Você está na página 1de 23

UNIDADE I

Na legislação brasileira de Segurança do Trabalho, os riscos ambientais são


classificados em agentes físicos, químicos e biológicos. Neste contexto, este
texto se concentra nos agentes físicos e biológicos.

Os agentes físicos são definidos pela Norma Regulamentadora 9 (NR-9) como


diversas formas de energia às quais os trabalhadores podem estar expostos,
como ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações
ionizantes, radiações não ionizantes, infrassom e ultrassom. Já os agentes
biológicos, também definidos pela NR-9, incluem bactérias, fungos, bacilos,
parasitas, protozoários, vírus e outros microorganismos.

A NR-15 regula os agentes insalubres e os divide em agentes quantitativos, com


limites de tolerância definidos, e agentes qualitativos, onde a mera constatação
já caracteriza a insalubridade. Os agentes físicos têm seus limites
regulamentados nos Anexos 1 a 10 da NR-15, enquanto as atividades com
exposição a agentes biológicos são listadas no Anexo 14 da mesma norma.

Em conformidade com a NR-15, uma vez avaliados os agentes, devem ser


adotadas medidas de controle de acordo com a hierarquia estabelecida pela NR-
9:

Medidas que eliminam ou reduzem a utilização ou a formação de agentes


prejudiciais à saúde;

Medidas que previnem a liberação ou a disseminação desses agentes;

Medidas que reduzem os níveis ou a concentração desses agentes;

Medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;

Utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI).

Portanto, o texto introduz os agentes físicos e biológicos como riscos ambientais


regulamentados na legislação de Segurança do Trabalho brasileira e destaca a
importância de adotar medidas de controle para proteger a saúde dos
trabalhadores.
Ruído

O ruído é considerado um fenômeno físico que indica uma mistura de sons, cujas

frequências não seguem uma regra precisa. Pode se apresentar nas seguintes
formas:

• Ruído contínuo: permanece “estável”, com variações máximas de 3 dB durante

um longo período (superior a 15 minutos). Por exemplo, o ruído oriundo de


máquinas

em operação contínua;

• Ruído intermitente: ruído com variações, maiores que 3 dB, em períodos curtos

(menores que 15 minutos). Por exemplo: ruído oriundo de máquinas que operam

em ciclos repetitivos ao longo do dia;

• Ruído de impacto: apresenta picos com duração menor que 1 segundo a


intervalos

superiores a 1 segundo. Por exemplo, uma prensa que realiza menos de 30

prensagens por minuto (SALIBA, 2018).

A exposição prolongada ao ruído pode ter diversos efeitos prejudiciais no


organismo humano. Inicialmente, altos níveis de ruído podem causar perda
temporária de audição nas frequências de 4.000 a 6.000 Hz, mas essa perda
auditiva pode se recuperar após um período de repouso acústico de 11 a 14
horas. No entanto, se a exposição ao ruído continuar antes da completa
recuperação auditiva, pode ocorrer dano permanente às células do ouvido
interno, resultando em uma perda auditiva permanente chamada Perda Auditiva
Induzida por Ruído (PAIR) ou, quando relacionada ao trabalho, Perda Auditiva
Induzida por Ruído Ocupacional (PAIRO).

Essa perda auditiva permanente geralmente começa nas frequências de 3.000


a 6.000 Hz, onde o indivíduo pode não perceber a perda, pois não afeta a faixa
de frequência da conversação humana (500 a 2.000 Hz). No entanto, a detecção
precoce e interrupção da PAIR é crucial para evitar impactos na qualidade de
vida do trabalhador, pois a perda auditiva pode afetar a comunicação.

À medida que a perda auditiva atinge frequências mais baixas, como 2.000 Hz e
1.000 Hz ou menos, os prejuízos na comunicação se tornam mais evidentes,
levando a dificuldades sociais e até problemas psicológicos. No entanto, é raro
que a PAIR cause incapacidade total para o trabalho.

Além da perda auditiva, a exposição prolongada ao ruído também pode ter


efeitos extra-auditivos no corpo humano, incluindo aumento dos batimentos
cardíacos, hipertensão arterial, estreitamento dos vasos sanguíneos, tensão
muscular, problemas digestivos, disfunção hormonal, redução da libido,
dificuldade de repouso, aumento da frequência respiratória, vertigem e cefaleia.
Essas alterações podem resultar em mudanças de comportamento, como
nervosismo, fadiga mental, frustração e prejuízo no desempenho no trabalho.

