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Infância Aromática
O uso da aromaterapia nas crianças
A infância é uma fase encantadora, repleta de desco-
bertas, de desenvolvimento, aprendizado, de muitas
gargalhadas, de afeto, amor e inocência. Para quem
já é mamãe ou papai sabe, entretanto, que essa fase
também possui muitos desafios. Um deles está rela-
cionado com a manutenção da saúde dos pequenos.

Às vezes chega a ser frustrante para os pais não sa-


ber lidar com problemas de saúde simples e sintomas
que aparecem repentinamente. Para os médicos, in-
clusive, a clínica pediátrica é muito desgastante, uma
vez que estes profissionais são acionados com muita
frequência. O que acaba sendo desnecessário, já que
na maioria das vezes, não há nada grave em relação à
saúde dos filhos.

A boa notícia é que a Aromaterapia é uma arte e


ciência pautada na busca do equilíbrio orgânico de
forma 100% natural, respeitando a fisiologia do nosso
corpo, desde que utilizada de forma correta. É neste
ponto que encontramos a necessidade de aprofundar
nossos conhecimentos, uma vez que o metabolismo
das crianças é diferente de nós adultos. Elas necessi-
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tam de cuidados extras na hora de utilizar os podero-
sos óleos essenciais a fim de se obter resultados com
máxima segurança em sua saúde e bem estar.

Neste relatório você vai aprender a diferença do


uso de óleos essenciais em bebês e crianças, as
formas de uso mais seguras, os 12 óleos essenciais
proibidos e por que são perigosos e como proce-
der em casos de acidentes. Você verá também os 12
óleos essenciais ideais para crianças e 8 óleos ve-
getais para a diluição para os casos de uso tópico.

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O desenvolvimento das crianças
Como dito anteriormente, faz parte da infância o
aparecimento de diversas condições de saúde. A crian-
ça é um organismo em adaptação, que está conhe-
cendo o ambiente. Antes protegida dentro do útero,
agora ela faz trocas o tempo inteiro com o ambiente
que vive, por meio dos órgãos do sentido, estimulan-
do sua fisiologia, desenvolvendo a sua imunidade e
aprendizado para todas suas células. Nesta interação,
alguns sintomas podem surgir, principalmente:

• problemas respiratórios: alergias, rinite, sinusite,


bronquite, asma, etc;

• pele: dermatites, reações à picada de insetos,


machucados, hematomas, e mais;

• gastroentérico: diarreia, constipação, má diges-


tão, vômito, entre outros;

• psicológicos: agitação, insônia, ansiedade, medo,


e outras emoções;

Estes foram apenas alguns exemplos mais comuns.

A grande vantagem de usar a Aromaterapia para


tratar questões cotidianas é que as crianças respon-

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dem muito bem aos óleos essenciais. Isso se deve ao
olfato apurado, decorrente de poderosas criações de
redes neurais, as famosas sinapses, que acontecem
de forma muito rápida. Além disso, os óleos essen-
ciais podem conferir uma sabedoria imunológica ex-
tra para os pequenos, oferecendo novas informações
para as suas células de defesa.
O uso de acordo com a idade
De forma geral, o uso de óleos essenciais é vedado
em bebês de 0 a 3 meses. Os motivos são puramente
metabólicos, uma vez que o organismo do bebê está
se adaptando. Nesta fase apenas o leite materno é
suficiente. O olfato também é muito importante nes-
se período e deve ser mais direcionado a cheiros sua-
ves dos pais. É preciso cuidado até com as roupas de
cama e com as roupinhas que ele usa, a fim de não ir-
ritar o seu precioso nariz, que agora começa a captar
as primeiras moléculas aromáticas do ambiente. Per-
fumes, principalmente sintéticos, devem ser evitados,
trazendo mais naturalidade para o desenvolvimento
do olfato da criança.

Após essa fase inicial, de 03 meses a 12 meses o


uso deve ser mais cauteloso. Realizando a difusão dos
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aromas no ambiente, mas nunca em inalação direta.
É necessário também perceber os sinais que a criança
dá ao perceber o aroma. Se lhe agrada, se ela se sente
mais feliz, calma e em harmonia com o cheiro do óleo
essencial. 5 a 10 gotas em 100 ml de água para 1h de
difusão diária já seria suficiente.

