Você está na página 1de 4

LINHA DE TRABALHO ESPIRITUAL – BOIADEIROS

Os espíritos que se manifestam formando a linha dos Caboclos Boiadeiros, ou


simplesmente Boiadeiros são aguerridos (guerreiros), valorosos, sisudos, de poucas
palavras, forte, impositivo, vigorosos, valentes, destemidos e de muitas ações.
Apresentam-se como vaqueiros, boiadeiros, pastores. O laço e o chicote são seus
instrumentos mágicos de trabalhos espirituais e só eventualmente usam colares de
sementes ou pedras. Seus pontos cantados geralmente fazem alusão a bois, boiadas,
campos e viagens. São combativos e ceifam magias negativas. Então temos a figura
mítica do peão sertanejo, do tocador de gado, como arquétipo para espíritos
manifestarem-se e, usando dos seus conhecimentos ocultos, auxiliarem as pessoas nos
momentos difíceis de suas “travessias” pela evolução da matéria. Alguns podem até
revelar sua trajetória tanto material quando espiritual (evolução), para nos ensinar algo,
mas nem sempre.
A história religiosa, espiritual de cavaleiros vem de citações bíblicas quanto das
mitológicas, assim como a importância de cavalos, a domesticação desses, carruagens e
cavalos alados. Então na Umbanda esse arquétipo também tem sua importância e
funcionalidade fundamentados nos mistérios de Deus e de sua Lei Maior E Justiça
Divina.
Temos de fato espíritos de cavalos que, após desencarnarem, retornam pra uma
dimensão da vida, que é em si uma realidade de Deus, toda dedicada a abriga-los. E não
só aos que encarnaram porque essa realidade se assemelha a um sonho ou a um conto de
fadas. Além de ser uma dimensão quase toda plana, só quebrada por algumas ravinas,
colinas, bosques e riachos, ela é infinita em qualquer direção e é toda verdejante. Nela
vivem equinos das mais variadas espécies, cada uma tão bela quanto as outras e andam
em manadas tão grandes que encantam os olhos de quem as vê correndo ao longe.
Assim como existem os verdadeiros exércitos de espíritos montados em seus garbosos
(elegantes) cavalos que, a um comando de seus montadores, se atiram numa cavalgada
pelo espaço. Esses exércitos de espíritos montados vigiam, como soldados dedicados,
tudo o que acontece nos campos de ação da Lei Maior e sempre estão prontos e alerta
para acudirem os necessitados.
Ogum na Umbanda foi estereotipado como cortador de demandas. Isso culturalmente
nunca mudará, porem sabemos que Ogum é muito mais do que isso. Como mistério de
Deus, Ogum é senhor da Lei Maior e tem como principal função colocar a ordenança
em tudo que o Pai Maior criou. Assim Ogum ordena, corrige, e junto com Iansã
direciona os caminhos e movimentos. Assim a linha dos Boiadeiros é sustentada em um
dos seus mistérios por Ogum e a alusão aos cavalos, ao tocar a boiada, ao laçar e trazer
de volta o boi desgarrado do rebanho, o atolado na lama, o arrastado pelos temporais, o
que se embrenhou nas matas e se perdeu, o que foi atravessar o rio e foi arrastado pela
correnteza esta relacionado ao trabalho desses espíritos de muita luz. Na Umbanda os
espíritos que caíram, se perderam, atolaram, foram arrastados etc... são chamados de
bois. Então para busca-los de volta e reincorpora-los, mesmo que a força (o laço e o
chicote) que os Boiadeiros (Caboclos de Ogum ligados ao Tempo) existem. Eles são
grandes resgatadores de espíritos rebelados contra a Lei Maior, assim eles não são
somente ex-vaqueiros, ou ex-peões. Assim temos Ogum como o senhor das demandas;
Yansã como a senhora dos Eguns (espíritos) e Logunan (Oyá Tempo) como a senhora
do tempo cronológico

desmagnetizadora e descristalizadora dos negativismo atuantes nos campos da Fé. E é


no tempo em que tudo acontece (a evolução), esses caboclos de Ogum (Boiadeiros)
demandam com as forças das trevas pela libertação e reerguimento consciencial dos
espíritos amparados pela nossa divina mãe Yansã. “Quando um Boiadeiro da Umbanda
gira no ar o seu laço, ele está criando misticamente, dentro do espaço religioso do
Terreiro, a onda do Tempo, que irão recolher os espíritos perdidos nas próprias
memórias desequilibradas e ou irão desfazer energias densas acumuladas no decorrer do
tempo. Já quando um boiadeiro vibra o seu chicote para movimentar e direcionar os
espíritos estagnados no erro e na desordem. É muito efetivo o seu trabalho contra os
espíritos endurecidos "os eguns".
SAUDAÇÃO AOS BOIADEIROS: XETRUÁ, (ou MARUMBAXETU)
BOIADEIROS! – Salve os baiadeiros de braço forte!
Utilizam laços, chicotes de couro, velas, rezas e ervas em seus passes. Sempre no intuito
de descarregar, recolher e ordenar as vibrações a quem está aberto ao seu passe
energético.
Em seus pontos geralmente riscam símbolos ligados aos orixás que os sustentam
principalmente as aspirais de Oyá Tempo, espadas de Ogum ou Iansã e aos demais
orixás aos quais o boiadeiro se assenta. Costumam usar guias de couro, sementes ou
pedras.
Oferendas a eles são entregues em campinas e lugares abertos, matas e cachoeiras.
Bebem cachaça, vinho tinto seco, sucos cítricos, todas as frutas e flores. Oferendamos
comidas típicas de vaqueiros e fazendeiros: feijão tropeiro, arroz carreteiro, arroz com
lentilha, costelas de boi, farofa de carne seca (charque) e demais comidas típicas do
sertão. As comidas trazem a memória de suas encarnações e vibrações que dão
sustentação ao seu trabalho sempre denso, mas harmonioso. Utiliza-se velas azuis
escuras, vermelhas, amarelas e azul petróleo (Oya Tempo).

Você também pode gostar