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6 DE JUNHO DE 2019
Nós, feministas, sabemos bem que carregamos pesos a mais nesta sociedade. As
mulheres da classe trabalhadora, principalmente as mulheres negras e a população
LGBT fogem do padrão de indivíduo da sociedade burguesa; hétero, branco e
detentor de propriedade. Na existência desse padrão – desse modelo a ser seguido,
vivenciado, buscado, temos nossa diversidade, nossa individualidade tão nossa e
tão universal, tolhida, violentada, censurada. Mas, de onde vem esse padrão? O
que há por trás dele? Ele pode ser superado apenas com a educação?
O padrão do ser mulher, branca, doce, resignada não surge do nada. É produto de
uma sociabilidade cujo norte é o lucro violento dos que comandam essa terra,
oprimindo para isso todos que fogem ao gosto do capital. O que há por trás desse
padrão é toda uma organização social destruindo a natureza e transformando toda a
nossa riqueza humana, cores, cultos, saberes, culturas, gostos, traços, em
desigualdades.
Ainda que a educação seja um elemento imprescindível ela por si só não tem poder
de mudar uma sociedade. A educação na sociedade burguesa, inclusive não nos
permite aprender nem mesmo nossa história e nosso papel como produtores do
mundo humano. Não estudamos sobre África e nossa América, não discutimos
sobre racismo ou patriarcado, não aprendemos o porquê de nossa condição. Não
sabemos porque as mulheres são estupradas e trocadas como mercadorias e nem
quando isso começou e não conhecemos nossos Direitos. Não aprendemos na
escola que devemos lutar contra todo e qualquer ataque a nossa individualidade e
humanidade.
Disponível em
<http://anamontenegro.org/cfcam/2019/06/06/por-que-o-feminismo-classista/#comm
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