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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

LUANA LARISSA MACIEL RAMOS

A CONTENÇÃO DA COVID-19 NO BRASIL: INDICADORES NA SAÚDE INDÍGENA

SÃO PAULO
2020
LUANA LARISSA MACIEL RAMOS

A COVID-19 NO BRASIL: INDICADORES NA SAÚDE INDÍGENA

Monografia apresentada à Banca


Examinadora do Centro Universitário das
Faculdades Metropolitanas Unidas, como
exigência parcial para obtenção do título de
Bacharel em Farmácia Generalista sob a
orientação da Prof.ª Ms. Eliana Rodrigues de
Araújo.

SÃO PAULO
2020
LUANA LARISSA MACIEL RAMOS

A COVID-19 NO BRASIL: INDICADORES NA SAÚDE INDÍGENA

Monografia apresentada à Banca


Examinadora do Centro Universitário das
Faculdades Metropolitanas Unidas, como
exigência parcial para obtenção do título de
Bacharel em Farmácia Generalista sob a
orientação da Prof.ª Ms. Eliana Rodrigues de
Araújo.

Data de aprovação:
__/__/____
Banca Examinadora:
Prof.
FMU

Prof.
FMU

SÃO PAULO
2020
RESUMO

A pandemia de COVID-19 no Brasil escancarou déficits de infraestrutura pública e


privada, gerou desinformação pública e registrou casos desde centros urbanos à
localidades remotas. A preocupação em torno de grupos com maior vulnerabilidade
também trouxe à discussão os povos indígenas. Iniciou-se o monitoramento específico
de pessoas indígenas e seus casos de suspeitos, descartados, confirmado, recuperados
e óbitos, por órgãos responsáveis e de instituições unidas às lideranças indígenas. A
partir desses dados e considerações de registros de saneamento, saúde e
socioepidemiológicos, foram definidos modelos de cálculos sobre vulnerabilidade
geográfica e sociodemográfica feito por núcleos de observação acadêmicos ligados a
causa indígena, reunindo panoramas sobre o risco de contaminação em Terras Indígenas
em todo território nacional. O conhecimento das origens, circunstâncias e incidências dos
fatores de vulnerabilidade utilizados nas variáveis, relevou-se a insuficiência da política
de saúde indígena. As necessidades para qualidade de vida dos povos indígenas são de
assistências em diferentes esferas conferidas nas variáveis de riscos de contaminação
da COVID-19. Conclui-se que a importância dessa reestruturação deve ser incluída na
política pública do plano de desenvolvimentos nacional para a valorização da saúde e
desenvolvimento socioeconômico de povos indígenas.

Palavras-chaves: vulnerabilidade social, COVID-19, política indígena, saúde indígena,


povos indígenas.
Minha gratidão a pessoas queridas que me
apoiaram para lutar por essa formação e aos
colegas e professores que genuinamente me
inspiram com seus sonhos e lutas individuais.
"Em tempos de pandemia a luta e a
solidariedade coletiva que reacendeu no
mundo só será completa com os povos
indígenas, pois a cura estará não apenas no
princípio ativo, mas no ativar de nossos
princípios humanos."

Trecho da Carta Final da Assembleia Nacional


da Resistência Indígena.
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Distribuição da população indígena por regiões 18

Gráfico 2 - Distribuição da população indígena na área rural e urbana 19

Gráfico 3- Proporção de domicílios com acesso a eletricidade, proporção de domicílios


por fonte de água e proporção de domicílios por tipo de banheiro ou sanitário em TIs 27

Gráfico 4 - Histograma do índice de vulnerabilidade à Covid-19 das TIs 29

Gráfico 5 -As 50 TIs mais vulneráveis pela metodologia do Índice de Vulnerabilidade


Demográfica e Infraestrutural à COVID-19 31

Gráfico 6 - TIs com Índice de Vulnerabilidade Demográfica e Infraestrutural Crítica 32

LISTA DE MAPAS

Mapa 1 - Dados geográficos de Terras Indígenas (TIs) 18

LISTA DE ORGANOGRAMAS

Organograma 1 - Subsistema de Atenção à Saúde Indígena 24

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Diagnósticos para COVID-19 16

LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Terras Indígenas mais vulneráveis à dispersão da COVID-19 29

Tabela 2 - TIs com Índice de Vulnerabilidade Demográfica e Infraestrutural Crítica à


COVID-19 30

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABA - Associação Brasileira de Antropologia


ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva
AIS - Agentes indígenas de saúde
AISAN - Agentes indígenas de saneamento
APS - Atenção Primária à Saúde
CISI - Comissão Intersetorial de Saúde Indígena
CNPI - Conselho Nacional de Proteção aos Índios
COVID-19 - Doença de infecção respiratória aguda
CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito
DSA- Distanciamento social ampliado
DSEIs - Distritos Sanitários Especiais Indígenas
DSEIs - Distritos Sanitários Especiais Indígenas
ECA2 - Enzima Conversa de Angiotensina 2
ESPII - Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional
ESPIN - Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional
FioCruz - Fundação Oswaldo Cruz
FUNAI - Fundação Nacional do Índio
FUNASA- Fundação Nacional de Saúde
HCoV - Coronavírus humanos
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ISA - Instituo Socioambiental
IVDIC - Vulnerabilidade Demográfica e Infraestrutural das Terras Indígenas à COVID-19
MERS-CoV - Síndrome Respiratória do Oriente Médio
MPF - Ministério Público Federal
nCoV - Novo coronavírus
NEPO - Núcleo de Estudos de População Elza Berquó
OMS - Organização Mundial de Saúde
ONGs - Organizações não governamentais
ONU - Organização das Nações Unidas
ONU - Organização das Nações Unidas
OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde
RIs – Reservas Indígenas
SARS-CoV - Síndrome Respiratória Aguda Grave
SESAI - Secretaria de Saúde Indígena
SPI - Serviço de Proteção aos Índios
SUS - Sistema Único de Saúde
SUSA - Serviço de Unidades Sanitárias Aéreas
TIs - Terras Indígenas
UF - Unidades federativas
UTI - Unidade de Tratamento Intensivo
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 10
2. OBJETIVO 11
3. METODOLOGIA 12
4. COVID-19 12
4.1 ORIGEM 12
4.2 DIRETRIZES OFICIAIS 13
4.3 INFODEMIOLOGIA 14
4.4 DISSEMINAÇÃO 15
4.5 SINTOMATOLOGIA 15
4.6 DIAGNÓSTICO 16
5. SAÚDE INDÍGENA 17
5.1 A POPULAÇÃO INDÍGENA 17
5.2 CEM ANOS DE INDIGENISMO OFICIAL 19
5.2.1 POLÍTICA INDÍGENA 21
5.3 VULNERABILIDADE SANITÁRIA, ALIMENTAR E SOCIAL 23
5.4 AGENTES DE SAÚDE 24
5.5 INFRAESTRUTURA 25
6. ANÁLISE INTEGRADA AO COVID-19 NA SAÚDE INDÍGENA 25
6.1 VULNERABILIDADE SANITÁRIA EM TERRAS INDÍGENAS 27
6.2 RISCOS DE EPIDEMIA EM TERRAS INDÍGENAS 28
6.3 VULNERABILIDADE DEMOGRÁFICA E INFRAESTRURAL 30
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 33
REFERÊNCIAS 35
10

1. INTRODUÇÃO

Os desafios presentes na saúde indígena envolvem um processo saúde-doença


complexo, inerente à sociodiversidade dos povos nativos. A partir da antropologia
participativa nas ciências sociais são abordados temas importantes “das epidemias, das
iniciativas de assistência sanitária, das especificidades socioculturais, das carências
nutricionais, da demografia e da criação da política de saúde indígena brasileira” dos
tópicos atuais, observado por Brito (2020), na produção científica (2020). As demandas
por assistência sanitária persistem em múltiplas regiões do país. A especificidade de cada
região e de cada povo ainda não está em via de centralização nas soluções da saúde
pública dos povos indígenas. Há no Brasil a diversidade etnológica milenar de povos
indígenas. Nas últimas décadas as pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) a partir do Censo evidenciam a dinâmica crescente da
autodeclaração de cor ou raça indígena, em consequência do crescimento populacional.
No Censo 2010 contatou-se que aproximadamente 897 mil habitantes vivem em Terras
Indígenas (TIs) ou integrados a outras localidades rurais ou urbanas, mostram-se
presentes no recorte geográfico por todo o território nacional, pesquisada pelo IBGE. É
certo que, a política indigenista brasileira se transcorre ao longo do século XX
determinando avanços importantes que desenvolvem hoje um papel positivo, porém
ainda limitados, pois exigem “integração e sinergia das ações do governo federal em
parceria com estados, municípios e sociedade civil” afirma a Fundação Nacional do Índio
(FUNAI) (2020). A saúde pública e indígena estão se manifestando e se consolidando
como tema de iniciativas do Estado Brasileiro a exemplo de marcos institucionais e
regulatórios de decretos, portarias, resoluções e ações dos poderes públicos que
oficialmente qualificam a legislação indigenista. Sendo a base para medidas de
integralidade de assistências à saúde indígena colaborando ao indivíduo isolado, em vias
de integração ou integrado, desde o nascimento até a velhice. Desde o início de 2020, a
pandemia pela doença do novo coronavírus (nCoV) causada pelo recém-descoberto
vírus SARS-CoV-2, segue em progressão exponencial no Brasil. Apesar de todos sermos
suscetíveis à doença, reconhece-se a vulnerabilidade epidemiológica nos povos
indígenas desde as primeiras produções científicas antropológicas publicadas acerca dos
11

desafios de contaminação entre indígenas e não-indígenas. Isto soma-se a


desigualdades políticas, sociais e econômicas e geram um contexto de vulnerabilidade
na contenção da transmissibilidade de um vírus além de outros problemas na saúde
indígena, como comorbidades, carências nutricionais, doenças infecciosas e parasitárias.
Logo, além da morbimortalidade, eventos recentes de epidemias de viroses (gripe e
sarampo) e de endemias principais (tuberculose, malária, parasitoses intestinais,
oncocercose, hepatites, HTLV e HIV), soma-se condições de risco à sobrevivência com
a pandemia da doença de infecção respiratória aguda (COVID-19). Se efetivamente
ocorrer a mortalidade dos membros dessas populações nativas em um curto período,
compromete-se diretamente a continuidade cultural e social dos grupos atingidos na
composição atual de 305 etnias e 274 línguas indígenas faladas. O cenário e
perspectivas da atenção primária à saúde (APS) no contexto da pandemia da COVID-19
em comunidades indígenas, exige a coerência de estratégias executadas e recolhimento
de resultados destas, para análise da eficácia da implementação de medidas para a
contenção de novos infectados, os cuidados aos infectados e redução dos óbitos. Os
respectivos indicadores e o panorama atual serão demonstrados pelo método de revisão
de dados bibliográficos, cartográficos e documentais regionais do sistema de informação
em saúde indígena e de entidades não governamentais que apoiam tais populações,
ajudando a compreender o que sensibiliza a integração e qualificação do plano de
contenção da COVID-19 (ABA, ABRASCO, 2020; BRASIL, 1973; BRITO, 2020;
COIMBRA JR., SANTOS e CARDOSO, 2007; COIMBRA JR., SANTOS e ESCOBAR,
2005; FUNAI, 2020).

