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Monografia
BENJAMIN BEDIN
Salvador (Bahia)
Janeiro, 2017
II
III
MONOGRAFIA
Benjamin Bedin
Monografia de Conclusão do
Componente Curricular MED-B60,
como pré-requisito obrigatório e parcial
para conclusão do curso médico da
Faculdade de Medicina da Bahia da
Universidade Federal da Bahia,
apresentada ao Colegiado do Curso de
Graduação em Medicina
Salvador(Bahia)
2017
IV
COMISSÃO REVISORA:
Assinatura:__________________________________________
Assinatura:__________________________________________
Assinatura:__________________________________________
Assinatura:__________________________________________
Começa a parecer que tudo que alguém faz para ganhar a vida ou por prazer
engorda, é imoral, ilegal ou, ainda pior, oncogênico.
Robbins & Cotran
DEDICATÓRIA
EQUIPE
Benjamin Bedin, Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA. Correio-
e:benjaminbedin@gmail.com;
Paulo Gilvane Lopes Pena, Faculdade de Medicina da Bahia /UFBA
VIII
INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FONTES DE FINANCIAMENTO
1. Recursos próprios.
IX
AGRADECIMENTOS
À minha família, em especial a minha mãe, Maria, a meu pai, Larri, aos
meus irmãos Marcos Vinicius e Aline, pelo apoio constante, palavras de estímulo e bom
humor.
À minha companheira Eva, sem a qual não teria conseguido realizar meu
trabalho de conclusão.
À meu Professor orientador, Paulo Gilvane Lopes Pena, pela confiança para
a realização desse trabalho, sua presença constante e substantivas orientações
acadêmicas e à minha vida profissional de futuro médico.
Às professoras Telma Sumie Masuko e Renée Amorim dos Santos, pela
compreensão e atenção dedicadas que foram essenciais para as correções finais deste
trabalho.
1
SUMÁRIO
I. RESUMO 4
III. OBJETIVOS 9
IV. METODOLOGIA 10
V. RESULTADOS 12
V.1 Característica da amostra
V.2 Riscos de viés entre os artigos
VI. DISCUSSÃO 30
VI.1Implicações na saúde
VI.2Efeitos neurotóxicos
VI.3Exposição do trabalhador agrícola
VI.4Carência de estudos na população consumidora
VII. CONCLUSÕES 41
VIII. SUMMARY
42
IX . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 43
2
FIGURA
Figura 1. Diagrama de fluxo de informação segundo a recomendação PRISMA 11
Figura 02. Agrotóxicos mais utilizados na comunidade rural de Córrego de 28
São Lourenço.
Figura 03. Agrotóxicos mais comercializados na cultura de soja no
29
município de Cascavel-PR
TABELA
Tabela 1. Resultados estudos de epidemiológico de 1997 a 2015 17
Tabela 2. Associações entre agrotóxicos estudados e doenças/alterações fisiológicas 24
3
SIGLAS E ABREVIATURAS
BChE Butirilcolinesterase
MN Micronúcleos
OP Organofosforados
PON1 Paraoxonase
PR Paraná
TCDD 2,3,7,8-tetraclorodibenzo-p-dioxina
4
2,4D 2,4-diclorofenoxiacético
5
I. RESUMO
Segundo Fritschi et al. (2015), o glifosato pode aumento dos riscos relatados para
linfoma não-Hodgkin, pela sua genotoxicidade e estresse oxidativo. Outro herbicida que a
longo prazo gera graves problemas é Sal de dimetilamina do ácido 2,4-
diclorofenoxiacético(2,4D) que segundo YI et al. (2014), aumenta a prevalência
principalmente de cirrose hepática e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), Também
Landrigan et al. (2015), afirma que Sal de dimetilamina do ácido 2,4-diclorofenoxiacético
(2,4 D) é um possível carcinógeno humano, mas ressalta que devemser feito mais estudos
sobre o assunto. Já para o inseticida Benzoato de Emamectina não há ainda registros na
literatura sobre seus efeitos crônico, apenas efeitos agudos tais como: náuseas, vômitos e
diarreias. Há também o Alfa–Cipermetrina que Lafiura et al. (2007) sugerem que a exposição
pré-natal ao inseticida pode ser fatores causais para a geração de cromossômica associada à
leucemia.
Na literatura está muito bem documentado trabalhos relacionados sobre à saúde
humana e o uso de agrotóxicos de maneira geral, contudo, ela carece em relação aos
agrotóxicos específicos para a agricultura transgênica, principalmente à soja transgênica, por
não ter revisões recente sobre o assunto. Portanto, este trabalho visa elucidar a seguinte
premissa: Quais os efeitos à saúde humana decorrentes do uso de agrotóxicos específicos para
agricultura transgênica?
Isto posto, o presente trabalho justificasse pela necessidade de fornecer
informações e ampliar as discussões, no âmbito da saúde humana, saúde ocupacional, e ainda
a objetiva identificar e debater alguns dos principais riscos associados ao uso de agrotóxicos
na produção de soja transgênica.
