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Fundamentos da Anatomia Humana:

Como Desenhar Mãos Maktub Cursos

De todas as partes do corpo, a mão é considerada por muitos a mais difícil de


desenhar Todos nós temos histórias de como conseguiamos manter a mão dos
nossos personagens atrás das costas ou dos bolsos deles, evitando tanto
quanto o possivel a tarefa de enfrenta-las. E ainda, paradoxalmente, elas são a
parte de referência mais prontamente disponível que temos, estando no nosso
campo de visão todos os momentos de nossas vidas. Com somento um aces-
sório extra, um pequeno espelho, podemos ter referências de mãos de todos
os ângulos. O unico desafio real então é a complexidade desse orgão notavel-
mente articulado: é quase como desenhar uma figura pequena dentro de uma
maior, não se sabe por onde começar.

Nesse tutorial nós vamos descronstruir a anatomia da própria mão e de fato


desmistifica-la, então quando você olhar uma mão para ter uma referência, vo-
cê pode entende-la como um grupo de formas simples, fácil de juntar.
Vou usar as seguintes abreviações para os dedos:

PO = Polegar
IN = Indicador
DM = Dedo médio
DA = Dedo anelar
MI = Mindinho (Dedo mínimo)

Teoria Básica da Mão


Aqui temos a estrutura simplificada da mão (esquerda). Em azul, os oito os-
sos carpais, em roxo, os cinco ossos metacarpais e em rosa as quatorze fa-
langes.

Já que muitos desses ossos não podem se mover, nós vamos simplificar a es-
trutura básica da mão: o diagrama na direita é tudo de que você precisa se lem-
brar

(apparent base = base aparente)(actual base = base real)Note que a base real
dos dedos, a junta que corresponde às articulações, é muito mais baixa do que
a base aparente formada pelas abas de pele. Saber disso vai ser importante
para desenhar dedos se dobrando como vamos ver depois.
Baseado nos acima, um jeito simples de esboçar a mão é começar com a for-
ma básica de uma palma, um formato plano (muito parecido com um bife, mas
redondo, quadrado ou trapezoidal) com ângulos arredondados, e então adicio-
nar os dedos:

Se você tem dificulades desenhando dedos, é muito útil pensar neles e dese-
nha-los como pilhas de três cilindros. Cilindros são fáceis de desenhar de qual-
quer ângulo, levando embora uma grande parte da dor de cabeça que seria de-
senha-los em perspectiva. Observe como as bases dos cilindros são exatamen-
te como as dobras que você precisa desenhar quando um dedo se dobra.
Isso é importante: as juntas dos dedos não são alinhadas em linhas retas, mas
na verdade, formam-se em arcos concêntricos:

Além disso, dedos não são retos, e na verdade, se curvam um pouco na dire-
ção do espaço entre o DM e DA. Mostrando isso até dá vida ao desenho sutil-
mente:

Não vamos nos esquecer das unhas. Não há necessidade de desenhá-las


sempre, na verdade elas são um grau de detalhamento que só parece correto
quando as mão são vistas de muito perto, mas nós não pensamos com fre-
quência em como elas devem parecer, e por causa disso, eu sou uma das que
não conseguiam fazê-las parecer direito por um bom tempo. Aqui estão algu-
mas anotações sobre unhas:
1º As unhas começam na metade do espaço entre o topo do dedo e a articula-
ção.
2º O ponto onde a unha se desprende da pele varia: algumas pessoas tem elas
por toda a borda do dedo, outras tem ela muito baixa (linha pontilhada), en-
tão nesse caso as unhas são mais largas que longas.
3º As unhas não são planas, mas com forma mais parecida com telhas, com a
curvatura variando de extrema a muito sutil. Observe sua mão e vai notar
que a curvatura é diferente para cada dedo, mas esse nível de realismo é
desnecessário no desenho, felizmente.
Proporções Agora, pegando o comprimento (aparente) do FF como me-
dida base, nós podemos grosseiramente colocar as seguintes proporções.
1º A abertura máxima entre Th e a abertura de FF = 1,5.
2º A abertura máxima entre FF e RF = 1 O MF pode estar perto de qualquer um
dos dois sem aferat a distância total.
3º A abertura máxima entre RF e a abertura de LF = 1.
4º O ângulo máximo entre Th e LF é 90°, tirado na base da última articulação
do Th, o LF totalmente estendido está alinhado com ele.