1. OBJETIVO

Neste trabalho serão analisadas quais fatores de vulnerabilidade estão comprometidos


aos segmentos sociais específicos da minoria étnico-racial indígena em uma nova
pandemia viral emergente do novo coronavírus SARS-CoV-2 em 2020. Para apresentar
as pesquisas de modelagem do panorama de riscos será considerado a estruturação de
indicadores de vulnerabilidade observadas por instituições governamentais, instituições
não governamentais e instituições indígenas. A política social da saúde indígena busca
12

a adequação e este é mais um novo desafio a se desenvolver e discutir acerca da


necessidade para novos modelos de atenção à vida indígena.

2. METODOLOGIA

Quanto a abordagem metodológica, esta pesquisa descritiva consiste na revisão


bibliográfica e documental atribuída a vulnerabilidade indígena, ações na saúde indígena
e o cenário da COVID-19. A partir de dados demográficos, epidemiológicos e
socioculturais publicados entre 2005 a 2020, e diretrizes da política indigenista desde o
século XX, em português brasileiro. Os artigos selecionados a partir das bases de dados
online pelo SciELO, SciELO PrePrints, MedRxiv e Google Acadêmico; nos sites
institucionais governamentais do “Observatório Covid-19: Informação para ação” da
Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), do “Núcleo de Estudos de População Elza Berquó”
(NEPO) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP); e de entidades não-
governamentais como do Instituto Socioambiental (ISA). A partir da presença do
conteúdo da saúde indígena e a COVID-19 na leitura de revisão dos títulos e dos resumos
dos trabalhos, foram encontrados 3 artigos quali-quantitativos. Foram utilizadas as
seguintes palavras-chaves: COVID-19, povos indígenas, saúde indígena,
vulnerabilidade, vigilância epidemiológica, saneamento. Esta pesquisa bibliográfica e
documental descritiva para análise quanti-qualitativa possui como critério a análise
epidemiológica pelas variáveis sociais da população indígenas, com objetivo de
descrever a problemática da vulnerabilidade indígena em localidades remotas, rurais e
urbanas.

3. COVID-19

4.1 ORIGEM

A partir da notificação de alerta para a Organização Mundial de Saúde (OMS) de casos


de pneumonias de causa desconhecida na cidade de Wuhan, China, em dezembro de
2020, houve a identificação e divulgação do código genético de um nCoV, entre os sete
13

coronavírus humanos (HCoVs) já identificados, como nas graves condições conhecidas


dos patógenos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV) e da Síndrome
Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) (OPAS, 2020; SESAI, 2020).

Acerca da estrutura viral do nCoV iniciou-se o decurso de compreensão sobre a


patogênese da infecção, a fisiopatologia associada, técnicas diagnósticas, inovação e
tecnologia de novos fármacos e desenvolvimento de vacinas. Das proteínas de superfície
na infecção, desde sua origem no morcego (hospedeiro primário) e adaptação no
pangolim (hospedeiro intermediário), discute-se sobre a proteína S que favorece a
interação nas células ciliadas epiteliais das vias aéreas em humanos, principalmente para
a ligação ao receptor da enzima conversa de angiotensina 2 (ECA2) nestas células e nos
pneumócitos tipo II. O potencial de penetração nas células humanas pelas mutações na
proteína S, aumentaram de 3 a 10 vezes a taxa de transmissão deste nCoV, em
comparação aos outros HCoVs (HARAPAN et al., 2020; SHI, 2020).

4.2 DIRETRIZES OFICIAIS

Sendo responsável por causar a doença de infecção respiratório aguda (COVID-19),


esta nova cepa previamente identificada e depois oficialmente nomeada como SARS-
CoV-2, a partir de dados preliminares de transmissibilidades e suscetibilidade, foi
classificada em boletim epidemiológico da OMS como alto risco. A declaração de que
este novo surto elege uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional
(ESPII), em janeiro de 2020, sendo a sexta vez na história em menos de duas décadas
após: a pandemia de gripe suína (H1N1) (Abril/2009), a disseminação internacional de
Poliovírus (Maio/2014), o surto de Ebola na África Ocidental (Agosto/2014), o vírus Zika
e aumento de casos de microcefalia e outras malformações congênitas (Fevereiro/2016)
e o mais recente surto de Ebola na República Democrática do Congo (Maio/2018) (OPAS,
2020; SESAI, 2020).

A partir da ESPII, a comoção internacional inclina-se à coordenação e cooperação sobre


a propagação do vírus. No Brasil, em fevereiro de 2020, declarou-se Emergência de
14

Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN), logo o Congresso Nacional aprovou o


Projeto de Lei de Quarentena e o Presidente da República sancionou a Lei nº 13.979 . O
contexto da distribuição geográfica na propagação mundial da COVID-19, foi reconhecido
pela caracterização como pandemia pela OMS, em março de 2020. Para interromper a
cadeia de transmissão, são as orientações de medidas não-farmacológicas na saúde
pública de distanciamento social ampliado (DSA) nos níveis local e global, de prevenção
da transmissão pela higienização, supressão da transmissão pelo uso de máscaras e
equipamentos de proteção individual, que estão sendo reforçadas enquanto a base de
informações sobre o SARS-CoV-2, a imunização e cura clinica seguem em
desenvolvimento (HARAPAN et al., 2020; M.S., 2020; OPAS, 2020; UNASUS, 2020).

4.3 INFODEMIOLOGIA

As evidências epidemiológicas sobre a COVID-19 têm como objetivo salvar vidas,


proteger a saúde dos trabalhadores e reduzir a transmissão, designado para as
autoridades competentes na formação de políticas e a tomada de decisões. Estas fazem
parte das bases de dados sobre COVID-19, proveniente de países de todo o mundo a
partir de publicações científicas, guias técnicos e protocolos de investigação, que são
referenciais a revisões sistemáticas rápidas, recomendações e diretrizes (OPAS, 2020).