Esses efeitos extra-auditivos podem levar a uma taxa de ausência no trabalho


mais alta e dificuldades no lidar com conflitos ou situações atípicas no ambiente
de trabalho, podendo até mesmo resultar em acidentes de trabalho. Portanto, a
exposição ao ruído não afeta apenas a audição, mas também tem impactos
significativos na saúde e na qualidade de vida dos indivíduos.

Medidas de Controle do Ruído:

Controle na fonte é a medida mais eficaz para reduzir o ruído, preferencialmente


durante o planejamento e através da escolha de equipamentos menos
barulhentos.

Medidas de controle adicionais incluem manutenção preventiva, lubrificação,


redução de impactos e programação de operações para minimizar o número de
equipamentos em funcionamento simultaneamente.

Se o controle na fonte não for possível, medidas de controle na trajetória de


propagação, como absorção e isolamento, podem ser aplicadas.
Como último recurso, medidas de controle no trabalhador, como limitação do
tempo de exposição e uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), podem
ser adotadas.

Condições Hiperbáricas:

Condições hiperbáricas referem-se a ambientes com pressão maior que a


atmosférica, regulamentadas pela NR-15.

O trabalho em ambientes hiperbáricos envolve critérios como idade dos


trabalhadores, tempo de exposição, compressão e descompressão controladas.

Efeitos diretos incluem barotraumas e síndromes pulmonares, enquanto efeitos


indiretos incluem doença descompressiva e intoxicação por oxigênio.

Medidas de controle incluem tabelas de descompressão, fluxogramas de


diagnóstico e tratamento, planejamento, preparação, execução e procedimentos
de emergência.

Profissionais devem ser capacitados para avaliar a saúde dos trabalhadores


expostos a essas condições e tomar medidas adequadas para garantir a
segurança e a saúde.

Este resumo fornece uma visão geral das medidas de controle do ruído e
condições hiperbáricas em ambientes de trabalho, destacando a importância da
prevenção de riscos ocupacionais para proteger os trabalhadores.

Em resumo, este estudo aborda duas áreas críticas de segurança ocupacional:


medidas de controle de ruído e condições hiperbáricas. O controle de ruído
enfoca a minimização do ruído no ambiente de trabalho, com ênfase na
hierarquia de controle, começando pela fonte do ruído. Medidas incluem a
seleção de equipamentos menos ruidosos, manutenção preventiva e uso de
EPIs quando necessário. Já as condições hiperbáricas referem-se a ambientes
com pressão maior que a atmosférica, e o estudo destaca a importância da
regulamentação, da descompressão adequada e do treinamento dos
profissionais envolvidos. Garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores é
fundamental para prevenir acidentes e doenças ocupacionais.
UNIDADE II
O calor é definido como uma forma de energia transferida de um sistema para
outro devido a uma diferença de temperatura. O conforto térmico é influenciado
por variáveis ambientais, como temperatura do ar, temperatura radiante média,
velocidade do ar e umidade, e pessoais, como vestimenta e atividade física. A
exposição ao calor pode afetar o corpo humano, causando irritabilidade,
confusão mental, câimbras, fadiga, desidratação e, em casos graves, até a
morte.

A NR-15, especificamente o Anexo 3, trata das atividades insalubres devido à


exposição ocupacional ao calor. A avaliação quantitativa do calor é realizada com
base no IBUTG (Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo) e na taxa
metabólica das atividades. É necessário um laudo técnico que inclua introdução,
objetivos, avaliação de riscos, metodologia, especificação de equipamentos,
resultados, medidas de controle e conclusão. As atividades em ambientes
fechados ou com fonte artificial de calor são consideradas insalubres se os
limites de exposição ocupacional ao calor forem ultrapassados, dependendo do
IBUTG médio e da taxa metabólica da atividade.

Para regime de trabalho intermitente com períodos de descanso, existem limites


de tolerância definidos pelo Quadro 1. Para calcular a exposição média ao calor,
é necessário ponderar a taxa de metabolismo média e o IBUTG médio para uma
hora, levando em consideração o tempo gasto no trabalho e no descanso. O
tempo total deve ser igual a 60 minutos corridos.

