mais emblemáticos
parágrafos da literatura mundial, que me darei o luxo de expor aqui: “hoje, mamãe morreu.
Ou talvez ontem, não sei bem. Recebi um telegrama do asilo: ‘Sua mãe faleceu. Enterro
amanhã. Sentidos pêsames. ’ Isso não esclarece nada. Talvez tenha sido ontem. ” Nesse
parágrafo fica explicita a relação de distanciamento que o protagonista tem com o mundo em
que está inserido, onde foi atirado sem nenhum alicerce existencial. Quando deixa sua mãe no
asilo, Mersault diz: “Nos primeiros dias de asilo ela chorava muitas vezes. Mas era por causa
do hábito. Ao fim de alguns meses teria chorado se a tirassem de lá, tudo devido ao hábito”,
um homem que abandona a própria mãe em um asilo e mesmo após as lágrimas da matriarca
ainda a deixa lá. Esse é Mersault e, se você o julgar pelo que foi dito do mesmo até aqui,
certamente o julgará um vilão. Contudo, meu caro leitor, é aí onde você se engana, Mersault
não é nada mais do que um homem comum.
Deixemos a descrição da relação familiar de Mersault de lado por um instante, peço
para que guardem na memória o que foi dito, pois será estritamente necessário para o
desenrolar da trama.

Retornando a história de Camus, nosso protagonista tem, em certo ponto da história,


um diálogo com seu vizinho, um argelino que acaba de ser enganado e abandonado pela
mulher que era árabe. O homem, chamado Raymond, alegava que sustentava essa mulher,
sua amante e em quem batia frequentemente como castigo por ainda reclamar constantemente
do que lhe era dado pelo homem. Graças a essa convicção, Raymond acreditava que era
digno castigá-la. Um dia a mulher vai embora, Raymond, sentindo-se enganado, procura uma
maneira de se vingar, é então que Mersault entra em cena como escritor da carta-isca que
Raymond manda para sua ex-amante na tentativa de trazê-la para uma emboscada. O
desfecho desse conflito é que a mulher volta, Raymond a espanca e tem de responder por isso
na delegacia, a mulher lhe promete vingança.
“Um fator importante que não posso deixar de tratar na obra é que os árabes não têm
seus nomes identificados, isso se dá como uma forma de protesto do autor pelo domínio
intelectual, cultural e político dos franceses no que até então era sua colônia, a Argélia.
Questão, todavia, que será deixada de lado devido ao objetivo principal desse ensaio. ”
Por fim, Raymond convida Mersault para passar um final de semana na casa de praia
de um amigo. O convidado vai e leva Marie, mulher com quem se relaciona durante o
romance apenas como uma maneira de saciar seu desejo sexual e sua relação com a mesma é
fundamentada apenas nesse impulso primário. É nesse final de semana na praia onde o
protagonista condena sua própria existência. Quando o absurdista vai até a praia com
Raymond, lhe é revelado que alguns árabes andam rodeando a vizinhança e, com medo de ser
a prometida vingança de sua ex-amante, não seria prudente sair por aí despreparado, nesse
momento Raymond dá um revolver a Mersault e pede para que o mesmo se proteja caso
aconteça alguma coisa. Momentos depois o protagonista vai tomar um banho de mar e avista
um árabe vindo em sua direção enquanto sai da água.
É preciso que eu pare aqui, novamente, e traga mais uma definição encontrada no
livro de Cofer.

Mersault viveu uma vida inteira sem preocupação de realizar a si mesmo ou buscar todas as
possibilidades que o mundo tinha para o oferecer, contudo, quando tudo o que lhe era certo
desandou, como um homem comum, ele não pode deixar de ser afetado. No momento em que
o sol ardeu em sua face, o mar soprou em sua pele e a faca do árabe reluziu em seus olhos o
protagonista não pode deixar a raiva de lado, mesmo sem motivo aparente Mersault se revolta
contra a própria falta de sentido, e simplesmente não sabe como reagir senão descarregando
toda sua fúria.
Depois do assassinato, o protagonista é preso e julgado por seu crime. Em seu
julgamento uma série de questões importantes são expostas quanto a teoria absurdista de
Camus, também não convém se aproximar desnecessariamente dos detalhes desse episódio,
deixo a ressalva, contudo, de que é uma cena extremamente bem construída, enfim,
belíssima. Durante a defesa, é apresentada a ideia de que Mersault matou o árabe para se
defender, todavia, o fato de ter dado mais quatro tiros em um corpo já inerte, mudou o
assassinato de figura, tornando Mersault um vilão. Quando o advogado acusa o assassino,
utiliza o argumento de que após a morte de sua mãe, cuja qual se negou ver o rosto, o réu foi
ao cinema, à praia, viu sua amante, não ter vertido uma única lágrima sequer durante o
funeral, viveu sua vida normalmente como se sua mãe não importasse. Veja bem, como um
homem de boa índole haveria de abandonar o luto por sua mãe para as coisas mundanas,
como um homem poderia ser tão vil e cruel a ponto de não lamentar pela morte de sua
genitora. Por fim, nosso homem absurdo é condenado a morte, justamente por não ter sido
um bom filho, por aparentar a vilania, por ter matado um homem graças à luz do sol.