As investigações globais estão voltadas a atualização da atividade de pesquisa,


plataforma para registros internacionais de ensaios clínicos, procedimentos da lista de
uso de emergência aberto para diagnóstico in vitro e acelerar uma vacina segura e eficaz
para COVID-19. A determinação de medidas e processos para gestão de segurança na
pandemia, são base para a busca de informação de profissionais de diversas áreas.
Atualmente também está presente para o acesso da população, pelo compartilhamento
entre as mídias sociais, assim pode circular desde fontes confiáveis até a desinformação
de todos os tipos, desde a origem até o tratamento da COVID-19 (OECC, 2020; OPAS,
2020).

4.4 DISSEMINAÇÃO
15

De acordo com as evidências atuais, a transmissibilidade do SARS-CoV-2 ocorre


principalmente entre pessoas. Seja por meio de gotículas respiratórias, pelo contato
próximo de uma pessoa infectada ao tossir ou espirrar, e o contato direto com a pessoa,
seguido do toque nos olhos, nariz ou boca, ou pelo contato com objetos de uso pessoal
e superfícies contaminadas. O período de incubação varia entre 1 a 14 dias, com média
de 5-6 dias. A suscetibilidade é geral, porém a vulnerabilidade em grupos de risco, idosos
e crianças assim como a transmissão por indivíduos assintomáticos ainda está em
observação (SVS, 2020).

4.5 SINTOMATOLOGIA

A progressão sintomática, devido ao fator de destruição dos pneumócitos tipo II, pode
desenvolver desde sintomas respiratórios pulmonares até um maior comprometimento
pulmonar estabelecendo a necessidade de ventilação mecânica, devido aos níveis
plasmáticos mais elevados de citocinas pró-inflamatórias. Os sintomas clínicos são
principalmente respiratórios, pode apresentar dispneia (falta de ar), tosse, dor no peito e
febre. Também pode-se identificar mialgia (dor muscular), congestão nasal, dor de
garganta, fadiga ou diarreia, entre outros sintomas em vigilância conforme as publicações
graduais de artigos científicos. Isto dificulta o alerta de risco entre assintomáticos,
pacientes com sintomas gradualmente leves e pacientes com complicações severas, que
podem levar a óbito (HARAPAN et al, 2020; SESAI, 2020; SHI, 2020).

A definição do quadro clínico ainda é ampla e incompleta, pois é uma variação de


sintomas gripais até uma pneumonia severa, logo segue-se a investigação da
caracterização da evolução de sintomas da COVID-19 em crianças e adolescentes, em
idosos, em grávidas, em pacientes com outras doenças, em pacientes hospitalizados e
assintomáticos. E do acompanhamento de consequências clínicas, também se
identificam alterações laboratoriais que incluem danos pulmonares, cardiovasculares,
neurológicos, gastrointestinais, renais, de coagulação, de glicose e diabetes e
psicocomportamentais (OECC, 2020).
16

4.6 DIAGNÓSTICO

Na vigilância de contenção do vírus há a importância nas medidas para detectar, isolar


e cuidar de pacientes infectados pelo SARS-CoV-2. O diagnóstico clínico é feito pela
investigação por critérios descritos no Quadro 1, a seguir:

Quadro 1: Diagnósticos para COVID-19.


TIPO DE PACIENTE MÉTODO CRITÉRIOS
DIAGNÓSTICO
Clínico Sintomático Consulta clínica Sinais e Sintomas

Clínico- Sintomático Consulta clínica Sinais e Sintomas;


epidemiológico
Contato próximo ou
domiciliar, com caso
confirmado
laboratorialmente para
COVID-19.
Clínico-imagem Sintomático Consulta clínica; Sinais e Sintomas;

Tomografia Computadorizada ou Óbito;

Alterações tomográficas.
Laboratorial Sintomático Consulta clínica; Sinais e Sintomas;

Exame laboratorial de biologia Resultado de exames


molecular: Reverse-Transcriptase laboratorias.
Polymerase Chain Reaction (RT-
PCR);
Exame laboratorial imunológico;

Ensaio imunoenzimático: Enzyme-


Linked Immunosorbent Assay (ELISA);

Imunocromatografia para anticorpos;

Imunocromatograia para antígenos;

Imunoensaio por
Eletroquimioluminescência (ECLIA)
17

Laboratorial Assintomátic Consulta clínica; Sinais e Sintomas;


o
Exame laboratorial de biologia Resultado de exames
molecular: Reverse-Transcriptase laboratorias.
Polymerase Chain Reaction (RT-
PCR);

Ensaio imunoenzimático: Enzyme-


Linked Immunosorbent Assay (ELISA);

Imunocromatografia para anticorpos

Fonte: Autor próprio, 2020.

4. SAÚDE INDÍGENA

5.1 A POPULAÇÃO INDÍGENA

Os povos indígenas no Brasil são em torno de 817 mil pessoas autodeclaradas


indígenas no Censo Demográfico 2010 que compõem 305 etnias diferentes falando 274
línguas distintas, atualmente com direito de apenas 12,9% da superfície total do território
brasileiro reconhecidas como Terras Indígenas (TIs) e Reservas Indígenas (RIs),
mapeadas no Mapa 1 abaixo. Os TIs são classificados nas modalidades: Terras
Indígenas Tradicionalmente Ocupadas, Reservas Indígenas, Terras Dominiais e
Interditadas. Apesar do crescimento populacional dos povos indígenas nas últimas
décadas, ainda são poucos indígenas, com alta complexidade cultural e estão dispersos
em todo o território brasileiro, desde povos indígenas isolados e de recente contato, aos
que vivem em área rural e na área urbana, conforme Gráfico 1 e Gráfico 2, a seguir:
(FUNAI, 2020; IBGE, 2010).
18

Mapa 1: Dados geográficos de Terras Indígenas (TIs)

Fonte: Funai, 2020.

Gráfico 1: Distribuição da população indígena por regiões.

Fonte: Censo Demográfico do IBGE, 2010.