O calor é a forma de energia transferida de um sistema para outro devido a uma


diferença de temperatura. O conforto térmico é influenciado por variáveis
ambientais (temperatura, umidade, velocidade do ar) e pessoais (vestimenta e
atividade física). O corpo humano regula a temperatura interna por meio do
sistema termorregulador, controlando a circulação sanguínea e a produção de
suor.

A exposição ao calor pode afetar o organismo, causando sintomas


comportamentais (irritabilidade, confusão mental) e físicos (câimbras, fadiga,
desidratação). Em casos graves, a falência do sistema termorregulador pode
levar à morte.

A NR-15 estabelece critérios para caracterizar atividades insalubres devido à


exposição ocupacional ao calor. A avaliação quantitativa do calor é realizada com
base na Norma de Higiene Ocupacional NHO 06, considerando o IBUTG. A taxa
metabólica das atividades é usada para determinar os limites de tolerância ao
calor.

Para regimes de trabalho intermitente com períodos de descanso no local, os


limites são definidos com base no IBUTG médio e na taxa metabólica. Para
exposições em ambientes mais amenos, os limites são estabelecidos pelo
Quadro 1.

É necessário um laudo técnico que avalie os riscos, descreva a metodologia e


os resultados da medição do calor, identifique os aparelhos de medição usados
e conclua se há insalubridade. As atividades são consideradas insalubres
quando o IBUTG médio ultrapassa os limites estabelecidos no Quadro 1.

Controle Ambiental:
Controle da temperatura: Utilização de sistemas de climatização, como ar
condicionado, ventilação adequada e isolamento térmico, para manter a
temperatura em níveis aceitáveis.

Redução da temperatura radiante: Uso de materiais de construção que refletem


menos calor, como superfícies brancas ou materiais isolantes térmicos.

Controle da umidade relativa do ar: Manter um nível adequado de umidade no


ambiente, se possível, para aumentar o conforto térmico.

Programação de Tarefas:

Realização de atividades pesadas durante os períodos mais frescos do dia,


como pela manhã ou à noite, para evitar exposições excessivas ao calor durante
o pico do calor.

Estabelecimento de pausas regulares para permitir que os trabalhadores


descansem e se hidratem.

Vestimenta e EPI:

Uso de roupas apropriadas para climas quentes, como roupas leves e


respiráveis, que ajudem a manter o corpo fresco.

Fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) adequados, como


bonés, óculos de sol e protetores solares.

Hidratação:

Fornecimento de água potável em locais de trabalho para garantir que os


trabalhadores possam se hidratar regularmente.

Educação sobre a importância da hidratação adequada e incentivo para que os


trabalhadores bebam água regularmente.

Treinamento e Conscientização:
Treinamento dos trabalhadores sobre os riscos do calor e as medidas de
segurança a serem seguidas.

Fornecimento de informações sobre os sintomas de doenças relacionadas ao


calor e a importância de relatar quaisquer problemas de saúde.

Monitoramento:

Realização de monitoramento contínuo das condições de calor no local de


trabalho, usando termômetros de globo ou outros dispositivos de medição.

Implementação de um sistema de alerta precoce para condições de calor


extremo.

Rotatividade e Alternância de Tarefas:

Organização do trabalho de modo a permitir a alternância de tarefas mais


pesadas com atividades menos intensas para reduzir a exposição contínua ao
calor.

Primeiros Socorros:

Disponibilização de recursos e treinamento em primeiros socorros para lidar com


emergências relacionadas ao calor, como casos de insolação ou desidratação.

É importante que as medidas de correção sejam adaptadas às condições


específicas de cada local de trabalho e que sejam regularmente revisadas e
atualizadas para garantir a eficácia na prevenção dos riscos relacionados ao
calor. Além disso, a participação ativa dos trabalhadores na identificação e
correção de problemas relacionados ao calor é fundamental para a segurança e
o bem-estar de todos.
UNIDADE III

A vibração é um movimento oscilatório de um corpo em torno de um ponto fixo,


caracterizado por velocidade, amplitude de aceleração e frequência. Existem
dois tipos principais de vibração: vibração de corpo inteiro e vibração de mãos e
braços.

A vibração de corpo inteiro é transmitida ao corpo como um todo, geralmente


através de uma superfície de contato, sendo comum em veículos, máquinas
agrícolas e outros equipamentos. A exposição à vibração de corpo inteiro pode
levar a problemas na coluna e afetar o sistema nervoso central.

