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MEC/SETEC

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL


INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO
PARÁ
BACHARELADO EM ENGENHARIA DE PESCA
CAMPUS CASTANHAL

GENÉTICA E MELHORAMENTO DE ORGANISMOS AQUÁTICOS

Discentes: Ariane Emily Neves Lopes

Elayna Gabriela dos Passos Vasconcelos

Lia Caroline Pereira da Silva

CASTANHAL – PA
2022
MEC/SETEC
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO
PARÁ
BACHARELADO EM ENGENHARIA DE PESCA
CAMPUS CASTANHAL

RESENHA

Resenha apresentado a disciplina de genética no


Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Pará – IFPA Campus
Castanhal, como requisito parcial para
obtenção de nota para a segunda bimestral.

Docente: Álvaro Ayres

CASTANHAL - PA
2021
PRODUÇÃO DE TETRAPLÓDIA DE TILÁPIA ATRAVÉS DA APLICAÇÃO DE
CHOQUE TÉRMICO

Capozza, Paula; Amaral, Hilton. Revista eletrônica de veterinária: produção


de tetraploides de tilápia do Nilo (oreochromis niloticus) através da aplicação de
choque térmico. Málaga, espana: veterinária organización, 2009. 14. Paula
Capozza Tebaldi: Oceanógrafa, UNIVALI, Itajaí | Hilton Amaral Junior: Medico
Veterinário, Pesquisador da EPAGRI e UNIVALI; Rua 1950 n0 590, Balneário
Camboriú SC,

Conceitos-chave
Produtividade; cultivo; tetraploidia; choque térmico.

A piscicultura é um ramo que vem se expandindo cada vez mais ao longo


dos anos no mundo todo, por esse motivo os autores Paula Capozza Teebaldi e
Hilton Amaral Junior, desenvolveram essas pesquisas a cerca dessa área que
tem extrema importância para os piscicultores. No estado de Santa Catarina a
atividade de aquicultura é bastante relevante e umas das espécies mais
cultivadas no estado é a tilápia (Tilápia rendalli e Oreochromis sp.). A tilápia é
uma das espécies mais consumidas do mundo, por isso os produtores acabam
investindo mais na criação das mesmas. Porém, essa espécie possui uma
problemática que atinge todos os produtores, que é a maturação sexual precoce,
pois com idade média de 4 a 6 meses, ela já está apta a reprodução, ou seja, a
realizar sua primeira desova o que não é interessante para os piscicultores, pois
a energia que seria usada para o crescimento acaba sendo utilizada na produção
de óvulos pelas fêmeas. A alternativa para essa problemática seria o cultivo
apenas de organismos triplóides, que são indivíduos estéreis incapazes de se
reproduzirem.
Segundo os autores o problema central para se cultivar a tilápia é a
reprodução acelerada da espécie, pois a espécie se reproduz normalmente em
cativeiro e de modo natural, o que gera uma série de prejuízos aos produtores
que não tem interesse em alevinos e sim no crescimento e engorda dos
indivíduos. A reprodução acaba atrapalhando o processo de crescimento das
fêmeas, que acabam gastando a energia de crescimento para produzir óvulos.
A principal técnica para solucionar essa problemática, seria a produção somente
de indivíduos triplóides que por serem ésteres, serão incapazes de se
reproduzirem.

Dessa forma, os autores tiveram o intuito de avaliar a eficácia do emprego


de choque térmico na primeira fase de divisão celular do embrião de tilápia a fim
de produzir indivíduos tretraplóides, avaliar o tempo com mais adequação de
eficiência na aplicação de choque térmico e quantificar o surgimento de
deformidades submetidos a esse método para formar indivíduos triploides, já
que a única técnica conhecida era a formação de casais constituídos de machos
diplóides e fêmeas tetraplóides que assim resultaria em descendentes tripl óides.