9
III OBJETIVOS
3.1 PRINCIPAL
3.2 SECUNDÁRIOS
IV METODOLOGIA
V. RESULTADOS.
CARACTERÍSTICA DA AMOSTRA
Foram encontrados 721 artigos até maio de 2015. Destes, após a exclusão de 11
duplicados, restaram 710 artigos, sendo 606 excluídos por não preencherem os critérios de
inclusão descritos na metodologia. Em seguida, foram selecionados 104 artigos para a leitura
completa. Destes, excluíram-se 90 artigos devido aos seguintes fatores; não especificar o tipo
de agrotóxico utilizado na amostra e/ou ser estudo ecológico e/ou especificar o tipo de
agrotóxico, porém, não ser utilizado na cultura da soja transgênica e/ou fugir o tema proposto.
Como mostra a figura 1. As características de cada artigo selecionado para o trabalho podem
ser observadas na tabela 01.
Um total de 14 artigos foram selecionados após leitura integral do texto. Desses,
em sua totalidade tratam sobre estudos observacionais; 6 estudos de corte transversal ,5 de
caso controle, 2 de corte prospectiva e 1 de corte retrospectiva. Sendo realizados em 9
países;4 nos Estados Unidos, 3 no Brasil ,1 no Vietnã,1 no México, 1 em Taiwan,1 no Peru, 1
na Índia,1 na Argentina e 1 na Palestina. Dentre os estudos analisados, sua maioria (n=11)
eram em trabalhadores rurais expostos diretamente e indiretamente ao agrotóxico e ao grupo
químico dos organofosforados, o qual foi o mais abordado neste trabalho devido ao seu alto
grau de toxicidade.
Renteria et al. (2012) realizaram um estudo de corte transversal no México no
período de maio a agosto de 2009. A população estudada foi constituída por 25 homens
expostos a pesticidas e 21 que não foram expostos. Os objetivos deste estudo foram conhecer
os problemas de saúde dos trabalhadores agrícolas cronicamente expostos a pesticidas, avaliar
possíveis danos genético, bem como explorar algumas alterações hepáticas, renais e
hematológicas. Os resultados obtidos foram que o grupo exposto apresentou intoxicação
aguda (20% dos casos) e diversas alterações do sistema digestivo, neurológico, respiratório,
circulatório, dermatológico, renal e reprodutivo, provavelmente associadas à exposição a
pesticidas. Mais importante ainda, eles apresentaram fragmentos de DNA livre no plasma
bem como um maior nível de peroxidação lipídica.
Adad et al. (2015) realizaram um estudo de caso controle no Piauí, Brasil. A
amostra foi constituída de 100 trabalhadores do sexo masculino expostos a pesticidas,
divididos em dois grupos: grupo l com 80 indivíduos registrados no Centro de Referência de
13
Saúde Ocupacional do estado e Grupo 2 com 20 trabalhadores de uma empresa privada que
produz limões e mangas e 62 de grupo controle. O objetivo foi avaliar as alterações
citogenéticas utilizando o ensaio de micronúcleo bucal, parâmetros hematológicos e lipídicos,
atividade de butirilcolinesterase (BChE) e polimorfismos genéticos de enzimas envolvidas no
metabolismo de agrotóxicos. Como esultado aumento significativo observado nas freqüências
de micronúcleos, cariorrex, , cariólise e células binucleadas nos grupos expostos em relação
aos controles. Não foram detectadas diferenças quanto aos parâmetros hematológicos, perfil
lipídico e atividade de BChE.
Hung et al. (2015) realizaram estudo realizado em Taiwan de coorte retrospectivo,
no período de 2000 a 2011.Os participantes foram 7.561 pacientes segurados e acometidos
envenenamento de organofosforado, e 30,244 pacientes do grupo controle sem
envenenamento por organofosforado. Objetivo do estudo foi estimar os riscos de arritmia,
coronariopatia e insuficiência cardíaca congestiva em pacientes com histórico de intoxicação
aguda por organofosforado. Resultados indicaram que pacientes que tiveram intoxicação
aguda por organofosforados apresentaram maiores taxas de incidência de arritmia,
coronariopatia e insuficiência cardíaca congestiva em comparação ao grupo controle ao longo
do tempo.
Yucra et al. (2008) fizeram um estudo no Peru de corte transversal, cuja a amostra
foi de 31 expostos à pesticidas organofosforados e 31 não expostos pareados por idade.O
objetivo foi avaliar a associação entre os metabólitos de fosfato de dialcofila de
organofosforados e a qualidade do sêmen entre os aplicadores de pesticidas. Os Resultados
indicaram uma redução significativa do volume de sêmen e um aumento do pH do sêmen em
homens com metabólitos de organofosforado (OP).
