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RISCOS FÍSICOS

TÉRMICOS, ILUMINAÇÃO, RADIAÇÃO, RUÍDO,VIBRAÇÕES…


AMBIENTE TÉRMICO

Os ambientes térmicos podem ser classificados como:

• Quentes (por exemplo nas fundições, cerâmicas, padarias,


indústria vidreiras);
• Frios (por exemplo nos armazéns frigoríficos, atividades
piscatórias);
• Neutros (por exemplo nos escritórios);
Ambiente térmico quente

Nos ambientes onde há a necessidade do uso de equipamentos, como fornos e


maçaricos, associados ao tipo de material utilizado e às características das
construções (insuficiência de janelas, portas ou outras aberturas necessárias a uma
boa ventilação), pode-se gerar altos níveis de temperatura prejudicial à saúde do
trabalhador.
 
Desta forma, a sensação de calor que sentimos é proveniente da temperatura
existente no local de trabalho e do esforço físico que fazemos para executar uma
tarefa, e pode provocar aquilo que designamos de Stress Térmico.
Sendo assim, a temperatura registada, estabelece-se em função dos seguintes
fatores:

• Humidade relativa do ar;


• Velocidade e temperatura do ar;
• Calor radiante (produzido por fontes de calor do ambiente, como fornos,
maçaricos, luzes intensas);

A temperatura ideal situa-se entre 21ºC e 26ºC enquanto a humidade relativa do ar


deve estar situada entre 55% a 65%, e a velocidade do ar deve ser cerca de 0,12 m/s.
Os sintomas de exposição a ambientes térmicos quentes podem ser descritos
por:

• Aumento da temperatura superficial da pele (vasodilatação dos capilares, o


indivíduo cora);
• Aumento ligeiro da temperatura interna;
• Sudação;
• Mal-estar generalizado;
• Tonturas e desmaios;
• Esgotamento e morte.
 Ambiente térmico frio:

Como nos casos de ambientes térmicos quentes, os ambientes térmicos frios são
igualmente prejudiciais para a saúde dos trabalhadores, bem como para a boa execução
das suas tarefas.

De modo bastante semelhante ao que foi enunciado para o combate ao stress térmico as
medidas de minimização de impactos passam pela promoção de:

• Uma correta dieta alimentar de modo a fortalecer o organismo;


• Implementação de turnos com menor carga horária em situações onde ocorre
exposição a ambientes hostis;
• Não ingestão de álcool;
• Adoção de medidas de proteção individual (luvas, vestuário
térmico especial);
Os sintomas mais vulgarmente associados a ambiente térmicos frios são:

• Frieiras localizadas nos dedos das mãos e dos pés;


• Alteração circulatória do sangue, que leva a que as extremidades do corpo
humano adquiram uma coloração vermelha – azulada;
• “Pé das Trincheiras”, que surge em situações de grande humidade, ficando os
pés extremamente frios e com cor violeta;
• Enregelamento, que consiste no congelamento de tecidos devido a exposição a
temperaturas muito baixas ou ao contacto com superfícies muito frias.
As medidas que podem ser implementadas para minimizar os efeitos do Stress
Térmico devem passar por:

∙ Uma correta dieta alimentar de modo a fortalecer o organismo, evitando uma


alimentação rica em gorduras,
∙ Ingestão de bastante água à temperatura ambiente e pela não ingestão de
bebidas alcoólicas,
∙ Moderação do consumo de cafeína.

∙ Implementar locais de trabalho isolados das fontes de calor;


∙ Implementação de sistemas de ventilação;
∙ Implementação de turnos com menor carga horária em situações onde ocorre
a exposição a ambientes hostis;
∙ Adoção de medidas de proteção coletiva (como o enclausuramento ou
arrefecimento de máquinas) e/ou medidas de proteção individual (viseiras,
vestuário térmico especial).
ILUMINAÇÃO

Caso a iluminação esteja adaptada ao local de trabalho esta pode


proporcionar um aumento de produtividade, motivação, desempenho geral,
etc.

Se a iluminação for inadequada pode conduzir a eventuais atrasos na


execução das tarefas, induzir stress, dores de cabeça, fadiga física e psíquica,
etc.
Para aumentar a eficiência e a qualidade dos ambientes de trabalho deve-se usar
a complementação entre a luz artificial (lâmpadas e sistemas de controlo) e a luz
natural (janelas, portas).
RADIAÇÕES

As más condições de trabalho com exposição a radiações podem causar


danos à saúde dos utilizadores.
RADIAÇÕES
Cada vez mais utilizados a nível profissional estão presentes em muitos equipamentos
ópticos, de medição e de controlo e cada vez mais em equipamentos de corte de
precisão em diversos sectores industriais como, por exemplo, a metalomecânica.