Já de 1 a 7 anos, o uso pode ser mais constante em


dosagens um pouco maiores. Aqui o metabolismo e
a fisiologia da criança já estão mais adaptados para
entrar em contato com as moléculas aromáticas dos
óleos essenciais. A seguir falaremos mais sobre as do-
sagens para cada fase.

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Os 10 óleos que você não
pode usar em crianças

O primeiro passo para você utilizar a Aromatera-


pia com segurança nas crianças é dominar a química
magistral dos OEs. Este é um assunto muito simples
e gostoso de estudar. Conhecendo as famílias quími-
cas você adquire mais autonomia para olhar para um
óleo essencial e saber se ele é o ideal para você ou
para sua criança. Você já baixou o Guia Completo de
Aromaterapia para Iniciantes? Se ainda não, acesse o
link e estude mais depois:

Existe uma etapa que você sempre deve se ater no


momento da compra dos óleos essenciais que é ga-
rantir que todos os lotes passaram pela análise de
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cromatografia. Com essa análise é possível ver toda a
composição química do óleo e verificar a presença de
substâncias que podem ser danosas para as crianças.
Além disso, você garante também que está compran-
do um óleo 100% puro e que poderá utilizá-lo com
segurança.

Como regra geral, no quesito de óleos essenciais


proibidos, aqueles ricos em moléculas da família das
cetonas não devem ser utilizados.

Uma vez que você possui a cromatografia em mãos,


você procura pelo nome de substâncias que terminam
em ONA. Estas não podem estar em grande quantida-
de. Neste caso, acima de 15% é considerado muito e
este óleo não deve ser usado. Se a porcentagem das
cetonas estiver entre 5 a 10% é preciso ter cautela, pois
isso pode apresentar risco. Ou seja, o ideal é que não
tenha cetonas ou que estejam abaixo de 5 %. Abaixo
exemplos de cromatografias de óleos essenciais com
a presença de cetonas em grande quantidade.

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Outra família química que pode apresentar risco às
crianças são os fenóis, que também devem também
ser evitados. Os fenóis podem ter incríveis benefícios,
mas podemos encontrar estes mesmos benefícios na
família química dos álcoois.

Lembrando, faça a leitura do Guia Completo para


ter mais conhecimento sobre as famílias químicas e
ter domínio da Aromaterapia. Isso é dito pois é preci-
so entender a química básica para saber analisar qual
óleo essencial seria o mais ideal. Com isso, você se
empodera de conhecimento e toma as melhores de-
cisões. Abaixo uma lista de óleos essenciais a serem
evitados no uso com crianças:

Absinto (Artemisia absinthium)


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Arruda (Ruta graveolens)

Boldo (Peumus boldus)

Cânfora (Cinnamomum camphora)

Erva doce (Pimpinella anisum)

Funcho Doce (Foeniculum vulgare)

Anis estrelado (Illicium verum)

Noz moscada (Myristica fragrans)

Orégano (Origanum vulgare)

Sálvia esclaréia (Salvia sclarea)

Cravo de defunto (Tagetes minuta)

Tuia Maçã (Thuja occidentalis)

Estes não devem ser utilizados nem mesmo em di-


fusão

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Entendendo as dosagens para cada fase

Talvez você saiba, mas talvez não, existem na Aro-


materapia dois principais ramos de desenvolvimento,
um Francês e um Inglês. Ambos possuem similarida-
des, mas também algumas divergências, principal-
mente quanto a dosagens e ingestão. A abordagem
da Viver de Aromas é Integral Sistêmica, abrangendo
o que há de melhor em ambas as vertentes. Neste
sentido, os franceses utilizam dosagens bem grandes.
Já aqui no Brasil, a maioria dos autores, inclusive a
Viver de Aromas, preza por um contato e uso inicial
mais brando, ficando bem longe da dosagem tóxica
de óleos essenciais para humanos. Ou seja, uma Aro-
materapia completamente segura.

Portanto, como regra temos a utilização tópica de


óleos essenciais para crianças com as seguintes dilui-
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ções:

• 0 a 3 meses: não utilizar

• 3 a 12 meses: 0,5 a 2%

• 1 a 3 anos: 5%

• 3 a 12 anos: 10%

Os principais locais para a aplicação são as costas e


os pés, podendo ser feito através de massagem, shan-
tala ou outras técnicas. As crianças inclusive adoram
esse tipo de toque e os óleos essenciais vão conferir
propriedades curativas para esse momento de cuida-
do.