Hundekari et al. (2013) Realizaram uma pesquisa na Índia de corte transversal,
estudando 150 casos de intoxicação por OP clinicamente diagnosticados e 30 indivíduos
normais de grupo controle. O objetivo do estudo foi avaliar o dano oxidativo, o nível de
hemoglobina e a contagem de leucócitos no envenenamento agudo por agrotóxicos.
Utilizaram como método, a análise da colinesterase plasmática como um marcador de
toxicidade. O dano oxidativo foi avaliado estimando-se os níveis séricos de malondialdeído
(MDA), a capacidade antioxidante total do plasma (TAC), a superóxido dismutase
eritrocitária (SOD), a catalase (CAT) e a glutationa peroxidase (GPx). Obtiveram como
resultados, um declínio progressivo e significativo (p <0,001) da colinesterase plasmática em
correlação com a gravidade da intoxicação por organofosforados. Os níveis séricos de MDA
14
assim como de diazinon que esteve associado com câncer de ovário (RR = 1,87, IC 95%:
1,02, 3,43). Quanto ao linfoma não-Hodgkin observaram risco reduzido nesse grupo de estudo
(RR = 0,64; IC 95%: 0,41; 0,99).
Outros autores como, Lebov et al. (2015), ultilizando do da mesma coorte
prospectiva realizada na Carolina do Norte e Iowa, Estados Unidos, no período de 1993 até 31
de dezembro de 2011. Realizaram estudo com objetivo de investigar a incidência entre a
doença renal terminal (DRT) em mulheres de aplicadores de pesticidas licenciados. Como
resultado identificaram 98 casos de DRT diagnosticados entre o início do estudo e 31 de
dezembro de 2011. Entre as mulheres que aplicam pesticidas, a taxa de DRT foi
significativamente elevada entre aqueles que relataram a alta exposição (vs. menor) utilização
cumulativa de pesticidas geral (HR: 4,22; IC 95%: 1,26, 14,20)
17
Artigo Autor Base de País Objetivo Metodologia N Tipo de agrotóxico Resultados encontrados
(ano) dados
1 YI S et Pub med. Vietnã O objetivo deste estudo Corte- 111.726 diclorofenoxiacético Exposição ao agente laranja/2,4-D/ TCDD
al. foi avaliar a associação transversal (2,4-D) aumentou a prevalência de doenças endócrinas,
(2014) entre a exposição ao especialmente na tireóide e hipófise, uma variedade
“agente laranja” à de doenças neurológicas; DPOC;e cirose hepática.
prevalência de doenças No geral , o estudo sugere que agente laranja / 2,4-
do sistema endócrino, D / TCDD exposição de várias décadas anterior
nervoso, circulatório, pode aumentar a morbilidade de várias doenças,
respiratório, digestivo e algumas das quais têm sido raramente exploradas
sistemas. em estudos epidemiológicos anteriores.
2 Araujo et Scielo Brasil Conhecer os aspectos Caso-controle 410 Metamidofos Os resultados apontam para a ocorrência de
al. (2007) epidemiológicos, clínicos episódios recorrentes de sobre-exposição múltipla,
e laboratoriais da a elevadas concentrações de diversos produtos
exposição múltipla a químicos, com grave prejuízo para as funções vitais
agrotóxicos em uma desses trabalhadores, especialmente por se
amostra representativa de encontrarem em uma faixa etária jovem (média =
102pequenos agricultores, 35 ± 11anos) e período produtivo da vida. Estes
de ambos os sexo dados demonstram a importância do
monitoramento da múltipla exposição a
agrotóxicos, uma cadeia de eventos de grande
repercussão na saúde pública e para o meio
ambiente.
Continua
18
3 Wang et Pubmed USA Estudo examina o risco Caso-controle 1.109 Acefato O estudo acrescenta forte evidência de que
al. de desenvolver doença de organofosforado estão implicados na etiologia da
Parkinson associado a Metamidofos doença de Parkinson idiopática. No entanto,
(2014) pesticidas específicos de estudos de PO em baixas doses que refletem a
organofosforados e seus exposição ao ambiente real são necessários para
mecanismos de determinar os mecanismos de neurotoxicidade.
toxicidade.
4 Renterıa, Pubmed Méxic Conhecer os problemas Coorte 46 Metamidofos e outros O grupo exposto apresentou intoxicação aguda
et al. o de saúde dos Transversal organofosforados (20% casos) e diversas alterações do aparelho
(2012) trabalhadores agrícolas digestivo, neurológico, respiratório, circulatório,
expostos cronicamente a dermatológico, renal e reprodutivo provavelmente
pesticidas. associado à exposição a pesticidas. Mais
importante, eles apresentaram fragmentos de DNA
Avaliar possíveis danos a livres no plasma (90,8 vs 49,05 ng / mL), bem
nível genético, bem como como um maior nível de lipídios e peroxidação
explorar algumas (41,85 vs 31,91 nmol / mL) em comparação com os
alterações hepáticas, dados de trabalhadores agrícolas não expostos.
renais e hematológica. Estes resultados sugerem que existem riscos para a
saúde dos trabalhadores agrícolas expostos a
pesticidas orgânicos e celulares.