Os raios laser são feixes eletromagnéticos altamente direcionais com uma densidade
de energia alta. Os mais comuns utilizam comprimentos de onda da banda de luz visível
e infravermelho, mas também existem os que utilizam a banda de ultravioleta, ainda
mais energéticos. Dada a concentração de energia em muito pequenas áreas é
necessário prestar especial atenção a estes raios.
Principais efeitos das radiações não ionizantes:

∙ Efeitos Carcinogênicos na pele, resultantes de exposições prolongadas,


principalmente à radiação UV, com origem na luz solar e lâmpadas de UV (“luz
negra” e solários)
∙ Efeitos Térmicos:
∙ Queimaduras na pele, tipo “vermelhão”, ou mais graves no caso de exposição
a fontes particularmente intensas (lasers)
∙ Sensibilização dos tecidos em geral
∙ Inflamações da córnea e da conjuntiva podendo conduzir a glaucoma e
cataratas
∙ Queimaduras graves dos tecidos oculares, provocando cegueira no caso dos
lasers.
No que respeita às radiações não ionizantes as medidas de proteção incidem
principalmente sobre o trabalhador:

∙ Redução dos tempos de exposição, para todos os tipos de radiações;


∙ Na proteção da pele, contra a radiação UV, recorrer a vestuário adequado e a
filtros solares do tipo “praia”;
∙ Na proteção dos olhos, contra a radiação UV e infravermelha, recorrer a
proteção específica que obedeça às normas europeias relativas aos EPI’s para os
olhos;
∙ Na proteção contra a radiação em feixes de raios laser, utilizar proteção ocular
adequada e adotar métodos de trabalho seguros.
Fontes de radiações ionizantes

Fontes naturais
Alguns minérios e solos, especialmente os solos graníticos, como na região da Guarda

Fontes artificiais
Centrais nucleares, equipamentos radiológicos, equipamentos de investigação
científica como os microscópios electrónicos e aceleradores de partículas, entre
outros. Equipamentos médicos e industriais.
Riscos da exposição a radiações ionizantes

As consequências da exposição prolongada ou acidental às radiações, ainda que em


doses baixas, incluem efeitos carcinogénicos – provocam ou potenciam o
aparecimento de numerosos tipos de cancro e leucemia - e teratogénicos - provocam
mutações nas células reprodutoras que originam mais tarde malformações nos fetos,
nados-mortos ou infertilidade. Os efeitos da exposição às radiações ionizantes variam
de acordo com o tipo de tecido exposto.
Radiação ionizante - Medidas de Protecção

∙ Controlo na fonte: Uma blindagem eficaz das fontes emissoras, segregação


dos equipamentos em instalações próprias e devidamente protegidas e
manter um programa de manutenção preventiva rigoroso.
∙ Ao nível dos trabalhadores dever-se-á a possível exposição pela diminuição
dos tempos de trabalho em que essa exposição pode ocorrer, proporcionar
meios de trabalho adequados como, por exemplo, salas de controlo à
distância dos aparelhos de radiologia.
∙ Obviamente que haverá necessidade de proteger os trabalhadores com o
recurso a Equipamentos de protecção individual. Antes de os escolher, saber
muito bem que quantidades de radiação estão em jogo e quais os órgãos
mais expostos

RUÍDO

O ruído é um agente físico que pode afetar de modo significativo a qualidade de


vida.
O ruído / som possui diversas características. As que afectam a saúde dos
trabalhadores são as seguintes:
● Frequência
● Nível sonoro
 
RUÍDO

Frequência

O som propaga-se no meio através de ondas sonoras. Cada onda sonora é caracterizada
pela sua frequência. Quanto mais (alta/baixa) for a frequência mais (agudo/grave) se diz o
som. A unidade de medida da frequência é o Hertz, Hz.
RUÍDO

Nível sonoro

 Quando nos referimos ao nível sonoro podemos estar a falar de uma de três coisas
diferentes:
● Intensidade sonora
● Pressão acústica
● Potência sonora

Qualquer uma das grandezas anteriores pode ser expressa numa unidade chamada
decibel, dB. Esta é também a unidade em que se expressa o nível sonoro.
A figura seguinte apresenta sob a forma de escala os níveis sonoros, em dB, produzidos
por algumas fontes sonoras comuns

 
RUÍDO

O modo como percepcionamos o som não está claramente associado a menor ou maior
capacidade lesiva. A capacidade nociva de um som é função da sua intensidade e duração.
Por esta razão, na abordagem à temática do ruído tratamos principalmente com as
variáveis intensidade e duração.