A vibração de mãos e braços, por outro lado, atinge partes específicas do corpo,
como mãos e braços, e é frequentemente causada por ferramentas manuais,
como furadeiras e martelos. A exposição a essa vibração pode resultar em
problemas vasculares, neurológicos, osteoarticulares e musculares, cuja
gravidade depende da exposição diária, do espectro de frequências e das
condições de trabalho, como postura e ferramenta utilizada.

Em resumo, a exposição ocupacional à vibração, seja de corpo inteiro ou de


mãos e braços, apresenta riscos para a saúde, incluindo problemas na coluna,
sistema nervoso central, vasos sanguíneos, músculos e articulações,
dependendo do tipo e intensidade da vibração, bem como das condições de
trabalho

Anexo 8
O Anexo 8 da Norma Regulamentadora 15 (NR-15) estabelece os critérios para
a exposição ocupacional a vibrações de corpo inteiro e vibrações de mãos e
braços. Ele determina que os procedimentos técnicos para avaliação quantitativa
devem seguir as diretrizes estabelecidas nas Normas de Higiene Ocupacional
09 e 10 (NHO 09 e NHO 10).

Para a vibração de corpo inteiro (VCI), o limite diário de exposição ocupacional


é de 1,1 m/s² para a aceleração resultante de exposição normalizada (aren) ou
21,0 m/s1,75 para a dose de vibração resultante (VDVR), sendo necessário
avaliar ambos os parâmetros.

Para a vibração de mãos e braços (VMB), o limite diário de exposição


ocupacional é de 5 m/s² para a aceleração resultante de exposição normalizada
(aren).

A avaliação quantitativa deve ser representativa da exposição e incluir


considerações sobre os aspectos organizacionais e ambientais. A caracterização
da exposição deve ser documentada em um laudo técnico, que deve conter, no
mínimo, as seguintes informações:

Objetivo e datas da realização dos procedimentos.

Descrição e resultados da avaliação preliminar da exposição, conforme o item 3


do Anexo 1 da NR-9.

Metodologia e critérios utilizados, incluindo a caracterização da exposição e a


representatividade da amostragem.

Instrumentos utilizados, com registro dos certificados de calibração.

Dados obtidos e sua interpretação.

Circunstâncias específicas envolvidas na avaliação.


Descrição das medidas preventivas e corretivas, se existirem, com comprovação
de sua eficácia.

Conclusão.

Essas diretrizes visam garantir a avaliação adequada da exposição ocupacional


a vibrações e a implementação de medidas necessárias para proteger a saúde
dos trabalhadores.

Avaliação de Vibração de Corpo Inteiro e NHO 09

A avaliação da exposição ocupacional à vibração de corpo inteiro (VCI) requer


uma abordagem inicial dos locais e condições de trabalho. Isso inclui a obtenção
de informações técnicas e administrativas sobre as atividades e equipamentos a
serem avaliados, bem como a análise de diversos fatores, como especificações
técnicas de veículos e equipamentos, estado de conservação, dados de
medições prévias, características da superfície de circulação, condições de
trabalho específicas e histórico de queixas ou antecedentes médicos dos
trabalhadores expostos.

A análise preliminar da exposição deve considerar todos esses aspectos e, com


base nela, podem ser tomadas diferentes decisões:

Se a exposição for considerada aceitável, recomenda-se, no mínimo, manter as


condições de exposição existentes.

Se a exposição for considerada inaceitável, é obrigatório adotar medidas de


controle para reduzir a exposição dos trabalhadores.

Se houver incerteza sobre a aceitabilidade da exposição ou se for necessário


obter valores específicos de aceleração resultante de exposição normalizada
(aren) e valor da dose de vibração resultante (VDVR) para qualquer finalidade,
a avaliação quantitativa deve ser realizada.

A avaliação quantitativa envolve a medição da exposição com sistemas de


medição que permitam determinar parâmetros representativos da exposição
diária do trabalhador. Isso inclui a aceleração resultante de exposição parcial
(arepi) para cada componente de exposição, a aceleração resultante de
exposição (are) considerando todas as componentes identificadas, a aceleração
resultante de exposição normalizada (aren) e o valor da dose de vibração
resultante (VDVR).

Durante a medição, é importante garantir que os equipamentos estejam em boas


condições e que os procedimentos sejam realizados de maneira adequada. Os
dados obtidos devem ser registrados e posteriormente validados para garantir a
precisão.