5 Adad et Lilacs Brasil O objetivo, é avaliar Caso controle 162 Glifosato e outros Um aumento significativo foi observado nas
al. (2015) micronúcleos bucal, organofosforados frequências de micronúcleos, cariólise e células
parâmetros hematológicos e binucleadas em que os grupos expostos (n = 100)
lipídios, butirilcolinesterase
em comparação com controle (n = 100). Não foram
atividade (BChE) e genética
polimorfismos de enzimas detectadas diferenças em relação aos parâmetros
envolvidas no metabolismo hematológicos, perfil lipídico. Nenhuma diferença
de pesticidas, tais como significativa foi observada tanto em relação danos
PON1, bem como da ao DNA e reparo do DNA nos grupos expostos
reparação do DNA sistema investigados.
(OGG1, XRCC1 e a
XRCC4).
Continua
19
6 Hung et SCIELO Taiw Os Efeitos a Longo Coorte 37.765 Organofosforado O envenenamento por OP aguda pode impactar
al. an Prazo do retrospectivo continuamente a saúde humana através de
(2015) Envenenamento por mecanismos que não são claros. Quaisquer
Organofosfatos como medições de suporte que possam contribuir para a
Fator de Risco de DCVs redução do risco de doença cardíaca podem ser
benéficas em casos de sobreviventes de
intoxicação por OP.
7 Yucra et Scielo Peru Qualidade do sêmen em Coorte 62 Metamidofós e mais O estudo demonstrou que a exposição ocupacional
al. aplicadores de pesticidas transversal cinco a pesticidas estava mais estreitamente relacionada
(2008) peruanos: associação organofosforado com alterações na qualidade do sêmen do que uma
entre metabólitos única medição de metabólitos de organofosforados
urinários de na urina. A medição atual dos metabólitos de
organofosforados e organofosforados na urina pode não refletir o risco
parâmetros do sêmen. total.
8 Hundek Pubmed India Avaliar o dano Corte 180 Triazofos Os compostos organofosforados inibem a ação da
ari et al. oxidativo, o nível de transversal colinesterase levando a hiperatividade colinérgica.
(2013) hemoglobina e a Aumento do nível de malondialdeído pode levar a
contagem de leucócitos danos peroxidativos deteriorando a integridade
no envenenamento estrutural e funcional da membrana neuronal. O
agudo por agrotóxicos. aumento das atividades de superóxido dismutase
eritrocitária, catalase e glutationa peroxidase em
eritrócitos sugerem uma medida adaptativa para
combater a acumulação de pesticidas. Assim,
conclui-se que a inibição da colinesterase pode
iniciar a disfunção celular levando a danos
oxidativos induzidos pela acetilcolina.
Continua
20
9 Roos et al. Pubmed USA Avaliação integrativa de Caso controle 3.417 Diclorofenoxiacético O uso relatado de vários pesticidas individuais foi
múltiplos pesticidas (2,4-D), Glifosfato e associado com o aumento da incidência do
(2003) como risco fatores para mais 45 agrotoxico linfoma não-Hodgkin, incluindo inseticidas
linfoma não-Hodgkin organofosforados coumafos, diazinon, e fonofos,
entre os homens. inseticidas Clordano, Dieldrina e Acetoarsenito de
cobre e herbicidas atrazina, glifosato e clorato de
sódio. Uma sub análise destes pesticidas
"potencialmente cancerígenos" sugeriu uma
tendência positiva de risco com a exposição para
aumentar o número. Considerações de exposições
múltiplas é importante para estimar com precisão
efeitos específicos e na avaliação do cenário de
exposição realista
10 Bulgaroni BVS Arge Avaliar o equilíbrio de Corte 82 Metilico Estes resultados sugerem que a exposição
et al. ntina citocinas e as alterações transversal ambiental a pesticida tem impacto na placenta,
enzimáticas induzidas aumentando a frequência da citocina anti-
(2013)
pela exposição inflamatória IL-13, que pode estar relacionada
ambiental de pesticidas com a regulação positiva das enzimas envolvidas
durante a gravidez. na reparação tecidual.
11 Safi et al. Pubmed Gaza, Avaliar biomarcadores Corte 68 Metamidofos A maior redução ao fim do dia da atividade
Palest hematológicos em transversal butirilcolinesterase sérica ocorreu em
(2005) ina. trabalhadores rurais trabalhadores mais jovens, trabalhadores que
expostos a fizeram mistura pesticidas, e que trabalharam por
organofosforados mais horas no local de trabalho. Os autores
pesticidas na Faixa de detectaram alterações em alguns índices de
Gaza. sangue. O estudo confirmou a constatação de que
doenças podem ocorrer com reduções triviais da
colinesterase em trabalhadores expostos a
pesticidas organofosforados.