Ou seja, um som, mesmo que bastante desagradável, se for pouco intenso e/ou pouco
duradouro, não vai afetar a saúde.

A equivalência entre capacidade nociva e a sua intensidade e duração faz-se de forma


simples pelo princípio do factor de duplicação dos 3 dB.
RUÍDO

 
Sem medidas de controlo ou proteção, o excesso de intensidade do ruído, acaba
por afetar o cérebro e o sistema nervoso.

A exposição ao ruído produz diversos efeitos nefastos na saúde das pessoas. Alguns
destes efeitos são pouco conhecidos e só recentemente foram relacionados com a
exposição contínua prolongada.

Indubitavelmente que o efeito mais conhecido é a surdez. Quando a agressão


não é muito intensa, a surdez resultante corresponde apenas a uma perturbação
funcional e passageira.
Em condições de exposição prolongada ao ruído por parte do aparelho auditivo, os
efeitos podem resultar na surdez permanente, deixando o trabalhador com
dificuldades para se relacionar com os colegas e família, assim como dificuldades
acrescidas em se aperceber da movimentação de veículos ou máquinas, agravando as
suas condições de risco por acidente físico.

Mas há outros impactos como aumento da fadiga, dores de cabeça frequentes e


Perturbação da circulação sanguínea e ritmo cardíaco. No plano psicológico há
irratação e stress.
O risco de surdez permanente varia, assim, de acordo com a intensidade e a duração da
exposição. Segundo a Norma Portuguesa nº 1733, este risco distribui-se da seguinte
forma:
Notas: ainda assim, é importante ter em conta que os sons mais agudos são mais nocivos
que os graves, assim como sons intermitentes ou impulsivos. Por este motivo a norma
NP-1733 recomenda adicionar 10 dB(A) a todos os níveis sonoros medidos nestas
circunstâncias.
Recomenda-se que os trabalhadores não estejam expostos a um ruído contínuo equivalente
superior a 85 dB durante 8 h por dia de trabalho, sendo proibido estar sujeito a um ruído
contínuo equivalente superior a 90 dB. É proibido expor os trabalhadores a ruídos impulsivos
superiores a 140 dB.

Decreto Regulamentar 9/92:


● Nível de acção: 85 dB
● Valor limite de exposição pessoal diária: 90 dB
● Valor limite de pico: 140 dB
Medidas preventivas de carácter geral:
∙ Informação e formação dos trabalhadores
∙ Sinalização e limitação de acesso a zonas muito ruidosas
∙ Vigilância médica e audiométrica da função auditiva dos trabalhadores
 
Medidas preventivas de carácter específico:
∙ Eliminação ou substituição por máquina mais silenciosa
∙ Modificação no ritmo de funcionamento da máquina
∙ Aumento da distância e redução da concentração de máquinas
∙ Suportes anti-vibráticos
∙ Enclausuramento integral e parcial
∙ Barreiras Acústicas
∙ Silenciadores nos escapes e escoamentos
∙ Isolamento em cabina silenciosa.
VIBRAÇÕES

Os efeitos da exposição às vibrações dependem fundamentalmente de


três factores:
• A postura do corpo
• O ponto de aplicação das vibrações
• A frequência das vibrações
Os efeitos da exposição às vibrações
Em exposições mais prolongadas:
Medidas de Controlo

Redução das vibrações na sua origem;


Equipamentos de Trabalho, implementar e cumprir um plano de manutenção
preventiva.
Diminuição da capacidade de transmissão das vibrações dos equipamentos
Montar sistemas antivibratórios em máquinas e equipamentos, utilizar materiais
com propriedades isolantes vibratórias como a borracha, a cortiça ou outros.

No entanto, e com o já foi muitas vezes referido, os melhores métodos de controlo


passam pela organização eficiente do trabalho, tendo sempre em vista retirar os
trabalhadores das zonas de perigo ou diminuir ao mínimo indispensável o tempo de
permanência nessas zonas
Exposição aos Agentes Biológicos

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