Desse modo, a pena de morte é mantida, Mersault vai para o corredor aguardar sua
hora. É lá a primeira vez em que os questionamentos acerca do sentido da vida e de sua
existência aparecem em um confronto terrível, um turbilhão de pensamentos que perturba o
condenado completamente. Depois de meses em contato com as pedras, as grades, os guardas
da prisão e a angústia da morte iminente e cada vez mais próxima, pouco tempo antes de sua
execução, o condenado recebe a visita de um capelão.
O religioso, que vem na intenção de tomar a confissão de Mersault, é uma cortesia
concedida como um último adeus para o divino, uma oração que pudesse salvar a alma
pertencente a um corpo já condenado. Durante a visita o capelão tenta fazer Mersault orar,
arrepender-se de seus pecados, temer a Deus e pedir perdão pela vida que levou. O absurdista
se nega, nega todas as tentativas de contato do capelão, que a certo ponto o acusa de ter o
coração cego, de não conseguir enxergar a vida de outra forma, por não ter o preenchimento
da fé divina. É nesse momento que o protagonista perde as estribeiras, começa a gritar feito
um louco, agarra o capelão pelo colarinho e despeja um mar de ódio completamente
desnecessário. É seu encontro com a total impossibilidade de todas as outas possibilidades da
vida, assim diria Martin Heidegger, importante filósofo precursor do movimento
existencialista, ainda que não se encaixasse no mesmo.
Para tentar explicar o que ocorre com Mersault abordarei outro conceito presente no
livro de Charles Cofer, a dissonância cognitiva.
Mersault é parado pelos guardas e acalmado pelo capelão, que sai da cela com os
olhos cheios de lágrima. O condenado, extremamente esgotado, cai no sono e quando acorda
já pode ouvir as sirenes que indicam a proximidade de seu ato final. Em um último momento
antes de se encaminhar até a execução, Mersault pensa em sua mãe, como não fazia há muito
tempo, nesse momento ele entende o porquê de ela ter arranjado um noivo ao final da vida,
de tentar recomeçar quando a morte se fazia tão próxima de seu corpo. “Tão perto da morte,
mamãe deve ter se sentido liberada e pronta a reviver tudo. Ninguém, ninguém tinha o direito
de chorar por ela. Também eu me senti pronto a reviver tudo. Como se esta grande cólera me
tivesse purificado do mal, esvaziado de esperança...”. Assim Mersault resolve finalmente a
última de suas poucas pendencias para com a existência, ele entende o que foi sua decisão, o
que ela representou, e tudo o que poderia ter feito diferente, então, sentindo a indiferença do
mundo e o quanto esse mundo era parecido consigo mesmo, sentiu-se feliz. “Para que tudo se
consumasse, para que me sentisse menos só, faltava-me desejar que houvesse muitos
espectadores no dia da minha execução e que me recebessem com gritos de ódio. ”

Trechos para essa parte: Tim está sentado à mesa, agitado, comentando com os pais sobre a
aula, no entanto eles não demonstram atenção para o que está dizendo, com comentários
vazios e que até não fazendo sentido na conversa, deixando Tim desanimado.
Tim é abordado por duas pessoas pedindo por drogas, sabendo que ele é um
fornecedor. Ele, então, diz pra eles procurarem no metrô, pois não iria dar nada à eles. Então,
os dois começam a ameaçar e agredir Tim. Bomber e Sinan, observando a cena de longe,
decidem ir ajudá-lo. Eles então são chamados de fascistas pelos dois agressores, que vão
embora.
O irmão de Karo e seus amigos vão para uma pista de skate, e pedem para Kevin e
Bomber, que estavam numa rampa, se poderiam usá-la, e Kevin, demonstrando interesse de
participar na Onda, diz que a rampa onde estavam era apenas para membros do grupo, rindo
dos garotos.