Os critérios de julgamento e tomada de decisão para a VCI são baseados nos


valores de aren e VDVR, com diferentes ações recomendadas dependendo dos
valores encontrados. Isso inclui a manutenção da condição existente para
exposições aceitáveis, a adoção de medidas preventivas para exposições acima
do nível de ação, a adoção de medidas preventivas e corretivas para exposições
na região de incerteza e a adoção imediata de medidas corretivas para
exposições acima do limite de exposição.

Essas diretrizes visam garantir que a exposição ocupacional à vibração seja


avaliada de forma adequada e que medidas adequadas sejam tomadas para
proteger a saúde dos trabalhadores.

Avaliação de Vibração de Mãos e Braços e NHO 10

A avaliação quantitativa da exposição à vibração de mãos e braços (VMB) segue


procedimentos semelhantes aos da avaliação de vibração de corpo inteiro.
Inicialmente, é necessário considerar informações técnicas e administrativas
sobre as atividades e equipamentos a serem avaliados, incluindo a existência de
grupos de exposição semelhante. A análise preliminar da exposição deve
abranger informações fornecidas por fabricantes sobre os níveis de vibração
gerados pelas ferramentas, o estado de conservação dessas ferramentas, dados
de medições anteriores, entre outros fatores relevantes.
Os procedimentos gerais de medição são os mesmos utilizados para a vibração
de corpo inteiro, incluindo o uso de medidores integradores adequadamente
ajustados e calibrados, procedimentos antes, durante e após a medição,
orientação ao trabalhador avaliado, e registro adequado da avaliação.

Em casos em que houver uma diferença significativa na exposição entre as


mãos, a mão exposta ao maior nível deve ser avaliada. O posicionamento do
acelerômetro pode variar de acordo com as características das ferramentas e
das condições de manuseio. Em certas situações, pode ser necessário realizar
medições em dois pontos diferentes e calcular a média como resultado.

Os critérios de julgamento e tomada de decisão para a VMB são baseados nos


valores de aren, com ações recomendadas variando de acordo com os valores
encontrados. Isso inclui a manutenção das condições existentes para
exposições aceitáveis, a adoção de medidas preventivas para exposições acima
do nível de ação, a adoção de medidas preventivas e corretivas para exposições
na região de incerteza e a adoção imediata de medidas corretivas para
exposições acima do limite de exposição.

A Tabela 4 apresenta os critérios de julgamento e ações recomendadas para a


VMB.

Essas diretrizes têm o objetivo de garantir uma avaliação adequada da


exposição à vibração de mãos e braços e a implementação de medidas
necessárias para proteger a saúde dos trabalhadores. Para mais detalhes, a
Norma de Higiene Ocupacional 10 deve ser consultada
Medidas de Controle

Mesmo quando as condições avaliadas são consideradas aceitáveis em relação


à exposição à vibração, a adoção de medidas de controle deve ser considerada,
se possível e viável. Essas medidas de controle podem ser de natureza
preventiva ou corretiva:

Medidas preventivas incluem:

Monitoramento periódico da exposição à vibração.

Orientação aos trabalhadores, abordando os riscos associados à exposição à


vibração, cuidados e procedimentos necessários para reduzir a exposição,
orientações sobre os cuidados após a exposição, limitações das medidas de
controle e a importância de relatar níveis anormais de vibração.

Controle médico, que envolve avaliação médica regular dos trabalhadores


expostos para detectar e tratar problemas de saúde relacionados à exposição à
vibração.

Outras medidas preventivas específicas para a situação em questão.

Medidas corretivas incluem:

Modificação do processo ou da operação de trabalho para reduzir a exposição à


vibração.

Adequação e manutenção das ferramentas e equipamentos utilizados para


minimizar a geração de vibração.

Melhoria das condições ambientais de trabalho para reduzir a exposição à


vibração.

Redução do tempo de exposição diária, limitando a quantidade de tempo que os


trabalhadores são expostos à vibração.

Outras medidas corretivas específicas para a situação em questão.


No caso da exposição à vibração de mãos e braços, existe Equipamento de
Proteção Individual (EPI) disponível, como luvas antivibração, que podem ajudar
a reduzir as vibrações absorvidas pelo trabalhador. No entanto, é importante
conduzir um estudo específico para determinar a eficácia desses EPIs e garantir
que eles sejam apropriados para a situação e as ferramentas utilizadas pelos
trabalhadores.