Para a ingestão, o ideal é, primeiramente, se apro-


fundar em um curso completo de Aromaterapia para
ter domínio completo das indicações e contra indica-
ções. Como regra geral temos:

• 3 a 12 meses: não utilizar

• 1 a 3 anos: 1 gota

• 3 a 12 anos: 2 gotas no máximo

Aqui temos também um diferencial considerável em


relação ao uso em adultos, o período de tempo deve
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ser curto, de 7 dias aproximadamente. Pode ser ad-
ministrado junto a um óleo vegetal (1 colher de sopa)
ou cápsulas, preferencialmente antes das refeições.
As mucosas das crianças são mais sensíveis e perme-
áveis. Por isso, fique atento a possíveis irritações.

Temos que ter em mente que, apesar de ser um tra-


tamento natural, não é isento de efeitos indesejados.
É preciso responsabilidade e muito conhecimento.
Frisando o que foi dito anteriormente: iniciantes não
devem fazer o uso da ingestão e devem passar por
um treinamento/curso primeiro para que haja segu-
rança.

Por fim, uma das formas mais utilizadas e tranquilas,


a inalação. Basicamente essa forma de administração
pode ser feita de algumas maneiras bem diferentes.
O ideal é encontrar para cada criança qual a forma
mais se adapta ao cotidiano e preferências dela:

• usar em borrifadores: aqui o cuidador deve borri-


far no ambiente que a criança se encontra. Utilizar de
3 a 5 vezes ao dia, nunca diretamente na criança.

Receita: 100 ml de álcool de cereais + 30 gotas de


óleos essenciais. Se possível, adicione umas 5 gotas

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do Óleo Resina de Copaíba (Copaifera reticulata). A fa-
mília química dos sesquiterpenos presentes na resina
atuam como fixadores de aroma, permitindo que o
cheiro fique mais presente no ar.

• 5 a 10 gotas são suficientes para deixar no quarto


em 100ml de água. A difusão por 1 hora por dia já é
suficiente.

• Colar aromático: essa é uma forma muito lúdica,


mas deve ser utilizada por crianças maiores, de 7 a
12 anos, já que entendem para que serve e como uti-
lizar o seu difusor pessoal. Nele, pode ser pingada 1
gota 3 x ao dia e deixar que a criança inale quando
sentir vontade. É preciso esclarecer a ela sobre os óle-
os essenciais e a importância do seu uso, bem como
os melhores momentos para isso. Exemplo: “Aninha,
toda vez que você sentir medo, pode inalar o seu co-
lar, para que isso te traga calma, segurança e cora-
gem.”

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Precauções - Todo cuidado é pouco
Como já mencionado, o uso de óleos essenciais na
infância é incrível. Porém, os cuidadores devem ficar
muito atentos a alguns tópicos, para que o tratamen-
to seja completamente seguro, minimizando qual-
quer tipo de risco a saúde e integridade da criança.
São eles:

• Dosagem: respeite a dosagem indicada para cada


fase. Se é um primeiro contato da criança, come-
ce com muito pouco e vá percebendo as respos-
tas dela ao tratamento.

• Qualidade do OE: aqui, menos é mais. É possível


utilizar sinergias nas crianças, mas deixe que o
primeiro contato seja através de um único óleo
essencial. À medida que a criança vai entrando
em contato com novos óleos, as sinergias podem
começar a ser administradas com mais seguran-
ça. Assim, por exemplo, se uma criança apresen-
ta alergia ou repulsa a algum óleo, você saberá
identificar qual foi. Se administrou uma sinergia
de 2-3 óleos, é provável que você não saiba qual
deles provocou a reação.

• Vias de administração: a ingestão e o uso tópi-


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co podem ser as vias de maior risco. Como dito
anteriormente, faça a ingestão de óleos essen-
ciais em crianças apenas se você já passou por
um curso completo de Aromaterapia. Já o uso
tópico é responsável por alergias e irritações de
pele. Conheça os óleos que vai utilizar, realize as
diluições adequadas e tome cuidado com os óle-
os fototóxicos e dermocáusticos. Sempre faça o
teste de sensibilidade, aplicando o óleo essencial
diluído em óleo vegetal em uma pequena região
do antebraço, por 1 a 3 dias e observe se haverá
alguma reação adversa indesejada. Se perceber
vermelhidão, coceira ou qualquer outro sinto-
mas indesejado, não utilize essa mistura. Outro
ponto importante do uso tópico é não colocar
em contato com nariz, olhos e ouvidos.

