Relacionado ao perigo da história única na sociedade brasileira, é possível afirmar que os

moradores de comunidades e os que possuem baixa renda, são uma das classes que mais
sofrem com a construção de uma história única numa sociedade, como também acontece com
as pessoas trans, sofrendo diariamente com os estereótipos criados em cima destes. Nesse
sentido convém analisarmos a problemática dentro da sociedade brasileira.

Inicialmente, percebemos que, dentre as representações artísticas, sejam elas em teatros,

filmes e novelas, o núcleo que representa as personagens que vivem em favelas ou locais
menos prestigiosos, são também os que não fazem uso da gramática normativa na fala, que
possuem menor intelecto e também como pessoas rudes ou “barraqueiras”.Podemos ver isso
também fora das artes, num ambiente de trabalho, onde estas são menosprezadas pelos cargos
que assumem, fruto da desigualdade em que se encontram.

Além disso, as transexuais, na maioria mulheres, sofrem com a discriminação, fruto da

história única, com estereótipos como os de que toda trans é também uma garota de programa
ou de que são aberrações, com este último sendo ouvido muitas das vezes dentro de
instituições religiosas, isso afeta a vida familiar e em sociedade destes que são vítimas das
histórias únicas. Infelizmente, o nosso país , segundo a pesquisa de 2016 da ONG TGEu
(Transgender Europe), lidera o ranking de maior número de agressões e assassinatos às
pessoas trans.

Diante dos fatos citados acima, inferimos que, a sociedade brasileira sofre de forma gigante
com os perigos das histórias únicas que circundam o meio em que vivemos. É por meio dos
grandes meios de influência hoje, Internet e TV, que devemos então trazer novas perspectivas
sobre esses que são afetados pelos ônus da história única e torcer para que através deles a
sociedade brasileira se livre dos sentimentos reacionários como a discriminação e o ódio,
criados através dessas histórias com perspectiva afunilada para um só caminho.