UNIDADE IV

Radiação é um fenômeno físico que envolve a transferência de energia, seja na


forma de partículas ou ondas eletromagnéticas, e pode ter fontes naturais ou
artificiais. Quando essa energia se propaga, interage com a matéria e deposita
uma quantidade específica de energia, chamada de dose. Essas doses podem
afetar a saúde humana, e os efeitos foram observados no final do século XIX,
especialmente com o uso das radiações ionizantes.

As radiações ionizantes e tecnologias relacionadas têm diversas aplicações em


vários setores econômicos, principalmente na área da saúde (como raios-X,
tomografia computadorizada, medicina nuclear, radioterapia contra o câncer,
etc.) e em segmentos científicos e industriais. Nas indústrias, são usadas para
medições de níveis, espessuras e alterações nas propriedades de materiais
usados em processos produtivos, enquanto nas usinas nucleares, a radiação é
usada para gerar energia elétrica, entre outras aplicações.

Por outro lado, as radiações não ionizantes, como os lasers, têm aplicações em
saúde, estética, odontologia, indústria e outras áreas. Podem ser usados em
cirurgias, clareamento de pele e dentes, remoção de tatuagens, fisioterapia anti-
inflamatória, efeitos regenerativos e analgésicos, além de cortar metais com alta
precisão, medir distâncias e temperaturas na indústria.
Devido à presença potencial de radiações nos ambientes de trabalho, os
engenheiros de segurança do trabalho têm a responsabilidade de gerenciar
esses riscos de maneira adequada, visando a minimização dos danos à saúde
dos trabalhadores.

Definição de Radiações Ionizantes:

Radiações ionizantes referem-se a partículas ou radiações eletromagnéticas


que, quando interagem com a matéria, têm energia suficiente para ionizar
átomos ou moléculas, ou seja, arrancar elétrons deles. Isso é regulamentado
pela CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) e é considerado prejudicial
à saúde.

Efeitos da Exposição a Radiações Ionizantes:

A exposição a radiações ionizantes pode resultar em dois tipos de efeitos:


estocásticos e determinísticos. Os efeitos estocásticos, como o câncer, não têm
um limite de dose para sua ocorrência e não dependem da gravidade da dose.
Já os efeitos determinísticos têm um limite de dose necessário para ocorrer e
sua gravidade aumenta com a dose absorvida.

Efeitos Agudos da Exposição:

Os efeitos agudos da exposição às radiações ionizantes variam dependendo da


dose absorvida. Eles podem variar desde a ausência de sintomas até sintomas
graves. Exemplos de sintomas incluem astenia, náuseas, vômitos, complicações
na medula óssea, diarreia, insuficiência respiratória aguda e até morte.

Regulamentação no Brasil:

No Brasil, a regulamentação das exposições ocupacionais a radiações


ionizantes é feita através da NR-15 (Norma Regulamentadora 15) e do Anexo 5
da NR-15. Essas regulamentações estabelecem critérios para exposições
ocupacionais e limites de dose anuais para trabalhadores e o público em geral,
estabelecidos pela CNEN.

Medidas de Controle:

Medidas de controle incluem três princípios principais: distanciamento,


blindagem e tempo de exposição. O distanciamento refere-se à manutenção de
uma distância segura entre o trabalhador e a fonte de radiação. A blindagem
envolve o uso de barreiras feitas de materiais que absorvem radiações
ionizantes. O tempo de exposição é controlado pela limitação do tempo que uma
pessoa permanece na área de exposição

Monitoramento e Registros:

O monitoramento individual e de área é essencial para avaliar e controlar a


exposição ocupacional. Isso envolve a medição da dose de radiação que um
trabalhador recebeu. Registros detalhados devem ser mantidos para cada
trabalhador exposto, incluindo informações sobre a natureza do trabalho, doses
absorvidas e dados relevantes para avaliações de dose.

Acidente Radioativo de Goiânia:

O acidente radioativo de Goiânia, em 1987, é um exemplo marcante de


exposição inadvertida a radiações ionizantes. Uma cápsula de Césio-137 foi
removida por sucateiros, violada e vendida como ferro-velho. Isso levou à
exposição de centenas de pessoas e causou sérios problemas de saúde,
destacando os perigos das radiações ionizantes quando não são manuseadas
adequadamente.

Essas seções abrangem os principais aspectos das radiações ionizantes, seus


efeitos, regulamentações e medidas de controle, além de um exemplo notável
de acidente radioativo.