Evitando acidentes com


os óleos essenciais

As crianças são muito curiosas, querem explorar e


até mesmo realizar brincadeiras ingênuas que po-
dem causar a elas prejuízos à saúde. Portanto, os
cuidadores que irão utilizar óleos essenciais devem

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ter todo o cuidado. Sempre guarde os seus óleos
fora do alcance das crianças, em locais mais altos,
por exemplo. Ela pode ficar curiosa e querer me-
xer nos vidrinhos quando você não estiver próximo.
Você pode guardar em uma caixinha com cadeado
ou um armário mais seguro. Nunca deixe eles espa-
lhados pela casa, pode ser muito perigoso.

Mas, e se acontecer algum acidente?


Como proceder?

• acidente por uso tópico: a primeira coisa é utilizar


um ventilador e embeber um pano ou toalha em
óleo vegetal para passar no local. Lembre-se que
o óleo essencial não tem afinidade com a água,
ele se mistura melhor em óleo vegetal. Então,
para diluir a grande quantidade de OE em con-
tato com a pele você deve passar bastante óleo
vegetal e ir removendo o excesso.

• inalatório: esse tipo de acidente é menos co-


mum. Mas, caso a criança se sinta mal, com ton-
tura, náusea, confusa ou espirrando muito, basta
removê-la do local de exposição, levando-a para
uma área com ar puro e fresco.
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• ingestão: administrar por ingestão não é indicado
por alguém que não tem experiência. Mas, caso a
criança sozinha venha a ingerir o óleo, você deve
procurar o centro de toxicologia mais próximo. O
telefone é possível encontrar na internet. Não é
recomendado induzir o vômito ou ingerir água.

Os incríveis 12 óleos essenciais e 8 óleos ve-


getais para crianças

Empoderados agora com todas essas informações


e tomando todos os cuidados mencionados acima
você pode, com tranquilidade, administrar óleos es-
senciais nas crianças. Abaixo, estão os óleos mais
seguros e comuns utilizados na infância. Eles são
capazes de tratar diversas condições comuns.

Alecrim qt cineol (Rosmarinus officinalis)

Camomila Romana (Anthemis nobilis)

Cravo da índia (Syzygium aromaticum) (diluir bastante)

Eucalipto Radiata (Eucalyptus radiata) tem menos ci-


neol, já o Eucalipto Globulus (Eucalyptus globulus)
não deve ser usado por crianças com menos de 12

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meses

Hortelã-pimenta (Mentha piperita) não indicado para


menores de 12 meses

Gengibre (Zingiber officinalis)

Lavanda (Lavandula angustifolia)

Limão Siciliano (Citrus limon)

Mandarina (Citrus reticulata)

Manjerona (Origanum majorana)

Pinheiro Silvestre (Pinus sylvestris)

Tea Tree (Melaleuca alternifolia)

Para realizar as diluições dos óleos essenciais, os


melhores são:

Amêndoas Doces

Argan

Avelã

Oliva

Semente de abóbora

Coco

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Linhaça

Rosa mosqueta

Este óleos vegetais não tem contra indicações e po-


dem ser utilizados puros. Eles são as bases carrea-
doras ideais para aplicar OEs na pele com a devida
diluição elucidada nos tópicos acima.

Tornando a infância aromática

Agora que você já tem todo o conhecimento para


utilizar óleos essenciais em crianças, você pode co-
meçar a oferecer a elas estas maravilhas aromáti-
cas e perceber seus incríveis resultados. Utilize esse
material como um manual de consulta. Leia e releia
sempre que puder. Uma vez que você faça o uso
dos óleos essenciais como preconizado aqui, você
pode ter a segurança e a confiança de que está fa-
zendo tudo da forma mais correta possível!

Boa prática aromática.

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Autor: Michel Avellar

Revisão técnica: Olívia Fiore

Design: Philipe Silva

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