19

Gráfico 2: Distribuição da população indígena na área rural e urbana.

Fonte: Censo Demográfico do IBGE, 2010.

5.2 CEM ANOS DO INDIGENISMO OFICIAL

A assistência à saúde indígena se iniciou de forma esporádica e pontual, pela


continuidade de premissas coloniais com outras finalidades principais, após intenso
genocídio aos que resistissem ou interferissem ao “avanço da civilização brasileira” no
início do século XX. Para executar expedições oficiais (Decreto nº. 8.072/1910), com a
responsabilidade de incorporar técnicas missionárias em doutrina positivista para
proteção e interação dos povos indígenas e a fundação de colônias agrícolas, originou-
se o Serviço de Proteção aos Índios (SPI). Ao estabelecer para pessoas indígenas a
incapacidade jurídica e o poder tutelar ao SPI (Código Civil de 1916 e Lei nº 5.484/1928),
contribui-se para a contradição do propósito de proteger as terras e as culturas indígenas
relativo às práticas de colonização e imposição de alterações no modo de vida. O
antropólogo João Pacheco de Oliveira determinou a situação desta política de
administração dos índios como “paradoxo da tutela” (1987). A operação das fases de
passagem do isolamento à civilização eram: atração, pacificação, sedentarização e
nacionalização pela integração (VideoSaúde Distribuidora, 2016; ISA, PIB 2018).

Durante as atividades para conquista e exploração comercial e simultaneamente as


expedições para pacificação em diversas regiões, era fundamental a produção minuciosa
de informações cartográficas e ambientais. Esta teve parte na formação da antropologia
20

no Brasil com obras de estudos das populações indígenas e das coleções de cultura
material indígena em museus brasileiros e estrangeiros. Na década de 40, antropólogos
atuaram na formulação das políticas indigenistas no Conselho Nacional de Proteção aos
Índios (CNPI) como Heloísa Alberto Torres, Darcy Ribeiro, Roberto Cardoso de Oliveira,
Eduardo Galvão, entre outros. Em crítica ao modo de atuação sobre a proposta de
integração dos povos e seus territórios, defendiam que o órgão indigenista responsável
não se comprometesse ao estímulo do processo de integração dos povos indígenas à
sociedade nacional, este tópico estava em discussão com debates latino-americanos e
internacionais no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU) (ISA, 2018).

Na década de 50, o médico sanitarista Noel Assunção Nutels (1913-1973), atuava no


Ministério da Saúde, e durante sua participação da Expedição Roncador-Xingu para
construção de bases para autonomia de voo, seu encontro com grupos indígenas e a
conclusão do desenvolvimentos dos pontos de apoio para aeronaves fez-lhe propor o
Serviço de Unidades Sanitárias Aéreas (SUSA). Sendo a origem de ações sistemáticas
na saúde indígena com a formação de dados para sistema informatizado de registro de
imunização. O SPI operou em diferentes formatos, apesar da influência e
comprometimento de indigenistas, também se envolveram militares e trabalhadores
rurais com preparações ou interesses políticos distantes da proteção indígena. Em 1967,
como resultado de permanentes denúncias de fome, doenças, depopulação e
escravização nos Pontos Indígenas e Delegacias Regionais, foram extintos o SPI e o
CNPI após investigação por uma Comissão Parlamentar de inquérito (CPI) sob
acusações de genocídio, corrupção e ineficiência (VideoSaúde Distribuidora, 2016; ISA
2018).

Em meio à crise institucional e ao início da ditadura, os órgãos responsáveis foram


substituídos pela criação da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) que adotou um modelo
à semelhança do SUSA para dar continuidade e foi avançando suas ações e sistemas
informatizados em conjunto com o movimento da Reforma Sanitária. O Estatuto do Índio
(Lei nº6.001/73) com bases integracionistas, acerca das relações do Estado e da
sociedade com os povos indígenas, com a inclusão de novos decretos apenas sobre a
21

demarcação indígena (Decreto nº 22, de 1991 e Decreto nº 1.775, de 1996). A partir da


redemocratização alcançada nas Eleições Diretas e dos novos parâmetros da
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, consolidou-se o Sistema Único
de Saúde (SUS) gerido pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) (ISA, 2018).

5.2.1 POLÍTICA INDÍGENA

A representação política simboliza a incorporação de ferramentas para lidar com o


mundo institucional, público e privado, da sociedade nacional e internacional. Devido as
tensões e negligências da gestão pública em povos indígenas nas décadas de 1970 e
1980, o protagonismo pelos próprios povos indígenas, seus representantes e
organizações nativas surgiram, em várias regiões do Brasil. Se multiplicaram por
poderem se constituir como pessoas jurídicas (Constituição Federal de 1988) e
receberam a colaboração de outros segmentos como das organizações não
governamentais (ONGs), para ressignificar a participação na formulação e execução de
políticas indigenistas, além das atribuições tradicionais construídas pelo Estado
brasileiro. (ISA, 2018)

A narrativa do movimento etnopolítico indígena esteve presente no contexto da


Conferência Nacional de Saúde, pela participação na formulação de discussões e
relatórios de proposta na 1ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (1986) e na 2ª
Conferência Nacional de Saúde Indígena (1993). Com o apoio da Comissão Intersetorial
de Saúde Indígena (CISI) e da influente defesa do político e médico sanitarista Antônio
Sérgio da Silva Arouca (1941-2003) ao projeto de lei que se tornou na Lei Ordinário
8.080/90, na disposição desta acrescenta-se a definição dos subsistemas de atenção
primária, a criação dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) e estabelece
adaptação do SUS para a atenção diferenciada, a especificação de demandas de maior
complexidade foi primordial (ISA, 2018). Em 1999, a política de descentralização da Lei
Arouca (Lei nº 9.836/99 e o Decreto nº 3.156/99) reduz a ação direta do Estado, gerou-
se a assinatura de convênios com prefeituras e instituições da sociedade civil e
implementou 34 DSEIs. Os DSEIs foram delimitados a partir de critérios epidemiológicos,
22

geográficos e etnográficos e seu controle social se dá por meio dos Conselhos Indígenas
de Saúde (CONDISI) para garantir no plano da legislação, a participação de membros
escolhidos pela comunidade na gestão dos DSEIs como conselheiros. A formação de
DSEIs pôde expandir a prática e diálogos da atenção à saúde diferenciada, sobre as
especificidades culturais fundamentais para a ponte entre a medicina tradicional
praticada e orientações e tratamentos de saúde pública (ISA, 2018; VideoSaúde
Distribuidora, 2016).