Radiações Não-Ionizantes

Radiações não-ionizantes são aquelas que não possuem energia suficiente para
ionizar átomos, causando apenas a excitação das camadas eletrônicas. Isso é
caracterizado pela absorção de energia pelas camadas eletrônicas, levando os
elétrons a níveis energéticos mais altos. Quando esses elétrons excitados
retornam ao estado fundamental, a energia é dissipada. A Comissão
Internacional de Proteção contra Radiação Não-Ionizante (ICNIRP) estabelece
normas e limites de exposição a essas radiações, sendo reconhecida pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Internacional do
Trabalho (OIT).
Anexo 7 da NR-15 (Norma Regulamentadora 15)

O Anexo 7 da NR-15 trata dos critérios de exposição ocupacional a radiações


não-ionizantes e identifica as radiações não-ionizantes como micro-ondas,
ultravioleta (UV) e laser. Operações que exponham os trabalhadores a essas
radiações, sem proteção adequada, são consideradas insalubres. No entanto,
atividades relacionadas à exposição à luz negra (UV-A) não são consideradas
insalubres.

Ultravioleta (UV): As radiações UV incluem UV-A, UV-B e UV-C, com diferentes


comprimentos de onda. A exposição ocupacional ocorre em trabalhos ao ar livre,
como exposição solar, e em operações de soldagem. Os efeitos na pele podem
incluir escurecimento, eritemas, queratose actínica e câncer de pele, além de
danos oculares como fotoqueratite e catarata.

Infravermelho: A exposição à radiação infravermelha gera apenas efeitos


térmicos, causando lesões e queimaduras na pele e nos olhos. Essa exposição
ocorre em ambientes de trabalho com exposição a altas temperaturas, como
fornos elétricos.

Micro-ondas e Radiofrequência: As radiações de micro-ondas e radiofrequência


estão na faixa de 300 MHz a 300 GHz. A exposição a elas pode causar efeitos
térmicos, com maior risco quando a absorção ocorre nos olhos e no cérebro do
trabalhador. Atividades como radares, transmissão de rádio e sistemas de
comunicação são fontes dessas radiações.

Laser: O laser é usado em diagnósticos médicos e tratamentos, bem como em


equipamentos industriais. São classificados em várias classes de risco, com
Classe IV sendo a mais perigosa. Os efeitos dependem da intensidade e do
tempo de exposição, podendo incluir danos à pele e aos olhos, além de outros
riscos associados à luz produzida.

Campos Eletromagnéticos de Extrema Baixa Frequência: Campos elétricos e


magnéticos são gerados por dispositivos elétricos e podem causar sintomas
subjetivos, como dor de cabeça e fadiga, além de alterações objetivas em
exames médicos. Limites de exposição são recomendados pela ACGIH.
Medidas de controle incluem distância da fonte, uso de barreiras, limitação do
tempo de exposição, controle médico periódico, Equipamentos de Proteção
Individual (EPIs), protetor solar em caso de exposição solar e outras medidas
específicas para cada tipo de radiação não-ionizante.

Em resumo, as radiações não-ionizantes são aquelas que não possuem energia


suficiente para ionizar átomos, causando apenas excitação das camadas
eletrônicas. A exposição ocupacional a essas radiações pode ter diversos efeitos
prejudiciais à saúde, incluindo danos à pele, olhos e até mesmo riscos de câncer.

A regulamentação, como o Anexo 7 da NR-15 no Brasil, estabelece critérios e


limites de exposição ocupacional para diversas formas de radiações não-
ionizantes, como ultravioleta, micro-ondas, radiofrequência e laser. Além disso,
a ACGIH fornece recomendações específicas para limites de exposição
ocupacional em alguns casos.

Para proteger os trabalhadores contra esses riscos, várias medidas de controle


são aplicadas, como o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs),
controle da distância entre o trabalhador e a fonte de radiação, limitação do
tempo de exposição e controle médico periódico. A escolha das medidas de
controle depende do tipo de radiação não-ionizante e das condições específicas
de trabalho.

É essencial que empregadores e trabalhadores estejam cientes dos riscos


associados à exposição a radiações não-ionizantes e adotem as medidas de
proteção adequadas para garantir a segurança no ambiente de trabalho.