Continua
21
12 Bortoli Pub med Brasil Caso-controle 66 Glifosato Os resultados obtidos indicam que o número
et al. Análisar micronúcleos homens médio de células com micronúcleos (MN) no
(2009) em células epiteliais grupo exposto (3,55 ± 2,13) foi significativamente
bucais de cultivadores de maior do que no grupo de controle (1,78 ± 1,23).
O número de células com MN não foi influenciada
soja. pela idade, hábito de fumar, o tempo de
tabagismo, número de cigarros / dia, consumo de
álcool e anos de exposição a pesticidas. O
potencial genotóxico dos pesticidas usados em
plantações de soja pode explicar a detectável
aumento de células com MN em trabalhadores
13 Lerro et Pubmed USA Avaliar Coorte 30.003 Malatião Observamos aumento do risco com uso de
al. organofosforados prospectiva organosfosforados em vários cânceres
específicos e a relacionados a hormônios, incluindo mama,
(2015) incidência de câncer tireóide e ovário. Este estudo representa a primeira
entre esposas de análise abrangente do uso de organofosforados e
aplicadores de pesticidas risco de câncer entre as mulheres, e, portanto,
na coorte prospectiva de existe uma necessidade de uma avaliação mais
Estudo de Saúde aprofundada.
Agropecuária.
14 Lebov et Pub med EUA Investigar a relação entre Corte- 31.142 Diclorofenoxiacétic A DRT pode estar associada à exposição direta e /
al. a doença renal terminal prospectiva. o (2,4-D), Glifosato ou indireta a pesticidas entre mulheres
(DRT) entre mulheres de agricultoras. Estudos futuros devem avaliar o risco
(2015) aplicadores de pesticidas de exposição indireta entre outras populações
licenciados (N = 31.142) rurais.
no Estudo Agrícola
Saúde (AHS) e o uso de
pesticidas pessoal, a
exposição ao uso de
pesticidas do marido, e
(3) outras atividades
agrícolas e domésticas
associadas a pesticidas.
22
Artigo Autor Agrotóxico Grupo Quanto a natureza da praga combatida Doença/agravo apontada como associada
(ano) estudado químico
01 YI et al. diclorofenoxiacético fenoxiacetico HERBICIDA Aumentou da prevalência de doenças endócrinas, especialmente
(2,4-D)
(2014) na tireóide e hipófise, uma variedade de doenças neurológicas;
DPOC;e cirose hepática.
02 Araujo et al. Metamidofos Organofosforado INSETICIDA Neuropatia tardia induzida por organofosforados.
(2007)
Hipersalivação, lacrimejamento, coriza, espasmos e cãibras
abdominais, náuseas e vômitos
(2014)
05 Adad et al. Organofosforados Organofosforado INSETICIDA Um aumento significativo foi observado nas frequências de
micronúcleos, cariólise e células binucleadas.
(2015)
25
12 Bortoli et al. Glifosato Glicina HERBICIDA Aumento de células com MN em trabalhadores expostos.
(2009)
substituída
13 Lerro et al. Malatião Organofosforado INSETICIDA Cânceres relacionados hormonalmente, incluindo mama,
ARTIGO 01
ARTIGO 02
Araujo et al. (2007), em seu estudo transversal realizado em Nova Friburgo, Rio
de Janeiro, Brasil em 2007, analisou exposição múltipla a agrotóxicos e efeitos à saúde, com
102 trabalhadores rurais (sendo 21% mulheres e 79% homens) e 308 de caso controle. Por
meio da metodologia adotada que Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda para
investigação do campo da Toxicologia Ocupacional, sendo incluídos os seguintes
procedimentos :a) Aplicação de questionário epidemiológico-ocupacional; b) Coleta de
amostras de sangue para análise toxicológica: mensuração dos níveis de atividade das
colinesterases plasmática e eritrocitária; c) Coleta de amostras biológicas (sangue eurina) para
mensuração de parâmetros da função de diferentes órgãos e sistemas alvo; d) Entrevista
médica com questionário padronizado para levantamento de sinais e sintomas sugestivos de
intoxicação por pesticidas e ,e) Exame clínico geral com minucioso exame neurológico. Em
relação aos agrotóxicos utilizados, foramcitadas 58 diferentes formulações, incluindo Todas
as classes de agrotóxicos (inseticidas,fungicidas, herbicidas, inorgânicos e antibióticos).As
substâncias utilizadas que foram mais citadas encontram-se descritas na Tabela 2.No
momento da avaliação, 44% referiram ter aplicado agrotóxicos na última semana, sendo o
coquetel mais empregado aquele constituído porinseticidas (organofosforado e piretróide).O
resultados foram, Níveis de colinesterase plasmática reduzidos em 21(20%) da amostra e
Níveis de acetilcolinesterase eritrocitária reduzidos em 8(7%) da amostra, a elevada
prevalência 47 (46,1%) de quadros de intoxicação (aguda, subaguda ou crônica), as queixas
mais freqüentes foram de sudorese, hipersalivação, lacrimejamento, coriza, espasmos e
cãibras abdominais, náuseas e vômitos. Foi também correlaciona com Neuropatia tardia
induzida por organofosforados (metamidofos) em 13(12,8%) da amostra.