Trecho do filme para esta parte: Rainer entra em sala de aula, cumprimenta os alunos e é
caçoado de volta por estes. Rainer propõe que estes façam um exercício físico e que
começassem a marchar no chão. No início os alunos demonstram desaprovação, e o professor
argumenta que aos poucos estão se tornando uma unidade, e que este é o poder da união.
Mona reclama quanto à durabilidade do exercício e Wenger diz que o exercício perdurará até
que a unidade fosse alcançada. Wenger acrescenta aos alunos que a sala abaixo a qual estes
estavam, situava-se o professor Wieland com os alunos da aula de Anarquia e argumenta “eu
quero que o teto caia sobre os nossos inimigos”. Mediante isto, os alunos reproduzem o
comportamento de marchar em uníssono com maior excitabilidade, incluindo Karo.

Trecho para essa parte: Martin e outro garoto discutem pelo motivo de uma necessidade de se
rebelar por algo. A conversa discorre da seguinte maneira:
“O que falta na nossa geração é um objetivo comum para unir a gente, sabe?”
E este rebate: “Mas esta é a marca da nossa geração, dá uma olhada! Qual é a pessoa
mais procurada do mundo?”
- “Quem?”
- “A maldita Paris Hilton!”

A narrativa se inicia com o professor alemão, Rainer Wenger, sendo escolhido para
ministrar as aulas de autocracia, contra a sua vontade, que era ministrar anarquia. Durante sua
aula, ele propõe uma atividade prática para situar melhor os alunos sobre como é participar de
uma autocracia, na qual eles vão construindo-a aos poucos e vivendo os seus efeitos.
Inicialmente, os alunos não se mostram interessados na matéria, mas após o professor
começar a atividade, eles começam a ficar mais empolgados e voltam quase toda a sua
atenção ao grupo, que por votação denominaram “A Onda” (sendo que também escolheram
uma uniforme, uma camiseta branca, um logo, e um sinal de mão para o grupo).
Entrando mais a fundo na vida pessoal dos alunos, Tim é um garoto que sofre com a
falta de contato social, com pais que se importam pouco com ele, e tenta fazer amigos como
for possível; Kevin, Bomber e Sinan são alunos mais relaxados e rebeldes; Marco é um
jogador de polo aquático do time do professor Rainer, e Karo, sua namorada, que tem uma
relação difícil com sua família, que considera muito liberal.
Ao decorrer da semana na qual a atividade prática é realizada, a empolgação dos
alunos com a Onda fica cada vez maior, levando a episódios de discriminação, nos quais
aqueles sem camiseta branca e que não fazem o sinal de mão não podem fazer parte do grupo
e teriam menos direitos, segundo os integrantes; o culto à personalidade do Sr. Wenger, como
chamam Rainer, como se todas as atividades administrativas e os “comandos” da Onda
fossem dependentes dele e que sua proteção era de extrema importância, como demonstrado
quando Tim se torna, contra a vontade de Rainer e sua esposa, o “guarda-costas” dele; atos de
vandalismo, nos quais formam-se grupos de pichadores que espalham o símbolo da Onda
pela cidade; agressão, como acontece quando Karo questiona Marco sobre o quanto ele está
levando a Onda a sério, e na discussão ele chega a dar um tapa nela, ou quando há uma
discussão entre integrantes da Onda e uma gangue de anarquistas sobre as pichações, e Tim
saca uma arma para intimidar os anarquistas (visto que o porte de armas de fogo é
expressamente proibido na Alemanha), dentre outros notáveis exemplos; até mesmo suicídio,
que acontece no final da atividade, quando Rainer diz a todos que o grupo foi longe demais e
que ele fez o que propôs, demonstrou uma autocracia e seus conceitos para a sala, e sob essa
ameaça de desmantelamento da Onda pelo seu criador, Tim, que havia tornado do grupo a
atividade mais importante de sua vida, atira em si mesmo.
Depois do suicídio de Tim, que logo antes de fazê-lo tinha atirado em bomber por
duvidar do potencial da arma, Rainer é preso, e assim acabando de vez com a onda, levando
os alunos a voltarem para suas vidas normais, voltando com seus relacionamentos e levando
consigo o peso de terem participado do grupo, agora que puderam ver para onde ele estava
caminhando, finalizando assim o filme.

Você também pode gostar