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O incenso que se apaga

Argumento

Miguel, 26 anos, encara um pedaço de papel sem nada escrito.


Está cercado por inúmeros papéis amassados e latas de cervejas
vazias. Miguel levanta, vai até a estante, e observa as brasas
de um incenso. Antes que elas apaguem, Miguel pega outro da
caixinha e acende. Miguel fecha os olhos e segura firmemente
seu colar de quartzo rosa. Balbucia algo baixinho. É
interrompido pelo som de uma notificação de mensagem em seu
celular. Corre passando por cima das coisas para pegá-lo.
Afoito, desbloqueia a tela. Sua expressão muda. Desliga o
celular e joga na cama. Vira-se de costas para a parede da
janela e escorrega lentamente até o chão. Miguel leva as mãos
ao rosto. Depois, fixa seu olhar no teto. Começa a chorar
copiosamente. Secando as lágrimas, Miguel levanta. Vai até a
escrivaninha e escreve um poema no papel. Com rasuras feitas a
caneta e lágrimas, ele limpa a superfície jogando as coisas no
chão. Centraliza cuidadosamente o papel no centro. Tira do
pescoço o quartzo rosa. Abre a gaveta e pega um origami.
Ajusta. Os coloca em cima do papel. Miguel levanta. Arruma a
cadeira. Caminha em direção à janela. Olha para fora, não há
trânsito de carros ou pessoas. Miguel senta com as duas pernas
para o lado de fora. Olha fixamente para o céu. No instinto,
procura no pescoço o cristal. Com um olhar triste, ele olha
para dentro do quarto. Podemos ver o quarto de Miguel. Livros,
latinhas vazias, papéis amassados e roupas jogados no chão. Na
estante, a brasa do incenso se apaga. Na escrivaninha, limpo e
organizado. Na janela, apenas o prédio da frente e uma parte
do céu. Ao fundo, ouvimos o som de uma sirene se aproximando.

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