28
ARTIGO 03
VI. DISCUSSÃO
VI.1IMPLICAÇÕES NA SAÚDE
os agrotóxicos mais utilizados na soja, sua toxidade e grupo, que foram apresentados na
Figura 2 do capítulo dos resultados e a partir destas informações foi elaborado a Tabela 02.
Nesta, pode-se observar que os efeitos dos organofosforados foram mais abordados pelos
artigos selecionados na busca. Possivelmente isso se deve ao fato desse grupo ser classe I, que
corresponde a classe mais tóxica utilizada no Brasil e ao fato de ser o mais utilizado nas
lavouras. Além disso, Trapé (2011, p.9) descreve que são os organofosforados, dentre os
diversos tipos de inseticidas, os responsáveis pelo maior número de casos de intoxicação com
mortes no Brasil, dado ratificado por Cosmann (2012, p .21), o qual relata que 27% de todas
as intoxicações e 43% dos óbitos por agrotóxicos no estado do Paraná entre 1998 e 2003
foram devido a este grupo.
Na literatura consta que os inseticidas organofosforados são produtos altamente
lipossolúveis. São de modo geral como aerossóis, os compostos são rapidamente absorvidos
por quase todas as vias, nomeadamente a pele, mucosas, pulmões e via gastrointestinal. Os
organofosforados inativam a acetilcolinesterase, uma proteína molecular presente nas sinapses
colinérgicas. Essa enzima é responsável pela hidrólise da acetilcolina e ácido acético. A
acetilcolina é uma substância transmissora em várias sinapses do sistema nervos autônomo,
que proporciona a veiculação dos impulsos nervosos a uma velocidade surpreendente de 1 a 2
milissegundos. Os organofosforados, inibindo irreversivelmente a acetilcolinesterase, causam
a acumulação de acetilcolina nas sinapses muscarínicas e nicotínicas. (Junior et al., 1997, p.
88).
Tais informações são compatíveis com os as discussões dos artigos selecionados
nesta revisão, podendo-se citar Safi et al. (2005, p.235) que percebeu níveis séricos reduzidos
da acetilcolinesterase em trabalhadores rurais da Faixa de Gaza e Hundekari et al. (2013
p.129), o qual afirma que a inibição da colinesterase pode iniciar a disfunção celular levando a
danos oxidativos induzidos por acetilcolina, em especial, danos neurológicos. Cita ainda que a
mortalidade depende de vários fatores, com: quantidade ingerida, presença ou não de
comorbidades, tempo de diagnóstico e tratamento.
Em relação aos sinais e sintomas clínicos presentes na literatura sobre intoxicação
por organofosforados existe um grande espectro de efeitos à saúde, dentre as quais pode-se
citar: síndrome colinérgica constituída de sudorese, salivação excessiva, pupilas puntiformes
(miose), hipersecreção brônquica, vômitos, cólicas e diarreia; síndrome nicotínica
caracterizada por tremores, abalos musculares, alterações da pressão arterial; e síndrome
32
neurológica que apresenta confusão mental, dificuldade para andar, convulsões, depressão
cardiorrespiratória, coma e morte. (Trapé, 2011, p.10)
Os efeito tóxicos encontrados nesta revisão também foram amplos, sendo eles
diversas alterações do aparelho digestivo, neurológico, respiratório, circulatório,
dermatológico, renal e reprodutivo, risco de doença cardíaca aumentado. Outras alterações
que devem ser consideradas foram as percebidas por Adad et al. (2015, p.311) e Renteria et
al. (2013, p.22). Eles encontraram a apresentação de fragmentos de DNA livres no plasma e
um aumento significativo nas frequências de micronúcleos, cariólise e células binucleadas nos
grupos expostos em comparação com controle, respectivamente. Renteria et al. justificam
esses achados devido ao extress oxidativo causado pelo agente agrícola e se referenciam em
estudos na literatura que relacionam tais consequencias à manifestações de doenças auto-
imunes, certas doenças infecciosas, a neoplasias malignas e a um pior prognostico desta
última. Entretanto, Adad et al. (2015, p.312) afirmam que, apesar das alterações observadas,
não detectaram diferenças significativas ao se comparar o grupo exposto com o controle.
Sendo que este foi o único artigo entre os selecionados com resultado negativo.
A relação entre organofosforados e neoplasias apresentada por Renteria et al
também é comentada por Lerro et al (2015, p.5-6). Este, observou um risco aumentado para
cânceres relacionados à hormônios, incluindo mama, tireóide e ovário em mulheres. Neste
caso, além do estresse oxidativo, o malatião (organofosforado abordado no estudo) exibe
propriedades estrogênicas e tem um efeito genotóxico nas células mucosas humanas.