Eu disse grosseiramente, porque isso varia de pessoa para pessoa, ás vezes


muito, mas lembre-se que se desviar da norma no papel pode parecer errado.
Na dúvida, essas medidas sempre vão dar certo.

Detalhes

As formas básicas são apenas um dos aspectos difíceis da mão; o outro pode
ser detalhar as dobras e linhas. Quem já não ficou frustrado por desenhar a
mão e não conseguir fazer com que todas essas linhar pareçam corretas? Va-
mos olhar as linhas e alguns detalhes de medidas:
1º A extensão virtual da linha interna vai do pulso até onde o polegar se separa
dos dedos. Uma pequena linha de tendão marca a junção do pulso com a
mão.

2º Quando os dedos estão juntos como acima, a dobra do polegar fica sob a
palma um pouco, ficando parcialmente escondida.
3º O FF ou RF as vezes são quase tão longos quanto o MF.
4º A dobras que marcam os nós dedos são elípticas como um parênteses, mas
quando as mãos estão tão planas como acima, eles não estão pronunciados
(a menos que seja alguém com nós pronunciados, o que acontece em mãos
muito trabalhadas) e podem ser desenhadas como meras ondulações.
5º As dobras as articulações dos dedos se mostram elípticas pelo lado de trás,
mas elas somem quando os dedos estão dobrados. Se mostram como linhas
paralelas do lado da palma, mas são mais pronunciadas nas articulações
mais baixas, normalmente não se usa duas linhas nas juntas superiores.
6º Por detrás, as linhas dos dedos se estendem para baixo do limite da palma,
o que faz com que os dedos pareçam mais longos, na parte de trás.
Por dentro, as linhas são mais curtas, porque a parte superior da palma é
acolchoada, dessa maneira os dedos parecem menores pelo lado de dentro.
7º As linhas dos dedos terminam em linhas arrastadas (esses curtos traços ho-
rizontais) nos dois lados, e em ambos essas linhas todas apontam para fora
do MF.

Observe também no diagrama acima, que as unhas não foram totalmente de-
senhadas, apenas indicadas de maneira sutil, apropriado para esse nível de
detalhe (o que é mais do que necessário para o propósito de mostrar todas as
linhas). Quanto menor a mão que você desenha, menos detalhes você vai que-
rer nela, a menos que você queira que elas pareçam velhas.

Eu não mencionei as linhas da mão acima, então vamos dar uma olhada mais
de perto aqui:
1º A linha mais visíveis da palma são: as chamadas linha coração, cabeça e vi-
da, estão onde a pele se dobra quando a mão está em concha. A menos que
seu estilo seja muito realista, não há necessidade de desenhar outras linhas,
ou vai parecer excessivo.
2º Não confunda a linha da vida com o contorno do polegar, que se torna visível
sob determinados ângulos como o da direita. A linha da vida é quase concên-
trica com o contorno do polegar, mas veja como ela se origina mais alto na
palma, na (verdadeira) base do FF, na verdade.

3º De lado, o preenchimento na base da cada dedo aparece como uma série de


curvas, protuberâncias paralelas
4º Essas linhas de dobra se envolvem a no meio do dedo. Elas se tornam acen-
tuadas conforme o dedo se dobra.
5º Há uma pequena protuberância aqui no dedo estendido devido a pele se
agrupar. a protuberância desaparece quando os dedos se dobram.

Agora, o que nós vemos quando a mão está estendida e olhamos pelo lado?

1º Vista de fora, a linha do pulso se curva em direção a palma, então a transição entre os dois é marcada por uma coli-
são suave.

2º O fundo das mãos parece mais plano pela vista de fora, do que pela vista interna, apesar disso a base do dedo ainda
pode ficar visível.
3º Pelo lado de fora, a última articulação do RF está exposta porque o LF está posicionado bem para trás.