UNIDADE V

A exposição ocupacional ao frio, umidade e iluminação são três fatores


importantes em ambientes de trabalho que podem afetar a saúde e a segurança
dos trabalhadores. Vou resumir os principais pontos de cada um desses temas:
Frio:

O frio é um agente físico comum em ambientes de trabalho, podendo ser inerente


às atividades, como em câmaras resfriadas, ou resultar das condições
ambientais, como trabalhar ao ar livre em temperaturas frias.

A exposição ao frio pode causar danos à saúde, como hipotermia, frostbite,


artrites e doenças respiratórias, além de afetar a concentração e aumentar o
risco de acidentes.

A regulamentação brasileira, como a NR-15, estabelece critérios para avaliação


e controle da exposição ao frio, incluindo limites de tolerância e medidas de
proteção, como o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) adequados.

Umidade:

A exposição à umidade ocorre em atividades que envolvem contato frequente


com água, como lavagem de mãos, imersão em água e uso de luvas
impermeáveis.

A exposição prolongada à umidade pode levar a dermatoses, como eczemas nas


mãos, e outros problemas de pele, como pé de imersão.

A NR-15 possui um Anexo 10 que estabelece critérios de exposição ocupacional


à umidade, considerando a possibilidade de danos à saúde dos trabalhadores.

Iluminação:

A iluminação é fundamental nos ambientes de trabalho, afetando a percepção


visual e o desempenho dos trabalhadores.

A iluminação inadequada pode prejudicar a saúde física e psicológica dos


funcionários, causar desconforto e aumentar o risco de acidentes.

A NR-17 estabelece requisitos para a iluminação nos locais de trabalho, incluindo


níveis mínimos de iluminamento, uniformidade de distribuição e eliminação de
ofuscamento e sombras.

Em resumo, tanto o frio quanto a umidade e a iluminação inadequada podem


representar riscos para os trabalhadores, afetando sua saúde e segurança. É
importante que as empresas sigam as regulamentações e adotem medidas de
controle adequadas para proteger seus funcionários contra esses riscos.

UNIDADE VI

Agentes Biológicos

Neste tópico, você aprenderá sobre a definição de agentes biológicos, de acordo


com as Normas Regulamentadoras NR-9 e NR-32. Serão abordados conceitos
fundamentais, como a diferenciação entre agentes biológicos, micro-
organismos, organismos geneticamente modificados, culturas de células,
parasitas, toxinas e príons. Você também entenderá a importância da
identificação das fontes de exposição, vias de transmissão e vias de entrada dos
agentes biológicos, além de aprender sobre a relevância da identificação
epidemiológica desses agentes.

Análise de Risco e NR-32

Neste módulo, será explorada a aplicabilidade dos princípios da NR-32 em


diferentes setores que envolvem a exposição a agentes biológicos. Você
aprenderá a definir o risco biológico e a importância da gestão da exposição
ocupacional de acordo com as diretrizes da NR-32. Além disso, serão discutidas
fontes de obtenção de informações sobre os agentes biológicos mais frequentes
do ponto de vista epidemiológico. A análise de risco será detalhada, incluindo a
consideração de fatores como as características dos trabalhadores.

Efeitos ao Organismo da Exposição a Agentes Biológicos


Neste tópico, você será informado sobre as diferentes manifestações de
doenças que podem ser causadas pela exposição a agentes biológicos. Também
será apresentada a classificação dos agentes biológicos em grupos de risco,
conforme estabelecido na NR-32, para ajudar na compreensão dos níveis de
perigo associados a cada tipo de agente.

NR-15

Este módulo abordará a relação entre as atividades que envolvem agentes


biológicos e a insalubridade, de acordo com a NR-15. Você aprenderá a definir
atividades de insalubridade de grau máximo e médio e a compreender como as
condições de trabalho podem ser avaliadas em relação à insalubridade.

Medidas de Controle

Nesta seção, serão exploradas as medidas de controle para reduzir a exposição


a agentes biológicos no ambiente de trabalho. Isso incluirá estratégias como a
eliminação ou redução do contato com os agentes, higienização adequada,
vacinação, uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e a descrição
detalhada de diferentes níveis de biossegurança para manipulação de micro-
organismos. A ênfase será colocada no uso correto de EPIs, incluindo a proteção
respiratória e outras medidas de proteção relevantes. Também serão abordados
cuidados específicos relacionados à utilização e reutilização de máscaras do tipo
PFF (Peça Facial Filtrante).

Você também pode gostar