Um achado interessante foi o de Yucra et al. (2008, p.8), que investigaram a
associação entre a qualidade do sêmen em aplicadores de pesticidas peruanos e metabólitos
urinários de organofosforados, onde ele afirma que a presença metabólitos na urina não é um
marcador adequado para demonstrar o efeito da exposição a longo prazo de pesticidas
organofosforados devido à rapida metabolização e excreção pelo organismo.
Em relação aos outros grupos de agrotóxicos como carbamatos, seus sinais e
sintomas clássicos são semelhantes aos dos organofosforados. Isso se deve, em parte, a
dificuldade de estudar os efeitos individuais de cada substância em humanos, uma vez que nas
lavouras dificilmente trabalha-se com apenas um único tipo de agrotóxico, havendo uma
multiplicidade de exposições a diversos grupos de maneira sistemática e de longo prazo com
episódios agudos de intoxicação por um dos grupos específicos. (Trapé, 2011, p.14) Isso é
33
evidenciado por Araújo et al (2007, p.117) em sua metodologia, em que optou por investigar a
sobreposição dos efeitos ao invés de trabalhar com uma única substância.
A maioria dos artigos desta revisão apontam a necessidade de mais avaliações
individuais dos princípios ativos e as consequências das múltiplas exposições ao longo dos
anos.
Dentre os efeitos sinérgicos entre categorias de agrotóxicos abordados nesta
revisão pode-se citar: sudorese, hipersalivação, lacrimejamento, coriza, espasmos e cãibras
abdominais, náuseas e vômitos, rubor facial, irritação e ardência dos olhos, prurido nasal e
dermatite, sendo que estas foram relacionados à aplicação de piretróides, ftalonitrilas e
metamidofós. Queixas de miofasciculação, principalmente braquial e palpebral; palpitação,
cefaleia habitual, fadiga, astenia, vertigem, insônia, ansiedade e irritabilidade. Aumento da
prevalência de doenças endócrinas, especialmente na tireóide e hipófise, uma variedade de
doenças neurológicas; DPOC; cirrose hepática, aumento da incidência do linfoma não-
Hodgkin e doença de Parkinson de origem idiopática.
VI.2EFEITOS NEUROTÓXICOS
pode apresentar uma neuropatia periférica com atrofia dos músculos das pernas e braços,
paralisia que pode ser irreversível.
É importante salientar que segundo a ANVISA (2016, p.18) a utilização de
metamidofós na agricultura brasileira está proibida desde 2011. Contudo, não deve-se
menosprezar o risco de potencial contaminação dos alimentos por agrotóxicos ilegais, tema
que será abordado mais adiante nesta monografia.
arroz, feijão, mamão, morango, uva, alface, couve, repolho, abobrinha, pepino, pimentão,
tomate, beterraba e cenoura.
A ANVISA (2016, p.105) afirma que o risco à saúde foi considerado aceitável no
PARA de 2013, uma vez que não houve a extrapolação da Ingestão Diária Aceitável (IDA)
para os agrotóxicos investigados, que consiste na quantidade máxima que, se ingerida
diariamente durante toda a vida, parece não oferecer risco à saúde. Uma das justificativas
apontadas seria o fato de que na “na maior parte dos casos seria necessário o consumo de
vários alimentos contendo uma quantidade de determinado agrotóxico sempre superior aos
limites máximos estabelecidos todos os dias durante anos. Os diversos Limites Máximos de
Resíduos (LMR) aprovados para um determinado agrotóxico levam em consideração a
ingestão diária desses resíduos ao longo da vida. Dessa forma, deve-se considerar que é pouco
provável a ocorrência concomitante de todos esses eventos.” (Anvisa,2016, p.105) Contudo, é
necessário salientar que a população é exposta a múltiplos agrotóxicos diariamente, e que o
raciocínio acima descrito não leva em consideração a possibilidade de efeitos sinérgicos de
diferentes agrotóxicos, potencializando as chances intoxicação aguda e crônica pela
população. Além disso, não foi levado em consideração outras fontes de fontes de exposição a
um agrotóxico, tais como, exposição pela pele e ingestão de outros alimentos não
monitorados pelo PARA, como água potável, carnes, leite e ovos.
A ANVISA (2016, p.107) avaliou o risco por a intoxicação aguda, e segundo o
programa, foi verificado um potencial de risco agudo em 1,11% do total de amostras
monitoradas no período de 2013 a 2015 devido à situações específicas, as quais estão sendo
abordadas pela Anvisa para sua devida mitigação. Nesse aspecto, ressalta-se que está em
curso a reavaliação do carbofurano, detectado em 73,5% do total de 134 amostras em que se
identificou um potencial de risco agudo.