Atualmente, a formulação e implementação da política indigenista é complexa às


parcerias formais estabelecidas entre setores governamentais, organizações indígenas,
organização não-governamentais e missões religiosas. Entretanto tratar das demandas
territoriais, assistenciais e comerciais está à mercê de diferentes interesses acerca da
demarcação de terras, do controle de recursos naturais, saúde, educação, transporte,
comunicação e colocação de produtos no mercado (ISA, 2018). Os protestos de
diferentes etnias em todo o Brasil se intensificaram a partir de 2005, devido a situações
de abandono e descaso no atendimento das populações indígenas, acompanhando de
greves sucessivas que interromperam o atendimento das populações e doenças antes
controladas retornaram. A FUNASA durante anos foi alvo de denúncias de corrupção e
deficiências no atendimento e foi investigada pelo Ministério Público Federal (MPF) sobre
o atendimento local dos convênios firmados com as organizações e a burocracia exercida
sobre repasses de recursos, circunstância que deixaria aldeias sem médicos ou
medicamentos, por atrasos no pagamentos de salários e na quitação de dívidas com os
fornecedores. (ISA, 2018).

A divulgação em 2004 das portarias nº 69 e nº70 foi um dos últimos atos, ao longo de
quase duas décadas, da demonstração de não ter a capacidade necessária para se
responsabilizar pela saúde indígena, em novas diretrizes da saúde indígena determinou
a recuperação sobre a execução direta do atendimento à FUNASA e limitou-se as
atividades das conveniadas à contratação de pessoal, à atenção nas aldeias com
insumos, ao deslocamento de índios das aldeias e à compra de combustível para
deslocamentos. O movimento indígena pressionou intensamente que a gestão da saúde
23

indígena fosse de responsabilidade de uma secretaria específica e esta demanda foi


atendida pela Presidência da República (2010) que designou à Secretaria Especial de
Saúde Indígena (SESAI) (VideoSaúde Distribuidora, 2016; ISA, 2018).

5.3 VULNERABILIDADE SANITÁRIA, ALIMENTAR E SOCIAL

Ao longo da história, os povos indígenas foram dizimados por doenças trazidas de não-
indígenas de outros lugares, às quais não tinham imunidade. Atualmente no Brasil, são
vítimas do retrocesso do controle de epidemias ou avanços de doenças como a malária,
a tuberculose, infecções respiratórias, hepatites, doenças sexualmente transmissíveis
(DSTs), desnutrição infantil, mortalidade infantil, entre outros. Estas ocorrências guiam a
reconstituir o panorama epidemiológico sobre a vida social e que fatores reforçam a
vulnerabilidade das comunidades indígenas, como influência aos riscos de contaminação
por Covid-19 a seguir (GUTERRES, 2020; ISA, 2018):

a) A situação sanitária nas aldeias, que possui uma implantação lenta e ainda não
atende a todos, torna o acesso inadequado a cuidados de saúde, água potável e
saneamento, pela ausência de protocolos de higienização.

b) O modelo de vida tradicional exercido dentro das aldeias na interação de membros


da comunidade e realização do calendário de rituais milenares, pela ausência de
protocolos de distanciamento.

c) O ambiente familiar com indivíduos de grupo de risco, casos em observação e


confirmados, pela ausência de protocolos de distanciamento e isolamento.

d) A circulação de entrada e saída nas comunidades indígenas devem ser restritas a


membros que acessam centro urbanos, não-indígenas com fins de turismo,
missionário e pesquisa de campo, pela ausência de protocolos de isolamento.
24

e) A aplicação deficiente das proteções ambientais contribui com invasões dos


territórios indígenas de mineradores, garimpeiros, madeireiros e caçadores ilegais
em TI, pela ausência de protocolos de distanciamento.

f) A prática ilegal de desmatamento e queimadas, acompanhado de ameaças e


violência, pela vulnerabilidade psicossocial.

5.4 AGENTES DE SAÚDE

Fazem parte do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena os agentes indígenas de


saúde (AIS), agentes indígenas de saneamento (AISAN) e agentes não indígenas, confira
o Organograma 1 abaixo:

Organograma 1: Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.

Fonte: EPSJV/FioCruz1

1
Disponível em: http://www.epsjv.fiocruz.br/noticias/reportagem/trabalho-e-formacao-na-saude-indigena.
Acesso em: 10 out. 2020.
25

As equipes multiprofissionais atuam conforme a necessidade da aldeia, pela


complementação de ações intersetoriais junto a psicólogos, nutricionistas, antropólogos
etc. A promoção de ações básicas de saúde às populações indígenas e rurais em locais
de difícil acesso, são voltadas à imunização, atendimento clínico, saúde bucal, DSTs,
orientação de métodos contraceptivos, vigilância de desnutrição, doenças crônicas e
infecções respiratórias. As iniciativas promissoras de educação para a saúde foram
canceladas, impactando na formação indígena e capacitação de servidores, a
instabilidade no repasse de verbas tornou-se constante e as ações das equipes de saúde
são insuficientes às complexas necessidades (M.S, 2016; ISA, 2018).