4º Pelo lado de dentro, um pouco ou nada do MF fica visível, dependendo do comprimento do F.


5º Pelo lado de dentro, a linha do pulso é coberta pela base do polegar, por isso a transição é mais abrupta e a colisão
mais importante.

Note também que, quando olhamos pelo lado de fora, as palmas mostram outra linha de contorno nova. Ela começa
com o pulso e conforme a mão se vira mais, ela se junta com a linha LF, até ser coberta pela base do Th.
Espectro de Movimento
Articulações detalhadas implicam em movimento, e as mãos se movem constantemente. Não apenas seus usos funcio-
nais (segurar uma caneca, digitar) mas também expressivos, acompanhando nossas palavras ou nossas emoções. Assim
sendo não é surpresa que desenhar bem as mãos requeira entendimento de como os dedos se movem.

O Polegar e os Dedos

Vamos começar pelo polegar que trabalha sozinho. Sua base real, e centro de
movimento, é muito baixo na mão, perto de onde se junta com o pulso.

1º A posição natural relaxada, deixa um espaço entre o TH e o resto da mão.


2º O Th pode dobrar até atingir o teto do LF, mas isso requer muita tensão e lo-
go se torna doloroso.
3º O Th pode se estender por toda extensão da palma, mas isso também impli-
ca em tensão e se torna doloroso.
Os outros quatro dedos tem pouco movimento lateral e dobram para frente prin-
cipalmente, paralelos uns aos outros. Eles podem fazer isso com um certo grau
de autonomia, mas nunca sem ter algum efeito sobre o dedo mais perto; tente
por um momento dobrar seu dedo do meio sozinho, e veja o que acontece com
o resto. O Th sozinho é completamente independente.

Quando a mão fecha em um punho e os dedos estão todos curvados juntos, a


mão inteira mantém uma forma de concha, como se estivesse colocado contra
uma grande bola. Conforme a bola (aqui em vermelho) fica menor, a curvatura
fica mais forte:

Quando a mão está totalmente estendida (á direita), os dedos são tanto estica-
dos quanto levemente dobrados para trás, dependendo da flexibilidade. Os de-
dos de algumas pessoas podem dobrar para trás até 90° se for aplicada pres-
são contra eles.

O punho totalmente fechado vale uma visão detalhada.


1º A 1º e 3º dobras, do dedo totalmente dobrado, se encontram, criando uma
cruz.
2º A 2º dobra fica parecendo uma extensão da linha do dedo.
3º Parte do dedo é coberta por aba de pele e pelo polegar, um lembrete que to-
da a estrutura do polegar é exterior. Você pode fazer o FF deslizar para fora
e cobrir a aba de pele, é anatomicamente possível, mas não é natural quan-
do se tem um punho fechado.

4º O nó do dedo MF protunde mais do que os outros nós, se separando deles,


então do ângulo mostrado aqui, os dedos paralelos são visíveis pelo lado de
fora, e não pelo lado interno.
5º A 1º e 3º dobras se encontram novamente para formar uma cruz.
6º O polegar dobra de maneira que a última seção está encurtada.
7º A dobra de pele aqui sobressai.
8º Quando a mão forma um punho fechado, os nós dos dedos protundem e o
"parênteses" fica visível.
A Mão como um Todo

Quando a mão está relaxada os dedos se curvam levemente, um pouco mais


quando a mão está apontando para cima e a gravidade os força a dobrar. Nos
dois casos, o FF permanece o mais reto e os outros caem gradualmente, com
o LF sendo o que mais dobra. Visto de lado, a gradação nos dedos faz com
que os 2 ou 3 dedos externos apareçam entre o FF e o Th.

O LF frequentemente "foge" e fica isolado dos outros dedos - outra maneira de


fazer as mãos parecerem mais naturais. Por outro lado, o FF e o MF, ou o MF e
RF, vão quase sempre ficar em pares, permanecendo juntos enquanto os ou-
tros dois parecem soltos. Isso faz com que a mão pareça mais animada. O par
RF-LF também ocorre, quando os dedos estão dobrados frouxamente.
Uma vez que os dedos não tem o mesmo comprimento, ele sempre apresen-
tam uma gradação. Quando se está segurando algo, como a taça abaixo, o
MF(1) é o mais visível em torno do objeto, enquanto que o LF (2) quase não se
vê.