Apesar dos resultados serem aparentemente satisfatórios, é necessário ressaltar
que apesar da grande quantidade de agrotóxicos pesquisados nem todos estão incluídos nas
avaliações da ANVISA. Pode-se citar os agrotóxicos glifosato e 2,4-D (herbicidas de classe
IV e classe I, respectivamente), que são utilizados em culturas como arroz, cana de açúcar,
milho, pastagem, soja e trigo. Vale ressaltar que uso dos glifosatos é proibido em diversos
países da Europa, mas liberado no Brasil.
O PARA 2013-2015 não avaliou o risco crônico, possivelmente devido à maior
complexidade do estudo. Assim, são necessários mais estudos sobre o tema, avaliando
38
do lixo foram relatados como responsáveis por 72% das incidências de poluição na captação
em mananciais superficiais, 54% em poços profundos e 60% em poços rasos.”
Ainda segundo o dossiê, outro problema também grave a ser considerado é a
ampliação das substâncias químicas permitidas nas normas de potabilidade da água. Desde a
primeira norma de potabilidade da água do Brasil, a portaria no 56/1977, para a mais recente,
a de no 2.914/2011, houve um mudança gradativa da permissão da presença de agrotóxicos,
produtos químicos inorgânicos e orgânicos na água consumida pela população. A variação foi
de 12 tipos de agrotóxicos, de 10 produtos químicos inorgânicos (metais pesados), de nenhum
produto químico orgânico (solventes) e de nenhum produto químico secundário da
desinfecção domiciliar permitidos na portaria no 56/1977 para 27 tipos de agrotóxicos, de 15
produtos químicos inorgânicos (metais pesados), de 15 produtos químicos orgânicos
(solventes), de 07 produtos químicos secundários da desinfecção domiciliar e a permissão
para o uso de algicidas nos mananciais e estações de tratamentos na portaria no 2.914/2011.
Esta ampliação, segundo os autores, refletem ao longo do tempo a crescente poluição do
processo produtivo industrial; do processo agrícola que usa dezenas de agrotóxicos e
fertilizantes químicos; e da poluição residencial na desinfecção doméstica. Uma preocupação
apontada é esta ampliação poder levar a uma cultura de naturalização e consequente
banalização da contaminação.
Portanto, são necessário mais estudos de ensaios clínicos ou estudos de coorte ou
casos controles na população em geral para avaliação dos efeitos crônicos à saúde decorrente
da contaminação por agrotóxicos. Também pode-se citar ações concretas propostas pelo
Dossiê Abrasco (2012, p.56) para o enfrentamento da questão do agrotóxico como um
problema de saúde pública, sendo elas:
“Fomentar e apoiar a produção de conhecimentos e a formação técnica/científica
sobre a questão dos agrotóxicos em suas diversas dimensões, enfrentando os desafios teórico-
metodológicos, facilitando a interdisciplinaridade, a ecologia de saberes e a articulação entre
os grupos de pesquisa e com a sociedade; e garantir a adequada abordagem do tema nos
diferentes níveis e áreas disciplinares do sistema educacional.”
“Banir os agrotóxicos já proibidos em outros países e que apresentam graves
riscos à saúde humana e ao ambiente, prosseguindo para uma reconversão tecnológica a uma
agricultura livre de agrotóxicos, transgênicos e fertilizantes químicos. Proibir a introdução de
novos tóxicos agrícolas em qualquer concentração, tal como a proposta do CONAMA de
40
VII. CONCLUSÕES
VIII. SUMMARY
Title:
Agrochemicals in transgenic agriculture and its effects on the health of the population: a
systematic review of the literature.
Background: Agricultural production in Brazil is based on monocultures for export that are
intensive in mechanized technologies and in the use of agrochemicals. The country has
become the world's leading consumer of pesticides in recent years consuming million tons
and is rated as a very promising market. The present study aims to analyze and identify
harmful effects on the health of the population due to the use of agrochemicals applied in
transgenic agriculture, especially in soybean. Method: This is a systematic review of the
literature in which articles published in the period between 1998 and 2015 were selected in
virtual journals of national and international databases, published in Portuguese, English and
Spanish, in databases indexed in the Lilacs, Scielo, PubMed, and VHL. Results: A total of
721 studies were found, of which 14 were selected after application of the criteria. Among the
main results, the study presents data on the consumption of pesticides and the toxicity of these
products with their aggravations and damages to the population, as well as strategies for
prevention and health promotion. The main aggravations resulting from chronic intoxication;
Idiopathic Parkinson's disease, increased risk of arrhythmias and cancers related to hormones,
including breast, thyroid and ovary. Conclusion: The pesticides are a problem to be
considered in public health. This review indicated a shortage of studies conducted in Brazil,
revealing the need for further studies on the subject. The severity of the risks demand and the
implementation of direct actions of education and better use of PPE's, awareness of the
population on the risks of the use of agrochemicals and stricter laws regarding the use and
release and commercialization of agrochemicals.
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