5.5 INFRAESTRUTURA

Os recursos para a assistência à saúde são limitados, forma-se a decadência do


atendimento e o sucateamento da infraestrutura de saúde, resultando na incidência de
doenças e óbitos. Em postos de atendimento no interior das Terras Indígenas da
Amazônia Legal, as lideranças indígenas relataram a falta de microscópios, lâminas,
medicamentos, essenciais para agentes de endemia e microscopistas. Durante a
pandemia soma-se a necessidade da assistência à saúde para prevenção da COVID-19
a garantia de alimentos, máscaras, materiais de higiene e limpeza, vacinas e testes
rápidos. Apesar de cada DSEIs em teoria possuir um conjunto de equipamentos para
realização do atendimento de casos simples, as ocorrências de alta complexidade ficam
a cargo de hospital regionais, tornando difícil a remoção dos doentes para atendimento
de urgência, emergência ou especializado, pela disponibilidade de ocupação de leitos,
meio de transporte e gasolina. (M.S, 2016; ISA, PIB, 2018; WAPICHANA, 2020).

5. ANÁLISE INTEGRADA AO COVID-19 NA SAÚDE INDÍGENA


26

Consolidar de forma sistêmica e integradora a modelagem de panoramas de riscos


sobre a contaminação da COVID-19 é complementar as estratégias de vigilância
epidemiológicas, demais protocolos de segurança e outras publicações científicas. Para
discernir os riscos em povos indígenas a seleção de fatores socioambientais para a
análise integrada está sendo determinante, visto que as notificações de infectados,
contaminados, óbitos entre as bases de dados oficiais e das instituições indígenas se
diferem em número. Em geral, no sistema de saúde brasileiro público e privado os dados
de notificações possuem problemas em diversos pontos do caminho da vigilância
epidemiológica, acerca de (TAVARES, 2020):

a) A quantidade de pessoas assintomáticas que são influentes na contaminação


demográfica, contando apenas com a individualidade do zelo aos protocolos de
proteção individual e higiene, e distanciamento social;

b) A não há realização periódica de teste em massa, associando o ato de testagem


apenas ao diagnóstico em casos de demonstrar a gravidade de insuficiência
respiratória, pessoas internadas ou óbitos suspeitos;

c) O tempo de análise dos testes pela sobrecarga dos laboratórios e hospitais;

d) Os profissionais conciliam a sobrecarga de trabalho de assistência com a


notificação;

e) O desafio da execução descentralizada da vigilância de acompanhamento;

f) As influências políticas sobre a divulgação de dados acumulados;

g) A distribuição da quantidade adequada de materiais de teste para comprovação


de casos suspeitos.
27

Enquanto a otimização das subnotificações no Brasil provavelmente fique estagnado ao


recente aperfeiçoamento do uso do Redcap pelo e-SUS-VE e prosseguem-se a formação
de conhecimento acerca da COVID-19, os estudo que reforçam fatores influentes no risco
de contaminação tem o objetivo de desencadear a atuação urgente na tratativa da
diversidade de situações vividas pelos povos indígenas que exercem efeitos profundos e
duradouros. A cobrança ao Estado Brasileiro realizada pelo movimento e as coletividades
indígenas, também as organizações e instituições acadêmicas, partem da relevância
para a organização da resposta à COVID-19 justificadas pelos seguintes dados de
caráter preliminar e revistos ao longo do curso da epidemia (TAVARES, 2010;
PROCC/FioCruz (org.), 2020).

6.1 VULNERABILIDADE SANITÁRIA EM TERRAS INDÍGENAS

As estatísticas do Censo 2010 foram extraídas e mapeadas a nível de TI apresentam


indicadores da Amazônia Legal, o Centro-Oeste, o Nordeste e o Sul-Sudeste,
caracterizam a diferença de infraestrutura de saneamento e elétrica, de acordo com as
condições e alternativas locais deve-se considerar os fatores no Gráfico 3, a seguir
(PROCC/Fiocruz (org.), 2020):

Gráfico 3: Proporção de domicílios com acesso a eletricidade, proporção de domicílios por fonte de água
e proporção de domicílios por tipo de banheiro ou sanitário em TIs.

Fonte: FioCruz, 2020.


28

i. Amazônia Legal

• A depender da localização geográfica, o acesso médio ou alto à água e maior grau


de isolamento, pelo padrão rudimentar do uso de recursos naturais disponíveis
para proteção da comunidade.

• Baixo ou médio acesso a eletricidade e acesso baixo a banheiro ou sanitário, pelo


distanciamento geográfico de áreas urbanas e uso de soluções sanitárias locais.

ii. Centro-Oeste

• Alto acesso a eletricidade e ao uso de fossa rudimentar, indica proximidade a


centros urbanos e limitações de acesso a políticas sanitárias.

• Baixo ou médio à água de recursos naturais, indica limitações e dependência


externa.

iii. Nordeste e Sul-Sudeste

• Alto acesso à água, eletricidade e ao uso de banhou ou fossa séptica, mas ainda
com proporção de uso de fossa rudimentar, indica proximidade a áreas urbanas
e restrição de acesso a recursos naturais.

6.2 RISCOS DE EPIDEMIA EM TERRAS INDÍGENAS

Estima-se que 75% das TIs estão em municípios com índice de médio risco e alto risco
imediato de epidemia, sendo 444 TIs que correspondem a 293 TIs que estão em médio
risco e 151 TIs em alto risco, o índice possui valores entre 0 a 1 e podem ser observados
logo abaixo na Gráfico 4. O potencial de dispersão está ao longo de todas as regiões do
Brasil, observe na Tabela 1 abaixo a UFs correspondentes das 15 Terras indígenas mais
vulneráveis da COVID-19 (OLIVEIRA et al., 2020):
29

Gráfico 4: Histograma do índice de vulnerabilidade à Covid-19 das TIs.

Fonte: Instituto Socioambiental, 2020.