O projeto foi desenvolvido nas instalações do Campo Experimental de


Piscicultura de Camboriú – CEPC/EPAGRI e EEI/EPAGRI em Itajaí, entre os
meses de outubro de 2007 a novembro de 2008. Os reprodutores foram
capturados quando se encontravam em períodos de amadurecimento gonadal,
durante um ano. Os óvulos de diversas fêmeas eram misturados a seco e
fecundados, e em seguida colocados em incubadora do tipo funil. Após a
fecundação, o total de ovos foi subdividido em seis porções semelhantes,
equivalentes a seis tratamentos: 55, 60 e 65 minutos após a fecundação e
aplicação de choque térmico (com água a 40ºC) com duração de 1 e 2 minutos
para cada tempo pós-fecundação. A proposta do choque térmico foi impedir a
primeira divisão celular, possibilitando a multiplicação de células com 4 pares de
cromossomos. No final do cultivo, os juvenis foram sacrificados para a retirada
da região cefálica do rim. Foram efetuadas as análises de cariótipo e contagem
do número de cromossomos para a constatação da poliploidia.

No entanto, após o período de crescimento os peixes submetidos ao


choque térmico foram sacrificados a fim de fazer a análise de cariótipo. Portanto,
cabe ressaltar que alguns exemplares de tilápia resultantes dos tratamentos
aplicados, apresentaram anomalias e deformidades tendo aparências bem
visíveis, são elas: cegueira, falta de nadadeira dorsal, corpo arredondado, coluna
vertebral com curvatura ou exoftalmia, porém mesmo com as anomalias os
indivíduos eram tetraplóides. Somente o tratamento de 55 min utos pós
fertilização e de 2 minutos de duração de choque que não geraram indivíduos
tetraplóides.

Saliente-se que na perspectiva dos autores, os métodos de choque


térmico são os mais adequados para induzir a poliploidia, baseando-se na
porcentagem de indivíduos que foram produzidos e sobre a sua sobrevivência,
já que teve tratamento que os indivíduos tiveram mortalidade total dos triplóides
restando apenas os diplóides. É importante ressaltar a dificuldade de induzir
poliploidia na espécie de tilápia, pois as tilápias liberam ovócitos em diversas
oportunidades no processo de desova. Por esta razão, os ovários destes peixes
contêm ovócitos em todos os estágios de desenvolvimento, que vão maturando
em parcelas, caracterizando-os como peixes assincrônicos ou de desova
intermitente. O assincrônismo do desenvolvimento do zigoto após a fertilização
parece ser um dos fatores mais importantes para a indução a poliploidia. Este
assincrônismo pode ser devido a um artefato da técnica de desova artificial ou
os processos de choque térmico como, por exemplo, o choque não uniforme
sobre os ovos ou sua inadvertida ativação na desova. O tratamento de choque
térmico com 65 minutos após a fecundação e 2 minutos de duração, foi 100%
efetivo para a tetraplóidia.

Portanto, as pesquisas realizadas pelos autores ainda necessitam de


mais testes para afirmar com clareza o sucesso do método, pois somente um
tratamento apresentou 100% de eficácia para a tetraplóidia. Segundo a literatura
de Herbst, citado pelos autores não existem referências pertinentes sobre a
sobrevivência de tilápia do Nilo tetraplóides até atingirem a fase adulta. O único
relato citado pelos alotes foi escrito por Don e Avtalion para Oreochromis aureus,
que sobreviveu a choques térmicos frios.

Esta resenha tem como objetivo compreender as ideias dos autores


acerca da produção de tetraploides de tilápia do Nilo (oreochomis niloticus)
através da aplicação de choque térmico, que encontraram com essa técnica
algumas alternativas para solucionar a reprodução acelerada das tilápias em
cativeiro, para assim fazerem com que esses organismos se desenvolvam mais,
uma vez que a reprodução acaba utilizando a maior parte da energia das fêmeas,
o que não é viável para a produção, uma vez, que a produção tem interesse no
crescimento que é o que importa para o comércio, sem falar também nas perdas
significativas que os piscicultores sofrerão com a reprodução acelerada e
precoce das espécies, que trará um aumento no consumo de ração e de
indivíduos de classe etária diferente ocupando a mesma área. Dessa forma, o
estudo é de extrema importância para os produtores de tilápia, não somente para
o estado de Santa Catarina, mas sim do Brasil inteiro, uma vez que a
problemática atinge todos os piscicultores que investem na criação dessa
espécie que é um dos peixes mais consumidos pela população brasileira.

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