Quando se segura uma caneta ou semelhante, MF, RF e LF se curvam em dire-


ção a palma se o objeto estiver sendo seguro apenas entre Th e FF (pegue um
lápis levemente e observe). Se mais pressão é aplicada, MF participa e endirei-
ta-se conforme é pressionado contra o objeto. Pressão total resulta em todos
os dedos apontando para longe conforme mostrado aqui.
Conforme nós vimos, a mão e o pulso são notavelmente articulados, cada dedo
tendo quase vida própria, sendo por isso que as mãos tendem a ser uma ques-
tão muito difícil para os ilustradores principiantes. Ainda assim, quando as
mãos começam a fazer sentido, nós tendemos a cair na armadilha oposta, que
é desenhar as mãos muito racionalmente, dedos cuidadosamente colocados
nos seus lugares, linhas paralelas, alinhamentos precisos. O resultado é rígido
e simplesmente muito domesticado para uma parte do corpo que pode falar tão
expressivamente quanto os olhos. Isso pode funcionar com certos tipos de per-
sonagens (aqueles que a personalidade demonstra rigidez e insensibilidade)
mas na maioria das vezes não, você vai querer desenhar com animação, mãos
expressivas. Para isso você pode ir de duas maneiras: adicionar atitude (ex.:
adicionar drama ao gesto, resultando numa posição dinâmica da mão, que tal-
vez nunca seja usada na vida real) ou adicionar naturalidade (observe as mãos
de pessoas que não estão pensando nelas para ver a casualidade da qual es-
tou falando). Eu não posso mostrar cada posição de mão possível aqui, mas
abaixo dou exemplos de mãos forçadas x natural/dinâmica.

*Observe que nesse caso em particular, lutadores treinados vão sempre manter
seus dedos paralelos enquanto estão socando (conforme a posição forçada) de
outra maneira eles vão quebrar seus nós dos dedos.
Diversidade

As mão variam individualmente tanto quanto as feições. As mãos masculinas


diferem das femininas, as novas das velhas e por aí vai. Abaixo estão algumas
classificações existentes de mãos, mas elas não cobrem toda a extensão de
personagens que uma mão pode ter. Personagem é uma boa palavra, porque é
mais proveitoso desenhar as mão como se elas fossem personagens indepen-
dentes com sua própria personalidade: delicada, macia, seca, calosa, grosseira
e assim por diante. (Veja Hora de Praticar)

Formas das Mãos

É realmente sobre a proporção dos dedos em relação a mão.

Formas dos Dedos


Mesmo as unhas não são as mesmas! Bem, a Mãe Natureza nos dá unhas
com bases planas ou arredondadas, mas realmente, as diferentes maneira de
denominar as unhas são feitas pelo homem.
Hora de Praticar
Observe as mãos das pessoas. Primeiro a anatomia: como os dedos são vis-
tos nas diferentes posições, como as linhas se mostram e mudam, como cer-
tos detalhes são independentes de tensão, etc. Segundo, a diversidade: co-
mo mãos masculinas diferem das femininas? Como elas mudam com a ida-
de? Com o peso corporal? Você pode reconhecer alguém por suas mãos?

Faça rápidos e enérgicos esboços das mãos, a partir de qualquer fonte, sua
de outras pessoas, fotos. Não se preocupe sobre elas terem as proporções
corretas ou mesmo se parecerem muito, isso é sobre capturar a expressão.
Desenhe sua mão em várias posições, e usando um espelho, de vários
ângulos, tendo o cuidado de desconstruí-las nas formas mais simples possí-
veis (o equivalente a desenhar uma figura palito, e então adicionando os de-
talhes). Você pode também começar com um esboço enérgico e construir em
cima dele (conforme nós fizemos com a figura completa), antes de finalmen-
te refinar os detalhes. Nos desenhos abaixo, o esboço inicial é bem claro,
mas em alguns você pode ver as formas simples que usei.

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