Tabela 1: Terras Indígenas mais vulneráveis à dispersão da COVID-19.

Fonte: Instituto Socioambiental, 2020.

As variáveis epidemiológicas consideradas foram: a mobilidade territorial; o número de


casos por município; o número de óbito; o número de respiradores disponíveis; o número
30

de leitos hospitalares; a hospitalização por faixa etária e a probabilidade de epidemia dos


municípios pela proximidade com áreas urbanas com transmissão sustentada. E as
variáveis sociais consideradas foram: o perfil etário da população; a ocupação de
territórios pela agricultura; a insuficiência de territórios reconhecidos; a insegurança
alimentar; a cobertura vacinal e as condições de vida precárias (OLIVEIRA et al., 2020).

6.3 VULNERABILIDADE DEMOGRÁFICA E INFRAESTRURAL

Em outro estudo também foi identificado a dispersão de riscos em todas as regiões do


Brasil nos grupos de vulnerabilidade crítica, pelo Índice de Vulnerabilidade Demográfica
e Infraestrutural das Terras Indígenas à COVID-19 (IVDIC), e a composição dos fatores
na classificação do Grupo A de vulnerabilidade crítica e no panorama das 50 TIs mais
vulneráveis, observe na Tabela 2, Gráfico 5 e Gráfico 6, a seguir (AZEVEDO et al. (org.),
2020):

Tabela 2: TIs com Índice de Vulnerabilidade Demográfica e Infraestrutural Crítica à COVID-19.

Fonte: Núcleo de Estudos de População Elza Berquó (NEPO/UNICAMP), 2020.


31

Gráfico 5: As 50 TIs mais vulneráveis pela metodologia do Índice de Vulnerabilidade Demográfica e


Infraestrutural à COVID-19.

Fonte: Núcleo de Estudos de População Elza Berquó (NEPO/UNICAMP), 2020.


32

Gráfico 6: TIs com Índice de Vulnerabilidade Demográfica e Infraestrutural Crítica.

Fonte: Núcleo de Estudos de População Elza Berquó (NEPO/UNICAMP), 2020.

As variáveis sociodemográficas consideras foram: o percentual de pessoas idosas na


TI; a média de moradores por domicílio da TI; existência de banheiro de uso exclusivo ou
sanitários nos domicílios da TI; a rede de abastecimento de água nos domicílios da TI; a
localização da TI em relação aos municípios com disponibilidade de leitos em Unidade
de Tratamento Intensivo (UTI) e o estado da situação de regularização da TI (AZEVEDO
et al. (org.), 2020).
33

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para a reflexão do desafio atual da pandemia de COVID-19 em povos indígenas, foi


contextualizado de forma bastante geral e com algumas omissões, o objetivo inicial de
refazer a consciência da origem das vulnerabilidades sociais indígenas no Brasil.
Conhecer a narrativa dos acontecimentos recentes de genocídio, exploração, política
indigenista, corrupção, até a união de lideranças indígenas para formação de direitos e
estratégias de ações, esclarecem a razão da presença de diferentes problemáticas que
comprometem a qualidade de vida e a prática eficaz da assistência à saúde indígena,
assim como são fatores matemáticos para aumento dos riscos à COVID-19. Reafirmo
que o pensamento científico sempre irá trazer uma correspondência com a vida social.
Durante a revisão de dados notei que o diálogo entre lideranças indígenas, ONGs e
instituições acadêmicas estão compondo a organização intelectual produzidas acerca
das especificidades culturais e suas variadas condições de localização e estrutura para
assistência à saúde indígena.

A pandemia de COVID-19 continua, assim como suas notificações de suspeitos,


confirmados e óbitos de indígenas, e o conhecimento sobre a doença ainda não tem
estabilidade a curto e longo prazo, mas o impacto já está presente. Outros
monitoramentos regulares são urgentemente necessários, pois só a partir do
conhecimento da realidade podemos transformá-la. Apesar dos resultados obtidos para
racionalizar estratégias, são tantas variáveis presentes que a política de saúde indígena
fica à mercê de não conseguir interferir na complexidade de parte desses contextos. Cabe
ao Estado Brasileiro a honrar suas contribuições e se comprometer à urgência de
organizar e intervir nas atuais variáveis destacadas, pois na análise é claro que a
intensidade varia, mas é presente em todas as regiões do Brasil, então a retórica de
direitos intransferíveis é negligenciada mediante os interesses políticos ao plano de
desenvolvimento nacional. A revolução dos direitos indígenas está escrita na
jurisprudência e no legislativo, mas deve-se superar as negligências e garanti-los para à
organização ao aperfeiçoamento da qualidade de vida, assim formará um legado de
infraestrutura para a assistência à saúde indígena, retomará o investimento educacional
34

de formação e capacitação e de condições trabalhistas para mais profissionais de saúde


se responsabilizarem ao cuidado de povos indígenas. Logo, as expectativas são que no
futuro as relações de poder indígena atuarão de forma independente e esta é a
verdadeira conduta de realização da integração dos povos indígenas, distante do ainda
atual compromisso nacionalista de ter esses povos também à mercê. Existe as
expectativas da conservação da cultura milenar e dos recursos naturais, a estrutura de
saúde, moradia e comunicação, e a educação para o indígena colaborar em diferentes
papéis na sua comunidade (médico, guerreiro, enfermeiro, fotógrafo, cacique, etc.) sendo
ativo na formação de projetos e na comunicação das necessidades em políticas
indígenas, para a realização desses contextos é necessário formar um plano de
desenvolvimento nacional diferenciado, considerando a real importância dos povos
indígenas.
35

REFERÊNCIAS

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Saúde Coletiva. A COVID-19 e os povos indígenas: desafios e medidas para
controle do seu avanço. Rio de Janeiro, RJ: ABA e ABRASCO, 2020. Disponível em:
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